INFORMATIVO MENSAL EDIÇÃO 18 | MAIO 2022
ElídioRodrigues daCosta: História, pioneirismoe tradição.
Leicorrige injustiçaao proprietáriorural peloscustosde proteçãoaomeio ambiente.
Porqueexistem diferentesbases genéticas?
Usodatecnologia nareproduçãodo gadoleiteiro.
COOPERATIVA AGROPECUÁRIA DE BOM DESPACHO
Av. das Palmeiras, nº 180
Fone: (37) 3521-3131
Contato: secretaria@cooperbom.com.br
DIRETORIA EXECUTIVA: (Mandato 2020 até A.G.O. 2024)
Presidente - Fúlvio de Queiroz Cardoso
Neto
Diretor Administrativo - Carlos Humberto de Araújo
Diretor Comercial - Enes Custódio Fialho
CONSELHEIROS ADMINISTRATIVOS:
EFETIVOS: Elda Maria da Silva Alves Santos, Everaldo Eustáquio Oliveira Melo, Itamar Silva, Marco Aurélio Rodrigues
Costa, Terezinha Aparecida Rangel Silva, Wilian Diniz da Silva Rezende.
SUPLENTES: Amintas Pinto da Silva, José Mauro da Silva, Maurício da Costa Cardoso.
CONSELHEIROS FISCAIS 2022/2023:
EFETIVOS: Geraldo Elias de Oliveira, Joaquim Geraldo Campos, Ricardo Luís
Campos
SUPLENTES: Custódio de Oliveira Neto, Édson Longuinho, Haroldo de Oliveira Costa.
CONSELHO EDITORIAL:
Fúlvio de Queiroz Cardoso Neto
Carlos Humberto de Araújo
Enes Custódio Fialho
Elda Maria da Silva Alves Santos
Renato Fragoso
PALAVRADOSDIRETORES.
Na edição da Revista COOPERBOM em campo do mês de maio, referenciamos o aniversário da COOPERBOM e também homenageamos todas as mães através de uma matéria com a trabalhadora rural Maria José Ribeiro. Entrevistamos um dos ícones do cooperativismo bom-despachense, o produtorruralElídioRodriguesdaCosta,de97anos, com participação importante na cooperativa desde sua fundação.
PRODUÇÃO:
Publicação: Cidade’s.com Editora de Jornais e Revistas
CNPJ - 16.634.399/0001-00
Editor: Renato Fragoso - 17.434/MG
Fone: (37) 99856-0290
Projeto Gráfico: Central de Ideias - CCPR
Diretor de Arte: David Fragoso
Revisão: Thalita Martins
TIRAGEM: 2.000 EXEMPLARES
Impressão: RONA EDITORA
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião desta revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.
O jornalista e consultor em conhecimento transversal José Luiz escreve exclusivamente para a Revista COOPERBOM em campo a matéria “Pagamento por serviços ambientais: Lei corrige a injustiça ao proprietário rural pelos custos de proteção ao meio ambiente”. A professora Mônica Cerqueira faz um alerta ao abordar a prevenção contra resíduos antibióticos. Charles Vinícius aborda o tema “Usodatecnologianareproduçãodogadoleiteiro”. No mês de maio, mais precisamente no dia 27, a COOPERBOM completa 66 anos. Nas mais de seis décadas de existência, desde a fundação da cooperativa até os dias atuais, belas histórias do cooperativismo foram protagonizadas por cooperados, funcionários e diretores. Os 22 fundadores desafiaram todas as dificuldades e, corajosamente, criaram a Cooperativa Agropecuária de Bom Despacho. Mal poderiam imaginar que o sonho se concretizaria e se transformaria em realidade. Às vésperasdecompletar66anos,COOPERBOMéuma das maiores cooperativas agropecuárias de Minas GeraiseestáranqueadaentreasgrandesdoBrasil. Nós, da administração atual, reverenciamos todos aqueles que contribuíram para o desenvolvimento da cooperativa, tornando-a uma empresa sólida, de grande credibilidade e de enorme importância socioeconômica para Bom Despacho e região. Devemos nos orgulhar por fazer parte dessa história!
Boa leitura!
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ELÍDIORODRIGUES DACOSTA.
Elídio Rodrigues da Costa, nasceu aos 27 de fevereiro de 1925. Natural de Engenho do Ribeiro, viúvo da abaeteense Alexandrina Antônia da Costa, com quem teve 11 filhos, sendo 8 vivos. Iniciou suas atividades rurais na região de Engenho do Ribeiro, onde permaneceu até 1964. Ao adquirir a fazenda Ermo, no município de Martinho Campos, transferiu suas atividade para o local. Em seguida, vieram as fazendas Veredas, Valinho e Lagoa do JoséLuiz,localizadasnomunicípiodeBom Despacho, onde os filhos permanecem atéhoje.Aos97anos,comsaúdeinvejável e memória prodigiosa, ele esmiúça detalhes de sua vida de produtor rural e nos conta sua notável história no agronegócio e no cooperativismo.
Fiel à atividade leiteira, Sô Elídio forneceu leite e creme para a indústria São Miguel,deSantoAntôniodoMonte,emseguida para a Nestlé e, após a cooperativa adquirir maquinário para resfriamento de leite, passou então a fornecer leite para a COOPERBOM.
Sempre foi um entusiasta do cooperativismo e incentivador da COOPERBOM. “Em meados dos anos de 1960, quando era presidente Paulino Marques Gontijo Filho, a cooperativa enfrentou uma situação muito difícil. Então, 10 associados, eu fui um deles, fizemos um empréstimo juntoaoBNCC(BancoNacionaldeCrédito Cooperativo) e repassamos o dinheiro à COOPERBOM. A relação de confiança era tão grande que o negócio foi feito apenas na palavra empenhada sem nenhum documento. Quando do vencimento do empréstimo, a cooperativa pagou rigorosamente”, conta orgulhoso.
“Em outra ocasião, a Cooperativa Central passava por uma crise financeira e não teve condições de pagar o leite do mês. Nessa época, 45 cooperativas associadas renunciaram ao recebimento do leite para revigorar as finanças da CCPR. Esse crédito foi pago através do repasse cotas da CCPR para as respectivas cooperativas”, lembra Sô Elídio.
Cooperado há aproximadamente 60
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Ahistóriadeumgrandeprodutorrural.
anos (matrícula de número 221-6), a fidelização foi passada para filhos e netos. Sô Elídiosemprefoiexemplodeprodutorrural pelo seu caráter, seriedade, honestidade, pioneirismo e competência. Foi condecoradopeloINCRA(MinistériodaAgricultura) como“ProdutorRuralModelo”nosanosde 1982 a 1984 (foto).
Mesmo sendo grande produtor de leite e o maior fornecedor do produto por alguns anos, Sô Elídio nunca aspirou a nenhum cargo na COOPERBOM, embora tenha sido conselheiro fiscal nos primórdios da entidade. Gerador de empregos no campo, já teve até 15 funcionários fichados em sua fazenda, seu livro de registro de empregados foi um dos primeiros de Bom Despacho, e “nunca sofri qualquer ação trabalhista”, diz com orgulho. Foi o pioneiro na inseminação artificial na região,quandonoBrasilapenas4%dosprodutores utilizam essa técnica.
Agrimensor autodidata e de confiança, os fazendeiros sempre solicitavam seus préstimos para avaliações e partilhas amigáveis. “Foram 43 avaliações”, destacou. Os dons de avaliador vieram de experiências com seu pai, agrimensor por mais 40 anos, e dos livros sobre o assunto que ele devorava.
Sô Elídio gostava de andar a pé pela cidade para encontrar os amigos cuja amizade cultivou por anos a fio, manter sua postura física e as conversas em dia. Hoje, apesar das limitações físicas, amparado por sua manguara, como ele chama carinhosamente sua bengala, ainda faz
suas caminhadas nas proximidades de sua residência.
Vicentinho,cumpridorfieldeseuscompromissos cristãos e religiosos, participava assiduamente das missas dominicais na Santa Casa. Atualmente, recebe a Eucaristia em casa. Foi idealizador e provedor por vários anos do “Natal dos Pobres” na localidade do Engenho do Ribeiro.
Pai, sogro, avô, bisavô, amigo admirável, alicerce familiar, íntegro, cristão fervoroso, cobre sua família de confiança, amor, dentre muitos outros valores.
Elídio Rodrigues da Costa é um grande exemplo para todos nós.
Sô Elídio disse que além de louvar a atual gestão, o conselho que daria aos diretores seria para continuem fazendo este belo trabalho, firme, competente, honesto e responsável que estão fazendo à frente da COOPERBOM. Emocionado, Sô Elídio agradece aos diretores pela lembrança de seu nome para esta homenagem.
-Nãohádequê,SôElídio,acooperativa lhe é eternamente grata pela honra de tê-lo como associado e por sua inestimável cooperação. (Os Diretores)
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Ao observarmos a trajetória e o desenvolvimentodaCOOPERBOM(CooperativaAgropecuáriadeBomDespacho), durante seus 66 anos de existência, vemos quantos desafios ela superou. Foi sempre motivo de orgulho para todos nós. Hoje, nos orgulhamos ainda mais por ela ser uma das maiores e melhores cooperativas de Minas Gerais.
Vários diretores, ao longo desses 66 anos, somaram e deram o seu melhor na gestão de nossa cooperativa. O protagonismo dessas lideranças foi de suma importância para o desenvolvimento da COOPERBOM. Tornou-se uma grande empresa, possui várias unidades na região e conta com o trabalho e adedicaçãodeumaequipequalificada.
Atualmente, sua expansão é alavancada pela força motriz gerada pelo setor comercial, coordenado pelo diretor Enes Custódio Fialho. Gestão estratégica, dinâmica e inovação são processos basilares do setor.
Na gestão atual, a área comercial tomou novos e promissores rumos. O trabalhoeficienteeestratégicofaztoda adiferença.Aequipetécnicaestásem-
pre ao lado do produtor para atendê-lo emsuapropriedadeeapoiá-lonodiaa dia em suas demandas.
Prova desse eficiente trabalho da equipe comercial são os excelentes números obtidos pela COOPERBOM em 2021 – alcançamos o melhor resultado da história! Isso mostra o exercício de uma gestão séria, competente, qualificada e dinâmica e indica que o trabalho levado a sério não tem segredo para atingir grandes resultados.
Ressalte-se que um setor não trabalhasozinho,eessesresultadossóforam possíveisgraçasaoempenhoecooperação de todos. Com o apoio de toda a equipe administrativa e dos demais colaboradores, os resultados só podem ser os melhores.
A atual diretoria trabalha sempre em prol do crescimento da cooperativa e apoia incondicionalmente nossos cooperados, dando-lhes o amparo e o suporte necessários para o seu crescimento. Levamos a COOPERBOM até nosso cooperado para que ele possa produzir cada vez mais, melhor e com tranquilidade.
AO LADO DO PRODUTOR!
Quero agradecer a cada cooperado, pois eles são a razão de ser da cooperativa, de nos empenharmos todos os dias para que a COOPERBOM seja grandeparceiraeapoiadoradosprodutores. Nossomaiorobjetivoéveroprodutorrural satisfeito e produzindo sempre mais.
Agradeço à nossa equipe de colaboradores de todas as unidades, que não medem esforços e se empenham todos os dias para entregar um atendimento de qualidade e excelência para o nosso cooperado.
Eu e minha equipe de trabalho, o diretor comercial Enes Custódio Fialho e o diretor administrativo Carlos Humberto de Araújo, temos o compromisso de fazer desta gestão uma das melhores, pois nosso dever é, em primeiro lugar, apoiar o nosso cooperado e prezar pelo crescimento da nossa COOPERBOM.
Fúlvio de Queiroz Cardoso Neto Presidente
SERVIÇOSAMBIENTAIS:LEI CORRIGEINJUSTIÇAAO PROPRIETÁRIORURALPELOS
CUSTOSDEPROTEÇÃOAO MEIOAMBIENTE.
JOSÉLUIZALMEIDA
COSTA
Consultor em conhecimento transversal
Aleiaindapoucoaplicada–pordesconhecimento ou por falta de facilidade local para o acesso a seus benefícios – pode acrescentar mais renda ao produtor rural, além de o reconhecer como protetor do meio ambiente.
Até então, era comum o proprietário rural não ter a sua imagem relacionada à conservação ambiental e, por isso, julgarem que ele não necessitava ser compensado pelos seus custoscomamanutençãodaÁreadeReserva Legal sob sua responsabilidade. Mas a lei do governo federal que institui a Política Nacional dePagamentoporServiçosAmbientaiscorrige essa injustiça.
A lei cria o mercado de compra e venda de serviços ambientais. Assim, o proprietário rural pode receber recursos monetários pelos serviços ambientais prestados, tanto nas atividades agropecuárias corriqueiras como no manejosustentáveldasáreasdereservalegal que, ao contrário que muitos pensam, não são intocáveis.
Na prática, a conservação da área de reserva legal, como diz a lei, se enquadra como uma prestação de serviços de suporte à perenidadedavidanaTerra,pormeiodaciclagem de nutrientes, da decomposição de resíduos, da produção, da manutenção e da renovação da fertilidade do solo, pela polinização e pela dispersão de sementes, pelo controle de pragas e vetores prejudiciais de doenças humanas, pelo combate à radiação solar ultravioleta, pela manutenção da biodiversidade e do patrimônio genético.
A lei de pagamentos por serviços ambien-
tais permite que esses custos se tornem receitas ao proprietário rural.
Mesmo antes da lei por serviços ambientais, o Código Florestal já assegurava o direito de “uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural”, com a função de auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promoção da conservação da biodiversidade, abrigo e proteção da fauna silvestre e da flora nativa.
EMCONJUNTO,OSPROPRIETÁRIOSRURAIS
BRASILEIROSFIGURAMENTREOSMAIORES PROTETORESMUNDIAISDOMEIOAMBIENTE.
Segundo a Embrapa, a soma das áreas de proteçãolegaldetodasaspropriedadesrurais do Brasil equivale a 26% do território nacional. Os dados são oficiais, constantes no Cadastro Ambiental Rural.
Ou seja, os proprietários rurais são, na prática, os maiores conservacionistas ambientais brasileiros e alguns dos maiores do planeta. Somadasasáreasdepreservaçãonativasnos imóveis rurais brasileiros, elas correspondem ao tamanho de dez países da Europa.
SERVIÇOSDESUPORTEEMANUTENÇÃOAO
MEIOAMBIENTE.
A Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais prevê diversas modalidades que podem ser pactuadas entre o provedor e o pagador desses serviços. Um dos serviços ambientais que praticamente toda atividade
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PAGAMENTOPOR
Apesardealeifederalpermitir,faltam balcõeslocaisparaacessodoprodutorrural aomercadodepagamentosporserviços ambientais.
rural presta corriqueiramente é o que a lei denomina “serviços de suporte”. São eles “ciclagemdenutrientes,decomposiçãoderesíduos, produção, manutenção ou renovação da fertilidade do solo, polinização, dispersão de sementes, controle de populações de potenciais pragas e de vetores potenciais de doenças humanas, proteção contra a radiação solar ultravioleta e manutenção da biodiversidade e do patrimônio genético”.
A legislação das atividades rurais praticamenteobrigaoprodutorruralaexecutaresses serviços. Dentre eles, os “serviços de provisão” previstos na lei de serviços ambientais, tais comoconservaçãodosmeiosdeproduçãode alimentos, da água, da madeira, das fibras e dos extratos, dentre outros.
QUILOMBOLAS,INDÍGENASEAGRICULTORES FAMILIARES.
Uma das diretrizes da Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais é a utilização do pagamento por serviços ambientais como instrumento de promoção do desenvolvimento social, ambiental, econômico e cultural das populações em área rural e urbana e dos produtores rurais, em especial das comunidades tradicionais, dos povos indígenas e dos agricultores familiares.
FALTABALCÃOLOCALDECOMPRAEVENDA DESERVIÇOSAMBIENTAIS.
Apesar de a lei permitir a remuneração por serviços ambientais, faltam mecanismos locais que permitam o acesso do proprietário rural para que ele possa ser remunerado. Nessesentido,éoportunocriaraversãomunicipal daleiparaqueosefeitosdelasetornemacessíveis ao cidadão.
MERCADODECOMPRAEVENDAPORSERVIÇOSAMBIENTAIS:
OQUEDESCRIÇÃOCOMOACESSAR Serviços ambientais
Atividades individuais ou coletivas que favorecem a manutenção, a recuperação ou a melhoria dos serviços ecossis- têmicos (veja no quadro a seguir).
Transação de natureza voluntária, mediante a qual um pagador de serviços ambientais transfere a um provedor desses serviços recursos financeiros ou outra forma de remuneração,nascondiçõesacertadas, respeitadas as disposições legais e regulamentares pertinentes.
Pagador por Serviços Ambientais
Pode ser qualquer organização nacional ou internacional, dentre eles, o poder público, organizações da sociedade, agenteprivado,pessoafísicaoujurídica.
As modalidades de pagamento deverão ser previamente pactuadas entre pagadores e provedores de serviços ambientais, podendo ser pagamento em dinheiro ou outra modalidade de compensação.
Programa Federal de Pagamento por Serviços Ambientais
É o instrumento nacional de referência paraopagamentoporserviçosambientais de órgãos públicos.
As Áreas de Reserva Legal serão elegíveis para pagamentos por serviços ambientais com recursos públicos, com preferência as localizadas em regiões de recursos hídricos escassos, com necessidade de recuperação da biodiversidade, áreas em processo de desertificação, ou avançada fragmentação e descaracterização da fauna e da flora originais.
Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais
Lei12.119/2021quedefineconceitos,objetivos, diretrizes, ações e critérios de implantação da Política Nacional de Paga- mento por Serviços Ambientais (PNPSA), institui o Cadastro Nacional de Paga- mento por Serviços Ambientais (CNPSA) e o Programa Federal de Pagamento por Serviços Ambientais (PFPSA), dispõe sobre os contratos de pagamento por serviços ambientais.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/ L14119.htm
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SERVIÇOSECOSSISTÊMICOSOQUEÉ EXEMPLOS
Serviços de provisão
São os que fornecem bens ou produtos ambientais utilizados pelo ser humano para consumo ou comercialização, tais como água, alimentos, madeira, fibras e extratos, entre outros.
Serviços de produção de alimentos naturais;
Serviçosdesegurançaalimentar e nutricional;
Serviços de reflorestamento e revegetação;
Serviços de segurança hídrica.
Serviços de suporte
São os que mantêm a perenidade da vida na Terra, tais como a ciclagem de nutrientes, a decomposição de resíduos, a produção, a manutenção ou a renovação da fertilidade do solo, a polinização, a dispersão de sementes, o controle de populações de potenciais pragas e de vetores potenciais de doenças humanas, a proteção contra a radiação solar ultravioleta e a manutenção da biodiversidade e do patrimônio genético.
Serviços de combate à desertificação: compostagem dos resíduos orgânicos e produção de substratos para fertilização de solos;
Serviços de Polinização: criação de abelhas na Reserva Legal; Serviços de proteção de nascentes: cercamento e plantio de árvores no entorno das nascentes.
Serviços de regulação
São os que concorrem para a manutenção da estabilidade dos processos ecossistêmicos, tais como o sequestro de carbono, a purificação do ar, a moderação de eventos climáticos extremos, a manutenção do equilíbrio do ciclo hidrológico, a minimização de enchentes e secas e o controle dos processos críticos de erosão e de deslizamento de encostas.
Serviços de prevenção às enchentes: revegetação de encostas de morros para combate ao carreamento de terras nos cursos d’água;
Serviços de créditos de carbono com criação bovina: criação bovina integrada com reflorestamento;
Serviços de eficiência energética: uso de aquecimento solar; autoprodução de energia por meio de sistemas fotovoltaicos, hidráulicos e biomassa; troca de motores elétrico por mais eficientes.
Serviços culturais
São os que constituem benefícios não materiais providos pelos ecossistemas, por meio da recreação, do turismo, da identidade cultural, de experiências espirituais e estéticas e do desenvolvimento intelectual, entre outros.
Serviçosdeconservaçãodapaisagem cênica rural;
Serviços de turismo rural;.
Serviços gastronômicos rurais.
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JoséLuizAlmeidaCosta EspecialparaaRevistaCOOPERBOMemCampo Supervisãoeditorial:RenatoFragoso
PORQUEEXISTEM DIFERENTEBASES GENÉTICAS?
Na primeira matéria que trouxe para a Revista COOPERBOM em campo, mostrei de onde vem a necessidade do melhoramento genético. Nesta edição, vamos pensar e buscar saber um pouco mais sobre as diferentes bases genéticas que temos disponíveis para utilizar em nossos rebanhos.
Quando pensamos na raça Girolando, sabemos que parte da genética vem do Gir Leiteiro e parte vem do Holandês. Sabemos também que o Gir Leiteiro foi importado do continente africano, mas e o Holandês? O próprio nome já diz: a raça Holandês é originada da atual Holanda, antiga Frísia, norte do Estado holandês. Posteriormente, a raça foi levada para os Estados Unidos e o Canadá.
GRACIELAPAULIN
foram ditando o que era preciso ser feito em relação ao melhoramento genético. Emoutraspalavras,aseleçãogenéticafoi realizadadeacordocomasnecessidades da região, de formas distintas.
Nos Estados unidos, os melhoradores zelaram por animais muito produtivos nas primeiras lactações, de alta estatura e de boa conformação. Após a produção intensiva durante as primeiras lactações, essesanimaiseramdirecionadosaoabatee,paraterumbomrendimentonocorte também,sãodealtaestatura–essabase tem o nome de TPI.
Na Holanda, a seleção foi feita principalmente para longevidade, com vacas que permanecem no rebanho por mais tempo, deixando mais filhas e trazendo lucro por mais tempo. Para isso, os melhoradores notaram que era preciso que os animais apresentassem muita saúde e eficiênciaporque,seelesfossemmantidos pormuitotempo,serianecessárioquefossem eficientes em relação a alimentação eprodução.Alémdisso,abuscapelaeficiência recorreu ao conceito de que as vacasdepequenoporteprecisamdemenos alimentoparasuasnecessidadesbásicas, enquanto as de maior estatura precisam de mais – essa base é chamada de NVI.
Agora que já sabemos as origens e a disseminaçãodaraçapelomundo,podemos nos questionar: mas, se a origem é a mesma, de onde vêm as diferenças? Com o passar dos anos, as necessidades das propriedades nas diferentes localidades
Conhecendo as diferenças primordiais das duas principais bases genéticas do gado Holandês, a NVI e a TPI, vamos para as diferenças atuais entre ambas as bases. Antes disso, é importante ressaltar que não se devem comparar as bases, porque, como já sabemos, possuem his-
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Analista técnica comercial
tórico de seleção e métricas diferentes. Vamos analisar juntos:
- Na produção de leite e sólidos, o NVI (Hol) é expresso em quilo de leite, e no TPI (EUA) é em libras; o mesmo vale para gordura e proteína. E o valor na base NVI é representadopormérito(ouvalor)genéti-
co, enquanto a TPI é representada por PTA (Capacidade Prevista de Transmissão).
- A leitura das bases é diferente. O NVI considera a base 100, enquanto a TPI considera a escala de 1 em 1, como mostra a distribuição normal.
- As características avaliadas são diferentes. Um exemplo clássico é que a NVI e a TPI são indicadores equivalentes, mas são mensuradas de maneiras distintas. Como exemplo, a seguir, na direita, temos uma prova na base NVI e, na esquerda, umaprovanabaseTPI–observemqueas
características avaliadas são diferentes.
Para finalizar a discussão desta edição, as características e as ponderações que calculam os índices oficiais das bases, o index NVI e o index TPI:
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Podemos observar que as caraterísticas e as ponderações consideradas em ambos os index são diferentes e calculadas de maneiras diferentes.
Para ilustrar, podemos dizer que não se devem considerar bananas com maçãs porque,emboraambassejamfrutas,possuem texturas, tamanhos e formatos distintos. Diante de todas essas informações, podemos concluir que não existe uma melhor ou pior base, pois cada uma tem suas especificidades. Algumas empresas trabalham com mais de uma base pelo
motivo de poder atender todas as necessidades. Além das duas citadas neste texto, existem a da Nova Zelândia, a do Canadá e a da Alemanha.
Aguardem que, nas próximas edições, conversaremos de maneira mais profunda sobre essas especificidades das bases genéticas em relação a saúde, eficiência e muita produtividade.
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GracielaPaulin Analistatécnicacomercial
DIADECAMPO.
No dia 13 de abril de 2022, a Cooperbom participou do “Dia de Campo” realizado em parceria com a Cooperativa Central dos Produtores Rurais - MG (CCPR). O evento foi realizado na Fazenda do cooperado, Sr. Elias Salviano da Silva, conhecido como Eízo, proprietáriodaFazendaVargemdoVale(Fazenda daBarra),nalocalidadedeEngenhodoRibeiro.
O“DiadeCampo”integrouoprojeto“CircuitoNota10”,quepromovecapacitaçãodosnossos cooperados fornecedores de leite, através de palestras, dias de campo e cursos.
No evento, a temática abordada foi: “Compost Barn: Vale a pena investir?”, ministrado pelo médico veterinário e consultor do Educampo/SEBRAE,GustavoTorresecontoucoma presença de diversos cooperados.
O sistema de instalação Compost Barn visa reduzir custos de implantação e manutenção, melhorar índices produtivos e sanitários dos rebanhosepossibilitarousocorretodedejetos orgânicos(fezeseurina)provenientesdaatividade leiteira. Consiste em um grande espaço físicocobertoparadescansodasvacas.Aárea é revestida com serragem, sobras de corte de madeira e esterco compostado. O principal objetivo do Compost Barn é garantir aos animais conforto e um local seco para ficarem durante o ano e a compostagem do material da cama. O método concilia a produção e o meio ambiente, visto que se baseia na ação de microrganismos que utilizam a matéria or-
gânica como substrato. O Compost Barn pode oferecer aos pequenos e médios produtores uma alternativa para elevar a produtividade, além de possibilitar maior conforto e higiene para o rebanho, contribuir para a redução de problemasdepernaecasco,diminuiracontagem de células somáticas (CCS), aumentar a detecção de cio e a produção de leite e diminuir o odor e incidência de moscas.
A Fazenda Vargem do Vale é certificada no Programa Práticas Nota 10 da CCPR. O Programa se baseia em 4 pilares: bem-estar animal, gestão,infraestruturaequalidadedoleite.Tudo construído de forma simples e funcional, com propostadeaçõesquesetraduzememganhos para todos os envolvidos na rotina da fazenda. Para participar e ser certificado, a propriedade deve cumprir 100% dos requisitos obrigatórios e 75% dos itens de boas práticas. A adoção das boas práticas faz toda diferença na qualidadedoleiteenosresultadosdaFazenda. De acordo com o instrutor e médico veterinário, Gustavo Torres, “a adoção do sistema decompostbarnéumaótimaalternativapara uma pecuária de leite eficiente do ponto de vista econômico, desde que haja uma gestão dequalidadecomequilíbriodecustoseescala de produção, ressalta.”
A CCPR e a COOPERBOM buscam sempre direcionar o cooperado no avanço de novas práticas e tecnologias para otimização de resultado.
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CCPR/COOPERBOM.
P ROM OÇÃ O
COMPRANDO A PARTIR DE R$ 50,00 EM UMA DE NOSSAS UNIDADES, VOCÊ CONCORRE A VÁRIOS PRÊMIOS.
Abasteça nos Postos de Combustíveis da Cooperbom e concorra a R$ 300,00 em abastecimento.
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*A cada R$ 50,00 em compras, ganhe 01 cupom. Será permitido no máximo 20 cupons por pessoa.
*Ima g em mera mente stra tiva *Imagem meramente ilustrativa. POSTOS
*Promoção válida de 02 de Maio a 27 de Maio de 2022.
DE COMBUSTÍVEIS SUPERMERCADOS LOJAS AGROVETERINÁRIAS
MARCAÇÃO:
Primeiropassoparaprevenir resíduosdeantibióticos.
Segundodiversoslevantamentos,a faltademarcaçãodevacastratadas é uma das principais razões para a contaminaçãodoleitedotanquepor resíduosdeantibióticos.
Quando nos deparamos com esta realidade e analisamos as razões para os produtores não marcarem as vacas tratadas, ficamos sem entender porque esta prática não vem sendo realizada. Assim, nos perguntamos: porqueistoestáocorrendo?
A marcação de vacas tratadas (em lactação e secas) é uma ação muito simples e que não tem custo significativo. Além disto, temos várias formas de marcar e todas são rápidas e não são complicadas. Basta, ao realizarmos o tratamento das vacas, imediatamente marcá-las de for-
ma que o funcionário as identifique rapidamente, as ordenhe por último e desvie o leite do tanque durante todo o tempo recomendado na bula, segundo o período de carência do medicamento.
Para marcar as vacas, podemos usar pulseiras, colar, spray, fitas, estabelecendo, por exemplo, a cor vermelha para vacas tratadas na lactação (VL) e a cor azul, para vacas secas (VS) tratadas (Figura 1). Podemos usar cordinha, de nylon, fita e spray de uso aprovado para animais. É simples e determinante para prevenir a ordenha de vacas tratadas cujo leite pode conter antibióticos e contaminar o leite de todo o tanque e consequentemente, de todo caminhão.
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E o que leite sem resíduos significa? Significa que o leite de vacas tratadas não vai para o tanque e não contamina todo o leite do tanque (Figura 2). Significa, ainda, leite conforme e seguro que não acarretará perdas para os produtores e indústria, e que não representará riscos aos consumidores. Na prática, significa menor descarte de leite do tanque e do caminhão e consequentemente, menores perdas paratodos.
Na verdade, correr ou não o risco de ter resultado positivo para antibiótico no tanque refrigerador ou no caminhão de coleta a granel é uma decisão do produtor e de seus funcionários. Para tal, a marcação obrigatória detodasasvacassecas e em lactação tratadas
Não tenho dúvidas em afirmar que, se marcarmos as vacas tratadas, fizermos o registro dos tratamentos, a separação dos animais tratados dos demais e seguirmos as orientações da bula, não teremos resíduos de antibióticos no leite. Estamos falando do protocolo MRST:marcar, registrar, separar e tratar segundo as orientaçõesdabula.
comantibióticos é uma ação muito importante para evitar riscos de perda e de descarte de todo leite contaminado. Por isto, precisamos avaliar se todas as vacas tratadas estão sendo marcadas e se o registro dos tratamentos, separação das vacas e os tratamentosestãosendofeitoscorretamente.
Fique atento produtor! Só controla quem monitora!Leitecomantibióticonotanqueéproibidoecausagrandesprejuízosparatodos!Comecemarcando todasasvacasnafazenda.Istodarámaissegurançaparatodos!
Converse comoseutécnicosobreoqueusarpara marcar as vacas e, de preferência, faça mais de umamarcação!!!
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AUGUSTOPEDRO DOCOUTO.
A Revista COOPERBOM em Campo conta, nesta edição, uma pequena parte da grande história de um dos mais antigos associados da cooperativa. Falamos de Augusto Pedro do Couto, o senhor Zinho Braga, como é conhecido no Engenho do Ribeiro. Senhor Augusto é casado há 75 anos com dona Nair de Oliveira Couto, de 93 anos. O casal tem 11 filhos, 28 netos, 15 bisnetos e 1 tataraneto. Do alto de seus94anos,osenhorAugustotem muitahistóriaparacontar.“Foicom muito trabalho e suor que conseguimos criar nossos 11 filhos. Naqueles tempos remotos, tudo era muito dificultoso, principalmente antes de se instalar o Posto de Leite da COOPERBOM no Engenho do Ribeiro”, afirmou.
O senhor Augusto foi tirador de leite, catireiro e criador de porcos. “Fiz muita coisa nesta vida para garantir o sustento da família naqueles tempos custosos, e graças a Deus fomos abençoados, pois temos uma família saudável, unida e amorosa”, completou.
Ao seu lado, é dona Nair quem toma as rédeas da prosa. Lúcida e muito perspicaz, a nonagenária fala da importância da COOPERBOM para o povo do Engenho de Ribeiro. “Em 30 de março de 1985, a cooperativainaugurouaquioPosto de Coleta de Leite. Para nós foi motivo de muita alegria, era um mundonovoparaoEngenho”,cantaela, em versos, sua inauguração (foto).
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SenhorZinhonãoédefalarmuito, poupa palavras, fala com os olhos e com seus silêncios reflexivos, certamente se lembrando daqueles tempos, quando ainda entregava leite no lombo de cavalo. A memória lhe trai, às vezes. Num repente, uma lembrança salta-lhe da memória e ele conta. Certa vez, seu cavalo escorregou e caíram os dois,eleeocavalo,numaribanceira. As latas de leite quase esmagaram sua mão. A consequência do acidente foi a perda de uma das falanges de um dos dedos da mão direita e a limitação de movimentos de outros. Ou quando foi de muda com a família e toda a tralha para o povoado do Capivari. “Quando mudamos, o pessoal do Engenho comentou, caçoando: ‘Trocou uma galinha por um ovo!’”. As coisas não foram muito bem no Capivari.SenhorZinhoBragajuntou família e tralha novamente e voltou para o Engenho. O rumo da prosa foi outro: “O Zinho agora trocou o ovo pela galinha”. “Mas isso ficou no passado”, consente ele. “Hoje a
vida é muito mais fácil. A cooperativa trouxe desenvolvimento e qualidade de vida para o povo do Engenho do Ribeiro”, afirmou.
Sempre precavido e preocupado com o futuro, senhor Zinho inventariou e repartiu suas posses entre os 11 filhos, dividindo a Fazenda Marcos ou a Forquilha entre a filharada. “É para não ter malquerença depois”, afiançou.
Dona Nair retoma a palavra para agradecer à cooperativa e a seus diretores. “A cooperativa é abençoada por Deus, que também abençoou todos aqueles que dela fizeram e fazem parte, diretores e funcionários.” Senhor Zinho pegou garupa nas palavras de Dona Nair e acrescentou: “A cooperativa é de grande importância para a população engenhense, pois sem ela a vida seria muito mais difícil em nossa comunidade”, concluiu.
Colaboração:GilmardeOliveiraCouto
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CHARLESVINÍCIUS
No campo, durante minhas assistências às fazendas, observo que um ponto muitoimportantedentrodapropriedadeé umaboareproduçãodogadoleiteiropara proporcionar uma melhor produção ao proprietáriorural.Terumrebanhocomalto potencial genético e com ótima produtividade é um dos grandes desafios, mas, quando introduzimos constante melhoramento junto a novas tecnologias, esse obstáculopodeserresolvido,aumentando ainda mais a produtividade do rebanho.
A pecuária de leite vem crescendo a cadadiamais,setornandomaismoderna e competitiva. Para o acompanhamento destas tecnologias, precisamos de um manejo reprodutivo eficiente, com o objetivo de fazer com que as vacas leiteiras tenham um maior número de crias no decorrer de sua vida reprodutiva. Sempre venho falar aqui, na Revista COOPERBOM em campo, a respeito da eficiência reprodutiva nos rebanhos – e creio que este seja o ponto-chave para garantir um grande retorno ao produtor de leite, pois, além de ter mais crias ao longo da vida, podemos assegurar maior tempo no período de lactação e produção de animais com uma genética superior para preservar o futuro da fazenda.
O principal objetivo das tecnologias reprodutivas é modificar e melhorar o rebanho leiteiro, intensificando a produção de leite. Várias são as tecnologias atualmente que podemos aplicar dentro da propriedade. Destacamos algumas delas abaixo:
INSEMINAÇÃOARTIFICIAL(IA):
O processo da inseminação já é bastante utilizado pelos produtores e, de acordo com a Embrapa Gado de Leite, ela ocorre da seguinte forma: o sêmen do touro é introduzido, pelo homem, no útero da vaca ou novilha em cio sem o contato direto com o touro. É a técnica mais simpleseutilizadaporprodutores,masrequer cuidados, pois envolve diferentes passos, desde a observação e a detecção do cio, omomentodainseminaçãoesuahigiene, o correto manuseio do botijão de sêmen, o adequado descongelamento e manipulação do sêmen e uma boa prática no atodainseminaçãoemsi.Recomenda-se queoprocessosejarealizadoporumprofissional qualificado.
As principais vantagens do uso da InseminaçãoArtificial(IA)são:possibilidade deusodesêmendetourosprovados(com teste de progênie); menos gastos de investimentos na compra de touros; menor transmissão de enfermidades pelo touro; padronização do rebanho, com a utilização de poucos reprodutores em muitas vacas.
INSEMINAÇÃOARTIFICIALEMTEMPO
FIXO(IATF):
A IATF é a IA aperfeiçoada, pois utilizamos protocolos hormonais com o objetivo de sincronizar os cios, bem como as ovulações, ocorrendo no período que o produtor desejar.
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FERREIRA
Médico Veterinário
AsprincipaisvantagensdousodaInseminação Artificial em Tempo Fixo são: redução do intervalo entre partos; aumento da produção de bezerros; eliminação da observaçãodecio;induçãodaciclicidade em vacas em anestro.
TRANSFERÊNCIADEEMBRIÕES(TE):
O processo de transferência de embriões se dá pela escolha da fêmea doadora, na qual profissional realiza um tratamento hormonal para promover a superovulação. A doadora é inseminada, e,apósumperíodo,érealizadaalavagem uterina, com a retirada dos embriões e a transferência para as receptoras. Ainda é possível o congelamento para uso posterior dos óvulos fecundados. Essa é uma biotecnia utilizada no melhoramento genético para aumentar o número de descendentes de uma doadora de genética superior em um curto período.
FECUNDAÇÃOINVITRO(FIV):
O processo da FIV é feito em laboratório, o que caracteriza a produção de embriões fora do organismo materno. As etapas são: coleta de óvulos, maturação, fecundação, cultivo embrionário e trans-
ULTRASSONOGRAFIA:
O uso da ultrassonografia na propriedade auxilia o profissional em seus diagnósticos, oferecendo mais rapidez e precisão. Este tema ainda será abordado posteriormente, em outra matéria, para que possamos mostrar detalhadamente osbenefíciosdaintroduçãodessatécnica na propriedade rural.
O uso de tecnologia na produção de leite é imprescindível para quem deseja aumentar a quantidade de litros produzidos e manter o gado saudável. Para isso, deve-se investir em técnicas avançadas que beneficiam a reprodução dos animais e o seu conforto. O manejo reprodutivo deve ser feito visando alcançar os melhores resultados na produção leiteira. Por isso, o investimento tecnológico é um aliado para a fazenda e também para os médicosveterinários,quepassamasaber detalhes sobre o gado e ter controle total do rebanho.
CharlesViníciusFerreira MédicoVeterinário
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ferência do embrião para a receptora.
COMOMELHORAR APRODUTIVIDADE DASVACASDELEITE NOPERÍODODE TRANSIÇÃO?
Entrepesquisasepráticasvivenciadas nas fazendas, comecei a observar como o desempenho das vacas de leite fica elevado quando suplementamos na época certa. Um rebanho com vacas saudáveis produz mais leite quando elas são suplementadas adequadamente em seu período de transição.
O período de transição na vaca leiteiraficaentreointervalodetrêssemanas, antes e após o parto, quando apresenta mudanças drásticas nos estados fisiológico, nutricional, anatômico e comportamental para o parto e a lactação.
Nesseperíododetransição,háuma redução da ingestão de matéria seca (IMS), por isso é necessário formular uma dieta com alta densidade de energia e proteína, com o objetivo de atender as exigências do animal durante esse período que compreende final da gestação e maior crescimento do feto, o parto e a lactação, reduzindo o risco de distúrbios metabólicos (NRC, 2001). Além do fornecimento de nutrientes, o balanço nutricional deve atender a fisiologia do animal ao parto, a flora ruminal, bem como os efeitos farmacológicos de alguns nutrientes na prevenção de distúrbios, como, por exemplo: selênio, que pode estar correlacionado com a retenção
FERNANDA CÂNDIDOFERREIRA
Zootecnista, Pós-graduada em Nutrição Animal
de placenta; ou cálcio, que pode estar correlacionado com a febre do leite. O desbalanço nutricional no pré-parto, em deficiência ou excesso, bem como suas associações, predispõe a desordens metabólicas no periparto e reprodutivas no pós-parto. Como dito antes, as vacas passam por adaptações metabólicas e fisiológicas durante o período de transição – é considerado um período muito crítico para elas. Após o parto, há um aumento rápido da produção de leite, quando se elevam as demandas não só de glicose para a síntese de lactose (açúcar do leite), como também de minerais tais como cálcio (Ca), fósforo (P) e magnésio (Mg). Assim, há uma crescente demanda nutricional devido à produção de leite, que, aliada à ingestão de alimento relativamente baixa pela vaca nessa fase, pode permitir que as concentrações séricas de alguns minerais caiam a níveis abaixo do fisiológico.
Paraexemplificaraintensamudança que a vaca sofre durante esse período, vamos dar como exemplo o que ocorre com o cálcio, de acordo com umestudorealizado.Umavacade650 kg de peso vivo possui em torno de 3 g de cálcio (Ca) no plasma e apenas de 8 a 9 g em todos os fluidos corporais extracelulares. Já o colostro produzido
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por ela contém cerca de 1,7 a 2,3 g de cálcio por quilo (Ca/kg), e o leite, cerca de 1,1 g de Ca/kg. Se essa vaca produzir 10 kg de colostro, ela retira aproximadamente 20 g de cálcio das suas reservas corporais, ou seja, em pouco tempo, ela mobiliza quase sete vezes a quantidade de cálcio sanguíneo e de três a dez vezes mais cálcio do que durante a gestação.
Os animais precisam manter as concentrações de cálcio entre os limites fisiológicos para que haja o equilíbrio de seu organismo, que é chamado de homeostase, ou seja, para manter a homeostase desse mineral, há um aumento da entrada de cálcio para o sangue sempre que seus níveis abaixam, mas nem sempre esses mecanismosdoorganismodoanimalsão suficientes para manter as concentrações de cálcio dentro dos limites. Por isso, é muito importante entrarmos com a suplementação mineral e vitamínica nesta fase.
A suplementação mineral e vitamínica contribui para o controle da homeostase do organismo do animal, a integridade do úbere, as respostas imunológicas e a saúde da glândula mamária e, consequentemente, durante a produção. Por isso, a utilização de suplementação vitamínica e mineral estratégica é crucial durante o período de transição em vacas secas e uma eficiente ferramenta para melhorar a saúde e a produtividade em vacas leiteiras.
Os minerais e as vitaminas são de extrema importância para o animal apresentar o máximo desempenho na sua produção, e os produtores devem ficar atentos a qualquer alteração dos animais, pois existem práticas zootécnicas que podem ser adotadas no períododetransiçãoqueevitamesses desequilíbrios, levando à obtenção de um resultado satisfatório na produtividade e na saúde do rebanho.
GUERREIRA!
O padrão de inserção profissional segundo o sexo está mudando. As mulheres ocupam segmentos profissionais pouco d’antes explorados. A ampliação do leque profissional das mulheres nos últimos 40 anos, de forma inquestionável e contínua, deve-se, entre outras razões, ao aumento da sua escolaridade e à diversificação das suas escolhas educacionais.
Na atividade agropecuária não é diferente. A lida dura do campo, antes atividadeexclusivamentemasculina,cedeespaços para a mulher. Na pecuária leiteira, a presença da mulher é fundamental. A sensibilidade e a capacidade de compreender o componente emocional presente no trato com os animais tonifica sua atuação sem estressar os animais.
É comum ouvirmos: “falta o toque feminino”. A observação é usual para designar locais sem vida, ásperos, empedernidos, agrestes, áridos, etc. Estes adjetivos, porém, não podem ser usados na fazenda Ribeirão dos Santos, de propriedade de Fúlvio de Queiroz Cardoso Neto (Fulvinho). Lá, há o toque feminino! A responsável é Maria José Ribeiro, de 44
anos, 4 filhos (Daniel, Helder, Guilherme e Leonardo). Maria trabalha na Fazenda Ribeirão dos Santos há mais de 17 anos. Suas funções envolvem a administração geral e as atividades que vão da ordenha ao trato dos animais, desde o nascimento até a idade adulta.
Considerada da família, Maria é feliz no que faz, reconhece o tratamento digno quelheéconferidopelafamíliadopatrão, especialmente por Dona Lúcia, mãe de Fulvinho. Para o patrão, muitos elogios: “íntegro, honesto, compreensivo e solidário”.Masadmite:“àsvezesocaldoentorna, mas tudo se resolve com um bom diálogo”. Acrescenta: “Confiança não se compra! Conquista-se!”
Além de cuidar dos filhos, da casa, da ordenha e dos animais, Maria José conta, com seu jeito manso e seguro, que o mais importanteemsuaatividadeéobem-estar animal. Pratica-o, naturalmente, qual mãe que cuida e protege seu rebento.
“Com carinho e suavidade, os animais respondem com maior produtividade, evita-se o estresse, doenças e possíveis acidentes,” relata sem disfarçar o orgu-
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lho. Mal sabe Maria que estudiosos já proclamaram: “Manejo tranquilo e sem estressepromoveprodutividadenorebanho”. A recomendação é da especialista e autora de diversos livros sobre manejo racional e bem-estar animal Mary Temple Grandin, da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos.
Na fazenda, Maria conta, há 5 anos, com a ajuda do marido João Marcos da Silva Souza e, vez por outra, o filho Leonardo dá uma demão. Embora a mulher tenha ganhado espaço no agronegócio, tradicionalmente masculino, a participação feminina ainda representam pequenaminoriafrenteaosnegóciosnocampo. Maria fala das dificuldades encontradas pelo fato de ser mulher e comandar ho-
mens. “Ainda existe a barreira do preconceito de o homem receber ordens de uma mulher. Mas administro esses conflitos com muito diálogo. Mas se for necessário endurecer, faço-o: “Aqui, dentro do curral, quem manda sou eu!, diz em tom jocoso.
Sobre o trabalho da mulher no campo, Maria foi enfática: A mulher tem de ser muito guerreira! Guerreira, enfatizou. Com simplicidade, suavidade, capacidade de liderança e profissionalismo, Maria José nos dá importantes lições de vida, convívio social e relações humanas.
MariaJoséémulherforte,determinada, trabalhadora!Acordaàs4damatinaevai à luta com a suavidade e sutileza de uma flor silvestre colhida ali mesmo nos derredores da fazenda.
NOSSA
HOMENAGEM AMARIA
EA TODASAS MÃESE MULHERES DOAGRO!
JOSÉ
NOVOSASSOCIADOS MÊSDEABRIL-TOTAL:
16 associados
•AntônioCarlosdaSilva
•AntônioCarlosdeSouza
•CarlosAntôniodosSantos
•HevairdaCostaVales
•JoãoMárciodaSilva
•JoãoOrlandodeCamargosJúnior
•JoséSilvériodoAmaral
•JosianeMariaAmaralRuas
•LeandroLiberinodaSilva
•LucianaFloradeSousa
•MarleneCostaFerreiraRaposo
•MatheusBessasRibeiro
•SérgioAntônioCamisasca
•SérgioLúciodeMouraDayrell
•TarcísioTeodorodaSilva
•ViníciusFreitasFerreiraResende
LEITEENTREGUENA COOPERBOM
*LeiterecebidoemBomDespachoe EstreladoIndaiá.
PERÍODO: Março/2021 Abril/2021 Maio/2021 Junho/2021 Julho/2021 Agosto/2021 Setembro/2021 Outubro/2021 Novembro/2021 Dezembro/2021 Janeiro/2022 Fevereiro/2022 Março/2022 VOLUME(emlitros): 4.243.104 4.206.199 4.463.852 4.506.979 4.843.684 5.067.861 4.981.664 4.994.561 4.724.559 4.775.078 4.527.690 3.925.105 4.375.826
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