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Haim Harari

o iNstituto weizmaNN de ciêNcias: 60 aNos de realizações

segunda parte da palestra proferida em encontro comemorativo do 60o aniversário do Instituto Weizmann em Paris, França, em 4 de maio de 2009. A primeira parte foi publicada em devarim 10.

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Eu gostaria de definir quais são, na minha visão, os sete pilares em que se baseia o sucesso do Instituto Weizmann. Podem ser chamados de “os sete pilares da sabedoria”, se desejarem, de acordo com o Livro dos Provérbios: “A sabedoria ergueu sua casa, talhou seus sete pilares”.

Vivenciei todos os ângulos do Instituto, passei uma vida ali dentro: de estudante, a jovem cientista e a cientista mais velho, em seguida como o presidente que ficou mais tempo no cargo e agora sou ex-presidente. Cada um dos princípios dos chamados Sete Pilares foi plantado em meu cérebro quando eu tinha vinte e poucos anos sem que eu tivesse consciência disso e, com frequência, enquanto eu me recusava a aceitá-los. Passaram-se décadas antes que eu compreendesse quão corretos estes princípios são e até que eu me desse conta de que eles realmente estão no sangue e no DNA do Instituto Weizmann e que são seguidos por geração após geração.

O Pilar número 1 é o pensamento e a visão do Instituto a muito longo prazo, não em termos de comissões planejando o futuro, mas pela disposição de investir no futuro

haim harari

distante, mesmo às custas do presente. Isto se manifesta em muitos aspectos, do mais importante ao mais insignificante. Primeiro e antes de tudo há o conceito de dedicar esforço total à pesquisa básica sabendo que a boa pesquisa básica trará aplicações práticas e resultados comerciais benéficos a muito longo prazo. A joia máxima dos produtos lucrativos do Instituto Weizmann, o remédio Copaxone, para tratamento da esclerose múltipla, inventado por Michael Sela e Ruth Arnon, levou cerca de 25 anos desde o nascimento até gerar resultados financeiros compensadores.

A mesma atitude de planejar o futuro distante levou o Instituto, na década de 1950, a construir um campus com jardins maravilhosos em um país sem água, sem pão, sem dinheiro, sem nada. Só loucos construiriam estes jardins belíssimos com o intuito de criar um ambiente agradável e sereno para a ciência. Mas graças a este pensamento de longo prazo cada funcionário do Instituto Weizmann ao chegar ao trabalho pela manhã tem a sensação de estar entrando em um paraíso. Algumas das árvores no campus são mais altas que os edifícios.

Outro exemplo é o primeiro computador. Quando eu era criança, no início da década de 1950, a comida era ra-

cionada e eu tinha direito a 100 gramas de carne e três ovos por semana, mas este louco Instituto Weizmann estava construindo o segundo computador mais rápido do mundo, com um orçamento espantoso para o momento. Dez anos mais tarde os melhores especialistas em computação do país eram treinados no Weizmann e posteriormente Israel se tornou o segundo país do mundo a usar o e-mail. A bem sucedida indústria israelense de high-tech deve muito a esta visão.

O que é comum aos exemplos que acabo de dar, do investimento em pesquisa básica, aos lindos jardins e ao investimento prematuro em um computador gigante é o pensar para frente com um horizonte de décadas. Outro componente desta atitude vem a ser o investimento nos jovens, falaremos disto daqui a pouco.

O Pilar número 2 é a interdisciplinaridade. Nós somos o único instituto de ciências do mundo que tem a 20 metros um do outro cientistas de informática estudando o cérebro e especialistas em cérebro pensando em computadores. Temos físicos e biólogos em departamentos diferentes colaborando uns com os outros. A esta lista se acrescentam muitos outros assuntos, da bioinformática à ciência ambiental e à biologia estrutural. Muitas universidades oferecem estes tópicos, mas com contatos relativamente fracos entre as dezenas de milhares de estudantes de disciplinas diferentes. Nós somos um Instituto relativamente compacto, dedicado apenas à pesquisa básica e a nossa multidisciplinaridade é realmente única. Hoje, quase todos os institutos de pesquisa estão tentando ser assim, mas nós sempre fomos assim.

Cada um dos cinco primeiros departamentos do Instituto Weizmann, em 1949, já era um departamento interdisciplinar. Ephraim Katzir fundou um departamento de biofísica, uma combinação de biologia e física. Israel Dostrovsky encabeçou a pesquisa de isótopos, ou seja, aplicou

técnicas de isótopos radioativos a todo tipo de problemas científicos, desde a busca de água e minerais subterrâneos até aplicações médicas. Aharon Katzir pesquisou polímeros com uma mistura complexa de biologia, química e física. A matemática aplicada de Chaim Pekeris se propôs a resolver problemas da física com a ajuda de computadores e outros métodos matemáticos avançados. O quinto departamento era o de Isaac Bernblum, que fazia pesquisa de câncer usando métodos oriundos de diversos campos de pesquisa.

Tratava-se de uma coleção de assuntos muito pouco comuns para o início de um instituto em 1949. Nenhum destes departamentos existe atualmente, foram todos reorganizados devido às mudanças ocorridas na ciência nestes 60 anos. Mas o espírito do enfoque interdisciplinar ficou impresso na mente de todos. Um importante passo à frente foi dado no final da década de 1970 quando o nosso sexto presidente, Michael Sela, trouxe o conceito de “Centros”, significando minidotações, ou pequenas organizações financeiras dentro do Instituto, encorajando a colaboração entre diferentes departamentos.

O Pilar número 3 é mudança e flexibilidade. Muito antes que o presidente Obama popularizasse o conceito, nós já gritávamos “vamos mudar”, e as coisas veem mudando sem parar. O segredo, que eu nunca vi em nenhum outro lugar, é que não temos “nichos”. Não dizemos que temos cinco cátedras de química orgânica e mais sete em física nuclear. Temos tantas cátedras quantas precisamos para acomodar as pessoas extraordinárias que recrutamos, e zero nos campos onde não encontramos pessoas de nível. Em determinados períodos certos assuntos desapareceram completamente e de forma indolor. Ao mesmo tempo, e em velocidade recorde, assuntos totalmente novos surgiram em nosso campus.

Em meus tempos de jovem cientista eu participei de uma destas transições. Criamos uma grande e forte atividade em física de partículas enquanto o império de física nuclear desapareceu quase que da noite para o dia. E depois, quando era presidente, testemunhei a diminuição da física de partículas, cedendo lugar a outros campos da física, inclusive ao que agora se denomina nanofísica. Este último campo surgiu do nada, com um bom número de novos professores, um enorme investimento financeiro. A neurobiologia e a informática nasceram de maneira similar, e muitas outras atividades científicas foram criadas seguindo esta metodologia.

O tamanho do Instituto Weizmann nunca foi determinado pelo seu executivo ou pela sua diretoria e sim pelo número de profissionais extraordinários com quem pudéssemos contar. Jamais bloqueamos a contratação de um professor ou cientista sênior porque não tínhamos as condições financeiras para tal naquele momento, nem mesmo em tempos de déficits ou de crises financeiras. Não foi fácil, mas posso dizer com absoluta certeza que nunca na história do Instituto aconteceu de querermos contratar um excelente indivíduo e deixar de fazê-lo por não ter um nicho, uma cátedra ou os recursos.

O Pilar número 4: a busca agressiva por aplicações práticas. Somos um Instituto de pesquisa básica, não ambicionamos resolver os problemas práticos do mundo. Tentamos compreender a natureza, descobrir suas leis, estudar o começo do universo, decifrar a origem da vida, encontrar as propriedades dos organismos e inúmeros outros segredos da natureza. Somos impulsionados pela curiosidade e não pelo lucro, mas temos total consciência de que, ao fazermos pesquisa básica de alto nível, descobriremos coisas úteis. Aprendemos a fazer de tudo para explorar e ampliar nossas descobertas, lutando para conseguir ganhos financeiros a partir delas, o que nos permite reinvestir em mais pesquisa básica.

Eu tinha vinte e poucos anos quando esta teoria me era repetida interminavelmente. Eu ouvia, mas não acreditava nela, e me dizia: “Estes cientistas estão me contando isto porque na verdade eles ganham para fazer o que gostam, e se justificam dizendo que se fizerem um bom trabalho vai acabar sendo útil”. Mas agora que o Instituto Weizmann lidera o mundo científico acadêmico com recursos oriundos de propriedade intelectual, ficou claro que, afinal de contas, a fórmula estava correta!

Na realidade esta atitude começou com Chaim Weizmann, que, de certo modo, abriu caminho para a Declaração Balfour ao fazer pesquisa científica que se demonstrou útil.1 Há 50 anos fundamos a Yeda2, nossa empresa de propriedade intelectual, muito antes do resto do mundo pensar seriamente em lucros fundamentados em propriedade intelectual derivada de pesquisa básica. O passo seguinte foi a primeira planta de produção comercial no campus do Instituto Weizmann, com base no método inventado por Israel Dostrovsky de produzir água pesada, usada para finalidades médicas. Durante várias décadas nossa pequena fábrica foi o mais importante produtor do mundo desta especialidade.

No final da década de 60 demos um passo importante com o estabelecimento do parque industrial Kiryat Weizmann, um dos primeiros parques industriais do mundo fora dos Estados Unidos. Hoje ele já é mais extenso do que o Instituto e agrega muitas companhias, algumas 100% baseadas em nosso trabalho e outras to-

A joia máxima dos talmente independentes. Há algo mais produtos lucrativos do Instituto Weizmann, que fazemos com vistas ao futuro. Destinamos a maior parte das respeitáveis quantias que nossas propriedades inteum medicamento para lectuais rendem às nossas reservas para tratamento da esclerose garantir o futuro econômico do Institumúltipla, levou cerca to. Isto é uma mistura de visão de longo de 25 anos desde o prazo com precaução. Este é o momento de mencionar sobre nascimento até gerar a interação entre a pesquisa básica e a tecresultados financeiros nologia avançada. Não temos um deparcompensadores. tamento de engenharia, mas temos muita pesquisa de engenharia no campus. Não temos um departamento médico, e nem temos um departamento de agricultura, mas todos estes assuntos, que derivam da pesquisa básica e contribuem para as nossas pesquisas, se integram em relevantes campos científicos. O que em outros lugares se faz em engenharia elétrica é parte da física no Instituto Weizmann; o que é usualmente feito no desenvolvimento da informática nós fazemos como parte da matemática, e o que normalmente é feito em medicina para nós é parte da biologia e bioquímica. Acreditamos na completa integração entre ciência e tecnologia. Não pretendemos abrir escolas de engenharia ou de medicina porque incorporamos estes tópicos nas ciências que os incluem. Pilar número 5: projetos amplos e audaciosos. Somos a única instituição de pesquisa em Israel que teve a coragem e a estrutura de governança para embarcar em projetos científicos muito amplos. Começamos na década de 1950 com o lendário computador Weizac. Veio depois uma sequência de aceleradores culminando na década de 1970 com a torre Koffler, hoje obsoleta, mas tendo cumprido a sua missão. Seguimos em frente com o projeto de energia solar e depois com o projeto da nanofísica ou física de submicrons, que custou uma fortuna incrível e nos catapultou de maneira proeminente para dentro do mapa mundial deste cenário. O passo seguinte foi a recente inauguração de um extraordinário estabelecimento pré-clínico, acompanhando o desenvolvimento da neurobiologia. Pilar número 6: ênfase nas novas gerações de cientistas. Insistimos em ter os nossos próprios cursos de pósgraduação, sem nos conformar com a alternativa de ter

que confiar em cursos que não nos pertencem. Concedemos bolsas generosas aos nossos mestrandos e doutorandos. Ensinamos em inglês para podermos ter um ambiente internacional e aceitamos candidatos do mundo inteiro, incluindo da Índia, China, América e Europa. Existem hoje cientistas proeminentes em muitos países que se pós-graduaram ou completaram seus pós-doutorados no Instituto Weizmann. Sempre soubemos permitir aos jovens cientistas alçar seus próprios voos sem ficar presos sob as asas de algum professor mais velho que acabaria se transformando em seu eterno mentor.

Eu cresci sob a proteção de Amos de Shalit, o maior mentor que tivemos na física. Não aprendi muita física com ele, porque sua especialidade era completamente diferente, mas aprendi quase todo o resto: como lidar com a geração mais jovem, como trabalhar em novos campos de pesquisa, como lidar com políticas de gerenciamento científico, como pensar no futuro distante e porque é importante contribuir para a educação. Eu ainda não tinha 25 anos e ele estava me ensinando tudo isto, porque tinha a convicção de que as lideranças do amanhã tinham que ser treinadas desde muito cedo. Pilar número 7, o último mas definitivamente não o menos importante, é educação científica para crianças em idade escolar e para o público em geral. Há 45 anos temos feito o que nenhum outro instituto de pesquisa alcança com a mesma magnitude: temos um grande número de operações que contribuem para a educação científica no sistema escolar em Israel e para o esclarecimento científico do público em geral. Educação científica para crianças superdotadas, para crianças que gostam de ciência, para crianças das camadas menos privilegiadas da sociedade, para os que não estão na escola, para capacitação de professores da rede escolar, para o desenvolvimento de novos currículos de ciências e, finalmente, nossa joia mais preciosa, Perach3, o projeto de acompanhamento escolar passo a passo. A mesma atitude de Fundamos Perach há 35 anos e o proplanejar o futuro distante levou o Instituto, na jeto vem funcionando desde então em todas as universidades israelenses. Hoje contamos com 25 mil universitários tradécada de 1950, a balhando como mentores ou “irmãos ou construir um campus irmãs mais velhos” para um igual número com jardins maravilhosos de crianças das camadas menos privilegiaem um país sem água, das da sociedade. Estes universitários recebem uma bolsa como remuneração por sem pão, sem dinheiro, esta atividade. Perach é o maior projeto sem nada. Graças a este de seu tipo no mundo e já tocou as vidas pensamento de longo de mais de um milhão de israelenses4! prazo cada funcionário A mais recente realização de monta na do Instituto Weizmann, ao saga educacional do nosso Instituto é o Instituto Davidson de Educação Cientíchegar ao trabalho pela fica, que engloba, há dez anos, programas manhã, tem a sensação para os superdotados, os interessados, os de estar entrando que deixaram de estudar, os adultos e os em um paraíso. professores. Acontece na escola, fora da escola, no verão, nas férias escolares, de tarde, no nosso museu de ciências ao ar livre, e nos nossos campi no país inteiro. Nossa atividade educacional é uma contribuição importante para o Estado de Israel, e é necessária por várias razões: ajuda a criar a nossa própria próxima geração de cientistas; ajuda a melhorar cada vez mais a imagem da ciência no país; contribui para o bem-estar da população em uma era em que a ciência e a tecnologia são os traços dominantes da economia; e contribui indiretamente para a economia, a indústria, a defesa, a saúde, o meioambiente e numerosos outros campos. Assim, estes são os sete pilares: pensamento e visão de muito longo prazo; interdisciplinaridade; mudança e flexibilidade; busca agressiva de aplicações práticas; projetos amplos e audaciosos; promoção dos jovens cientistas; ênfase na educação científica. Tudo isto foi feito por um grupo incrível de pessoas fantásticas, grande demais para nomear individualmente. Mas, mesmo correndo o risco de fazer centenas de inimigos, eu vou mencionar nove nomes da maior importância: Chaim Weizmann, o fundador e primeiro presidente do Instituto. Naquele tempo não devia ser uma tarefa tão difícil assim, visto que ele mantinha um outro emprego paralelo, como o primeiro presidente do Estado de Israel.

Meyer Weisgal, o primeiro e maior empreendedor, quem, com a sua incrível personalidade, realmente fez do Instituto o que ele é. É provável que eu tenha sido convidado para falar aqui hoje por ser a pessoa mais jovem que conheceu Weisgal muito bem e gostaria de compartilhar com vocês três historinhas a respeito de meus encontros com ele: o primeiro de todos, o primeiro como cientista, e o último. Cada um deles foi extraordinário.

O primeiro foi em 1958, décimo aniversário do Estado de Israel. Meu pai, que era membro do Parlamento, tinha sido nomeado presidente do comitê responsável pela celebração. Abaixo dele estava Meyer Weisgal, que era quem na verdade fazia as coisas acontecerem. Ele veio visitar meu pai, eu tinha 17 anos, eu abri a porta, Weisgal veio entrando, mal disse alô, me empurrou para um lado e grunhiu: “Onde está o seu pai?” Ele avançou para dentro da sala, viu um telefone, levantou o fone e ligou para os Estados Unidos. Lembrem-se do que significava ligar para os Estados Unidos em 1958: supondo-se que nós tivéssemos diamantes, se ele tivesse saído correndo com um teria sido mais barato para nós do que aquele telefonema. Fiquei olhando para ele enquanto ele gritava aos berros com alguém do outro lado do oceano, comportando-se como se a casa fosse dele.

Segundo encontro, outono de 1967. Eu tinha me tornado o mais jovem professor do Instituto Weizmann. Weisgal tinha ouvido falar deste geniozinho e dissera: “Que venha ver-me”. Vou até o escritório dele, ele me olha de cima abaixo e pergunta: “Rapaz, você fala iídiche?” Eu, sendo um israelense de quinta geração, respondi que não. Ao que ele retrucou: “Então você não é judeu”. Então eu olhei para ele e com a chutzpá5 dos meus 26 anos perguntei: “Senhor presidente, o senhor fala hebraico?” Ele respondeu que não, e eu lhe disse: “Então o senhor não é judeu”. A partir daí ele realmente passou a gostar de mim. Quem se lembra bem dele sabe que ele gostava de verdade de gente com chutzpá.

E o nosso último encontro também foi notável. Ele nunca tinha falado hebraico, parecia saber apenas algumas palavras soltas que usava de vez em quando. Ele sempre falava em inglês ou em iídiche. Ele já estava muito mal, com câncer terminal, e eu o visitava com frequência. Eu estava sentado perto dele, ele já não conseguia falar alto. Sem que eu dissesse coisa alguma ele começou a conversar em hebraico, e não em inglês como sempre. O hebraico era surpreendentemente bom, e eu perguntei: “Meyer, porque você nunca falou em hebraico comigo nestes anos todos?” E, com a tristeza de um idoso moribundo, ele me respondeu: “Bem, é que para mim as palavras são tão importantes, em inglês e em iídiche eu me sinto tão confortável – eu consigo fazer compras em hebraico, mas é só”. Foi a primeira e última vez que nos falamos em hebraico e o hebraico dele era incrivelmente bom, fiquei completamente surpreso. Weisgal era assim, uma pessoa muito especial.

Temos ainda os fundadores dos cinco primeiros departamentos em 1949, cada um deles um gigante à sua ma-

neira. Já os mencionei todos: Isaac Bernblum, Israel Dostrovsky, Ephraim Katzir, Aharon Katzir e Chaim Pekeris. Cada um deles foi o primeiro em Israel a fazer o que fez e vários deles fizeram contribuições muito significativas além do Instituto. Ephraim foi o quarto presidente do Estado de Israel. Israel Dostrovsky foi o mais importante e ilustre diretor-geral da Comissão de Energia Atômica de Israel e o quinto presidente do Instituto Weizmann; Aharon Katzir foi assassinado por terroristas japoneses patrocinados pelos palestinos no aeroporto Ben-Gurion. Todos eles são ou foram pessoas incríveis.

Os últimos dois nomes a serem mencionados nesta minha lista de nove fazem parte da geração seguinte. Um deles é Michael Sela, que está aqui conosco hoje e que talvez seja o cientista mais importante da geração a que me refiro e a quem devemos tanto invenções práticas como ciência básica e que foi o sexto presidente do Instituto.

O último é Amos de Shalit, que faleceu aos 43 anos e mesmo tão jovem conseguiu criar um número significativo de pedras fundamentais do Instituto, inclusive alguns dos sete pilares, e que até hoje serve de modelo para muitos de nós.

Estes foram os nove nomes que eu escolhi mencionar, mas existem milhares de outros, e eu quero citar especialmente os encanadores, os eletricistas, os técnicos, todas as pessoas que exercem diferentes funções na administração, as secretárias, os jardineiros, e todos os funcionários que consideram o Instituto a sua casa e sabem que esta é a

O tamanho do Instituto sua família. Estas são as pessoas que veem

Weizmann nunca foi determinado pelo seu trabalhar todos os dias com o sentimento de que, ao entrarem no campus, estão cruzando uma fronteira para um mundo executivo ou pela sua melhor. Levei muitos anos para aprender diretoria e sim pelo a apreciar estas pessoas até mais do que número de profissionais eu aprecio os cientistas. Os cientistas são extraordinários com quem profundamente devotados ao Instituto, mas também são devotados ao seu trabapudéssemos contar. lho e a si próprios, ao passo que estas pessoas são devotadas quase que exclusivamente ao Instituto, e já demonstraram isto mais de uma vez em momentos difíceis. A história do sucesso do Instituto Weizmann é feita deste requintado bordado humano: uma coleção de pessoas sem par, feita de colaboradores no campus e mantenedores do mundo inteiro, heróis famosos e soldados desconhecidos. Deixo ao nosso décimo presidente, Daniel Zaifman, que nos dirigirá a palavra na sessão de amanhã, a descrição dos planos para os próximos 60 anos. Muito obrigado. Traduzido por Teresa Roth

Notas

1. Nota da revista: Chaim Weizmann, químico, ganhou proeminência ao descobrir um método de fabricação da acetona por fermentação, que foi importante para a o esforço britânico na Primeira Guerra Mundial. 2. Nota da revista: “Yeda” em hebraico quer dizer “conhecimento”. 3. Nota da revista: “Perach” é uma sigla que remete a “Projeto de Ensino” e significa “flor” em hebraico. 4. Nota da revista: a população de Israel é de cerca de sete milhões de habitantes. 5. Nota da revista:”chutzpá” significa “atrevimento”, é um termo muito usado para definir a forma direta e pouco formal dos israelenses.

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