CRA Virtual Julho 2021

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BOLETIM DO CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO PARANÁ ANO XXI

No 242

QUANDO A SOLIDARIEDADE SAI A FOME ENTRA

JUL 2021

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CIP DIGITAL: MAIS UMA FACILIDADE PARA OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO

DICAS DE EMPREGABILIDADE

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CRA-PR Conselho Regional de Administração do Paraná


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BOLETIM DO CRA-PR | No 242

PALAVRA DO PRESIDENTE Adm. Sérgio Pereira Lobo Presidente do CRA-PR

CRA-PR E SEUS REGISTRADOS: PREOCUPAÇÕES E SOLUÇÕES COMPARTILHADAS

EXPEDIENTE

Considero a questão do desemprego no país um assunto prioritário. É missão do CRA-PR fortalecer a Administração no estado e favorecer a empregabilidade de seus registrados, o que buscamos fazer por ações em diversas áreas por meio de nossas Câmaras e Diretorias. Mais que isso, reconhecendo o papel e a importância da comunicação, abordamos esse assunto neste Boletim e esperamos que o conteúdo desta edição traga insights para quem está em busca de uma oportunidade. Para começar, indicamos cursos gratuitos sobre temas atuais e relevantes para a nossa profissão, incentivando a busca por demais instituições, assuntos e formatos. Por mais que os cenários se alterem constantemente, o que não muda é a importância da educação

para a carreira. Por isso, trouxemos um artigo bastante completo e didático para alunos que vão prestar o Enade e, para quem está na etapa do mestrado, indicamos um livro que desvenda os pormenores dessa etapa acadêmica e serve como guia para facilitar a relação entre aluno e pós-graduação. Encerramos o tema empregabilidade com uma reflexão sobre atitudes simples que não devem ser deixadas de lado e um artigo a respeito de reinserção de profissionais maduras no mercado de trabalho. Todavia, outros temas abordados neste Boletim mostram o quão abrangente é a atuação do profissional de Administração e podem servir de inspiração para quem busca dar um novo rumo à carreira.

Aproveitamos esta edição para compartilhar uma novidade muito aguardada aqui no CRA-PR: lançamos a Carteira de Identificação Profissional Digital, uma versão mais moderna e sem custos do nosso documento oficial de identificação, com mais vantagem e segurança para os nossos registrados. E, por falar em segurança, ainda temos dicas para evitar cair nos tão temidos ataques cibernéticos, cada vez mais comuns e ainda tão nocivos a pessoas e empresas. Espero que a leitura seja proveitosa e estou ansioso para podermos compartilhar cada vez mais informações relevantes para a Administração e seus profissionais. Boa leitura!

O Boletim CRA é um informativo do Conselho Regional de Administração do Paraná Endereço: Rua Coronel Dulcídio, 1565 Cep: 80250-100 Curitiba/PR Fone/Fax: (41) 3311-5555 | Internet: www.cra-pr.org.br | E-mail: cra-pr@cra-pr.org.br | Presidente: Adm. Sérgio Lobo | Diretoria de Comunicação e Marketing – DCM: Adm. Edson Antonio Miura (Diretor), Adm. Joiceli dos Santos Fabricio (Diretora Adjunta), Adm. Julio Cesar Cristoffer Vieira (Membro) | Editoração: V3COM | Jornalista Responsável: Ricardo Voigt (DRT: 2860/11/50 – PR) | Fotos: Supervisão de Eventos, Arquivo e Freepik.com. Periodicidade mensal – Distribuição exclusiva pela Internet.


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DICAS DICAS O GUIA DE SOBREVIVÊNCIA DO MESTRANDO A continuidade dos estudos após a graduação é cada vez mais importante para os profissionais de Administração, que precisam estar sempre preparados para atuar em um mercado em constante transformação, e nesse cenário o mestrado se mostra como um divisor de águas para a vida acadêmica. Para quem escolheu essa modalidade de pós-graduação, o Adm. Marcio Miura preparou um compilado com dicas preciosas para ter sucesso nessa jornada. Desvendando o stricto sensu é um livro atual que analisa as diversas situações enfrentadas pelos estudantes, desde antes do processo seletivo, passando pelas dificuldades durante o curso, até após a conclusão. A obra, com linguagem direta e acessível, é um guia eficiente para superar essa etapa e extrair os melhores resultados dessa importante etapa na vida e na carreira de qualquer profissional. Com longa carreira na área acadêmica e diversas titulações, o Adm. Marcio é doutor e mestre em Administração, professor do curso de Administração da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, membro da Associação Brasileira de Editores Científicos, delegado regional do CRA-PR na Seccional Cascavel e editor da RECC, a Revista Eletrônica Científica do CRA-PR, e agora divide toda essa experiência com você.

TURBINE SEU CURRÍCULO COM CERTIFICAÇÕES DA UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE A tradicional Universitária Presbiteriana Mackenzie, instituição com mais de 150 anos de existência, está oferecendo minicursos gratuitos em diversas áreas, com opções interessantes para os profissionais de Administração, como Estratégia Empresarial, Agile Project Manager, Tomada de Decisão Guiada por Dados, entre outros. Os cursos são realizados no formato EaD e têm duração média de 4h ou 8h. Para conhecer as opções e se inscrever, acesse: https://eadcursoslivres.mackenzie.br/ PARTICIPE! Envie suas sugestões para o e-mail boletim@cra-pr.org.br


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BOLETIM DO CRA-PR | No 242

EVENTOS - ACONTECEU EM AGOSTO 5 DE AGOSTO A 29 DE OUTUBRO

18 DE AGOSTO

Jogos de Empresas Começaram os Jogos de Empresas, a competição empresarial acadêmica promovida pelo CRA-PR. Em um game de empresas fictícias, estudantes vivenciam a prática da gestão de uma empresa comercial, em um mercado de concorrência interativa, com um simulador de situações reais para testar conhecimentos acadêmicos. Ao final, as três instituições de ensino melhor classificadas vão receber uma placa de homenagem pelo desempenho de seus alunos. Já os alunos das três empresas melhor posicionadas levam para casa certificado de atividades, brindes e o direito ao registro profissional no CRA-PR após concluído o curso, com isenção de taxas e de uma anuidade. O resultado final será anunciado em 29 de outubro.

Por que fiscalizar a atuação do administrador? Live com a participação do diretor da Câmara de Fiscalização e Registro do CFA, Adm. Carlos Alberto Ferreira Jr., sobre a importância do profissional de Administração, por que fiscalizar sua atuação e os perigos de contratar profissionais não habilitados, com olhar para a área de Gestão de Condomínios.


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REPRESENTATIVIDADE E DIREITOS DA MULHER SÃO TEMA DE PARCERIA DO CRA-PR Sempre preocupado com as dificuldades adicionais enfrentadas pelas mulheres em praticamente todas as profissões, o Conselho Regional de Administração do Paraná, que desenvolve diversas ações para promover equidade entre os gêneros, ganhou um importante aliado para fortalecer o papel feminino no mercado de trabalho: o Conselho Regional de Contabilidade do Paraná. Dia 20 de julho, a vice-presidente de Relações Sociais do CRCPR e coordenadora da Comissão da Mulher Contabilista, Denise Maria de Oliveira, a coordenadora da Câmara da Mulher Administradora e diretora adjunta de Comunicação e Marketing do Conselho Regional de Administração (CRA-PR), Adm. Joice Fabrício, e a conselheira titular e vice-presidente do CRA-PR, Adm. Roselis Mazzuchetti, reuniram-se na sede do CRCPR para discutir questões sobre o direito da mulher, o combate ao preconceito e os modos de fortalecer e ampliar a representatividade das mulheres paranaenses, especialmente das profis-

sionais de Administração e Contabilidade. Segundo a Adm. Joice, “questões como machismo, preconceito, igualdade salarial e representatividade em cargos de liderança e na política são pautas comuns”. A Adm. Roselis complementa que “há ainda a saúde da mulher e o equilíbrio entre suas várias atividades como pontos de contato entre as profissionais na sociedade como um todo e a necessidade de ampliar a participação feminina dentro das instituições e da sociedade”. A aproximação, que vem para fortalecer as pautas defendidas por ambas as autarquias no sentido de reduzir as dificuldades impostas às mulheres profissionais, deixa a expectativa de gerar projetos em conjunto com resultados consistentes. “Um dos pontos discutidos foi a atuação em um evento conjunto para o Outubro Rosa, organizado pela Comissão da Mulher Contabilista do CRCPR, uma possibilidade promissora da parceria! Esse foi um encontro inicial e vem outras novidades por aí”, adianta Denise.


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QUANDO A SOLIDARIEDADE SAI A FOME ENTRA – Por Prof. Me. Julio Cezar Bernardelli

Conhecido por ser um povo solidário diante de catástrofes e tragédias, o brasileiro tem aparecido nas grandes mídias, quando se fala de doações aos necessitados, mas com um viés negativo, dando destaque à redução de suas contribuições. No início da pandemia havia uma esperança de que isso tudo logo passaria. Não vai demorar e logo voltaremos ao normal. Mas o tempo foi passando. O desemprego batendo às portas. O auxílio emergencial sendo desviado e quando chega a quem precisa, não atende as necessidades básicas. Campanhas tomaram vulto e toneladas de alimentos foram arrecadadas e destinadas a quem precisava. Mas as doações foram diminuindo na mesma proporção que a fome foi aumentando. Nos últimos seis meses o


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número de pobres e extremamente pobres triplicou no Brasil, segundo os dados da Fundação Getúlio Vargas, divulgados em março de 2021. Nesse mesmo período as doações caíram 70%. O que leva a população, conhecida como benevolente, em situações de desamparo social e necessidade do seu próximo a deixar de contribuir com as campanhas? A resposta está no mais básico dos instintos humanos. Sobrevivência. Diante da incerteza do amanhã, cria-se a necessidade da preservação sua e dos seus. O guardar para não faltar. Garantir o estoque mínimo de sobrevivência. Será que amanhã terei emprego? Terei renda? Diante das turbulências em uma viagem de avião, se caírem máscaras sobre suas cabeças, a orientação é que primeiro garanta a sua segurança e sobrevivência para depois socorrer os outros. Será que adotamos isso, conscientemente ou não, nesse período de pandemia? Muito se tem falado que sairemos melhores dessa fase. Será? Não conseguimos ser empáticos nem solidários durante a fase mais difícil da pandemia, por que seríamos melhores após passar? Por que nos importaríamos com os outros depois que voltarmos ao “normal”? Mesmo diante das dificuldades a sociedade civil se mobiliza para atender e suprir as necessidades onde as forças governamentais não chegam, ou não querem chegar, e não são poucas essas frentes. Ongs (organi-

zações não governamentais), sindicatos e CUFA (central única das favelas) são exemplos de coletivos que não desistem de buscar recursos para socorrer a população em situação de vulnerabilidade social. A vacina chegou, a fome não acabou, o tempo não esperou, o governo não ajudou, ou ajudou? As filas se formam para vacinar. Mas a vacina não alimenta. Protege, mas não nutre. “A gente não quer só comida...” a gente quer vacina, proteção e paz. Segundo Daniel Balaban, que chefia o escritório brasileiro do Programa Mundial de Alimentos (WFP, na sigla em inglês), considerada a maior agência humanitária da ONU, o Brasil está de volta ao mapa da fome. Também é o destaque em como não lidar com a pandemia. Não vamos permitir que sejamos conhecidos também pela falta de empatia. Não vamos permitir que pessoas morram de fome em um país que joga no lixo 8 milhões de toneladas de alimentos por ano, segundo levantamento da ONU. Segundo o dito popular, “o brasileiro não desiste nunca”. Espero que nosso povo nunca desista de ser solidário, de socorrer quem precisa, de dar o peixe e não a vara, para quem nunca teve oportunidade de aprender a pescar, e que, depois de saciar a fome, também ensine a pescar e dê as condições e ferramentas para isso. Como dizia Betinho (Herbert José de Souza), “quem tem fome, tem pressa”.

Ongs (organizações não governamentais), sindicatos e CUFA (central única das favelas) são exemplos de coletivos que não desistem de buscar recursos para socorrer a população em situação de vulnerabilidade social.


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DICAS DE EMPREGABILIDADE Prepare-se: uma boa oportunidade pode aparecer a qualquer momento Em tempos de concorrência acirrada no mercado de trabalho, os pequenos detalhes fazem a diferença entre os candidatos e podem ser decisivas para determinar uma contratação. Então, mais que se preparar para atuar em uma área específica, é preciso oferecer aos recrutadores características que eles buscam e que podem ser desenvolvidas sem muito esforço, mas fazem uma grande diferença para a sua imagem profissional:

1.

Domine sua área de atuação e busque aprimoramentos, sempre

2.

Invista em autoconhecimento e inteligência emocional

3.

Use o LinkedIn como vitrine profissional

4.

Treine pelo menos uma língua estrangeira

5.

Adquira soft skills

6. Construa um currículo assertivo 7. Simule entrevistas para reduzir o nervosismo

Além de poder contar com profissionais para realizar essas atividades, é possível buscar soluções gratuitas para cada uma delas em páginas específicas ou em aplicativos. Faça uma busca e não se esqueça de estar sempre pronto para impressionar.

VOLTA AO MERCADO DE TRABALHO DE MULHERES ACIMA DE 40 ANOS Voltar ao mercado de trabalho depois dos 40 só é possível com muita força de vontade, conhecimento técnico e rede de contatos. Para as mulheres, é um desafio ainda maior, já que historicamente somos vistas como alternativa aos homens. Porém, o mercado aprecia o conhecimento e a dedicação e vê na mulher madura uma profissional mais disponível e serena. Isso ocorre por causa da participação feminina na criação dos filhos. Aos 40, 50 e 60, as mulheres geralmente não têm mais crianças pequenas, e o trabalho passa a ser também uma prioridade. A maturidade adquirida também traz benefícios, pois agrega valor à equipe, ainda mais nos dias de hoje. No entanto, para aquelas que estão fora do mercado, é imperativo que procurem reciclagem e atualização sobre as ferramentas e tecnologias utilizadas em sua área. A remuneração ainda é o grande entrave, mas, neste caso, não é questão de idade, e, sim, de tradição a ser derrubada. Por fim, cabe a cada uma de nós decidir e pesar se a volta ao trabalho trará mais vantagens que desvantagens, mais alegrias do que tristezas e mais realizações do que desilusões. Adm. Márcia Telles Neller é síndica profissional especialista em atendimento ao cliente, administradora, coordenadora da Câmara de Gestão de Condomínios, conselheira suplente e membro da Comissão Permanente de Tomada de Contas do CRA-PR.


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CAPACITAÇÃO EM GOVERNANÇA MUNICIPAL: INDICADORES, DIAGNÓSTICO E PLANO DE AÇÃO Está em andamento a Capacitação em Governança Municipal oferecida pelo CRA-PR, que tem o objetivo de preparar os participantes para usar com eficiência ferramentas de diagnóstico e análise municipal, possibilitando novas formas de gestão pública, baseadas em dados, números e relatórios. Espera-se que a iniciativa ajude a inserir mais profissionais de Administração na área de gestão pública, inclusive no papel de consultores e assessores, processo que colabora para profissionalizar a administração dos municípios, com ganhos para toda a população. Um dos temas centrais é o Índice de Governança Municipal, ferramenta desenvolvida pelo CFA que avalia e compara a gestão dos municípios em três dimensões – finanças, gestão e desempenho –, considerando áreas como saúde, educação, saneamento e meio ambiente, segurança pública, gestão fiscal, entre outras. Os resultados apurados pelo IGM são uma fonte confiável de informação para embasar tomadas de decisão, tornando o planejamento mais assertivo. Também serão abordados indicadores de desempenho, ferramentas de gestão municipal, organização e gestão de bancos de dados, cases de sucesso, diagnóstico de municípios, plano de ação na prática e outros conteúdos correlatos, por meio de aulas expositivas e workshops. O conteúdo está sendo ministrado à distância, com um encontro síncrono e demais aulas gravadas, por quatro membros da Câmara de Gestão Pública: Adm. Liz Rodrigues, Adm. Leonidas Lopes de Camargo, Adm. Anderson Luiz Michelin e Adm. Fabrízio Meller da Silva.


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CUIDADO COM O ATAQUE Qualquer pessoa, minimamente conectada, já ouviu falar de algum ataque virtual contra empresa, entidade ou órgão governamental. Um exemplo recente foi o sofrido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), no ano de 2020, que resultou na exposição de dados do órgão – conforme reportagens de grandes jornais. A questão é: se você for o próximo alvo, estará protegido? É preciso investir muito em prevenção e em obter o mínimo de conhecimento sobre o que motiva os atacantes e os modos de ataque. Para início de conversa, deve-se saber que os motivos que movem os atacantes são variados e, em geral, não dependem de atitude ou posicionamento da vítima. Em sua maioria, os ataques são realizados com motivações financeiras ou para obtenção de recursos – no primeiro caso, sequestrando de arquivos e máquinas para posterior pedido de resgate ou furto de dados para realização de transações; no segundo, espalhando malwares para obtenção do controle das máquinas atacadas. Contudo, existem muitos outros motivos, como busca de prestígio no mundo hacker; retaliação por posicionamentos ideológicos, políticos ou religiosos; disputas comerciais ou mera diversão. Então, deve-se saber que qualquer dispositivo ou serviço conectado à rede pode ser atacado de diversas formas. Nessa linha, é preciso ter ciência de que grande parte dos ataques ocorrem pela exploração de vulnerabilidades residentes nos próprios equipamentos, redes ou serviços utilizados, geralmente ocasionadas por falhas de

– Por Rafael Vianna | Analista De Sistemas do CRA-PR

configuração e atualização ou falta de investimento nesses aspectos e em mecanismos de segurança. Assim, alguns exemplos de ataques comuntes realizados são: e-mail spoofing, em que os campos visíveis de identificação da mensagem são adulterados; sniffing de redes, em que um atacante, ao entrar em uma rede, intercepta o tráfego e captura os pacotes de rede; defacement, no qual a página web da empresa ou entidade é adulterada, como a pichação de um muro; denial of service, em que muitos acessos são realizados simultaneamente a serviços para sobrecarrega-los e tirá-los do ar. Por fim, vale reforçar que a prevenção é a melhor escolha na hora de se investir em segurança. Nessa linha, a regra de Pareto também pode ser aplicada, focando-se em 20% das atitudes que, muito provavelmente, evitarão 80% dos problemas. Assim, é fundamental manter os sistemas operacionais e softwares instalados – sempre – atualizados, pois as melhorias de segurança são instaladas por intermédio das atualizações. Outra atitude obrigatória é o uso de antivírus em todos os equipamentos e, se possível, o uso de firewalls. Não obstante, é primordial abolir o uso de softwares piratas – pois eles não recebem as devidas atualizações e podem conter malwares – e desativar ou desinstalar softwares ou serviços não utilizados e que não sejam essenciais ao funcionamento dos equipamentos. Quanto maior for a segurança individual dos usuários, maior será a segurança da internet como um todo, e menos espaço os atacantes terão.

E-MAIL SPOOFING

ALGUNS ATAQUES E COMO OCORREM: O que é: ataque realizado a partir da alteração/mascaramento de campos conhecidos de identificação dos e-mails que costumam ser vistos pelas pessoas antes de abri-los. Costumam ser usados em conjunto com outros ataques, como phishing ou spam. Como ocorre: em geral, são alterados os campos “From” (ao abrir o e-mail será campo “De”), “Reply-To” (ao responder o e-mail, será o campo “Para”) e “Return-Path” (retorno em caso de erros, não costuma ficar visível). Dessa forma, ao receber um e-mail, o destinatário lê a informação e acredita que determinada fonte enviou aquela mensagem, mas na verdade os dados de origem são outros, fazendo com que a vítima responda o e-mail ou acesse links ou arquivos maliciosos. Como se proteger: desconfie de pedidos para acessar links não solicitados contidos em um e-mail e de pedidos para atualizar cadastros a partir de links contidos no e-mail. Entre diretamente pelo site do terceiro. Desconfie de pedidos vinculados ao bloqueio de contas ou alegação de débitos, busque sempre verificar diretamente pelo site ou telefone do terceiro pesquisando na internet e evite usar dados do e-mail se tiver dúvidas.


O que é: tentativa repetitiva de adivinhação de usuário e senha para acesso à conta de um usuário. Como ocorre: por meio de softwares específicos, que montam listas de possíveis combinações com base em dados já obtidos dos usuários, direcionando a adivinhação. Em geral, as combinações de senha se baseiam em dados da pessoa ou familiares, nomes de times, filmes, celebridades, sequências numéricas e de letras do teclado (como 1234 ou qwert) ou substituições comuns (“E” por “3”, “A” por “@”, “O” por “0”). Tais softwares são capazes de realizar milhares de tentativas por minuto até encontrarem as senhas efetivamente usadas. Como se proteger: evite usar senhas curtas – quanto menor for a senha, menos tentativas serão necessárias. Evite usar apenas números ou apenas letras – misture letras maiúsculas, minúsculas, números e caracteres especiais. Por fim, não use nomes conhecidos, datas conhecidas ou demais dados pessoais ou de familiares que possam ser encontrados na internet ou por meio de cadastros. O que é: “pichação” ou adulteração de páginas de empresas ou entidades. Em geral, os atacantes alteram imagens e textos para chamar atenção por meio de chacotas e mostrar que a página foi atacada. Pode ser realizado, também, com a finalidade de colocar conteúdos não chamativos para alterar a navegação de quem interage com a página. Como ocorre: pela exploração de diversas vulnerabilidades, como falhas de software e programação ou invasão dos servidores web. Como se proteger: exija do seu provedor/prestador de serviços investimento em segurança. Caso possua servidores próprios, invista em segurança de rede (firewalls, IDS ou IPS) e em antimalwares/antivírus, além de cobrar dos desenvolvedores que sigam técnicas de desenvolvimento seguro.

DOS E DDOS MALWARES

O que é: interceptação do tráfego de rede. Como ocorre: com programas específicos que capturam todos os pacotes que trafegam na rede conectada e os armazenam para posterior análise do cabeçalho (dados técnicos do pacote) e seus dados úteis (dados enviados pelos programas que estão se comunicando). Como se proteger: utilizando meios seguros de conexão, que usem criptografia. Dessa forma, mesmo que os dados sejam capturados, não serão legíveis, a não ser que o atacante consiga quebrar a criptografia, o que é relativamente difícil.

MAN-IN-THE-MIDDLE

DAFACEMENT

BRUTE FORCE

SNIFFING

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11 O que é: indisponibilização de recursos por meio de sobrecarga. Como ocorre: pela realização massiva e repetida de conexões ou requisições a serviços disponíveis na internet. O objetivo não é obter dados, mas somente sobrecarregar o alvo de forma que ele não consiga atender seus usuários legítimos. Comumente, são utilizados milhares de computadores controlados remotamente após a infecção por BOTS, sem a ciência dos usuários. Como se proteger: invista em segurança de redes através de firewalls, IDS, IPS, entre outras ferramentas para esses fins. O que é: softwares maliciosos, construídos com a finalidade de roubar dados, bloquear dados, obter controle de equipamentos ou causar falhas em sistemas. Como ocorre: em quase sua totalidade, pela atitude dos próprios usuários que acessam links, baixam arquivos ou entram em sites com códigos maliciosos. Assim, os malwares infectam os equipamentos após serem baixados e executados. Em alguns casos, após infectarem uma primeira máquina, os malwares podem se propagar automaticamente pela rede. Como se proteger: utilize antivírus e antimalwares existentes no mercado (de fornecedores conhecidos). Evite abrir links, arquivos e sites se tiver dúvidas sobre a confiabilidade. Dê preferência para páginas e serviços que utilizem conexão segura e não use softwares e serviços piratas. O que é: interceptação e desvio do tráfego para o invasor. Como ocorre: o atacante acessa a mesma rede que o alvo e, após identificar a tráfego desejado, ataca os dispositivos, fazendo com que toda a comunicação seja direcionada para ele, como um intermediário. Assim, o atacante consegue escutar toda comunicação e até adulterá-la. Como se proteger: evite utilizar redes públicas, pois não se sabe quem as utiliza. Utilize conexões seguras e de preferência para sites e serviços seguros. Se precisar utilizar redes públicas, contrate ou compre serviços de VPN de fornecedores conhecidos.


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CIP DIGITAL: MAIS UMA FACILIDADE PARA OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO


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O CRA-PR disponibilizou um novo formato de identificação para os seus registrados. Agora, além da Carteira de Identidade Profissional já conhecida, é possível emitir a versão digital do documento, com as mesmas funcionalidades: servir como documento de identificação pessoal em todo o território nacional, substituindo o RG, e comprovar o registro profissional junto ao Conselho de Regional de Administração do Paraná. “Todos os registrados no CRA-PR podem ter acesso a sua CIP no seu celular, com custo zero, praticidade, mobilidade e mais durabilidade”, esclarece o Adm. Sérgio Pedroso, Diretor de Fiscalização e Registro. A CIP Digital dispensa o pedido de segunda via em caso de perda ou roubo do smartphone, é mais segura

contra fraudes (utiliza sistemas de autenticação e criptografia), reúne diversas informações atualizadas sobre o administrador e sua situação junto ao CRA-PR e gera um QR code único para cada registrado, o que permite autenticação do documento e consulta aos dados cadastrais mesmo em locais sem acesso a internet. Com a novidade, também é possível deixar o documento físico em casa, evitando extravios. Solicitar a CIP Digital é fácil. De acordo com a Adm. Lilian Medeiros, Supervisora de Fiscalização e Registro, “os profissionais devem acessar os serviços online no site do CRA-PR e após, receber o códi-

go de ativação, que será encaminhada via e-mail, é só seguir as orientações. De forma rápida e prática, o registrado terá acesso à CIP Digital no celular, no app PROID”. Para ter direito ao documento digital, é preciso estar com o registrado ativo no CRA-PR, estar adimplente e com seus dados cadastrais atualizados. Ficou com vontade de pedir a sua CIP Digital? Entre em contato com o CRA-PR.


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NIDD - NOTA DO INDICADOR DE DIFERENÇA ENTRE DESEMPENHO OBSERVADO E ESPERADO – Por Adm. Sérgio Kazuo Tsuru

Como informe, foi publicado em nossa Matéria 1 sobre o ENADE e sua importância voltada aos Cursos de Bacharelado em Administração. Na oportunidade, informou-se que, sendo a representação do CPC 100%, o desempenho dos estudantes no Enade contribui com 20% no peso. A NIDD, objeto desta matéria, contribui com 35% no peso - mede o valor agregado pelo curso de graduação ao desenvolvimento dos estudantes concluintes, considerando o desempenho no Enade e suas características de desenvolvimento ao ingressar no curso de graduação avaliado. Especificando, a NIDD relaciona o desempenho do curso com a média nacional. Leva em conta a nota ENEM, em substituição à nota ENADE para os alunos ingressantes. Tanto o Enade como o CPC não traduzem a “nota” dos cursos e instituições de ensino, porém correspondem à sua posição relativa em relação aos demais IES. Com as novas regras do FIES, as IES devem cada vez mais colocar como meta de gestão a nota 5 no CPC dos seus cursos de graduação, neste caso voltado aos Cursos de Administração. Isso porque, com as restrições de crédito do Governo Federal, terão prioridades de crédito do Governo Federal os cursos que obtiverem nota 5 no CPC.

Portanto, ter nota máxima aumenta a possibilidade de mais crédito e mais alunos. INFORMAÇÕES UTILIZADAS PARA O CÁLCULO DO IDD – Nota Técnica 34/2020/CGCQES/DAES De acordo com a citada Nota Técnica, por meio de duas fórmulas, chega-se ao IDD: 1a) Fórmula Desempenho Observado do Estudante Concluinte no Enade; 2a) Fórmula do IDD. Obtém-se o C (desempenho observado do estudante Concluinte no Enade) por meio da seguinte fórmula:

Em que,

O IDD determina o desempenho dos concluintes e se obtém por meio das seguintes informações:


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h) Número de estudantes concluintes participantes no Enade com resultados válidos; i) Desempenho geral dos estudantes participantes no Enade; j) Desempenho dos estudantes no Enem nas áreas de Ciências da Natureza (CN), Ciências Humanas (CH), Linguagens e Códigos (LC) e Matemática e suas Tecnologias (MT); k) Número de participantes no Enade com nota do Enem recuperada*. (*) Para recuperar os resultados do Enem, limita-se a busca aos 3 (três) anos anteriores ao ingresso no curso avaliado ou no referido ano atribuído às 4 (quatro) provas do exame. Caso seja localizada mais de uma participação são selecionados aqueles referentes ao ano mais próximo ao seu ingresso no curso.

A fórmula do IDD pode ser expressa pela seguinte equação: Onde,

(**) Para estimativa termo Î é necessária uma medida relativa às características do estudante concluinte, quando de seu ingresso no curso de graduação. Os resultados do Enem, utilizados para a obtenção dessa medida, são representados a partir do número do CPF do estudante, informação obrigatória para a inscrição no exame desde 2009.

Importante observar que a medida de desempenho obtida a partir do Enem se configura como uma proxy (dados da internet que são disponibilizados por um servidor) das condições de desenvolvimento do estudante quando seu ingresso na graduação, como uma medida de boa qualidade para a estimação do IDD. Neste caso são consideradas as notas obtidas em escala TRI (Teoria de Resposta ao Item) referentes às quatro áreas avaliadas pelo Enem: ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e códigos e matemática e suas tecnologias. Esta Matéria 2 se constitui praticamente de fórmulas matemáticas com certa complexidade e se utiliza de modelo de regressão linear multinível ou hierárquico, do tipo paramétrico para dados agregados, com o uso de parâmetros de efeitos fixos e efeitos aleatórios. As regressões são estimadas com base no método de Máxima Verossimilhança Restrita, conforme cálculos em IDDIC.

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Tanto quanto, provavelmente a importância esteja na compreensão dos fatores que se encontram por trás dessas fórmulas. CÁLCULO DA DIFERENÇA ENTRE OS DESEMPENHOS OBSERVADO E ESPERADO (IDDIC) No cálculo do IDD, a regressão multinível é especificada em dois níveis: I) O estudante, identificado pelo subscrito i; II) O curso, identificado pelo subscrito c. O primeiro passo no processo de cálculo do IDD é estimar os parâmetros do modelo de regressão utilizados para cada área de avaliação do Enade, conforme especificado nas fórmulas 3 e 4. Para estimar esses parâmetros, são utilizados apenas os dados dos estudantes concluintes dos cursos que atendem às condições de cálculo do IDD. A fórmula 3 abaixo, expressa o primeiro nível de regressão, relativa ao estudante, onde são considerados o intercepto e as medidas de desempenho do estudante do Enem.

Em que,


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Já a fórmula 4, expressa o segundo nível de regressão, relativo ao Curso de graduação.

Em que, O IDD bruto é calculado para cada estudante i do curso de graduação c, conforme fórmula 6, abaixo.

No modelo de regressão apresentado pelas fórmulas 3 e 4 são estimados duas vezes. Na primeira (fórmula 3), estima-se a regressão, computa-se o resíduo e, então calcula-se o resíduo padronizado. A partir do resíduo padronizado são identificados os estudantes com resíduos considerados discrepantes, ou seja, aqueles que apresentaram o resíduo padronizado com valor absoluto maior que 3. Na segunda (fórmula 4), desconsidera-se os estudantes considerados na fórmula anterior e se obtém os parâmetros definitivos que serão utilizados no cálculo da estimativa da parte de desempenho do estudante concluinte decorrente de suas características quando ingressante no curso, necessário ao cálculo do IDD. Obtidos os parâmetros da regressão, , calcula-se para cada estudante concluinte conforme fórmula 5, a seguir.

Em que,

Calculado o IDDIC de cada estudante concluinte, é necessário fazer o cálculo do IDDIC dos cursos de graduação que atenderam às condições indicadas anteriormente. E o cálculo é efetuado pela fórmula 7, como segue. Onde,

Após obter o IDDC bruto, procede-se a padronização e reescalonamento para se obter a Nota Padronizada do IDD (NIDDc) e assumir os valores de 0 (zero) a 5 (cinco). O processo de padronização e reescalonamento são realizados em duas etapas; a) Cálculo do afastamento padronizado de cada curso de graduação se faz por meio de médias e seus desvios-padrão calculados por meio das fórmulas 8, 9 e 10; b) E a transformação dos afastamentos padronizados em notas padronizadas se obtém por meio da fórmula 11.


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Cálculo da media.

Cálculo do afastamento padronizado de cada curso.

Para que todos os cursos de graduação tenham sua nota de IDD numa escala de 0 (zero) a 5 (cinco), efetua-se a interpolação linear, expressa pela fórmula 11, abaixo.

Cálculo de Transformação do afastamento padronizado.

Por fim, resultante da fórmula NIDDC, distribui-se por faixas (IDD), que assume valores de 0 (zero) a 5 (cinco), conforme Tabela 1, abaixo.

Sabe-se que a diferença entre os desempenhos no Enade de alunos egressos de dois cursos de graduação de IES distintas não depende somente das diferenças de qualidade entre esses cursos. As diferenças em relação ao perfil dos alunos de ambos os cursos ao ingressar no ensino superior também influenciam as diferenças nos resultados. Como também não dá para garantir que todos aqueles que tenham participado da prova como ingressantes participarão como concluintes três anos depois. Uma vez que há cursos com aproximadamente quatro anos de duração, os alunos podem se atrasar, trancar o curso e voltar, entre outras razões. Enfim, deve-se trabalhar com a estimativa dessa variável. Para se obter um score interessante em NIDD, mostra-se insuficiente medir a aprendizagem dos alunos em termos de competências e habilidades que dependa apenas das avaliações dos docentes em suas disciplinas. Diagnosticar previamente as dificuldades de aprendizagem e traçar correção dos processos de ensino de semestre a semestre, deve ser uma ação de ordem institucional e certamente contribuirá como diferencial de uma IES para a outra.

Adm. Sérgio Kazuo Tsuru é Conselheiro Titular e Diretor de Formação Profissional do CRA-PR


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