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Ensaio fotográfico: Ditadura como revolução
Por Thais de Mattos
Golpe ou Revolução? Sessenta anos após a ditadura civil-militar, ainda existem embates e defesas relacionadas ao período histórico que começou em 1964, no Brasil. Em meio à intensa polarização que se vive no cenário político atual, alguns movimentos da extrema-direita reivindicam os 21 anos como a “Revolução de 64". Isso não é algo inédito. Desde o começo do regime militar, jornais como O Globo, Correio da Manhã, Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo defendiam o regime e o cunhavam como revolucionário por ter impedido uma suposta ameaça comunista durante o governo de João Goulart, o Jango. Antes e depois do golpe, ocorreram, inclusive, as “Marchas da Família com Deus pela Liberdade”, que inicialmente protestaram contra as ações progressistas de Jango, temendo, também, a presença comunista. Inicialmente, o movimento encabeçou o apoio de parte da população ao que posteriormente seria a “revolução” e, ao longo do período, seguiu defendendo valores nacionalistas, cristãos e ufanistas. Essas bandeiras ainda são levantadas pela extrema-direita, mesmo nos dias de hoje, enquanto a percepção da ditadura como revolução segue viva na memória de parte da população brasileira, seja por influência da mídia da época, ou por afinidade ideológica.





