REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #482

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ALGARVE INFORMATIVO

ÍNDICE

Infralobo inaugurou hortas comunitárias inclusivas (pág. 24)

Município de Vila do Bispo iniciou construção de habitação de renda apoiada (pág. 30)

5.º Festival MOCHILA (pág. 36)

Campeonato Nacional de Ginástica Acrobática em Albufeira (pág. 46)

«Public Domain» da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo em Lagoa (pág. 88)

«Sermão de Santo António aos peixes… e aos outros pela divina graça do teatro (pág. 104)

«Eis o Algarve» de Nelson Conceição no Cineteatro Louletano (pág. 120)

OPINIÃO

Fábio Jesuíno (pág. 132)

João Ministro (pág. 134)

Carlos Manso (pág. 136)

Sílvia Quinteiro (pág. 138)

Paulo Neves (pág. 140)

Valentim Filipe (pág. 144)

Infralobo inaugurou Hortas

Comunitárias Inclusivas

empresa municipal

Infralobo inaugurou, no dia 21 de maio, mais dois talhões das suas Hortas

Comunitárias, destinadas à Associação

Existir, com uma componente inclusiva. Os talhões são cedidos a título gratuito à instituição, de forma a proporcionar um

espaço de aprendizagem e convívio para os seus alunos do Curso de Jardinagem.

Esta iniciativa vai permitir que os utentes da Existir possam ficar responsáveis pela manutenção do espaço, promovendo, assim, a sua autonomia. Ao mesmo tempo, vai possibilitar que os alimentos ali cultivados, de acordo com os pressupostos da sustentabilidade,

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé, e Carlos Manso, administrador da Infralobo

possam ser consumidos dentro da própria instituição, nomeadamente no âmbito da sua Cantina Social.

Estas Hortas Comunitárias irão, deste modo, aliar a sustentabilidade ambiental à inclusão social e economia local, três pilares da política municipal de Loulé. Por outro lado, as Hortas irão promover a segurança alimentar, aumentando a base de produção.

O projeto das Hortas Comunitárias foi lançado pela Infralobo em 2016, como compromisso com o bem-estar e a harmonia entre os seus trabalhadores. Nestes talhões, os trabalhadores da

empresa podem cultivar alimentos frescos e usufruir de momentos de convívio, num ambiente de saudável camaradagem.

Na sua fase inicial foram criadas cinco Hortas Comunitárias, cada uma dividida em talhões de 30 metros quadrados, equipadas com pontos de água para facilitar o cultivo. Em 2023, o programa expandiu-se para incluir um total de 15 Hortas Comunitárias, contribuindo para a economia familiar dos seus colaboradores. Agora, as Hortas abremse à comunidade, funcionando num espaço contíguo aos estaleiros da Infralobo que se encontrava subaproveitado.

Município

de Vila do Bispo iniciou construção de 29 fogos de habitação de renda apoiada

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

Câmara Municipal de Vila do Bispo procedeu, no dia 22 de maio, ao lançamento da primeira pedra de um edifício de habitação situado na Senhora do Amparo, em Vila do Bispo, e composto por 29 fogos destinados ao arrendamento apoiado. A construção do Edifício de Habitação e Atividades Económicas foi adjudicada à empresa

António Saraiva & Filhos, Lda., pelo valor de 4 milhões, 273 mil e 400 euros, acrescidos de IVA, e tem um prazo de execução de 540 dias.

O edifício projetado com três pisos e uma cave, com 29 fogos de tipologias T1, T2 e T3, visa dar resposta às necessidades identificadas na Estratégia Local de Habitação 2021-2031 desenvolvida no Município de Vila do Bispo, instrumento que define a estratégia de intervenção em matéria de política de habitação para

suprir as necessidades de desenvolvimento equilibrado e sustentável do concelho. Com uma área de implantação de 3 mil e 500 metros quadrados, estes fogos habitacionais serão construídos segundo o regime de custos controlados e inserem-se no acordo de colaboração entre o Município de Vila do Bispo e o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), ao abrigo do 1.º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A cerimónia de lançamento foi presidida por Rute Silva, presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, na presença do presidente da CCDR Algarve, José Apolinário. Estiveram também presentes a 2.ª Secretária da Mesa da Assembleia Municipal, em representação do seu presidente, vereadoras do município, presidentes das Juntas de Freguesia e entidades convidadas, bem como o Padre José Chula, da Paroquia de Vila do Bispo, que abençoou a obra.

5.º Festival MOCHILA trouxe

até Faro teatro, música e dança para todas as idades

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Henrique Lopes e Rúben Caeiro (Glimpse)

MOCHILA — Festival Internacional de Teatro para Crianças e Jovens, organizado pela companhia LAMA Teatro, assistiu, de 1 a 11 de maio, à sua quinta edição consecutiva. Foram 10 espaços da cidade de Faro que receberam mais de 20 propostas artísticas pensadas para crianças e famílias, muitas delas de entrada gratuita e em espaços ao ar livre.

O Festival MOCHILA realiza-se anualmente desde 2021 e tem como principais objetivos a promoção da descentralização da oferta cultural; a democratização do acesso a uma programação artística multidisciplinar de qualidade, desenvolvida por companhias e artistas nacionais e internacionais de referência; e a capacitação do público e das comunidades para o desenvolvimento de um pensamento crítico sobre o mundo contemporâneo.

Campeonato Nacional de 1.ª e 2.ª Divisão de Ginástica Acrobática disputou-se em Albufeira

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

Campeonato

Nacional de 1.ª e 2.ª divisão de Ginástica

Acrobática realizou-se, nos dias 17 e 18 de maio, em Albufeira, contando com a participação de centenas de atletas de 36 clubes para disputar os títulos nacionais em várias categorias. De facto, passaram pelo Pavilhão Desportivo de Albufeira quase 500 atletas, incluindo praticamente todos os que representaram a seleção

nacional no último Campeonato da Europa de Ginástica Acrobática.

O praticável montado no recinto recebeu as provas das diversas categorias e escalões, desde Iniciados até Seniores e o presidente do Município de Albufeira, José Carlos Rolo, não escondeu a satisfação pela forma como decorreram os campeonatos, realçando “a importância de trazer cada vez mais eventos de referência para o concelho” “Albufeira é hoje um ponto de encontro nas mais diversas áreas, e isto é

fundamental para combatermos os efeitos na sazonalidade da nossa indústria turística”, reforçou o autarca. Também o vice-presidente da Câmara Municipal e vereador com o pelouro do Desporto destacou a “capacidade instalada no Município para o acolhimento de eventos desportivos em diferentes modalidades”. Em vésperas de Albufeira se tornar Cidade Europeia do Desporto 2026, Cristiano Cabrita considera que “estão reunidas as condições para mostrarmos que estamos à altura de receber as competições mais importantes”.

Os Campeonatos Nacionais de 1.ª e 2.ª Divisão de Ginástica Acrobática foram organizados pela Federação de Ginástica de Portugal, com coorganização do AcroAlbuhera – Clube de Ginástica de Albufeira e o apoio institucional do Município de Albufeira, do IPDJ e do Plano Nacional de Ética no Desporto.

AUDITÓRIO CARLOS DO CARMO

COMPANHIA PORTUGUESA

CONTEMPORÂNEO NO DIA MUNDIAL

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

CARMO RECEBEU DE BAILADO MUNDIAL DA DANÇA

Companhia Portuguesa de Bailado

Contemporâneo viajou até Lagoa, no dia 29 de abril, Dia Mundial da Dança, para apresentar, no Auditório Carlos do Carmo, três peças: «Public Domain», de Ricardo Campos Freire; «Eurídice e o Instante», de Vasco Wellenkamp; e «Almada E TUDO!» de Maria Mira.

Entre interesse público e privado, entre amores e desilusões, entre ação e passado, este espetáculo é uma viagem pelas questões da sociedade. “Formado por três peças, elas interligam-se para serem um todo forte e questionante:

em «Public Domain» pensamos os nossos individualismos colossais numa sociedade imperfeita; em «Eurídice e o Instante», observamos a nossa capacidade de lutar pelo amor de uma vida e de duvidar; em «Almada E TUDO!» regista-se a vontade desgarrada de ação para mudar o mundo, no lirismo de um manifesto... e tudo”, descreve a conceituada companhia liderada por Vasco Wellenkamp.

Nesta edição é publicada a reportagem de «Public Domain», com coreografia e encenação de Ricardo Campos Freire e interpretação de Diana Rodrigues, Maria Mira, Paulo Miranda, Ricardo Henriques, Rodrigo Pereira, Sara Casal, Teresa Silva Dias e Wilson Baptista.

«SERMÃO DE SANTO ANTÓNIO

E AOS OUTROS PELA DIVINA TEATRO» É A 88.ª PRODUÇÃO

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

ANTÓNIO AOS PEIXES… DIVINA GRAÇA DO PRODUÇÃO DA ACTA

streou, no dia 24 de maio, no Teatro Lethes, em Faro, «Sermão de Santo António aos peixes... e aos outros pela divina graça do teatro», aquela que é a 88.ª produção da ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve.

António Vieira escreveu um texto – uma alegoria – que fala das relações entre culturas, da defesa da dignidade humana, denunciando a corrupção e o abuso de poder, num discurso intemporal que merece ser revisitado na atualidade. “Articulando o texto original com

textos contemporâneos, e mantendo a alegoria utilizada por António Vieira e o seu tom satírico, abordamos os temas do texto do séc. XVII que ainda estão bem presentes em diversas esferas da nossa sociedade nos âmbitos político, económico e social: a corrupção e o abuso de poder. Temas cada vez mais pertinentes e intemporais. Com um pedido de licença ao Padre António Vieira, falamos aos peixes, já que os hereges não nos escutam”, descreve o dramaturgo e encenador Luís Vicente, que partilha a interpretação com André Canário e Tânia da Silva.

Com texto de Padre António Vieira e Alexandre Honrado e dramaturgia e encenação de Luís Vicente, a cenografia é de J. M. Castanheira e os figurinos de Sara Vicente. A criação/construção da marioneta é de José Gil, Sofia Vinagre e Natacha Pereira (S. A. Marionetas –Teatro e Bonecos), a multimédia é da responsabilidade de João Franck e a figuração em vídeo é de Raquel Taveira. O desenho e operação de luz são de Octávio Oliveira, enquanto o desenho e operação de som são de Diogo Aleixo. A

peça conta com vozes off de Carmen Bentes, Mahomed Naheez, Maria Augusta Casaca, Pedro Monteiro, Raquel Taveira e Sebastião Bentes e com a colaboração de Luís Serra Coelho.

A ACTA é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Cultura | DGARTES – Direção-Geral das Artes e conta com os apoios do Município de Faro e AMAL, tendo ainda como parceiros o Algarve Informativo e a RUA FM – Rádio Universitária do Algarve.

NELSON CONCEIÇÃO APRESENTOU ALGARVE» NO DIA MUNDIAL

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

APRESENTOU «EIS O MUNDIAL DO ACORDEÃO

o dia 6 de maio, Dia Mundial do Acordeão, Nelson Conceição levou ao Cineteatro Louletano o espetáculo «Eis o Algarve», uma viagem pelas artes tradicionais do povo algarvio que mostra como o acordeão foi e é um pilar identitário da região.

Este é um espetáculo onde a dança, a música, a iluminação, o vídeo e a cenografia fazem o público submergir na identidade cultural da região, desde as suas raízes até à contemporaneidade. Uma oportunidade para redescobrirmos o Algarve, as suas gentes e heranças culturais, numa viagem audiovisual que nos transporta para um passado que nos orgulha e eleva, trazendo à tona memórias ancestrais trajadas de

modernidade e sublinhadas por paisagens visuais e cenográficas exuberantes e inesperadas.

A equipa de excelência, composta por 10 músicos, os cantores Melissa Simplício, Cristina Paulo e Amabélio Pereira, 4 bailarinos do Grupo Folclórico de Faro, múltiplos intervenientes nos vídeos, diversos criadores de várias disciplinas artísticas e mais de uma dezena de técnicos, produtores e assistentes de produção, construiu um espetáculo, em resultado de uma encomenda do Município de Faro no âmbito da programação em rede «Bezaranha – Há ventos que vêm por bem», que é, de facto, único e imprevisível. Uma excelente forma de assinalar o Dia Mundial do Acordeão num Cineteatro Louletano completamente esgotado numa noite de terça-feira.

YouTube: O Futuro da televisão já começou

Fábio Jesuíno, empresário

um mundo altamente conectado, os hábitos de consumo de conteúdo audiovisual estão em constante transformação, criando uma dinâmica impulsionada pela proliferação de dispositivos móveis, acesso generalizado à internet e à ascensão de plataformas de streaming e redes sociais.

Uma verdadeira revolução na forma como descobrimos, partilhamos e interagimos com o vídeo e o áudio. Neste novo cenário digital, os algoritmos são cada vez mais sofisticados, analisam os nossos gostos e comportamentos para nos sugerir conteúdos relevantes, criando, por um lado, uma experiência mais personalizada e viciante, mas, por outro, levantando questões sobre bolhas de filtro e a diversidade da exposição cultural.

Além disso, a fronteira entre consumidor e criador tornou-se cada vez mais ténue. Ferramentas de criação e edição acessíveis permitem que seja cada vez mais acessível a criação e distribuição do seu próprio conteúdo audiovisual, resultando numa explosão de criadores independentes, influenciadores digitais e comunidades online em torno de nichos específicos.

Este fenómeno encontra no YouTube o seu maior palco. A plataforma, que nasceu como um espaço para partilha de vídeos caseiros, evoluiu para se tornar um dos principais protagonistas do entretenimento global. Atualmente, já não se trata apenas de assistir passivamente à televisão tradicional, mas de ter o poder de escolher o que ver, quando e onde quiser, de acordo com os seus interesses e ritmo de vida. Contado com milhões de canais, o YouTube está a reinventar o conceito de televisão e a antecipar o futuro do entretenimento audiovisual, onde a interatividade, a personalização e a diversidade de conteúdos ditam as novas regras do jogo.

Um dos grandes fatores diferenciadores que faz com que o YouTube tenha um grande sucesso e continue a crescer é a estratégia de partilha de receitas com os criadores de conteúdo. Esta abordagem permite que qualquer pessoa transforme a produção de vídeos numa fonte real de rendimento, democratizando o acesso ao universo do entretenimento digital. Através do Programa de Parceiros do YouTube, os criadores elegíveis podem monetizar os seus canais de diversas formas, incluindo anúncios, assinaturas de canal, doações em transmissões ao vivo, vendas de produtos e até financiamento direto dos fãs. Esta multiplicidade de opções incentiva a criatividade e contribui para a enorme

diversidade de conteúdos disponíveis na plataforma.

Este modelo de remuneração tem sido fundamental para atrair milhões de criadores de conteúdos independentes, que veem no YouTube uma grande oportunidade. Nos últimos anos, a plataforma distribuiu dezenas de milhões de dólares entre criadores, artistas e empresas audiovisuais, fomentando um ecossistema dinâmico e inovador. Ao recompensar financeiramente a criatividade e o envolvimento com o

público, o YouTube não só diversificou os conteúdos disponíveis, mas também consolidou a sua posição como protagonista do entretenimento digital.

O futuro do entretenimento passará, inevitavelmente, por um equilíbrio entre inovação tecnológica, liberdade criativa e responsabilidade social, com o YouTube a liderar este movimento de transformação global.

Exemplos que nos deveriam inspirar João Ministro, engenheiro do ambiente e empresário

enho um certo interesse pelo que se vai fazendo lá fora ao nível ambiental, nomeadamente no campo do planeamento e da regeneração urbana. É algo que pesquiso com regularidade em vários fóruns informativos, de debate e partilha, sobre estes e outros temas afins. A forma como muitas cidades europeias estão hoje a adaptar-se aos desafios climáticos e ambientais, bem como à crescente exigência por uma melhor qualidade vida dos seus habitantes, traduz-se em exemplos inovadores muito interessantes, curiosos até. Vejamos alguns deles.

Em Utrecht, Holanda, o município decidiu transformar 316 paragens de autocarros em verdadeiros spots de biodiversidade instalando coberturas verdes de forma a melhorar a qualidade do ar, absorver água da chuva, regular a temperatura e ajudar os polinizadores, como abelhas, borboletas e outros insectos. Além de melhorar a própria estética desses espaços, normalmente forrados a metal ou vidros com publicidade. Depois desta, outras cidades, em vários países, seguiram o mesmo exemplo. Mas a iniciativa não se esgota nas paragens de autocarros ou dos populares trams. O município atribui ainda ajudas financeiras aos cidadãos que queiram instalar coberturas verdes nas suas casas.

Em Valladolid, Espanha, outro projecto de combate ao desconforto térmico no espaço público está a acontecer. Com o objectivo de criar zonas de sombra verde («green shades»), o município, no seio de um projecto europeu, decidiu instalar coberturas verdes suspensas em várias ruas, especialmente naquelas que por serem muito estreitas não permitem a colocação de árvores. Estas estruturas aéreas consistem numas velas, feitas de um geo têxtil especial impregnado de substrato que permite o desenvolvimento de plantas sem necessidade de ali colocar terra. A rega é eficiente, com recolha e recirculação da água. Isto permite criar zonas de sombra, reduzir o impacto das «ilhas de calor», bastante comuns em cidades, e claro, melhorar a qualidade do ar.

Outro exemplo vem de Paris, cidade que se prepara para fechar 500 ruas à circulação rodoviária («car-free streets»), remover o alcatrão e plantas centenas de árvores. O objectivo é o que se adivinha: melhorar qualidade do ar, promover a mobilidade leve, criar zonas de lazer e usufruto do espaço publico, etc.

Por fim, um caso curioso vindo de Brighton, sul de Inglaterra. O município decidiu aprovar um regulamento que obriga os novos edifícios, com mais de 5 metros de altura, a instalar tijolos nas fachadas para atrair abelhas e ninhos

artificiais para andorilhões. Os tijolos consistem nisso mesmo: um tijolo, mas perfurado na face exterior, com orifícios de diferentes diâmetros, de forma a permitir diferentes espécies de abelhas a se instalarem em seu interior e fazerem aí os seus ninhos. O objectivo é, naturalmente, ajudar na preservação destes insectos, extremamente importantes na polinização e que estão, como todos sabemos, sobre forte regressão em muitos sítios.

Muitos outros exemplos poderiam ser dados, mas estes bastam para que tenhamos uma ideia de como estão a evoluir muitas cidades por essa Europa fora. Por cá, infelizmente, as dinâmicas são ainda bastante «tradicionais». Continuamos a assistir à proliferação do alcatrão – que nos momentos prévios a eleições autárquicas tende a disparar – aos desbastes radicais de árvores, à ausência

de espaços verdes dignos desse nome, ao já tradicional desordenamento urbano –bem como do espaço rural – ou de projectos eficientes e práticos de mobilidade leve. Não há sequer uma visão pragmática para as cidades perante o que já se sente nos dias que correm: excesso de calor, falta de sombras ou corredores verdes.

Devíamos estar a tornar as nossas cidades mais resilientes e preparadas perante os desafios actuais, sejam climáticos ou de preservação da biodiversidade, mas preferimos refugiarmo-nos em planos, estudos e estratégias, ricos em páginas e gráficos, mas cuja concretização pouco se vê. Ficam os exemplos para nos inspirarem.

Fontes de informação: https://www.brightvibes.com

Algarve: Construção em Alta, mas Famílias sem acesso à Habitação

Carlos Manso, economista e membro da Direção Nacional da Ordem dos Economistas

região do Algarve foi uma das que mais cresceu em população entre 2011 e 2023: +7,3%, o maior aumento entre todas as NUTS II do país. Em contrapartida, a resposta construtiva foi insuficiente — apenas 5,1% de novos fogos face ao stock de 2011, um valor próximo da média nacional, mas desajustado face à forte pressão demográfica e turística.

Este desfasamento teve consequências diretas nos preços da habitação, que dispararam. As rendas e valores de venda atingem hoje níveis incomportáveis para a maioria das famílias algarvias, pressionadas por um mercado dominado pelo investimento estrangeiro e por opções de investimento de portugueses com liquidez, pelo alojamento local e por segundas habitações. O mercado formal de arrendamento praticamente desapareceu nas zonas de maior pressão, como Loulé, Lagos, Albufeira e Tavira.

Mesmo com o aumento dos fogos por edifício (de 1,0 para 1,7) e a redução da área média por fogo (de 118 m² para 80 m²), a produção habitacional não

acompanhou o ritmo da procura. A construção nova foi dominante, mas a reabilitação urbana perdeu expressão ao longo da década, limitando a regeneração dos centros históricos e a diversificação da oferta.

O resultado é um Algarve dual: um para o turismo e para os investidores do ramo imobiliário e outro para os residentes, com acesso cada vez mais limitado à habitação digna. A economia local, fortemente dependente de setores com baixos salários, agrava esta equação, bem como a perda de poder de compra, associada à inflação e ao custo de vida, empurra milhares de pessoas para a periferia, para o mercado informal ou para a saída da região.

E o papel dos decisores políticos? No Algarve, a resposta tem oscilado entre o discurso cheio de promessas para um amanhã distante para as famílias que precisam de soluções hoje e a inação perante o aparecimento e agravamento do problema. Os instrumentos de planeamento não têm acompanhado a realidade social e demográfica, até porque muitos deles estão teimosamente a aguardar a sua revisão. Os programas públicos de habitação surgem lentamente, sem escala ou coordenação

regional, enquanto a lógica do mercado, tantas vezes promovida em nome do «desenvolvimento», ignora o direito fundamental à habitação, produzindo habitação para quem está no mercado, deixando de fora milhares de famílias que já não têm acesso a ele devido à sua insuficiência financeira. As autarquias precisam de planos ousados, realistas e cooperativos, que priorizem a construção acessível, a habitação para trabalhadores e a reabilitação habitacional com função social. O Governo deve assumir o Algarve como um laboratório de políticas habitacionais estruturantes.

Porque sem coragem e decisão política, o Algarve continuará a construir… mas não para quem dele precisa.

Nota: Este artigo de opinião apenas reflete a opinião pessoal e técnica do Autor e não a opinião ou posição das entidades com quem colabora ou trabalha.

Entre o Céu e o Inferno Sílvia Quinteiro, professora

turbulência

cessara, mas Miguel sentia ainda o corpo colado ao assento. Limpou o suor das mãos nas calças de ganga e aconchegou-se. Recompôs-se devagar, na certeza porém, mais uma vez confirmada, de que, se Deus quisesse que ele voasse, lhe teria dado asas. Respirou fundo e aproveitou o momento de acalmia para olhar pela janela.

Lá em baixo, a contrastar com o azulclaro do céu que envolvia o avião, estendia-se o azul-escuro do mar e os tons castanhos da terra, que se esbatiam à medida que dele se aproximavam. Imaginou praias de águas tépidas, areais dourados, raios de sol a tocar a pele de turistas lânguidos, amolecidos pelo calor.

O comandante interrompeu o devaneio com voz serena e impessoal. Corpo e mente prepararam-se de imediato para o anúncio de mais um troço de estrada em mau estado. Fechou os olhos. Conteve a respiração. Mas a mensagem não foi a esperada. O comandante alertou para mancha de nuvens que cobria a linha do horizonte. Miguel soltou o ar retido nos pulmões e apressou-se a procurar o ponto indicado: "Ali é a Faixa de Gaza" –concluiu o comandante.

Uma pressão surda comprimiu-lhe o diafragma. O medo da turbulência que sentira há instantes era agora risível, senão mesmo embaraçoso. Encostou-se novamente à janela. Não se permitiu pestanejar. Havia nele um inexplicável espanto. Como se tivesse acabado de descobrir que aquele território realmente existia. A evidência irrefutável estava agora ao alcance do seu olhar. A tragédia, até então circunscrita a um lugar distante e imaginado, materializara-se e ganhara coordenadas geográficas concretas.

Esforçou-se por vislumbrar qualquer sinal de guerra. Contudo, a paisagem, em negação, continuava bela e serena. A consciência da violência invisível esmagava-o, impedindo um ai, um suspiro, uma lágrima que fosse. Não havia possibilidade de catarse, apenas confronto. Um castigo, acreditou. Não tinha o direito de expiar a sua pequena dor.

Protegido naquela cápsula suspensa, a caminho de um destino seguro, certo de que dormiria em casa, de que o aguardavam um banho quente, uma refeição farta, o conforto de uma cama com lençóis frescos e perfumados, sentia-se simultaneamente impotente e culpado. Um ser irrelevante num mundo disfuncional.

Vista daquela altitude, Gaza era um fragmento minúsculo de paisagem. A

brutalidade da luta sangrenta pela sua posse, um absurdo inexplicável e imperdoável. Miguel imaginou os corpos feridos e desnutridos. Tão perto. Imaginou a fome, o frio, a exaustão, o medo. Pais e mães confortando como podiam filhos famintos, doentes e mutilados, que os olham em busca de uma salvação que não têm para dar. E pensou na monstruosidade daqueles que, movidos pelo desejo de poder e pela ganância ultrapassam os limites do concebível, aniquilam tudo e todos num frenesim cego – ignorando que lutam, na verdade, contra a sua própria pequenez e inevitável condição transitória. Miguel

tentava, em vão, dar sentido a esse apetite insaciável. Ao impulso de possuir o que jamais se poderá usar, desfrutar ou sequer contar.

Ocorreu-lhe então que alguém deveria explicar àquelas pegas-rabudas que não iam conseguir comer tudo o que roubavam. E que o brilho que viam em Gaza não era ouro. Era fome. Eram malgas, tachos e latas raspados até ao metal cru, reluzindo sob o sol.

Miguel avistou, então, braços que rasgavam o véu de nuvens e atravessavam os céus: mãos gigantes, ossudas, estendidas na sua direção. Trémulas, porém decididas. Implorando. O quê? Nem sabiam. Porque na ausência de tudo, qualquer coisa é um tesouro: um naco de pão, um copo de água, um gesto de compaixão.

E ele? Ele impotente, sem poder dar nada, pensou: – E se, ao invés de seguirmos em frente, aterrássemos ali?

Mas a escolha era demasiado fácil. Tão simples como optar entre o Céu e o Inferno.

Entre o Museu Etnográfico do Algarve e os manuais de finanças

ste é o ano de todas as comemorações em torno da atividade turística. Os 55 anos da Região de Turismo do Algarve e agora os 30 anos da fundação da AHETA e mais à frente, ainda, a inauguração do Aeroporto.

Quando, em 1999, exerci o mandato, nem havia redes sociais, sequer ainda autoestrada para o Algarve e já tínhamos atingido as mais de 14 milhões de dormidas/ano na região. Quando, episodicamente, vejo grandes filas na aerogare, dou conta que hoje temos quase 10 milhões de passageiros/ano para um distrito de apenas 460 mil residentes.

Os empresários, os trabalhadores e, em geral, os residentes, têm feito um trabalho paciente, de cedências mútuas, mas em que invariavelmente o custo de vida é superior a outras regiões, mas os rendimentos, a taxa de abandono escolar precoce e as infraestruturas gerais malacompanham esta pressão.

Costuma, e bem, desejar-se: Parabéns, Felicidades e Muitos anos de Vida! Esta atividade é um caso de sucesso há décadas… o mundo “já esteve para

acabar várias vezes” e o Algarve/Portugal, em termos internacionais, vem subindo a sua procura comparativamente com outros destinos com mais estrutura de base e riqueza nacional de partida connosco.

Ainda assim o Algarve é comumente entendido como um «destino maduro», mas não pode passar a um destino cansado. Talvez fosse altura de procurarmos os que bem nos conhecem, mas optaram por outras descobertas desde a sua juventude, e agora para eles somos já apenas uma memória.

Sim, aqueles que nasceram para o turismo entre nós, enquanto eram jovens e depois, porque este era o destino habitual dos seus pais, acharam que já nos conheciam e foram, com outros jovens conhecer outros lugares, cada vez mais fáceis de encontrar neste mundo global.

São dezenas de milhões! Nestas dezenas de anos que, quando os pais venderam as suas casas de férias (quando atingiam a idade de reforma ou por problemas de saúde), ainda eram jovens e hoje são turistas globais. Vão à descoberta, porque os destinos passaram a ser mais conhecidos, mais acessíveis. A nós acham que já nos conhecem. Esta é a

terra dos seus cotas! É preciso inovar, fazer rejuvenescer o destino!

Temos que voltar a surpreender nos suportes de promoção, na relação, na paixão.

Atingimos mais receitas porque há maior procura.

Mas cada vez temos uma menor estada média e, portanto, atingimos maiores custos de operação e, havendo menor utilização das ofertas, haverá menor fixação e dispersão de rendimentos no território.

Foto: João Neves dos Santos

Tentamos, portanto, o menor custo de produção, também na mão de obra que precisamos para atender esta maior procura. Substituir os locais que não querem já algumas das profissões do turismo como trabalho porque penoso e com rendimentos em perca, contrários à evolução que sentem e é anunciada.

Ora, é notícia internacional que os residentes, tendencialmente, estão a colocar-se contra a atividade que «dá o pão»;

Em resultado os turistas vão perdendo o vínculo relacional com o destino, com as suas gentes e a nossa autenticidade/identidade. O destino é cada vez mais igual aos demais na forma de receber;

Parece que estou a trazer para a discussão uma preferência ou distinção étnica. Mas sim, temos que voltar a equilibrar a nossa relação local entre a riqueza gerada e a sua distribuição entre os fatores que o motivam e dão identidade. Sejam eles humanos, patrimoniais/culturais e ambientais.

Mas como é que podemos defender o que nos distingue na maneira de ser e de receber?

Quem nos fez destino de turismo foram as nossas paisagens, clima, localização/segurança e também a nossa cultura de forma alargada, a maneira de receber.

Pois, já não podemos receber assim porque não temos mão de obra.

Temos já caminhos difíceis a decidir:

Menos turistas? E/ou turistas diferentes? Que gastem mais e deixem recursos em todo o território é o que todos desejam. O Algarve, ainda assim, tem uma realidade de oferta que engloba várias ofertas diferentes para diferentes segmentos. Isso, é uma vantagem. Mas toda a oferta tem que ter, intrinsecamente, qualidade e segurança máxima para o seu segmento.

Fidelizar cada um hóspede/visitante que recebemos. Não desistir de cada um e faze-lo regressar. No mínimo transmitir aos seus amigos e colegas, portugueses e estrangeiros, a surpresa que o Algarve continua a ser.

No serviço que nos distingue. Para tanto precisamos de orientar incentivos, medidas de política, mas em qualquer cenário, teremos que assumir uma política para o nosso capital humano que verdadeiramente faz a diferença. A nossa maneira de ser.

Teremos que todos potenciar formação e acolhimento dos RH, a começar por uma visita ao museu etnográfico regional (piso 0 do edifício da CCDR Algarve) sem colocar de lado os manuais de gestão e finanças.

Vamos ter anos de verdadeiro desafio e transformação. Como até aqui e o mundo ainda não acabou embora as ameaças se mantenham e não contem a vontade crescente de viajar e conhecer nesta que é reconhecida como a maior indústria da paz.

Ser músico

Valentim Filipe, músico, professor aposentado

e dirigente associativo

qui há dias li algures um artigo em que o autor fazia uma pequena reflexão sobre as vantagens e desvantagens de exercer a profissão de músico.

Achei curioso algumas das observações que me fizeram reportar a uma situação ocorrida há uns anos, quando me desloquei a Lisboa com o meu filho Tiago Valentim por ocasião de um exame no Conservatório Nacional de Música.

Não sei qual a razão, mas é certo que utilizámos o transporte público comboio para a deslocação. Sentados na nossa frente um casal com quem, com o passar dos quilómetros, acabei por começar a trocar algumas palavras. Num dos momentos que o meu filho se levantou para esticar as pernas, perguntou-me o dito senhor qual a razão da nossa deslocação. Expliquei-lhe o motivo e, depois de um comentário evasivo (qualquer coisa como “música é uma coisa gira mas nunca tentei”), perguntou: E na vida o que é que ele quer fazer? Depois de alguns segundos respondi….MÚSICO! Confesso que o rosto do meu companheiro de viagem se alterou de tal modo que cheguei a pensar que algo de mau se iria passar, desde uma indisposição até uma série de críticas por

não fazer do meu filho um médico, advogado, empresário, professor, diretor de qualquer coisa, etc, etc. Consegui ler nos seus pensamentos ideias tais como “músico, e isso é lá profissão, coisa de gente que não sabe fazer nada, boémios, classe pouco credível e.….sabe-se lá que mais”.

Passados alguns minutos lá conseguiu perguntar timidamente: Mas ele não é bom aluno na escola? Sim, no geral é bom, respondi, sendo até excelente em algumas matérias! “Huuum”, foi o único som que lhe saiu. A partir daí e até ao final da viagem nem mais uma palavra haveria de ser trocada entre nós e decerto não pelo facto do dito casal sair pouco depois.

E agora a transcrição de dito texto que me fez recordar esta história.

Motivos para NÃO ser Músico:

- Tudo que é férias para os outros, pra você é época de muito trabalho;

- Festas? Quase nunca dá pra ir..

- Normalmente músico é um pouco solitário;

- Seu horário é o oposto das pessoas comuns;

- Dor de cabeça constante com sua profissão, seja por som ruim, seja por cachêts atrasados, sempre vai ter alguma coisa que o tira do sério;

- Inveja e falsidade no meio: Nem sempre ser um músico muito bom, vai ser bom pra você;

- Quem não é visto, não é lembrado;

- A grande maioria minimiza sua profissão;

- Você não passa de um vagabundo na visão da sociedade.

Motivos PARA ser Músico.

- Seu mundo é o melhor mundo que existe;

- Você faz música porque gosta, não por obrigação;

- As mesmas pessoas que te julgam por ser músico, te elogiam quando o veem tocando;

- Música é a linguagem mundial;

- Músicos ganham muito mais dinheiro do que muitos que dizem que você é vagabundo;

- Música é vida.

- Música é pra todos, mas nem todos são para a música.

À laia de conclusão e para matar a curiosidade de alguns leitores, devo dizer que o meu Tiago passou no tal exame e, já depois de ter completado o curso complementar do Conservatório, ingressou na Universidade Nova de Lisboa onde se licenciou em Ciências Musicais. Tendo posteriormente recusado ofertas para docente, é hoje um músico de mérito reconhecido em todo o país.

Sobre o tal casal dos quais nem sequer soube o nome, são sem dúvida o exemplo vivo do que no geral a sociedade portuguesa pensa dos que exercem a profissão referida, onde um mau professor, advogado, etc, é muito mais considerado do que um bom músico.

Felizmente lá fora as coisas não são vistas desta maneira, pelo que pude constatar em todos os países que visitei.

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