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Bauhaus de Dessau na vertente política
from Bauhaus
by David Nunes
Vertente política 1925-1931
O município de Dessau apresentou a oportunidade à Bauhaus de continuar o seu percurso e de se tornar na Bauhaus que tanto influência os dias de hoje. Dessau foi a cidade escolhida por ter uma crescente modernidade, influência industrial e recursos para as oficinas da Escola.
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Em 1925, parte dos equipamentos foram transferidos, a par com os mestres e aprendizes, para instalações temporárias, dando continuidade ao trabalho. As instalações temporárias foram resididas até à finalização da construção do edifício que Walter Gropius pôde projetar.
Distinguia-se por ser composto por oficinas, habitação para estudantes e corpo docente, entre outros edifícios ligados ao principal, que passaria a ser um símbolo da escola que inaugurou em 1926, bem como do modernismo. Esta mudança levou à reestruturação do currículo, que começou a abranger mais áreas, algumas das quais: ciências da engenharia e psicologia, e à mudança da filosofia da Bauhaus, que passaria a ser mais voltada para a indústria.
Eram notórias as influências do De Stijl e do construtivismo que não eram copiados, mas sim desenvolvidos e aplicados de forma inteligente de modo a responderem às questões que surgiam do design. Deste modo, a Bauhaus voltou a atrair jovens de todo o mundo.
Contudo, a Bauhaus era considerada comunista pelo regime Nazi crescente e, por isso, é mandada encerrar mesmo antes dos nazis receberem a vitória eleitoral: “Eliminação imediata de todos os subsídios à Bauhaus. Os professores estrangeiros deveriam ser despedidos sem aviso prévio, pois não era conciliável com a responsabilidade de uma boa liderança municipal para com os seus concidadãos que camaradas alemães passassem fome enquanto estrangeiros recebiam elevados salários provenientes dos impostos de uma nação esfomeada.” (Wähler und Wählerinnen Dessaus! Prospecto eleitoral do grupo local NSDAP de Dessau de 1932. Em: bauhaus berlim 1985 (nota 129), p.41).
Após a vitória eleitoral, os nazis propuseram uma série de moções à Bauhaus, sem que nenhuma delas fosse aprovada pela maioria. Pouco tempo depois, o primeiro ministro-presidente nacional-socialista, Freyberg, visitou a Escola acompanhado de Schultze- Naumburg, que, mais tarde, veio a elaborar um relatório detalhado negativista da Escola.
Foi em 1932 que o regime nazi conseguiu fechar a Bauhaus Dessau, com a abstenção dos sociais democratas que afirmaram que o seu apoio à Escola lhes tinha custado votos populares, e com somente Hesse e quatro comunistas a votarem contra a moção.