Mulheres na Bauhaus Apesar de no seu primeiro orçamento, Gropius, ter apenas contado com 50 mulheres e 100 homens, a Bauhaus acabou por aceitar o mesmo número de mulheres e homens, uma vez que a Constituição de Weimar, que financiava a escola, dava total liberdade de aprendizagem às mulheres, o que levou a que muitas aproveitassem esta nova oportunidade.
Gropius, no entanto, fez questão de no seu primeiro discurso aos estudantes, se referir às mulheres e comunicar-lhes que não haveria ‘’nenhum tratamento especial para as mulheres, no trabalho todos são artesãos’’. Em 1920, Gropius sugeriu ao Conselho dos Mestres que o processo de seleção devia ser mais rigoroso, principalmente no que tocava à entrada de mulheres, «que já contava com um número excessivo». Aconselha também a encaminhar diretamente as mulheres para o atelier de tecelagem, logo após o ‘’Vorkurs’’ (curso preliminar), tendo cerâmica e encadernação como alternativas. Os ateliers de encadernação e olaria são fechados em 1922 e 1923, respetivamente. A maior parte da produção artística das mulheres era rejeitada
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pelos homens por a considerarem demasiado “feminina’’ ou ‘’artesanal’’ e recearem uma tendência mais decorativa que punha em risco o objetivo inicial da Bauhaus, a arquitetura. Apesar do trabalho de referência que realizaram nesta escola alemã, as mulheres têm sido referenciadas somente como companheiras dos homens artistas ou, pior, nem referenciadas.
Duas das mulheres da Bauhaus foram: Gunta Stölz e Annie Albers. A primeira começou o seu percurso na Bauhaus enquanto aluna e acabou por se tornar diretora da oficina de tecelagem entre 1926 e 1930-31. Entre outros projetos, Stölzl executou coberturas têxteis para alguns dos móveis projetados por Marcel Breuer, na Bauhaus Dessau.
Annie Albers tinha como objetivo inicial ser pintora mas acabou por descobrir a beleza do tear e a desenvolver obras de caráter maioritariamente abstrato. É mais um caso de uma aluna que se tornou chefe de uma oficina.