INFORMATIVO MENSAL EDIÇÃO 15 | FEVEREIRO 2022
TRABALHO!
Alysson Paolinellialerta paramigração dafomepara paíseseuropeus eEUA.
2022:Hora derevera qualidadee ficarcomTudo NosConformes!
“Aarteda guerra”na pecuária.
Opapelda cooperativana sociedade.
Foto:DavidFragoso
COOPERATIVA AGROPECUÁRIA DE BOM DESPACHO
Av. das Palmeiras, nº 180
Fone: (37) 3521-3131
Contato: secretaria@cooperbom.com.br
DIRETORIA EXECUTIVA: (Mandato 2020 até A.G.O. 2024)
Presidente - Fúlvio de Queiroz Cardoso
Neto
Diretor Administrativo - Carlos Humberto de Araújo
Diretor Comercial - Enes Custódio Fialho
CONSELHEIROS ADMINISTRATIVOS:
EFETIVOS: Elda Maria da Silva Alves
Santos, Everaldo Eustáquio Oliveira Melo, Itamar Silva, Marco Aurélio Rodrigues
Costa, Terezinha Aparecida Rangel Silva, Wilian Diniz da Silva Rezende.
SUPLENTES: Amintas Pinto da Silva, José Mauro da Silva, Maurício da Costa Cardoso.
CONSELHEIROS FISCAIS 2021/2022:
EFETIVOS: Fernando José Ferreira, Flávio
Martins Teixeira, Geraldo Elias de Oliveira.
SUPLENTES: Armando Pereira de Lima, Édson Longuinho, Iralva de Araújo.
CONSELHO EDITORIAL:
Fúlvio de Queiroz Cardoso Neto
Carlos Humberto de Araújo
Enes Custódio Fialho
Elda Maria da Silva Alves Santos
Júlia Marcela - Gerente de Marketing
Nara Tavares - Jornalista/Social Media
Pedro Augusto - Designer Gráfico
Bruna Santos - Analista de Marketing
Renato Fragoso
PALAVRADOSDIRETORES.
Cooperadas e Cooperados, Havíamos programado para o dia 4 de fevereiro a realização do Dia de Campo da COOPERBOM, com a participação de grandes parceiros do mercado. Infelizmente,asforteschuvasqueassolaramnossaregião afetaram, sobremaneira, a lavoura de milho na Fazenda COOPERBOM e comprometeram a realização do evento. Diante desse fato, o Dia de Campo foi adiado para nova data a ser divulgada futuramente.
Nesta edição, a revista COOPERBOM em campo foi à localidade de Engenho do Ribeiro, na Fazenda Água Branca, conversar com o senhor Vilarinho Roberto de Freitas, de 92 anos. A entrevista traz à luz a inspiradora história de vida de um produtor rural que alcançou suas conquistas à custa de muito trabalho e calo nas mãos.
O articulista José Luiz de Almeida Costa escreve, especialmente para a revista COOPERBOM em campo, sobreademografiamundialdafomeeasoluçãocriada pelo ex-ministro Alysson Paolinelli com o protagonismo de nossa região. A professora Mônica Cerqueira falasobre“2022:Horadereveraqualidadeeficarcom tudo nos conformes”!
PRODUÇÃO:
Publicação: Cidade’s.com Editora de Jornais e Revistas
CNPJ - 16.634.399/0001-00
Editor: Renato Fragoso - 17.434/MG
Fone: (37) 99856-0290
Projeto Gráfico: Central de Ideias - CCPR
Diretor de Arte: David Fragoso
Revisão: Thalita Martins
TIRAGEM: 2.000 EXEMPLARES
Impressão: RONA EDITORA
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião desta revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.
OmestreemproduçãoderuminantesTalesLelisfaz analogiadolivromilenardojaponêsSunTzu“AArteda Guerra” (500 a.C.) com a pecuária. Sobre segurança no trabalho, a engenheira de segurança no trabalho AnaCarolinaPereiraelaboroutextosobremedidaseficazes para se evitar acidentes e doenças de trabalho na ordenha.
O papel da cooperativa na sociedade é o tema abordado pela pós-graduanda em administração do agronegócio Amanda Rodrigues Eleutério. Por fim, rendemoshomenagemaoex-funcionáriodaCOOPERBOM, o pesquisador, genealogista, escritor e comercianteOrlandoFerreiradeFreitas,criadordoinformativo “Correio COOPERBOM”, falecido recentemente. Boa leitura!
3
ACABODEENXADA, FOICEEMACHADO, CONSTRÓI-SEUMA VIDA!
Vilarinho Roberto de Freitas, de 92 anos, é natural da cidade de Biquinhas - MG. De lá, mudou-se com pais para o vilarejo de Vau das Flores, município de Morada Nova de Minas. Nos anos de 1939, aos 9 anos de idade, foi de muda para o povoado do Engenho do Ribeiro e ali se estabeleceu. Em 1951 casou-se com Amélia Maria de Freitas e estão juntos há 71 anos. O casal tem 11 filhos, sendo oito mulheres e três homens. Lá pelos idos dos anos de 1963, comprou um terreno na localidade de Deus-me-livre, em sociedade com o irmão. Depois de adquirir a parte do irmão, o lugar foi rebatizado e passou a chamar-se Fazenda Água Branca.
| COOPERBOM EM CAMPO | 15 4
Foto:DavidFragoso
Vilarinho personifica a têmpera do bravo produtor rural. É Dona Amélia quem diz: “Todo patrimônio que meu marido conquistou foi à base da enxada, foice e machado!” E o próprio Vilarinho sentencia: “Quem trabalha muito, não tem tempo para ganhar dinheiro!” ‘Foi o meu caso’, brinca. E arremata, caçoando: “Inchou, manchou e foi-se!” Ou ainda: “Quem no cabo da enxada incha, na cova relincha!” Nessa toada, podemos citar o grande escritor mineiro, João
Guimarães Rosa, que esculpiu no seu livro “Grande Sertão: Veredas”: “Quem mói no asp’ro, não fantasêia!”
MasoSenhorVilarinhocontrataria todos esses ditados populares. Trabalhou duro, deveras! Construiu seu patrimônio tenazmente, de sol a sol, à custa de muito suor e mãos calejadas. A enxada, foice e o machado, ao invés de algozes, foram instrumentos que possibilitaram a Vilarinho construir seu sonho!
AtaídeeZeli(filhos),Patrícia (nora),JovianoeSônia(filhos). Amélia,VilarinhoeabisnetaSofia.
Foto:DavidFragoso
“Quando casei,meu sogrotinha 100hadeterra eeu,nadica denada!
Após12anos de casado, commuito trabalho, conquistei amesma quantidadede terraqueele possuía!”
Vilarinho é homem de incansável labuta. Comercializou gado, trabalhoucomomeeiro.Noperíodo das águas, plantou roça. Na seca, fabricou tijolos. Foi também silvicultor e catireiro. É associado da COOPERBOM há 40 anos e sempre forneceu leite para a cooperativa. Junto com Dona Amélia criaram 11 filhos. Há quatro anos fez a partilha de seus bens entre os filhos, cuja maioria toca seu quinhão lá na fazenda Água Branca, tirante a filha Silvia que mora em São Paulo e Maria Aparecida, residente há 34 anos em Israel.
Vilarinho é enfático ao aconselharprodutoresruraisaseassociarem à cooperativa. “Meu conselho ao produtor rural é para associar-se à cooperativa, onde terá muita vantagem, assessoria técnica,
facilidade para compras, e muitos outros benefícios”!
Contar a história de Vilarinho Roberto de Freitas é cavoucar o passado, remexê-lo, exauri-lo para extrair a belas lições de vida desse incansável produtor rural, semelhantes a tantas outras histórias de bravos produtores rurais símeis à história de Vilarinho: muita luta, muito suor, lágrimas, amor e, na maioria das vezes, com final feliz.
Vilarinho passa dos 92 anos plenamente realizado, ciente que fez o melhor que pode para sua família. Ele sabe, como na frase do poeta português Fernando Pessoa, que: “Tudo vale a pena! Se a alma não é pequena!”
PorRenatoFragoso
| COOPERBOM EM CAMPO | 15 6
OpresidenteFúlvioinauguraoquadro“Cafécomocooperado”como senhorVilarinhoesuaesposaAmélia,nafazendaÁguaBranca.
Foto:DavidFragoso
ARAME PARA SUA FAZENDA
Nas
OFERTAS VÁLIDAS ATÉ 28/02 OU ENQUANTO DURAREM OS ESTOQUES.
7 ARAME FARPADO MOTTO DE 250 mts. ARAME LISO OVALADO Z 700 DE 1000 mts. ARAME FARPADO RODEIO DE 500 mts. 522 ,90 R$ 500mts. 250 ,05 R$ 250mts. 954 ,75 R$ 1000mts.
Agroveterinárias
encontra COOPERBOM
lisos e farpados de qualidade para sua cerca.
Lojas
você
arames
DEMOGRAFIA
MUNDIALDAFOME: THOMASMALTHUS ALERTOUSOBRE
O
PROBLEMA,E ALYSSONPAOLINELLI PROPÕERESOLVÊ-LO.
Oex-ministroPaolinellichamaaatençãoparaafuga migratóriadafomeemdireçãoaospaíseseuropeuse aosEUA.Paraele,atecnologiaagropecuáriabrasileira écapazderesolveroproblemaemescalamundial, inclusivecomaparticipaçãodaregiãodorioPicão.
Apesar de Thomas Malthus haver previsto, há mais de 200 anos, a questão da fome, equacionar a produção de alimentos com a segurança alimentar e nutricional da população mundial é um problema nunca resolvido pela civilização humana. Mesmo com o espetacular avanço tecnológico no setor agropecuário no último século, em 2021, segundo a ONU, ocorreu o agravamento dramático da fome em todos os continentes. Historicamente,osistemamundialdeprodução e distribuição de alimentos é disfuncional. O ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli propõe que o Brasil seja protagonista na solução do problema.
Na história, a região do rio Picão já salvou Minas da fome. Hoje, o ex-ministro
a convoca novamente para ser parte da solução mundial do combate à fome.
Recentemente, a ONU publicou o relatório “O Estado da Insegurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI) 2021”, que confirma o problema enunciado em 1798 pelo inglês Thomas Malthus, de que o crescimento demográfico maior que a capacidade de produção dos meios de subsistência iria provocar distúrbios sociais comparáveis às guerras, como os refugiados da fome.
Em contraponto, acreditava-se que, graças às tecnologias de nutrição do solo, capazes de expandir as áreas agricultáveis, a teoria de Malthus parecia equacionada. Mas não é o que acontece.
| COOPERBOM EM CAMPO | 15 8
JOSÉLUIZALMEIDA COSTA
Jornalista e Consultor em Inovação
Supervisão editorial - Renato Fragoso
O relatório da ONU destaca que, “perturbadoramente, em 2020 a fome disparou em termos absolutos e proporcionais, ultrapassando o crescimento populacional: estima-se que cerca de 9,9% entre todas as pessoas tenham sofrido de desnutrição no ano passado”. Segundo a Embrapa, hoje, no mundo, “o agro brasileiro alimenta 800 milhões de pessoas”, número igual ao de pessoas subalimentadas em todo o planeta.
Embora a tecnologia aumente cada vez mais a produtividade rural, a explosão populacional continua desafiando a eficácia produtiva e distributiva de alimentos em escala global.
Na publicação “Geopolítica do Alimento”, de 2019, a Embrapa destaca que, “embora existam argumentos de que a produçãoglobaldealimentosserácapaz de alimentar a população de 9,8 bilhões de pessoas, estimada para 2050, esses não são sólidos e sustentáveis, uma vez que,apesardeatualmenteseproduzirem
quantitativamente alimentos suficientes para todos, o número de pessoas famintas e subnutridas em todo o mundo revela que essa abordagem é inadequada”.
Enquanto Thomas Malthus problematizou a fome em relação à explosão demográfica, o principal mentor agrícola brasileiro, Alysson Paolinelli (foto acima), propõe resolver a equação. De acordo com o ex-ministro, “nos países de clima temperado, que ofertaram alimentos ao mundo por muitos anos, o aumento na produtividade fica, em média, na casa dos 20%, sendo assim insuficiente para garantir a demanda por produtos agrícolas que será cada vez mais crescente”.
Ainda segundo ele, “estudos de entidades como ONU e FAO mostram que, para atender a demanda de alimentos, será necessário que a oferta cresça entre 61% a 71% nos próximos 30 anos. Órgãos internacionais, ao analisarem a tecnologia da agricultura tropical brasileira, que é altamente sustentável, mostram que
9
nós conseguiremos dar a garantia de segurança alimentar ao mundo sem precisar aumentar nenhum hectare ou derrubarumaárvore”,afirmourecentemente ao Canal Rural.
Apesar de a sociedade conhecer as soluções que resolveriam os distúrbios causados pela falta de alimentos previstos por Malthus, a história se repete como se as lições do passado não fossem aprendidas.
Em Minas Gerais, durante o Ciclo do Ouro, a população aumentou consideravelmente, e as pessoas se interessavam mais pelo garimpo das riquezas mineiras e descuidaram da produção de alimentos. A fome se espalhou, e o preço da comida “valia ouro”, literalmente.
Enquanto as principais vilas da então Capitania de Minas se dedicavam à extração de minerais preciosos, a região da Sesmaria do Picão tinha como principal atividade econômica as culturas de milho, arroz, mandioca e algodão, além da criação de gado e da produção de rapadura e aguardente. Época do pioneirismo da vocação agropecuária da região bom-despachense, hoje renovada pelo Projeto de Derivação do Rio São Francisco para o Rio Picão, idealizada por Alysson Paulinelli e que será parte da solução mundial do problema malthusiano.
JoséLuizAlmeidaCosta EspecialparaaRevistaCOOPERBOMemCampo Supervisãoeditorial:RenatoFragoso
| COOPERBOM EM CAMPO | 15 10
RioSãoFrancisco.
Foto:RenatoFragoso
2022:
HoradereveraqualidadeeficarcomTudonosConformes!
Estamos iniciando um Novo Ano e este éummomentomuitoespecialparaavaliarmos o que estamos fazendo e os resultadosobtidos.Oobjetivotemquesera produçãodeleitecomamelhorqualidadeecomTudonosConformes!
Um ponto interessante é verificarmos os resultados obtidos durante 2021, checar os procedimentos adotados e o que ganhamos. Precisamos lembrar do Programa de Pagamento por Qualidade da CCPR, do Práticas Nota 10 e refletir. Nesta reflexão, sugerimos observar mês a mês, os resultados de CPP (contagem padrão em placas, antiga CBT), de CCS (contagem de células somáticas) e dos teores degorduraeproteínadoleite.
Naprática,oqueobservamosdemodo geral é que muitos produtores durante alguns meses do ano produzem leite com CPP menor ou igual a 20.000 UFC/mL e CCS menor ou igual a 250.000 cels./mL. Em outros meses, no entanto, contagens bem mais elevadas são observadas no leite. Surgem, então, algumas perguntas: se a propriedade foi capaz de produzir leitecomresultadosexcelentesemalguns meses, por que não conseguiu manter durante todo o ano? O que representam estas contagens mais elevadas nos de-
mais meses? Com certeza, representam prejuízos significativos. No caso da CPP, as perdas estão relacionadas à perda de bonificação que pode ser de até R$0,04/ litrodeleite.EmrelaçãoàCCS,osprejuízos decorrem da diminuição da produção de leite pela mastite subclínica e também das perdas de bonificação que podem chegar a R$ 0,06/litro de leite.
NoBrasil,osresultadosdequalidadedo leite divulgados em dezembro/2021 pelo MinistériodaAgricultura,PecuáriaeAbastecimento (MAPA) comprovam que a CPP está diminuindo, mas a CCS não tem melhorado no período de 2013 a 2020 (Fig. 1).
| COOPERBOM EM CAMPO | 15 12
Avaliarsempreosresultadosechecar se os procedimentos estão sendo realizados corretamente é muito importante para garantir a melhor qualidade e rentabilidade. Muitas vezes não analisamos os resultados e não notamos que a qualidade piorou. É importante destacar que,
normalmenteosproblemasrelacionados à qualidade do leite são básicos e requerem revisão de procedimentos, sem aumento de custos. Desta forma, gostaríamos de enumerar no Quadro abaixo, alguns pontos para garantir os melhores resultados,oanotodo.
Portanto, fique atento produtor! O ano de 2022 está começando e só controla quem monitora! Para produzir leitecomqualidadeecomTudonosConformes, verifique os resultados e os procedimentos, o tempo todo! FelizAnoNovocommuitoleitecomqualidadeeseguro!!! Acredite, pois é possível melhorar sempre!
13
“AARTEDA GUERRA”NA PECUÁRIA.
TALESLELIS RESENDE
Aproximadamente nos anos 500 a.C., o general chinês Sun Tzu escreveu um tratado sobre como executar uma guerra vitoriosa. Esse tratado perdura até os tempos contemporâneos e é largamente utilizado por executivos e gestores nas estratégias de seus negócios.
Quando pensamos em nossas propriedades rurais, desejamos um ambiente de paz, e nunca uma situaçãodeguerra.Contudo,seformos diligentes e aplicarmos alguns dos ensinamentos descritos por Sun Tzu, poderemos ter mais êxito emnossaatividade,trazendomaior produtividade, lucro e realização.
Hoje, quando escrevo, vivo uma situação “pré-guerra” em minha fazenda. Aproveitamos o período das chuvas, plantamos nossa lavoura, realizamos os tratos culturais, e agora chega o momento final de nosso planejamento, a colheita e a armazenagem do volumoso produzido. Neste momento, refletindo sobre os pensamentos de Sun Tzu, acredito que poderia melhorar essa operação.
Em “A Arte da Guerra”, Sun Tzu diz: “Para vencer, deve conhecer perfeitamente a terra e os homens”. Conhecer o local onde irá colher, conhecer o local onde irá armazenar, saber qual o melhor caminho a percorrer, saber como irá fazer esse translado, dentre
outras decisões, para assim escolher o melhor maquinário a utilizar. Saber como descarregar a silagem no local correto, otimizando o serviço de quem irá compactar. Quantos de nós deixamos para a última hora essas decisões? Eu com certeza sou um desses. Infelizmente, neste ano não me planejei corretamente para a execução e estou correndo o risco de colher a silagem tardiamente, e isso terá um impacto profundo na qualidade da silagem que armazenarei. Outro ensinamento que devemos aplicar em nossa prática de ensilagem vinda de “A Arte da Guerra”éque“rapidezéaessência da guerra”. Quando nos propomos a preparar o alimento que iremos fornecer ao longo do próximo ano, devemos ser ágeis. O processo de colheita, compactação e fechamento do silo deve ser o mais rápido possível – lógico que sem perder a qualidade dos processos. Se iniciarmos o preenchimento de um silo, seja em trincheira ou superfície, devemos focar em finalizá-lo e fechá-lo o mais rápido possível, pois desta maneira garantiremos que as características nutricionais da planta serão mantidas. Teremos, assim, um volumoso com maior energia e digestibilidade, produzindo, por fim, maior quantidade de leite.
| COOPERBOM EM CAMPO | 15 14
Médico Veterinário
“Mesmo a melhor espada mergulhada em água salgada acabará enferrujando”. Mesmo produzindo uma excelente lavoura com alta concentração de grãos e massa, poderemos ofertar um alimento péssimoseerrarmosnaconfecção. Devemos estar atentos ao tamanho da partícula, à umidade da planta no momento da colheita, à compactaçãoideal,àlonadequalidade que impeça a entrada de oxigênio e a diversos outros fatores que impactam a qualidade do volumoso armazenado.
Sun Tzu diz: “Grandes resultados podem ser alcançados com pequenos esforços”. Fique atento às pequenas coisas que geram grandes resultados. Ajuste e amole as facasdesuamáquina,fiqueatento àalturacomqueelacorta,observe se o milho da espiga está sendo quebrado. Pequenas atitudes que contribuirão para a maior qualidade do volumoso. Quanto melhor a qualidade do volumoso, menor a necessidade de concentrado, produzindo um leite mais barato.
“Oportunidades se multiplicam quando são aproveitadas”. Aproveite a janela de colheita; se a chuva deu uma trégua, seja rápido e colha a lavoura. Aproveite o momentocomamelhormaturaçãodo milho. Aproveite as oportunidades!
Para finalizar, duas outras citações de “A Arte da Guerra” para sempre levarmos conosco, não apenas no momento de confecção desilagem,masparanossasvidas. “Nunca se aventure, nunca ganhe”. Nessa vida teremos vitórias se nos aventurarmos. Precisamos ter coragem de arriscar e coragem para plantar, pois somente assim poderemos colher bons frutos.
E, por último, “Você DEVE acreditar em você mesmo”. Com essa citação, finalizo este texto. Acredito que não preciso refletir sobre essa última,elaésimplesefácil.Acrediteemvocêetenhasucesso.
TalesLelisResende MédicoVeterinário MestreemNutriçãoderuminantes ProdutorruralemBomDespacho.
Cortedomilho-Fazenda VargemdoVale. Foto:DavidFragoso
PRODUÇÃODE SILAGEMDE MILHO.
GUILHERME BARBOSA
A alimentação é o componente mais importante no custo de produção de um litro de leite, e a qualidade do volumoso ofertado é de vital importância na viabilidade do processo produtivo. Por ser essa uma verdade já amplamente difundida, cabe a todos o entendimento do processo de produção e manejo das forrageiras disponíveis. A silagem de milho, um alimento tradicionalmente utilizado na pecuárialeiteiranoBrasil,deveserproduzida com eficiência, buscando alta qualidade. O contrário gera baixa produtividade no rebanho e aumento dos custos alimentares, devido à maior necessidade de compra de insumos.
A definição de silagem de qualidade sofreu transformações ao longo do tempo. Inicialmente, o enfoque era a produção máxima de volume de massa verde por hectare como forma de obter um alimento de baixo custo. Na década de 60 e 70, com a evolução do nível genético das vacas, passou-se a buscar a produção de uma silagem com maior teor de grãos. Estudos, na época, demonstravam que os grãos eram mais digestíveis que folhas e colmos. Entretanto, não havia um conhecimento da constituição química dessas silagens.
COLHEITAEENSILAGEM:
•PONTODECOLHEITA:
O ponto de colheita é uma importante
variável na produção de silagem. Vários estudos foram conduzidos buscando determinarqualomelhormomentoparacolheitadovolumosoequalparâmetropode serutilizadoparafazeressadeterminação. Éimportanteentenderqueaplantademilho acumula matéria seca com o avançar desuamaturidade,mastambémaumentaoseuteordefibraemdetergenteneutro elignina.Namedidaemqueotempopassa, sua digestibilidade diminui.
O ponto ideal de colheita é quando a plantapossui30-35%dematériaseca(MS) ou65-70%deumidade.Esseestágioé,geralmente, atingido quando a linha do leite está entre 1/2 e 2/3 do grão. No entanto, a correlação entre linha de leite e porcentagemdeMSnãoémuitogrande.Existeuma grande variação entre híbridos e anos de plantio, e ela serve como uma referência prática. Portanto, a melhor maneira de se determinar o ponto adequado de colheita do milho e do sorgo é através da determinação da matéria seca, utilizando-se, por exemplo, o aparelho de micro-ondas ou aparelhos de medição de umidade, como o Koster.
O estágio ideal de colheita do milho tem duração aproximada de dez dias. Após esse período, o teor elevado de MS da planta aumenta as perdas na colheita e dificulta a compactação. Assim, atrasos na colheita por falhas no planejamento, chuvas, quebra de maquinário, entre outros fatores, podem prejudicar sensivelmente a qualidade da silagem produzida,
| COOPERBOM EM CAMPO | 15 16
Engenheiro Agrônomo e PósGraduado em Gestão de Pessoas
o que certamente será traduzido em menor desempenho dos animais. Quando se corta a planta de milho com o grão ainda leitoso, colhe-se somente o equivalente a 50% do potencial produtivo de grãos e 75% daforragem.Jánopontoidealdecolheita, quandoalinhadoleiteestánametadedo grão e a planta apresenta teor de matéria seca próxima a 35%, colhe-se 95% dos grãos e 100% das características nutricionais da forragem.
•TAMANHODAPARTÍCULA:
Em uma silagem de boa qualidade, o que se procura é picar o material em tamanhos de partícula de 6 a 15 mm, mantendo um tamanho médio de 8 mm. Quando o corte da planta é inadequado, as partículas grandes dificultam a compactação, e a menor quebra dos grãoslevaráaumaproveitamentoreduzido deles, fazendo com que apareçam inteirosnasfezesdosanimais.Silagenscom tamanhos de partículas grandes reduzem a ingestão das vacas e, consequentemente,podemreduziraproduçãodeleite. A solução não está na troca do híbrido ou na antecipação do corte, mas em procedimentos simples, como afiar as facas de
corte da ensiladeira duas vezes ao dia e aproximá-las das contrafacas. Essas medidas,quenãotêmcustoalgum,resolvem facilmente esses problemas.
•COMPACTAÇÃODASILAGEMDE MILHO:
O processo de enchimento e compactação deve ser feito de forma a distribuir por todo o silo camadas uniformes de espessura média de cerca de 20 a 30 cm. Essas camadas devem ser espalhadas de forma a ficarem inclinadas em direção à entrada do silo ou da porta. A compactação deverá ser feita com passagens consecutivasdotratoroudacarregadeira sobre a massa já distribuída. O objetivo dessa compactação é a expulsão do ar, controlando a respiração e a elevação da temperatura e favorecendo a ação das bactérias produtoras de ácido láctico e do rápido abaixamento do pH do material ensilado.
A densidade da silagem vai depender do tipo de implemento usado para compactação, como também do tempo total gasto na compactação por tonelada de forragem. A densidade da compactação é maximizada pela utilização de tratores
mais pesados com pneus que aplicam um maior peso por unidade de superfície. Devemos utilizar rodas mais finas para que possam fazer uma maior pressão por unidade de área.
•LONA,ABAULAMENTOEFECHAMENTO DOSILO:
A contribuição mais expressiva da etapa de vedação do silo está em evitar a penetração de ar do ambiente externo paraointerior.Avedaçãoconsisteemnão permitir a entrada de ar e é feita através dacoberturadosiloporumalonae,sobre ela, uma camada de terra.
As lonas pretas comumente usadas nas fazendas têm trazido problemas
como rasgos, furos, entre outros. Por isso, lonas de dupla face têm dado um melhor resultado. Além disso, tem a vantagem de refletir o calor, o que ajuda a não esquentar o material ensilado. As lonas a serem utilizadas devem ter 150 micras ou mais, para que possam durar mais tempo.
Outro ponto importante é cobrir a lona com terra, restos de capins e pneus, pois ajudam a protegê-la contra os raios solares, que podem danificá-la.
Outra operação relevante é contornar os silos com cerca de arame e tela para proteger a lona de possíveis animais que possam furá-la, como tatu, galinha, cães e o próprio rebanho, que pode se soltar e subir sobre os silos.
•MANEJEBEMAFACEDERETIRADADO SILO:
Afacederetiradadosilodevesermantidaomaisplanapossíveleperpendicular ao solo e laterais. Isso minimiza a área de superfícieexpostaaoar.Ataxaderetirada do silo deve ser suficiente para prevenir a silagem exposta ao aquecimento e às perdas associadas. Em temperaturas maisaltas,comoasencontradasnoBrasil central, recomenda-se a retirada de fatias de silo de pelo menos 30-35 cm por
dia. Essa prática previne o material ensilado de ser exposto ao ar por um período suficiente que favoreça a proliferação de micro-organismos responsáveis pela deterioração da silagem. Os silos devem ser dimensionados para essa retirada mínima, diminuindo perdas quando o silo é aberto. O acúmulo de silagem solta na base da face do silo deve ser evitado, pois esse material desensilado é especialmente vulnerável à rápida decomposição aeróbica.
•DESCARTEASILAGEMDETERIORADA:
Vedar o material ensilado com lona e colocar pesos sobre ele não é uma técnica 100% efetiva no controle de perdas. Perdas por fermentação aeróbica sempre ocorrem em diversas magnitudes, e o descartedasporçõesperdidasnemsempre é uma prática comum em fazendas. A inclusão de silagem deteriorada nas dietasdeanimaispossuiumgrandeimpacto sobre o desempenho.
Aadiçãodesilagemdeterioradaadietas diminui o consumo de matéria seca e a digestibilidade de nutrientes (PB e FDN),
além da produtividade animal. Portanto, o descarte das partes deterioradas de silos é uma prática de manejo importante.
Para fazer silagens de boa qualidade, práticas de manejo devem ser adotadas de maneira integrada, já que a negligência de um procedimento pode levar a uma descontinuidade de um processo adequado de preservação da forragem.
| COOPERBOM EM CAMPO | 15 18
GuilhermeBarbosa EngenheiroAgrônomoePós-GraduadoemGestão dePessoas Fonte:BlogRheagro(adaptado)
37 3521-3621
Faça seu pedido:
MEDIDASEFICAZES PARASEEVITAR ACIDENTESE DOENÇASDE TRABALHO
NA ORDENHA.
Por representar uma das mais importantesatividadesnosetorrural, o agronegócio do leite deve ser tratado com muita atenção, especialmente no que se refere à prevenção de acidentes de trabalho, fundamental em qualquer atividade empresarial, mas que se mostra importantíssima no meio rural.
Segundo informações da OIT (Organização Internacional do Trabalho), o setor rural é uma das atividades com o maior índice de ocorrências de acidentes no mundo, comparando-se apenas às áreas da construção civil e da mineração.
Considerando que o setor de ordenha de leite é um serviço que demanda maiores cuidados com relação ao controle de produtos e que pode acarretar desgastes físicos, emocionais e psicológicos ao trabalhador, os empregadores rurais devem tomar medidas eficazes e adotar práticas simples de providências, visando evitar infortúnios aos trabalhadores, bem como prejuízos.
A Instrução Normativa 51/2002 estabelece as principais regras de manuseio para produção do leite de vaca. Dentre os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual),
todos os funcionários ocupados com operações nas dependências de ordenha devem usar uniformes brancos completos (gorro, macacão ou jaleco, calça e botas). As botas devem ser antiderrapantes. A exigência dessa norma objetiva uma precaução com relação à higienização e também evitar riscos de acidentes. Por sua vez, a Norma Regulamentadora 17 estabelece que, para as atividades em que os trabalhos sejam realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas.
Do mesmo modo, a Norma Regulamentadora 31 preconiza que, para as atividades que forem realizadas necessariamente em pé, devem ser garantidas pausas para descanso. Quando o trabalho se der com animais de grande porte, que é o caso da ordenha, é considerado um risco de acidente, visto que, se estes animais estiverem em situação de estresse ou se houver falhanomanejo,ofuncionáriopode estar em uma situação vulnerável.
Por esse motivo, a Norma Regulamentadora 31 indica que, em todas as etapas dos processos de trabalhos com animais, devem ser
| COOPERBOM EM CAMPO | 15 20
ANACAROLINA
T.PEREIRA
Engenheira de Segurança do Trabalho
disponibilizados aos trabalhadores informações sobre formas corretas e locais adequados de aproximação, contato e imobilização.
Outra situação que vale destacar é quanto às irregularidades nas escadas, como, por exemplo, falta de algumas peças cerâmicas e a ausência do corrimão. A Norma Regulamentadora 31 estabelece que, nas escadas, rampas, corredores e outras áreas destinadas à circulaçãodetrabalhadoreseàmovimentação de materiais, que ofereçam risco de escorregamento, devem ser empregados materiais ou processos antiderrapantes e dispor de proteçãocontraoriscodequeda.
Como podemos observar, a lei impõe, entendam-se, normas Regulamentadoras do Trabalho, inúmeras regras a serem respeitadas. Ao obedecer a esses regramentos, o empregador estará não só cumprindo a lei e protegendo o trabalhador, como também se resguardando em face de eventuais ações judiciais.
Sabemos que a segurança do produto é tão importante quanto a qualidade das condições do ambiente de trabalho em que é produzido. Temos que ter em mente que o trabalhador é – e deve ser sempre – um aliado desse processo, pois este, tendo uma qualidade de serviço, trabalhará com maior satisfação e, consequentemente, produzirá para o seu empregador um resultado melhor. E, certamente, os gastos com a aquisição de equipamentos, vestuário e materiais modernos e protetivos não podem ser considerados como despesa, mas como investimento.
Dessa forma, entendemos que, se cumprindo a lei, os números de acidentesdetrabalhonomeiorural tenderão a diminuir e o empregadorobterámaiorlucronaatividade de produção e venda de leite.
A segurança não se conquista – se faz.
AnaCarolinaTavaresNogueiraPereira EngenheiradeSegurançadoTrabalho
QUALA IMPORTÂNCIA DOEXAME ANDROLÓGICO NAPROPRIEDADE RURAL?
O gerenciamento zootécnico de uma propriedade rural tem que ser bem avaliado e estruturado dentro da propriedade rural, pois o controle desses índices é a garantia do lucro no final do mês. Um dos marcadores zootécnicos que devemos avaliar é a reprodução do rebanho, para adotar procedimentos que garantam maior qualidade dos animais, melhor desempenho reprodutivo e maior rentabilidade para o produtor rural. Na reprodução dos animais, podemos destacar que a fertilidade e a eficiência reprodutiva são uma característica muito importante a ser considerada em rebanhos tanto de corte quanto de leite. É comum os produtores se preocuparem com a fertilidade das fêmeas e investirem bastante em biotecnologias reprodutivas, porém não dando tanta importância para a fertilidade dos machos.
MASCOMOAVALIARAFERTILIDADEDO TOURONAPROPRIEDADE?
A fertilidade do touro é de grande importância dentro da propriedade rural, e para a avaliação desse fator é realizado o exame andrológico. O exame andrológico está diretamente ligado à fertilidade dos reprodutores no rebanho, e um touro infértil pode representar a perda de 25 a 50 bezerros, em comparação com a relação touro/vaca utilizada na fazenda. Já uma
CHARLESVINÍCIUS
vaca infértil representa a perda de um bezerro ou o atraso no período gestacional. Apesar da importância desse exame, a maioria dos produtores não adota essa prática antes de iniciar a estação reprodutivaenãoestabeleceumarelaçãotouro/vaca adequada, reduzindo a eficiência reprodutiva do rebanho. A capacidade reprodutiva de um touro é o conjunto de fatoresligadosàreprodução,comoidade, puberdade, qualidade do sêmen, circunferência escrotal e libido, devidamente suportadosporcondiçãofísicaquepossibilitearealizaçãodosprocessosdemonta e fertilização.
O exame andrológico é um exame muito específico, pois avalia tanto as condições clínicas gerais quanto as condições reprodutivas e deve ser realizado pormédicoveterinário.Édivididoemduas etapas: exame clínico geral e exame específico.
No exame clínico geral, avaliam-se as condições gerais de saúde, realizando a anamnese do reprodutor – que é o histórico e os motivos pelos quais o exame está sendo realizado –, por isso sempre precisamos conversar com o produtor rural para saber ao certo o os antecedentes do animal que será avaliado. No exame específico,avaliam-seosórgãosreprodutivos,comotestículoseepidídimos(inseridos na bolsa escrotal), glândulas anexas (por palpação retal) e órgãos genitais.
| COOPERBOM EM CAMPO | 15 22
FERREIRA Médico Veterinário
COMOÉREALIZADOOEXAME ESPECÍFICOANDROLÓGICONO REPRODUTOR?
Após a realização do exame clínico, inicia-seoexameespecíficocomapalpação dostestículos,docordãoespermáticoedo epidídimo do animal, dando mais importância ao tamanho testicular e avaliando-se as glândulas sexuais acessórias, com ênfase na vesícula seminal, onde maior partedoplasmaseminaléproduzido.
A palpação da ampola do ducto deferente é importante porque essa é uma glândula acessória mais difícil de ser palpada por ser bem pequena, mas, através da palpação retal, é possível identificá-la quandosofrealgumprocessopatológico.A
palpação retal é realizada para avaliação dos órgãos genitais internos, que também podeserfeitaporultrassonografia.Assim,a genitália interna deve ser avaliada quanto a simetria, forma, volume e integridade do tecido. A ultrassonografia também pode complementar o exame dos testículos por possibilitaradetecçãodelesõesnoparênquimatesticular,comofibroses.
Quantoàavaliaçãodaregiãoprepucial doanimal,emqueseavaliaocomprimento da prega prepucial, não é interessante que os touros tenham o prepúcio muito comprido, pois favorece as patologias de origem traumática, podendo gerar infecções.Oidealéqueoanimaltenhaumprepúcio médio. Na figura abaixo, podemos destacarolocaldecadaórgão:
Em continuidade ao exame andrológico, fazer a avaliação do comportamento sexual é muito importante, uma vez que o macho deve estar habilitado a detectar as fêmeas em estro e realizar a cópula completa, demonstrando capacidade de serviço. Nesse sentido, o teste da libido possibilita a avaliação do comportamento sexual e pode se basear na criteriosa sequência de pontuação. O interesse sexual pode ser identificado pelos seguin-
tes quesitos: identificação de fêmeas em estro; cheiradas; cabeçadas; lambidas; movimento de Flehmen; movimentos pélvicosepingadosdesêmenouplasmaseminal. Na figura abaixo, temos o que pode ser avaliado no teste de libido do touro, que pode ser classificado de acordo com a nota obtida na avaliação: 0 a 3 – questionável; 4 a 6 – bom; 7 a 8 – muito bom, e 9 a 10 – excelente ou superior.
23
Figura01:Anatomiadoaparelho reprodutorbovino
Para finalizar o exame andrológico, realiza-se a coleta e análise da amostra do sêmen, a qual pode ser realizada por eletroejaculaçãooupelomanequimartificial. Após a obtenção da amostra, são avaliados os aspectos qualitativo e quantitativo (aquoso, leitoso, cremoso-fino, cremoso e cremoso espesso) e a cor (por exemplo, seestáalteradadevidoàpresençadeurina, sangue ou pus). Avalia-se também o turbilhonamento ou motilidade em massa – a intensidade de movimentação dos espermatozoidesresultantedamotilidade individual,dovigoredaconcentraçãoespermática. A avaliação da concentração espermática é representada pelo número de espermatozoides por unidade de volume ejaculado. Ainda destacamos a avaliação das características morfológicas ou patológicas dos espermatozoides, os quais seguem a classificação de defeitos
maiores ou menores.
Com todos os exames realizados e avaliados, tanto do comportamento sexual e da análise seminal quanto das características físicas e morfológicas, o médico veterinário poderá classificar o tourocomoapto,inaptoouquestionável,e assimoprodutorvaiterummaiorcontrole de toda a reprodução de seu rebanho.
A importância do sucesso na reprodução do touro está ligada aos bons resultados, pois fica claro o quanto o exame andrológico bovino é fundamental para garantir a rentabilidade na propriedade rural. Afinal de contas, com ele é possível evitar perdas simples, mas de grande impacto na criação e na produção.
| COOPERBOM EM CAMPO | 15 24
CharlesViníciusFerreira MédicoVeterinário
Figura02:Parâmetrosparaotestedelibido.
OPAPELDA COOPERATIVANA SOCIEDADE.
AMANDARODRIGUES ELEUTÉRIO
No século XVIII, durante a Revolução Industrial, sugiram os primeiros traços do cooperativismo. Em 1844, na Inglaterra, 28 tecelões se reuniram na Sociedade Equitativa dos Probos Pioneiros de Rochdale. Esses operários enxergaram o associativismo como forma de contornar, por meio da compra e da venda comum de mercadorias, os efeitos perversos do capitalismo sobre a condição econômica dos trabalhadores assalariados. Assim, essa cooperativa tornou-se base para as demais que iriam surgir.
A partir daí, foram criados os chamados “Princípios de Rochdale”, ou seja, o conjunto de padrões de cooperação que delimita as formas de agir das cooperativas. Hoje, esses princípiossãoospilaresparacooperativasem todo o mundo.
OSPRINCÍPIOSDOCOOPERATIVISMO:
• Adesão livre e voluntária: cooperativas são abertas a qualquer pessoa apta a utilizar seus serviços, sem qualquer tipo de
discriminação.
• Gestão democrática: todos os membros participam da formulação de políticas e decisões na empresa.
• Participação econômica: todo associado deve contribuir para o patrimônio da cooperativa. O uso desse patrimônio será decidido democraticamente.
• Autonomia e independência: a cooperativa deve se manter autônoma mesmo que realize parcerias ou recorra a capital externo.
•Educação,formaçãoeinformação: a cooperativa deve contribuir para a educação, a formação e a informação de seus associados e da sociedade em geral.
• Intercooperação: cooperativas devem trabalhar em conjunto a fim de fortalecer o movimento em nível local, regional, nacional e internacional.
• Interesse pela comunidade: devem ser realizadas políticas para o desenvolvimento da comunidade na qual a cooperativa está inserida.
| COOPERBOM EM CAMPO | 15 26
em administração do agronegócio
Pós-graduanda
Fonte:somoscoop.com
Ao Brasil, o cooperativismo chegou de fato em 1887, com a criação da primeira cooperativa brasileira, a Cooperativa de Consumo dos Empregados da Companhia Paulista, em Campinas (SP).
A ideia principal desse tipo de organização, constituído por pessoas de um grupo econômico ou social que compartilham propósitos e interesses,édesenvolver,embenefíciocomum, determinada atividade. Além disso, têm interesse no desenvolvimento econômico a partir devaloresedosprincípiosdocooperativismo.
Em uma cooperativa, todos são donos do
negócio.Eagestãoédemocrática,portantoas decisões são votadas entre todos, sendo que todos os cooperados têm igual poder de voto, independentemente de suas posses.
Uma cooperativa funciona por meio da cooperação entre as pessoas que estão inseridas nela, cooperados ou associados. Dentro dela, o foco não está no lucro, mas sim no bem-estar de todos os seus integrantes.
As cooperativas se organizam em sete ramos, de acordo com a área em que pretendem atuar e o interesse dos associados.
No caso da COOPERBOM (Cooperativa Agropecuária de Bom Despacho), criada há 65 anos, ela foi desenvolvida no ramo de agropecuária, reunindo produtores rurais de Bom Despacho. Dentre suas atividades estão a compra e a venda de insumos para produção, venda da produção, assistência técnica agronômica e veterinária, armazenamento e industrialização de leite e grãos. Com o passar do tempo, surgiu interesse de associados de outras cidades da região, e assim foram criadas filiais nas cidades de Araújos, Estrela do Indaiá, Martinho Campos e Moema, no distrito Engenho do Ribeiro e Mato Seco.
O cooperativismo precisa envolver o cooperado, sua família e a comunidade à qual pertence. Portanto, essa ideologia depende de um ato de vontade e responsabilidade própria, indo até o efetivo interesse da comunidade, antes do interesse egoísta pessoal.
O interesse pela comunidade é um dos princípios básicos do cooperativismo. As cooperativas têm compromisso com o desenvolvimento da região; respeitando as peculiaridades sociais e a vocação econômica do local.
A COOPERBOM desenvolve soluções de negócios, como o repasse de novilhas em condições especiais de parcelamento, e apoia ações humanitárias, junto a Santa Casa, escolas municipais e outras instituições filantrópicas. Além disso, busca realizar atividades socioambientalmente sustentáveis, como a instalação da usina fotovoltaica.
Caso tenha interesse em se tornar cooperado junto à COOPERBOM, procure o setoradministrativoouaslojasagropecuárias para mais informações.
27
AmandaRodriguesEleutério Pós-graduandaemadministraçãodoagronegócio MBAemgestãoestratégicadecooperativas
Fonte:coonecta.me
ORLANDOFERREIRA DEFREITAS,ADEUS AUMIMORTAL!
Orlando Ferreira de Freitasnosdeixaàsvésperasde completar 74 anos. Nasceu em 14 de março de 1948 na cidade vizinha de Nova Serrana. Pesquisador, genealogista,escritorecomerciante, era membro fundador da Academia Bom-despachense de Letras (ABDL) e autordeváriasobras:AsOrigensdeNovaSerrana,Raízes deBomDespacho,Genealogia e História do Cercado de Pitangui (Nova Serrana). Sua morte deixará enorme lacunanaculturaregional. Foi diretor comercial da Cooperativa de Eletrificação Rural do Engenho do Ribeiro (CERER), Gerente da Cooperativa Agropecuária de Bom Despacho (supermercado e insumos). Foi idealizador e criador do jornal Correio COOPERBOM,
OBRAS:
sucedido pela revista COOPERBOM em campo.
“Na década de 1980 ainda era comum, e muito natural,oenviodemensagens de cooperados à diretoria através dos carreteiros de leite e vice-versa: atos, avisos, circulares da diretoria seguiam o mesmo ritual. Numa definição pitoresca, aquele intercâmbio era um “correio”. Assim, nasceu a ideia de criar um jornal que formalizasse as mensagens ou atos da diretoria em um instrumento com personalidade própria,” lembra Orlando.
Com base nesse intercâmbio correspondente à função dos correios, o periódico foi denominado por seu criador de Correio Cooperbom. O logotipo COOPERBOM, designação
também sugerida por Orlando, começou a ser difundido naquele ano de 1983. Foi, portanto, a primeira entidade bom-despachense a utilizar um logotipo com o sufixo“Bom”.
Orlandoeracasadocom Jaine Amaral Freitas. O casal teve três filhos: Débora, Flávio e Saulo.
ACOOPERBOMrendesuas homenagens a esse homem pleno de virtudes e grande pesquisador da história e genealogiadaregião.
| COOPERBOM EM CAMPO | 15 28
NOVOSASSOCIADOS MÊSDEJANEIRO-
TOTAL:
9 associados
•AlexandraAparecida
Guimarães;
•CláudiaValériadeAlmeida;
•DarciMartinsFraga;
•JoséAntônioAlves;
•JoséTavaresFilho;
•JosimarEmídioPintoGontijo;
•PioAntônioDuarteSilva;
•RaimundoGeraldodosSantos;
•RicardoHenriquedaSilva.
LEITEENTREGUENA COOPERBOM
PERÍODO: Dezembro/2020 Janeiro/2021 Fevereiro/2021 Março/2021 Abril/2021 Maio/2021 Junho/2021 Julho/2021 Agosto/2021 Setembro/2021 Outubro/2021 Novembro/2021 Dezembro/2021 VOLUME(emlitros): 4.580.128 4.461.329 3.934.291 4.243.104 4.206.199 4.463.852 4.506.979 4.843.684 5.067.861 4.981.664 4.994.561 4.724.559 4.775.078
*LeiterecebidoemBomDespachoe EstreladoIndaiá.
DOISDEDOSDEPROSA:
TEIMOSOSE PIRRACENTOS.
No meu tempo de criança, quando um indivíduo era muito teimoso e pirracento, costumavam chamá-lo de “mulher do Pioio”. Contava-se que essa mulher era tão teimosa e pirracenta que um dia seu marido, que tinha o apelido de Piolho (coloquialmente Pioio) e que detestava essa alcunha, acabou perdendo a cabeça durante uma discussão, jogando-a num ribeirão que passavanofundodosítioemquemoravam. Mas a danada era tão teimosa e pirracenta que, ao vir à tona, em vez de pedir socorro, ela juntava os dois polegares acima da cabeça,unhacomunha,comosematasseum piolho, ou seja, morreu xingando o marido...
Assim era Ziquinha da Ramira: u’a mulher do Pioio! Apesar dos pesares, das inúmeras namoradas que o abandonaram por incompatibilidade de gênios, Ziquinha acabou juntando os trapos com a Socorro, que, fazendojusaonome,tinhapaciênciadeJó...
Em dois anos de matrimônio, sem-número de entreveros e desavenças, incluindo agressões morais e físicas, ameaças de separação e doze ou treze socorros de Socorro à casa dos pais, esgotados os limites do paciente personagem bíblico. Mas com a insistência da turma do “deixa disso”, aliada à falta física sentida por ambos, Socorro acabava entregando os pontos e voltando ao “lar, doce lar”...
E, via de regra, era uma nova lua de mel!
Cinco horas! Anuncia Zé Bettio no radinho Semp, no tamborete à beira da cama. Ziquinha, acordado desde as quatro, aguarda o comercial do produto novo, que acaba com as “pelotas” das galinhas. Socorro, também já desperta, espera a música “Co-
ALÍRIOSILVA
Membro fundador da ABDL (Academia Bom-Despachense de Letras)
ração de luto”, do Teixeirinha, já anunciada pelo locutor.
Foi aí que um rato, em disparada, cruzou peloscaibrosdotelhadodoquarto,jálusco-fusco pela claridade da madrugada.
- Ziquinha do céu, qui tamanho de rato! Exclama Socorro, apavorada.
- É u’a rata, retruca o marido, calmo, mas convicto.
“É rato”, “é RATA”, “é rato”, “é RAAATAAA”... Pronto, tá armada a ingresia, cujo desfecho é o socorro de Socorro à casa dos pais.
Doismesesdepois,Ziquinhasorumbático na casinha tristonha, em companhia apenas de Rajado, o gatão que come de tudo, menosrato,perpetraumamaneiradetrazer a cara-metade de volta, sem dar o braço a torcer, é claro... Quem sabe o compadre Tonho... jeitoso como ele é!... Diacho, sô: ruim com ela, pior sem ela...
E o milagre acontece: compadre Tonho, como sempre, dá uma mãozinha, aconselha, lamenta a trapalhada e convence Socorro. Afinal Ziquinha é do bem. Meio nervosinho, mas no fundo, no fundo, é gente boa. Sente muito a falta da Socorro...
Mais uma noite de núpcias. Zé Bettio anuncia Trio Parada Dura cantando
“Fio de cabelo”. Socorro, melosa, argumenta:
- Pois é, Ziquinha, tão bão assim, né? Nós precisatêmaispaciênciaumco’ôto!Separá pru mode u’a merda qui nem um rato...
Ziquinha pulou da cama e, no meio do quarto, vermelho que nem um peru enfezado, vociferou:
- Era u’a RAAATTTAAA!
| COOPERBOM EM CAMPO | 15 30
| COOPERBOM EM CAMPO | 15 32