REVISTA - COOPERBOM em campo Ed. 27

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INFORMATIVO MENSAL EDIÇÃO 27 | FEVEREIRO 2023

TRABALHOEFÉ!

Indicadores zootécnicos efinanceiros nafazenda leiteira.

Investirem eficiênciapara semantervivo nonegócio leite.

Milho: conheçao levantamento decultivares paraaSafra 2022/2023.

Comoproduzir silagemde milhocom qualidade.

Foto:DavidFragoso

COOPERATIVA AGROPECUÁRIA DE BOM DESPACHO

Av. das Palmeiras, nº 180

Fone: (37) 3521-3131

Contato: secretaria@cooperbom.com.br

DIRETORIA EXECUTIVA: (Mandato 2020 até A.G.O. 2024)

Presidente - Fúlvio de Queiroz Cardoso

Neto

Diretor Administrativo - Carlos Humberto de Araújo

Diretor Comercial - Enes Custódio Fialho

CONSELHEIROS ADMINISTRATIVOS:

EFETIVOS: Elda Maria da Silva Alves

Santos, Everaldo Eustáquio Oliveira Melo, Itamar Silva, Marco Aurélio Rodrigues

Costa, Terezinha Aparecida Rangel Silva, Wilian Diniz da Silva Rezende.

SUPLENTES: Amintas Pinto da Silva, José Mauro da Silva, Maurício da Costa Cardoso.

CONSELHEIROS FISCAIS 2022/2023:

EFETIVOS: Geraldo Elias de Oliveira, Joaquim Geraldo Campos, Ricardo Luís

Campos

SUPLENTES: Custódio de Oliveira Neto, Édson Longuinho, Haroldo de Oliveira Costa.

CONSELHO EDITORIAL:

Fúlvio de Queiroz Cardoso Neto

Carlos Humberto de Araújo

Enes Custódio Fialho

Elda Maria da Silva Alves Santos

Renato Fragoso

PALAVRADOSDIRETORES.

No dia 2 de janeiro, a COOPERBOM realizou, no auditório da CDL Acibom, reunião de Realinhamento de Metas 2023. O encontro contou com a presença dos diretores, dos conselheiros e dos gerentes e teve a coordenação do consultor Breno Melo.

No plenário, foram discutidos projetos e metas para o ano de 2023 e a apresentação do novo Regimento Interno da COOPERBOM. Entre os principais projetos, estão: comunicação, redução e controle de custos, marketing e otimização de processos, entre outros. O projetoderealinhamentofoiconsideradopelosdiretores como “divisor de águas” na cooperativa.

PRODUÇÃO:

Publicação: Cidade’s.com Editora de Jornais e Revistas

CNPJ - 16.634.399/0001-00

Editor: Renato Fragoso - 17.434/MG

Fone: (37) 99856-0290

Projeto Gráfico: Central de Ideias - CCPR

Capa: Pedro A. Ferreira e David Fragoso

Diretor de Arte: David Fragoso

Revisão: Thalita Martins

TIRAGEM: 2.000 EXEMPLARES

Impressão: RONA EDITORA

Os artigos assinados e publicidades não refletem necessariamente a opinião desta revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Nesta edição, apresentamos a matéria elaborada pelo médico veterinário Maurício da Costa Cardoso sobre os indicadores zootécnicos e financeiros na fazenda leiteira. Tales Lelis, médico veterinário e mestre em nutrição de ruminantes escreve sobre a importância de se investir em eficiência para se manter vivo no negócio leite. A jornalista da Embrapa Milho e Sorgo Sandra Brito apresenta levantamento sobre novos cultivares de milho para a safra 2022/2023. Lucas de Oliveira Santos e Assis, zootecnista, Guilherme de Freitas Megali, zootecnista, e Vinícius Teixeira Lemos, doutor em fitotecnia, escrevem sobre como produzir silagem de milho com qualidade.

Informamos também a participação do diretor comercial da COOPERBOM, Enes Fialho, da comitiva formada pelo deputado estadual Professor Wendel Mesquita e pelo vereador Vinícius Pedro para pleitear, junto ao presidente do DER, Dr. Rodrigues Tavares, a pavimentação da MG–164, que liga Bom Despacho a Martinho Campos.

Boa leitura!

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TRABALHO EFÉ!

Antônio Bento de Lacerda, o popular Bentinho, 66 anos de idade, casado com Maria Lúcia Lacerda da Paz, de 59 anos,doisfilhoseumafilha.OcasalvivenafazendaAroeira, no município de Araújos. “Faz muito tempo que comecei na atividade. Tudo é muito difícil, principalmente para quem começa do nada. Iniciei bem devagar e cauteloso, comprando e vendendo gado. Em 1985, sofri uma perda

enorme de gado em Belo Horizonte. Isso me deixou sem chão e sem recursos. Foi época de muita dificuldade, meninada ainda pequena, mas apesar do grande revés, com ajuda inestimada de minha esposa, de amigos, com fé em Deus e muito trabalho conseguimos vencer a batalha e dar a volta por cima”, lembrou.

“Nasci no meio rural. Desde menino, trabalhava na roça e ajudava meu pai no fazimento de carvão. Com a sua mudança para a cidade de Nova Serrana, pouco tempo depois me casei e vim morar aqui na fazenda Aroeira. Na época, a fazenda ainda pertencia ao meu sogro. Quando vim, para cá, eu não possuía nada. Aqui, foi o início de tudo! Começamos aos poucos e fomos crescen-

Foto:DavidFragoso
Foto:Acervopessoal

do devagar. Sempre com a ajuda de minha esposa e filhos, porque aqui todo mundo trabalha, fomos construindo nosso patrimônio passo a passo”, contou.

Atualmente, apesar de alegar que tem feito poucos negócios, Bentinho diz que as coisas vão bem e a vida está bem melhor que antigamente. Produz leite para o gasto e para ajudar na manutenção da fazenda,acompraevenda de gado mingou temporariamente, mas ele não se queixa e diz que vai revitalizar o comércio de gado. Bentinho tem também a fazenda Serra Azul, localizada próxima à Aroeira, utilizada para criar parte do gado.

Na Aroeira, o filho mais velho é o braço de direito. Os outros, moram fora e exercem outras atividade. O filho mais novo trabalha com informática e a filha é psicólogaemBeloHorizonte. Por gosto, tocou para o Edilson, o filho mais velho, de 42 anos, os afazeres da fazenda. Formado em pedagogia,Edilsongostaéde trabalhar na atividade rural, cuidando dos animais e das outras atividades da fazenda,graçasaoscursos de curta duração feitos na área agropecuária. “Edilson é um leão para trabalhar”, reconhece Bentinho.

Antônio Bento de Lacerda,oBentinho,éassociado da COOPERBOM desde a inauguração da loja agroveterinária em Araújos, sob a presidência de José Fúlvio Cardoso, no ano de 2003, também foi suplente do Conselho Fiscal do SI-

COOB Credibom. De acordo com Bentinho, os produtores rurais foram muito beneficiados com a instalação de uma unidade agroveterinária da COOPERBOM em Araújos. “A loja agroveterinária da COOPERBOM supre bem as necessidades de nós produtores”, afirmou.

Bentinho teceu elogios a atual diretoria da Cooperativa, principalmente ao presidente Fúlvio de Queiroz Cardoso Neto, e enalteceu a amizade e o grande apreço que tem pelo ex-presidente do SICOOB Credibom, José Fúlvio Cardoso; “É um grande amigo”, assegurou.

“Na roça, o sujeito tem agarrar firme no trabalho. O sujeito na roça tem que gastar pouco. Se ele for controlado e trabalhar bem, ele vai embora! O que eu tenho foi tirado da roça”, finalizou.

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Foto:DavidFragoso

INDICADORES ZOOTÉCNICOSE FINANCEIROSNA FAZENDALEITEIRA.

Começaremos a fazer uma série de matérias explicativas dos indicadores zootécnicos e financeiros de fazendas leiteiras para ajudar o produtor a avaliar melhor sua propriedade, tanto na parte zootécnica quanto na parte financeira. Para melhorar o entendimento, serão diversos conteúdos com explicação detalhada de cada indicador. Vou colocar indicadores fáceis de serem calculados napropriedade.Nãovouentraremmuitos detalhes para ficar mais didático para o produtor rural. Ao final, ajuntaremos todos em uma tabela para que cada produtor tenha em mãos esses indicadores para poder avaliar melhor o seu negócio.

Hoje vamos explicar três indicadores:

• % de vacas em lactação;

• % de vacas em lactação no rebanho;

• % de vacas de primeira cria.

Porcentagem de vacas em lactação nada mais é que o número de vacas que estão dando leite dividido pelo número de vacas total do rebanho. Geralmente, esse númeroécalculadoapósoveterináriodar o diagnóstico de gestação nas vacas. Por exemplo: em um rebanho de 120 vacas, em que 90 animais estão dando leite, o produtor tem 75% de vacas em lactação. Esse número significa para o produtor o

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MAURÍCIODA COSTACARDOSO Médico Veterinário

quanto o rebanho está eficiente na parte reprodutiva, pois está interligado ao intervalo entre parto e persistência da lactação do rebanho. Quando temos 83% de vacas em lactação,significaquetemosumapersistênciade310dias de lactação e o IEP de 12 meses, que, nesse caso, seria o número ideal para esse indicador. É bom salientar que todo mês temos que fazer a avaliação dos indicadores, pois sempre ocorrerá variação. Entretanto, no final de 12 meses,teremosumamédiaanualqueserábemconfiável.

Porcentagem de vacas em lactação no rebanho é a quantidade de vacas em lactação dividida pelo número de fêmeas totais do rebanho, ou seja, se o rebanho tem 220fêmease110vacasemlactação,entãoteremosumindicadorde50%devacasemlactaçãonorebanho.Esseíndice nos informa como o rebanho de vacas que produzem está em relação aos animais que não produzem. Portanto, quanto mais vacas produzindo leite, mais receita teremos para sustentar o restante do rebanho. Quando temos uma recria muito grande, certamente teremos mais despesas que as vacas produtoras têm que pagar. Existem fazendas em que esse número é abaixo de 35%, fazendo com que as contas no final do mês fiquem inviáveis. Temos que ter umpontodeequilíbrionessenúmeroouumplanejamento para quem ainda está com rebanho não estabilizado.

Porcentagem de vacas de primeira cria é o número de vacas de primeira lactação dividido pelo total de vacas. É um indicador que mostra quanto o rebanho está sendo renovado. Também este número indicará indiretamente o valor do CCS do rebanho. Com certeza teremos que fazer osprocessosparacontrolaroCCS,mas,quandotemosum númeroacimade30%devacasdeprimeiracria,geralmente o CCS da fazenda está bem controlado. Quando temos muita novilha para entrar em lactação, teremos a chance

de descartar “animais-problema” dentro do plantel. Esses três indicadores de hoje são fáceis de serem calculados, e qualquer pessoa pode fazer isso todo mês. Se tornarmos esse controle uma rotina na fazenda, teremos números para tomar boas decisões futuras para a propriedade. Começaremos, então, a fazer a nossa tabela de indicadores. Estou colocando as metas para cada indicador, mas cada fazenda tem um perfil diferente e, portanto, metas diferentes.

MauríciodaCostaCardoso MédicoVeterinário

AtuaemBomDespachoeregiãocomoautônomoatendendo principalmenteprodutoresdeleitenapartereprodutiva,produtivae gerencial.

ProprietáriodaempresaGOMBÊConsultoriaVeterinária

INDICADORMETAJANFEVMARABRMAIJUNJUL

%vacaslactação>80%

%vacaslactação norebanho >35%

%vacasprimeira cria >30%

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EFICIÊNCIA!

Recentemente, recebi a grata notícia de que alguns produtores rurais de Bom Despacho adquiriram novos equipamentos para a confecção de silagem. Se a informação passada não estiver equivocada, tivemos um aumento de quatrocolheitadeirasautomotrizessomenteemnossacidade. Para quem não conhece, a automotriz é uma máquina similar a uma colheitadeira de grãos, mas utilizada para a confecção de silagem, acelerando o processo de colheita, melhorando a qualidade da picagem e aumentando o númerodegrãosdemilhoquebrados,que,porsuavez,aumentaráadigestibilidadedessemilhonotratodigestivodavaca.

A intenção desse artigo não é especular sobre quem comprouqualequipamento,masaproveitaraoportunidade etrazeralgumasdasreflexõesqueessanotíciametrouxe.

Como alguns devem antever, um equipamento desse nãocustapouco,sendoconsideráveloinvestimentonecessárioparaaaquisição.Deimediato,podemosnosperguntar: “oquemotivouaaquisiçãoporpartedessesprodutores?”.

TALESLELIS RESENDE

Médico Veterinário

Se a automotriz é destinada apenas à confecção de silagem, acredito que o foco dos produtores seja atender à demanda de nossas vacas. Prestando serviços a terceiros ou utilizando em suas propriedades, a automotriz traz um ganho na qualidade da silagem produzida. Essa silagem de melhor qualidade será destinada às vacas com potencial produtivo que, por receberem um alimento de melhor qualidade, tenderá a produzir mais leite. Se pudéssemos resumir essa conversa em uma palavra, ela seria EFICIÊNCIA. Investir em eficiência é a maneira mais acertada de nos mantermos vivos no negócio.

Perfeito! Supomos que a motivação da aquisição das máquinas tenha sido a melhoria de eficiência. Contudo, quando olhamos a cadeia produtiva do leite, observamos um cenário de cautela. O preço do leite ainda segue baixo, e os custos não retraíram na velocidade que gostaríamos. Portanto, nos surge

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Investiremeficiênciaéamaneira maisacertadadenosmantermos vivosnonegócio.

umsegundoquestionamento:“essesprodutoressãoloucos em investir esse montante no momento atual?”.

Sãomuitososprodutoresqueestãoreceosos em investir na atividade leiteira, e, muitasvezes,nóspensamosemdesinvestir,ouseja,reduziraprodução.Portanto,só um louco faria um investimento dessa magnitude, em um momento de incerteza como o que vivemos, certo? Para mim, essa loucura tem outro nome: se chama planejamento. Quando expandimos a visão para o cenário brasileiro, observamos que existe uma consolidação em curso no mercado leiteiro. Essa consolidação é caracterizada pela saída de muitos produtores da atividade e por um crescimento dos produtores mais tecnificados e preparados. Quando temos um planejamento de nossa atividade, mensuramos os principais índices, aumentamos a eficiência de nossos processos e, com isso, conseguimos nos proteger das principais oscilações do mercado, em especial da grandevariaçãodopreçodoleite.Nomeu entendimento, a compra desse maquinário pelos nossos produtores demonstra o quão comprometidos eles estão com o planejamento de seus negócios.

Considerando que eu sou pequeno produtoreobservandoessaconsolidação

domercado,oqueserádaminhaatividade? Eu serei o que deixa o mercado ou o quecresceeevolui?Estatalvezsejaapergunta que devemos nos fazer diariamente: quem queremos ser nesse mercado competitivo? Eu sei a minha resposta e te encorajo a refletir na sua. Mas uma coisa podemos aproveitar desse movimento de consolidação. A motivação e a coragem desses produtores bom-despachenses permitem a nós, pequenos produtores, ter mais acesso a tecnologias que antes não tínhamosemnossaregião.Vejoqueesses empreendedores rurais estão trazendo tecnologia e infraestrutura que poderão nos auxiliar no aumento da eficiência de nossas atividades. Devemos investir tempo em planejar nossa atividade, entender onde estão os principais desafios e olhar para os que estão na vanguarda com admiração e curiosidade. Talvez, entendendo como eles estão evoluindo, possamos também nos qualificar e resistir aos desafios que encontramos na rotina da produção de leite.

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TalesLelisResende MédicoVeterinário MestreemNutriçãoderuminantes ProdutorruralemBomDespacho

Importânciaparaaproduçãoequalidadedoleite!

Na atividade leiteira, a quantidade e a qualidade da água são fundamentais para suprir as necessidades deconsumodohomemedosanimais, além da limpeza e desinfecção das instalações e equipamentos visando garantir a saúde humana e animal, necessária para a produção de leite seguro.

Infelizmente, a qualidade água não tem sido considerada muitas vezes quando se deseja desenvolver a atividade leiteira ou produzir leite de melhor qualidade. Essa negligência tem contribuído para a ocorrência de problemas que vão desde a transmissão de doenças ao homem e aos animais como também perdas econômicas pela elevação da contagem bacteriana total do leite do tanque e pelas maiores taxas de mastite no rebanho.

O impacto da qualidade da água na qualidade do leite pode ser direto ou indireto devido a alterações físico-químicas e/ou microbiológicas. Sem monitorá-la, o produtor e a indústria de laticínios podem ter perdas eco-

nômicas significativas, sobretudo pelo aumento da contaminação do leitepormicrorganismosdeteriorantes e até mesmo por alguns patogênicos, ou seja, que podem causar mastite ou doenças no homem.

A qualidade físico-química da água pode afetar a qualidade do leite por reduzir principalmente a eficiência das etapas de limpeza e desinfecção dos utensílios, dos equipamentos de ordenha e dos tanques refrigeradores. As características físico-químicas da água relevantes no processo de limpeza e desinfecção são a dureza e o pH

A dureza da água é caracterizada pela sua capacidade de neutralizarprecipitar sabões - sendo calculada a partirdasomadasconcentraçõesdos íonscálcioemagnésionaágua,como equivalentes de carbonato de cálcio (CaCO3), expressos em ppm ou em mg/litro. Geralmente, quando a água contém menos de 100 ppm de CaCO3, ela é considerada como “mole”; até 270 ppm, “semi-dura”; menos de 360

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ÁGUA:

ppm, “dura” e acima de 470 ppm, “muito dura”. Estes sais formam a chamada“pedradeleite”,sendonecessário para sua eliminação, o uso de detergentes ácidos em maior frequência e concentração. Isso eleva os custos deprodução,poisaáguaduradiminui asconcentraçõesideaisdosprincípios ativos das soluções, interferindo, portanto, nas suas propriedades.

Há uma reação entre os compostos do detergente e os íons cálcio e magnésiopresentesnaáguaduraque produz precipitados insolúveis. Com isto, o detergente tem uma ação reduzidaemenorcapacidadedeformar espuma, não atingindo o pH ideal da solução de limpeza. Além do cálcio, outros elementos como ferro, zinco, alumínio e manganês podem contribuir também para a dureza da água.

A concentração de cálcio e de outros íons na água leva a formação dos chamados biofilmes que provocam contaminações tardias no leite produzido. Estes biofilmes, normalmente formados nas curvas das tubulações do equipamento de ordenha mecanizada, levam à contaminação posterior do leite quando a higienização do equipamentonãoécorreta.Sãogeralmente formados por deposição de resíduos de gordura, proteína, lactose e sais que se incrustam nas instalações.

A determinação do pH é um dos testes mais importantes e frequentes utilizados na avaliação da qualidade físico-química da água. O pH da maioria das águas naturais varia de 5 a 9. Águas ácidas são corrosivas e neutralizam detergentes alcalinos, dificultando o estabelecimento do pH ideal para a limpeza e remoção dos sólidos. Já as alcalinas aumentam a formação de precipitados e são capazes de neutralizar detergentes ácidos. Ambas exigem maior concentração de detergente.

Os detergentes alcalino clorado e ácido têm um pH ótimo para a

limpeza adequada das superfícies do equipamento de ordenha e do tanque refrigerador. Desta forma, o detergente alcalino clorado atua em um pH mais elevado e o ácido, em pH mais baixo. Se o pH da água não for próximo da neutralidade, ou seja, em torno de 7,0, haverá menor eficiência na remoção de resíduos de gordura e proteína no caso do detergente alcalino clorado e de minerais, no caso do detergente ácido.

O pH da água pode ser facilmente verificado na fazenda por meio de tiras de pH comumente usadas para avaliar a água de piscinas. Basta fazer a imersão da tira de pH em um frasco limpo contendo a água a ser analisada e verificar a cor, comparando-a com um padrão que acompanha o kit de avaliação. Esta medida é muito simples e importante.

Além de análises de dureza e pH, análises microbiológicas como, por exemplo, contagem de bactérias do grupodoscoliformesentreoutras,devem ser realizadas, pelo menos uma vez ao ano. É importante lembrar que a água é um importante veículo de bactérias e na época das chuvas, a sua qualidade pode piorar dependendodesuafontedecaptação.Comisto, pode ocorrer aumento da contagem padrãoemplacas(CPP) e até mesmo da contagem de células somáticas (CCS). A água pode veicular várias bactérias e entre elas, destacam-se algumas causadoras de mastite ambiental como Escherichia coli, Klebsiella,entreoutrasetambémdaquelas causadoras de mastite contagiosa como, por exemplo, Staphylococcus aureus.

Portanto,fiqueatentoprodutor!Avalie a qualidade da água de sua fazenda e se preciso, faça o tratamento necessário. A cloração é importante, mas outras etapas podem ser necessárias. Procure orientação técnica e lembre-se: Sócontrolaquemmonitora!

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MILHO:CONHEÇA OLEVANTAMENTO DECULTIVARES PARASAFRA 2022/2023.

SANDRABRITO

A Embrapa Milho e Sorgo todo o ano faz um levantamento e uma análise das cultivares de milho lançadas no mercado a cada safra. Para a safra 2022/2023, o estudoserepetiu,evidenciandoqueocultivo do milho requer na atualidade uma continuada dinâmica do melhoramento genético, e necessita de revisões para os

diferentes sistemas de produção desenvolvidos para cada propósito e região de cultivo no Brasil.

A análise foi realizada pelos pesquisadores Emerson Borghi e Israel Alexandre Pereira Filho. Eles relatam que o levantamento analítico e sistematizado de cultivares coloca o produtor em contato com

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Jornalista da Embrapa Milho e Sorgo Cultivaresdecicloprecocecontinuamsendoasmaisdemandadaspelomercado. Foto:SandraBrito

os novos e disponíveis híbridos de milho.

“Essas cultivares sustentam altos índices de tecnologias, com predominância de cultivares transgênicas e já alguns híbridos com tolerância ao déficit hídrico. Alguns estudos insipientes relatam possível tolerância ao frio das plantas de milho. Essas sementes conferem um amplo espectro de resistências às pragas da parte aérea e do sistema radicular e às moléculasdosherbicidasglifosatoeglifosinato de amônio”, explicam os pesquisadores

Segundo eles, novos eventos transgênicos são lançados a cada ano no Brasil, demonstrando que as empresas estão buscando soluções como resistência às principais lagartas que atacam a cultura domilho,cultivarescomtolerânciaaodéficithídricoetolerânciaàsdoenças,visando assim proporcionar maiores índices de produtividades para os agricultores.

“O levantamento das novas cultivares para a safra 2022/2023 evidenciou informações semelhantes aos levantamentos anteriores, ou seja, cultivares mais adaptadas às condições regionais e com direcionamento ao mercado consumidor com diferentesopçõesdeuso.Cultivaresdeciclo precocecontinuamsendoasmaisdemandadas pelo mercado, tanto para cultivo de verão quanto para o cultivo de outono ou safrinha”,descrevemBorghiePereira.

Elesavaliamque“informaçõesrelevantesparaomercadoconsumidor,taiscomo coloraçãoetexturadogrão,ajustesnoestande de plantas e o nível tecnológico das sementes dentre outras, estão cada vez maisevidentesesãolevadasemconsideração para o posicionamento correto das cultivares, em função das características das regiões produtoras e das oportunidades mercadológicas que estão surgindo”.

Para os pesquisadores, fica evidente que as empresas levam em consideração fatores além das características agronômicas para colocarem à disposição dos produtores seu portfólio de novas cultivares. “As reações sobre as principais doenças que atacam a cultura, a expansão da área cultivada de milho, em especial em segunda safra, e questões de mercado, principalmente as que visam potenciais parceiros comerciais, são informações relevantesparaoposicionamentodema-

teriais que possam apresentar, ao mesmo tempo, as exigências de mercado e a dos compradores.Podemoscitarcomoexemplo a coloração e a densidade dos grãos, importantes para a indústria alimentícia animal”, explicam.

“Tanto para o mercado e quanto para o produtor o levantamento de cultivares deve estar pautado nas características agronômicas e na relação das cultivares com as principais doenças”, concluem Borghi e Pereira.

Para acessar a publicação integralmente,escaneieoqrcodeouacesseolink abaixo:

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1150188/1/Documentos-272-Cultivares-de-milho-para-safra-2022-2023.pdf

SandraBrito Graduadaem ComunicaçãoSocialJornalismopelaFaculdade deFilosofia,CiênciaseLetras deBeloHorizonte(UniBH), MBAemComunicaçãoe Marketing,pelaFaculdade CatólicadoTocantinse EspecialistaemGestãoEstratégicadeNegócios, pelaFaculdadeBatistadeMinasGerais. TemexperiêncianaáreadeComunicação, comênfaseemJornalismo,assessoriade imprensa,assessoriadecomunicação. JornalistadaEmbrapaMilhoeSorgo.

ISSN 1518-4277 Dezembro / 2022 DOCUMENTOS 272
Cultivares de milho para safra 2022/2023

RESÍDUOS:OMAIOR PROBLEMADA SUSTENTABILIDADE URBANA,NOMEIO RURAL,ÉOSERVIÇO AMBIENTALECOLÓGICO.

A geração de resíduos decorrentes das atividades produtivas humanas é o maior problema para a sustentabilidade. Mas o que, no meio urbano, é um problema que acumulapassivoambiental,nomeiorural, é uma prestação de serviço ambiental desconhecidapelamaioriadasociedade.

Todas as atividades produtivas rurais produzem resíduos, mas, graças às suas características físicas, químicas e biológicas, estes são convertidos em matérias-primas para novos propósitos ecológicos. Na prática, trata-se de um serviço ambiental.

Enquanto, na zona urbana, a concentração das edificações facilita a coleta dos resíduos, na área rural, a dispersão geográfica e o grande volume de resíduos produzidos fazem com que outras soluções precisem ser adotadas.

Antes mesmo de a consciência ecológica ser enfatizada na sociedade, o produtor rural já utilizava algumas tecnologias sociais para resolver a questão dos

resíduos. O que era para ser um grande problemaambientalpassouasersolução.

Além das atividades de compostagem, geração de energia com as biomassas, fertirrigação com estercos, proteção do solo com cobertura morta orgânica (mulch)einorgânica,algunsresíduossetornam matérias-primas muito valorizadas para a indústriadefertilizantesorganominerais.

Na realidade, se o produtor rural não souber transformar em rotina as atividades de reciclagem, reutilização, recuperação ou comercialização dos resíduos gerados, em pouco tempo a sua propriedade se transforma num lixão.

A prestação de serviços ambientais no setor rural é voluntária, apesar de já existir a lei que institui a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais. A lei praticamente insere as atividades rurais como provedoras espontâneas dos serviços ambientais. A novidade é que pode e deve ser remunerada por isso.

O setor rural é imprescindível para

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Seoprodutorruralnãosoubertransformaremrotina asatividadesdereciclagem,reutilização,recuperação oucomercializaçãodosresíduosgerados,empouco tempoasuapropriedadesetransformaemumlixão.
JOSÉLUIZALMEIDA COSTA
Especial para a Revista COOPERBOM em campo

cumprir as principais metas da política nacional de serviços ambientais. A primeira meta são os serviços de provisão que incluem o fornecimento de alimentos, madeiras, fibras, extratos naturais, dentre outros itens necessários à manutenção da vida.

Outra meta essencial são os serviços de suporte, tais como a ciclagem de nutrientes, a decomposição de resíduos, a produção, a manutenção ou a renovação da fertilidade do solo, a polinização, a dispersão de sementes, o controle de populações de potenciais pragas e de vetores potenciais de doenças humanas, a proteção contra a radiação solar ultravioleta e a manutenção da biodiversidade e do patrimônio genético.

O desconhecimento pela sociedade da importância ecológica da contraprestação pelo manejo correto dos resíduos rurais é o principal entrave para que isso

seja reconhecido como serviço ambiental a ser remunerado.

Enquanto na cidade são cobradas a taxa de coleta e de destinação final dos resíduos urbanos, além da taxa de coleta e tratamento do esgoto sanitário, sendo ambos os serviços imprescindíveis ao meio ambiente e à saúde, no meio rural o produtor arca ele próprio com os custos desses encargos.

Existem fórmulas e modelos para criar o mercado de pagamentos por serviços ambientais que podem ser regulamentados no âmbito municipal.

A sociedade civil já incorporou a consciência ecológica, o que facilita a compreensão de que o manejo ambientalmente saudável dos resíduos rurais é uma prestação de serviços ambientais ecológicos. Falta apenas colocar essa consciência em prática.

COMOPRODUZIRSILAGEMDE MILHOCOMQUALIDADE.

LUCASDEOLIVEIRA SANTOSEASSIS

Zootecnista e Diretor ILANA

GUILHERMEDE FREITASMEGALI

Zootecnista e Gerente Comercial ILANA

Ao lado das pastagens, a silagem de milho é o principal ingrediente volumoso oferecido para bovinos de leite e corte no Brasil, possuindo, assim, impacto importante no desempenho e no custo da atividade pecuária.

VINÍCIUSTEIXEIRA LEMOS

Doutor em Fitotecnia, Engenheiro Agrônomo

um híbrido, o plantio, os tratos culturais e inúmeros controles na lavoura.

Por mais que todo processo tenha sido feito com excelência, não há garantia de que se terá um alimento de qualidade e seguro para alimentar o rebanho. Sendo assim, não se podem deixar as atenções de lado nesse momento e acreditar que já se tem um excelente alimento para ser fornecido para animais.

Assim sendo, é preciso dar ênfase do ponto de colheita à abertura do silo, entendendo que existe um processo que deve ser conduzido com o mesmo capricho aplicado até então.

Existe um imenso trabalho até a determinação do ponto de colheita, que compreende a correção do solo, a escolha de

O primeiro passo para conservação da silagem é identificar o ponto ideal de corte da planta, pois será esse ponto que irá garantir uma relação de açúcares fermentáveis e água na planta, capazes de proporcionar um ambiente favorável para fermentação e desenvolvimento de bactérias que produzem ácidos, sendo esses ácidos os promotores da conservação.

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Interessante lembrar que as silagens são conservadas por acidez, a qual é proveniente das fermentações dos microorganismos da silagem.

Muitos estudos buscam determinar o melhor momento para a colheita, uma vez que a planta aumenta a matéria seca com o avanço da sua maturação e, consequentemente, aumenta o teor de fibra lignina, diminuindo a digestibilidade.

A literatura mostra que o ponto de colheita deve estar em torno de 32-37% de matéria seca (MS). Esse estágio geralmente é atingido quando a linha do leite está entre 1/2 e 2/3 do grão, porém somente a visualização da metade da linha do leite a campo pode não ser o método mais confiável, pois a observação visual da linha do leite e o teor de MS não estão diretamente relacionados.

Por isso, para tomar a melhor decisão, deve-se olhar o desenvolvimento do grão,

porque é ali que mora o amido, que é o nutriente mais caro e nobre da silagem, mas,aomesmotempo,deveserobservada a matéria seca, porque ela está muito relacionada ao desenvolvimento de bactérias que garantirão a queda do PH.

Se a silagem for colhida com a matéria seca muito baixa, com muita água, a silagem irá “chorar”, perder seus fluidos e muitos dos seus açúcares. O excesso de água nessa massa com baixa matéria seca dilui os ácidos, não deixando a silagem diminuir o PH.

Nesse cenário, crescem bactérias maléficas e micro-organismos indesejáveis para o processo da silagem e para os animais. A silagem fica com mau cheiro, gera recusa pelos animais, que diminuem o consumo do alimento, prejudicando o desempenho e a performance.

Por outro lado, ao se dar atenção apenas para o desenvolvimento dos grãos, não se importando com matéria seca, pode-se ter dificuldades de as bactérias sedesenvolverememrazãodeessamassa estar muito seca, faltando atividade de águaparaasbactériassedesenvolverem.

Nessa situação, a compactação se torna um gargalo, e o processo fica mais difícil ainda – a massa fica leve e o trator nãoconseguecompactarbem.Emalguns casos é necessário até adicionar água para conseguir fermentar.

EstegráficoabaixamostraoteordeMS, amido e Fibra em Detergente Neutro (FDN) de silagens de milho em quatro estágios de maturação do grão de milho:

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O teor de matéria seca da forragem ensilada determina as características da fermentação,poisaconcentraçãodecarboidratos solúveis em água é o principal nutriente da fermentação. Plantas com baixo teor de umidade ou plantas muito secas possuem baixo teor de açúcares solúveis. A concentração necessária de açúcares simples favorece o crescimento de microrganismos benéficos produtores de ácido lático, os quais são os responsáveis pela conservação da silagem. Depois da atenção no ponto ideal de colheita, são outros pontos-chaves:

1. Organização das máquinas e logística do processo: as máquinas e as pessoas envolvidas devem estar treinadas e instruídas para operação. Antes do início, todos devem conversar e traçar o plano da colheita, já combinando ações em caso de imprevistos. Portanto, deve estar tudo revisado e dimensionado para que o processo tenha sincronismo;

2.Limpezadolocaldearmazenamento: limpar o local de armazenamento é muito importante, pois é a “panela” em que será guardada a comida das vacas. Devem-se retirar materiais estragados de outras silagens, podendo ser utilizados banhos de ácidos nas paredes para não crescer fungos. Outro método utilizado é a vassoura de fogo, uso de lona nas laterais do silo ou revestir com pedras e/ou alvenaria, fazendo sempre o melhor que puder, na condição que tiver. O importante é ter consciência que essas ações diminuem muito as perdas laterais e melhora a sanidade e a biossegurança da comida.Perdasnoprocessodeensilagem por armazenamento variam de 20 a 40%. É ponto-chave pensar em sanidade e dimensionamento dos silos;

bactérias ruminais, favorecendo de forma mais eficiente a absorção deste nutriente peloanimal.Quandonãoédadaadevida atençãoehámuitosgrãosinteirosnasilagem, tem-se como resultado uma maior participação de amido nas fezes dos animais, gerando um prejuízo muito grande na produção de leite e no desempenho. Os processadores mecânicos são conhecidos como “crackers”. Seus rolos são capazes de quebrar os grãos e cortar o material, permitindo o ajuste do tamanho de partículas da parte vegetativa, mantendo o processamento dos grãos. Normalmente,sãoajustadosde1mma3mm,entreos quais o material picado deve passar;

3. Tamanho de partícula e processamento dos grãos: o processamento está relacionado à quebra dos grãos no momento da colheita, formando pequenas partículas, menores que ¼ do grão, deixando o amido disponível para ação das

4. Inoculação: direcionar as bactérias para as fermentações e reações desejáveis, de forma rápida e contínua, diminui perdas de matéria seca, que estão próximas a 5%. A inoculação é parte do processo de silagem e hoje já não é só mais um agente facilitador da fermentação e quedadePH,maspossuimuitostrabalhos sólidos com populações de bactérias que atuam na diminuição de perdas no pós-abertura,mantendoasilagemcommais estabilidade, não esquentando o silo nem o cocho. Para a silagem não esquentar e perder ainda mais no pós-abertura, a quantidade a ser retirada por dia interfe-

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re, sendo recomendado retirar o mínimo de 20 cm por dia. O importante para ter sucesso com a inoculação é respeitar as indicações para aplicação do produto e buscar no mercado cepas de bactérias conhecidas,validadasemconcentrações, testes de viabilidade e resposta, devendo estes produtos possuir registro que validam essas cepas;

5. Compactação: a compactação geralmente é feita com tratores que passam várias vezes sobre a massa de silagem, sendo essa feita em camadas, com objetivo de retirar o oxigênio presente na massa de silagem para que ocorra a fermentação. Se esse processo não fosse realizado, perder-se-ia todo o material ensilado por deterioração. Importante frisarqueospneusdostratoresdevemestar limpos, com o escopo de evitar outros tiposdecontaminantesnoalimento.Opeso do trator deve ser em média 40% do peso de forragem transportada por hora, e a espessura da camada a ser colocada no silodeveestarentre15-30cm.Umadensidadequesebuscaéemtornode650-750 toneladas por metro cúbico. Densidades de 350-450 toneladas por metro cúbico têm muito oxigênio circulando, aumentando muito as perdas e deixando crescer muitos fungos, criando micotoxinas que causamprejuízosseverosàsaúdeanimal;

6. Vedação: depois de compactado, deve-se fechar o silo o mais rápido possível. Em operações muito longas, que ultrapassam mais de três dias, já pode-se ir colocando a lona. A escolha da lona deve atender às exigências de resistência. Devem-se buscar lonas virgens que tenham resistência e garantia mínima de 12 a 18 meses, com tratamento ultravioleta. Não adianta ter micragem (espessura) maior se não proteger contra raios solares e luz. As lonas brancas refletem melhor o sol e, sendopretapordentro,auxiliamnaproteção contra luzes. Nos últimos anos, já é de acesso a barreira de oxigênio para colocar embaixo da lona. Por mais que a lona seja boa, ela é feita de polietileno, que,

exposto a altas temperaturas, como nos casos dos silos que estão a céu aberto, sofre dilatações, deixando portas abertas para o oxigênio. Perdas superficiais causam prejuízos grandes, frequentemente encontrados nas fazendas. A barreira de oxigênio impede a entrada de oxigênio e reduz exponencialmente as perdas da camada superficial. Na massa total, varia em torno de 7% a diminuição das perdas e, avaliando no topo do silo, onde a perda é sempre significativa, esse número é muitomaior.Pesosemcimadaslonassão importantes. A terra funciona e protege bem contra a luz, porém tem o transtorno da retirada e a contaminação do alimento, sendo de manejo difícil. Sacos de areia ou pedra são mais fáceis de manusear e, não sendo feito o uso de terra, é possível ver onde houve dano do tempo e/ ou entrada de animais, providenciando soluções imediatas. A terra muitas vezes esconde esses danos. O silo, após fechado, deve estar protegido da entrada de animais, bem como deve ser verificado constantemente se está vedado ou com entrada para chuvas e oxigênio.

É muito importante estar consciente de que a semana em que é confeccionada a silagem é a semana mais importante do ano na fazenda. O que for feito nesta semana trará consequências para um longo período. Portanto, é indispensável que todo o processo seja feito com atenção e supervisão diária.

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ALINHAMENTO DEMETAS2023 COOPERBOM.

MarcoHistórico!

No dia 2 de janeiro de 2023, foi realizada, na Acibom, com a presença dos diretores, dos conselheiros e dos gerentes, reunião para alinhamento de metas para o ano de 2023. O encontro foi coordenado pelo Consultor da COOPERBOM, Breno Melo.

No plenário, foram discutidos projetos e metas para o ano de 2023 e apresentado novo regimento interno. Os projetos discutidos foram: Comunicação, Proatividade, Redução e Controle de Custos, Otimização de Proces-

sos, Logística, Treinamentos e Sistema, Marketing, Faturamento e Contratações, RH e Segurança no Trabalho, Postura de Lideranças e Processo de Digitalização.

Os participantes foram unânimes em julgar a reunião como oportuna, proveitosa e produtiva. Segundo eles, os diretores foram assertivos em promover o encontro para alinhamento de metas para 2023.

Para o presidente da cooperativa, Fúlvio de Queiroz Cardoso Neto, “a

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Foto:DavidFragoso

reunião marcou o realinhamento da COOPERBOM com a eficiência e a proficiência de um novo modelo de gestão”. O diretor administrativo, Carlos Humberto de Araújo, enfatizou a importância de realinhar processos que beneficiarão os colaboradores e, principalmente, a cooperativa. Já para o diretor comercial, Enes Fialho, é grande a importância dos temas abordados, que, ao serem postos em prática, unificarão e padronizarão a gestão da COOPERBOM, proporcionando benefícios a todos os setores e unidades da cooperativa.

“O alimento realizado no dia 02 de janeiro, é um divisor de águas de gestão da Cooperativa. Com o realinhamento de metas, conseguimos definir, conjuntamente

com toda Diretoria, o caminho que a cooperativa irá tomar no âmbito da gestão. Iremos trabalhar com foco na entrega de resultado principalmente ao cooperado que é o dono da Cooperativa”, afirmou Breno. “Eu não decido absolutamente nada, apresento projetos e propostas. Todas as decisões são tomadas pela Diretoria e Conselhos. O mérito de um trabalho bem executado é de todos os envolvidos. Quando o efeito é positivo e constatado por todos, não só em números, mas também em ambiente, a questão do pertencimento evidencia-se e o resultado é benéfico a todos os cooperados e funcionários conjuntamente”, observou.

BrenoMelo Consultor;GraduadoemDireito; Pós-GraduadoemGestãoe CompliancepelaPUCMinas, GestãoEstratégica, DireitoProcessualCriminal.Atua nosegmentoempresarialdesde 2014.Apartirde2017,trabalhacom ConsultoriaDiretaemempresas daregião.PresidentedaComissão deDireitoMédicoeSaúdeda OAB/MG(144ªSubseção)

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Foto:DavidFragoso

DIRETORCOMERCIALDA COOPERBOM,ENESFIALHO,PARTICIPA DECOMITIVAPARAPLEITEAROBRAS DEPAVIMENTAÇÃONAMG-164.

Nodia10dejaneiro,acomitivaformada pelo deputado estadual Professor Wendel Mesquita, pelo vereador Vinícius Pedro e pelo diretor comercial da COOPERBOM, Enes Fialho, reuniu-se com o diretor-geral do DER-MG, Dr. Rodrigo Tavares, para pleitear obras de pavimentação da MG-164, danificada pelas chuvas, no trecho que liga Bom Despacho ao município de Martinho Campos.

O diretor-geral do DER-MG garantiu que as obras estão listadas como prioritárias e que, nos próximos dias, será feita a operação tapa-buracos para garantir melhorias da rodovia, enquanto o projeto de reconstruçãodetodootrechoédesenvolvido.

OvereadorViníciusPedro,o OvereadorViníciusPedro,o Dep.EstadualProfessorWendel Dep.EstadualProfessorWendel Mesquita,odiretor-geraldo o do DER-MG,Dr.RodrigoTavares, DER-MG,Dr. Tavares, eoDiretorComercialda eo COOPERBOM,EnesFialho. COOPERBOM,EnesFialho. Foto:Divulgação.Foto: Foto:Divulgação.Foto: Foto:DavidFragoso Foto:DavidFragoso

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EquipedaCentralde Relacionamentorealizando atendimentosaosassociados vialigação.

Foto:Divulgação

SICOOBCREDIBOMINAUGURA

CENTRALDERELACIONAMENTO.

Nodia20dejaneiro,aconteceunoauditóriodo SICOOBCredibomacerimôniadeinauguração da Central de Relacionamento da cooperativa. Historicamente,oSICOOBCredibomvemcolaborandoparaodesenvolvimentodeseus cooperados, sendo conhecido por seu atendimento humanizado e eficiente. A Central de Relacionamento é um setor dedicado a atender todas as demandas de telefonia e WhatsApp de nossos cooperados com agilidade e eficiência.

Presidente,conselheiros, diretoresecolaboradoresdo SICOOBCredibomparticipam dacerimôniadeinauguração daCentraldeRelacionamento.

Foto:Divulgação

Dentre os vários atendimentos realizados estão:

• Dúvidas sobre produtos e serviços oferecidos pela cooperativa;

• Informações sobre lançamentos em conta-corrente;

• Auxílio para realizar transações nos canais de atendimento;

• Suportes aos aplicativos SICOOB.

Os números de telefone das agências SICOOB Credibom continuam os mesmos, porém, ao ligar, o cooperado será redirecionado para a Central de Relacionamento. Inicialmente, os cooperados da Agência São Vicente serão os atendidos pela Central, que, ao longo do tempo, abrangerá as demais agências do SICOOB Credibom.

Outras cooperativas do sistema já aderiram ao projeto, e os resultados têm sido extremamente positivos, gerando um elevado nível de satisfação dos cooperados. Outro grande benefício da Central de Relacionamentoépermitirquenossosgerentes tenham mais disponibilidade para realizar um atendimento personalizado.

Presidida pelo mestre de cerimônias Luciano Junior, o evento contou com a presença do presidente do conselho de administração, Pedro Adalberto da Costa, do vice-presidente, José Fúlvio Cardoso, dos membros do conselho de administração Antônio Tavares, Dinoralva Gontijo, Marcos José de Faria e Luiza Helena, dos membrosdoconselhofiscalMiriamCesário, Leonardo Torres e Marina Pinto, dos diretores José Mauri, Vicente Lopes e Rodrigo Belione e de gerentes e colaboradores dacooperativa.Alémdisso,aimprensade Bom Despacho esteve presente.

OQUEACENTRALDERELACIONAMENTO SIGNIFICARÁPARAOCOOPERADO?

“A melhor experiência do cooperado no SICOOB Credibom deverá estar sempre em nossas prioridades, e a Central de Relacionamento veio para proporcionar essa percepção. É uma forma de atender com agilidade e eficiência e manter o tradicional jeito humano de cuidar do nosso maior patrimônio: o cooperado”, respondeu Régis Cardoso, gerente da Central de Relacionamento.

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GerenteRégis,colaboradorasJúliaeEdna,presidentePedroAdalberto ecolaboradoresLaraeLuciano. Foto:Divulgação

MEMORIAL JOSÉMESSIASDO COUTO,ZÉPRECA.

José Messias do Couto, o popular Zé Preca, tem 62 anos, duas filhas e um filho, é aposentado e proprietário da Fazenda da Barra, na localidadedeEngenhodoRibeiro,ereascende a memória para nos contar sobre o VI Torneio Leiteiro Comunitário da COOPERBOM, realizado no ano de 1991.

Antes da prosa sobre o torneio de leite, Zé Preca recorda os tempos difíceis enfrentados na Fazenda da Barra. “Era tudo muito custoso! Comecei na lida aos 7 anos, ajudando meu pai, Antônio Pedro do Couto, o Neném Braga, como era conhecido. As dificuldades sobravam, e os recursos faltavam. Para conseguirmos equilibrar as coisas, era necessário trabalhar duro dia após dia! Tempos difíceis aqueles, não havia chuva nem sol, nem calor, nem frio. Havia trabalho, muito trabalho! Apesar das dificuldades todas, meu pai, Neném Braga, e minha mãe, Maria Madalena Soares, a dona Zita, conseguiram criar e educar os 13 filhos”, relembrou com orgulho.

Zé Preca encheu-se de alegria ao relembrar a origem do apelido. “Meu pai, na época, erafazedorderapadura,eeueraencarregado delevarqueijoerapaduraparaopessoalmerendar. Os trabalhadores raspavam rapadura

e apertavam a raspa em um pano até virar uma massa na qual puseram o nome de ‘preca’. Ao me verem chegando com o lanche, diziam: ‘Lá vem o preca’! E o apelido pegou! Está comigo há 55 anos!”

ApósofalecimentodeNenémBraga,ocorridoem1985,donaZitarepartiuasterrasentreos 13 irmãos. “Meu pai e minha mãe trabalharam e lutaram muito na peleja diária na fazenda. Assim conseguiram deixar um pedacinho de chãoatébomparacadaumdosfilhos.Napartilha, tocou para mim 5,5 hectares (ha) e, para meuirmãoLaércioAntônioCouto,5ha.Em1988, com a finalização do inventário, o Laércio e eu arrendamos, em sociedade, 80 ha herdados porminhamãe.Eassiminiciamosonegóciode tirar leite. “O que conseguimos nessa época foi graças à ajuda de minha mãe, meus irmãos e meutioPedrinhoBraga”,reconheceu.

Após a narrativa de passagens de sua vida, Zé Preca retomou o assunto do Torneio LeiteirodaCOOPERBOM.Otorneioreuniavárias comunidades do município de Bom Despacho: Engenho do Ribeiro, Buriti Grande, Mato Seco, Retiro dos Agostinhos e Passagem. Cada localidade realizava o próprio torneio, e, em seguida, os vencedores disputavam entre si paraverquemeraograndecampeãoemaior produtor de leite do município naquele ano (vejam os respectivos vencedores na reprodução do Informativo Correio COOPERBOM de outubro de 1991, na imagem ao lado).

Zé Preca e o irmão Laércio sagraram-se vencedores das duas categorias do torneio –melhor dupla (as vacas Fortuna e Pintura) e melhorvaca(Fortuna).Osegundolugarcoube a Vicente Roberto da Silva.

Foto:DavidFragoso Foto:DavidFragoso FuncionáriosdoPostodeRecebimentodeLeite–AnaRosa–anode1975. Daesquerdaparaadireita:JoãoLino,GeraldoAleixo,Plínio,Toēnzinho,ZéRamos,SôPedro,ZéSilvério.

NOVOSASSOCIADOS MÊSDEJANEIROTOTAL:

LEITEENTREGUENA COOPERBOM

•AlcidesPereiradaSilvaNeto

•CelhaMariadaSilvaGarcia

•ClaudineydaSilvaRibeiro

•DanerCamposdeSousa

•DeliChaves

•DiogodeCamposCapanema

•FranciscodeAssisFerreira

•LuizTeotônioGontijo

•RaquelMariaAraújo

•RicardoCoutoAzevedo

•WelitonMateusdosSantos

11 associados
PERÍODO: Dezembro/2021 Janeiro/2022 Fevereiro/2022 Março/2022 Abril/2022 Maio/2022 Junho/2022 Julho/2022 Agosto/2022 Setembro/2022 Outubro/2022 Novembro/2022 Dezembro/2022 VOLUME(emlitros): 4.775.078 4.527.690 3.925.105 4.375.826 4.161.652 4.339.451 4.191.637 3.853.693 3.667.737 3.590.654 3.680.151 3.426.648 3.394.537
*LeiterecebidoemBomDespachoe EstreladoIndaiá.
| cooperbom.coop www.cooperbom.com.br

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