REVISTA - COOPERBOM em campo Ed. 30

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INFORMATIVO MENSAL EDIÇÃO 30 | MAIO 2023

AOLADODO PRODUTORRURAL!

Comoganhar dinheirona atividade leiteira?

Indicadores reprodutivos nafazenda leiteiraII.

Seca chegando: precisamos nospreocupar coma qualidadedo leite?

Aumentesua rentabilidade como planejamento estratégico daprodução agrícola.

COOPERATIVA AGROPECUÁRIA DE BOM DESPACHO

Av. das Palmeiras, nº 180

Fone: (37) 3521-3131

Contato: secretaria@cooperbom.com.br

DIRETORIA EXECUTIVA: (Mandato 2020 até A.G.O. 2024)

Presidente - Fúlvio de Queiroz Cardoso

Neto

Diretor Administrativo - Carlos Humberto de Araújo

Diretor Comercial - Enes Custódio Fialho

CONSELHEIROS ADMINISTRATIVOS:

EFETIVOS: Elda Maria da Silva Alves Santos, Everaldo Eustáquio Oliveira Melo, Itamar Silva, Marco Aurélio Rodrigues Costa, Terezinha Aparecida Rangel Silva, Wilian Diniz da Silva Rezende.

SUPLENTES: Amintas Pinto da Silva, José Mauro da Silva, Maurício da Costa Cardoso.

CONSELHEIROS FISCAIS 2023/2024:

EFETIVOS: Fabrício Rodrigues do Amaral, Fernando José Ferreira e Flávio Martins Teixeira.

SUPLENTES: Antônio Tavares Gontijo Filho, Francisco José dos Santos e Geraldo Majela de Araújo.

CONSELHO EDITORIAL:

Fúlvio de Queiroz Cardoso Neto Carlos Humberto de Araújo

Enes Custódio Fialho

Elda Maria da Silva Alves Santos

Renato Fragoso

PALAVRADOSDIRETORES.

Cooperadas e Cooperados, Felicitamos as mulheres mais importantes de nossas vidas! Parabéns mães pelo seu dia!

ACooperativaAgropecuáriadeBomDespachofoi fundada no dia 27 de maio de 1956, completa 67 anos este mês. A COOPERBOM foi criada com base nos valores de cooperação, solidariedade e desenvolvimento sustentável. Há décadas, a Cooperativa trabalha para promover o fortalecimento do setor agropecuário em nossa região, apoiando nossos associados e produtores rurais a alcançaremsuasmetaseprosperarememsuasatividades.

A COOPERBOM é formada por produtores rurais que compartilham a mesma visão de promover uma agricultura e pecuária responsáveis, com foco na qualidade dosprodutos,nobem-estaranimal,naproteçãodomeio ambienteenorespeitoàscomunidadeslocais.Nósacreditamosquejuntospodemosalcançarmais,porisso,trabalhamos em parceria, compartilhando conhecimentos, experiências e recursos, em busca do sucesso coletivo.

PRODUÇÃO:

Publicação: Cidade’s.com Editora de Jornais e Revistas

CNPJ - 16.634.399/0001-00

Editor: Renato Fragoso - 17.434/MG

Fone: (37) 99856-0290

Projeto Gráfico: Central de Ideias - CCPR

Capa: Pedro A. Ferreira e David Fragoso

Diretor de Arte: David Fragoso

Revisão: Thalita Martins

TIRAGEM: 2.000 EXEMPLARES

Impressão: RONA EDITORA

Os artigos assinados e publicidades não refletem necessariamente a opinião desta revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.

A sustentabilidade é uma de nossas prioridades. Buscamos constantemente práticas agrícolas e pecuárias que sejam socialmente justas, economicamente viáveis e ambientalmente responsáveis. Promovemos a conservação dos recursos naturais, a preservação da biodiversidade, o uso racional dos insumos agrícolas e a gestão adequada dos resíduos. Protegemos o meio ambiente para as gerações futuras. Apoiamos ações voltadas à educação, saúde, cultura e bem-estar das comunidades onde atuamos, contribuindo para o desenvolvimento social e econômico da região.

Esta é a COOPERBOM, uma das maiores cooperativas agropecuárias de Minas Gerais, geradora de mais de 400 empregos em Bom Despacho e região, instituição sólida, reconhecida pela sua tradição, ética e transparência. No campo ou na cidade, a COOPERBOM está presente com suas lojas Agroveterinárias, Rede de Supermercados, PostosdeCombustíveis,ArmazenagemdeGrãoseumagrandeemodernaFábricaRaçõeseSuplementosMinerais.

A COOPERBOM, ao completar 67 anos, parabenizamos nossos predecessores, cooperados e colaborares! Não fossem eles, a COOPERBOM não estaria no patamar que se encontra.

Boa leitura!

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COMOGANHARDINHEIRO NAATIVIDADELEITEIRA?

Foi realizado em 18/4/2023, no auditório da CDL/Acibom, em Bom Despacho, a palestra intitulada: “Como ganhar dinheiro na atividade leiteira?”. O evento foi uma realização da CCPR e da COOPERBOM, em parceriacomaCDL/Acibom,econtoucom a participação de cerca de 70 pessoas, entre consultores e produtores de leite.

O tema não é novo, mas ainda levanta muitas dúvidas dada a complexidade do assunto. Muitos produtores justificam a ausência de registros na fazenda e de gestão financeira na propriedade como uma condição de permanência na atividade, pois assim não veem o prejuízo que estão tendo.

O que se vê na prática, no entanto, é diferente! Há muitos produtores ganhando dinheiro na atividade, e esses dados foram apresentados durante a palestra.

Um grupo de 30 produtores na região de Viçosa apresentou uma margem líquida de R$ 0,64 por litro de leite em 2022, e produtores do projeto Educampo também foram bem-sucedidos, onde mais de 85% dos produtores obtiveram margem líquida positiva (quando a renda da atividade cobre todos os custos operacionais totais, tais como: mão de obra, concentrado, volumoso, energia, depreciação etc.).

E o alicerce para a fazenda ser rentável é ter uma boa gestão de recursos humanos,deprocessosefinanceira.Apartirdaí, analisou-se o cenário atual de aumento no preço do leite pago ao produtor nesse primeirotrimestre,sobretudodevidoàbaixa oferta, às importações de lácteos em alta e aos custos com insumos (soja, milho e fertilizantes) mais baratos; e relataram-se também as dificuldades de baixa

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demanda, interna e externa, entre outras. Nesse cenário, é possível ganhar dinheiro na atividade leiteira?

Para chegar a essa conclusão, foram mostrados diversos dados do projeto PDPL em Viçosa e também do projeto Educampo, fazendo o comparativo entre as fazendas mais rentáveis e menos rentáveis. A partir dessa comparação, foi destacado o que de mais relevante essas fazendas mais rentáveis faziam de diferente do outro grupo.

E,sim,épossívelganhardinheironaatividade!E,aocontráriodoquemuitosacreditam, não é o preço do leite que determina o sucesso da fazenda – logicamente, ele é importante, mas há no mínimo quatro itens à frente desse: produtividade das vacas em lactação (escala), gastos com concentrados e minerais, mão de obra e volumoso.Nessesentido,osegredodosucesso passa pela eficiência no uso desses recursos, e, para tal, a assistência técnica de qualidade e o tempo de trabalho são elementos essenciais.

Portanto, para ganhar dinheiro na atividade, o produtor deve ter alta produção e produtividade, gastos com alimentação equilibradoseeficiêncianousodamãode obra. Esses fatores correspondem a cerca de 80% do sucesso de uma propriedade!

MARCUSVINÍCIUS CASTROMOREIRA

Médico Veterinário, Mestrado em Produção e Nutrição de Ruminantes, Produtor rural e Coordenador Técnico do PDPL

INDICADORES REPRODUTIVOS NAFAZENDA LEITEIRAII.

Hoje vamos comentar mais três indicadores ligados à reprodução do rebanho leiteiro. Esses indicadores são mais complexos, pois são mais difíceis de serem calculados. Geralmente usamos planilhas especiais ou programas de controles de rebanhos que calculam automaticamente esses indicadores. Esses

indicadores são:

• Taxa de concepção;

• Taxa de serviço;

• Taxa de prenhez.

A concepção nada mais é o número de animais que ficaram prenhes em determinado período em relação ao número total de coberturas nesse mesmo tempo. Por exemplo,

MAURÍCIODA

se em 30 dias foram cobertas 100 vacas e, depois do diagnóstico de gestação, ficaram prenhes 42 vacas, significa que a taxa de concepção é de 42%. Existem fazendas muito eficientes conseguindo índice acima de 50% de concepção. Esses números são alcançados com treinamento de inseminadores, manejo dos animais evitando estresse, boa observação e detecção do cio e hora certa de inseminação.

Jáataxadeserviçoé a detecção do número de animais em cio em relação aos animais que estão aptos a serem cobertos em determinado período. Esse indicador é mais difícil de ser calculado, pois precisamos saber –geralmente de 21 em 21 dias, que é o ciclo estral da vaca – quantas vacas aptas estarão nes-

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COSTACARDOSO Médico Veterinário

se grupo. São vacas acima do período de espera voluntário (geralmente 45 dias pós-parto), que se encontram vazias ou cobertas. Vamos exemplificar: se temos 50 vacas aptas a serem cobertasnoperíodode21diaseforam detectadas somente 20 vacas para serem cobertas, quer dizer que teremos uma taxa de serviço de 40%. Esse indicador, na maioria das fazendas, é bastante falho, pois os envolvidos não têm um treinamento para observação de cio da vaca, fazendo com que vacaspassemociosemseremobservadas. Existem fazendas bem eficientes conseguindoacimade50%detaxade serviço.

Prosseguindo, a taxa de prenhez nada mais é a junção desses dois indicadoresanteriores.Quandomultiplicamos a taxa de concepção pela taxa de serviço, teremos o valor da taxa de prenhez. Existem fazendas muito eficientes na concepção, mas bastante ineficientes na taxa de serviço. Exemplificando: quando temos uma con-

cepção de 45% e uma taxa de serviço de 20%, a taxa de prenhez fica baixa, poisseráde9%,somente.Então,temos que ter concepção boa, que é mais fácil de conseguir, mas precisamos treinar melhor as pessoas para observar e detectar melhor o cio da vaca. Existemmaneirasparamelhoraressas observações, como a colocação de adesivo na cauda do animal para detecçãodocio.Éaconselháveltambém o treinamento das pessoas envolvidas para observar não só a monta de um animal no outro, mas também o comportamento dos animais em início de cio. Outra ferramenta bastante eficiente são os protocolos de IATF, que consistemnaaplicaçãodedrogasem dias determinados para programar o ciclo do animal. Taxas de prenhez acima de 20% são consideradas bem eficientes.Setemos50%deconcepçãoe 50% de taxa de serviço, teremos uma taxa de prenhez de 25%, que é considerada um prenhez muito boa.

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INDICADORMETAJANFEVMARABRMAIJUNJUL % vacas em lactação> 80% % vacas em lactação no rebanho > 35% % vacas em primeira cria> 30% % vacas positivas> 50% % vacas vazias com DEL >120dias < 20% DEL médio de vacas lactação < 170 Taxa de concepção>40% Taxa de Serviço>40% Taxa de Prenhês>16%

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OS ESTOQUES.

SECACHEGANDO:

Precisamosnospreocuparcomaqualidadedoleite?

A seca está chegando e com ela, dúvidas sobre seu efeito na qualidade do leite. Ela interfere? Como, por que e quais são os problemas que podemos ter em relação à qualidade do leite?

Para responder estas perguntas, o primeiro ponto importante refere-se ao fato de que a seca também interferenaqualidade do leite, porém, de uma maneira um pouco diferente. Nas “águas”, a qualidade do leite é alterada principalmente em relação à CPP (contagem padrão em placas) e à CCS (contagem de células somáticas), devido aosmaioresdesafiosambientaisefalhasde manejo. Na época da seca, os desafios estão relacionados principalmente à nutrição inadequada, ou seja, à indisponibilidade de alimentos balanceados e com qualidade para as vacas. Isto ocorre, muitas vezes, por falta de alimentos nutricionalmente adequados e/ou de um planejamento prévio ou ainda por mudanças bruscas na alimentação dos animais.

As consequências decorrentes de uma nutrição inadequada estão diretamente ligadasàmenorproduçãodeleiteetambém àsalteraçõesemsuaqualidade.Emrelação à qualidade, os efeitos são notados, principalmente, nos teores de gordura, proteína, sólidos desengordurados (SD), sólidos totais (ST) e também na estabilidade do leite avaliada pelo teste alizarol.

De forma bem simples, podemos dizer

quecomaseca,aqualidadeeabiodisponibilidade das fibras, originadas do consumo das forrageiras nas pastagens, reduz. Se não houver uma suplementação adequada, isto irá afetar a produção de gordura do leite e esta irá diminuir. Por outro lado, sem fornecimento adequado de concentrados, haverá também redução de proteínas e consequentemente, de SD e ST. É importante destacar ainda que em condições extremas, ou seja, de subnutrição, este quadro seagravarámaisaindaealactosetambém diminuirá significativamente, levando também a uma menor produção de leite.

Outra consequência originada também da nutrição inadequada associada a outros fatores,refere-seàperdadeestabilidadedo leite no teste alizarol. Entre as causas desta perda de estabilidade temos o Leite Instável Não Ácido, conhecido como LINA. Esta alteração na qualidade do leite está relacionada à perda de estabilidade da caseína (proteína) ao teste do leite e se caracteriza por precipitação ou coagulação do leite na prova do Álcool/Alizarol, sem, no entanto, aumentar a acidez.

O problema é multifatorial, mas o desequilíbrio nutricional tem um importante papel na ocorrência de LINA. Quando este problema é identificado pelo teste do Álcool/Alizarol em concentração mínima de 72%, o leite é descartado, gerando grandes prejuízos para produtores e também para

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as indústrias. Mas, o que causa esta perda de estabilidade? As causas da instabilidade não estão totalmente esclarecidas, mas acredita-se que o problema esteja relacionado a causas multifatoriais que incluem alterações fisiológicas metabólicas e ou nutricionais que culminam com alterações no equilíbrio salino (minerais do leite), com perda de estabilidade da caseína e coagulação do leite.

Entre as causas mais comumente observadas à menor estabilidade do leite e à

ocorrência de LINA, destacam-se o desequilíbrio nutricional entre energia e proteína da dieta, estágio de lactação (início e final), alterações metabólicas (acidose), estresse térmico, entre outras. Segundo alguns autores, a ocorrência de LINA é mais frequente emvacasdealtaprodução e em ocasiões de estressenutricionale/oucalórico. As causas mais identificadas e descritas por vários autores estão sumarizadas no Quadro 1.

Estudo realizado por Zanella et al. (2014) sobre LINA e composição do leite de vacas Jersey sob restrição alimentar demonstrou que: A) a restrição alimentar de 40%, nas exigências nutricionais de matéria-seca, proteína e energia, aumenta a ocorrência de LINA em vacas Jersey, quando se utiliza álcool 76% na avaliação da instabilidade; B) a restrição alimentar de 40% reduz o volume e a quantidade de componentes do leite; entretanto, não afeta a concentração desses componentes; C) a causa de LINA não se encontra associada apenas a fatoresnutricionais, mas pode estar relacionada também a fatores genéticos.

Portanto, a seca pode representar problemas para o produtor não apenas pela menor produção, mas também pelas alterações na qualidade do leite. No caso do LINA, o maior problema está ligado ao fato de este leite não atender o que está previsto

na legislação brasileira quanto à estabilidade ao alizarol. Quando isto ocorre, o leite não pode ser captado e transportado para a indústria, representando perdas tanto para o produtor quanto também para a indústria, que não pode utilizar este leite. Aqui estamos falando de leite de dois dias de produção estocado no tanque refrigerador. Isto representa grandeprejuízo! Como as causas de LINA são multifatoriais e ainda há muitas dúvidas a respeito do problema, é muito importante que um profissional seja consultado para avaliação do programa nutricional da propriedade, distribuição dos animais ao longo da lactação, prevenção de estresse calórico e de doenças metabólicas como a acidose metabólica. Fique atento Produtor e avalie como está a sua fazenda antes que a seca chegue com força e cause problemas em seurebanho e noseubolso!

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Quadro1.CausasmaisidentificadasdeperdadeestabilidadedoleiteeLINAemrebanhosleiteiros.

LIVROSDIDÁTICOSCULPAM OSETOR

RURALPOR

Estudo elaborado pela FIA/USP a pedido da Associação de Olho no Material Escolar, após examinar 9.000 páginas de publicações do Plano Nacional do Livro Didático do MEC, concluiu que as menções fortemente negativas ao setor rural superam em 60% as positivas.

O estudo reuniu 12 analistas de conteúdos didáticos junto com especialistas nas atividades rurais, demandando 3.000 horas de trabalho. Para o setor rural, o conteúdo dos livros didáticos é altamente prejudicial. A Associação de Olho no Material Escolar enfatiza que “é fundamental que crianças de todas as regiões do país tenham acesso a informações legítimas sobre sustentabilidade, tecnologia e inovação no campo e os impactos dessa prosperidade nas cidades”.

Segundo os analistas do estudo, a maioria das citações negativas às atividades rurais é de textos autorais opinativos sem fundamentos científicos. Porém, como estão citadas em livros didáticos adotados em escolas públicas e privadas, no futuro, podem servir como fontes bibliográficas e posteriormente reproduzidas em alguns trabalhos de conclusão de curso.

A desinformação didática em relação ao setor rural é uma maneira de propagar o analfabetismo funcional (não saber interpretar e criticar a informação) e aumenta a disfunção intelectual na socie-

dade.Emfunçãodisso,nãoésurpresaque numa pesquisa escolar a criança ache que o leite vem da caixinha comprada no mercado, e não das vacas criadas nas propriedades rurais.

Ainvençãodasatividadesagropastoris no neolítico foi decisiva para o desenvolvimento cognitivo das sociedades humanas. Para Hans-Hermann Hoppe, autor do livro “Uma Breve História do Homem: Progresso e Declínio”, antes do neolítico, nós, sapiens, vivíamos em pequenos grupos de caçadores-coletores migrando de territórioemterritório.Umcomportamento análogo ao dos animais.

Foi graças às atividades agropastoris quefoipossíveloconvívioemgrandessociedades familiares e a transição decisiva para o aprimoramento da comunicação humana e da solidariedade.

Os excedentes da produção agropastoril eram trocados com outros grupos sociais em locais onde, mais tarde, floresceram os primeiros núcleos urbanos. Guardadas as devidas proporções, pode-se supor que, da prática primitiva do agronegócio, surgiram as cidades. Até hoje, se existem cidades, é porque o campo garante a alimentação dos moradores urbanos.

Durante a Revolução Industrial, o contínuo desenvolvimento tecnológico do setor rural superou a previsão malthusiana de que déficits na produção per capita de

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RENATOFRAGOSO Editor
MALESSOCIOAMBIENTAIS EMINIMIZAMOLEGADO DAPRIMEIRAGRANDE EVOLUÇÃOANTRÓPICADA HISTÓRIA.
e jornalista

alimentos exterminaria grande parte da populaçãomundial.Aconteceuocontrário.

Mas, atualmente, malthusianos ambientalistas imputam ao setor rural os custos pela crise climática sem considerar as ações mitigadoras para o sequestro de carbono praticadas pelos produtores rurais.

Antropologicamente, as atividades rurais remontam há mais de 10 mil anos. As flatulências e os arrotos de rebanhos já existiam milhares de anos antes do período neolítico. Estudos da evolução cognitiva apontam que o efeito estufa foi importante para o desenvolvimento do design inteligente da anatomia do corpo humano, o que possibilitou disponibilizar mais energia para o cérebro.

Se considerarmos que o aumento da emissãodegasesdeefeitoestufaocorreu a partir da Revolução Industrial – portanto, há apenas 200 anos –, a imputação de culpa ao setor rural (e aos rebanhos) é antropologicamente desproporcional.

Mas, de forma espontânea e colaborativa ao esforço internacional para redução da emissão de gases de efeito estufa, o agronegócio brasileiro alcançou resultados positivos por meio do Projeto

ABC. Dentre as ações mitigadoras podem-se destacar a fixação biológica de nitrogênio, a integração lavoura-pecuária-floresta e a recuperação de pastagens degradadas.

Graças a essas mitigações, mesmo aumentando a produção rural, o Brasil manteve 61% de seu território preservado com vegetação nativa e utiliza apenas 28% para as atividades do agronegócio.

Dados do IBGE registram que, no Brasil, o sequestro de carbono via florestas plantadas, desde o ano 2000, supera o da extração vegetal. Na prática, o setor rural é plantador de florestas.

Para serem justas, as críticas ao setor rural devem ser comparadas aos danos ambientais causados pelos lixões e pelos aterros sanitários dos resíduos urbanos. Metade das cidades brasileiras não erradica as emissões do gás metano na atmosfera e do líquido chorume que contamina rios e águas subterrâneas.

Restasaberaqueminteressapropagar notícias negativas do setor rural junto ao públicoestudantil,mesmosendoeleosetorquemaisseempenhademaneiraefetiva no combate ao aumento da emissão de gases de efeito estufa.

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QUALAMELHOR ESTRATÉGIAPARA ELEVARAEFICIÊNCIA REPRODUTIVA

DAS VACASDELEITE?

CHARLESVINÍCIUS FERREIRA

Médico Veterinário

bémresponsávelpelareduçãodalucratividade da atividade leiteira.

A inseminação artificial (IA) é uma das tecnologias mais importantes desenvolvidas na pecuária no último século, no entanto a ineficiência reprodutiva das vacas leiteiras reduz o impacto positivo da IA na atividade leiteira. Alguns fatores que podem afetar a taxa de prenhez têm papel importante para esse entendimento, bem como os manejos que podemos realizar para aumentar essa taxa.

REDUÇÃODOINTERVALOENTRE PARTOS:

Meus amigos produtores, com muito prazer venho fazer parte desta revista da qual tenho uma grande satisfação em participar. Nesta edição, venho falar com vocês sobre a melhor estratégia para elevaroíndicereprodutivodentrodafazenda.

Na verdade, não há somente uma estratégia para elevar a eficiência reprodutiva,masumconjuntodeestratégiasque, quando somadas, geram um resultado satisfatório. A eficiência reprodutiva tem impacto significativo na lucratividade e na produtividade do rebanho leiteiro, e um dos fatores mais relevantes para tomadas de decisões assertivas é um bom manejo reprodutivo.

A ineficiência reprodutiva de vacas de leite é não só uma fonte de frustração para proprietários e técnicos, mas tam-

A redução deste intervalo pode ser entendidae/oucaracterizadapelomomento da primeira inseminação ou cobertura pós-parto, e é importante reduzir os dias vazios e o intervalo entre partos.

Trabalhamos para conduzir um bom programa reprodutivo, aumentando a produção e os lucros, pois, com essa estratégia, mantemos parte das vacas do rebanho na fase mais produtiva da lactação, que é o terço final; recomenda-se um intervalo entre partos de no máximo 13 meses.

Dentro do intervalo entre partos, podemos considerar que, para cada vaca do rebanho na propriedade, o intervalo entre partos pode ser dividido em mais quatro intervalos. Seguem abaixo os intervalos: 1 – Período Voluntário de Espera

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(PVE): Este é o período do parto até a liberação para a primeira cobertura.

2 – Intervalo do PVE até a primeira cobertura.

3 – Intervalo da primeira cobertura até a concepção.

4 – Período de gestação.

Devemos pensar que todas as vacas passam por essas fases, e cada uma delas representa uma oportunidade de manejo para se reduzir o intervalo entre partos, exceto o período de gestação.

Após o final do Período Voluntário de Espera (PVE) é quando a vaca está apta a receber a primeira cobertura após o parto. Esse período do final do PVE até a primeira cobertura varia muito entre as vacas de um rebanho, pois devemos considerar a duração do ciclo estral de 21 a 24 dias, bem como a correta detecção do cio, sendo que a média de duração desse período é de 10,5 dias.

O intervalo da primeira cobertura até a concepção representa a taxa de prenhez, que é a velocidade em que a vaca fica gestante. Dois fatores determinam a taxa deprenhez,queéataxadeconcepçãoea taxadedetecçãodeciooutaxadeserviço.

A taxa de serviço é definida como a porcentagem de vacas que estão aptas a

serem inseminadas ou cobertas no período de 21 dias.

Dentre as taxas citadas acima, o descarte por problemas na reprodução deve ser muito bem avaliado, pois às vezes a vaca está em lactação e vai repetindo o cio, e não conseguimos realizar a inseminação. É comum realizar o descarte para estes animais que estão com problemas reprodutivos.

Diversas estratégias reprodutivas são de grande importância para reduzir o custo operacional das fazendas leiteiras. Dessa forma, diferentes modelos de manejo são desenvolvidos a fim de melhorar a eficiência reprodutiva, seja por meio da nutrição, pelo desenvolvimento de novos protocolos de sincronização da ovulação, por estratégias de manejo ou outros.

Para os produtores, é importante compreender que a eficiência reprodutiva do rebanho é fundamental para obter sucesso e, consequentemente, lucratividade. No entanto, esse processo é muito mais complexo do que apenas esperar a época da monta, pois deve-se avaliar o rebanho em todos os períodos durante a vida reprodutiva.

FÚLVIODEQUEIROZCARDOSONETO PRESIDENTE

Impossível comemorar os 67 anos de existência da COOPERBOM sem render homenagens e gratidão aos nossos antecessores, pois foram eles que tiveram um grande sonho e o tornaram realidade. A cooperativa tornou-se uma grande instituição graças à abnegação, à coragem, ao altruísmoeaosensocooperativistadesseshomensportentosos.Nãofossem eles, a COOPERBOM não seria a grande cooperativa que é.

Parabéns, COOPERBOM! Nosso desejo é de um futuro próspero e enriquecedor que prestigie nossos cooperados cada vez mais.

CARLOSHUMBERTODEARAÚJO DIRETORADMINISTRATIVO

Nós,daatualdiretoria,devemosagradecereenaltecertodososdiretoresanterioresque,comcompetência,conduziramaCOOPERBOMaopatamar em que ela se encontra atualmente. Trabalhamos arduamente para manter essa evolução continua e, graças ao apoio de nossos produtores associadosecolaboradores,pessoasquetrazemnosangueoespíritocooperativista,estamosconseguindodesenvolverumbomtrabalhoàfrente da cooperativa. Sobre as perspectivas futuras da COOPERBOM, sou muito otimista, porque vivemos o presente e planejamos um futuro melhor para todos os nossos cooperados.

ENESCUSTÓDIOFIALHO DIRETORCOMERCIAL

Ao completar 67 anos, a COOPERBOM, cada dia mais sólida, com suas basesfincadasnatradição,mantémseuolharesuasaçõesdirecionadas paraopresenteeofuturo,comoobjetivodesempreproporcionarasmelhores condições para o desenvolvimento de nossos cooperados.

Chegamos aos dias atuais com solidez pétrea graças à competência das administrações anteriores e ao apoio incondicional dos cooperados. Paraofuturo,vejocomotimismoodesenvolvimentodaCOOPERBOM,pois, seguindo o exemplo de nossos antecessores, trabalhamos para inserir a cooperativa no caminho desenvolvimentista e tecnológico do século XXI, porque o agronegócio move o mundo.

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AUMENTESUA

RENTABILIDADECOM OPLANEJAMENTO ESTRATÉGICODA PRODUÇÃOAGRÍCOLA.

Afinal, o que é o planejamento estratégico da produção e como criamos um realmente bom para utilizar nas propriedades agrícolas? O planejamento estratégico da produção agrícola nada mais é do que o desenvolvimento de estratégias, geralmente de médio e longo prazo, que servirão para aumentar a competitividade e o lucro. Assim que as pessoas envolvidas são ouvidas, bem como seus objetivos e metas pessoais forem identificados, cabe a cada gestor pensar em metas a serem atingidas com as atividades realizadas na empresa.

GUILHERME BARBOSA

Engenheiro Agrônomo e Pósgraduado em Gestão de Pessoas

Objetivos pessoais podem envolver a conclusãodeumcursouniversitário,ouso de produtos mais seguros ou orgânicos, mais tempo com a família etc. Se as metasdaempresaagrícolanãoforamprojetadas, levando em consideração os objetivos das pessoas envolvidas, elas devem passar por um processo de reavaliação.

OPLANEJAMENTOESTRATÉGICODA PRODUÇÃOEXIGEPENSAR“FORADA PORTEIRA”.

Focar o pensamento nos processos que ocorrem apenas dentro da propriedade já não é mais suficiente. O planejamento estratégico é o topo da pirâmide organizacional da gestão agrícola, e as pessoasenvolvidasnarealizaçãodosplanosedasmetassãoosdonosdafazenda, pessoas de confiança etc. Note que o planejamento estratégico da produção está no topo da pirâmide, ou seja, as pessoas neleenvolvidastomarãoasdecisõesmais importantes da empresa agrícola.

No planejamento, estão inseridos procedimentos de análise internos e externos que podem afetar a rentabilidade e o bomfuncionamentodonegócio.Aanálise de mercado, o direcionamento e o posicionamento do produto em relação aos clientes finais também devem ser pensados durante o planejamento estratégico da produção. Assim, você, como produtor rural, tem a função propor metas e tomar

decisões que serão fundamentais para o sucesso do negócio. É fundamental estabelecer metas e realizar análises, como:

- Compreender custos de produção (orçado e realizado);

- Escolher o mercado que receberá o produto (interno ou exportação);

- Estabelecer a forma como o produto será comercializado;

- Decidir o momento em que o produto será comercializado ou estocado;

- Avaliar o que acontece ao redor;

- Perceber tendências do setor;

- Conhecer os concorrentes e a economia;

- Informar-se sobre taxa de juros, nichos de mercado, programas governamentais, inflação e mercado futuro.

Dessa forma, você deve avaliar os recursos financeiros e humanos para que os projetos estratégicos sejam realizados. É importante ressaltar que, atualmente, o mercado ao redor da fazenda e dos produtos está a cada dia mais dinâmico, exigindo que o produtor seja um líder na empresa rural.

Tenha em seu planejamento estratégico a diferenciação da sua empresa rural.

A observação dos concorrentes e das indústrias onde os produtos estão inseridos pode ser um forte indicativo do que os consumidores finais estão procurando.

Uma simples diferenciação do produto ou da produção em relação ao concorrente pode agregar valor ou eficiência à cadeia produtiva. É importante também uma estratégia para diversificar suas mercadorias e introduzir novos processos. Você pode, por exemplo, introduzir a agricultura de precisão na fazenda, otimizando o uso de insumos.

Com a criação de novos produtos e sistemas de produção diferenciados, não só a sustentabilidade, como também os padrõesdequalidadetendemamelhorar. A criação de selos de qualidade, a cultura regional, as boas práticas agrícolas e outros devem ser levados em conta na hora da diferenciação do produto. Tais selos, boas práticas, sofisticações nas embalagens, projetos de contabilidade e afins, certamente, farão com que o preço final pago pelo seu produto seja maior. Com isso, a margem de lucro também aumentará.

PREVERMETASEREALIZARO PLANEJAMENTOESTRATÉGICOPARA QUANTOSANOS?

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Essa é uma questão muito importante a ser avaliada antes de realizar o planejamento estratégico. Cada produtor ou propriedade terá que encontrar as suas respostas embasadas nos questionamentos a seguir:

- A empresa rural existe há quanto tempo?

- Existirá por mais 10 ou 30 anos?

- Quais são minhas metas e objetivos como empresa?

- Até onde quero chegar?

- Como atingir essa meta?

- Quero expandir ou manter o mesmo tamanho?

- Como penso em crescer?

- Existe demanda para minha produção?

Note que, se o produtor for jovem ou possuir sucessão familiar, o planejamento da empresa deve ser longo. Recomendo uma estratégia mais agressiva de crescimento, fusão de novas propriedades, intensificação da produção, adoção de tecnologia etc.

Se o produtor pretende se aposentar, o planejamento pode ser em curto prazo,

considerando até fechar a empresa agrícola.

CONCLUSÃO:

O planejamento estratégico da produção agrícola não é uma coisa simples de ser realizada, porém, se bem-feito, certamente trará uma vantagem competitiva sustentáveldelongoprazoanteseusconcorrentes. O planejamento estratégico da produçãonosforçaapensar“foradaporteira”, contudo deve sempre estar focado em metas e objetivos da propriedade.

Melhor que trabalhar baseando-se em achismos, o planejamento estratégico da produção permitirá que conheçamos a nossa realidade produtiva. Antes de sair correndo e querer abraçar o mundo, é importante avaliar a situação da nossa propriedade agrícola e o cenário em que ela está inserida para, assim, decidir qual rumo tomar.

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porGuilhermeBarbosa EngenheiroAgrônomoePós-graduadoem GestãodePessoas.

DE
03
A
21
TONELADAS

21

SIT,EMSUA15ªEDIÇÃO,

TRAZDESTAQUESNO ANOEMQUEAEMBRAPA

CELEBRA50ANOS.

GUILHERME VIANA

Em 2023, a Embrapa completa 50 anos. E, de 15 a 18 de maio, um dos principais eventos realizados pela Embrapa Milho e Sorgo – a SIT (Semana de Integração Tecnológica) – chega à sua 15ª edição. “Vamos discutir temas de grande relevância para a agricultura regional e nacional, com a participação de lideranças e instituições dos setores público e privado, com o propósito de promover um ambiente de conexões, e estabelecer alianças estratégicas portadoras de futuro para implementação de ações desenvolvimentistas”, explica Myriam Nobre, chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Milho e Sorgo.

O engenheiro agrônomo Frederico Botelho, coordenador do evento, reafirma que a SIT é um evento de oportunidades que envolve diferentes públicos. “Os destaques da programação desta edição são as comemorações de 50 anos da Embrapa e 15 anos da SIT, os lançamentos de ativos e a apre-

sentação de soluções tecnológicas, como o BTMAX, o Sistema Antecipe, os bioinsumos (biofertilizantes e bioinseticidas), o sistema de ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta) e o Movimento Mais Sorgo”, enumera. Ainda segundo ele, o eveneto apresentará “uma agenda interinstitucional para a proposição de um programa de desenvolvimento econômico sustentável das cadeias de grãos e proteína animal da região Central-Noroeste de Minas Gerais”, reforça. “O setor agropecuário brasileiro tem experimentado transformações significativas nos últimostempos,epelofatodeserumaatividadeeconômicacomplexaerelevantepara oestadodeMinasGerais,oBrasileomundo, exige de seus atores uma modernização de suas agendas”, completa.

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porGuilhermeViana(MTb06566/MG) EmbrapaMilhoeSorgo Analista da Embrapa Milho e Sorgo

DIAMUNDIAL DOCAFÉEA CAFEICULTURA

NO NOSSOCENTRO OESTEMINEIRO. VINÍCIUSTEIXEIRA LEMOS

No último dia 14 de abril, comemorou-se o Dia Mundial do Café, e essa bebida é a segunda mais consumida no mundo e diariamente apreciada por todos nós, sendo indispensável para o brasileiro.

A produção brasileira de café é a maior do mundo, e o Brasil também é o maior consumidor de café mundial. Segundo dados da Conab (2020), enquanto o Brasil tinha 1,884 milhão de hectares de café arábica em produção em 2020, Minas Gerais tinha 1,041 milhão de hectares em produção, ou seja, 55,25% da área nacional. E a região Sul de Minas e o Centro-Oeste Mineiro, juntos, tinham 538,553 mil hectares de café, ou seja, 51,73% de toda a área cafeeira de Minas Gerais está plantada nessas duas regiões. Atualmente, a região Sul de Minas e o Centro-Oeste Mineiro têm em torno de 549milhectaresdecaféemprodução (Conab, 2023).

A safra deste ano é motivo de celebraçãoparaosprodutores,afinal,asafra mineira de café deve alcançar 27,5 milhões de sacas em 2023, com crescimento de 25% na comparação com

a safra anterior e 1,902 milhões de hectares em produção. Os dados fazem parte do primeiro levantamento para a safra de café da Companhia Nacional deAbastecimento(Conab,2023).

O Centro-Oeste Mineiro tem uma expressão importante no Estado mineiro. Para termos um dado mais preciso da cadeia do café na região, buscamos junto ao site IBGE (2020) a área plantada e a produção por região e vimos que, em 2020, das 56 cidades do Centro-Oeste, pelo menos 35 cidades produzem café, com uma área em produção de 76.975 hectares que chega a quase 240 mil sacas de café (Quadro 1).

Diante de tais números, a cafeicultura do Centro-Oeste mineiro é importante para o Estado, e o curso de agronomia da Una Bom Despacho, quejáformaprofissionaisnaregiãohá quase 20 anos, é referência na região para capacitar tais profissionais para o mercado. Atualmente, temos também um curso de agronomia na Una Divinópolis para facilitar o acesso ao ensino aos estudantes da região circunvizinha a tal cidade.

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Doutor em Fitotecnia, Engenheiro Agrônomo

Quadro1–Áreacolhida (hectares),quantidade produzida(toneladas)e númerodesacasde60 kgproduzidas.

Fonte:IBGE(2020).

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Hoje, em 2023, sabemos os gargalos da cafeicultura e a importância de um ensino de qualidade e atualizado para nossos futuros profissionais solucionarem os problemas dentro da porteira e ajudar o homem e a mulher do campo. Desta forma, temos unidades curriculares do nosso curso que abrange a cafeicultura, e também temos um campo experimental irrigado com diferentes cultivares de café plantadas na Una Bom Despacho desde março de 2015. Esse espaço serve de “laboratório ao ar livre” para nossos alunos exercitarem o conhecimento teórico na prática. Além disso, incentivamos muito os alunosairemaeventosdecafé,com,opor exemplo: Fenicafé (maior feira nacional de irrigação de cafeeiros que acontece em Araguari-MG de forma anual), Expocafé (maior feira de máquinas e demais atores da cadeia produtiva da cafeicultura do Brasil que acontece em Três Pontas de forma anual), SIC (Semana Internacional do Café, sendo a maior feira de toda a cadeia do café do mundo, da produção ao consumo, que ocorre anualmente em Belo Horizonte), Simpósio de Pesquisas dos CafésdoBrasil(ocorredeformabienalem diferentes regiões cafeeiras do Brasil e é organizado pelo Consórcio de Pesquisa Café) e o Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras (ocorre de forma anual e é organizado pela fundação Procafé), além de inúmeros eventos regionais.

A cafeicultura veio para o Brasil para ficar, e, hoje, a importância de tal cultura e tal bebida, que movimenta bilhões no mercado nacional, faz com que os produtores e os profissionais consultores da cadeia, bem como os consumidores, fi-

quem a cada dia mais apaixonados por tal planta e tenham a certeza de que ela é realizadora de sonhos. Por isso, contem semprecomaUnaBomDespachoeaUna Divinópolisparaproduzirmosmaiscafé,de maior qualidade e desenvolvermos juntos tal cadeia produtiva na região!

VamostransformaroBrasilpelaeducação? Vem para a Una!

SOBREAUNA:

Com mais de 60 anos de tradição em ensino superior, o Centro Universitário Una, que integra o Ecossistema Ânima – maior e mais inovador ecossistema de qualidade de ensino do Brasil –, oferece mais de 130 opções de cursos de graduação. Foi destaque na edição 2022 do Guia da Faculdade, iniciativa da Quero Educação comojornal“OEstadodeS.Paulo”,comdiversos cursos estrelados em 4 e 5 estrelas. A instituição preza pela qualidade acadêmica e oferece projetos de extensão universitária que reforçam seus pilares de inclusão, acessibilidade e empregabilidade, além de infraestrutura e laboratórios de ponta,corpodocentealtamentequalificado e projeto acadêmico diferenciado com uso de metodologias ativas de ensino. A Una também contribui para a democratização do ensino superior ao disponibilizar umaofertadecursosdigitaiscomdiversos polos de educação.

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porViníciusTeixeiraLemos ProfessortitulardocursodeAgronomiadaUna BomDespacho.Engenheiroagrônomo,consultor técnicodoprogramaATeGCafé+ForteSENAR Minas.LEMOSCONSULTORIAAGRÍCOLA.Cafeicultor emCamposAltos/MG.

Repasse
de

16/ 0 5 16/ 0 5 15/03 15/05,

DOISDEDOSDEPROSA:

OARROTO EOPUM CAUSADORESDO EFEITOESTUFA.

Meu nome é Possidônio, tenho 75 anos, sou matuto, estudei até o quarto ano primário e sou metido a besta por causa de meia dúzia de livros que li. Moro às margens do Rio São Francisco, próximo ao povoado de Extrema. Possuo um pedaço de terra, deixado para mim pelo meu antigo patrão. Nele, construí, a sopapo, um ranchinho. Posse, de pissuÍ mesmo, tenho pouca coisa: uma rocinha de milho, umas cabeças de gado, uma criação de ovelhas e a mula chamada Héstia. Depois que ganhei um no-

tibuque de presente, vivo a escarafunchar as novidades do mundo através da internet. Leio muitos livros, jornais e revistas que me chegam às mãos. Letrei-me dessa maneira, posso assim dizer. Apesar de tudo,aindasoutoscoefalo a linguagem do caboclo brasileiro.

Foi de incerta feita, após ter lido uma notícia sobre punsearrotosderuminantes causarem efeito estufa, danei-me a preocupar com o meio ambiente. Estava eu assoberbado com afazeres para salvar o planeta, quando recebi a inesperada visita de um grande amigo da Capital.

Carregava dois balaios

POSSIDÔNIO

Contador de histórias inventadas

cheios de sabugos de milho e pastoreios de focinho (fotosàesquerda)parafazer serviço em prol da humanidade, quando o amigo, curioso, perguntou-me:

- O que é isto, Possidônio?Paraquetantosabugo e pastoreio de focinho?

- Vou proteger a camada de ozônio! Disse.

- Proteger a atmosfera com sabugo de milho e pastoreio de focinho? Tá ruim das ideias, homem?

- Tô não, sô! Veja só isto aqui.

E mostrei a ele uma reportagem que saiu num desses jornais sensacionalistas que falava sobre o efeito estufa. E apontava comoumadascausasdos danosàcamadadeozônio o arroto e o pum de ruminantes.

- Onde já se viu uma coisa dessas? Pum zangar a camada de ozônio? Tá vendo só, porque eu preciso arroiá os fiofós e os focinhos deles?

E, virando a página,

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mostrei-lhe que a Nova Zelândia planeja instituir imposto sobre flatulência de ruminantes.

Depois de ler a reportagem, meu amigo explicou-mequeduranteoprocesso digestivo, ruminantes liberam, através de arrotos e puns, gás metano. Esse fluido é danoso à camada de ozônio.

- Quer dizer que: o arroto e flatulência de minhas ovelhas e de meu gado estão contribuindo para o aumento do aquecimento global?

- Há um certo exagero, mas é mais ou menos por aí! Mas você já faz o sequestro de carbono aqui nas suas plantações, Pos-

sidônio.

- Cê tá doido, moço? Eu não sequestro nada, nem ninguém, não, sô!

- Menos, Possidônio! Menos! O que eu quis dizer foi que você já faz o sequestro de carbono na agricultura com a adoção de técnicas como o plantio direto ou ainda a rotação de culturas.

- Ah, tá! Mas o seguro morreu de velho! Eu vou arroiá os fiofós e colocar pastoreio de focinho neles todos!

Demorei, mas acabei minha missão de salvar o planeta! Criação minha nãovaidanificaracamada deozôniocoisanenhuma!

Meu amigo já estava

há um tempão pronto pra encher o bucho. A Nenzinha havia preparado uma galinhada deliciosa que só vendo! Sentamo-nos à mesa.Tomamosumadose homeopática de cachaça na cuia, quando começaríamos a nos deliciar do banquete, ouvimos fortes estrondos vindos lá do pasto. Saímos apressadamente para ver o que acontecia...

Pôu! Pôu! Pôu! Explosões aqui e acolá, por todo lugar. Chegamos à beira da cerca. Era boi, vaca, bezerro e ovelha explodindo...

- É!... Acho que exagerei na dose, não?!

29

NOVOSASSOCIADOS MÊSDEABRIL-TOTAL:

7 associados

•CarolinaLobatoGoesdeAraújo

Barroso;

•JoséLuizdaCostaJúnior;

•JosefaPintoGontijo;

•LaísGabrieleCardosoDuarte;

•MárcioPessoadosSantos;

•PedroEduardoFerreira;

•SebastiãoJosédosSantos;

LEITEENTREGUENA COOPERBOM

PERÍODO: Março/2022 Abril/2022 Maio/2022 Junho/2022 Julho/2022 Agosto/2022 Setembro/2022 Outubro/2022 Novembro/2022 Dezembro/2022 Janeiro/2023 Fevereiro/2023 Março/2023 VOLUME(emlitros): 4.375.826 4.161.652 4.339.451 4.191.637 3.853.693 3.667.737 3.590.654 3.680.151 3.426.648 3.394.537 3.310.197 2.997.410 3.202.919
*LeiterecebidoemBomDespachoe EstreladoIndaiá.
| cooperbom.coop www.cooperbom.com.br
37 3521-2622 37 98823-7961 Rua Dr. Cisalpino Marques Gontijo, 335 - B. São José | sindicatoruralbdwww.sindicatoruralbd.combr QUER FAZER ÓTIMOS NEGÓCIOS E DAR VISIBILIDADE À SUA MARCA NA EXPOBOM 2023? Fale com a gente!

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