REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #480

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ALGARVE INFORMATIVO

17 de maio, 2025

«SENSORIANAS» de Clara Andermatt em Loulé

ÍNDICE

Festa de São Faustino em Boliqueime (pág. 24)

Quarteira festejou Dia da Cidade (pág. 34)

XIV Grande Mostra de Vinhos de Portugal em Albufeira (pág. 40)

Ginástica Acrobática em Loulé (pág. 52)

«Sensorianas» no Cineteatro Louletano (pág. 90)

Xutos & Pontapés em Silves (pág. 108)

The Black Teddys no Choque Frontal ao Vivo (pág. 124)

OPINIÃO

Mirian Tavares (pág. 134)

Ana Isabel Soares (pág. 136)

Fábio Jesuíno (pág. 138)

Carlos Manso (pág. 140)

Sílvia Quinteiro (pág. 142)

Paulo Neves (pág. 144)

Paróquia de São Sebastião de Boliqueime organizou mais uma Festa de São Faustino

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

Festa de São Faustino é uma celebração tradicional de Boliqueime, organizada pela Paróquia de São

Sebastião de Boliqueime com o apoio da Junta de Freguesia de Boliqueime, e que

voltou a ocorrer no dia 27 de abril, Domingo de Pascoela. O evento encheu o adro da Igreja de São Faustino de devoção e memórias de outros tempos e, depois da celebração religiosa pelo Padre Pedro Manuel, seguiu-se a Procissão ao som da Banda Filarmónica de Paderne e o arraial, com animação a cargo de Telma Santos e Nelson Duarte.

Quarteira festejou 26.º aniversário de elevação a Cidade

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

uarteira celebrou, no dia 13 de maio, o 26.º aniversário da sua elevação a Cidade, com as comemorações a arrancarem com o habitual hastear da bandeira no Largo do Centro Autárquico de Quarteira, acompanhada de formatura dos Bombeiros Municipais de Loulé. Seguiuse uma reduzida sessão protocolar, no Auditório do Centro Autárquico, devido ao período que antecede as eleições legislativas de 18 de maio.

Na ocasião, Telmo Machado, presidente da Junta de Freguesia de Quarteira que está em final do seu terceiro e derradeiro mandato, dirigiu à assistência umas breves palavras “com o coração cheio de alegria pelo dever cumprido, por ter servido esta nossa terra, por ter ajudado a aumentar a qualidade de vida dos nossos concidadãos e a imagem de Quarteira para o exterior, mas também com um sentimento de saudade antecipada desta maravilhosa equipa que, com a sua dedicação ao serviço público, transformou a nossa freguesia e cidade”. Ao fim de 12 anos como

presidente de junta, Telmo Machado leva desta experiência “as conversas com todos os fregueses, os elogios e as críticas, para o novo desafio a que me proponho”. “Quando, há mais de uma década, assumi este compromisso com todos vós, fi-lo com um objetivo muito claro: ajudar a transformar Quarteira numa freguesia mais coesa, mais moderna, mais justa e solidária, mais cultural e mais próxima das pessoas.

Hoje, ao olhar para trás, sinto que demos passos muito firmes nesse sentido”, declarou o autarca.

Telmo Pinto entende que a transferência de competências para as freguesias “veio possibilitar um trabalho mais cuidado, mais próximo e mais presente no território, com o aumento da qualidade dos serviços prestados em áreas administrativas” “Hoje, o Centro

Autárquico permite que os nossos fregueses não precisem de se deslocar à sede de concelho para resolver os seus assuntos, mas falo também da manutenção dos espaços verdes, da limpeza urbana e de muitas outras áreas em que a diferença é notória, portanto, ficámos todos a ganhar”, considera.

No seu último festejo de Dia da Cidade enquanto presidente de junta, Telmo Pinto mostrou-se grato a todas as pessoas que acompanharam a sua equipa, mesmo nos momentos de maior incerteza. “Uma cidade e uma freguesia vive das suas pessoas e é para elas que trabalhamos. Por isso, o brio, o olhar atento, a atenção ao pormenor, o amor à nossa terra, são fatores-chave, são o nosso cartão-devisita. Viver em democracia é um bem maior e devemos continuar a lutar diariamente pelos valores da tolerância, liberdade, humanidade. Por isso, agradeço a todos o respeito democrático, mas também as picardias, porque cada um de nós tem um sonho para a nossa terra”, disse o presidente da Junta de Freguesia de Quarteira.

Telmo Pinto deixou ainda um agradecimento especial a todas as instituições, associações e empresários, escolas, centro de saúde, forças de segurança, à paróquia, “que connosco colaboraram para que Quarteira fosse uma cidade digna, humana, acessível, alegre e tolerante” “Daqui a poucos meses deixarei esta função, mas continuarei a ser um de vós, um cidadão atento, participativo e orgulhoso da sua terra. Não fizemos tudo, é verdade, há sempre mais para fazer, mas fizemos muito, e fizemos com verdade, honestidade e total entrega. A Quarteira que hoje vejo é uma freguesia mais moderna, mais humana, mais forte, e sei que, com a vossa energia, com a continuidade de um trabalho sério, o futuro será risonho e feliz”, concluiu Telmo Pinto.

XIV Grande Mostra de Vinhos de Portugal registou mais de 11 mil visitantes

XIV Grande Mostra de Vinhos de Portugal foi a maior de sempre. Realizada entre 11 e 13 de abril, no Espaço Multiusos de Albufeira, a iniciativa superou todas as expectativas e consolidou-se como um dos principais eventos de promoção vitivinícola do país.

Com mais de uma centena de produtores e cerca de mil vinhos em prova, a Mostra atraiu um público vasto e

entusiasta. A organização estima que tenham passado pelo recinto mais de 11 mil visitantes, com destaque para o dia 12 de abril (sábado), que registou a maior enchente da história do evento. Entre o público contaram-se numerosos turistas e residentes estrangeiros, cada vez mais interessados na qualidade dos vinhos nacionais.

Este é um evento de carácter não lucrativo, promovido com o propósito de valorizar e divulgar vinhos portugueses provenientes de todo o país e dando visibilidade às regiões vitivinícolas

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

emergentes, como é o caso do Algarve. Desde os vinhos clássicos das grandes casas até às produções exclusivas de pequenos produtores, muitas das quais não se encontram em loja, a Mostra destacou-se ainda por dar visibilidade a pequenos produtores e quintas familiares de todo o território nacional.

Integrado na programação, o 10.º

Concurso de Vinhos de Portugal, promovido pela Confraria do Bacchus de Albufeira, decorreu nos dias 5 e 6 de abril, com os vencedores anunciados durante o jantar oficial no dia 11 de abril, no Restaurante Verde Minho de Vale

Paraíso. O evento coincidiu com a celebração do 18.º aniversário da Confraria e premiou 33 vinhos, entre os quais cinco Medalhas de Excelência, 11 Medalhas de Ouro e 17 Medalhas de Prata. Os produtores algarvios estiveram em grande, destacando-se as Medalhas

de Excelência atribuídas aos vinhos MRosé, 2023, da Adega Cantor e ao Quinta Tôr Grande Reserva Syrah, 2018, da Quinta da Tôr. A Quinta do Francês viu quatro dos seus vinhos serem reconhecidos com Medalhas de Prata e a Quinta dos Vales obteve uma Medalha de Ouro.

Organizada desde a primeira edição pela Confraria do Bacchus de Albufeira, a Mostra conta com a parceria imprescindível da Câmara Municipal de Albufeira e o apoio à divulgação da Região de Turismo do Algarve e da APAL – Agência de Promoção de Albufeira. Entretanto, a XV Grande Mostra de Vinhos de Portugal irá realizarse nos dias 17, 18 e 19 de abril de 2026, prometendo mais novidades, mais produtores e ainda mais motivos para brindar aos vinhos portugueses.

Pavilhão Municipal Professor

Joaquim Vairinhos assistiu ao talento e dedicação dos jovens ginastas algarvios (3)

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

Pavilhão Municipal Professor Joaquim Vairinhos, em Loulé, foi palco, nos dias 5 e 6 de abril, de mais fim-de-semana intenso de ginástica acrobática inserido no calendário de provas de 2025 da

Associação de Ginástica do Algarve, desta feita com a realização, em parceria com o Louletano Desportos Clube, do Campeonato Territorial de 1.ª e 2.ª Divisão, do Torneio de Preparação Base, do 2.º Encontro de Infantis e do 2.º Torneio de Níveis. Com o apoio do Município de Loulé e da Federação de Ginástica de Portugal, a prova demonstrou, mais uma vez, o excelente

trabalho que está a ser desenvolvido na região nesta modalidade, tendo contado com a participação de centenas de atletas a representar a ACD Che Lagoense, o Acro Al-Buhera Clube de Ginástica de Albufeira, a AGS – Associação de Ginástica de Silves, a APAGL –

Associação de Pais e Amigos da Ginástica de Loulé, a Casa do Povo de São Bartolomeu de Messines, o CEDF – Clube Educativo e Desportivo de Faro, o Ginástica Clube de Loulé e o Louletano Desportos Clube. Nesta edição encontrase a reportagem do Torneio de Níveis.

CINETEATRO LOULETANO ASSINALOU DA DANÇA COM «SENSORIANAS»

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

ASSINALOU DIA MUNDIAL «SENSORIANAS» DE CLARA ANDERMATT

lara Andermatt foi convidada a criar uma peça para o programa «Outros Mundos», dos Estúdios Victor Córdon, inspirada na cultura persa. Assim nasceu «Sensorianas», uma obra que representa um desafio de aproximação e celebração da riqueza cultural do Irão, incorporando contribuições da diáspora iraniana radicada em Portugal.

Neste espetáculo que subiu ao palco do Cineteatro Louletano, no dia 29 de abril, Andermatt foca o universo feminino e move-se num espaço de diálogo e reflexão sobre aspetos de vida quotidiana, da liberdade, e da diversidade cultural, reinterpretando dança, poesia e

música do Irão. A criadora não procura abarcar a imensidão da cultura persa, mas sim propor uma visão subjetiva, um olhar curioso e interessado para uma realidade muito diferente da nossa.

Com Direção Artística de Clara Andermatt, «Sensorianas» tem Interpretação e Colaboração Criativa de Beatriz Valentim, Helia Bandeh, Leonor Alecrim, Maria Fonseca e Rita Carpinteiro, com Consultoria Artística de Helia Bandeh e Direção Musical de João Lucas e Clara Andermatt. É uma coprodução OPART / Estúdios Victor Córdon, A oficina/ CCVF e Cineteatro Louletano, com apoio à residência de OPART / Estúdios Victor Córdon e apoios da República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes, Câmara Municipal de Lisboa, Interpress – Hub

Criativo do Bairro Alto e Plano Nacional das Artes.

A companhia deixa ainda um agradecimento especial a todas as pessoas iranianas ou de origem iraniana que falaram de si mesmas, da sua cultura e do seu país, designadamente: Aida

Sigharian, Golshan Chahian, Hoda Madad, Ismail Boali, Maryam Shams, Mehrnoosh Afshari, Nahid Sanganian, Nikdel Farhad, Omid Bahrami, Rahman Haghighi, Rebecca Moradalizadeh, Roham Torabi, Rouzbeh Akhbari, Sepideh Radfar, Sina Shirazi, Somayeh Gholami e Vahid Rasouli.

SILVES COMEMOROU O 25 DE FANTÁSTICO DOS XUTOS &

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

DE ABRIL COM CONCERTO PONTAPÉS

ara celebrar o Dia da Liberdade, o Município de Silves preparou um programa especial que incluiu concertos de grandes nomes do rock português, teatro e a Festa Abril em Família.

As comemorações do 25 de Abril tiveram início no dia 24 de abril, na Zona Ribeirinha de Silves, com atuação dos «Pecado Original», seguindo-se uma das mais emblemáticas bandas do rock português, os «Peste & Sida». No dia 25 de abril, as atividades arrancaram logo de

manhã com a habitual Arruada pela Banda da Sociedade Filarmónica Silvense, continuando com a Sessão Solene da Assembleia Municipal, comemorativa do 51.º aniversário do 25 de Abril, no Salão Nobre dos Paços do Concelho. A tarde foi para festejar em família, na Zona Ribeirinha, com jogos e várias atividades destinadas a todas as gerações.

O Dia da Liberdade terminou da melhor forma com a energia inesgotável dos icónicos «Xutos & Pontapés», também na Zona Ribeirinha, num concerto inesquecível para centenas de fãs.

THE BLACK TEDDYS ANIMARAM CHOQUE FRONTAL AO VIVO

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Vera Lisa

ANIMARAM MAIS UM VIVO EM PORTIMÃO

icardo Coelho e Júlio

Ferreira dinamizaram, no dia 23 de abril, no TEMPO – Teatro Municipal de Portimão, mais um Choque Frontal ao Vivo, o último antes da tradicional pausa de Verão, desta feita com os «The Black Teddys».

Inspirados pelas guitarras elétricas dos «The Strokes», pelos refrões melódicos de «Arctic Monkeys» e pela nostalgia e amor por artistas da década de 60 e 70 como «The Beatles», David Bowie ou «The Doors», nasceram em 2015 os «The

Black Teddys». Em 2016 lançaram o primeiro trabalho, um EP de quatro faixas intitulado «Midnight Struggles». O primeiro LP saiu dois anos depois, em 2018, e ajudou a concretizar os objetivos que tinham traçado no início da caminhada, como, por exemplo, pisar o primeiro palco de um Festival de Verão, no caso a Festa do Avante, e poder tocar fora do Algarve, nomeadamente no Tokyo e no Sabotage em Lisboa.

Em 2019 surge o EP «Star-Crossed Voyager», que os levou a pisar o palco do Festival F e a percorrer o nosso país de Sul a Norte. Com uma pandemia pelo meio, é tomada, de forma fácil e natural,

a decisão de mudar para a língua portuguesa. Sem pressa e com um objetivo claro daquilo que queriam, lançaram mais um álbum em março de 2024 e, entre produção e gravações, tiveram a oportunidade de pisar um palco que sempre ambicionaram, o EDP Vilar de Mouros, o que cimentou ainda mais a ideia de querer fazer mais e cada vez melhor. «Tempos Modernos» é um álbum que explora vários tipos de sonoridades,

do rock mais elétrico, passando por baladas orelhudas e piscando o olho à eletrónica em certos momentos, um álbum que os define e que deram a conhecer, ao público do Choque Frontal ao Vivo, no dia 23 de abril.

O Choque Frontal é um programa da Alvor FM em que Ricardo Coelho e Júlio Ferreira são responsáveis pela realização, produção e apresentação.

Dos diálogos Mirian Tavares, professora

á uns anos estava a falar com um amigo jornalista, que vive no Rio de Janeiro. Ele é daqueles amigos que nem o tempo nem a distância nos separou totalmente. A primeira lembrança que temos em comum é a de estarmos numa praia, o povo todo ao sol, e de repente ele se dá conta de que eu também lia, e gostava, de Tennessee Williams.

Sabe uma coisa que me deixou besta quando aprendi a cozinhar? (dizia ele)

O primeiro prato que minha mãe me ensinou foi moqueca. Quando minha mãe me ensinou moqueca, eu fiquei intrigado e besta com o facto de que a base do prato, o que lhe dava gosto, o seu segredo, era cebola, alho e tomate.

Besta fiquei porque esta é a base de um monte de outros pratos que eu fui aprendendo a fazer - sempre tinham cebola, alho e tomate.

Eu sou mansa, mas minha função de viver é feroz.

Clarice Lispector

Eu tentei fugir desta combinação, inventando receitas que levassem echalotas, substituindo o tomate por curcuma, botando hortelã e tirando o alho. Mas, na verdade, os pratos bons sempre tinham cebola, alho e tomate. Pensei nisso, hoje de manhã, porque eu perdi muito tempo tentando mudar a simplicidade boa e eficaz, que garante uma vida feliz, por receitas mais complicadas, que levassem curcuma, cravo, canela, manjericão.

Tudo bem, isso é bom.

Mas o fundamental mesmo é cebola, alho e tomate.

Falávamos nem sei de quê. Nossos diálogos são como um mote contínuo, sem paragens ao meio, sem explicações. Raramente um bom dia ou boa tarde. Acho que, nesse dia, falávamos de escolhas. E de procuras inúteis. Como os programas culinários estão na moda, fica aí a receita: a base de um bom prato é cebola, alho e tomate. Simples. Mas nem sempre fácil.

Foto: Isa Mestre

Um livro: As Trapezistas, Ana Zanatti (edições Abysmo, 2024)

em quase uma década aquele que considero ser um dos mais valentes e valiosos livros que foram publicados em Portugal neste século. Chama-se O Sexo Inútil e foi escrito por Ana Zanatti (Sextante Editora). A sua autora, que se iniciou em 1998 na escrita para telenovelas (com Rosa Lobato de Faria), publicou a primeira obra de ficção literária, Sinais do Medo em 2003 – desde aí, tem assinado outras narrativas de ficção, livros para criança, e poesia. Desconheço quando terá sido publicado o seu primeiro poema (duas estrofes, escritas em 2012, saíram no ano seguinte numa antologia breve sobre o pão, Este é o Meu Corpo, publicado pela extinta teaforone). O ano passado, a editora Abysmo editou-lhe aquele que, tanto quanto me é dado saber, é o seu primeiro livro de poemas, As Trapezistas.

As Trapezistas compõe-se de duas partes: “ÁTIS, A DOS SEIOS FLORIDOS”, com catorze poemas, e “ATRAVESSAR A NOITE”, com trinta e cinco. São duas porções do mesmo livro, separadas talvez no tom, mais lunar na segunda, menos desesperançado (ainda que a lidar com a “desordem” de um presente) na primeira. Em ambas, estrutura-se um diálogo implícito, um “eu” que se quer estruturado, claro, ordenado, que enuncia um “tu” desestabilizador, “o mar, / uma realidade

que se impõe, / energia de ondas e marés” (8), surgido para instituir “a desordem que sempre se anuncia” (47). O título da primeira parte oferece a leitura de um amor homoerótico, aquele que se presume ter unido a poeta de Lesbos, Safo, a uma sua companheira (pupila? amiga?), Átis, personagem de alguns dos fragmentos que sobreviveram os mais de dois mil e oitocentos anos que nos separam da sua época. É sobre o amor homoerótico – dito “inútil”, no título daquele livro de 2016, dito inútil também nos versos do poema precisamente com esse título (41), em que se escreve: “A minha existência organizase / na inutilidade de amar” –, é sobre esse amor que se fala nos versos de As Trapezistas, entendidas, então, como seres de vida instável, em precários equilíbrios num mundo que não oferece qualquer porto seguro, qualquer constância quotidiana: “o meu rosto vidrado pasma” porque “As bombas explodem”, no poema “Desesperança” (53-54). Em As Trapezistas, encontro o repositório de uma intimidade que se pensa, que se imagina no fulcro deste vórtice existencial, e que poderia corresponder ao mais fundo imaginado por cada uma das muitas vozes relatadas em O Sexo Inútil – uma contraparte lírica para os depoimentos documentados no livro de 2016, que transforma o documental em poético, que faz alinhar a sublimidade do verso com o que de mais prosaico se encontra na dureza do real.

Foto: Vasco Célio

Oportunidades e desafios do potencial económico da CPLP

Fabio Jesuíno, empresário

Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) agrega mais de 300 milhões de pessoas em quatro continentes, possuindo um vasto património de recursos naturais e culturais. Os países da CPLP representam 8 por cento da superfície continental do planeta e detêm mais de metade das novas descobertas de recursos energéticos do século XXI.

A CPLP destaca-se pelo seu vasto potencial económico, sustentado por uma população jovem e em crescimento, abundância de recursos naturais e uma identidade partilhada pela língua portuguesa. Esta identidade comum representa uma vantagem estratégica ainda pouco explorada, funcionando como uma verdadeira plataforma de cooperação.

Uma maior valorização da língua portuguesa como plataforma comum vai permitir impulsionar mais a inovação, o empreendedorismo e a circulação de conhecimento. Apostar na promoção e dinamização desta base linguística vai potenciar mais o desenvolvimento económico sustentável e a integração dos mercados lusófonos.

A exploração responsável dos recursos energéticos, marinhos e minerais, bem como a aposta em setores como a agricultura e a economia azul, vai possibilitar um maior desenvolvimento sustentável e uma maior diversificação económica dos Estados-membros. A cooperação interna facilita a partilha de conhecimento e boas práticas, reforçando a posição global da comunidade lusófona.

O ecossistema de startups na CPLP representa uma das oportunidades mais promissoras para impulsionar o desenvolvimento económico e a inovação nos países de língua portuguesa. Com uma população jovem, uma identidade linguística comum e mercados em crescimento, a CPLP oferece um terreno fértil para criação de novos negócios e ideias disruptivas. O empreendedorismo, especialmente através das startups, é um motor fundamental para a criação de emprego e a promoção de soluções inovadoras adaptadas às realidades locais. Iniciativas como concursos de ideias, programas de incubação e aceleração, são cada vez mais frequentes no espaço da CPLP, este dinamismo é extremamente positivo e deve ser intensificado.

Apesar do seu potencial, a CPLP enfrenta desafios estruturais que

dificultam a concretização plena das várias oportunidades económicas. Entre os principais obstáculos destacam-se a burocracia excessiva, as restrições à mobilidade de pessoas, a grande desigualdade no desenvolvimento económico entre os países membros e a necessidade de criar um ambiente mais favorável ao investimento.

A consolidação de uma verdadeira integração económica exige a promoção de um quadro facilitador para a internacionalização das empresas, a proteção mútua de investimentos e o incremento das trocas comerciais. Adicionalmente, é fundamental investir na capacitação institucional, na melhoria das infraestruturas e na redução da burocracia, para que a CPLP se afirme

como um bloco económico eficiente e relevante no contexto global.

A CPLP reúne condições únicas para se afirmar como um bloco económico relevante, oferecendo oportunidades significativas para o desenvolvimento sustentável, a inovação e a integração de mercados, especialmente através do fortalecimento do ecossistema de startups e da promoção de parcerias internacionais. No entanto, para que este potencial se traduza em prosperidade partilhada, é essencial ultrapassar desafios estruturais como a burocracia, as desigualdades e as barreiras à mobilidade e ao investimento. Só com uma cooperação mais eficaz conseguirá transformar as suas oportunidades em resultados para todos os seus membros.

Economia Circular no Turismo: Quando a Estratégia Pública lidera a Transformação Sustentável

Carlos Manso é Economista e Membro da Direção

Nacional da Ordem dos Economistas

emergência climática, a escassez de recursos e a crescente consciencialização dos consumidores estão a transformar o turismo. Já não basta ser um destino bonito — é preciso ser um destino responsável. Nesse contexto, as entidades públicas com responsabilidade sobre territórios turísticos têm um papel estratégico na transição para modelos de desenvolvimento baseados na economia circular.

A lógica da economia circular — reduzir, reutilizar, reciclar — é particularmente relevante em destinos turísticos onde a pressão sobre os ecossistemas naturais se intensifica em ciclos sazonais. Trata-se de territórios com exigências específicas: elevado consumo de água, produção intensiva de resíduos, mobilidade crescente e elevados custos de manutenção de infraestruturas, por isso, adotar práticas circulares nestes territórios é, portanto, mais do que desejável — é necessário.

Várias experiências de gestão pública demonstram que é possível aplicar os princípios da circularidade de forma eficaz, desde que exista visão estratégica, investimento em inovação e capacidade de articulação com a comunidade local e os agentes económicos.

Uma das áreas mais críticas em territórios turísticos como a região do Algarve é a água. A implementação de sistemas de rega inteligente, com sensores meteorológicos e de humidade, permite ajustar automaticamente o fornecimento de água aos espaços verdes, reduzindo drasticamente o desperdício, assim como, a substituição de espécies vegetais por plantas autóctones ou de baixa necessidade hídrica, que aliem a poupança de recursos à valorização da biodiversidade local. Ao mesmo tempo, a modernização da rede de abastecimento com tecnologias de deteção de fugas contribui para a eficiência global, com benefícios económicos e ambientais no médio prazo.

A gestão dos resíduos orgânicos é outra frente essencial na circularidade, onde a recolha seletiva de biorresíduos em áreas residenciais e turísticas permite canalizar esses materiais para compostagem,

reduzindo ou até mesmo eliminando a dependência de fertilizantes químicos e reduzindo emissões de gases com efeito de estufa. A criação de pequenas unidades de compostagem local — com aplicação direta do composto nos espaços públicos — pode representar uma oportunidade concreta para fechar o ciclo dos nutrientes dentro do próprio território, reduzindo a pegada ecológica e promovendo a autonomia ambiental.

A aposta na eficiência energética e na produção própria a partir de fontes renováveis tem vindo a ganhar expressão, com resultados visíveis em alguns projetos de reduzida escala regional. Edifícios públicos energeticamente otimizados, veículos elétricos nas frotas operacionais e sistemas de monitorização de consumo são hoje pilares de uma gestão mais sustentável, mesmo com o aumento das necessidades operacionais — por exemplo, em quilometragem percorrida — é possível reduzir a intensidade carbónica e as emissões totais, desde que se aposte em soluções tecnológicas adequadas.

Mais do que implementar boas práticas isoladas, estas estratégias só são eficazes quando integradas numa visão sistémica do território. Quando a entidade pública lidera com coerência e transparência, o impacto vai muito além das suas fronteiras operacionais, criando-se uma cultura de corresponsabilização entre residentes, operadores e players turísticos e visitantes, alicerçada numa evidência concreta e em resultados partilháveis.

A economia circular, quando aplicada com rigor, não é um custo adicional — é uma alavanca para valorizar o território, reforçar a sua competitividade e garantir a sua resiliência. Os destinos que adotam esta abordagem não só preservam os seus recursos naturais, como também se posicionam na vanguarda das novas preferências dos turistas, cada vez mais atentos às práticas sustentáveis, garantindo uma sustentabilidade do setor e da região no longo prazo.

Este modelo de gestão pode — e deve — ser aplicado pelas várias entidades públicas com responsabilidades em territórios turísticos, porque os recursos existem, a tecnologia está acessível, e o contexto político e social é favorável. Falta, muitas vezes, o passo estratégico: integrar a circularidade como eixo central da política pública territorial.

Os destinos turísticos do futuro não serão apenas aqueles que oferecem paisagens deslumbrantes, mas sim os que forem capazes de garantir um equilíbrio entre prosperidade económica, justiça ambiental e qualidade de vida. E essa transformação começa com a ação pública e com o contributo de todos os setores da sociedade, cuja adaptação aos novos desafios de sustentabilidade devem ser acelerados, podendo os investimentos associados serem financiados pela Taxa Turística. Pensem nisto.

Nota: Este artigo de opinião apenas reflete a opinião pessoal e técnica do Autor e não a opinião ou posição das entidades com quem colabora ou trabalha.

A culpa é das estrelas Sílvia

á dias, Elisa cruzouse num corredor com três colegas. Uma delas, Sónia, vinha acompanhada pela filha adolescente e, entre olhares

cúmplices e um suspiro resignado, comentava o mau feitio da jovem. A causa, claro está, atribuía-a ao zodíaco. A quem mais? Pois se a rapariga era de Touro…

Em redor, as colegas apressaram-se a corroborar:

— Uiii, de Touro! — exclamavam umas. — Touro, Touro. Teimosos. Quando marram para um lado… — sentenciou outra.

Em defesa da visada, Elisa ousou discordar:

— Olhem que os Touros que conheço são todos boas pessoas.

— Homens, com certeza. Porque as mulheres… nem te digo, nem te conto — atalhou Sónia, lançando um olhar à filha, em busca de validação.

Elisa deteve-se na jovem que, visivelmente envergonhada, procurava refúgio por detrás dos óculos de sol e fitava o chão.

— Estás a ver? — insistiu a mãe. — É isto: até ao meio-dia, nem se lhe pode dirigir a palavra…

Helena, que entretanto se aproximara, aproveitou a ocasião para entrar na conversa. Cheia de si, afirmou com desdém que uma mulher de Touro não era nada para quem foi criada por três — mãe e duas avós. Resultou. O grupo ficou impressionadíssimo. Todas tinham algum defeito a apontar às mulheres nascidas entre 21 de abril e 20 de maio. Cada um pior que o outro. Pobre Elisa! Digna da mais profunda admiração. Era uma sobrevivente! Uma guerreira! Uma força da natureza! Sim, porque os clichés eram quase tantos como os defeitos.

Raros são os temas que, uma vez lançados, se propagam com tamanha facilidade. Mas basta que alguém pronuncie a palavra signo e todos têm algo a acrescentar. Comparam a personalidade deste com a daquele, as manias e vícios de uns com os dos outros. Justificam questões de personalidade com a desventura de se ter nascido sob a influência de uma determinada constelação. Até porque, como é sabido, todas as falhas de caráter são imputáveis às estrelas. Já os aspetos positivos são atribuíveis à genética e de uma educação esmerada.

Os signos estavam quase todos dissecados quando Rui — que acumulava o cargo de vice-diretor com o de bajulador

do chefe — se aproximou, tocou no ombro de Elisa e perguntou qual era o tema da conversa. Em tom jocoso, elevou a sua voz sobre todas as outras e perguntou se, pela personalidade, as «videntes» conseguiam adivinhar de que signo era ele.

Elisa, que mal distinguia reiki de sushi, os signos ocidentais dos chineses, a imagem de Buda da do boneco Michelin e que confundia ioga com uma marca de iogurte, colocou um ar sério e enigmático de sibila:

— Para ti, tenho de consultar a minha bola de cristal — disse, retirando o telemóvel do bolso do casaco.

Enquanto Elisa adentrava os labirintos do invisível em busca do saber celeste, Rui fingia impaciência e ia troçando dos poderes sobrenaturais da colega. Dizia que havia bruxas mais rápidas. Perguntoulhe se estava a ler a Maria.

Até que Elisa exclamou:

— Já está! Demorei porque és um caso único, e bruxa que é bruxa faz a coisa bem feita. Ora bem, meu caro Rui: tu és Tartaruga-de-Cristal com ascendente em Líquen-Cinzento. Sabias?

Apanhado de surpresa, Rui franziu a testa, exibindo a expressão característica de quem nada entende.

— Pois — prosseguiu Elisa —, a minha bola diz que os Tartaruga-de-Cristal se deslocam com lentidão; que, ao mínimo sinal de perigo, se recolhem na carapaça; que observam à distância, intervindo apenas nas raras ocasiões em que podem manter a conveniente neutralidade. Vivem para agradar a todos, sem se comprometerem com ninguém. Já o ascendente em Líquen-Cinzento explica o facto de viverem colados a quem lhes convém. Não se lhes conhece qualquer contributo para o bem da humanidade e, ainda assim, estão em toda a parte. As estrelas não mentem, pois não?

O riso deu lugar ao silêncio. O confrangimento instalou-se como uma nuvem negra e pesada. Rui afastou-se, afirmando apenas:

— Sou de Peixes.

Virando-se para o grupo, Elisa rematou:

— Se fosse esperto, tinha perguntado primeiro pelo meu. Sou Escorpião. Parece que não há nada a fazer.

Soltou-se a gargalhada, há muito reprimida. Afinal, a culpa sempre era das estrelas.

Superação Paulo

Neves, «ilhéu», mas nenhum homem é uma ilha

om certeza, todos nós já conhecemos pessoas que nos surpreenderam por terem conseguido ultrapassar grandes dificuldades num determinado tempo, normalmente, relativamente longo.

Cada um cada de nós, aliás, já se deve ter deparado com um verdadeiro obstáculo que considerou intransponível ou irresolúvel.

Assistimos, felizes, sempre que algum ente querido ou amigo, supera um grande desafio.

Seja no campo da aprendizagem, em particular na educação de adultos, na integração de pessoas com dificuldades cognitivas, seja nas áreas de recuperação física, pela reabilitação, seja ainda na estabilização de situações de grande depressão, ultrapassar-se as dificuldades, é um momento de júbilo, de quase (re)criação pessoal e de alegria para a comunidade.

Uma inspiração coletiva. Passar a ser possível algo que era praticamente inalcançável motiva-nos a voltar a acreditar que, a vontade individual, o apoio dos mais próximos, a ajuda especializada, o treino e a persistência de realização é capaz de fazer «milagres».

Ao longo da vida, de muitas experiências e realidades por onde já passei de forma intensa, sempre me fui deparando com pessoas que em cada momento e perante grandes adversidades diversas, me surpreenderam de forma tão positiva na capacidade de resistência para alcançar os seus objetivos e mesmo para a sua superação que, também, me fazem sentir realizado, aprendendo com o seu exemplo.

Costumamos dizer que «ninguém consegue nada sozinho», mas a vontade, a persistência, a disciplina individual ajuda muito. Claro que a família, os amigos, a ajuda clínica profissional, quando necessária, colmatam necessidades que fazem acontecer o impossível.

Recentemente acompanhei, na área da saúde, muitos exemplos de superação. De doentes em situação dificílima, de profissionais que se realizam a ajudar aqueles. Tantas áreas em que o Algarve é exemplo. Situações profundas que passam a ser «apenas» más memórias.

Na reabilitação de pessoas que já não se acreditava que conseguissem voltar a andar, a comer sozinhas, a articular palavras para comunicar, a ter autonomia e a realizar-se na cidadania. Tantos «milagres», mas tantos e em tão

Foto: João Neves dos Santos

diferentes situações que mereceriam um filme cada um.

No Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul: no Departamento de Saúde Mental; nos Serviços de Oncologia, de Paliativos, de AVC, nas áreas de traumatologia, pediatria…

Tantos «filmes de vida» que nos deixam em soluços e em êxtase pela superação e nos fazem acreditar, outra vez, que somos especiais, cada um na sua interdependência com o(s) outro(s), querendo. Tantos exemplos, missão no serviço, superação individual.

Na coincidência com a publicação deste texto, hoje mesmo (dia da reflexão

eleitoral), pelas 17 horas, sugiro-vos assistir, na Biblioteca Municipal em Loulé, à apresentação de um livro, que por si mesmo é uma obra de superação do autor pela «enormidade» e exigência da tarefa a que se dedicou, durante anos e em que compatibilizou a mesma com a sua atividade profissional, para mais, em recuperação pela reabilitação de um incidente gravíssimo.

Por momentos esqueçam o tema do livro, mas pensem em alguém que, por si só, deseja e consegue criar, quase 12 mil versos (quadras), em 530 págs., com base em outra obra histórica tão exigente como a Bíblia. Isso por si já é «grandioso» enquanto realização pessoal. Agora juntem-lhe os aspetos que mencionei no paragrafo anterior… Uau! E ainda tem outros títulos publicados inscritos no Plano Nacional de Leitura. É Superação.

Sim e tenho experienciado o suficiente na convivência com outras pessoas que conseguem outros feitos igualmente fantásticos na história das suas vidas pessoais que valorizam a comunidade e a nossa realização comum.

Lembrem-se de figuras eminentes nas áreas científicas, no desporto, da investigação social, na educação, na cultura etc., nos mais variados domínios profissionais.

O Algarve e os algarvios constituem, pela nossa história, exemplos também de superação do medo individual e coletivamente. Desde logo na expansão marítima ou nos desafios da mudança para ultrapassar de séculos de pobreza e

esquecimento pelo desenvolvimento individual e da região.

Portugal, nos tempos modernos, quando se junta para ultrapassar momentos incríveis que de outra forma poderiam degenerar para horrores e em guerras entre nós, como na revolução de abril, nas primeiras eleições, no equilíbrio constitucional, a descolonização ou, mais próximo, a libertação de Timor. Ainda mais recente e que tendemos a fazer um apagão de memória por nos tocar a cada um, aquando da crise pandémica. Que momentos de superação comum!

Cada um exemplo individual, ou coletivo, é uma motivação para que também possamos resolver cada um dos nossos problemas, pequenos, em comparação, superando-nos.

Com, pelo menos, igual resiliência, pelo progresso, com coragem e vontade.

Enfim, cada um de nós pode sempre optar, por entre as estrofes dos Lusíadas, por escolher inspirar-se no orgulho das capacidades:

«E aqueles, que por obras valerosas

Se vão da lei da morte libertando; Cantando espalharei por toda parte, Se a tanto me ajudar o engenho e arte.»

Ou, na última expressão daquela mesma obra:

«Fico que em todo o mundo de vós cante, De sorte que Alexandro em vós se veja, Sem à dita de Aquiles ter (i)enveja».

Parabéns a quem tem a ambição de se superar sempre e de nos fazer acompanhar nessa marcha!

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