Fernando Daniel em São Brás de Alportel (pág. 126)
OPINIÃO
Paulo Cunha (pág. 136)
Mirian Tavares (pág. 138)
Júlio Ferreira (pág. 140)
Carlos Manso (pág. 142)
Sílvia Quinteiro (pág. 144)
Paulo Neves (pág. 146)
Do Celeiro do Trigo ao Celeiro da Memória:
Projeto de Mediação Cultural
naugurado no dia 20 de janeiro de 2024, o Museu de Vila do Bispo – Celeiro da História resulta da reabilitação do antigo edifício dos celeiros locais da Federação Nacional dos Produtores de Trigo, construído na década de 1950. Trata-se de um projeto genuinamente inclusivo e participativo, desde cedo, ainda na sua fase de planeamento, na sua personalizada missão e nos serviços educativos e de mediação cultural que hoje desenvolve ativamente.
O nosso projeto museológico assumiu, na sua génese, o compromisso
sociocultural de se estabelecer enquanto privilegiado fórum da Comunidade Local, devolvendo o espaço simbólico e as memórias nele armazenadas às suas gentes. Nesse sentido, conservámos o nome pelo qual o edifício é conhecido entre a Comunidade, reconduzindo-o na sua nova missão museológica – do Celeiro do Trigo ao Celeiro da Memória!
Depois, desenvolvemos uma campanha de aproximação às gerações que assistiram à vida útil dos antigos celeiros de Vila do Bispo, território então conhecido por «Celeiro do Algarve», identificando testemunhos diretos e protagonistas das atividades rurais
realizadas em torno do edifício erguido no «Sítios das Eiras». Parte destes atores culturais são hoje utentes dos Centros de Dia e dos Lares da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Bispo, instituição com a qual estabelecemos uma parceria cimentada por motivações comuns, partilhadas entre técnicos de geriatria e de museologia, entre animadores sociais e mediadores culturais.
Hoje, o Museu de Vila do BispoCeleiro da História dá os seus primeiros passos pela mão dos mais velhos representantes da Comunidade Local, operando como uma extensão efetiva e afetiva das instituições que os acolhem. São realizadas regulares visitas ao Museu, que incluem convívios, tertúlias e lanches temáticos, atividades de partilha intergeracional com as escolas, entrevistas e inúmeras conversas que permitem o registo de memórias, experiências, vivências, saberes, gestos e tradições das nossas gentes e desta terra de mar feita...
11.ª Carvoeiro Noite Black & White celebrou o solstício de verão com fogo, música celta e muita animação
Município de Lagoa organizou, no dia 21 de junho, a 11.ª edição do Carvoeiro Noite Black & White, um evento que já conquistou um lugar de destaque no calendário nacional e que este ano coincidiu simbolicamente com a celebração do solstício de verão – o dia
mais longo do ano, associado à luz, ao fogo e à celebração da natureza. Assim, inspirado na tradição celta de Litha, este momento do ano em que o Sol permanece por mais tempo no céu foi assinalado com performances de dança tribal com fogo e a atuação vibrante da banda de música celta Deira Band, envolvendo o público numa atmosfera mágica, marcada pela ancestralidade e pelo espírito festivo.
Texto: Daniel Pina| Fotografia: João Lelo
Desde a sua génse, esta iniciativa da Câmara Municipal de Lagoa tem crescido exponencialmente, deixando de ser apenas a primeira grande festa do verão algarvio para se afirmar como uma das maiores celebrações ao ar livre do país, reunindo, numa só noite, mais de 30 mil visitantes nacionais e estrangeiros. Como habitual, o evento decorreu no coração da Praia do Carvoeiro, com vários cenários de animação distribuídos por diferentes zonas da vila.
O preto e o branco foram o dress code obrigatório, refletindo-se também nas múltiplas expressões artísticas que animaram a noite – da música à dança, passando pela magia, o cinema e a
animação de rua. Para facilitar o acesso ao evento, o Município voltou a disponibilizar a linha regular de autocarros gratuitos, que assegurou a ligação contínua entre a Praia do Carvoeiro e os parques de estacionamento localizados no Parque Municipal de Feiras e Exposições de Lagoa (recinto da Fatacil), Intermarché, Apolónia, Aldi e Gramital (em frente ao Aldi).
O Carvoeiro Noite Black & White é uma celebração da cultura, da música e da energia do verão e transformou a Praia do Carvoeiro num palco vibrante de experiências inesquecíveis.
Olhão comemorou mais
um Dia da Cidade
lhão festejou, no dia 16 de junho, mais um Dia da Cidade, com o programa a começar, nos Paços do Concelho, com a cerimónia do hastear das bandeiras e com a homenagem aos heróis da Restauração de 1808, frente à Igreja Matriz. Houve ainda lugar à inauguração da requalificação dos espaços públicos da Urbanização
Custódia Mendes, da Praça Major Castanheda, em Moncarapacho, e da
Escola Professor Paula Nogueira, com uma visita ao Jardim-de-Infância.
As comemorações culminaram com a sessão solene, no Auditório Municipal Maria Barroso. Para além das habituais distinções aos colaboradores da autarquia que assinalaram os 25 anos de serviço e aos melhores estudantes do ensino secundário do concelho, foi atribuída a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro a Jorge Leitão, José Sabino (a título póstumo) e Nemésio Martins, e à banda Íris e às empresas Madeira & Madeira e Necton.
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
No seu último discurso no Dia da Cidade, ao fim de três mandatos como presidente da Câmara Municipal de Olhão, António Miguel Pina lembrou que passavam 217 anos do momento em que um conjunto de olhanenses se revoltou contra a ocupação francesa, o que veio a despoletar vários acontecimentos que culminariam na independência do concelho. “Ao longo destes muitos anos, esta população precisou sempre de lutar, com bastante trabalho e espírito de união, para fazer crescer Olhão, um contributo que também tive a oportunidade de dar nestes últimos 12 anos. Há um Olhão antes e há um Olhão depois, pois conseguimos realizar diversos investimentos que eram ambicionados há largos anos”, afirmou o edil. “Hoje, os olhanenses têm imenso orgulho da sua terra e essa é a principal
obra que desenvolvemos nestes 12 anos”, acrescentou.
Foram 12 anos de transformação em que António Miguel Pina teve muitas pessoas ao seu lado, desde os antigos e atuais vereadores aos presidentes das juntas de freguesia, aos chefes de divisões e departamentos da Câmara Municipal de Olhão e das empresas municipais, bem como aos elementos do seu gabinete, e a todos eles o autarca agradeceu no seu discurso de improviso. “Alguns dos principais investimentos que fizemos neste período aconteceram na educação, com a reabilitação das escolas e a construção de novas salas de aula, para preparar os homens e mulheres de amanhã para ajudarem a construir um Olhão diferente. A nossa economia era frágil, mais de 17 por cento da população estava
desempregada, e agora estamos no topo dos concelhos com maior taxa de empregabilidade”, frisou.
Um Olhão que começou com a pesca, a indústria conserveira e a agricultura e que depois ganhou o sector do turismo, “que foi importante para nos tornarmos num concelho mais moderno, mais bem tratado e cuidado, afável, que é bom visitar, onde é bom viver” “Agora, lançamos as bases para o «Olhão 3.0», porque o grande desígnio já não é a empregabilidade, mas sim pagar
melhores salários para que os nossos filhos e filhas aqui fiquem”, declarou António Miguel Pina, sublinhando que o caminho passa, então, por facilitar a instalação de empresas de base tecnológica, ligadas à investigação, ao desenvolvimento e ao conhecimento. Por isso, António Miguel Pina terminou o seu discurso com palavras sobre os futuros Hub Azul e Algarve Innovation and Technology Park, antes de ser aplaudido de pé por um Auditório Municipal Maria Barroso completamente esgotado.
Dia do Município
astro Marim assinalou o Dia do Município, a 24 de junho, com um programa que celebrou a identidade local através de momentos institucionais, atividades culturais e um concerto especial. As comemorações arrancaram com o tradicional hastear da bandeira nos Paços do Concelho, seguindo-se a eucaristia na Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Mártires. A cerimónia solene e a entrega de distinções aconteceram na Praça 1.º de Maio, num momento de
homenagem à comunidade e aos seus contributos para o desenvolvimento do concelho.
Este ano, a Câmara Municipal de Castro Marim retomou a atribuição de medalhas de honra, mérito e ouro, reforçando o reconhecimento público a figuras e entidades que marcaram de forma significativa o percurso do concelho. Foram, assim, distinguidos os antigos presidentes da Câmara Municipal, José Fernandes Estevens e Francisco Amaral, bem como o empreendimento VerdeLago, o empresário Parreira Afonso, o acordeonista Miguel Pereira e o
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina e Município de Castro Marim
desportista e dirigente associativo Amândio Norberto.
No uso da palavra, a presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Filomena Sintra, recordou o seu percurso no concelho desde que ali chegou com apenas 21 anos, o seu ingresso na autarquia como vice-presidente “pela mão e convicção” de José Fernandes Estevens, cargo que exerceu depois ao lado de Francisco Amaral, até ter assumido “este novo ciclo inspirada na experiência de anos ao vosso lado, pelas aprendizagens partilhadas e pelas conquistas construídas”. “Com a mesma dedicação de sempre, com uma nova energia, uma visão renovada e a firme vontade de continuar a servir, escutar e agir por um concelho mais
coeso, mais justo e mais próspero. Conhecendo de perto os desafios, as dificuldades e os processos, mas também as oportunidades, as pessoas, as empresas, as instituições, e, sobretudo, o potencial desta terra que todos amamos, entrego-me de alma e coração, com a energia que me caracteriza, com a consciência clara de que governar é servir”, reforçou.
Em jeito de balanço e prestação de contas de um mandato prestes a terminar, Filomena Sintra defende que “o verdadeiro progresso só é possível quando unidos por um propósito caminhamos juntos, respeitando as diferenças, e estabelecendo as pontes pessoais e institucionais que permitam trazer os meios e as soluções para
Castro Marim”. “Vale sempre a pena, quando os esforços se traduzam em melhor qualidade de vida para todos os que aqui vivem, trabalham ou investem. Cada munícipe conta, cada freguesia importa, cada contributo é essencial. Só com união, participação ativa e respeito mútuo poderemos continuar a desenvolver o nosso território de forma coesa, sustentável e solidária”, entende a edil, antes de recordar o tanto que se tem feito, mas também o tanto que há para fazer, “da serra ao mar, das redes de abastecimento de água e saneamento à requalificação urbana, à construção de nova habitação, e infraestruturas culturais e desportivas, ao investimento nos nossos jovens, ao carinho pelos nossos idosos, do centro urbano às
aldeias, das entidades sociais às forças vivas do concelho”.
Filomena Sintra frisou que o Município tem, neste momento, em mãos, “enormes desafios, para os quais seremos intensos e dedicados e temos capacidade e coragem para a sua concretização”, dando o exemplo dos 12 projetos técnicos para construção de habitação a custos controlados e renda acessível nas quatro freguesias, que se traduzirão em cerca de 90 novas casas e a requalificação de outras tantas. Apontou igualmente as muitas obras previstas para Altura e a regeneração prevista para Castro Marim, nomeadamente com a substituição de redes de abastecimento de água e saneamento; a requalificação urbana que, para além da envolvente da
Casa do Sal, passa agora pela entrada poente de Castro Marim; a reabilitação do Castelo que já tem o financiamento aprovado. Para o Azinhal está preconizada a construção da nova variante, a concretização de unidades de execução, novo sistema de tratamento e encaminhamento de águas residuais, os «acordados» projetos de Almada D’ Ouro e Corte Velho. Já em Odeleite, o novo perímetro de rega vai-se traduzir numa agricultura diferente em toda a Várzea de Odeleite, e o Centro de Atividades Náuticas da Barragem de Odeleite permitirá uma nova dinâmica lúdico turística. “Projetos agroflorestais a acontecer, pequenos turismos em espaço rural a surgir, hotéis rurais em construção e empreendimentos estruturais como o Verdelago, Almada D’Ouro, Corte Velho, Quinta do Vale, Castro Marim Golf e Hotel da Maravelha
garantem a diversificação da base económica e centenas de postos de trabalho criados”, destacou a autarca.
Depois de indicar os muitos investimentos em projeto e outros em andamento, Filomena Sintra declarou que “liderar em equipa, com diálogo, proximidade, transparência e determinação, mas também com a coragem de fazer acontecer, é o nosso lema e compromisso”, aproveitando para deixar “um reconhecimento profundo a todos os funcionários do Município, em especial aos que desempenham as suas funções com bondade, dedicação e paixão, sejam chefes, técnicos, assistentes operacionais, serventes, motoristas ou cozinheiros”. “Perdoem-me a exigência, abracemo-nos nesta passagem terrena e deixemos a nossa
marca transformadora, no capítulo desta história de Castro Marim.
Estendemos as palavras de gratidão às associações, às IPSS, à comunidade educativa, às empresas, aos amigos, a todos aqueles que nos lançam desafios e contribuem com crítica construtiva. Sinto-me rica e afortunada. Obrigado, Dr. Francisco Amaral, pela corajosa, humilde e abnegada passagem, em meu nome, do João Pereira e da Nélia Mateus. De soldado a líder, espero trazer não apenas a continuidade de tudo o que de bom se tem feito, mas ser força motriz que inspire, renove e impulsione uma equipa para ir mais além, e que todos tenham orgulho”, concluiu a presidente da Câmara Municipal de Castro Marim.
O dia incluiu ainda a apresentação do programa «Castro Marim Cuida de Si» e a
assinatura de protocolos com a Just Chance da Universidade do Algarve, que preveem a criação de uma nova creche no Azinhal, um campus social em Castro Marim e um novo equipamento social em Altura, destinado a centro de dia e apoio domiciliário. Na Casa do Sal foi inaugurada a exposição «Da Cana ao Cesto», dedicada à arte da cestaria, destacando este saber tradicional como património cultural essencial de Castro Marim. Neste dia foi também inaugurado um novo Espaço Cidadão em Castro Marim, que funcionará em articulação com o Gabinete de Apoio ao Munícipe. O programa culminou com uma noite musical no Revelim de Santo António, primeiro com Filipe Rodrigues e, depois, com Miguel Araújo, que celebrou os seus 20 anos de carreira num ambiente próximo e acolhedor sob as estrelas.
Tavira festejou Dia da Cidade
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
24 de junho foi de festa em Tavira, por ocasião de mais um Dia da Cidade, cujo programa comemorativo incluiu a atribuição de medalhas de bons serviços e dedicação aos funcionários com 20 e 30 anos de serviço, numa cerimónia que teve lugar na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos. A autarquia prestou ainda homenagem, através da atribuição de medalha de mérito municipal grau ouro (3), prata (6) e cobre (6), a cidadãos e entidades locais que se distinguiram, na sociedade, pelo seu
percurso, designadamente: Banda
Musical de Tavira, Sociedade Recreativa Musical Luzense e o futebolista João Neves com grau ouro; Âncora –Associação Centro Comunitário de Santa Luzia, Armação do Artista – Associação Artístico-Cultural e Desportiva, Clube de Tavira, Pontão – Associação de Solidariedade Social da Conceição de Tavira, Maria Otília Martins Cardeira e Carlos Alberto Pires Rodrigues com grau prata; e Associação Gimnochamps Tavira, Duarte Guerreiro Custódio, Ser Igual –Associação de Serviços Especiais de Reabilitação e Igualdade, Silvéria Ferreira Lopes Correia e Vítor Manuel Bota Palmilha com grau cobre.
Após as homenagens, usou da palavra Ana Paula Martins, que prontamente afirmou que “Tavira é uma cidade que honra o seu passado, que valoriza o seu presente e que olha com confiança para o amanhã” “Temos trabalhado com empenho e dedicação para que Tavira continue a ser uma cidade viva, acolhedora, com qualidade de vida, sustentável e justa. Somos herdeiros de uma cidade que carrega séculos de história — das raízes fenícias ao esplendor islâmico, das tradições marítimas ao património arquitetónico que hoje preservamos com carinho. Mas somos também protagonistas do presente: investimos na cultura, apoiamos os nossos jovens e seniores, reforçamos os serviços públicos, protegemos o ambiente e promovemos o desenvolvimento económico com
equilíbrio”, sublinhou a presidente da Câmara Municipal de Tavira.
A edil lembrou que, em 2022, o executivo municipal estabeleceu para o mandato autárquico cinco objetivos estratégicos, que se encontram em linha com o programa eleitoral sufragado pelos tavirenses, e que continha 100 medidas. “Neste momento temos 57 executadas, 36 em execução e 7 por executar. Os objetivos foram: valorizar as pessoas e as famílias; valorizar a identidade cultural; valorizar a economia; município mais sustentável; e município seguro, instituições modernas e cidadania ativa. As pessoas e as famílias são a nossa prioridade e a base da nossa comunidade, e, por isso, a preocupação com elas está sempre em primeiro lugar. Queremos uma Tavira mais igualitária e mais coesa, pelo que,
desde sempre, as medidas sociais ou com impacto nas famílias estão presentes no trabalho que desenvolvemos”, indicou Ana Paula Martins, recordando os programas de apoio alimentar, à compra de medicação, ao pagamento de despesas pontuais e urgentes, a gratuitidade do transporte urbano, a adoção da tarifa social da água ou o programa de apoio ao arrendamento.
Investir em melhores equipamentos na área da educação tem sido um caminho percorrido pelo atual executivo, mas a edil reconhece que é preciso continuar a investir, pelo que a empreitada da EB de Santa Catarina já está no terreno, correspondendo a um investimento superior a 1 milhão e 200 mil euros, bem como o projeto de requalificação da
Escola Secundária de Tavira e da reabilitação dos balneários da escola D. Manuel I, ao mesmo tempo que decorrem pequenas obras nas várias escolas e préescolares, com vista a melhor as suas condições em benefício da comunidade escolar. “A falta de habitação acessível é um dos principais problemas e também a nossa maior prioridade, por isso, adquirimos, em 2024, um loteamento em Tavira onde iremos construir 78 fogos, cujo procedimento de conceção e construção esperamos lançar brevemente, bem como o procedimento de empreitada para a construção de 24 casas de habitação social em Cabanas, e 9 em regime de custos controlados em Santa Catarina da Fonte do Bispo. Estamos também a ultimar a aquisição de 15 fogos de habitação na Conceição de Tavira e
exercemos o direito de preferência na venda de 6 fogos de habitação social/custos controlados, passando as mesmas a integrar novos agregados”, descreveu, adiantando que, posteriormente, se vai avançar com a elaboração dos projetos para a construção de 6 fogos em Santo Estevão e 17 em Cachopo a custos controlados, e mais seis fogos de renda acessível em Tavira.
Também a saúde tem sido uma prioridade camarária, estando em andamento três projetos financiados pelo PRR, nomeadamente, a reabilitação da Extensão de Saúde de Cabanas, a reabilitação e ampliação do Centro de Saúde de Tavira e a construção de um novo edifício para consultas externas, que corresponde a um investimento de quase 10 milhões de euros, sendo cerca de 50 por cento financiado pelo PRR e os
restantes 50 por cento pela autarquia. “No campo desportivo, consolidámos o programa de promoção da atividade física e continuamos a apoiar, financeira e logisticamente, as associações desportivas. Procedemos à substituição do relvado e da bancada do Campo de Jogos do Ginásio de Tavira, está a ser elaborado o projeto para a substituição das luminárias, lançámos a empreitada de reforço estrutural do Pavilhão da Luz de Tavira e a Divisão de Projetos e Obras Municipais encontra-se a ultimar o concurso para a construção de um novo Pavilhão Desportivo em Santa Luzia, bem como a requalificação da área envolvente para a criação de uma zona desportiva destinada à prática do atletismo”, revelou Ana Paula Martins.
A edilidade continua igualmente a trabalhar para transformar Tavira num concelho de referência no que toca à
proteção, reabilitação e valorização do seu património material e imaterial, afirmando o concelho como um centro cultural e artístico de exceção na região. “A requalificação do património religioso também merece a nossa preocupação e estamos a trabalhar para lançar a empreitada de requalificação das Ermidas do Calvário e de S. Pedro, concluímos o restauro dos altares da Igreja de Santa Maria do Castelo e estamos neste momento a intervir na cobertura. A intervenção na Igreja de Cabanas para que possamos reabrir ao culto deve iniciar-se nos próximos dias. Apresentaremos até ao final da semana à Ordem de S. Francisco uma proposta de protocolo que nos permita realizar uma intervenção urgente para suster as deficiências estruturais da Igreja de S. Francisco”, apontou a autarca, no seu discurso.
É também intenção do Município constituir-se como um parceiro importante no apoio e impulsionamento da economia e na necessidade de diversificar a base económica do concelho e da região, “continuando a apostar na promoção de Tavira e das suas potencialidades, apostando num turismo de diferenciação e de qualidade” “A sustentabilidade do concelho através da proteção do ambiente, do desenvolvimento de medidas potenciadoras da mobilidade sustentável, bem como da promoção da eficiência dos recursos energéticos e das energias renováveis e da água, são outras preocupações constantes. No Algarve somos o segundo concelho com o Plano Municipal de Ação Climática concluído e que primou por seguir à risca as Leis Bases do Clima. Também criámos o Conselho Municipal de Cidadania e Ação Climática para
acompanhar e contribuir nas políticas climáticas levadas a cabo no município. Somos ambiciosos nas medidas que nos propomos agora implementar no seio da ação climática, mas temos ao longo deste mandato executado outras medidas que espelham bem a nossa visão respeitadora do ambiente, do planeta e de todos que nele vivem”, salientou. “Mantemos a aposta na melhoria das acessibilidades nas diversas freguesias do concelho, estamos a trabalhar na requalificação das frentes ribeirinhas, uma requalificação que se vai estender a toda a margem esquerda, visando
valorizar várias ruas, travessas e largos. Somos um concelho de, para e com todos e todas; este ano tivemos a maior participação de sempre do Orçamento Participativo; lançámos um programa de literacia política e democrática para combater a desinformação, aproximar a política das novas gerações, simplificar temas complexos e promover a participação ativa na sociedade; temos continuamente criado melhores condições no combate aos incêndios; desenvolvemos o programa «Tavira + Segura» com vista a salvaguardar os valores de segurança e bem-estar da população; e celebrámos um protocolo
com a PSP com vista à implementação de câmaras de videovigilância na cidade Tavira”, enumerou a presidente de Câmara.
Antes de terminar a sua intervenção, Ana Paula Martins expressou o seu agradecimento aos presidentes das diversas Juntas de Freguesia pelo trabalho realizado e pela boa articulação com o Município, bem como aos trabalhadores e administradores da empresa municipal Taviraverde, ao Presidente da Assembleia Municipal, “pela forma como lidera os trabalhos, mas também pelo sua disponibilidade e envolvimento pessoal nos projetos e na atividade municipal”, aos vereadores que a acompanham no dia a dia e “partilham comigo a alegria das pequenas vitórias e concretizações e a tristeza das dificuldades, mostrando
sempre confiança na superação das mesmas”. Agradeceu igualmente às associações culturais e desportivas, às IPSS, aos empresários locais, às forças de segurança, aos profissionais de saúde, aos trabalhadores do Município, às escolas, aos pescadores e agricultores, “pilares essenciais da nossa comunidade” “Sigamos em frente com confiança, com coragem e com espírito de partilha, porque Tavira merece tudo o que de melhor possamos dar”, terminou.
Da parte da tarde, o Salão Nobre da Câmara Municipal assistiu à apresentação de projetos de habitação social em curso no concelho, seguindo-se o lançamento da primeira pedra da Unidade de Consultas Externas de Alta Resolução e sede do ACES Sotavento, em terreno contíguo ao Centro de Saúde de Tavira.
Comemorações do 10 de Junho atraíram milhares a Lagos
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Município de Lagos
Cerimónia Militar
Comemorativa do
Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
Portuguesas, que teve como palco a Avenida dos Descobrimentos, em Lagos, foi o ponto alto das celebrações iniciadas a 1 de junho. O momento da imposição da condecoração ao General Ramalho Eanes, a intervenção de Lídia Jorge, presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do 10 de Junho 2025,
e o último discurso do 10 de Junho de Marcelo Rebelo de Sousa, na qualidade de Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, marcaram uma cerimónia que impressionou, também, pela dimensão das forças em parada e do desfile militar que aconteceu em terra, no ar e no mar
Muito aplaudido à chegada pelos milhares de pessoas que se concentravam no local para assistir à Cerimónia Militar, Ramalho Eanes, o primeiro Chefe de Estado da democracia,
foi condecorado pelo Presidente da República com a imposição do grandecolar da Ordem Militar de Avis, o mais importante grau desta ordem destinada a premiar altos serviços militares.
Impactante foi também a mensagem do discurso de Lídia Jorge, escritora, Conselheira de Estado e figura escolhida por Marcelo Rebelo de Sousa para presidir a Comissão Organizadora das Comemorações do 10 de Junho 2025. Com palavras respaldadas nas obras de Camões, Cervantes e Shakespeare, que “desenvolveram obras notáveis de resposta ao momento de viragem de que eram testemunhas” e “procederam à anatomia dos dilemas humanos e, entre eles, os mecanismos universais do poder”, Lídia Jorge alertou para os perigos dos extremismos, condenando o
racismo, a escravatura e a cultura da mediocridade.
Na sua intervenção, salientou ainda o motivo da escolha da cidade de Lagos como palco das celebrações, 29 anos depois de ter acolhido um 10 de Junho, ao considerá-la um “lugar obrigatório quando se pretende avaliar as relações entre os povos ao longo dos séculos” (…), uma cidade “(…) democrática, livre, próspera”. Uma cidade que “oferece às populações atuais, a par do lado mágico dos Descobrimentos, também a imagem do seu lado trágico (…)” e “(…) não se furta a expor essa verdade histórica (…) para que nunca mais se repita”. Para a escritora, “Lagos, a cidade dos sonhos do Infante de que Sagres é a metáfora, passados todos estes séculos, promove a consciência
sobre o que somos capazes de fazer uns aos outros”. “Esta tornou-se, pois, uma cidade contra a indiferença” que considera “uma luta nossa, contemporânea”.
Temas igualmente escolhidos pelo Presidente da República, que, neste seu último discurso do 10 de Junho, desmistificou e clarificou o que é ser português ao afirmar que os quase 900 anos de pátria e história comum foram construídos por povos vindos de toda a parte. Na sua alocução, Marcelo Rebelo de Sousa também não esqueceu os mais frágeis e a necessidade de se cuidar melhor da nossa gente, dando prioridade ao combate às desigualdades, um tema que lhe é caro e uma preocupação que marcou o exercício das suas funções no
Palácio de Belém. A proximidade ao povo anónimo, outra das caraterísticas dos seus mandatos como Presidente da República, esteve patente no discurso, assim como na forma calorosa como cumprimentou e interagiu com o público nesta sua permanência em Lagos, decorrida entre os dois momentos solenes e simbólicos do hastear (no dia 9 de junho) e do arriar da Bandeira Nacional (ao final da tarde do dia 10 de junho) na Praça Infante D. Henrique.
Na envolvente esteve patente durante vários dias a Expo Forças Armadas 2025, uma impressionante e interativa mostra dos meios militares ao serviço dos três ramos, que suscitou a curiosidade e interesse do público. A Praça do Infante foi ainda palco de cinco excelentes
concertos, os primeiros quatro protagonizados pelas bandas/orquestras militares (Banda de Música da Força Aérea, Banda da Armada, Banda Sinfónica do Exército e Orquestra Ligeira do Exército) e, a fechar a programação, a atuação da Orquestra do Algarve. A noite de 9 de junho seria especialmente preenchida, somando ao animado e muito apreciado concerto dois momentos de interesse adicional, o primeiro dois quais proporcionado pela coragem, disciplina e mestria dos seis paraquedistas Falcões Negros que cruzaram o céu num impressionante salto em queda livre na escuridão, o mesmo céu que, segundos depois, seria iluminado por fogo de artifício.
Foram 10 dias muito preenchidos, intensamente vividos por todas as
entidades envolvidas nas comemorações, amplamente divulgados pela comunicação social que levaram o nome e as imagens de Lagos aquém e além fronteiras – e muito participado pelos milhares de pessoas que visitaram a cidade nestes dias, assim como pela população que, de forma compreensiva e solidária, suportou os inevitáveis condicionamentos à circulação e estacionamento, sem a qual não teria sido possível concretizar esta tão exigente missão. Das Comemorações do 10 de Junho 2025, permanecerá em Lagos, até 15 de junho, a exposição temporária «Vasco da Gama e a Índia» do Museu da Marinha, a visitar no Armazém Regimental, das 10h às 20h, com entrada livre.
Campeonato Nacional de 1.ª e 2.ª Divisão de Ginástica Acrobática disputou-se em Albufeira
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina Campeonato
Nacional de 1.ª e 2.ª divisão de Ginástica Acrobática disputou-se em Albufeira, contando com a participação de centenas de atletas de 36 clubes para disputar os títulos nacionais em várias categorias. De facto, passaram pelo Pavilhão Desportivo de Albufeira quase 500 atletas, incluindo
praticamente todos os que representaram a seleção nacional no último Campeonato da Europa de Ginástica Acrobática.
O praticável montado no recinto recebeu as provas das diversas categorias e escalões, desde Iniciados até Seniores e o presidente do Município de Albufeira, José Carlos Rolo, não escondeu a satisfação pela forma como decorreram os campeonatos, realçando “a
importância de trazer cada vez mais eventos de referência para o concelho” “Albufeira é hoje um ponto de encontro nas mais diversas áreas, e isto é fundamental para combatermos os efeitos na sazonalidade da nossa indústria turística”, reforçou o autarca. Também o vice-presidente da Câmara Municipal e vereador com o pelouro do Desporto destacou a “capacidade instalada no Município para o acolhimento de eventos desportivos em diferentes modalidades”. Em vésperas de Albufeira se tornar Cidade Europeia do Desporto 2026, Cristiano Cabrita
considera que “estão reunidas as condições para mostrarmos que estamos à altura de receber as competições mais importantes”.
Os Campeonatos Nacionais de 1.ª e 2.ª Divisão de Ginástica Acrobática foram organizados pela Federação de Ginástica de Portugal, com coorganização do AcroAlbuhera – Clube de Ginástica de Albufeira e o apoio institucional do Município de Albufeira, do IPDJ e do Plano Nacional de Ética no Desporto.
LOUCURA TOTAL EM CONCERTO FANTÁSTICO
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
EM TAVIRA COM FANTÁSTICO DOS CALEMA
s Calema são, sem dúvida, um dos fenómenos mais explosivos dos últimos anos da cena musical nacional e foram os cabeças de cartaz das comemorações, a 24 de junho, do Dia da Cidade de Tavira. Os irmãos António Mendes Ferreira e Fradique Mendes Ferreira, naturais de São Tomé e Príncipe, mas baseados em Portugal desde 2008, trouxeram à cidade do Rio Gilão a sua Tour Voyage e com isso atraíram, como
já era esperado, largos milhares de pessoas ao Campo da Feira/Mercado Mensal.
Com um espetáculo visual, sonoro e pirotécnico de luxo, António e Fradique levaram à loucura fãs de várias gerações, que não se cansaram de cantar os temas dos mais recentes álbuns, numa noite mágica que perdurará na memória de todos por muito tempo. Mais um sucesso organizativo da Câmara Municipal de Tavira que abre o apetite para a estonteante programação de Verão que arranca no início de julho.
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Jorge Gomes
ão Brás de Alportel celebrou, a 1 de junho, os 111 anos da sua elevação a concelho, com um programa repleto de simbolismo onde a história, a coesão comunitária e a ambição de futuro estiveram lado a lado, numa jornada que percorreu as raízes do território e projetou novos horizontes para um futuro próspero.
A cerimónia do Hastear da Bandeira no Jardim Lourenço Viegas, junto ao Centro de Saúde, marcou o início das comemorações no Dia do Município, ao som da Banda Filarmónica de São Brás de Alportel e com a guarda de honra dos Bombeiros Voluntários. Seguiu-se a inauguração do Mural «Abril no Olhar e nas Mãos dos Jovens», no Parque
Roberto Nobre, uma obra de arte urbana criada pelos alunos de artes visuais do ensino secundário do Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas, com coordenação das professoras Helena Ourêlo e Ana Isabel Palma, para comemorar os 50 anos da Revolução dos Cravos.
A Sessão Solene, realizada no Jardim Carrera Viegas, incluiu a atribuição das Insígnias Municipais, num gesto de reconhecimento e valorização pública. Os funcionários Cristina Viegas, Elisabete Costa, Elisabete Rocha, Helena Rodrigues, Maria José Carocinho, Mónica Inácio, Gerard Azevedo e Sandra Martins receberam a Insígnia de Bons Serviços entregue a funcionários com 25 ou mais anos de serviço à Câmara Municipal. Foram também atribuídas Insígnias de Valor e Altruísmo, Mérito e Honra a
Idalina Dias, Miguel Dias, Jane CaulfieldKearney, Keith Courtney, Fernando Beirão, Vítor Pires Lourenço, Vítor Lourenço, Ana Conceição Guerra, Dário Passos, Gilmar Brito, Ricardo Martins e ao Capitão de Fragata José Martins Lourenço.
Ainda nesse dia teve lugar a romagem ao mausoléu de João Rosa Beatriz, fundador do concelho, numa sentida homenagem da comunidade às suas raízes. De seguida, foi inaugurada a exposição «São Brás de Alportel, Gentes e Memórias – Vida Social», na Galeria Municipal, composta por documentos, objetos e memórias cedidas por dois
reconhecidos colecionadores sãobrasenses: José Manuel Belchior e Vítor Lourenço.
À noite, a Praça da República foi o palco do concerto que encerrou as comemorações dos 111 anos do concelho de São Brás de Alportel. A primeira parte contou com a atuação da jovem cantora Yasmin da Silva, de apenas sete anos, acompanhada à guitarra por Aníbal Vinhas. O encerramento ficou a cargo de Fernando Daniel, com um concerto que deixou o público a cantar em uníssono. O brilho final chegou com um espetáculo de fogo de artifício, que iluminou o céu da vila.
A Importância da aceitação Mirian Tavares, professora
ntes de iniciar a escrita deste artigo de opinião, debatime com a decisão de o fazer ou não, pois de textos, considerados de autoajuda, está a internet e as prateleiras das livrarias cheias. Mas tendo em conta que assisto, cada vez mais, a um acicatar de ânimos no sentido de, publicamente, afirmarmos e impormos as nossas posições, seja de que índole forem, decidi com palavras (as minhas) «deitar água na fervura» e assim tentar contribuir para apaziguar relacionamentos.
Para podermos, convictamente, respeitar e aceitar os outros temos de nos aceitar tal como somos. Julgando as nossas ações, pensamentos e aparência, tornamo-nos muitas vezes os nossos piores críticos, causando-nos, inevitavelmente, baixa autoestima e ansiedade. Quando nos permitimos aceitar como somos, com todas as falhas, limitações e virtudes, começamos a cultivar uma relação mais saudável connosco e, consequentemente, com quem nos rodeia. É através dos erros que aprendemos, crescemos e tornamo-nos melhores. A aceitação reduz a necessidade de perfeição, permitindonos viver com mais leveza e autenticidade.
A aceitação, frequentemente subestimada e negligenciada, revela-se, a todos os níveis, fundamental para o desenvolvimento pessoal, emocional e social. Não basta sermos apenas tolerantes, conseguir aceitar significa respeitar e conviver com as diferenças, os desafios e até mesmo as imperfeições que existem em nós e nos outros. É, acima de tudo, um caminho para a harmonia e para a manutenção de relações saudáveis.
Interagindo numa rede social há mais de uma década, apercebo-me, cada vez mais, que pessoas que - livrementeaceitaram ser «amigas» umas das outras, acabam por não as aceitar como elas são. Aceitar não é a mesma coisa que concordar! Ler e respeitar as ideias e ideais dos outros não nos torna defensores nem apologistas das mesmas. Aliás, seria inconsequente e infrutífero querer mudar, através de comentários e opiniões instantâneas, a forma de estar e de ser que uma vida levou a construir e a moldar.
A aceitação dos outros envolve o respeito pelas diferenças e pela individualidade de cada pessoa. Num mundo tão diverso, é impossível esperar que todos compartilhem os mesmos valores, crenças ou comportamentos. Aceitar os outros como são é uma expressão de empatia e maturidade emocional. Isso não significa concordar
com tudo ou tolerar comportamentos prejudiciais. A aceitação é, sobretudo, um reconhecimento de que cada indivíduo tem a sua história, os seus motivos e é fruto de diversas contingências. Essa prática favorece a construção de relações mais sólidas, baseadas na compreensão e no respeito mútuo.
A aceitação não é um ato passivo; pelo contrário, é uma escolha ativa que requer coragem, determinação e prática! Ao aceitarmos não estamos a desistir ou a acomodar, estamos sim a encontrar maneiras de lidar com as ocorrências da vida, de forma mais madura e sensata. Compreender a importância da aceitação pode transformar a maneira como vivemos, ajudando-nos a construir uma base sólida que promova o crescimento pessoal e fomente relacionamentos mais equilibrados. É uma prática que promove a resiliência, a inteligência emocional e o bem-estar.
Aceitar não é simplesmente tolerar, é também viver e comungar com a realidade, não invalidando que trabalhemos para melhorar o que pode ser mudado. Seja na relação connosco, com os outros ou com as circunstâncias, a aceitação é o alicerce para uma vida mais satisfatória e harmoniosa! É por isso que no respeito e consequente aceitação pelo «ser» de cada elemento da minha família reside o segredo para a desejável felicidade no meu lar. Espero que seja também o vosso caso. Se não, estais sempre a tempo de aceitar alguém que vos aceite como sois.
Foto: Daniel Santos
Das amigas
Mirian Tavares, professora
e vez em quando, organizamos um jantar de meninas. Uma noite para falar bobagens e não pensar nas chatices quotidianas. Sabe muito bem! Há uns anos, li na Vogue que a amizade entre mulheres constitui uma fonte recíproca de força, bem-estar, alegria e saúde. Tudo isso por causa da OXITOCINA! (me lembrava vagamente de ter ouvido esta palavra tão estranha).
A reportagem dizia que tudo tinha sido cientificamente comprovado através de pesquisas realizadas na Universidade de Los Angeles. Em tempos neopositivistas, o tal discurso tinha algum impacto. Mas o que é que uma coisa tem a ver com a outra? Parece que as amigas ajudam umas às outras a libertarem a tal da oxitocina, substância química que o cérebro produz e que é eficaz para combater o stress. (Porquê amigas, e não amigos? Porque a testosterona anula a sua produção.) Uau! Finalmente, a ciência deu por isso: ter amigas é o melhor remédio! Mas, continuava a pensar, onde
Resistiram nos seus lugares, em seus ofícios, constituindo o mundo pra mim, anteparo para o que foi um acometimento: súbito é bom ter um corpo pra rir e sacudir a cabeça. A vida é mais tempo alegre do que triste. Melhor é ser. Adélia Prado
raio já tinha ouvido a tal palavrinha. Eis que a Wikipedia me socorreu:
“A oxitocina (também chamada de ocitocina) é um hormônio produzido pelo hipotálamo e armazenado na hipófise posterior (neuro-hipófise), e tem a função de promover as contrações uterinas durante o parto e a ejeção do leite durante a amamentação. Ele ajuda as pessoas a ficarem juntas por muito tempo. Também é um hormônio ligado ao que as pessoas sentem ao, por exemplo, abraçar seu parceiro de longa data”.
Nem tentei pensar nas relações: produção de leite, contrações uterinas, bem-estar (lembrei-me da tal palavra, era o nome de umas gotas que pingava no nariz quando estava grávida) ... enfim, a química humana é mesmo fantástica. E pensar que durante anos estivemos a dar outros nomes aos bois, mais espirituais, por certo, mais metafísicos. A cada dia, a física e a química vão-nos mostrando o que realmente somos: humanos, demasiados humanos. O que, à partida, não é de todo mau.
Nem sempre há tempo, nessa louca vida que levamos, pois muitas vezes os caminhos se bifurcam, mas há sempre uma curvinha qualquer, uma esquina onde nos reencontramos. Sabe bem – a vida pode ser um deserto de afetos
quando não paramos para um chá, uma praia, um jantar… há uns que preferem o deserto, que se regozijam apenas com sua própria companhia. Eu não gosto de desertos – prefiro esses encontros, com muita conversa jogada fora e muitos (a)braços. Viva a tal da oxitocina!
Foto: Isa Mestre
Júlio Ferreira, inconformado encartado
urante muitos anos, a sardinha tem sido uma das principais espécies capturadas e um dos recursos mais importantes das águas portuguesas. Por este motivo, muitas comunidades costeiras –incluindo Portimão – têm na pesca da sardinha uma das suas principais atividades e sustento.
Mas a sardinha, em Portimão, não é só peixe – é religião. E nem precisa de altar: basta um grelhador velho, a alma das brasas e um pão de véspera pronto a colher a gordura santa que pinga do dorso prateado. Porque, em Portimão, sardinha que seja... tem de estalar na grelha, pingar no pão e ter a companhia da conversa, do brinde e da gargalhada. Não cabe numa caixinha dourada de preço de boutique – cabe é no coração de quem a come desde sempre.
Mas vejam lá no que isto deu: a nossa sardinha – esta vitaminada petinga atrevida que sempre esteve entre o carvão e o copo de vinho da casa – está agora a brilhar em Times Square como se fosse uma Kardashian em conserva.
Este é um verdadeiro motivo de orgulho nacional — e uma vitória inesperada da cultura popular portuguesa em âmbito global! A sardinha, que foi vista durante tanto tempo como o símbolo «modesto» e regional, agora tornou-se uma estrela
internacional de identidade, estilo e mesmo glamour. Ter uma loja como «The Fantastic World of the Portuguese Sardine» em plena Times Square, que é o coração da cultura pop mundial, é algo que há poucos anos poderia bem parecer uma piada. Mas agora é real — e, ainda por cima, a sardinha está em tudo: moda, redes sociais, «lifestyle», televisão americana... até no Today Show! Não, não é brincadeira. A sardinha tornou-se uma tendência.
A mensagem que a marca comunica – “em Portugal, havia um segredo bem guardado que o mundo agora começa a descobrir” – é certeira. Durante muito tempo, o país e os seus símbolos ficaram debaixo do fogo da luz dos holofotes, apesar da riqueza da sua cultura e gastronomia. Agora, o mundo lentamente vai tendo a percepção de que ali há algo verdadeiro, saboroso, divertido e cheio de alma. Do ponto de vista simbólico, é bonito ver um ícone popular e acessível, como a sardinha, ser tratado como uma coisa preciosa, artística e até «fashion». É a cultura de rua, os Santos Populares, o cheiro ao verão da brasa, as festas de bairro – agora exportadas com orgulho.
A verdade? Nunca fomos segredo. Fomos é desvalorizados — pelos outros e, pior ainda, por nós próprios. Durante décadas, olhámos para os nossos símbolos com um certo complexo de inferioridade. A sardinha? “Coisa de feira.” A gastronomia popular? “Menos nobre.” Mas agora que a sardinha
está nas luzes da ribalta em Manhattan, a pergunta impõe-se:
Vamos continuar a ver o nosso património como coisa menor, ou vamos assumir, com orgulho, que a sardinha é pop, é arte, é identidade?
Se pensarmos em termos de identidade gastronómica e promoção turística, isto é ouro puro. O «Sardine Summer» pode (e deve) ser aproveitado por marcas, confrarias, entidades públicas e criadores culturais como uma plataforma para exportar valores como: a sustentabilidade alimentar (peixe azul, pesca tradicional); o saber-fazer português; e a alegria da vida simples e saborosa.
A sardinha virou pop. E ainda bem. Agora, cabe-nos a nós, cá dentro, valorizar mais o que é nosso, apoiar e dignificar quem a pesca, produz e promove com autenticidade. Convençam-se de que a sardinha não é só
alimento — é memória, cultura, alegria e resistência. É símbolo de comunidades, de afetos, de uma economia local que precisa de ser cuidada. Mas também é um terreno fértil para a criatividade, para o humor, para a reinvenção. E sim, até para o design e a moda. O fenómeno global da sardinha é uma oportunidade, mas é também um alerta. Se não formos nós a dar valor ao que é nosso, outros virão e fá-lo-ão por nós — com lucro, sem alma, sem raízes.
Está na hora de proteger receitas tradicionais, apoiar os pescadores, dar visibilidade à cozinha de origem, criar produtos com identidade. Está na hora de afirmar que a sardinha é glocal: local na alma, global na projeção.
Sim, a sardinha chegou à Times Square. Mas agora é urgente que volte a entrar com força nas nossas escolas, nas nossas políticas culturais, nas nossas conversas. Que seja mais do que uma moda: que seja um movimento de orgulho portimonense, algarvio, português!
Não me cansarei de dizer (e escrever) que: Se há espaço para sardinha na montra do mundo, também há espaço para ela no centro da nossa visão de futuro a nível local e regional.
«Portimão, Terra da Sardinha» pode e deve ser uma marca. A nossa marca!
À semelhança de outras cidades, uma plataforma estratégica promotora da cidade, da região e da oferta turística associada à sardinha. Antes que outros cheguem, é fundamental impulsionar e fortalecer «Portimão, Terra da Sardinha» como a nossa marca territorial, por esta desempenhar um papel essencial para o sucesso regional no mundo globalizado e altamente competitivo em que vivemos.
Repensar o Código dos Contratos Públicos: por uma reforma orientada para o valor público
Carlos Manso, Economista e Membro da Direção
Nacional da Ordem dos Economistas
empre que os prazos e a execução dos investimentos se veem comprometidos nos grandes projetos nacionais — como aconteceu com a Jornada Mundial da Juventude, atualmente com os investimentos do PRR ou, mais recentemente, nas metas assumidas para o investimento de cariz militar no âmbito da NATO — surgem de imediato pressões para criar exceções às regras da contratação pública. No entanto, o problema da contratação pública em Portugal não se resolve com exceções pontuais, mas com uma revisão estrutural que a transforme, de forma definitiva, num verdadeiro instrumento de desenvolvimento nacional.
A transposição das normas europeias para os ordenamentos jurídicos dos Estados-Membros é da responsabilidade de cada um destes, cabendo-lhes definir a forma como o farão. A União Europeia não impõe o modelo legislativo a adotar, deixando essa decisão ao critério nacional. Contudo, torna-se politicamente mais cómodo atribuir à União Europeia a culpa por ineficiências, burocracia ou incumprimento de objetivos resultantes de opções internas, alimentando uma perceção injusta de distância ou
insensibilidade por parte das instituições europeias.
O Código dos Contratos Públicos (CCP), publicado em 2008, tem sido ao longo dos anos alvo de múltiplas alterações que procuram ajustar a legislação nacional às exigências europeias e à realidade económica portuguesa.
Muitas vezes, essas mudanças têm sido fragmentadas, reativas e tecnicamente densas, o que tornou o CCP num instrumento excessivamente formalista e pouco funcional. Mais do que um código, tornou-se uma teia jurídica onde o foco está frequentemente no cumprimento exaustivo dos procedimentos, em detrimento da qualidade dos resultados alcançados com os contratos públicos.
A contratação pública é uma das ferramentas mais poderosas do Estado para cumprir as suas políticas e transformar o território. Por ano, movimenta cerca de 40 mil milhões de euros em Portugal. Apesar disso, continua a ser tratada como um exercício meramente burocrático, em vez de ser reconhecida como um instrumento estratégico para gerar valor económico, promover inovação, garantir sustentabilidade e reforçar a coesão social. A realidade atual exige uma profunda
revisão do CCP, não apenas para reduzir o seu peso normativo, mas para reformular a sua filosofia de base.
O exemplo dos Países Baixos mostra que é possível fazer diferente. Com uma lei simples, guias práticos eficazes e uma abordagem orientada à proporcionalidade, o sistema neerlandês aposta na simplicidade, no pragmatismo e na confiança institucional. Os contratos públicos são desenhados para atingir resultados concretos: poupança energética, redução de emissões, inclusão de pessoas vulneráveis ou criação de valor económico local. A contratação é vista como uma política pública em si, e não apenas como um mecanismo de aquisição.
Enquanto em Portugal os cadernos de encargos continuam a descrever minuciosamente os meios e os materiais a usar, nos Países Baixos define-se o objetivo e desafia-se o mercado a apresentar soluções inovadoras. O pagamento está muitas vezes associado ao desempenho real alcançado, e os contratos incluem mecanismos de avaliação sistemática. O sistema holandês também reconhece e valoriza o papel do responsável pela contratação pública (mais como Gestor de
Compras do que como Gestor Administrativo do Contrato), profissionalizando essa função e apoiandoa com estruturas técnicas como centros de competências. A digitalização é total, os dados são abertos e os procedimentos são pensados para facilitar o acesso de pequenas e médias empresas.
Portugal tem muito a aprender com este modelo. Uma futura revisão do CCP deve simplificar a estrutura normativa, modular os procedimentos consoante a dimensão dos contratos e reconhecer a importância da capacitação dos agentes públicos. É essencial integrar cláusulas de desempenho, mecanismos de monitorização e critérios obrigatórios de sustentabilidade e inclusão. A contratação pública não pode continuar a ignorar as metas ambientais e sociais do país, nem pode perpetuar práticas que excluem microempresas por excesso de formalismo ou risco jurídico.
Reformar o CCP não é apenas um desafio técnico, é um imperativo ético, político e económico. Num contexto de escassez de recursos e exigência crescente de qualidade no serviço público, a contratação deve ser repensada como uma alavanca de transformação do Estado. Menos centrada na lei, mais centrada no valor. Menos presa ao procedimento, mais comprometida com o impacto. A contratação pública é demasiado importante para continuar a ser gerida como um processo administrativo. É tempo de a tratarmos como o que verdadeiramente é: uma política pública com poder para mudar o país.
Nota: Este artigo de opinião apenas reflete a opinião pessoal e técnica do Autor e não a opinião ou posição das entidades com quem colabora ou trabalha.
Já cheira a Verão Sílvia Quinteiro, professora
noite morna convida ao passeio. Desafio o marido para uma saída — uma caminhada pela Baixa e uma bebida fresca num bar conhecido. Sentamo-nos, com uma vista maravilhosa para a ria anoitecida. Peço um cocktail vistoso. Não sei se vou gostar, mas a fotografia é linda.
Uns instantes depois, um casal estrangeiro instala-se na mesa ao lado. O empregado aproxima-se e o homem aponta para o meu copo cintilante. Vão tomar o mesmo.
Chegada a bebida à mesa, dão um gole e ela, sorridente, faz-me um sinal de aprovação com o polegar. Faço um ar de entendida na matéria e sorrio de volta.
Passada uma meia hora, noto que se preparam para sair. Chamam o empregado, que lhes cobra 20 euros. Estranho, porque podia jurar que tinha visto 8 euros na carta. Estranho ainda mais quando, à saída, é exatamente isso que me é cobrado.
Não sei a favor de que entidade reverte aquela taxa de boas-vindas ao país do sol e praia — se ao proprietário do estabelecimento, se ao funcionário —, mas está bem visto, sim senhor. Um
preço para residentes e outro para quem vem de fora. Justíssimo!
Na manhã seguinte, confronto-me com outra situação em que os valores cobrados a habitantes locais e turistas diferem. Desta vez, de forma clara e devidamente anunciada. Estou na fila para entrar num parque aquático. À minha frente, três jovens — um casal de namorados e um rapazito mais novo. Adquiriram bilhetes com desconto para residentes. O casal mostra faturas que comprovam a sua morada. Ele explica que o miúdo é o seu irmão mais novo e que vivem na mesma casa: entrega os cartões de cidadão de ambos e uma cópia do do pai.
A jovem funcionária diz que precisa de uma fatura em nome do mais novo. Nada lhe garante que tenham a mesma morada. O rapaz liga ao pai, que lá os tinha ido deixar e tem de voltar para trás. O homem confirma o que já foi dito.
— E onde está a mãe? — pergunta a porteira. — Ele pode viver com ela noutro sítio. Preciso de uma fatura da água ou da luz com o nome dele.
— Sim, pode viver com a mãe noutro sítio. Ou com a avó. Ou com uma tia qualquer que vive na Suíça. E até podemos tê-lo raptado e vir escondê-lo aqui, não acha? — responde o pai, incrédulo. E insiste, perguntando-lhe se
conhece algum miúdo de 13 anos que tenha faturas de água ou de luz em seu nome.
Mas não a apanha desprevenida:
— Pois, as pessoas pensam que são muito espertas. É só chegar aqui, dizer que são residentes e está feito. É que eu sou burra, sabe? — responde orgulhosa da sua invulgar sagacidade.
Ao que o homem responde com uma imprevisível suavidade:
— Pois sei, minha senhora. Pois sei. É burra que mete dó. Uma tristeza.
Enquanto isso, a fila aumenta. Aguardase um desfecho que parece não chegar. E, na impossibilidade de ver os anunciados e já pagos espetáculos com outros animais, contentam-se os visitantes com o inesperado número protagonizado por um orgulhoso e estridente exemplar de pura raça asinina.
Pois é. Por cá, já cheira a verão.
Por uma candidatura conjunta do Algarve – Andaluzia (e Gibraltar) à organização dos
Jogos Olímpicos de 2044
Paulo Neves, «ilhéu», mas nenhum homem é uma ilha
s «colunas de Hércules» marcam melhor os limites, na antiguidade Grega, onde se iniciaram as Olimpíadas. O lema conhecido (já da época romana), agora completado (desde 2021): «Citius, Altius, Fortius, Communis» (Mais Rápido; Mais Alto; Mais Forte, Juntos)*.
O sul peninsular abria o mare nostrum interior ao mundo além do Mediterrâneo civilizado ou conquistado por diferentes comunidades, entre si (e pelos bárbaros), em tempos diferentes. Encontro de culturas e difusão da democracia aos povos, em que o belo, a sabedoria e a força eram os elementos constantes da afirmação e progresso dos mais aptos.
Hoje, o sul peninsular afirma-se, de forma crescente, como destino procurado para o lazer, a criatividade, o ensejo da melhoria da qualidade de vida por cada vez mais cidadãos originários das mais distantes partes do mundo, através da indústria da paz em que há reencontro cultural e vontade de progresso em harmonia. Identificando-se pelas suas paisagens, história e acolhimento.
Ao mesmo tempo, são áreas ainda desejosas de um desenvolvimento mais equilibrado, diversificado em que todos os seus territórios precisam desenvolver oportunidades para tantos que precisam delas e assim conciliar, em harmonia, a paz e o respeito entre iguais que as procuram por diferentes razões, do lazer ao trabalho.
Sim, precisamos visar mais alto, ambicionar mais longe e com intensidade maior em benefício de todos. Como continuidade de exemplo para todo o mundo. Nesta área de cruzamento territorial de culturas, povos, credos e cores do mundo antigo que parece exposto, agora, a um temporal de novas crises e medos.
Os quase 30 milhões de residentes, visitantes e turistas destas três regiões e das que lhe são mais próximas, concitam em apenas 190 quilómetros de distância entre os dois aeroportos de Faro e Sevilha (e da sua gare RENFE do AVE) e num triângulo com um outro lado igual, mais um aeroporto – o de Gibraltar, juntando três países do continente europeu.
Sendo que, na outra «coluna de Hércules», um país amigo, do continente
africano, que já tem o comboio de alta velocidade a ligar as suas cidades mais desenvolvidas.
De todas falta a ligação em ferrovia ao Algarve e, portanto, a partir desta ao Eixo
do Mediterrâneo – de Sevilha até quase ao berço da democracia, assumido e em desenvolvimento na União Europeia.
Entre Sevilha e Faro, 183 quilómetros, encontra-se a região menos desenvolvida
Foto: João Neves dos Santos
do sul peninsular. Uma hora a partir dos pontos de desembarque de cada lado, existem inúmeras infraestruturas desportivas para todas as atuais 32 modalidades desportivas e equipamentos para alojar os praticantes e os adeptos nos mais de 300 eventos em disputa nos JO da época moderna.
Estes 19 anos que nos separam da realização dos JOs neste triângulo extremo do Mediterrâneo, são o tempo certo para os acordos políticos entre as regiões, respetivos governos, depois para a elaboração do dossier de candidatura conjunta e «sobrarão» 15 anos para a realização das vias de comunicação em falta e para a consolidação dos laços de cooperação, desenvolvimento e aprofundamento da amizade, respeito firme para o progresso dos povos em paz.
A melhoria progressiva e consistente da imagem internacional da Península Ibérica, além do eixo Madrid-Barcelona, a afirmação da coesão a partir das Olimpíadas da paz constituirão uma mensagem de confiança e da melhoria da convivência entre países e continentes, em que 12 quilómetros medeiam tais colunas, convidando-se Marrocos a associar-se à sua implementação organizada, apesar do estreito marítimo (que um dia terá um túnel).
Os próximos autarcas, eleitos a partir de outubro de 2025, no seio da AMAL (Associação de Municípios do Algarve) poderão ser o fulcro, querendo, desta mensagem para o outro lado deste Al Andalus com a Junta da Andaluzia.
Apoiemos, outra vez, solidariamente, desde já, o eixo ferroviário AVE PortoVigo; a nova ponte e ainda o novo aeroporto para o Tejo que ajudará quem precisa de mais, sempre. E juntemos o aeroporto de Beja a este nosso esforço comum, solidários a sul.
Qual ponte ferroviária internacional do Guadiana que se vai juntar à rodoviária de Alcoutim-Sanlúcar que assim merecerá finalmente o investimento de retorno que, do lado Espanhol, Madrid parece dever à província de Huelva «Costa de la Luz» e que Lisboa deve (mesmo) ao Algarve já fundamentalmente desde a renovação do troço para o Alfa pendular de Ermidas Sado – Tunes em via dupla, que tarda inexplicavelmente e matam a possibilidade de exploração deste modo de transporte sustentável.
Assim também a oportunidade para o aprofundamento das relações entre os Reinos de Espanha e do Reino Unido que as gentes de Faro/Olhão e Tavira tanto apoiaram à sustentação de Gibraltar, que coexistem desde antes de 1700. E de todos nós, ao outro lado deste mar que damos costas.
Os meses de julho e agosto de 2044 prometem. Até lá, ambição e boa vontade. Ou outra região receberá essa edição das Olimpíadas que «calharão» ao velho continente.
*«Citius, Altius, Fortius, Communis» ou, em algarvio - pede o mais para ter o menos…
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