MAISBENEFÍCIOS AOCOOPERADO!
Indicadores reprodutivos nafazenda leiteira.
Mastite crônica: impactospara aatividade leiteira.
Cenáriospara osetorrural.
AGOelege novoconselho fiscal.
EDIÇÃO
INFORMATIVO MENSAL
29 | ABRIL 2023
Foto:DavidFragoso
COOPERATIVA AGROPECUÁRIA DE BOM DESPACHO
Av. das Palmeiras, nº 180
Fone: (37) 3521-3131
Contato: secretaria@cooperbom.com.br
DIRETORIA EXECUTIVA:
(Mandato 2020 até A.G.O. 2024)
Presidente - Fúlvio de Queiroz Cardoso
Neto
Diretor Administrativo - Carlos Humberto de Araújo
Diretor Comercial - Enes Custódio Fialho
CONSELHEIROS ADMINISTRATIVOS:
EFETIVOS: Elda Maria da Silva Alves Santos, Everaldo Eustáquio Oliveira Melo, Itamar Silva, Marco Aurélio Rodrigues Costa, Terezinha Aparecida Rangel Silva, Wilian Diniz da Silva Rezende.
SUPLENTES: Amintas Pinto da Silva, José Mauro da Silva, Maurício da Costa Cardoso.
CONSELHEIROS FISCAIS 2023/2024:
EFETIVOS: Fabrício Rodrigues do Amaral, Fernando José Ferreira e Flávio Martins Teixeira.
SUPLENTES: Antônio Tavares Gontijo Filho, Francisco José dos Santos e Geraldo Majela de Araújo.
CONSELHO EDITORIAL:
Fúlvio de Queiroz Cardoso Neto
Carlos Humberto de Araújo
Enes Custódio Fialho
Elda Maria da Silva Alves Santos
Renato Fragoso
PALAVRADOSDIRETORES.
Cooperadas e cooperados, A COOPERBOM realizou, no dia 26 de março, no antigo SESC, a Assembleia Geral Ordinária (AGO). Na reunião, foram apresentados o Relatório de Gestão, o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício e demais peças contábeis – relativos a 2022 –, devidamente analisados e aprovados pelos conselhos de administração e fiscal e por auditores independentes.
PRODUÇÃO:
Publicação: Cidade’s.com Editora de Jornais e Revistas
CNPJ - 16.634.399/0001-00
Editor: Renato Fragoso - 17.434/MG
Fone: (37) 99856-0290
Projeto Gráfico: Central de Ideias - CCPR
Capa: Pedro A. Ferreira e David Fragoso
Diretor de Arte: David Fragoso
Revisão: Thalita Martins
TIRAGEM: 2.000 EXEMPLARES
Impressão: RONA EDITORA
Os artigos assinados e publicidades não refletem necessariamente a opinião desta revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.
Na Assembleia, foi eleito o novo conselho fiscal, formadopeloscooperadosFabrícioRodriguesdoAmaral, Flávio Martins Teixeira e Fernando José Ferreira e pelos suplentes Antônio Tavares Gontijo Filho, Francisco José dos Santos e Geraldo Majela de Araújo. Nesta edição, destacamos a importância do Armazém COOPERBOM na Fábrica de Rações. Com o aumento da produção de grãos em nossa região, a estrutura de armazenamento da COOPERBOM tornou-se estratégica para escoamento da safra e redução de custos de armazenagem, proporcionando ao produtor a escolha do melhor momento para comercializar sua produção. Em sequência ao tema publicado anteriormente, o médico veterinário Maurício da Costa Cardoso escreve sobre o tema “Indicadores reprodutivos na fazenda leiteira”. A professora titular da Escola de Veterinária da UFMG, parceira da CCPR, ressalta a importância do tema “Mastite crônica: impactos para a atividade leiteira”.
OjornalistaJoséLuizdeAlmeidaCostaconduzoleitor a uma visão realista de cenários para o setor rural, pontuando as oportunidades, as fraquezas conjunturais,aforçadosetorruraleasameaçasquerondamo agronegócio brasileiro. Guilherme Viana, da Embrapa Milho e Sorgo, escreve sobre o potencial da soja para intensificar o sistema de produção na região Central de Minas. Para finalizar, o médico veterinário Charles Vinícius descreve as principais doenças que afetam a bovinocultura de leite.
Boa leitura!
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ARMAZÉM COOPERBOM.
Maisbenefíciosaocooperado.
A Fábrica de Rações COOPERBOM é referência nacional em nutrição animal. Resultado de um sonho que se tornou realidade, a fábrica tem como objetivo atender os produtores rurais com produtos de alta qualidade a preços competitivos. Conta com equipamentos de última geração e de alta tecnologia. Construída sob rigorosas normas técnicas, produz rações, suplementos minerais, concentrados e ingredientes, utilizando matérias-primas de qualidade e profissionais qualificados. Além da nutrição animal,anexoàFábricadeRações,funciona o Armazém COOPERBOM, implantado com a finalidadedeprestarserviçosdearmazenamento de grãos aos cooperados.
PRODUÇÃORECORDEDEGRÃOS:
Brasil está colhendo uma safra recorde de grãos. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê a safra de grãos brasileira em 310,6 milhões de toneladas.
Os dados constam do “5º Levantamento da Safra de Grãos 2022/2023”, divulgado no dia 8 de fevereiro deste ano. De acordo com a companhia, o resultado sinaliza um incremento de 38,2 milhões de toneladas em relação à temporada anterior. A soja é o principaldestaquepositivoporquevaipuxar a alta em 2023 e recuperar as perdas de 2022, quando caiu 11,4%. O milho também é destaque porque crescerá 5,7% em cima de uma safra recorde de 110,2 milhões de toneladas em 2022.
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Foto:DavidFragoso
ARMAZENAMENTO:
“Com o contínuo aumento da produção degrãosnoBrasil,aestruturadearmazenamento no país tornou-se estratégica para o escoamento da safra e redução de custos de armazenagem, proporcionando ao produtor a escolha do melhor momento para comercializar sua produção. O Armazém COOPERBOM cumpre esse papel ao realizar armazenagem de grãos produzidos pelos cooperados da região”, destacou o mestre em nutrição animal e gerente da Fábrica de Rações COOPERBOM, Fabrício Rodrigues Campos.
O objetivo do armazenamento de cultivares de soja e milho é oferecer condições para se evitar a atividade metabólica dos grãos e prevenir o crescimento de microrganismos e pragas que podem vir a causar deterioração do produto. O sucesso do armazenamento dos grãos sofre influência de diversos fatores: umidade dos grãos, temperatura, danos mecânicos, concentração de oxigênio (O2), dentre outros.
Entre os principais benefícios levados ao produtor pelo armazenamento de grãos em silos, podemos citar:
• Maior valorização do produto: permite que o produtor rural possa negociar o produto em momentos mais oportunos, quando o preço está mais valorizado no merca-
do. Isso significa maior margem de lucro;
• Controle da qualidade: possibilita o controle das condições de armazenamento, como temperatura e umidade, garantindo a qualidade do produto e reduzindo perdas por deterioração ou contaminação;
• Redução de custos: reduz os custos de transporte e a necessidade de investimentos em estruturas de armazenamento temporário, como sacarias ou pilhas de grãos;
• Acesso a crédito: o produto armazenado em silos tem liquidez no mercado, uma vezqueéconsideradogarantiasegurapara as instituições financeiras;
• Maior flexibilidade na comercialização: o armazenamento de grãos em silos permite que o produtor tenha maior flexibilidade na comercialização, possibilitando sua negociação em diferentes formas: venda direta, venda antecipada ou contratos futuros. Isso permite que o produtor maximize seus lucrosereduzaoriscodeperdasfinanceiras.
FUNÇÃOESTRATÉGICADOARMAZÉM
COOPERBOM:
“O Armazém COOPERBOM trabalha com armazenagem de dois tipos de grãos: soja e milho. Neste ano, o recebimento de soja iniciou-se em meados de fevereiro, e trabalharemos com esse cultivar até o início da segunda quinzena de abril, quando migraremos para a recepção de milho. Cada
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safra tem um comportamento diferente, influenciado por inúmeras variáveis. O clima é um fator determinante para o sucesso da produção agrícola. As culturas de milho e soja requerem condições climáticas específicas, como chuvas regulares e temperaturas adequadas para o crescimento. A qualidade do solo pode afetar a produção dessas lavouras. A presença de nutrientes suficientes, como nitrogênio, fósforo e potássio,éfundamentalparaodesenvolvimentodasplantas. A adoção de tecnologias agrícolas modernas, como sementes transgênicas, fertilizantes e pesticidas, pode aumentar a produtividade e reduzir os riscos de doenças e pragas. O preço dos produtos agrícolas no mercado pode influenciar a produção, uma vez que os agricultores são motivados a plantar mais ou menos de acordo com a oferta e a demanda. Outro fator que também influencia a produção de grãos é a infraestrutura precária – as más condições das estradas afetam o transporte e a comercialização dos grãos”, afirmou o gerente Fabrício.
“O processo de transporte de grãos para armazenagem é uma ‘operação de guerra’ porque deve ser realizado com celeridade. A oferta de máquinas para colher e caminhões para transportar é insuficiente para a demanda, tendo em vista que nossa região vive um momento de plena expansão na área de grãos. Com a classificação e o armazenamento da produção, a cooperativa passa a ter a guarda do produto e o cooperado recebe na própria nota de remessa a classificação do grão. Com esse documento em mãos, o produtor pode negociar seu produto no mercado no momento mais oportuno. Isto representa liquidez,” explicou Fabrício.
“O Armazém COOPERBOM exerce papel fundamental e estratégico no armazenamento de grãos produzidos na região. No Brasil existe um grande déficit de armazenamento. Com o término das obras iniciadas no ano passado, aumentamos a capacidade de armazenagem em 100 mil sacas (estático). Atualmente,nossacapacidadeinstaladadearmazenamento é de 300 mil sacas (estático). Nossa expectativa é de receber ainda nessa safra aproximadamente 450 mil sacas de soja e milho, ou seja, uma vez e meia a capacidade estática anterior”, informou Fabrício.
A capacidade estática é a quantidade de produto que pode ser armazenado no silo enquanto a armazenagem dinâmica é a rotatividade do produto, expressando, assim, a capacidade de armazenagem em um determinado período.
A grande vantagem do armazenamento de grãos é o produtor poder colher e se esquivar dos riscos de perdasdaprodução.Apartirdo armazenamento da safra, ele tem tempo para escolheromelhormomentopara a negociação de seu produto. “A COOPERBOM, além da credibilidade e de seguir rigorosamente as normas técnicas e legais, oferece ao cooperado a armazenagem de grãos que cria condições para ele realizar bons negócios e aumentar seu faturamento. Com o armazenamento do milho, o produtor tem uma vantagem ainda maior, pois quase toda produção de milho que entra naCOOPERBOMécomprada pela própria Cooperativa para processamento na fábrica”, observou Fabrício.
COOPERBOMNABOLSA DEVALORES:
“Apartirdapróximasafra, a COOPERBOM entrará em negociação para compra antecipada das commodities de milho e soja e fazer o ‘barter’ (operação financeiraqueenvolveapermutade commodities por insumos em geral). Trata-se de projeto em andamento – inclusive foi aberta conta na Bolsa de Valores para que a COOPERBOM possa comprar
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commodities agrícolas antecipadamente e fazer um ‘hegde’ (proteção para evitar o efeito da imprevisibilidade do movimento de oferta e demanda com o objetivo de proteger o valor do ativo, ou seja, das commodities), evitando prejuízos para o cooperado e para a Cooperativa.
VANTAGENSDEOPERARNABOLSADEVALORES:
•Acesso a novas fontes de financiamento: ao ingressar na bolsa de valores de commodities agrícolas, a cooperativa pode emitir títulos lastreados em sua produção, o que permite o acesso a novas fontes de financiamento com taxasdejurosmaiscompetitivasdoque as disponíveis no mercado.
• Redução do risco de oscilações de preços: ao negociar os contratos futuros de suas commodities na bolsa, a COOPERBOM pode reduzir o risco de oscilações de preços, garantindo uma maior estabilidade financeira para os cooperados.
•Maior transparência: a negociação de commodities na bolsa de valores é
um processo transparente e regulado, o que traz maior segurança e transparência para a cooperativa e seus cooperados.
• Acesso a novos mercados: a negociação de commodities na bolsa de valorespodeabrirnovasoportunidades de negócios para a cooperativa, permitindo o acesso a novos mercados e clientes.
• Melhoria na gestão financeira: o ingresso na bolsa de valores de commodities agrícolas pode exigir da cooperativa uma gestão financeira mais eficienteeprofissional,oquepodelevar aumamelhoriadaeficiênciaoperacional e da rentabilidade dos negócios.
MERCADODECOMMODITIESAGRÍCOLAS:
É possível negociar todas as commodities em diferentes mercados no mundo inteiro. As compras e as vendas desses ativos agrícolas acontecem no mercado de valores através de contratos futuros. Assim, por meio do mercado financeiro, é possível comprar e vender contratos de sacas de soja e milho, mas sem a necessidade de realmente retirar a mercadoria. O Mercado Físico é o mais tradicional, e nele as mercadorias são trocadas por dinheiro. No ambiente de bolsa de valores, o mercado físico é denominado “mercado à vista”, e sua negociação é a entrega imediata da mercadoria e seu respectivo pagamento à vista.OMercadoaTermoéumacordoentre vendedor e comprador, em que ambas as
partes envolvidas no contrato de compra e venda de ativos especificam o objeto que consta no compromisso firmado, definindo volume, preço estipulado, data de entrega e pagamento.Éusadoparasuprimiroriscode mercadosdasnegociações,porqueneutraliza a volatilidade do preço. Já no Mercado Futuro, considerado uma evolução do mercado a termo, compradores e vendedores negociam contratos futuros de commodities agrícolas também com preço, quantidade e data predeterminados. Contudo, nessa modalidade não ocorre a entrega física da mercadoria no encerramento do contrato futuro. Deste modo, a liquidação é apenas financeira, efetuada pela diferença de preços. Inclusive, o ajuste ocorre diariamente pelas bolsas de valores.
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INDICADORES REPRODUTIVOS NAFAZENDA LEITEIRA.
Hojecomentaremosmaistrêsindicadores zootécnicos interligados à reprodução do rebanho.
• % de vacas positivas
• % de vacas vazias acima de 120 dias em lactação (DEL)
• DEL médio das vacas em lactação
Porcentagem de vacas positivas é o número de vacas prenhes em relação ao número de vacas totais do rebanho. Esse indicador deverá ser analisado juntamente com as vacas vazias atrasadas. Vou explicar mais tarde. O ideal para esse indicador é maior que 50% das vacas. Mas temos situações que podem conter menos de 50% de vacas positivas e a reprodução estar dentro dos conformes.
Porcentagem de vacas vazias acima de 120 DEL é o número de vacas vazias ou cobertas com DEL acima de 120 dias em relação ao número de vacas totais. Esse indicador é muito importante quando avaliado junto com as vacas positivas. O ideal para esse indicador seriaabaixode20%.Quandotemosesse indicadorabaixode20%,orebanhoestá emprenhando dentro dos conformes. Às vezes, temos vacas positivas abaixo de 50%, mas o índice de vacas vazias está abaixo de 20%. Nesse caso, o indicador
MAURÍCIODA COSTACARDOSO
de vacas positivas não está fora da normalidade, pois acontece quando temos muitasvacascomDELbaixonorebanho, ou seja, muitas vacas paridas de novo. Esse é o ponto em que temos que ter cuidado nessa avaliação.
O último indicador desta seção, DEL médio das vacas em lactação, nada mais é que a média de DEL das vacas que estão dando leite. O ideal para esse indicador é trabalharmos com DEL médio menor que 170 dias. Esse indicador varia muito dependendo do tipo de rebanho. Os rebanhos com grau de sangue zebuíno maior (meio-sangue, três-quartos de gir) têm DEL médio menor, pois têm persistência de lactação menor.Quandotemosumrebanhomais puro, como o holandês preto e branco (HPB), o DEL médio com certeza será maior, pois esses animais têm uma persistência de lactação maior e, mesmo sem emprenhar, continuam dando leite.
Portanto,quandotemosumafazenda com DEL médio de 150 dias, 55% de vacas positivas e 14% de vacas vazias com DEL acima de 120 dias, trata-se de uma fazenda que tem os três indicadores dentro dos parâmetros – e, portanto, a reprodução está andando bem. Existem outros indicadores reprodutivos mais complexos os quais não abordarei, pois são mais difíceis de serem calculados.
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Médico Veterinário
Outro exemplo: uma fazenda com DEL médio de 160 dias, 40% de vacas positivas e 12% de vacas vazias significa que temos muitos animais com parição recente,fazendocomqueasvacaspositivas estejam abaixo do ideal, porém trata-se de um rebanho com reprodução boa.Jáquandotemosumrebanhocom 200 dias de DEL, 40% de vacas positivas
e 27% de vacas atrasadas significa que a reprodução está fora do ideal.
Esses indicadores, juntamente com os outros, servem para tomarmos decisões rápidas para que o rebanho volte a ter os números ideais. Volto a salientar que indicadores confiáveis têm que ter coleta de dados confiáveis.
INDICADORMETAJANFEVMARABRMAIJUNJUL
% vacas em lactação> 80%
% vacas em lactação no rebanho > 35%
% vacas em primeira cria> 30%
% vacas positivas> 50%
% vacas vazias com DEL >120dias < 20%
DEL médio de vacas lactação < 170
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MASTITECRÔNICA:
Impactosparaaatividadeleiteira.
A mastite podeserclassificadaquanto à forma em clínica e subclínica A mastite subclínica pode ainda ser de curta ou de longa duração, sendo esta última geralmente considerada como mastite subclínicacrônica.
Segundo vários autores, uma vaca é considerada sadia quando a CCS de seu leite é de no máximo 200.000 cels/mL
A partir desta contagem, ou seja, acima de 200.000 cels/mL, perdas econômicas ocorrem. Há citações na literatura de que à medida que o número de lactações aumenta, as perdas na produção de leite também aumentam. Como exemplo, Martinset al.(2020)descrevem,apartirde vários estudos, perdas de 0,3 a 0,7 kg/dia emvacasdeprimeiralactação e de 0,6a 1,9 kg/dia em vacas adultas por unidade de escore linear (LN) acima do ponto de corte de 5,3(200.000cels/mL)
Pela contagem de células somáticas (CCS) individual de leite, umavacaéconsiderada com mastite crônica quando apresentaCCSacimade200.000cels/mL em dois ou mais meses consecutivos na lactação.
Outro aspecto importante que merece destaque refere-se aos diferentes microrganismos associados à mastite crônica. Eles podem impactar, de forma diferente, a composição e também a produção de leite. No estudo de Martins et al. (2020), a produção e a composição do leite foram avaliadasemvacassadias,nãocrônicas, crônicas positivas na cultura microbiológica e crônicas negativas na cultura microbiológica.
Neste estudo de Martins et al. (2020), a perda de leite foi calculada considerando-se a diferença entre a produção de vacassadias(trêstestesdeCCS≤200.000 cels/mL e cultura negativa) em relação às vacas não crônicas (um teste de CCS > 200.000 cels/mL e uma cultura positiva); crônicas PC (crônicas e positivas na cultura - pelo menos dois testes de CCS em três > 200.000 cels/mL e positivo na cultura); crônicas NC (crônicas e negativas na cultura). Em relação à composição, os autores apresentaram dados de gordura, proteína total, lactose, sólidos totais (ST) e sólidos não gordurosos (SNG) expressos em g/vaca/dia (Quadro 1) e em g/100 g.
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Quadro1.CCS, composição eperdasde produçãode leitedevacas sadias,não crônicas,crônicaspositivasna culturaecrônicasnegativas nacultura
Fonte:AdaptadodeMartinset al.(2020)
ACCSdoleitedevacascrônicasepositivasnaculturafoiamaiselevada(756.200 cels/mL) e a maior perda na produção de leite também foi observada neste grupo. Em relação à composição, o leite de vacas crônicas e positivas na cultura apresentou aindamenoresteores(g/vaca/dia)degordura, proteína total, lactose, sólidos totais (ST)esólidosnãogordurosos(SNG).
Desta forma, além da redução significativa da produção de leite, adiminuição doscomponenteseamaiorCCS levam a perdas adicionais quando se considera o programa de pagamento por qualidade do leite.
Considerando-se o impacto na produção de leite segundo a bactéria identificada, Martins et al. (2020) observaram efeitos diferentes. A perdadeleitefoi estimadapeladiferençaentreaproduçãode vacas sadias e de vacas crônicas positivasnacultura
De acordo com a Figura 1, vacascrônicas positivas na cultura para Streptococcus uberis, Streptococcus dysgalactiae, Streptococcus like-bacteria, Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae e Staphylococcus Não aureus tiveram menor produção de leite quando comparadascomvacassadias(P<0,05).Asperdas de leite variaram de 5,8 ± 1,5 a 11,8 ± 3,3 kg/vaca/dia dependendo da bactéria. As perdasdeleite por tipo de bactéria foram de 24,5% quando as vacas apresentaram mastite crônica positiva para Staphylococcus aureus na cultura; de 26,0% para Streptococcus uberis e Staphylococcus Nãoaureus; de 27,0% para Streptococcus dysgalactiae; de 35,3% para Streptococ-
cus agalactiae e de 44,9% para Streptococcus like-bacteria. Ao contrário, vacas crônicas PC infectadas por Corynebacteriumspp.tiveramproduçãodeleitesimilar quandocomparadocomvacassadias.
Fonte:
Portanto, fique atento produtor! A mastitecrônica causa grandesprejuízos e como geralmente ela é subclínica, você não percebe. Por isto, é muito importante fazer a CCS individual das vacas todo mês no dia da pesagem do leite e a cultura microbiológica. Os resultados geradosajudamnatomadadeaçõescorretas para evitar as perdas. Procure orientação técnica para controlar a mastite crônica de seu rebanho. Só controla quem monitoraeosresultadoscomcertezavirão!
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Figura 1. Efeito de mastite subclínica crônica causada por diferentes bactérias sobre a produção de leite em comparação com vacas sadias.
Martins, L. et al. Chronic subclinical mastitis reduces milk and components yield at the cow level. Journal of Dairy Research, 2020.
CENÁRIOS PARAOSETOR RURAL.
NoBrasil,desdeoperíodocolonial,asatividades rurais têm convivido por alternâncias de oportunidades e de ameaças. Historicamente, o país passou por ciclos rurais degrandegeraçãoderiquezas,seguidosde enfraquecimento nos negócios provocado por crises internas e internacionais.
Na prática, o agronegócio é uma atividade de alto risco, pois depende, além das condições climáticas e dos riscos às infestaçõesdepragasevírus,dasoscilaçõesdos mercados, das políticas públicas e do custo do dinheiro.
Num ambiente acostumado a conviver com mudanças inesperadas, a elaboração de exercícios mentais que possam refletir e interpretar cenários torna-se bastante útil.
Atualmente, as principais oportunidades para o agronegócio são:
• Aumento da população mundial, gerando maior demanda por alimentos;
• Crescentes exportações de produtos rurais brasileiros para o mercado asiático, onde reside o maior contingente populacional do mundo;
• Adoção de novas tecnologias que aumentam a produtividade nacional.
Porém, o setor rural deve reconhecer as suas franquezas conjunturais:
• Encarecimento dos insumos básicos,
cujos preços são atrelados ao dólar;
• Aumento do custo de vida da população brasileira, implicando a redução do consumo interno dos alimentos;
• Falta de convencimento do público em geral de que a produção rural brasileira atende exigências ambientais rígidas.
Paralelamente, a força do setor rural brasileiro é bastante evidente. Graças às pesquisas de produção rural e criação de rebanhos em solos tropicais, nos últimos 20 anos, a produção econômica do agronegócio deu um salto, e, atualmente, o setor rural brasileiro gera um PIB de US$ 500 bilhões, equivalente ao PIB nacional da Argentina. Além disso, estudos apontam que a produção agropecuária do Brasil alcança, direta ou indiretamente, 1,6 bilhão de pessoas em todo o mundo.
O agronegócio possui forte presença na economia dos municípios graças ao empresariamento de negócios rurais por meio de cooperativas de produção e de serviços financeiros. Mas existem crescentes ameaças que rondam o setor:
• Movimentos ambientalistas hostis ao agronegócio;
•Possibilidadedecriaçãodeimpostosàs exportações do agronegócio, a exemplo do que afetou negativamente as exportações do setor rural argentino;
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Nocenárioatual,daporteiraparadentro,estátudo correndobem.Asincertezasvêmdeforadaporteira.
JOSÉLUIZALMEIDA COSTA
Especial para a Revista COOPERBOM em campo
• Lentidão na reforma agrária e na distribuição de terras pelo governo, o que acaba induzindoasinvasõesdepropriedadesrurais.
Um dos ditados mais realistas enfatiza que a história passada serve para se precaver de ciclos repetitivos no futuro. Mesmo com as oportunidades e os pontos fortes do setor rural, prudentemente, não se devem menosprezar as fraquezas e as ameaças existentes. Pelo contrário, estrategicamente, ameaças e fraquezas podem ser revertidas emaçõespropositivasque,alémdeneutralizar seus efeitos negativos, agreguem valor ao agronegócio.
Etimologicamente,otermo“negócio”significa a negação do ócio. Um dos maiores problemasdoBrasiléafaltadecontratação do trabalho remunerado. Com as ações estratégicas voltadas para valorizar o empregodamãodeobra,oagronegóciotemcondiçõesdeabsorvergrandepartedaforçade trabalho ociosa brasileira, seja diretamente ou indiretamente.
Por outro lado, governos de vários países têm cedido aos lobbies de ambientalistas e sancionado leis que prejudicam o agronegócio. Isso está acontecendo na Holanda, na Nova Zelândia, na Inglaterra e na França,
países com forte presença nas exportações agropecuárias.
Ao mesmo tempo em que as restrições ambientalistas nesses países abrem oportunidades mercadológicas ao agronegócio nacional, existe a possibilidade de o governo brasileiro copiar as legislações restritivas deles.
A falta de uma estratégia de comunicação social institucional vigorosa para que o agronegócio dialogue adequadamente com a sociedade em geral e, principalmente, com os interessados de terceira parte (stakeholders) torna o setor rural refém da opinião pública hostil a ele.
Os fatores citados como oportunidades e pontos fortes se equivalem às fraquezas e àsameaças.Ouseja,umfatoranulaooutro.
Por exemplo, no segmento de produção de leite, a Nova Zelândia, que era modelo de produtividade, devido à taxação dos gases emitidos pela flatulência dos rebanhos, o governo foi obrigado a criar programas de assistênciaaosprodutoresdacadeiadoleite pelos prejuízos causados por ele próprio.
No Brasil, no cenário atual, da porteira para dentro, está tudo correndo bem. As incertezas vêm de fora da porteira.
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ASSEMBLEIAGERAL ORDINÁRIA(AGO2022).
ACOOPERBOMrealizou,nodia26demarço,no antigo SESC, a Assembleia Geral Ordinária (AGO). Na reunião, foram apresentados o Relatório de Gestão, o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício e as demais peças contábeis do ano de 2022, devidamente analisados e aprovados pelos conselhos de administração e fiscal e pelos auditores independentes.
Foi eleito o novo conselho fiscal, formado pelos cooperados Fabrício Rodrigues do Amaral, Flávio Martins Teixeira e Fernando José Ferreira e pelos suplentes Antônio Tavares Gontijo Filho, Francisco José dos Santos e Geraldo Majela de Araújo.
A Sobra antes das destinações estatutárias foi de R$ 4.377.623,46, que representa 1,20% sobre a receita líquida de venda dos setores comerciais; considerando-se que o objetivo da COOPERBOM é fornecer bens e serviços de qualidade ao associado sem visar ao lucro, o resultado alcançado foi satisfatório. Foram provisionados R$455.095,63referentesaosjurosaocapital,percentual de 6% a.a. definido pelo conselho de administração, que será submetido à Assembleia Geral conforme previsto no parágrafo 5º do artigo20doEstatutoSocial.Os22setorescomerciais, industriaisedeleitealcançaramumfaturamento de R$ 389 milhões, superior em 4,62% ante 2021. A produção de leite foi de 47.134.781 litros, 14,62% inferior ao ano anterior.
A unidade industrial localizada na rodovia MG–164 (Fábrica de Rações) manteve sua política de industrializar e fornecer aos associados e parceiros comerciais produtos e serviços de excelente qualidade a preços competitivos, entre os quais destacam-se:
Produção em toneladas:
Prestação de serviços de limpeza, secagem e armazenagem de milho e soja no setor de grãos:
A Fazenda COOPERBOM, com objetivo de melhoramento genético e maior produtividade, forneceu aos cooperados, através do projeto de repasse de novilhas:
Os investimentos globais no ano foram de R$ 2.756.973,54.
Aquisições:
Melhorias:
Os investimentos na Unidade da Fábrica de Rações proporcionaram uma ampliação significativa na capacidade de armazenamento de
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200 mil para 300 mil sacas e na secagem de 60 t/h para 120 t/h, salientando que os processos foram efetuados em momento oportuno, pois hoje os custos se elevaram em torno de 60%.
OutroinvestimentoimportantefoinaIndústria de Laticínios Mavero, com aquisição de veículos zero-quilômetro, modernização de equipamentos, instalações, parte elétrica e atualização dos processos da caldeira.
Destacamostambémoasfaltamentode3.000 m² no pátio do Insumos Ana Rosa e a ampliação da Loja de Insumos do Engenho do Ribeiro, duplicandoacapacidadedearmazenamento.
Ressaltamos que, dos cinco projetos previstos no relatório anual de 2021/2022, apenas a ampliação do Supermercado de Estrela do Indaiá ainda não foi concluída.
Nossa responsabilidade técnica educacional e social está demonstrada, pois realizamos:
- 1.317 atendimentos gratuitos de assistência médica em nosso consultório;
- 2.831 atendimentos veterinários e agronômicos;
- 1.764 atendimentos de assistência contábil.
O investimento nas áreas técnica, de assistência médica e de assistência ao cooperado foi de R$ 1.064.350, conforme demonstrado abaixo:
e botijões, custeado pela recuperação de créditos presumidos de PIS e Cofins da compra de leite in natura, através da habilitação no Programa Mais Leite Saudável (PMLS), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em2022,forambeneficiadoscomesseprojeto46 cooperados produtores de leite fornecedores da CCPR/MG Ltda., em 11 municípios.
O Conselho de Administração tem eliminado os associados que descumprem o parágrafo 1º, IncisosIeII,doartigo15doEstatutoSocial(faltade pagamento de obrigações), totalizando 108 associadoseliminados,conformediscriminadoabaixo:
Foi firmada parceria com a CCPR/MG Ltda. para implantação de mais de 200 embriões nas novilhas da Fazenda COOPERBOM, destinadas ao repasse aos associados e à comercialização permanente, projeto que seguirá de forma contínua. Por meio dele, o cooperado adquire novilha com prenhez de FIV (embrião) sexado ou fruto de inseminação sexado, com pagamento em até 24 parcelas mensais.
Destacamos também o projeto em parceria comaCRVBrazil,dedoaçãodeembriões,sêmen
Nossos principais projetos para 2023 são:
• Utilização de energia elétrica 100% limpa através da implantação de usinas de energia fotovoltaicas;
• Implantação de laboratório de análise de solos;
• Mudança de endereço da loja de insumos de Martinho Campos para uma área de melhor estrutura, próxima da rodoviária da cidade;
• Abertura de loja de insumos na cidade de Santo Antônio do Monte;
• Ampliação do Supermercado de Estrela do Indaiá.;
• Implantação de regimento interno e plano de carreira para os colaboradores.
Agradecemos aos companheiros do conselho deadministraçãoedoconselhofiscal,aovaloroso quadro funcional e, de forma muito especial, aos cooperadospeloapoioànossaadministração.
EnesFialho,FernandoJoséFerreira(Mat.3081-9),GeraldoMajeladeAraújo(Mat.1369-0, suplente),FlavioMartinsTeixeira(Mat.126-1),FabrícioRodriguesAmaral(Mat.2941-6), FúlviodeQueirozCardosoNeto,CarlosHumbertodeAraújo.
Foto: David Fragoso
EVENTOMOSTRA POTENCIALDASOJA PARAINTENSIFICAR SISTEMADE PRODUÇÃONAREGIÃO CENTRALDEMINAS.
GUILHERMEVIANA
Mercado,novascultivaresetecnologiasem lançamentosãodestaquedeIIIEncontroTécnicoda UFSJ.
Foi realizado Campus da Universidade Federal de São João del-Rei em Sete Lagoas-MG, no dia 10 de março, o III EncontroTécnicocomoobjetivodeapresentartecnologias para aumentar a produção e a produtividade do milho e da soja na região Central de Minas Gerais. Especialistas em diversas estações montadas no campo apresentaram resultados de pesquisa da Embrapa e de empresas parceiras, como novos híbridos de milho, sorgo e soja; inoculantes–comooBiomaPhos–eocrescentepotencial produtivo da região. “O evento apresenta uma nova oportunidadededesenvolvimentoparaoCentrodeMinas”,disse o analista da Embrapa Milho e Sorgo Frederico Botelho.
“Estamos em uma nova fronteira agrícola, com oportunidades concretas de desenvolvimento, em uma região com grande demanda de grãos. Precisa-se de mais investimentos em logística e em infraestrutura, como mais armazéns”, reforçou o engenheiro agrônomo AcáciodeAlmeidaNeto,da Cooperativa Agropecuária e Industrial (Cocari). Em relação a um dos principais problemas que têm afetado a cultura do milho em todo o País – a cigarrinha e o complexo dos enfezamentos – o agrônomo da Cocari cita que a sucessão de culturas é importante para quebrar a incidência de pragas e doenças. “Resultados de pesquisa da Embrapa mostram que a sucessão mais assertiva foi o sistema soja-milho. A
Analista da Embrapa Milho e Sorgo
soja é uma cultura formidável, que sempre deixa um aporte, como o nitrogênio, para a cultura sucessora”, disse.
Frederico Botelho, da Embrapa, ainda apontou alternativas para viabilizar a segunda safra na região Central de Minas. “O Sistema Antecipe, método de cultivo intercalar que possibilitaareduçãodosriscos causados pelas incertezas do clima durante a segundasafra,éumadelas.Uma segunda safra de sorgo, se a janela estiver acertada, também é uma ótima opção. Pesquisas estão em andamento para identificar um sistema ideal de produção para as condições edafoclimáticas da região”, adiantou. O chefe do Departamento de Ciências Agrárias do Campus Sete Lagoas da UFSJ, Iran Dias Borges, manifestou a mesma visão, com a necessidadedeseintensificar o sistema de produção. “A soja está entrando em sistemas intensivos de cultivo, sendo que a cultura se encaixa perfeitamente para aumento de rentabilidade do produtor”, apresentou. A Embrapa Milho e Sorgo apresentou a cultivar de milho transgênico BRS 3042 VT Pro2, que está em fase de pré-lançamento, com resistência a lagartas e a herbicidas. A cultivar foi licenciada pela empresa Semeali Sementes e deve chegar ao mercado na segunda safra de 2024. “Apresenta boa estabilidade de produção, com boa inserção de espigas, com potencial produtivo que podechegara12toneladas
por hectare. O material apresenta boa sanidade, podendo ser usado para grãos ou silagem”, explicou o pesquisador Roberto dos Santos Trindade. A cultivar BRS 3046, híbrido indicado para milho-verde, também foi mostrada na estação instalada no campo. Recomendada para as regiões Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e o estado do Paraná, para plantios em safra e safrinha, pode ser também usada na produção de silagem.
SORGO:OPÇÃOPARASEGUNDASAFRAECULTURALIVRE DACIGARRINHA:
“Com um sistema radicular profundo, com mais de dois metros,osorgotoleramuitomaisasecaqueomilho.Éuma excelenteopçãoparaasegundasafra,jáqueascondições da região (Centro de Minas) são mais restritivas pela escassezhídrica,alémdeterodiferencialdenãoseratacado pela cigarrinha”, apresentou o pesquisador da Embrapa MilhoeSorgoCíceroBeserradeMenezes.“Umadasindicaçõesparaaregiãoéplantarasojanoverãoe,nasucessão, o sorgo granífero. Com chuvas entre 300 mm e 350 mm, já se consegue produzir a cultura. Além disso, pode-se fazer palhada com o sorgo, realizar a ciclagem de nutrientes e fornecer matéria orgânica para o solo. O cereal se encaixa muito bem após a soja”, mostrou o pesquisador.
SANTAHELENASEMENTES,DOGRUPOAGROCERES, APRESENTABTMAX:
Oprimeiromilhotransgênicototalmentedesenvolvidono Brasil–oBTMAX–foiumdosdestaquesdaestaçãodaSanta Helena Sementes, empresa do Grupo Agroceres. “Com o BTMAX, duas empresas nacionais, a Embrapa e a Helix, vão fornecerumatecnologiacomaltaeficiênciacontraalagarta-do-cartucho, considerada a principal praga da cultura
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do milho, e contra a broca-da-cana”, antecipou o engenheiro agrônomo da Santa Helena Gabriel Henrique Furtado. O evento transgênico BTMAX, obtido com a adição de um gene da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), é resultado de parceria público-privada100%nacionalentreaEmbrapa e a Helix e foi aprovado por unanimidade pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional deBiossegurança)emjunhode2022.
CULTIVARESDESOJAEMDESTAQUE:
Recomendações técnicas para a cultura da soja na região Central de Minas Gerais foram apresentadas pelo pesquisador Emerson Borghi e pelo analista Frederico Botelho, da Embrapa Milho e Sorgo. “Para a nossa região, as cultivares de soja mais indicadas são as de ciclo médio (de 115 a 125 dias) e que possuem grupo de maturidaderelativaentre7e8”,explicouo pesquisador Emerson Borghi. Em relação ao hábito de crescimento, segundo ele, as mais interessantes são as cultivares de hábito indeterminado, que possuem a fase vegetativa simultânea à fase reprodutiva, ou seja, após o florescimento continuam seu desenvolvimento.
O agrônomo Frederico Botelho ainda
destacouodiferencialdacultivarBRS7380 RR: “um dos materiais mais resistentes a nematoides existentes no mercado”, reforçou. A cultivar, lançada em 2015 pela Embrapa em parceria com a Fundação Cerrados, além de resistente ao herbicida glifosato (RR), apresenta resistência a seis raças do nematoide de cisto (Heterodera glycines)–asraças3,4,6,9,10e14–eaos dois nematoides formadores de galhas (Meloidogyne incognita e o Meloidogyne javanica). Também tem baixo fator de reprodução ao nematoide das lesões radiculares, o Pratylenchus spp, que afeta não apenas a soja, mas também milho, algodão,feijão,sorgoeaspastagens.NaestaçãodaEmbrapatambémfoiapresentada a cultivar BRS 1003IPRO, soja transgênica com tolerância ao herbicida glifosato e com a tecnologia Intacta RR2 PROTM, que controla um grupo de lagartas.
O evento foi resultado de uma parceria entre o Gefit (Grupo de Estudos em Fitotecnia) da UFSJ, a Embrapa Milho e Sorgo e a ABMS (Associação Brasileira de Milho e Sorgo).
EmbrapaMilhoeSorgo
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GuilhermeViana(MTb06566/MG)
DE 03 A 21 TONELADAS
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PEÇASPARA ORDENHADEIRAS?
ACOOPERBOMtem!
A tecnologia desempenha papel fundamental na fabricação de peças para ordenhadeiras, permitindo a produção de peças mais precisas, duráveis e eficientes, bem como a automação dos processos de produção para reduzir custos e melhorar a eficiência. Um exemplo é a ordenhadeira mecânica que permite ao produtor optar pelo uso do sistema mecânico para a extração de leite, ao invés do sistema manual.
Na ordenha mecânica, o leite é extraído através de um equipamento que simula a mamada do bezerro. Existem diferentes tipos de ordenha mecânica, entre eles os maiscomunssão:baldeaopéecanalizada. É interessante observar qual é o tipo que atende melhor a necessidade do produtor.
FUNCIONAMENTOBÁSICO:
• Preparação das tetas: Antes de iniciar a ordenha, as tetas do animal são higienizadas e estimuladas para liberar o leite.
• Conexão das teteiras: As teteiras são conectadas às tetas do animal. As teteiras possuem um orifício central que é inserido no canal do leite da teta. As teteiras são conectadas a um conjunto de mangueiras e a uma unidade de vácuo.
• Criação do vácuo: A unidade de vácuo é acionada, criando um vácuo nas teteiras
quefazcomqueoleitesejaextraídodateta. Ovácuotambémajudaamassagearateta, estimulando a liberação do leite.
• Extração do leite: O leite é extraído das tetas do animal e é conduzido pelas mangueiras até um tanque de armazenamento. As ordenhadeiras mecânicas podem ser equipadas com sistemas que controlam o fluxo de leite, garantindo a segurança e a qualidade do leite.
• Desconexão das teteiras: Após a extração do leite, as teteiras são desconectadas das tetas do animal e higienizadas.
A ordenhadeira mecânica é um equipamento importante na produção de leite em larga escala, pois permite uma ordenha mais rápida e eficiente do que a ordenha manual.
Todo equipamento de ordenha mecânica é composto pelas seguintes peças fundamentais: unidade de vácuo: bomba de vácuo e motor, conjunto de ordenha (coletor), pulsador, regulador de vácuo, unidade final ou latão e tubulação de vácuo. O ordenhador deve ter conhecimento básico sobreaspartesdoequipamento,deformaa identificar possíveis irregularidades.
Para atender melhor o cooperado, as lojas deinsumosdaCOOPERBOMoferecemaoprodutor de leite todas as peças e produtos utilizadosnaextraçãodeleiteporordenhadeira.
Arte:PedroAugusto
Repasse
de
16/ 0 5 16/ 0 5 15/03 15/05,
PRINCIPAISDOENÇAS
QUEAFETAMA BOVINOCULTURADE LEITE.
CHARLESVINÍCIUS
FERREIRA
Médico Veterinário
paraoconsumo.
A seguir, vou fazer uma breve descrição de algumas das enfermidades que podem acometer o rebanho leiteiro.
DOENÇASVIRAIS: RINOTRAQUEÍTE INFECCIOSABOVINA (IBR):
Nesta edição, com muita satisfação em poder participar da Revista COOPERBOM em campo, venho compartilhar com vocês, meus amigos produtores, o conhecimento sobrealgumasdasprincipaisdoençasqueafetamabovinocultura de leite.
O rebanho leiteiro está sujeito a várias enfermidades que trazem grandes prejuízos à produção nas fazendas de leite no decorrer da vida produtiva dos animais. E o foco na prevenção de doenças é um dos principais investimentos relacionadosàsmelhoriasdascondiçõesdesaúdedosanimais, emqueospontos-chaveparasetersucessodentrodapropriedaderuralsãoasaúdeeobem-estardorebanho.
A sanidade do rebanho é um dos fatores fundamentais quecontribuemparaaobtençãodemaiorlucratividadedos sistemas de produção de leite e para o fortalecimento da atividadedentrodomercado.Umrebanhosadioéaprimeira etapa para garantir um produto final de qualidade e seguro
Os herpesvírus bovinos estão amplamente disseminados nos rebanhos em que a bovinocultura é explorada intensivamente.
Esses vírus provocam infecções respiratórias (rinotraqueíte infecciosa bovina – IBR), vulvovaginite pustular infecciosa (IPV), balanopostite pustular infecciosa (IPB), conjuntivite, infertilidade, abortos, infecção multissistêmica fatal de neonatos e meningoencefalite, que são responsáveis por grandes prejuízos econômicos.
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DIARRÉIAVIRALBOVINA(BVD):
É causada por um vírus e acomete animais de todas as idades. É considerada umadasprincipaisenfermidades virais de bovinos, sendo associada a várias manifestações clínicas e perdas econômicas importantes nos rebanhos.
RAIVADOSHERBÍVOROS:
É uma doença infectocontagiosa, aguda e fatal, causada por um vírus que atinge o sistema nervoso central. Apresenta sintomatologia nervosa, mudança de comportamento, agressividade, paralisia progressiva e morte. A raiva bovina também é uma zoonose importante de impacto na saúde pública.
DOENÇASBACTERIANAS:
MASTITE:
A mastite é a inflamação da glândula mamária das vacas de leite, causada por microrganismos que podem ser de origem ambiental ou contagiosa, responsáveis por causar diversos tipos da doença. Apesar de todos os avanços tecnológicos, ainfecçãodaglândulamamáriacontinua sendo a doença bacteriana com maior impacto em rebanhos leiteiros, e, portanto, avanços contínuos no controle dessa doença são necessários para assegurar a sustentabilidade da pecuária leiteira.
TUBERCULOSE:
É uma importante zoonose de relevância para saúde pública causada pela Mycobacterium bovis (M. bovis), gerando grandes perdas econômicas à cadeia produtiva do leite. Pode acometer ruminantes, suínos, aves, animais silvestres e humanos.Éumadoençainfectocontagiosa de evolução crônica, podendo apresentar vários sinais clínicos, como tosse, emagrecimento progressivo, cansaço e aumento dos gânglios linfáticos.
BRUCELOSEBOVINA:
É uma das zoonoses mais disseminadas mundialmente, cujo agente etiológico Brucella abortus causa problemas reprodutivos característicos, tais como, nas fêmeas, abortos no terço final de gestação (6 a 8 meses), com aumento do intervalo entre partos (IEP) e diminuição na produção de leite, e, nos machos, orquite, epididimite e infertilidade.
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LEPTOSPIROSE:
É uma infecção zoonótica em todo o mundo. Nos bovinos, a doença varia de quadro clínico agudo, com febre, hematúria, hemoglobinúria, meningite e morte, a uma doença crônica que causa problemas reprodutivos, como aborto, fetos mumificados,nascimentodebezerrosfracos,aumentodointervaloentrepartos,cio irregular, retenção de membranas fetais e infertilidade.
DOENÇASPARASITÁRIAS:
TRISTEZAPARASITÁRIABOVINA:
A tristeza parasitária bovina causa perdas de alto impacto econômico na bovinocultura leiteira. Os sintomas mais comuns são emagrecimento, batimentos cardíacos acelerados, febre, coagulação intravascular disseminada e quebra de leite.
Na tabela a seguir, seguem as principais doenças dos bovinos:
Fonte:Embrapagadodeleite
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VACINAÇÃONOMANEJOSANITÁRIODO REBANHOLEITEIRO:
A vacinação visa à prevenção da ocorrência e da disseminação de doenças. Além de promover o bem-estar animal, a vacinação minimiza os prejuízos econô-
micos provocados pelas doenças, como perdas na produção e reprodução.
Na tabela a seguir, seguem alguns pontos que podemos levar em consideração no momento de programar nosso calendário vacinal do rebanho leiteiro:
CONSIDERAÇÕESFINAIS:
Várias são as enfermidades que podem acometer o rebanho leiteiro. Além das citadas acima, temos ainda problemas nutricionais e, como decorrência, problemas de cascos. Cada propriedade possui uma realidade diferente, por isso é
Fonte:Embrapagadodeleite
tãoimportanterealizaromanejosanitário. Oacompanhamentotécnicocommãode obra qualificada é indispensável para a efetividade dos tratamentos, além de auxiliar a prevenção e o controle das doenças, garantindo uma maior lucratividade dentro da propriedade rural.
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NOVOSASSOCIADOS MÊSDEMARÇO-TOTAL:
8 associados
•BarceloAntônioBernardes;
•CristianoJosédeSouza;
•JuarezTeixeiradoNascimento;
•JulianaMarinhoCamposPires;
•MárciaVidalRochaResende;
•MárcioRochadeCastroPires;
•MarxVidalRochaResende;
•RicardoAugustoSoaresde Lacerda.
LEITEENTREGUENA COOPERBOM
PERÍODO: Fevereiro/2022 Março/2022 Abril/2022 Maio/2022 Junho/2022 Julho/2022 Agosto/2022 Setembro/2022 Outubro/2022 Novembro/2022 Dezembro/2022 Janeiro/2023 Fevereiro/2023 VOLUME(emlitros): 3.925.105 4.375.826 4.161.652 4.339.451 4.191.637 3.853.693 3.667.737 3.590.654 3.680.151 3.426.648 3.394.537 3.310.197 2.997.410
*LeiterecebidoemBomDespachoe EstreladoIndaiá.
| cooperbom.coop www.cooperbom.com.br
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