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Surgimento
from Bauhaus
by David Nunes
Ao longo da sua existência, a Bauhaus teve três sedes e três diretores: uma primeira em Weimar com Walter Gropius no cargo de diretor, outra em Dessau e uma última em Berlim onde, em 1933, foi fechada pelo regime nazi. Nela foram aplicadas, combinadas e exploradas ideologias dos vários movimentos de vanguarda das primeiras décadas do século XX.
Os diretores foram Walter Gropius, na primeira fase, Hannes Meyer na segunda até 1930, ano em que tomou posse Mies van der Rohe, que continuou na terceira até o encerramento definitivo da Escola.
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No seu manifesto publicado em jornais alemães no início de 1919, foram enunciados a filosofia, princípios e objetivos, o programa pedagógico e os requisitos de admissão nesta escola. O programa moderno e vanguardista foi o que atraiu os alunos, ou aprendizes, como passariam a ser designados, alguns que vinham diretamente da Guerra.
Esta foi uma escola em que os alunos, artistas e artesãos trabalhavam lado a lado sem qualquer tipo de barreira distintiva entre eles. Todos aprendiam e evoluíam em conjunto, visando a construção da nova ‘’estrutura’’ do futuro, apoiados da unidade das artes e técnica por meio do artesanato. Gropius acreditava na possibilidade de obter benefícios sociais através da indústria ao resolver os problemas de design por ela criados e, portanto, aplicou esse princípio na Staatliches Bauhaus (Casa Estatal da Construção).
Os seus aprendizes nutriam um papel essencial na resolução destes problemas na medida em que, nas oficinas da escola, desenvolviam as suas habilidades do “saber fazer” ao lidar com os materiais, alguns dos quais: madeira, aço, vidro, tecido e cerâmica. De facto, a produção em massa decorrente da industrialização, permitiria fazer chegar ao cidadão comum as suas criações, caracterizadas pela pureza formal e simplicidade com estrita atenção à funcionalidade, aos materiais de construção e à qualidade, características desta escola/ movimento. Note-se que, tal como Gropius acre-
3. 4.


ditava, só as boas criações eram reproduzidas.
Esta escola foi pioneira no ensino de técnicas e recursos inovadores que, mais tarde se tornaram elementos básicos da cultura visual, alguns dos quais: fotomontagem, colagem, arte vanguardista e tipografia. Além disto, o plano pedagógico oferecia uma grande panóplia de áreas, envolvendo quer o conhecimento técnico quer artístico, humano e social (o qual, mais tarde, representa uma das razões de serem perseguidos pelo regime). As oficinas eram o pilar da Bauhaus, onde os aprendizes desenvolviam as suas habilidades do “saber fazer” ao lidar com os materiais, alguns dos quais já explorados há muito tempo, outros completamente inovadores para a indústria. 3.Bauhaus Weimar. 4.“Catedral”, capa do primeiro manifesto da Bauhaus, por Lyonel Feininger.