INFORMATIVO MENSAL EDIÇÃO 23 | OUTUBRO 2022
RAÍZES!
Produçãode sorgonoBrasil sobemaisde 36%emapenas umasafra.
Intercooperação no cooperativismo agropecuárioem MinasGerais.
Chegadadas chuvas:preciso mepreocupar?
Quaiscuidados devemoster comavacapós parto?
Foto:DavidFragoso
COOPERATIVA AGROPECUÁRIA DE BOM DESPACHO
Av. das Palmeiras, nº 180
Fone: (37) 3521-3131
Contato: secretaria@cooperbom.com.br
DIRETORIA EXECUTIVA:
(Mandato 2020 até A.G.O. 2024)
Presidente - Fúlvio de Queiroz Cardoso
Neto
Diretor Administrativo - Carlos Humberto de Araújo
Diretor Comercial - Enes Custódio Fialho
CONSELHEIROS ADMINISTRATIVOS:
EFETIVOS: Elda Maria da Silva Alves Santos, Everaldo Eustáquio Oliveira Melo, Itamar Silva, Marco Aurélio Rodrigues
Costa, Terezinha Aparecida Rangel Silva, Wilian Diniz da Silva Rezende.
SUPLENTES: Amintas Pinto da Silva, José Mauro da Silva, Maurício da Costa Cardoso.
CONSELHEIROS FISCAIS 2022/2023:
EFETIVOS: Geraldo Elias de Oliveira, Joaquim Geraldo Campos, Ricardo Luís
Campos
SUPLENTES: Custódio de Oliveira Neto, Édson Longuinho, Haroldo de Oliveira Costa.
CONSELHO EDITORIAL:
Fúlvio de Queiroz Cardoso Neto Carlos Humberto de Araújo
Enes Custódio Fialho
Elda Maria da Silva Alves Santos
Renato Fragoso
PALAVRADOSDIRETORES.
Cooperadas e cooperados,
O atual panorama global nos leva a refletir sobre a importância cada vez maior do agronegócio. São reais e significativos os desafios para manter um suprimento de alimento seguro e abundante, protegendo e aprimorando os preciosos recursos naturais do meio ambiente (solo, água, ar etc.).
Sob esse prisma, a agricultura brasileira desenvolve importante protagonismo na contenda contra as alterações climáticas. A COOPERBOM e seus cooperados se preocupam com a evolução dos métodos de produção agrícola para aumentar os serviços ecossistêmicos, como captura de carbono e proteção da biodiversidade em larga escala, através de contínua orientação técnica a seus associados.
PRODUÇÃO:
Publicação: Cidade’s.com Editora de Jornais e Revistas
CNPJ - 16.634.399/0001-00
Editor: Renato Fragoso - 17.434/MG
Fone: (37) 99856-0290
Projeto Gráfico: Central de Ideias - CCPR
Diretor de Arte: David Fragoso
Revisão: Thalita Martins
TIRAGEM: 2.000 EXEMPLARES
Impressão: RONA EDITORA
Os artigos assinados e publicidades não refletem necessariamente a opinião desta revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.
Na edição do mês de outubro, a revista COOPERBOM em campo foi até a cidade de Estrela do Indaiá para entrevistar a cooperada Janete Cândida Rodrigues, filha de um cooperado tradicional daquela cidade, senhor Geraldo Rodrigues Machado (in memoriam).Janetenasceuefoicriadanalidadafazenda até se formar, aos 17 anos. Graduada em administração e pós-graduada em gestão de negócios, Janete ingressou em uma empresa multinacional, onde trabalhoupor30anosatéseaposentareretornaràssuas origens de produtora rural. Nós contamos essa história de determinação, competência, trabalho e resiliência e o retorno dessa mulher do agro às suas raízes.
O jornalista da Embrapa Milho e Sorgo Guilherme Viana, especializado em comunicação empresarial e comunicação científica, colabora com matéria especial sobre o aumento da produção do sorgo no Brasil e o aperfeiçoamento de atributos importantes, como tolerância à seca, qualidade nutricional e redutores de nematoides. A professora Mônica Cerqueira escreve sobre a chegada das chuvas: é preciso se preocupar? Charles Vinícius nos fala sobre o planejamento do controle sanitário da fazenda. Guilherme Barbosa escreve sobre as funções dos drones na agricultura. E tem mais!
Boa leitura!
3
RAÍZES.
Janete Cândida Rodrigues nasceu na cidade de Estrela do Indaiá, filha do produtor rural Geraldo Rodrigues Machado (in memoriam) e de Estela MarisRodrigues.Ocasalteveseisfilhos, sendo cinco mulheres e um homem. De sua infância à adolescência, viveu na Fazenda Estrela, trabalhando com seu pai e seu irmão, Geraldo Aparecido Rodrigues, conhecido como Nego. Janete guiou bois, arou terra, plantou e colheu arroz e feijão, tirou leite ao pé da vaca e participou, ativamente, de toda a rotina da fazenda. Ao se formar, aos 17 anos, mudou-se para Belo Horizonte para continuar os estudos.
Formada em administração e pós-graduada em gestão de negócios, Janete ingressou em uma empresa
| COOPERBOM EM CAMPO | 23 4
JanetecomoirmãoGeraldo eamãoEstela.
Foto:DavidFragoso
Foto:DavidFragoso
multinacional, onde trabalhou por 30 anos até se aposentar. Durante esse período, morou em várias capitais de estados do Brasil. Com notável carreira profissional como supervisora de pesquisa de mercado, nunca se esqueceu de suas raízes. Quando o pai adoeceu, há quatro anos, já aposentada, voltou para Estrela do Indaiá para cuidar do senhor Geraldo. Com o falecimento do patriarca, ela e o irmão assumiram os negócios e passaram a administrar as fazendas Estrela, Raposos, São Lourenço 1 e São Lourenço 2. “O que fizemos foi dar continuidade ao trabalho de nosso pai. Utilizamos a experiência de meu irmão e a minha experiência dos tempos em que ajudava meu pai nas atividades da fazenda”, explicou.
Senhor Geraldo era cooperado e sempre valorizou a COOPERBOM, reconhecendo sua importância para o produtor rural da região. Janete faz questão de frisar que também é asso-
ciada e cliente assídua da Unidade de Estrela do Indaiá da cooperativa. “Uma das primeiras providências que tomei ao retornar à atividade rural foi associar-me à COOPERBOM”, salientou.
Por muito tempo, a principal atividade da fazenda foi a produção de leite. Mais tarde, o senhor Geraldo passou a trabalhar com gado de corte. Atualmente, as principais atividades das fazendas são pecuária, cria e recria e gado de corte. Comprometida com a lida diária na fazenda, todos os dias, pontualmente às 6h, Janete está pronta para “pegar o touro pelos chifres”.
“Morei por 30 anos em várias capitais brasileiras, com seus milhares de habitantes e ritmos frenéticos. Quando voltei, achei que não iria me adaptar à pacata vida interiorana de uma pequena cidade de aproximadamente 3.500 habitantes, ainda mais voltar a trabalhar em fazenda. Meu ritmo era muito intenso nas grandes cidades em
5
Foto:DavidFragoso
queeuvivi.Mas,aospoucos,comeceia trabalhar na fazenda e vi que era uma coisa prazerosa de se fazer”, explicou. Preocupados com o meio ambiente, eu e meu irmão começamos o reflorestamento. “Trabalhar a terra renovou meu gosto pela vida no campo novamente”, comentou.
A vida nas grandes capitais despertou-lhe o interesse pelo meio ambiente. De volta à fazenda, Janete cumpre a importante missão de cuidar da natureza, plantando mudas de plantas de várias espécies. Foram mais de 5.000 mudas de ipê (diversas cores), acácia, pau-brasil, pau-d’óleo, sangra-d’água (nos brejos), embaúba, jambo, lichia, pequi, flamboyants, baru, uva-do-japão, palmeiras (diversas espécies), jamelão, canela, pera, tamarindo, amora, jabuticaba, goiaba, abacate, ingá, jenipapo, jatobá, cacau, acerola, pitanga, caju e manga, entre outras. “Preocupo-me com o meio ambiente! É preciso deixar um mundo melhor para as próximas gerações”, justificou.
Na Fazenda Estrela e nas demais propriedades, Janete também conserva nascentes e suas matas ciliares, cujo nome vem do fato de serem tão importantes para a proteção de rios e lagos, como são os cílios para os olhos.
Para finalizar, Janete agradeceu a COOPERBOM pelo excelente trabalho e deixou mensagem aos produtores rurais: “Não desanime, seja persistente, trabalhe, mantenha o foco. A fazenda é trabalhosa, o custo de manutenção é alto,mastemosquetergarraporque,ao final, alcançamos retorno”, concluiu.
Foto:DavidFragoso
Foto:DavidFragoso
PRODUÇÃODE SORGONOBRASIL SOBEMAISDE36% EMAPENASUMA SAFRA.
A forte expansão do sorgo no Brasil, tanto em área quanto em produção nas últimas quatro décadas, e os cenários favoráveis para um (ainda) maior desenvolvimento da cultura nos próximos anos foram aspectos debatidos por especialistas das áreas de mercado e de pesquisa durante o XXXIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo. “Temos um horizonte promissor paraosorgo.Comaexpectativadeacréscimo das exportações de milho do Brasil para a China, os preços devem continuar valorizados e o sorgo deve ser mais procurado pelas agroindústrias”, prevê Felipe Fabbri, coordenador da divisão de mercado de proteínas alternativas e de custo de produção da Scot Consultoria.
“Ano a ano, temos visto incrementos na área e na produção, índices que vêm sendo puxados por agroindústrias de produção animal, que querem reduzir os custos na produção de rações, e por quebrasnaproduçãodemilhoemfunção do clima”, descreve. O Brasil, segundo o último levantamento de safras da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgado no dia 8 de setembro, produziu 2,85 milhões de toneladas de sorgo na última safra (36,9% a mais que no período anterior), em uma área plantada de 1,03 milhão de hectares (incremento de 19,4%). A produtividade, segundo a instituição, está em 2.763 quilos por hectare, com variação positiva de 14,6% em relação à safra 2020/2021.
GUILHERMEVIANA
“O cenário para 2022/2023 é de forte evolução, com mais investimento em tecnologia. Devemos ter mais um ano sob a influência do La Niña e os produtores podem optar mais pelo sorgo, caso a janela se encurtar no plantio da safra de verão”, avalia Fabbri. O cereal é praticamente semeado em sua totalidade no período de segunda safra, pois apresenta maior resistência à escassez de chuva e tolera temperaturas mais altas. Essa vantagem competitiva do sorgo vem acompanhada de menor custo de produção – se comparado ao milho entre 20% e 30% a menos – e um cenário de alta liquidez vivenciada pelos produtores nos últimos anos.
Segundo o coordenador da equipe de inteligência de mercado da Scot há, por parte da indústria, alta procura pelos grãos no período da colheita. “É uma opção de fácil acesso com menor custo”, resume. Totalmente voltado ao consumo doméstico, a cadeia produtiva do sorgo tem se profissionalizado com medidas adotadas pelas agroindústrias no processo de comercialização. “A partir de 2019, estabelecemos regras claras para o produtor de sorgo, garantindo no mínimo 85% da cotação da saca de milho, podendo, inclusive, constar em contrato, se o agricultor desejar”, reafirma Dércio Luís Oppelt,gerente-executivodeOperaçõese Logística da BRF.
Segundo ele, a empresa ainda trabalha com outras formas de comercializa-
| COOPERBOM EM CAMPO | 23 8
Analista da Embrapa Milho e Sorgo
ção, como compras futuras com preços fixados em reais e também atrelados às bolsas brasileira e de Chicago, além de compras em depósito com a estipulação da data de venda podendo ser definida pelopróprioprodutoroupelacooperativa. “O agricultor pode entregar a produção e não vender, aguardando o melhor momento. Adequamos a forma de comercialização do sorgo à mesma forma de comercializaçãodomilho”,explicaOppelt. “O estabelecimento dessa clareza no processo de venda é fundamental para o mercado e para o produtor”, completa. De acordo com Dércio, um dos desafios para uma maior expansão da cultura no País é a logística de transporte, com os altos preços do frete, com o aumento do óleo diesel, já que a região Centro-Sul
concentra a produção – Goiás produz quase 41% do sorgo brasileiro. Outro fator apontado pelo gerente são as perdas no processo de transporte. “Os caminhões devem ter a carroceria bem fechada. Os grãos de sorgo, sendo bem menores que osdomilho,sãomaissuscetíveisaperdas na logística”, aponta. Dércio Oppelt ainda reforça a necessidade de mais investimento em pesquisa e a necessidade de registro de herbicidas e inseticidas para a cultura, além de investimentos nas fábricas para o uso do sorgo na formulação de rações.
Goiás, Minas e São Paulo lideram a produção de sorgo no País. Mas o eixo de
9
SORGHUMBELTDOBRASIL:
SorgoBRS373,daEmbrapa,possuialtopotencialprodutivo. Foto:GuilhermeViana
produção está mudando, segundo dados apresentados por Urubatan Klink, gerente comercialdaAméricadoSuldaInnovative Seed Solutions. “Matopiba e Sealba, além dos estados de Mato Grosso e Rondônia, são movimentações importantes em termos de territórios de produção, o que nos traz uma série de esforços pensando em cada uma dessas regiões”, avalia. Segundo ele, as regiões de Sorriso e Primavera do Leste, em Mato Grosso, têm ainda oportunidadesdeexpansãonacaronado crescimento da produção de etanol.
DIAGNÓSTICODASPRINCIPAIS ÁREASPRODUTIVASBRASILEIRASE TENDÊNCIASFUTURAS,NAVISÃODE KLINK.
REGIÃOCENTRAL:MINASGERAIS, GOIÁSENORTEDESÃOPAULO:
Tendência de crescimento da área plantadade13,6%emcincoanos,passando dos atuais 1,2 milhão de hectares para quase 2 milhões de hectares em 2027. “É umaáreamaistecnificada,masdevemos estar atentos a cultivares tolerantes ao pulgão, que provocou sérios problemas em lavouras nos Estados Unidos”, alerta. Segundo Urubatan Klink, há a necessidade de desenvolvimento de novas moléculas químicas (herbicidas, inseticidas e fungicidas), novos híbridos de alto potencial produtivo e geração de grãos de alta qualidade para a indústria de carne.
REGIÃONORTE:MATOGROSSO, RONDÔNIAEPARÁ:
Incremento de 32,3% na área plantada nos próximos cinco anos, atingindo 603 milhectaresem2027.Desenvolvimentode híbridos eficientes de alta estabilidade e tolerantes a nematoides, principalmente para regiões de solos arenosos. Geração de híbridos de alta qualidade para a indústria da carne e para as usinas de etanol, além de desenvolvimento da produção local de sementes.
REGIÃONORDESTE:MATOPIBAE SEALBA:
Crescimentode35,1%daáreaplantada até 2027, chegando a 935 mil hectares. Desenvolvimento de híbridos de alto potencialprodutivoparaáreasirrigadasede alta estabilidade para regiões de sequeiro, tolerantes ao pulgão e a nematoides. Novas moléculas químicas. Híbridos de altaqualidadeparaaindústriadacarnee para etanol (principalmente na região de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, onde já foi iniciado um polo de produção de álcool), além do desenvolvimento da produção local de sementes.
REGIÃOSUBTROPICAL:SULDESÃO PAULO,PARANÁEMATOGROSSODO SUL:
De 245 mil hectares em 2022 para 499 mil hectares em 2027. “Talvez seja uma das poucas regiões do País em que está havendo uma substituição da cultura do milho pelo sorgo em decorrência da cigarrinha-do-milho”, interpreta. Desenvolvimento de híbridos eficientes de alta estabilidade e tolerantes ao fungo “ergot”, principalmente em plantios mais tardios, e ao pulgão. Geração de grãos de alta qualidade para a indústria da carne e para a alimentação bovina.
REGIÃOSUL:RIOGRANDEDOSULE SANTACATARINA:
Crescimentode78,7%naáreaplantada até 2027, chegando a 124 mil hectares em 2027. Desenvolvimento de híbridos para essa região, eficientes e de alta estabilidade para plantio de verão, adaptados para áreas encharcadas (rotação com a cultura do arroz, promovendo a redução da planta daninha conhecida como arroz vermelho). Geração de grãos de alta qualidade para a indústria da carne e para a alimentação bovina.
| COOPERBOM EM CAMPO | 23 10
PARTICULARIDADESDACULTURA:
“Nosúltimos10anos,houveumaevolução muito grande do potencial produtivo dos híbridos, saindo de um potencial de 80 para 150 sacas, além do aperfeiçoamento de atributos importantes, como tolerância à seca, qualidade nutricional e redutores de nematoides. É importante continuaraevoluçãodesseshíbridospara que possam garantir o incremento das áreasplantadasnasregiõesdeexpansão, além de oferecer ao mercado cultivares tolerantes ao pulgão”, comenta o gerente comercial da América do Sul da Innovative Seed Solutions. Entre os híbridos citados,dealtopotencialprodutivo,estáoBRS 373, desenvolvido pela Embrapa.
ETANOLEALIMENTAÇÃOHUMANA:
Atualmente, cerca de 12% da safra de sorgo dos Estados Unidos, principal país produtor da cultura, é usada para a produção de biocombustíveis. “Além disso, a
cultura é adequada para diferentes tipos de produção de etanol, sendo que o grão de sorgo produz a mesma quantidade de etanol por tonelada que o milho, mas usa umterçoamenosdeáguaemsuaprodução”, expõe.
Em relação ao potencial de uso do sorgo na alimentação humana, Klink é enfático. “Temos usado muito pouco esse grãodesorgo.Sabemosqueoutrospaíses têm usado muito mais e explorado esse potencial, como Japão, Estados Unidos e União Europeia. Traz essa tremenda vantagem da intolerância ao glúten”, reforça.
GuilhermeViana(MTb06566/MG)
EmbrapaMilhoeSorgo AnalistaAdaEmbrapaMilhoeSorgo-Sete Lagoas,MinasGerais.Experiêncianaáreade ComunicaçãoEmpresarialeComunicação Científica,comênfaseemJornalismo Especializado(ComunicaçãoDigital,Mídias Sociais,RedesSociais,Web2.0,MarketingDigital, JornalismoEmpresarialeJornalismoCientífico). Contatosparaaimprensa milho-e-sorgo.imprensa@embrapa.br
Telefone:(31)3027-1905
Homenagem a Dr. Marcos Elias
A COOPERBOM, associados e colaboradores felicitam Dr. Marcos Elias, vice-presidente da CCPR, pelos seus 90 anos. Sua história foi construída sobre os pilares da honestidade, competência, dedicação e moralidade. Fonte de inspiração, sustentáculo do cooperativismo, Dr. Marcos Elias merece todo nosso respeito e admiração. Parabéns, Dr. Marcos Elias! Vida longa ao grande mestre!
Fúlvio de Queiroz Cardoso Neto Presidente
Carlos Humberto de Araújo DiretorAdministrativo
Enes Custódio Fialho DiretorComercial
INTERCOOPERAÇÃO NO
COOPERATIVISMO AGROPECUÁRIO
EM MINASGERAIS.
NIDELSON FALCÃO
Temos grandes oportunidades ainda não exploradas pelas cooperativas mineiras. E as principais, na minha percepção, derivam de ações resultantes da intercooperação. Muitos negócios poderiam ser desenvolvidos dentro do cooperativismo. E, infelizmente, ainda não é costume olharmos para as cooperativas
que estão ao nosso lado como potenciais parceiras. Por isso, considero muito importante o espaço dado nesta edição da revista COOPERBOM em campo para divulgar iniciativas que têm este objetivo. A seguir, compartilharei alguns projetos que visam fortalecer a intercooperação em Minas Gerais.
CCGC - Consórcio Central Grupo Cooperativo: Trata-se de uma central de compras formada atualmente por 13 cooperativas agropecuárias mineiras. Foi premiada em 2018 como o Melhor Projeto de Intercooperação do Brasil pelo Prêmio Somos Coop, da OCB. O projeto começou em 2013 (R$ 79 milhões em compras), ten-
do como âncora a Cooperativa Central Cemil, que fornece toda a infraestrutura necessária para o funcionamento do empreendimento (espaço físico e suporte de informática e telefonia). Desde 2014, novas cooperativas ingressaram no consórcio, tornando-o ainda mais preparado para atender as demandas do mercado (compra conjunta de R$ 485 milhões em 2021). Fazem parte dessa intercooperação as cooperativas Cemil, Coopatos, Coopervap, Comadi, Carpec, Cooperabaeté, Copagro, COOPERBOM, CooperRita, Coopervass, Calu, Cofrul e Agroverde. Além da compra conjunta, o consórcio possibilita troca constante de informações entre os gestores da Rede: na compra de farelo de soja, por exemplo, as cooperativas compartilham o melhor momento de entrar no mercado. Desta forma, a possibilidade de acertar é muito maior. Temos convicção de que este é um caminho sem volta. Muitos fornecedores estão se tornando gigantes e, para equilibrar estas forças, precisamos da união entre as cooperativas para aumentar nossos volumes.
Diretor Executivo da Fecoagro Leite Minas e do CCGC
Fecoagro Leite Minas - Federação das cooperativas agropecuárias de leite de Minas Gerais: A Federação, composta atualmente por 31 cooperativas (dentre elas, a COOPERBOM), surgiu em dezembro de 2016 a partir da inquietação de dirigentes e executivos de cooperativas do setor em relação à situação do leite em Minas Gerais e no Brasil. Os altos custos de produção (impactados pela elevação dos preços das commodities agrícolas), a queda dos preços do leite in natura e a importação desregrada de leite em pó foram grandes impulsionadores da mobilização do grupo.
A primeira movimentação, que culminou com a fundação da Fecoagro, aconteceu durante o 2º Fórum das Cooperativas Agropecuárias, ocorrido em abril de 2016 na cidade de São Paulo. Naquela oportunidade, dirigentes enxergaram a necessidade de discutir a criação de uma entidade que defendesse as cooperativas do estado. O Sistema Ocemg contribuiu de maneira direta para a constituição da Fecoagro Leite Minas. Na fase inicial de criação da instituição, exerceu papel fundamental coordenandoosprimeirosdebateseorganizando as missões iniciais para que o grupo conhecesse outras formas de intercooperação.
Algumasmissõesforamcruciaispara que a Federação surgisse com força e base conceitual necessárias para a representação de seus membros. O contato entre as lideranças das cooperativas de leite aumentou ainda mais o sentimento de pertencimento. E a caminhada para entender essas instituições aumentou a motivação. A viagem ao Paraná incluiu uma visita à Ocepar para conhecer o sistema de gestão e levantamento de dados econômicos e financeiros das cooperativas (GDA – Gerência de Desenvolvimento e Autogestão).
Além disso, conhecemos a Unium, uma intercooperação entre as cooperativas Castrolanda, Capal e Frísia. Assim foram
os primeiros passos para a consolidação da Federação. Estas ações foram determinantes para a implantação do GDA em Minas Gerais.
Naquela oportunidade, 53 cooperativas agropecuárias enviaram 265 balanços (durante cinco anos) para serem analisados pelos técnicos da Ocemg. Estainiciativaviabilizouomonitoramentodosprincipaisindicadoresdedesempenho econômico-financeiro do ramo leite, permitindo que as informações de balançodascooperativasfossemtransformadas em dados gerenciais, dando mais transparência para a gestão. Após cinco anos de existência, podemos afirmar que a Federação alicerçou as basesderepresentaçãosocialepolítica das cooperativas agropecuárias de leite de Minas Gerais, atuando em busca da união e da intercooperação entre as cooperativas mineiras para o fortalecimento do setor junto aos governos e às instituições públicas e privadas.
Desenvolvemos ações de comunicação, como a “Revista da Federação” (quinta edição), o Encontro Fecoagro Leite Minas (terceiro evento) e um documentário veiculado na TV (Rio Paranaíba e TV Record) sobre a atuação das cooperativas federadas. Agimos como facilitadores em todas as ações promovidas pelo Sistema Ocemg e pela OCB, levando informações e conhecimento através de treinamentos e qualificação profissional; e priorizamos temas voltados à sucessão familiar, à presença da mulher no cooperativismo e à tecnologia no campo. E ainda, para a preservação da memória, estamos estruturando acriaçãodeumMuseuVirtualdasCooperativas de Leite de Minas Gerais. Além disso, atuamos em várias iniciativas conforme alguns destaques a seguir:
1.Reduçãodaimportaçãodeleiteem pó pelo Brasil e por Minas Gerais;
2. Liberação de crédito de PIS/Cofins das cooperativas;
3. Adoção de medidas proativas para
13
elevar a segurança na zona rural;
4. Compra de leite e derivados das cooperativas por órgãos públicos;
5. Inclusão do leite na merenda escolar: além de aumentar o volume de leite, divulgar a importância do leite para a nossa saúde;
6. Investimento na sucessão familiar: prepararosfuturosdirigentesdascooperativaseincentivaraqualificação dos jovens;
7. Incentivo da presença da mulher no cooperativismo de leite: qualificação e reconhecimento do importante papel das mulheres nas atividades agropecuárias;
8. Investimento em tecnologia no campo: aproximação com as universidades e centros tecnológicos;
9. Tomada de ações voltadas ao crédito presumido do ICMS: as coopera-
tivas têm sobra de crédito que não conseguem aproveitá-lo totalmente;
10. Acompanhamento da reforma tributária.
Redecoop Minas Gerais: É mais uma iniciativa da Federação com o intuito de praticar a intercooperação entre os diversos ramos do cooperativismo do Estado. A Redecoop é um mecanismo de interlocução entre instituições públicas, privadas e cooperativas na construção de parcerias. Vários municípios abraçaram a ideia e estão desenvolvendo ações em conjunto voltadas especialmente ao “Dia C”. Destaco a Redecoop Patos de Minas, que desde 2020 tem feitoumgrandetrabalho:doaçãode4.000 testes de Covid-19 para a prefeitura; arrecadação de 22 toneladas de produtos de higiene e limpeza que foram doados
| COOPERBOM EM CAMPO | 23 14
ReuniãodaFederaçãonoMinistériodaAgricultura,Brasília.
a 11 instituições; mobilização de 900 voluntários para a campanha de doação de sangue ao Hemominas; doação de 2.000 mudas (fornecidas pela Coopatos) de plantas nativas e frutíferas com o valor simbólico de R$ 10 cada (valor destinado para cestas básicas doadas à população carente).
Programa Cooperjovem: A Redecoop Minas Gerais atua para incentivar o ensino de cooperativismo nas escolas municipais. E, atualmente, conta com dez municípios se mobilizando para implantar este projeto. Trata-se de um programa que visa à formação de educadores para torná-los aptos a desenvolverem o ensino e a cultura cooperativista. São trabalhadas quatro temáticas:
educação ambiental, educação financeira, educação empreendedora e cooperativismo. Esses conteúdos foram disponibilizados por intermédio de um instrumento desenvolvido pelo Sistema OCB, e, aqui, contamos com total apoio da Ocemg, que nos fornece (sem custo) toda a infraestrutura necessária para a sua implementação. Além de Patos de Minas, destaco a implantação desse programaemBomDespacho,queconta com a participação direta da COOPERBOM. Ressalto e parabenizo o envolvimento da atual diretoria da cooperativa e do seu conselho de administração. Este,certamente,éumpassoimportante para a implantação da Redecoop Bom Despacho.
Missão Técnica InternacionalFeiraSpaceemRennes,França: Neste mês de setembro, representando a Federação, integrei a delegação do Sistema Ocemg para uma missão internacional. Dentre os compromissos, a participação na Feira Space em Rennes. Há 35 anos, a Feira acontece numa das principais regiões agrícolas da Europa e abre suas portas para visitantes e expositores internacionais. A visita à Space foi marcante principalmente pelo tamanho da estrutura e pelos diferentes segmentos envolvidos: bovinos (leite e carne), aves,suínos,coelhos,ovinos,caprinos episcicultura.Umafeiravoltadaàalimentação e à nutrição animal, construções agrícolas, genética, saúde animal, energia renovável, tratamento de efluentes pecuários e produção orgânica. Além disso, conhecemos também a instituição Le Relais Pantin, que atua no ramo gastronômico e tem sua sede na periferia de Paris. Atuaparaqualificarpessoasvulneráveis socialmente para torná-las pre-
paradas a ingressarem no mercado de trabalho. Por fim, ressalto ainda a importância da visita realizada à CoopFR (equivale a OCB da França), que é a principal organização representativa do movimento cooperativo francês. A instituição foi criada em 1968 e congrega 23 mil cooperativas francesas que empregam 1,3 milhão de trabalhadores (5,1% dos empregados da França). O seu volume de negócios, em constante progressão durante dez anos, é de 324 mil milhões de euros, mais do que o dobro do setor da indústria automóvel. Nesta visita, ficou mais evidente ainda o nosso compromisso com o futuro do cooperativismo de Minas Gerais e do Brasil. Voltei mais motivado a colaborar com ações que fortaleçam o cooperativismo agropecuário e, de uma maneira geral, com todo o nosso
15
sistema.
NidelsonFalcão-DiretorExecutivoda FecoagroLeiteMinasedoCCGC. IdealizadordaRedecoopMinasGerais.
CHEGADADASCHUVAS:
Precisomepreocupar?
Achegadadaschuvas,períodoemque temos também aumento da temperatura ambiente, pode ter impactos na qualidade do leite devido à maior contaminação do ambiente, maior risco de estresse calórico e por falhas nos procedimentos de rotina, como por exemplo, no manejo de ordenha e na prevenção de resíduos de antibióticos no leite. Como consequência, pode ocorrer aumento da CPP (contagem padrão em placas), da CCS (contagem de células somáticas) e dos casos de mastite clínica, maior risco de resíduos de antibióticos no leite do tanque, além de instabilidadedoleite,devido,porexemplo, àocorrênciadeleiteinstávelnãoácido,ou seja, LINA.
Garantir a produção de leitecomqualidade deve ser o objetivo durante todo o ano, inclusive no período das águas, uma vez que a oscilação ou a perda da qualidade compromete a rentabilidade da fazenda.Manteraqualidadedurantetodo o ano, inclusive neste período de maior desafioépossíveledependedetodosnós (produtores, funcionários e técnicos).
Neste sentido, precisamos estar atentos com os resultados de qualidade do leite e verificar alguns aspectos conforme
É preciso manter a equipe motivada, uma boa comunicação na fazenda, o manejocorretoesempreavaliarseoque está sendo realizado está correto. Avaliar os resultados de qualidade do leite do tanque e os individuais do leite das vacas como, por exemplo, CCS e cultura na fazendaéfundamentalparaatomadade decisões corretas. Realizargestãoàvista e discutir sempre os resultados obtidos, comparando-os com as metas estabelecidas são ações também necessárias e muito importantes. Portanto, é possível manterumaboaqualidadedoleiteneste período e isto depende e deve ser objetivodetodos.
As medidas necessárias para garantir bons indicadores de qualidade do leite
| COOPERBOM EM CAMPO | 23 16
Quadro a seguir.
incluem:
a) redobrar os cuidados na preparação das vacas (teste da caneca, predipping e secagem dos tetos) na época das águas é muito importante porque muitas vezes as vacas chegam com tetos muito sujos neste período. Temos que lembrar que para garantir bons resultados precisamos ordenhar tetos limpos, desinfetados e secos. Isto irá diminuir a CPP e tambémaCCS,poisirádiminuiroriscode ordenha de tetos contaminados, inclusive por bactérias causadoras de mastite que podem ser veiculadas de vaca para vaca no momento da ordenha, por meio de teteiras contaminadas. É importante também que o postdipping seja feito corretamente com bons produtos e adequados procedimentos, ou seja, cobrindo totalmente os tetos;
b)avaliarosfiltrosdoequipamentode ordenha, diariamente, após cada ordenha para verificar se os procedimentos de preparação das vacas estão corretos. Filtros limpos indicam procedimentos corretos e consequentemente, menor CPP e menosrisco de novos casos demastite;
c) limpeza e desinfecção corretas dos equipamentos e uso de água de boa qualidade microbiológica, uma vez que na época das chuvas, dependendo da origem da água, esta pode estar contaminada. É importante avaliar a qualidade da água para garantir que a limpeza e desinfecção sejam eficientes;
d) avaliar sempre a temperatura e o funcionamento do tanque refrigerador, poisemalgumasregiõesocorreoscilação eatémesmofaltadeenergiaecomisto,o leite não refrigera e a CPPaumenta. Fique atento e quando isto ocorrer, comunique imediatamente a CCPR;
e) melhorar a ambiência das vacas e garantiráreasdesombreamento ou uso de sombrites para evitar estresse calórico que aumenta os riscos de ocorrência de LINA;
f) garantir um programa nutricional
adequado com dietas balanceadas durantetodooano, uma vez que no final da seca prolongada e início das águas, a fibra geralmente tem baixa digestibilidade e qualidade. A escassez de alimentos e o desequilíbrio nutricional são fatores de risco para LINA;
g) usar antibiótico somente quando necessárioesoborientaçãodeummédico veterinário e de forma racional e prudente. Quando usá-lo, é preciso garantir que o protocolo MRST seja aplicado por todos os funcionários e que a Marcação (M) das vacas tratadas seja feita rigorosamente, usando pelo menos dois tipos diferentesdemarcadores (colar, pulseira, spray, entre outros). Registrar os tratamentos e deixá-los visíveis para que todos os funcionários possam visualizá-los é fundamental;
h) ordenhar as vacas tratadas por último e descartar o leite de todos os quartos mamários destas vacas seguindo rigorosamente o período de carência descrito na bula;
i) fixar os resultados de qualidade de leite na parede, estabelecer metas, avaliá-los e discuti-los com os funcionários Manter um bom canal de comunicação na propriedade entre produtor, funcionários e técnico.
Na época das chuvas, precisamos redobrar os cuidados porque os desafios sãomaiores. Portanto, o foco tem que ser na sala de ordenha, no filtro do equipamento de ordenha, na limpeza dos equipamentos, no funcionamento do tanque refrigerador, no ambiente das vacas, no controle da mastite, na nutrição, no uso racional de antibióticos (apenas quando necessário) e nas medidas que garantam aproduçãodeleiteseguroesemresíduos de antibióticos. Para controlar, precisamosmonitorarelembrarque“sócontrola quem monitora”!!! Então, avalie sempre os resultados de qualidade do leite e antesquecomeceachover, que tal monitorarmoscomoestáomanejodesuafazenda? Com certeza, os resultados virão!!!
17
A COOPERBOM e a CCPR realizaram no dia 22 de setembro, na Fazenda COOPERBOM, o Dia de Campo. Os temas foram discutidos nas palestras: “Qualidade do leite: uma questão de atitude”, proferida por Cássio Camargos, gerente de qualidade do leite e integração da CCPR, e
“Manejo nutricional em fazendas de leite: Como aumentar a lucratividade?”, com o palestrante Elias Antônio Lopes, supervisor técnico comercial da COOPERBOM. O eventocontoucomapresençademaisde 60 cooperados.
Entrevista:CássioCamargos(CCPR)
COOPERBOMemCampo:Amelhoria da qualidade pode ser feita por qualquer produtor, independentemente de volumedesuaproduçãoedoníveltecnológico da fazenda?
Cássio Camargos: Sempre é possível melhorar a qualidade do leite, independentemente do nível tecnológico da fazenda. Porque se trata de um negócio como qualquer outro. Não é o tamanho do negócio, em si, que define o resultado, mas a atitude das pessoas que administram o negócio.
Existem produtores de 100, 200, 300, 400 litros que vivem muito bem, possuem dinheiro guardado e desfrutam de uma boa vida. Logicamente, proporcionalmenteaotamanhodofaturamentodecadaatividade.Existemtambém produtores de 3.000, 4.000, 5.000
litros de leite que vivem muito bem. Então, é importante saber que é possível gerenciar o negócio, é possível
COOPERBOM
&
CCPR
Foto: David Fragoso
Foto:DavidFragoso
gerenciar uma atividade e ser feliz! O ponto mais importante é que a nossa culturanapecuáriadeleiteaindadeixa muito a desejar na questão da qualidade do leite.
Produtores acham que a qualidade deve ser feita para o laticínio. Não é! A qualidadedeveserfeitaparaaonegócio! Porque, se o leite não tiver qualidade na fazenda, a vaca vai ter mastite, e o produtor terá que comprar remédio e descartar o leite. Então, a ausência da qualidade é prejuízo primeiro para o produtor e, depois, para os demais elos da cadeia do leite.
COOPERBOM em Campo: Que conselhos você daria para o produtor?
Cássio Camargos: Acredite que é possível! Procure ajuda de um técnico da cooperativa! A COOPERBOM, histori-
camente,sempreteveumaboaequipe técnicos. O produtor, se não sabe produzir leite com qualidade, deve procurar ajuda!
O mundo moderno hoje está muito rápido e tem muitos canais de comunicação: revista, jornal, vídeos, áudios, Dia de Campo como este. Então, informação tem! O produtor precisa exercer um negócio que eu criei chamado “DE” (Direito de Escolha): eu quero aprender ou eu não quero aprender! Tecnologia para trabalhar com simplicidade e ter resultado tem! Recursos para o produtor controlar a mastite na fazenda tem. É possível! Então precisa acreditar que é possível!
Cássioémédicoveterinário,especialista emgestãodepessoas,processoseresultados.
19
Foto: David Fragoso
Foto: David Fragoso
Nosexperimentos, ospesquisadores usaramdadosdeuma estaçãometeorológica emodelosdesimulação dodesenvolvimentoda cultura.
PLANTIODIRETOPODEAUMENTAR EM11%AEFICIÊNCIADOUSODE ÁGUANACULTURADASOJA.
• A produtividade de água é 11% maior na cultura de grãos direto, quando utilizadaosistemadeplantiodireto.
• O sistema mantém a cobertura vegetal no solo – o que evita perdas por evaporação – e a umidade para a cultura,refletindoemeconomiadeágua.
• A menor necessidade de água, sem comprometimento da produtividade, também tem impacto na redução dos custos energéticos de sistemas de irrigação.
•Aconstataçãodeexperimentoscom previsão,resultadosfuturos,emparceria porestrangeiros,SãoPaulo.
• Os usaram de uma estação agrometeorológica e aplicaram o modelo de simulaçãododesenvolvimentodedados deculturas.
• O estudo é relevante para definir os parâmetros de água para a cultura da soja.
• A previsão do rendimento das culturas, a evapotranspiração e a produtividade da água são aspectos essenciais paraagestãodaáguaeaintensificação sustentáveldaagricultura.
A produtividade de água na cultura de grãos pode ser 11% maior em sistema de plantio direto. Uma constatação resultante de experimentos breves em São Paulo por cientistas da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz da Universidade de São Paulo ( Esalq da Universidade de São Paulo) Embrapa Meio Ambiente (SP), em parceria com a Universidade da Flórida . Os soja tropical avaliaram a evapotranspiraçãoeprodutividadehídricadacultura em ambiente, usando dados de uma estação agroteorológica. O estudo também mostrou, na simulação, que a irrigação acionada com mais de 60% da água disponível no solo não resultou em aumento na produtividade dos grãos. Ou seja, o aumentodaofertadeáguaparaacultura não fez com que ela produzisse mais.
OpesquisadorAlexandreOrtegaexplica aeconomiadeáguanoplantiodireto,porque o sistema mantém material da planta direta é maior o solo, o que evita licenças por evaporação e eternidade para a cultura. O uso de menor quantidade de água acabaporfavorecer,ainda,areduçãodos energéticos do sistema de irrigação.
A produtividade de água, é a razão entre a eficiência sazonal da água, os frutos
| COOPERBOM EM CAMPO | 23 20
Foto:AlexandreOrtega
e folhas da cultura (grãos, frutos e folhas) e a evapotranspiração, compreendida desde a semeadura até a colheita. A inspiração“perda”emconjuntodeágua-ou água para a atmosfera, à transferência para download a solo e à melhor evaporação a partir da inspiração das plantas.
Os resultados da pesquisa foram obtidos em campo, a partir de dois experimentos com futuro no sítio experimental da EPI, em Piracicaba (SP). O plantio convencional em plantio direto, o primeiro vegetal na superfície. Ambos usam a mesma cultivar BRS 399-RR, que possui hábito de crescimento indeterminado e é construído como maturidade 6.
Os dois experimentos também tiveram a mesma população de plantas e foram irrigados. O manejo da irrigação consiste em atender à necessidade hídrica total da cultura. Frequentemente quantidade e quantidade de água disponível em um balanço de referência, medidas e medidas locais com água variada de experimentação meteorológica.
ras, a produtividade e a intensificação da água da agricultura sustentável e a produtividadedaáguadaagriculturasustentável. Estimativas precisas de evapotranspiração das culturas ajudam a melhorar o uso da água”, aprimorando o pesquisador Evandro Moura da Silva, da Esalq.
Segundo Evaldo Lima, pesquisador da Embrapa, devido à posição expressiva da soja para a produção de alimentos e de rações, é importante a realização de pesquisas que simulem, por exemplo, o crescimento, o rendimento e a produtividadedaáguaparaacultura.“Nesse,esse estudo é relevante e serve para simular ambiente tropical de água no sistema solo-planta-atmosfera de maneira fria para a cultura da soja”.
PLATAFORMAEMODELOUTILIZADO:
O Sistema de Transferência para a Transferência de Agrotecnologia (The Decision Support System Transfer - DSSAT) é umaplataformaqueajudanocrescimento, do desenvolvimento e da produtividade de uma cultura em uma área uniforme, com base em informações fornecidas ou simuladassobrecarbono,águaesolo.Essasinformações são associadas aos elementos meteorológicos registrados em determinado período, que servem como dados de entradadomodelo.Sãoaindacombinados aos modelos de cultura, com o intuito de desenvolverestudosnaáreademanejo.
A pesquisam, nos experimentos, o modelo CROPGRO-Soybean, capaz de simular com precisão a evapotranspiração da cultura da soja. O modelo fornece uma inspiração de evaporação diária e cumulativa, quando dados aos dados médios campo. O CROP-Soybean Sistema de Transferência Utilizado e integra a plataforma de Agrotecnologia (DSSAT, na sigla em inglês) – leia sobre a plataforma e o modelo no quadro abaixo).
“A previsão do rendimento das cultu-
Aplataformausaumafunçãoassintótica,istoé,descreveocomportamentodelimitesdoíndicedeáreafoliculardiáriacom um coeficiente de extinção de referência de energia da cultura, e como a evapotranspiração, guiada, para a evaporação da água do solo e a transpiração da cultura. Ou seja, as ferramentas são capazes de particionar a evaporação do solo – que a planta não utiliza – da transpiração da cultura,águaquedeentradanaplanta.
As ferramentas da plataforma podem determinar o índice de área foliar diária – relação entre a área verde e quanto a planta ocupa o espaço do espaço. Quanto maior o resultado dessa comparação, maisáreadefolhaquadradaéobservada, e, consequentemente, mais fotossíntese e produção de material dessa ocorrência.
21
DentrodaplataformaDSSATexisteuma gama de modelos para diferentes culturas: Ceres-Maize (milho), Ceres-Sorghum (sorgo), Ceres-Rice (arroz), Ceres-Barley (cevada), Ceres-Sunflower (girassol), CROPGRO- Soja (soja).
O CROPGRO-Soybean, modelo para a cultura da soja, é capaz de descrever os principais processos biofísicos da planta, como fotossíntese; particionamento de biomassa; respiração; dinâmica da água; crescimento foliar, raiz e caule; fenologia e evapotranspiração.
Omodelosimulaocrescimentodabiomassa acima do solo, tempo de eventos
USOSUSTENTÁVELDAÁGUA:
fenológicos – ativos e relacionados ao ciclo de vida das plantas – e em análise, prevê o rendimento final em uma ampla gama de ambientes e para diferentes cenários de manejo.
A demanda de água da cultura pode ser realizada como o produto e a evapotranspiração de referência e o coeficiente da cultura, resultando na evapotranspiração estimada. Tais processos simulados com base nos dados de entrada e nos parâmetros da cultura.
A Embrapa forneceu para o desenvolvimento do modelo que pode ser baixado gratuitamente.
AUTORES:
Os autores do estudo são Evandro Figueiredo Moura da Silva, da Esalq/ USP, Gerrit Hoogenboom e Kenneth Boott, da Universidade da Flórida, Alexandre Ortega, da Embrapa Solos, lotado na Embrapa Meio Ambiente, e Fábio Ricardo Marin, da Esalq/USP.
CristinaTordin(MTb28.499/SP) EmbrapaMeioAmbiente Contatosparaaimprensa meio-ambiente.imprensa@ embrapa.br
De acordo com as Nações Unidas, uma previsão de que a população global chegará a 9,7 bilhões em 2050, representando um aumento de 30% em relação ao númeroatualdehabitantesdoplaneta.Aomesmotempo, espera-se que o consumo mundial de carne bovina e produtos lácteos cresça, devido a uma maior renda média per capita. Combinados, levarão um aumento de 50% a 7% na demanda por alimentos e aumentos, aumentarão a água em todo o mundo. A agricultura é o fator responsável mais limitante da produção agrícola. Portanto, aumentar a produtividade daáguadaculturapodeajudarareduziroimpactonegativodosinstáveisnaestaçãoeotimizarousodaágua para sistemas de cultivo irrigados. Iniciativas como essas devem contribuir para o uso da água e da produtividade agrícola sustentável, resultando na nutrição alimentar e última, na melhor segurança.
| COOPERBOM EM CAMPO | 23 22
-
Milho
produzido
utilizando
as
mais
modernas tecnologias
do
mercado;
-
Milho
produzido
através
de
irrigação
por
pivot
central.
-
Alta
produtividade
aliada
a
alta
qualidade
nutricional.
-
Lavoura
toda
padronizada,
com
excelentes
espigas
e produtividade
acima
de60
tn/ha.
-
Ensilagem
será
feita
por
automotriz
com
cracker (processador
de
grãos),
o
que
melhora
muito
o aproveitamento
pelos
animais,
garantindo
melhor desempenho
na
conversão
alimentar,
resultando
em mais
leite
e
mais
carne.
-
Previsão
de
colheita
a
partir
de
final
de
outubro.
-
Lavoura
em
Bom
Despacho/MG.
PLANEJAMENTO DOCONTROLE SANITÁRIODA FAZENDA.
O planejamento sanitário do rebanho é essencial para garantir a construção da saúdedosanimaisdentrodapropriedade, e para realizá-lo precisamos rever os índices zootécnicos e identificar quais problemas já ocorreram dentro do rebanho.
Em todas as fazendas em que atuo, busco implantar este programa sanitário. O produtor rural precisa fazer um controle adequado de seu rebanho, pois as doenças podem afetar o bem-estar animal e, principalmente, a produtividade.
Dentro do planejamento sanitário, destacamos a importância das vacinas, os cuidados com a manipulação do produto e a higiene nas vacinações, temas essenciais que o produtor deve considerar e manter durante a prática da produção e da sanidade animal.
CHARLESVINÍCIUS
FERREIRA
Médico Veterinário
A sanidade do rebanho é fator fundamental para a obtenção de maior lucratividade no sistema de produção e para o fortalecimento das atividades. O manejo sanitário correto deve se iniciar com atenção para as anotações das ocorrências dentro do rebanho. Somente com as informações e os dados passados é que podemos analisar e tomar iniciativas para suprimir ou implementar medidas que possam auxiliar o manejo sanitário dos animais. Sem essas informações, não podemosmelhorarosíndiceszootécnicos. O manejo sanitário do rebanho envolve operações de vacinações e controle de zoonoses importantes para obtenção de um grupo sadio e lucrativo. As perdas econômicas que ocorrem devido ao emprego de métodos inadequados de vacinações e às doenças podem atingir proporções elevadas.
Um dos pontos principais que devem serconsideradoséemrelaçãoàaquisição de animais de outra propriedade: saber qual sua procedência é de grande importânciaparaterumcontrolesanitárioeficaz.
A aplicação das principais vacinas segue um calendário predefinido pelas autoridades responsáveis. As vacinas obrigatóriassãoparadoençasdecontrole obrigatório, conforme definido pelos órgãos fiscalizadores, destacando-se a febreaftosa,abrucelose–emfêmeasde3a 8meses(B19)–etambémaraiva(apenas em regiões endêmicas de acordo com os
| COOPERBOM EM CAMPO | 23 24
órgãos de defesa estaduais) – a partir de 4 meses.
A vacinação é indicada conforme incidência na propriedade ou região e também com a orientação dos técnicos responsáveis. Entre os principais imunizantes podemos destacar os responsáveis pela prevenção de clostridioses (botulismo, tétano, carbúnculo ou mal de ano, gangrena gasosa ou edema maligno e enterotoxemia), diarreia bovina por vírus (BVD), rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR), campilobacteriose, leptospirose, colibacilose, pasteurelose, salmonelose, coronavirose, rotavirose, dentre outras.
O cuidado sanitário nas fazendas também engloba o manejo dos bezerros ao nascer e vai além da administração de vacinas e medicamentos, pois é necessário que eles tenham acesso ao colostro, como também é preciso realizar os cuidados com o corte e a cura correta do cordão umbilical, para que a região não sirva como porta de entrada para doenças. A equipe técnica deve analisar as instalações e as técnicas de manejo empregadas na propriedade, o clima da região e as espécies do rebanho e principalmente orientar aos produtores que a vacinação não tem apenas funçãocurativa,quandoos animais já estão doentes, mas preventiva. Isso contribui para o bem-estar e o desenvolvimento do rebanho e para a economia da fazenda, pois evita que os medicamentos sejam aplicados sem necessidade.
Para que consigamos trabalhar dessa forma, com um controlesanitárioeficaz,épossívelplanejardeformamuito maiseficienteacompradosmedicamentos,sabendoexatamente quanto será preciso investir ao longo do ano.
E, para complementar um programa sanitário, é necessário realizar a vermifugação do rebanho. Para isso, devemos estar atentos às verminoses, as quais acometem bastanteosbovinosjovens.Paracontroledeendoparasitas e ectoparasitas, embora seja impossível eliminá-los completamente da propriedade, é necessário evitar que eles afetem os animais severamente, pois causam muito sofrimento e podem prejudicar o desenvolvimento do gado.
CONSIDERAÇÕESFINAIS:
A sanidade do rebanho é um dos aspectos mais importantes que devem ser levados em conta nos sistemas de produção, pois o seu controle impede a disseminação de enfermidades,consequentementeaumentandoaprodutividadeealucratividadedafazenda.Omanejosanitáriode um rebanho é composto por vacinação, controle de parasitas(endoeectoparasitos),higienedosanimaiseinstalações, além das ações profiláticas e curativas dos animais. O produtor rural deve ficar cada vez mais atento às questões sanitárias do seu rebanho, pois, diante da nova dinâmica que se impõe sobre os processos produtivos, com margens cada vez mais apertadas, a prática do manejo sanitário garantirá boa saúde aos animais, melhor desempenho e, como consequência, maior lucratividade ao produtor.
PorCharlesViníciusFerreira MédicoVeterinário
25
ASFUNÇÕES DOSDRONESNA AGRICULTURA.
GUILHERME BARBOSA
Engenheiro Agrônomo e Pósgraduado em Gestão de Pessoas
OQUESÃODRONES?
Os veículos aéreos não tripulados, comumente chamados de drones, são pequenas plataformas aéreas com peso de até 20 kg. Devido ao seu pequeno tamanho, eles não comportam um corpo humano.
Originário dos EUA, o drone atua nas áreas de infraestrutura, transporte, segurança e agricultura.
A introdução e o uso de tecnologias agrícolas modernas e precisas estão gradualmente trazendo mudanças revolucionárias para a agricultura. Em outras palavras, esse tipo de instrumento está revolucionando a maneira como os agricultores trabalham.
Um ótimo exemplo disso é o uso de drones na agricultura, que, através da tecnologia de precisão, torna possível otimizar tanto a produtividade quanto a lucratividade com base em informações de campo em tempo real, protegendo o meio ambiente.
E é exatamente sobre esse tipo de recurso tecnológico que falaremos hoje. Confira:
Na agricultura, é utilizado para monitorar o desenvolvimento da lavoura com mais precisão, sanando as suas necessidades e fazendo com que se tenha uma maior produtividade. Com o uso de diferentes câmeras, é possível obter imagens hiperespectrais e multiespectrais.
Sendo assim, os drones podem ser operados de duas maneiras:
- Diretamente, quando um humano comanda completamente o veículo por controle remoto sem fio;
- Autonomamente, quando o veículo é capaz de se controlar e seguir uma rota com base nos dados de GPS ou de outros sensores.
4UTILIDADESDOSDRONESNA
AGRICULTURA:
1-DETECÇÃODEFALHASDEPLANTIO: Ajudam no controle da população de
| COOPERBOM EM CAMPO | 23 26
plantas, detectando falhas consideráveis. Auxiliam, assim, a tomar decisões sobre replantio, além de outras ações, e a saber a quantidade de mudas a comprar. O replante das falhas pode evitar a queda da produtividade e otimizar o rendimento na mesma área. E o manejo mecanizadopodediminuiraperdadaprodutividade gerada pela falta de controle do tráfego na lavoura.
2-CONTAGEMDEPLANTAS:
Para a contagem de plantas, a aeronave pode ser utilizada para sobrevoar a plantação, registrando imagens que são, posteriormente, processadas em um software. O drone informa o número exato das culturas no campo, sendo possível analisaraeficiênciadoplantioemensurar a colheita final. O sensoriamento remoto influenciadiretamentenodesempenhoda lavoura.
3-IDENTIFICAÇÃODEPRAGAS:
Algumas pragas transmitem agentes que causam doenças às plantas. As que atacam a parte aérea dos vegetais normalmente são mais fáceis de serem visualizadas. Pragas de hábito subterrâneo podem gerar danos e serem confundidas com deficiências nutricionais. São exemplos de pragas mais comuns:
• Lagarta-do-cartucho;
• Larva-alfinete;
• Cigarrinha-do-milho;
• Pragas de hábito subterrâneo;
• Pragas secundárias e ocasionais.
Para a identificação com os drones, o métodoaindaépoucoestudadoeossensoresaindanãosãomuitoprecisos.Aideia é que, com o mapeamento de pragas e doenças gerado pelo drone, as imagens permitam de forma eficaz que os produtores diferenciem as plantas saudáveis, as infectadas e como está sendo a proliferação da praga.
4-PULVERIZAÇÃO:
O drone pode ser utilizado como pulve-
rizador em locais onde se tem maior dificuldade de acesso sem acarretar perdas por pisoteio.
ETAPAS:
•Preparodacalda,realizadosempreda mesma forma;
• Aplicação dos produtos nos locais onde realmente são necessários;
•Economiadosprodutosfitossanitários, otimizando a operação em campo.
BENEFÍCIOS:
• Substituição dos trabalhadores pelo drone, o que acaba eliminando o risco de exposição de pessoas aos produtos utilizados;
• Controle do equipamento remotamente.
Na era da tecnologia na agricultura, os dronesestãoagindocomouminstrumento essencial que levará a produção rural a um nível completamente novo. Eles são uma maneira econômica de coletar dados sobre várias condições de cultivo em um período relativamente curto.
Os drones no ambiente rural também mostraram um grande potencial na capacidade de garantir sustentabilidade, melhorar o rendimento e aumentar a lucratividade geral da fazenda.
27
GuilhermeBarbosa EngenheiroAgrônomoePós-graduadoemGestão dePessoas.
QUAISCUIDADOS DEVEMOSTER COMAVACA PÓSPARTO?
Todo produtor de leite quer que suas vacas produzam o máximo de leite possível. Para alcançar esse objetivo, a tarefa não é muito fácil. Isso ocorre, em grande parte, por erros simples de manejo, especialmente no chamado “período de transição”, que compreende as três semanas antesdopartoedetrêsaquatrosemanas após o parto.
O parto é um momento muito estressante para a vaca, pois grandes alterações fisiológicas são enfrentadas na preparaçãoparaonascimentodobezerro e no início de uma nova lactação. Lembramos que, quanto mais produtiva for a vaca, mais complicado é esse processo, pois a necessidade de nutrientes para a síntese de colostro e leite é enorme.
Toda vaca leiteira passa por um período de balanço energético negativo no
FERNANDA
CÂNDIDOFERREIRA
início da lactação, que tem um grande impacto sobre o seu desempenho produtivo e sanidade. Em função disso, no período imediatamente após o parto, o objetivo maior do produtor deve ser garantir à vaca as melhores condições para que ela possa se recuperar adequadamente do parto,focandoaprevençãodaocorrência de distúrbios metabólicos, para que ela possa ter um bom desempenho.
O balanço energético negativo ocorre com a proximidade do parto, pois há uma queda no consumo dos alimentos. Há relação direta entre as alterações hormonais para produção de colostro e o crescimento do bezerro, que passa a ocupar mais espaço na cavidade abdominal, comprimindo o aparelho digestivo. Com todos esses pontos, a demanda energética passa a ser maior que o suprimento disponível, permanecendo até o início da lactação.
Omaiordesafiodoprodutoréqueesse aumento na demanda não é compensado por um aumento no consumo de alimentos – muito pelo contrário, a vaca entra em balanço energético negativo e fica muito mais suscetível aos distúrbios metabólicos no início da lactação.
Para que as vacas iniciem bem a nova lactação, um aspecto muito importante domanejopré-partoétentarminimizaros efeitos da redução de consumo. A ideia é compensar nutricionalmente essa queda na ingestão de alimentos de forma que
| COOPERBOM EM CAMPO | 23 28
Zootecnista, Pós-graduada em Nutrição Animal
o consumo de nutrientes, especialmente energia, não seja tão prejudicado.
Uma das estratégias a serem seguidas nas primeiras três semanas pós-parto é focar a recuperação hormonal e a saúde das vacas, pois, oferecendo a elas as condições para se recuperarem adequadamente do parto e buscando a maximização do consumo de alimentos, com menor estresse metabólico, num segundo momento poderão expressar todo o seu potencial produtivo, e, possivelmente, a ocorrência de distúrbios metabólicos será muito menor.
Um transtorno frequente em vacas no pós-parto é a cetose, que se define pelo aumento da concentração sanguínea de corpos cetônicos. A doença pode se manifestar de duas formas: clínica, associada a outros sinais clínicos (hipoglicemia,
anorexia, fezes secas, queda de produção e problemas neurológicos); e subclínica, não associada, mas responsável por facilitar a ocorrência de outros transtornos do pós-parto, como outras doenças metabólicas, deslocamento de abomaso e problemas reprodutivos.
Uma importante medida para se evitarem problemas com cetose deve ser adotada antes da parição: garantir que os animais cheguem com Escore de Condição Corporal (ECC) adequado no momento do parto (entre 3,5 e 3,75). Vacas gordassãomaispropensasadesenvolver fígado gorduroso e cetose devido à intensa movimentação das reservas corporais.
Váriasestratégiaspodemseradotadas para garantir o sucesso da produção de leite no pós-parto, pois, ao se analisarem as vacas leiteiras na atualidade, elas podemsercomparadasamáquinasdeprodução, que, com o passar do tempo, são submetidas a grandes melhorias genéticas e metabólicas, exigindo também cuidados maiores com a sanidade animal.
O período pós-parto ilustra um momento de maior cuidado, pois a vaca passa por grandes desafios, o que exige planejamento nutricional e de manejo muito adequado. Aliando o bem-estar e o conforto, teremos uma maior produção e, como consequência, uma maior lucratividade na fazenda.
29
FernandaCândidoFerreira Zootecnista,pós-graduadaemNutriçãoAnimal.
NOVOSASSOCIADOS MÊSDESETEMBRO-
TOTAL:
9 associados
•AntônioFranciscoPinto;
•CarlosRicardoCardosoOliveira AssisVilmar;
•JoãoBatistadeSousa;
•JoséRaimundoFerreira;
•LúciaMariadeLimaOliveira;
•OtáviodeOliveira;
•RicardoLuizAraújo;
•TarcísioPimenteldaSilva;
•VanderRibeirodaSilva.
LEITEENTREGUENA COOPERBOM
PERÍODO: Agosto/2021 Setembro/2021 Outubro/2021 Novembro/2021 Dezembro/2021 Janeiro/2022 Fevereiro/2022 Março/2022 Abril/2022 Maio/2022 Junho/2022 Julho/2022 Agosto/2022 VOLUME(emlitros): 5.067.861 4.981.664 4.994.561 4.724.559 4.775.078 4.527.690 3.925.105 4.375.826 4.161.652 4.339.451 4.191.637 3.853.693 3.667.737
*LeiterecebidoemBomDespachoe EstreladoIndaiá.
| sindicatoruralbd 37 3521-2622 37 98823-7961 Rua Dr. Cisalpino Marques Gontijo, 335 - B. São José 37 99923-4079 Taís (Mobilizadora) Para mais informações: CURSOS SENAR
| COOPERBOM EM CAMPO | 23 32 sicoobcredibom www.sicoobcredibom.com.br (37) 9 9942-9870 CONFIRA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM NOSSO SITE Leia o QR Code para acessar as Demonstrações Contábeis do Sicoob Credibom referentes ao 1º semestre de 2022.