

ALGARVE INFORMATIVO
5 de julho, 2025












ÍNDICE
[Ventus] em Faro (pág. 24)
Ombria Algarve foi finalmente inaugurado (pág. 32)
2.º Festival ECOlógica em Tavira (pág. 42)
11.º Festival do Perceve em Vila do Bispo (pág. 52)
Marchas Populares em Lagos (pág. 62)
Campeonato Nacional de Ginástica
Acrobática em Albufeira (pág. 72)
HMB em Vila do Bispo (pág. 98)
Blind Zero no Cineteatro Louletano (pág. 114)
OPINIÃO
Ana Isabel Soares (pág. 126)
Fábio Jesuíno (pág. 128)
Júlio Ferreira (pág. 130)
Paulo Neves (pág. 134)
Luís Matos Martins (pág. 138)


















[Ventus] invadiu as ruas farenses com cultura a transbordar pelas janelas da cidade
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Luana Dias/Epopeia Brands
ara estrear a primeira edição do [Ventus] Portugal’25, a iniciativa apostou num programa cultural original e diversificado, numa fusão de influências e estilos que, valorizando os talentos locais, refletiu ainda assim a cultura ibérica do festival. Com esse intuito, na manhã quente de sábado, 14 de junho, a cultura assomou-
se a algumas das janelas mais emblemáticas da capital algarvia.

Numa experiência única e imersiva, guiada por Al-Mutamid e pela app que acompanha a iniciativa, multiplicaram-se as apresentações de guitarra, ópera, dança, cante alentejano, teatro e flamenco pelo centro histórico da cidade. O Duo Amar Guitarra, «Alma de Al-Hûra» – Grupo de Dança Contemporânea da ESC. SEC. Tomás Cabreira, o grupo SinCera – Teatro Universitário do

Algarve, Joselito Acedo, Laura Pereira e Carmen Bentes, Recante, Linda Xennon, Neto do Cão, Daniela Rodrigues acompanhada por Ricardo Coelho, Pedro Silva e Isa Cantos, Paulo Pires, o duo Chinax, o grupo Moçoilas, Discossauro e o Clube da Batucada da Casa do Povo de São Bartolomeu de Messines, foram os nomes que compuseram a programação desta primeira edição de [Ventus] em Faro. “A iniciativa superou as expetativas em diversos aspetos, refletindo o empenho da organização, o entusiasmo dos participantes e a qualidade das propostas artísticas
apresentadas. Esta edição reforça o compromisso em continuar a promover eventos de qualidade, que contribuam efetivamente para o crescimento e desenvolvimento da nossa comunidade”, declarou a organização.
[Ventus] é um projeto da Inala Producciones e da Associação Cultural Sopro de Vista que conta com o apoio da Câmara Municipal de Faro e da CCDR –Unidade da Cultura e da Associação de Desenvolvimento Comercial da Zona Histórica de Faro.













Projeto pioneiro no coração do
Algarve foi finalmente inaugurado
oi com emoção e um profundo sentido de missão que se celebrou a inauguração oficial do Ombria Algarve, no dia 18 de junho, um Projeto de Potencial Interesse Nacional (PIN) que demonstra grande relevância para a economia nacional e que marca uma nova era para o turismo de luxo sustentável, a valorização do território e o investimento consciente em Portugal.
A cerimónia inaugural contou com a presença do Secretário de Estado do
Turismo, Comércio e Serviços, Pedro Machado, que elogiou a visão de longo prazo do Ombria, destacando-o como “um exemplo de como o turismo pode gerar impacto positivo nas comunidades locais, preservar a identidade do território e atrair um visitante mais consciente e exigente”. Um marco importante que reuniu várias figuras de relevo como Ilpo Kokkila e Timo Kokkila (respetivamente, Presidente do Conselho de Administração e Membro do Conselho de Administração do Grupo Pontos, principais investidores do projeto), Patrick Freeman – CEO do Ombria,
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina e Ombria Algarve




Daniel Ozzán – Diretor-Geral do hotel Viceroy at Ombria Algarve e Arash Azarbarzin – CEO da Highgate. “Um dia há muito aguardado”, reconheceu Ilpo Kokkila, Presidente do Grupo Pontos e mentor do projeto, que representa 20 anos de compromisso com Portugal e o Algarve. Com uma visão única, destacou que o “empreendimento foi pensado para estar integrado com a comunidade local e em harmonia com a natureza”. “Queremos que o Ombria seja um lugar único, um santuário de bem-estar que cresça, se renove e redefina continuamente o conceito de ambiente residencial e turístico de excelência em Portugal e no sul da Europa”, assumiu.
De facto, a proposta residencial e turística do Ombria Algarve oferece um portefólio distinto de propriedades, que inclui as Viceroy Residences at Ombria Algarve, as elegantes casas do Oriole Village e as singulares Alcedo Villas. Um equilíbrio perfeito entre privacidade, conforto e acesso a um conjunto alargado de comodidades, refletindo a sofisticação e a ligação à natureza que caracterizam o estilo de vida do Ombria. Patrick Freeman, CEO do Ombria, reforçou, por sua vez, que “o projeto aspira a ser um destino autêntico de luxo moderno, aberto todo o ano, e que reforce Portugal como destino de excelência no




panorama internacional”. Apontou ainda o compromisso com um crescimento consciente e sustentável, em plena harmonia com o território onde o projeto se integra.
O evento, realizado sob um cenário natural deslumbrante das colinas do concelho de Loulé, foi também uma celebração da excelência da

hospitalidade e da inovação no setor do turismo. Depois dos discursos institucionais, seguiu-se uma verdadeira constelação de experiências imersivas que evidenciaram os pilares do projeto:
natureza, bem-estar, comunidade, inovação e luxo consciente, com performances artísticas e descoberta de sabores locais reinterpretados pelos Chefes residentes Pedro Pinto e JeanMichel Rodrigues.
Entre os momentos mais marcantes do dia contou-se um mercado local na praça central com vários artesãos do Loulé Criativo e marcas como Adelino, Flávia Ferreira Feelings, Martina, Pedras da Proteção e Coneli, que trouxeram o melhor do talento e artesanato regional e nacional; ilustrações ao vivo de aguarelas da artista Maria das Letras, oferecidas aos convidados, no acolhedor Café Central; um Sunset Party memorável junto às piscinas e ao pool-bar Salpico, ao som da banda Daddy Jack; música ao vivo na praça central com o Duo Filipa Sousa e Daniel e o projeto Yuca Music. O Real Estate Office foi transformado em «Popup museum» com uma seleção de fotografias antigas e cinema imersivo, acompanhado pelo projeto artístico «Bigorna Fases» do artista Wesley Sacardi; promoveram-se visitas ao spa holístico com 10 salas de tratamento e zona termal que acolheu uma sessão de yoga por Rita B. Domingues, e de sound healing com Johnny White; e foi apresentado o livro «Personal Branding», de Raquel Soares, no rooftop do Bellvino, em parceria com a Uriage em ambiente de contemplação.
Realce igualmente para as experiências «Branded Residences Living», onde os convidados exploraram as Viceroy Residences at Ombria Algarve, com uma «Live Painting Performance» da artista Cláudia Gonçalves e a arte da designer de

moda Jéssica António com o seu projeto «J.ant». Houve ainda oportunidade para assistir a um concerto à luz das velas pelo talentoso quarteto de cordas Eluma Strings e a uma sessão de cinema ao ar livre na praça central, para além de um workshop de observação de estrelas com o especialista João Luís Costa e o seu projeto Astro Faro.
A inauguração oficial do Ombria Algarve marcou, assim, o início de um novo capítulo para o setor do turismo e do imobiliário de luxo, não apenas para o Algarve, mas em Portugal, assumindo-se como um destino de excelência para quem procura investir, viver e experienciar o Algarve de forma profunda, elegante e responsável. O
Ombria Algarve é um empreendimento turístico e residencial com 153 hectares de área total, rodeado por uma paisagem tranquila de colinas verdes, ribeiras e florestas, localizado a 7 quilómetros a norte de Loulé e a 20 quilómetros das praias e do aeroporto de Faro. O Ombria ambiciona ser pioneiro de uma nova geração de destinos, em que a autenticidade e a sustentabilidade ambiental e social, bem como a integração com a comunidade local, formam os pilares fundamentais.
O empreendimento é constituído por várias fases de imobiliário, incluindo moradias de luxo, moradias geminadas e apartamentos como as Viceroy Residences at Ombria, o Oriole Village, as
Alcedo Villas e a zona norte do Ombria; o Viceroy at Ombria Algarve é um hotel de 5 estrelas, gerido pela Viceroy Hotels & Resorts e que inclui 141 quartos, suites e apartamentos, um spa, ginásio, 5 restaurantes e bares, kids club, um centro de conferências e várias piscinas aquecidas; o campo de golfe premiado internacionalmente de 18 buracos é da autoria de Jorge Santana da Silva; existem ainda funcionalidades de lazer e entretenimento, como horta biológica, instalações de apicultura, percursos pela natureza para caminhadas e passeios de bicicleta.
O Ombria Algarve é um projeto do Pontos Group, um family office finlandês que investe em projetos imobiliários, empresas em crescimento e private equity, em diferentes setores na
Finlândia, nos países bálticos e em Portugal. Com hotéis e residências em Los Cabos e Riviera Maya (México), Kopaonik (Sérvia), St. Lucia (Caraíbas), Snowmass (Colorado), Santa Monica (Califórnia), Chicago (Illinois), Washington, D.C. e no Ombria Algarve (Portugal), a Viceroy oferece uma nova visão da hospitalidade, centrada na riqueza das experiências e na conexão genuína. Aos hóspedes é oferecido um serviço intuitivo, um design elevado e momentos cuidadosamente concebidos inspirados na cultura, na arte e nas maravilhas naturais de cada localização.
A Viceroy é membro da Global Hotel Alliance (GHA) DISCOVERY, um programa de fidelidade único com benefícios e experiências exclusivas para os seus membros em mais de 550 hotéis.




2.º Festival ECOlógita animou zona do Castelo de Tavira
e 7 a 9 de junho, Tavira foi palco de três dias inesquecíveis, destinados a todas as idades, com momentos de aprendizagem, reflexão, diversão e conexão à natureza na zona do Castelo. O ECOlógita voltou a proporcionar uma experiência única e diferenciadora a todos/as os/as defensores/as do ambiente, assim como para quem quer envolver-se na construção de um futuro mais sustentável.
Palestras para inspirar, oficinas e atividades práticas para despertar ou consolidar a consciência ecológica, ecomercado com produtos responsáveis ambientalmente, documentários para aprender mais sobre vários temas, projetos inovadores na área e artistas que partilham a paixão pela sustentabilidade, o respeito pelo planeta e defensores da justiça social, foram alguns dos ingredientes da segunda edição deste festival organizado pela Câmara Municipal de Tavira e que incluiu ainda, no Sítio das Quatro Águas, diversas atividades náuticas.
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Município de Tavira


No dia 7 foram também apresentados os resultados do Orçamento Participativo (OP) 2024/2025, bem como foram entregues os respetivos galardões e certificados aos proponentes das propostas vencedoras. Na presente edição do OP foram submetidas 32 propostas, das quais 10 reuniram as condições técnicas necessárias para avançar à fase de votação. Destas, 4 foram eleitas como vencedoras: a Playstreet: E se essa rua fosse minha; Ginásio Outdoor – Calistenia; Espaço Multiusos Coberto – Santo Estêvão; e Captação de Águas Fluviais –correspondendo a um investimento total de 100 mil euros (25 mil euros por projeto). A cerimónia de entrega dos prémios destacou o forte envolvimento
da comunidade, com 1.060 votantes, o maior número registado desde a implementação do Orçamento Participativo no concelho de Tavira, demonstrando o crescente interesse da população nas decisões que impactam diretamente o seu território.
O Município de Tavira anunciou ainda, no último dia do ECOlógita, os vencedores do programa de empreendedorismo jovem «Ideias à Maré», uma iniciativa que nasceu da proposta vencedora do Orçamento Participativo 2022/2023, «Academia de Ideias». Sob o mote «Lança a tua ideia à maré», o programa desafiou jovens do concelho, entre os 18 e os 35 anos, a transformar ideias inovadoras em

projetos sustentáveis e com impacto real no território.
A iniciativa contou com 25 inscrições, das quais 18 projetos completaram o percurso formativo, que decorreu entre novembro e maio. Os participantes beneficiaram de uma formação abrangente em áreas como sustentabilidade ambiental, economia circular, gestão económica e financeira, marketing, vendas e elaboração de planos de negócios. No dia 9 de junho, foram entregues os certificados de participação a todos os jovens envolvidos e anunciadas as ideias vencedoras, que recebem agora apoios financeiros para a concretização dos seus projetos.
O 1.º prémio, no valor de 6 mil euros, foi atribuído a Joel Silva, com o projeto SILV,
uma plataforma digital pensada para modernizar a gestão na restauração, facilitando reservas e comunicação com clientes, através de ferramentas inteligentes e acessíveis. Em 2.º lugar, com um prémio de 4 mil euros, ficaram Catarina Fonseca e Maura Fonseca, com um serviço de Pet & House Sitting e Dog Walking, que oferece cuidados personalizados a animais de estimação no conforto das suas casas, incluindo passeios e acompanhamento diário. O 3.º prémio, no valor de 2 mil e 500 euros, foi entregue a Henrique Lopes, Rúben Farrobinha e Filipe Lourenço, autores do projeto UNCOOL Estúdio Criativo, que propõe um espaço de desenvolvimento artístico e cultural, pensado para inspirar novas ideias e fomentar a criatividade local.


















Milhares rumaram a Vila do Bispo para desfrutar do Festival do Perceve
Festival do Perceve de Vila do Bispo foi, entre 27 e 29 de junho, destino de mais de 7 mil pessoas desejosas de saborear os afamados perceves da Costa Vicentina, bem como mexilhões, lapas, moreia frita, choco frito, salada de polvo e papas de xerém e outras iguarias da região, num ambiente familiar e descontraído.
A sessão de abertura foi presidida pela edil vila-bispense, Rute Silva, que esteve
acompanhada pelo presidente da Associação de Marisqueiros de Vila do Bispo e Costa Vicentina, Paulo Lourenço, e pela vice-presidente da CCDR Algarve, Elsa Cordeiro. Da comitiva fizeram ainda parte o presidente da Assembleia Municipal, Luciano Rafael, os vereadores do município, presidentes das Juntas de Freguesia, entidades nacionais, regionais e locais. Este ano, a cerimónia contou também com a presença das comitivas espanholas dos municípios de Baiona e de Santa Fé, geminados com Vila do Bispo.
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina e Município de Vila do Bispo



Na ocasião, Rute Silva dirigiu-se aos pescadores profissionais, ilustres herdeiros de uma longínqua tradição e lembrou que, “com presença e sempre em diálogo de proximidade, tenho promovido diversas ações concretas que vão ao encontro das necessidades e aspirações dos pescadores locais e das respetivas associações de pesca e de armadores”. “Os pescadores que operam no Porto da Baleeira e nas praias da Salema e de Burgau têm contado com o meu apoio pessoal e do executivo de represento, designadamente na resolução de problemas que, em boa verdade, não se encontram sob a tutela e responsabilidade direta do Município. É o caso da recente candidatura submetida ao MAR2030 e a tomada de posição do Município relativamente às concessões e infraestruturas de aquacultura inativas e abandonadas na nossa costa, entre o Barranco e a Salema”, declarou a autarca.
Olhando para os marisqueiros e as suas preocupações em torno desta atividade tão importante na economia local e para tantas famílias vila-bispenses, Rute Silva recordou as diversas reuniões que promoveu entre os apanhadores de perceve do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e as respetivas associações, a Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e biólogos especialistas da Universidade de Évora, “diálogo que resultou na elaboração de uma proposta consensual que visa estabelecer o novo regime do exercício da apanha comercial de perceves no nosso Parque Natural”. “Este nosso projeto de Portaria vem propor, entre outras medidas, a revogação da Portaria de 2006 e a alteração do período de defeso da apanha de perceve, tendo sido




submetido pela Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, à qual agradecemos todo o empenho, à Secretária de Estado das Pescas, encontrando-se a aguardar aprovação e entrada em vigor desde fevereiro deste ano”
A presidente de Câmara sublinhou que o Concelho de Vila do Bispo define-se, muito peculiarmente, “pela sua extrema geografia, recortada pela ímpar natureza geológica do Cabo de São Vicente, místico promontório cercado por águas de história e de aventuras aquém e além-mar”. “Não será por acaso que o Concelho de Vila do Bispo é hoje justamente reconhecido como «Capital do Perceve», crustáceo marinho que floresce nas poderosas arribas da Costa Vicentina, temperado pelo sal do Atlântico e pelo sol do Mediterrâneo. Para muitos apreciadores desta nossa iguaria, o seu
sabor, ímpar e delicado, revela-se como um autêntico «beijo do mar». A arte da apanha do perceve exige, tão somente, saber, destreza e coragem, pelo que os apanhadores de perceve podem ser considerados especializados aventureiros numa profissão de altorisco”, destacou. “Há muito que as nossas gentes dividem as suas vidas entre a terra e o mar, guiadas pelos ciclos da lua e das estações, diversificando a exploração dos recursos naturais disponíveis de forma exemplarmente sustentável. A apanha do perceve consiste, portanto, numa atividade de notável personalidade, que confere identidade ao sabor único deste marisco tão querido no nosso concelho”, disse.
Para Rute Silva, a tradicional atividade dos marisqueiros é, de facto, única à escala global, assumindo-se como um ativo diferenciador do Património Cultural Imaterial de Vila do Bispo. “Por



isso, aqui agradeço a todas as gerações de marisqueiros que, ao longo dos tempos, marcaram este nosso território. Nas suas assombrosas jornadas, sempre que o mar permite, os nossos marisqueiros enfrentam a escarpada vertigem das falésias; entregam a vida às cordas que abraçam com a confiança do saber; mergulham na espuma das ondas com uma arrilhada na mão e regressam à superfície com um bornéu cheio de preciosos tesouros oferecidos pelo mar”, descreveu, antes de agradecer à Associação de Marisqueiros da Vila do Bispo e da Costa Vicentina o empenho na realização de mais um Festival do Perceve de Vila do Bispo, não esquecendo também o esforço e dedicação de todas e de todos os funcionários da Câmara Municipal envolvidos na organização deste grande
evento regional, bem como todas as entidades, patrocinadores, colaboradores e expositores que de alguma forma se encontram associados, direta e indiretamente, à sua concretização.
O 11.º Festival do Perceve foi organizado pela Câmara Municipal de Vila do Bispo, em parceria com Associação dos Marisqueiros da Vila do Bispo e Costa Vicentina, com o intuito de valorizar a atividade dos marisqueiros locais e promover os sabores únicos da Costa Vicentina. Nestes três dias de festa, além dos petiscos, o Festival contou também com animação itinerante dos AlFanfare, com a atuação do Grupo de Cantares C.C.S.F. – Vila do Bispo e do Grupo Flor de Amendoeira, e houve um espaço dedicado às crianças na zona de expositores.






Marchas Populares de Lagos promoveram
Encontro de Culturas pela Paz
cidade de Lagos acolheu, entre 19 e 21 de junho, mais uma edição das Marchas Populares, que encheram de cor, música e tradição a Praça do Infante. Sob o tema «Encontro de Culturas pela Paz», o evento deste ano celebrou os laços entre os povos e a riqueza da diversidade cultural, com um programa recheado de animação, desfiles, bailes, tasquinhas e muito mais.
A organização esteve a cargo da Câmara Municipal de Lagos, numa grande festa popular onde não faltaram os cheiros típicos da época — manjerico, orégãos, sardinhas assadas — e o espírito alegre dos Santos Populares. Do programa fizeram parte, no dia 19, as atuações da Orquestra Ligeira de Lagos com os fadistas Gabriel Fialho e Vânia Rodrigues, do Rancho Folclórico e Etnográfico de Odiáxere, o desfile da Marcha da Santa Casa da Misericórdia de Lagos, Marcha da Associação
SãoBrazArte (São Brás de Alportel), Marcha da Boavista dos Pinheiros

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Carlos Afonso/ Município de Lagos



(Odemira), Marcha do Sporting Glória ou Morte Portimonense (Portimão) e Marcha do Centro de Cultura e Desporto dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Lagos, seguida de baile animado por Humberto Silva.
No dia 20 de junho atuaram a Sociedade Filarmónica Lacobrigense 1.º de Maio, o Centro de Estudos de Lagos e o Grupo de Bailarinas de Vera Benedito e desfilam a Marcha da NECI – Núcleo Especializado para o Cidadão Incluso, Marcha do Centro Comunitário Duna CASLAS, Marcha Baeta – Messejana (Aljustrel), Marcha Popular de Bordeira (Faro), Marcha do Grupo de Amigos da
Pedreira (Silves) e Marcha do Clube Desportivo de Odiáxere, terminando a noite com o baile com Ricardo Glória. Finalmente, no dia 21 de junho, a festa começou com Tino Costa e a Academia de Ballet, Dança & Arte Sofia Rodrigues, depois desfilaram a Marcha Popular dos Bombeiros Voluntários de Cercal do Alentejo, Marcha Popular do Lar de S. Teotónio, Marcha do Clube de Instrução e Recreio Mexilhoeirense (Mexilhoeira Grande), Marcha Popular do Estrela Desportiva de Bensafrim e a Marcha do Clube Artístico Lacobrigense e a noite concluiu-se com o baile com Cláudio Rosário.





















Campeonato Nacional de 1.ª e 2.ª
Divisão de Ginástica Acrobática disputou-se em Albufeira
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
Campeonato
Nacional de 1.ª e 2.ª divisão de Ginástica Acrobática disputou-se em Albufeira, contando com a participação de centenas de atletas de 36 clubes para disputar os títulos nacionais em várias categorias. De facto, passaram pelo Pavilhão Desportivo
de Albufeira quase 500 atletas, incluindo praticamente todos os que representaram a seleção nacional no último Campeonato da Europa de Ginástica Acrobática.
O praticável montado no recinto recebeu as provas das diversas categorias e escalões, desde Iniciados até Seniores e o presidente do Município de Albufeira, José Carlos Rolo, não escondeu a


satisfação pela forma como decorreram os campeonatos, realçando “a importância de trazer cada vez mais eventos de referência para o concelho” “Albufeira é hoje um ponto de encontro nas mais diversas áreas, e isto é fundamental para combatermos os efeitos na sazonalidade da nossa indústria turística”, reforçou o autarca. Também o vice-presidente da Câmara Municipal e vereador com o pelouro do Desporto destacou a “capacidade instalada no Município para o acolhimento de eventos desportivos em diferentes modalidades”. Em vésperas de Albufeira se tornar Cidade Europeia do

Desporto 2026, Cristiano Cabrita considera que “estão reunidas as condições para mostrarmos que estamos à altura de receber as competições mais importantes”.
Os Campeonatos Nacionais de 1.ª e 2.ª Divisão de Ginástica Acrobática foram organizados pela Federação de Ginástica de Portugal, com coorganização do AcroAlbuhera – Clube de Ginástica de Albufeira e o apoio institucional do Município de Albufeira, do IPDJ e do Plano Nacional de Ética no Desporto.














































































































HMB AQUECERAM PRIMEIRA FESTIVAL DO PERCEVE DE

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
PRIMEIRA NOITE DO 11.º DE VILA DO BISPO


11.º Festival do
Perceve de Vila do Bispo, organizado pela Câmara Municipal de Vila do Bispo, em parceria com Associação dos Marisqueiros da Vila do Bispo e Costa Vicentina, voltou a encher o recinto junto à Escola Básica de São Vicente, de 27 a 29 de junho, de milhares de adeptos dos mariscos e iguarias da região, e para isso também muito contribuiu a programação musical, que desta feita contou com os HMB, a Festa M80 e Maninho.
A primeira noite assistiu a mais um excelente concerto dos HMB, banda portuguesa de soul e funk, em atividade desde 2007, e constituída por Héber Marques, Fred Martinho, Daniel Lima, Joel Silva e Joel Xavier. Sempre elétricos e cativantes, sob a batuta do vocalista Héber Marques, aqueceram a noite de Vila do Bispo com temas do seu mais recente disco, «Neste deserto nascem flores», de 2024, e não faltaram sucessos como «O amor é assim», «Peito», «Não me leves a mal», «Dia D» ou «Lembra-Te de Mim».




























BLIND ZERO DERAM A CONHECER AND DOOM» NO CINETEATRO
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Jorge Gomes

CONHECER «COURAGE CINETEATRO LOULETANO


om milhares de discos vendidos, nove álbuns editados e um DVD ao vivo para a MTV em Milão, os Blind Zero fazem parte da história da música em Portugal. Com 31 anos de carreira, a banda vive um dos melhores momentos e o novo disco, «Courage and Doom», atesta a boa forma. Ao vivo surpreendem com um espetáculo químico e intemporal, revelador da enorme criatividade e vitalidade, como disso foi exemplo a espetacular atuação no Cineteatro Louletano, em Loulé, a 14 de junho.
Os Blind Zero foram a primeira banda de rock cantado em inglês a atingir o galardão de ouro em Portugal, a receber
o primeiro prémio da MTV para Best Portuguese Act e a vencer o concurso europeu SCYPE com o original «My House». Percorreram as cidades do Porto, Coimbra e Lisboa em cima de um autocarro para celebrar os 13 anos de carreira e já tocaram suspensos a 10 metros do chão num concerto memorável e único. De facto, os Blind Zero têm um percurso ímpar e é em palco que demonstram a sua verdadeira essência, sendo cada espetáculo especial e irrepetível. E que o diga o público que encheu o Cineteatro Louletano para vibrar com temas como «Recognize», «Slow time love», «Shine on», entre muitos outros, interpretados por Miguel Guedes, Nuno Espinheira, Vasco Espinheira e Pedro Guedes.





















Um livro: Murmúrio, de Christian Bobin (Barco Bêbado, 2024). (Ainda o joelho)
Ana
Isabel Soares, professora
e este livro for o último, então é preciso que ele seja o mais jovem de todos os que já escrevi” (p. 20). Aposto que muitos comentários a Murmúrio, de Christian Bobin, abrem com esta citação – é difícil resistir à frase, quando se está perante o derradeiro livro do autor, que ele já nem viu publicado. Mas o que Bobin revela, num momento em que já se sabia doente e com tempo curto de vida (escreveu estas notas no hospital, conforme registou na última página, e permanentemente repara na falta de tempo – “visto que não tenho mais tempo, pois bem, vou agarrá-lo”, p. 68), além de uma consciência fina de tudo o que escreveu, é a ambição de quem escreve, a luta que persiste, a guarda que não baixa, mesmo próxima da morte, em relação à escrita. “É preciso” (“il faudrait”, no original) não assinala apenas a necessidade – instaura um dever, o compromisso de quem escreve, uma exigência a cumprir. Para um autor como Bobin, cuja matéria de escrita é o espírito (muitas vezes, o sentido do transcendente, outras nada mais do que a ideia de existir), a linguagem pode ser-lhe um potencial obstáculo tanto quanto o seu melhor instrumento, e a vigilância sobre o que deixa escrito tem de ser implacável. Por isso, Bobin afirma que
escreve “em surdina” (p. 24), ou “em voz baixa”. Como se usasse toda a força vital para evitar o ruído – nada mais do que um murmúrio, o que escreve. “O carro rola na noite através da França” (p. 85) – mesmo o movimento de um automóvel é de noite que surge. Poderia ter escrito “O carro rola através da França”? De modo algum: é que, além de deixar uma frase em desequilíbrio, deixaria por sublinhar a hora silenciosa, a calma em volta, a cumplicidade que aninha leitor e voz da escrita na observação daquela breve agitação do ar.
Escrito no vazio da proximidade da morte, Murmúrio é, apesar disso, uma torrente: as memórias que Bobin revisita desde o seu quarto de hospital estão animadas pelo piano de Sokolov (se o silêncio for demasiado, é excessivo o “medo de escrever a primeira palavra”, p. 105) e pelos pássaros que ouve e vê lá fora. São eles, confessa, quem verdadeiramente o ensina a escrita: “o meu mestre é uma andorinha” (p. 52); “O pica-pau bebé não tinha medo de nós. Afinal, não é nosso irmão? Talvez até nosso mestre” (p. 22). O que procura Bobin, no fim da vida? Conhecer o universo, que foi perscrutando em cada uma das frases que compôs? Entender o que fez nos dias da sua vida? A cadência do que escreve é humanamente respirável, acalma, tem o ritmo poético

que contraria o quotidiano fora da página. O murmurar une-se às canções de embalar (de que falava, com vagar, no seu precioso “O estucador que assobia”),
a Chopin saído dos dedos de Sokolov sobre as teclas, à paz de quem acompanha, com um “Dorme, dorme”, o sono que se inicia.
Foto: Vasco Célio
Viva Technology Paris: O epicentro das startups e do futuro tecnológico
Fábio Jesuíno, empresário
Viva Technology é o maior evento europeu de startups e tecnologia, reunindo em Paris mais de 180 mil participantes de 171 nacionalidades e 14 mil startups.
A edição de 2025 do Viva Technology confirmou, mais uma vez, o seu papel de destaque no cenário global da inovação. Este ano, a Inteligência Artificial assumiu o protagonismo absoluto do evento, evidenciado por um aumento de 40 por cento no número de expositores dedicados ao setor e por uma agenda repleta de lançamentos, demonstrações interativas e debates com líderes mundiais da tecnologia.
O Viva Technology não se destacou apenas pela apresentação de novas tecnologias e startups, mas também pelo ambiente vibrante de networking e pela criação de parcerias. Considero-o o verdadeiro epicentro da inovação, da transformação digital e da sustentabilidade.
Tive o privilégio de participar, pela segunda vez, da 9.ª edição do Viva Technology, realizada em Paris. Foi uma experiência profundamente inspiradora e
motivadora, que me permitiu conhecer de perto quem está na vanguarda da inovação mundial e identificar as principais tendências que irão moldar o futuro da tecnologia e das startups nos próximos anos.
Entre os principais oradores estiveram nomes que lideram a transformação tecnológica global: Jensen Huang (CEO da NVIDIA), responsável por impulsionar a revolução do hardware de IA; Arthur Mensch (CEO da Mistral AI), expoente europeu em inteligência artificial generativa; Joe Tsai (vice-presidente executivo do Alibaba); Yann LeCun (Chief AI Scientist da Meta); Thomas Wolf (CEO da Hugging Face); Mike Krieger (Anthropic); e Vanessa Wyche (NASA), além de figuras como o presidente francês Emmanuel Macron e executivos de empresas como LVMH, Instacart, OpenAI e Canva.
O Canadá foi o país convidado na edição de 2025 do Viva Technology, destacandose com a maior delegação internacional do evento: mais de 500 representantes de mais de 170 empresas e organizações especializadas em tecnologia e inteligência artificial marcaram presença em Paris.
Um ponto que gostaria de realçar é a liderança da delegação pelo Ministro da

Inteligência Artificial e da Inovação Digital do Canadá, Evan Solomon. O simples facto de o Canadá já contar com um ministério dedicado à inteligência artificial e à inovação digital é, em si, um sinal claro do caminho estratégico que o país está a trilhar e da importância que atribui ao futuro tecnológico. Trata-se de um exemplo inspirador para muitos países europeus, especialmente Portugal, que ainda não dispõem de estruturas governamentais tão focadas neste setor emergente.
Tive uma experiência extremamente positiva com as delegações de Portugal e do Brasil no Viva Technology. Fui muito bem recebido por todos e tive a oportunidade de conversar com diversos participantes, sentindo de forma marcante a energia vibrante da lusofonia presente no evento.
Inovação portuguesa esteve em destaque no Pitch Studio, com nove startups, a EXO Innovation & Sustainability, GetVocal.ai, Granter.ai, InsurAds, Logidot, Miraiku, NeuroSoV, SIDIS e VeriCasa, apresentando soluções disruptivas em áreas como inteligência artificial, imobiliário, neurotecnologia e sustentabilidade. O grande destaque foi a
Granter.ai, vencedora do troféu do Pitch Studio. A participação, organizada pela Startup Portugal e AICEP através do programa Business Abroad, reuniu 20 startups nacionais, que também participaram de um evento exclusivo no Consulado Geral de Portugal em Paris. André Faria, da Startup Portugal, sublinhou a importância de criar pontes internacionais para fortalecer o ecossistema empreendedor português.
O Brasil também brilhou, com a Muda Meu Mundo sendo reconhecida como a startup brasileira mais promissora do evento, recebendo o troféu Brazil Tech Winner – VivaTech 2025. A solução, voltada para impacto social e expansão internacional, foi valorizada pela resposta a desafios globais como transição verde e crescimento inclusivo. Juliana Vasconcelos, da ApexBrasil, destacou o crescimento da delegação brasileira, que contou com 38 startups, cinco vezes mais do que em edições anteriores. A ApexBrasil, em parceria com o Sebrae, tem investido fortemente na internacionalização das startups brasileiras, oferecendo infraestrutura e suporte estratégico.
A edição de 2025 da Viva Technology realizou-se em Paris, ao longo de quatro dias, no emblemático parque de exposições da Porte de Versailles. Esta foi, sem dúvida, a maior e mais impressionante edição de sempre. Foi um privilégio ter sido convidado e poder vivenciar de perto este ambiente extraordinário, repleto de criatividade e tecnologia.
A solução para este país, tem um nome: Mouna Sori
Júlio Ferreira, inconformado encartado
ndava eu, numa tarde qualquer, mergulhado em pensamentos banais — se fechei bem a porta de casa — e noutras questões perfeitamente normais como metafísica comparada, fractais emocionais, a origem do universo ou se os sonhos não passam de soluços da consciência — quando, num piscar de neurónio, soltei um “Uau!!”
E repito, com toda a solenidade que o caso exige, com a emoção de quem (em pleno agosto) descobre um lugar para estacionar mesmo à porta de casa e sem parquímetro à vista: UUAAAUU!!!
Meus caros, andamos por aí a bater com a cabeça nas paredes, a votar várias vezes por ano em políticos que se revelam fracos, incompetentes ou meramente decorativos, a gastar fortunas em psicólogos, chás de camomila, óleos essenciais e terapias tão alternativas que até o senso comum lhes virou costas… quando afinal a solução estava colada no vidro do meu carro, entre um panfleto do «Tó-Tubos» (canalizações urgentes e marquises por medida), um anúncio daquelas massagens maravilhosas… duvidosas queria eu escrever… e o aviso
da revisão que eu devia ter feito em fevereiro.
Chamem-lhe coincidência. Chamem-lhe destino. Eu chamo-lhe Professor Mouna Sori – Ajuda com sucesso onde os outros falham. Amigos, preparem-se: o mundo mudou. E não foi por causa das eleições. Sim, senhoras e senhores, ponham-se a pau porque o Mourinho dos Videntes chegou. E não vem para empatar, vem para resolver. Com 35 anos de experiência (o que levanta suspeitas, dado que começou aos 6... será que lia a sina à professora da primária com búzios no recreio?), o homem promete curar tudo. TUDO. Este astrólogo africano de confiança (e quem sou eu para duvidar?), não é só um nome. É um conceito. Uma esperança. Um plano de recuperação nacional. Uma espécie de PRR místico, mas sem a burocracia da Comissão Europeia. O Costa já foi, o Marcelo já só tira selfies, e o Montenegro… bom, o Montenegro está lá, vá, até quando não sabemos. Mas nenhum deles cura o mauolhado. E isso, convenhamos, faz falta. Especialmente no Parlamento, onde aquilo anda cada vez mais carregado de más energias e mais assombrações que um especial de Halloween.
Aliás, proponho desde já: Mouna Sori para candidato a Presidente! Já são tantos que mais um, não faz mal a

ninguém. Porque não apostar num que pelo menos tem o dom da cura e da certeza? Diz o panfleto: “Ajuda com sucesso onde os outros falham”.
Amigos, se isto não é um slogan de campanha eficaz, então não sei o que será. E se alguém ainda duvida da idoneidade do professor, basta comparálo com os últimos primeiros-ministros. O Sori não pede desculpa — mas cura tudo! (Sim, sim, é um trocadilho com o inglês sorry... de ir às lágrimas ou só parvo?). Ao
menos ele avisa que cobra por milagre. Os outros cobram... e nós continuamos à espera do milagre, que nunca chega.
E ele resolve tudo, desde o mau-olhado à falta de amor, passando por aquela coceira emocional que nem Freud conseguia diagnosticar. Aah, pois, é… também me parece que já começaram a perceber que com este menino não fazem farinha.
Dotado de conhecimentos e poderes (o panfleto não especifica se é Wi-Fi ou Bluetooth), o Professor Mouna Sori é o Chuck Norris das energias espirituais: não falha. Onde os outros desesperam, ele sorri, estala os dedos e — zás! — sucesso garantido.
…ódio, álcool, maus-olhados, financeiro, afectivo, negócio, depressões, insucessos, 10 tipos de doença, incluindo casos desesperados – Paarou, parou, parou!!! Só 10 tipos de doença!?? Mau… então vem um gajo lançado na cura, já sem beber, a amar tudo o que mexe, carregadinho de bons-olhados, feliz e cheio de dinheiro, para depois correr o risco de ter uma doença que não faz parte destas dez!??? Ui… isto assim já me parece um bocadinho banha da cobra. Mas pronto, não julguem já o homem como fizeram com o Sócrates ou Montenegro, talvez as doenças não sejam o forte do grande Sori.
Ele cura ódio, álcool, insucessos, problemas financeiros, afetivos, profissionais, maus-olhados, doenças e complexos físicos ou morais. E tudo isso com eficácia garantida (Agora, “eficácia garantida” por quem? Não sabemos. Mas soa bem.)
E a cereja no topo da espiritualidade:
Ele faz exame do sexo para ter força no amor – Ora bem… entramos no consultório do Mouna Sori, não vemos um único aparelho com aspeto hospitalar, dizemos que andamos fracos no amor e ele diz o quê!? “Põe lá isso pra fora vamos ver se está fraco no amor ou só mal posicionado no zodíaco!!” É
assim!??? Sem um jantar à luz das velas, uma música romântica de fundo nem nada??? Huummm… cheira-me que esta medicina tradicional é assim a dar pro badalhoco…
Mas calma, que há mais:
“Se o teu marido ou mulher foi embora, vem consultar-me e irás vê-lo na mesma semana”.
Repara: não diz que volta. Diz que o vês. O que, em linguagem espiritual avançada, pode significar um avistamento breve na rotunda do Pingo Doce. Na padaria. No Lidl. No feed do Instagram. Mas ei! Está cumprido. Um génio este Professor Mouna Sori.
Portanto, meus caros, deixem-se de choradeira e lamúrias. A vida é difícil? Claro. Mas só continua a ser se não ligares já a estas oportunidades que o universo coloca à tua frente (mais concretamente: colada no vidro do meu carro, entre um panfleto do «Tó-Tubos», um anúncio daquelas massagistas simpáticas e tão dadas e o aviso da revisão) porque só tem problemas quem quer.
E para quem acha que isto é banha da cobra… cuidado. Pode ser inveja. E inveja é coisa que o Mouna também trata. Em menos de três dias. Com garantia.
O caminho da iluminação espiritual, da riqueza, do amor e do «exame do sexo» está a uma chamada de distância.
Mouna Sori está entre nós. E não veio para brincar.

Talentos
Paulo Neves, «ilhéu», mas nenhum homem é uma ilha
Àfalta de recursos financeiros a região e muitas das suas iniciativas têm sobrevivido graças ao talento, adesão de muitas vontades que, de repente, surgem, de entre as pessoas que menos se espera ou motivados pelas lideranças que se afirmam episodicamente.
Pois claro que assim é normal que falte sustentabilidade a boas ideias, que vingariam havendo direcionamento de políticas e/ou apoios estratégicos.
Invariavelmente os projetos são bem pensados e até reúnem, em determinado momento, a concertação de vontades óbvias dos vários níveis e atores que detém responsabilidades nos vários setores. Mas depois, mudam-se os atores e deixa de acontecer ou desvanece a capacidade de manter as expetativas e, portanto, alteram-se os objetivos e ficamos aquém do sonhado até ao definhamento do anunciado.
Temos de facto empreendedores, nos vários domínios, muitos que vão além dos limites para superar as novas dificuldades e surpresas do caminho que trilham esperando o cumprimento de terceiros. Aguentam porque têm talento. Vontade.
Que rica, em talentos, é esta região. Imaginem o que foi feito por tantos apesar da falta de compromisso de terceiros que a seguir tolhem o futuro prometido.
Foi assim no turismo em que o Algarve esteve tantos anos sozinho a lançar novas ofertas e produtos, a manter e fazer florescer atividades e investimentos ainda assim sem acompanhamento de infraestruturas, equipamentos, promoção e envolvimento.
Somos uma potência graças aos recursos endógenos e um deles, o maior, as pessoas que vivem e vieram viver para a região e a fizeram crescer, criando nova riqueza e oportunidade a muitos que viviam e viveriam muito pior se o desenvolvimento não substituísse a pobreza instalada.
Basta pensar que, mesmo sendo contribuintes líquidos, não recebemos retorno para maximizar tais investimentos, o que seria se nos mantivéssemos no anonimato nacional da subsistência regional.
É assim na cultura. Programa de eventos prometidos cuja continuidade sucumbe aos sabores do momento político que só existem, outros, por força dos recursos locais. Equipamentos com grande impacto que deveriam ser apoiados por uma rede nacional de

orquestras, produções e organização dos chamados Teatros Nacionais que só nos chegam se negociarmos como as demais ofertas privadas.
Os equipamentos vão-se mantendo por teimosia das vontades locais e dos recursos destes que os mantêm abertos, porque públicos foram criados por força de talentos que não desistem de surpreender na qualidade da sua
afirmação, pois que apoios estruturados também lhes não chegam.
Tive a honra de em dois momentos ter participado em oportunidades que singraram apesar de todas as dificuldades.
A fundação da Orquestra do Algarve (estava então da Região de Turismo) e a teimosia do maestro Alvaro Cassuto com a dos municípios fizeram acontecer (e
Foto: João Neves dos Santos
agora ainda manter-se) esta fantástica oferta cultural. Vão ao site da NAXOS e surpreendam-se com a qualidade das gravações e a quantidade dos suportes disponíveis com o nosso nome, assim como gravações da Antena 1 ou na RTP de então. A teimosia dos talentos que se lhe seguiram fez com que o projeto não sucumbisse e já passaram quase 25 anos desde que foi alojada, inicialmente, no 8.º piso da RTA.
O Teatro Municipal de Faro (Teatro das Figuras) que agora atingiu 20 anos de atividade, onde também contribuí, no início, com quem sabia (muito mais do que eu) para a sua afirmação.
Mas vivem ainda dessas vontades que fazem com haja oferta cultural a enriquecer a nossa oferta turística e a nossa formação cívica enquanto comunidade, com novos compositores, músicos, atores, criadores, produtores, interpretações…
Somos ricos, tão ricos que a «capital do outro reino» continua a não integrar, maximizar, impulsionar, reconhecer tanta atividade. Estes casos e muitos outros casos que os talentos teimam em manter com base na sua vontade e recursos locais sendo pouco/nada aproveitados no concerto nacional. E não era para ser assim.
Era para sermos uma nação com um sentimento coletivo que respeitasse e aproveitasse estes talentos, melhor aproveitando os recursos, fazendo e conseguindo melhores resultados com menos custos e esforços assim apoucados.
A nossa história merece outro comportamento e concerto de vontades que não passando com mudanças de ânimos, dando estabilidade aos criadores, intérpretes e provocadores do desenvolvimento nas diversas frentes e domínios.
É de improvisar quando há imprevistos. Somos bons nisso e temos talento também para «salvar o momento». Mas não devemos estar sempre a improvisar. Um planeamento participado dará a mais melhores oportunidades, sem repetições desnecessárias, com melhor gestão dos recursos e resultados de nível superior como almejamos.
O que escrevi nestes setores aplica-se, por igual razão, noutros planos onde, de quando em vez, soçobramos porque o país deixa que nos «entretenhamos» a ver se desistimos a favor da concentração científica e de investigação dos lugares do costume ao invés de apoiar, de forma estruturada, a competição de talentos disseminada no território e que ajudem ao seu desenvolvimento e aproveitemos vontades e adesão de tantos jovens que nos darão futuro aqui, na sua terra. Concertemos poderes e vontades na(s) voz(es) da região.
Não potenciemos a emigração de talentos parecendo tão preocupados com a imigração.
De outra forma porque seríamos um Estado-nação?
Portugal precisa e o Algarve merece.

Verão no Algarve: quando a distribuição alimentar é posta à prova
Luís Matos Martins, CEO da Pisabell - Soluções Alimentares
gora que navego pelo mundo da distribuição alimentar em Portugal, observo outra dimensão da atividade económica algarvia. O verão já chegou e os desafios renovam-se.
Quem trabalha no setor sabe que o Algarve no verão é um território de oportunidades, mas também de grande exigência. A explosão da procura, impulsionada pelo turismo, obriga as empresas a operar no limite da sua capacidade - logística, humana e estratégica. Este é o momento em que os erros mais se pagam e em que a organização interna se revela um fator decisivo.
A gestão de armazém e de stocks é fundamental para otimizar e maximizar as margens, a análise do mercado, equipas capacitadas e softwares de gestão podem contribuir para mitigar riscos. Este equilíbrio entre planeamento e agilidade é essencial: prever volumes, ajustar encomendas, evitar ruturas ou desperdícios e garantir entregas no tempo certo pode significar a diferença entre uma época rentável ou um verão problemático. Apostar em sistemas de gestão inteligentes, capazes de fornecer
dados em tempo real e apoiar decisões operacionais, é hoje um investimento indispensável.
Neste contexto, a inteligência artificial (IA) pode desempenhar um papel transformador, onde algoritmos preditivos, sistemas de IA e ferramentas de machine learning permitem, por exemplo antecipar picos de procura, otimizar rotas de entrega em tempo real, e contribuir para uma melhor gestão de stocks ao longo do tempo. Ao integrar estas tecnologias, as empresas tornam-se mais ágeis, mais assertivas e mais preparadas para responder aos desafios do verão.
Mas a logística no Algarve tem ainda outra camada de complexidade: o clima As altas temperaturas no Algarve são um desafio, o armazenamento e o transporte deverão ser monitorizados, equipas formadas e tecnologia para uma rentabilidade das rotas são fundamentais. Em dias de calor intenso, a manutenção da cadeia de frio torna-se crítica, especialmente em produtos frescos ou ultracongelados. A falha de um equipamento, um atraso numa entrega ou uma má organização do percurso podem comprometer a qualidade de um produto e, com isso, a relação com o cliente final.

A rentabilidade das rotas – ou seja, a capacidade de entregar mais, em menos tempo e com menos custos – depende de decisões bem estruturadas: definição de zonas de entrega, planeamento de horários fora dos picos de trânsito, integração entre plataformas de pedidos e o backoffice logístico. Nada disto é possível sem equipas preparadas, conscientes da importância de cada etapa e com competências ajustadas ao terreno. A formação contínua e a comunicação interna são, por isso, peçaschave.
A contratação de pessoas representa outro desafio. O verão não é apenas mais uma estação – é, para muitos negócios, o período onde tudo acontece. Recrutar à pressa, sem critério, é um risco comum, mas perigoso. Num mercado onde a mão de obra escasseia, a aposta tem de estar na antecipação e na preparação: criar
equipas mistas entre efetivos e sazonais, definir processos claros de onboarding, e garantir que todos conhecem os standards de qualidade exigidos. As pessoas são o maior ativo de qualquer empresa, mas no setor alimentar são também a linha da frente na prevenção de erros.
Por isso, o apoio técnico é mais do que uma formalidade: é um pilar de segurança. Uma empresa de consultoria no HACCP pode ser um aliado do empresário se o foco for na solução e conhecer o contexto. É essencial que os consultores conheçam o terreno, acompanhem as equipas, estejam disponíveis para apoiar em tempo real e ajudem a criar rotinas que vão além do “cumprir a legislação” - contribuindo ativamente para uma operação segura, eficaz e sustentável. Este tipo de parceria é especialmente valioso em pequenas e médias empresas, onde a gestão diária já absorve grande parte da atenção dos empresários.
O que tenho aprendido com esta experiência é que a distribuição alimentar, sobretudo num território como o Algarve, exige mais do que resiliência: exige visão, processos e conhecimento. O verão traz consigo um stress operacional inevitável, mas também uma oportunidade para testar modelos, corrigir falhas e consolidar boas práticas. Quem o encarar como uma época de sobrevivência estará sempre em desvantagem. Quem o encarar como um momento estratégico, pode sair do verão mais forte, mais preparado – e com melhores resultados.


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