Ed 027_Março a Maio 23_Conteúdo Compartilhado

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Somos uma Consultoria em Gestão e Serviços Empresariais, especializada na identificação de cenários e relações nas empresas.

Nossas soluções vão desde o entendimento e desdobramento da estratégia, passa pelo desenho, redesenho, simplificação e otimização de Processos, pela implantação e revisão do modelo de gestão, incluindo Serviços Compartilhados (CSC), apoiando todas estas grandes transformações com a Gestão da Mudança e Prontidão Organizacional (GMO).

Contamos com uma equipe altamente qualificada, além de parceiros que complementam nossas entregas, aportando tecnologia e inovação

SERVIÇOS

PROCESSOS

Desenho, redesenho e mapeamento de processos

CSC Projeto, Revisão e Implantação de Serviços Compartilhados

GMO

Gestão da Mudança e Prontidão Organizacional

AVAMA

Matriz de Avaliação de Maturidade dos Processos

APOIO A IMPLEMENTAÇÃO DE ERP'S

Do mapeamento à jornada de transformação organizacional

contato@consulpaz.com

2 ESCRITÓRIOS PORTO ALEGRE / RS (51) 3026 0070 SÃO PAULO / SP (11) 2348 5395
consulpaz.com

EXPEDIENTE

Idealização

Eden Paz

Presidente do Conselho e Sócio-Fundador da ConsulPaz

Colaboração

Alessandra Gonzaga

Diretora da Conexão IE

Ari Pellicioli

CEO e Sócio da ConsulPaz

Caco da Motta

CEO Caco da Motta Comunicação

Carol Viegas

Diretora de Produto e Conteúdo na UGlocal Business Education

Enéas Rodrigues

Consultor da Lozinsky Consultoria

Luis Adonis Correia

Especialista em Processos de Transformação e Desenvolvimento Organizacional

Renato Maio

Sócio-Fundador da Lozinsky Consultoria

Vivian Laube

Especialista em Liderança, Comportamento Organizacional e Comunicação Não Violenta

A Revista Conteúdo Compartilhado é uma publicação periódica, gratuita da consultoria ConsulPaz CGP Associates. Sua divulgação ocorre de forma digital e o acesso pode ser realizado internacionalmente. O conteúdo dos artigos e entrevistas de convidados é de responsabilidade dos autores e não reflete, necessariamente, a opinião da empresa.

Comunicação e Marketing ConsulPaz

Jornalista Editor Responsável

Caco da Motta

CEO Caco da Motta Comunicação

Registro Profissional 7220/91/RS

Staff

Guilherme Gondim Comunicação e Marketing ConsulPaz

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05 | CARTA AO LEITOR

06 | TECNOLOGIA

O papel e os desafios da TI nas Organizações Entrevista com Enéas Rodrigues e Renato Maio.

14 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Coaching de IE? Vale a pena conhecer

alguns benefícios desse tipo de interação

Artigo por Alessandra Gonzaga.

18 | EDUCAÇÃO CORPORATIVA

A Nova Era da Educação Corporativa

Entrevista com Carol Viegas.

26 | SERVIÇOS COMPARTILHADOS

CSC: capacidade ou capacitação?

Artigo por Luis Adonis Correia.

32 | COMUNICAÇÃO E LIDERANÇA

CON TEÚ DO

Clique nas páginas e acesse o conteúdo.

Comunicação Não Violenta: Transformando as Relações nas Empresas Entrevista com Vivian Laube.

42 | COLUNA CACO DA MOTTA

Comunicação Criativa e Inovação: A Chave para o sucesso Profissional Coluna por Caco da Motta.

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CONTEÚDO COMPARTILHADO

Adaptando-se à Mudança:

Desafios e Soluções em um Mundo em Constante Transformação

Diante de um cenário de incertezas e desafios as empresas buscam soluções tecnológicas para se manterem competitivas e garantirem seu lugar no futuro. O papel da TI é cada vez mais importante nas estratégias de negócio e seu alinhamento aos objetivos da Empresa é fundamental para atingirmos os melhores resultados.

Para falar sobre o tema, conversamos com, Enéas Rodrigues, consultor da Lozinsky, e Renato Maio, sócio-fundador da Lozinsky, que compartilharam conosco suas visões sobre como a TI é um elemento crucial para as empresas diante de desafios internos e externos.

Tivemos o prazer de entrevistar Vivian Laube, especialista em Liderança, Comportamento Organizacional e Comunicação Não Violenta, criadora do método Vamos Aprender a Conversar, que nos trouxe com muito propriedade e exemplos práticos, os atuais desafios das lideranças para alcançarem resultados positivos e relacionamentos eficazes, através de uma comunicação assertiva e humanizada.

Nesta edição, também conversamos com Carol Viegas, Diretora de Produto e Conteúdo na UGlocal, sobre

a Evolução da Educação Coorporativa e a busca constante por novos formatos de aprendizado frente a atual diversidade geracional nas empresas.

Nos artigos dessa edição, Alessandra Gonzaga, Diretora da Conexão IE, compartilhou conosco os benefícios da Inteligência Emocional para enfrentar os desafios profissionais e sua contribuição para a tomada de decisões eficazes e bemsucedidas. Luis Adonis Correia, especialista em processos de transformação e desenvolvimento organizacional, comenta sobre o Papel EstratégicodoCentrodeServiços Compartilhados e os principais componentes chaves para o sucesso nas organizações.

Em sua coluna, Caco da Motta destaca como a Comunicação Criativa aliada à Inovação podem impulsionar sua carreira e levá-lo a novos patamares de sucesso, em um mundo cada vez mais competitivo e dinâmico.

Aproveitem os conteúdos.

Boa Leitura!

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AO LEITOR CONTEÚDO
CARTA
COMPARTILHADO

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

O papel e os desafios da TI nas Organizações

Entrevista com Enéas Rodrigues e Renato Maio

Lozinsky Consultoria

6 5 minutos
ENTREVISTA

Em tempos de incertezas e desafios, empresas de todos os tamanhos buscam soluções para se manterem competitivas e garantir seu lugar no futuro. Para isso, uma das principais alavancas para o crescimento e a transformação organizacional tem sido a tecnologia.

Com mais de 20 anos de experiência em consultoria empresarial, especialista em projetos estratégicos de TI, Enéas Rodrigues, consultor da Lozinsky, e Renato Maio, sócio-fundador da Lozinsky, especialista em projetos multiculturais e gestão de mudanças, compartilharam suas visões sobre como a TI é um elemento crucial para as empresas diante de desafios internos e externos.

Em entrevista ao CEO da ConsulPaz, Ari Pellicioli, os consultores discutem a importância da estratégia, arquitetura, governança e gestão de projetos de TI para garantir a sustentabilidade e o sucesso das organizações. Temas como gestão de crise, cenário econômico, novo modelo de trabalho híbrido, ESG, o futuro da tecnologia, o crescimento da Inteligência Artificial e a chegada do Chat GPT, podem ser conferidos na íntegra no Podcast e no Canal do Youtube da ConsulPaz.

Enéas Rodrigues

Enéas Rodrigues falou sobre como a TI pode ajudar as organizações a se prepararem para momentos de crise e garantir a continuidade dos negócios. Para o consultor, a qualidade dos dados é fundamental em qualquer organização, e quanto mais informações preditivas disponíveis, melhor para a sustentação do negócio. A TI precisa ter uma arquitetura de sistemas robusta e flexível para a empresa, buscando equilíbrio para atender às demandas da estratégia. "Os CIOs e CTOs devem buscar esse equilíbrio dentro do contexto da estratégia", reforça Enéas.

Para Renato Maio, é importante prestar atenção no que está acontecendo no mercado de Tecnologia da Informação nos últimos anos e criar espaço

7 CONTEÚDO COMPARTILHADO TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
"O papel da TI é cada vez mais importante nas estratégias de negócio e as consultorias buscam alinhar os objetivos da Empresa com as ações de TI.”

com inteligência para a chegada da Inteligência Artificial. Ele lembra que a transformação digital tem sido pauta nas agendas corporativas há uma década, porém apenas 12,5% dos projetos desse escopo tiveram sucesso. "É necessário analisar as causas desse insucesso, e uma das formas de avaliar e projetar negócios diante das incertezas também será através do uso da inteligência artificial, que precisa de análise de dados de primeira linha", explica. Porém, muitas empresas não têm essa capacidade. Assim, para resolver esse problema, é preciso ter um planejamento de projetos e suas execuções de formas suficientes, além de um estado de prontidão e grau de maturidade cultural para a utilização da tecnologia da informação de forma adequada. "A falta de

cultura em utilizar a modernidade é uma das causas que levam a percentuais tão grandes de insucesso nos negócios", afirma Renato.

Diante de um cenário de instabilidade econômica, é importante ter uma estratégia de TI bem definida antes de implementar um projeto de transformação digital. A estratégia deve ser um alinhamento entre o plano de negócios e o plano de tecnologia da informação. "O plano de TI deve cobrir processos de negócio, arquitetura de sistemas, infraestrutura, segurança da informação, serviços de TI, governança, integração, gestão dos dados e GMO. Um comitê deve ser criado para governar o plano, prestar contas e fazer ajustes", explica Renato. Segundo ele, o plano de TI deve estar alinhado com o planejamento estratégico da organiza-

ENTREVISTA

ção, mas também preparado para se fazer ajustes rápidos de forma a atender o dinamismo dos negócios. "O planejamento é importante mais ainda em momentos difíceis, pois garante que o investimento esteja dando o resultado esperado e permite adaptar-se às oportunidades", declara Renato.

Para ilustrar, Enéas trouxe um exemplo prático de como as boas práticas de gestão de estoque ajudou os Clientes da Lozinsky durante a pandemia da Covid-19. Antes da pandemia, eles trabalharam em projetos de otimização de estoque para empresas varejistas do país, que incorporavam tecnologias baseadas em Machine Learning e Inteligência Artificial para otimizar a alocação de mercadorias e previsão de compras. "Reduziu-se o capital de giro envolvido nos ativos de mercadorias. Coincidentemente, implementamos soluções de TI em dois projetos, um no RS e outro em SP, pouco antes da pandemia chegar", lembra. Com o fechamento das lojas e as fábricas paradas, muitos empresários enfrentaram dificuldades para reposição do estoque. No entanto, essas soluções permitiram a realocação de mercadorias, do estoque já existente, para as lojas que

mais precisavam, otimizando a capacidade de caixa das empresas e garantindo que as prateleiras estivessem abastecidas. "Não previmos a pandemia, mas boas práticas de gestão de estoque, aliadas às tecnológicas disponíveis, ajudaram nossos Clientes a se prepararem para o pior momento", salienta.

TI e o trabalho híbrido

Um dos temas abordados na entrevista foi a segurança dos dados em tempos de trabalho híbrido, em que os sistemas podem ficar mais vulneráveis. De acordo com Renato, a tecnologia está presente em tudo e está evoluindo rapidamente, aumentando os riscos de segurança da informação. Portanto, é essencial investir em diagnósticos e planos de execução para alcançar o grau de maturidade apropriado. "As empresas conscientes estão investindo nisso, enquanto aquelas que não o fazem podem sofrer consequências graves, como invasões e subtrações financeiras, e a conta pode ser bem alta e acaba chegando pela negligência”, reforça.

Por isso, é importante se asses-

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CONTEÚDO COMPARTILHADO TECNOLOGIA
DA INFORMAÇÃO

sorar com especialistas em segurança da informação e conscientizar os colaboradores sobre comportamentos seguros, o que é fundamental para mitigar riscos. A preparação e treinamento das pessoas também é crucial na opinião de Enéas Rodrigues. "A discussão do modelo híbrido não passa apenas pelo RH, mas também pelas áreas de Negócio, e deve ser debatida com toda a Organização, levando em conta a cultura e necessidade de cada empresa", afirma.

Renato Maio

A Importância do ESG e o apoio da TI

Em alta nas organizações, os consultores também abordaram a prática do ESG nas empresas. Enéas entende que o tema é importante para todos,

Empresas e Pessoas, e a TI tem um papel fundamental, garantindo a qualidade e a segurança das informações e suportando sistemas que apoiam a cadeia de valor do Negócio e sua relação com os requerimentos previstos nos temas relacionados ao ESG. Além disso, existem soluções no mercado para monitorar questões sociais e ambientais, como trabalho análogo à escravidão, consumo de água e poluição ambiental. Ainda dentro do aspecto social, também existem soluções para RH e treinamento. "O ESG vem sendo patrocinado pelos grandes investidores como forma de gerir temas relacionados à Sustentabilidade nas Empresas Investidas como uma maneira de proteger suas marcas e consecutivamente seus investimentos e acaba por apoiar também o pequeno investidor", acredita.

Renato sustenta que o ESG, que antes era chamado de EHS (Environment, Health and Secutiry), não é algo novo e tem ganhado mais pressão e interesse por parte das empresas e pelas comunidades em relação a questões ambientais e sociais. "É preciso tomar cuidado para que o ESG não se torne uma barreira para empresas menores e mais simples competirem

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"As empresas devem se preparar para ataques maliciosos relacionados à Tecnologia da Informação, pois é uma questão de tempo até que isso aconteça."
ENTREVISTA CONTEÚDO COMPARTILHADO

com as maiores", alerta. Outro aspecto importante é que o ESG seja inclusivo e acessível para todos, na visão do especialista. "É necessário que cada pessoa faça a sua parte", declara Renato, se referindo tanto à escolha de produtos de empresas que adotam práticas sustentáveis, como ao descarte correto de resíduos por parte da população.

O Futuro, a Inteligência

Artificial e o Chat GPT

O futuro da tecnologia com a chegada do Chat GPT e outras ferramentas de IA é algo que vem sendo muito debatido, porém é difícil traçar um cenário agora. "Ainda precisamos esperar para ver o que vai acontecer. Acredito que é algo que pode ser tão transformacional como foi o evento da Internet, se tudo der certo", acredita Enéas. Ele recorda que a Internet surgiu em meio a críticas, pois seria uma ameaça às instituições, às famílias e aos negócios. Entretanto, com o tempo, os benefícios foram enormes. "Machine Learning e Inteligência Artificial, que sempre foram ferramentas importantes no contexto científico e empresarial, podem se tornar soluções

poderosas para prevenção, predição e planejamento estratégico", comenta.

Para Renato, a Inteligência Artificial veio para ficar e não é possível fazer uma pausa na sua evolução para que se elabore uma regulamentação, como propôs Elon Musk, tudo tem que acontecer em paralelo. Ela já está em uso em várias áreas, não só em perguntas no Chat GPT. "O desafio agora é integrar a IA na arquitetura atual das empresas para poder se beneficiar dela nos processos críticos da cadeia de valor”.

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CONTEÚDO COMPARTILHADO
Confira a entrevista na íntegra em: Clique para acessar
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Clique para acessar

SOBRE OS ENTREVISTADOS

Consultor de inteligência empresarial na Lozinsky, possui mais de 28 anos de experiência com empresas de médio e grande porte. Especializado em planejamento estratégico de TI, gerenciamento de programas críticos e transformação tecnológica. Reconhecido por entregar resultados expressivos em redução de custos, aumento de vendas e eficiência na entrega de projetos.

Sócio-Fundador da Lozinsky, possui mais de 25 anos de experiência em TI, tendo atuado como Diretor Executivo de Negócios, CIO e Consultor Estratégico de TI em organizações globais e locais. Especializado em infraestrutura de TI, ERP, BI e governança, sempre buscando resultados comerciais, redução de custos e valor agregado através da Tecnologia da Informação.

Renato Maio
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Coaching de IE?

Vale a pena conhecer alguns benefícios desse tipo de interação

5 minutos

A vida traz a arena de desafios. Cabe a cada um de nós percebermos nossas respostas emocionais e atuarmos com inteligência emocional (IE) perante cada situação. A IE diz respeito a um conjunto de habilidades fundamentais para líderes em qualquer setor ou organização. Ela desempenha um papel importante durante nossas tarefas diárias, pois permite que possamos lidar com emoções próprias, de colegas, da equipe e de gestores de maneira produtiva, criando um ambiente de trabalho mais harmonioso e colaborativo.

Algumas competências de IE se destacam no trabalho de executivos. A primeira delas é lidar com situações de estresse e pressão com mais facilidade e eficiência, a partir do reconhecimento e controle das próprias emoções. Em paralelo, gerenciar conflitos de forma eficaz, motivar a própria equipe e

14 ARTIGO
Artigo por Alessandra Gonzaga Conexão IE

criar um ambiente de trabalho positivo. E como base para o trabalho em equipe, a prática da comunicação clara e empática, por meio da percepção das emoções e posicionamentos de outras pessoas.

No campo interpessoal, o(a) executivo(a) com alta inteligência emocional é capaz de reconhecer e responder às emoções dos outros de forma positiva, o que permite estabelecer relações mais fortes e duradouras. A partir da autoconsciência e autocontrole do próprio universo

com conflitos e tensões de forma mais eficaz, mantendo uma abordagem calma e respeitosa em situações difíceis.

Porém para ativar todas essas habilidades é fundamental se colocar em um estado de abertura em relação à própria experiência. Por vezes ligamos o piloto automático e deixamos pistas não verbais escaparem de nossa percepção, deixando oportunidades poderosas para construirmos pontes e vias de influência positiva. Para facilitar a chegada nesse nível de consciência, nos últimos anos tenho realizado uma série de atendimentos em coaching em inteligência emocional, em que são exploradas as respostas às situações do cotidiano, sempre enfocando o que podemos ver, ou seja, o comportamento próprio e de outros. Essa forma de coaching comportamental pode ser útil em várias situações, principalmente quando há uma necessidade de desenvolver habilidades específicas ou enfrentar desafios profissionais. Alguns contextos em que pode ser útil buscar um coaching de IE incluem:

• Desenvolvimento de habilidades de liderança: um executivo que está começando a assumir um papel de liderança pode buscar um coaching de IE para desenvolver habilidades de li-

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CONTEÚDO COMPARTILHADO INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

derança eficazes, como comunicação, motivação de equipe, tomada de decisão e gerenciamento de conflitos.

• Melhor resposta à pressão: um executivo que precisa lidar com pressão e estresse no trabalho pode buscar o coaching para aprender a gerenciar suas emoções, a partir de técnicas de regulação e coping. Inclusive, pode ampliar essas estratégias de enfrentamento para colegas e equipe de trabalho.

• Melhoria de habilidades de comunicação: por vezes falar em público, dar feedback construtivo e se comunicar de forma clara e direta pode ser um desafio. O espaço do coaching permite a experimentação e análise do próprio discurso, favorecendo a construção do raciocínio e o melhor desenvolvimento da fala.

• Desenvolvimento de habilidades de resolução de problemas: a pessoa que está enfrentando desafios profissionais complexos pode buscar um coaching comportamental para desenvolver habilidades de resolução de problemas eficazes e aprender a tomar decisões informadas e bem-sucedidas.

• Melhoria da gestão do tempo e

produtividade: na rotina corrida de reuniões e interações entre times, gerenciar o tempo de forma a manter-se produtivo pode ser um grande desafio. Parar para olhar tudo e planejar pode permitir maior foco e produtividade.

Em resumo, um coaching comportamental pode ser útil para um executivo em qualquer momento em que ele precise desenvolver habilidades específicas ou enfrentar desafios profissionais. O coaching pode ajudar o executivo a alcançar seus objetivos de carreira, desenvolver sua liderança e aumentar sua eficácia no trabalho.

Além de todas os benefícios na condução do próprio comportamento, a inteligência emocional também é importante para a tomada de decisões eficazes e bem-sucedidas. Um executivo com inteligência emocional é capaz de avaliar as emoções e o impacto que as decisões podem ter em si mesmo e nos outros, o que pode levar a decisões mais informadas e melhores. Em tempos tão voláteis como o que vivemos, em que as situações se apresentam com novos desafios cotidianamente é fundamental saber navegar nas oscilações do próprio universo emocional, influenciando positivamente quem está ao nosso redor.

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CONTEÚDO COMPARTILHADO
ARTIGO

SOBRE A AUTORA

Diretora da Conexão IE, Jornalista, escritora, Mestre em Psicologia Clínica e Doutora em Gestão de Pessoas, com certificações em Inteligência Emocional junto a mestres da Universidade do Texas A&M, de Harvard e de Yale.

É Budista praticante, apaixonada por aprender sobre a difícil arte de encontrar serenidade interior e compaixão em um mundo tão desconectado da alma.

Atua no campo da Inteligência Emocional desde o início do milênio, quando o assunto era tabu nas empresas, sendo facilitadora em programas de desenvolvimento de líderes, como coach e mentora, além de professora em cursos de pósgraduação em inteligência emocional na PUCRS e Kroton.

Alessandra Gonzaga

EDUCAÇÃO CORPORATIVA

A Nova Era da Educação

Corporativa

Entrevista com Carol Viegas

UGlocal Business Education

18 7 minutos
ENTREVISTA

Nos dias de hoje, a formação de líderes tornou-se uma prioridade estratégica para as organizações que desejam prosperar em um cenário empresarial complexo e dinâmico. A educação corporativa desempenha um papel crucial ao fornecer ferramentas e conhecimentos necessários para o de-

senvolvimento de habilidades de liderança. Para falar sobre o tema, a Revista Conteúdo Compartilhado foi ouvir Carol Viegas, Diretora de Produto e Conteúdo na UGlocal Business Education. A entrevista foi gravada e está disponível também em vídeo no Youtube e em Podcast no Spotify e nas principais plataformas de streaming de áudio.

Carol Viegas é uma aprendiz incansável em busca de melhoria contínua, na solução de problemas, desenvolvimento em habilidades comerciais e de liderança. "É assim que quero fortalecer minha expertise profissional de comunicóloga", afirma. Segundo ela, a UGlocal tem como propósito conectar pessoas e empresas, por meio do melhor da teoria e prática de temas atuais e relevantes do universo corporativo.

O objetivo é permitir que essas pessoas troquem experiências, boas práticas e saiam dos encontros com insights e possibilidades de negócios, por meio das informações coletadas e compartilhadas. A UGlocal acredita que a melhor maneira de alcançar isso é por meio de eventos corporativos, nos quais especialistas, escolas de negócios e líderes de mercado

19 CONTEÚDO COMPARTILHADO
EDUCAÇÃO CORPORATIVA

são convidados para discutir temas relevantes e estratégicos para o mercado.

A constante busca por novos formatos de aprendizado

Na entrevista, Ari Pellicioli, CEO da ConsulPaz, questionou Carol sobre a sua visão quanto à evolução da educação corporativa e o seu impacto nas empresas, considerando os diversos cenários enfrentados nos últimos anos, como a pandemia e o crescimento da transformação digital. Ele destacou a importância de acompanhar as mudanças e inclusão no ambiente corporativo. "A gente tem visto um movimento bem interessante das empresas. A educação corporativa passou por algumas transformações", reforça Carol.

Ela ressalta que as empresas sempre buscaram aprimoramento. Para Carol, isso se reflete nas trilhas de desenvolvimento internas e nas oportunidades que os executivos têm de buscar conhecimento externamente, por meio de pósgraduações e eventos corporativos. As iniciativas fazem parte de um esforço para continuar crescendo. Além disso, ela observou que as pessoas também

estão em busca de desenvolvimento, independentemente da empresa em que estejam atualmente. Elas reconhecem a importância de investir em si mesmas como indivíduos e profissionais, pois compreendem que isso é benéfico tanto para o presente quanto para o futuro, quando podem estar em uma nova companhia. Essa crescente busca por aprendizado e desenvolvimento é uma tendência evidente.

Outra percepção de Carol, é de que a educação corporativa não está mais somente em sala de aula. "Isso já mudou bastante. E as empresas já entende-

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CONTEÚDO COMPARTILHADO ENTREVISTA

clusive, modelos de treinamento diferentes", explica, mencionando um evento realizado em 2022 pela UGlocal de gamificação que falava sobre Metaverso. As empresas estão apostando em tecnologias como realidade aumentada, realidade mista e plataformas de metaverso 2D para oferecer treinamentos e desenvolvimento de forma mais imersiva. Apesar dessas mudanças de formato, a educação corporativa continua sendo uma fonte importante de conhecimento. Carol esclarece que tanto as empresas quanto os executivos compreendem cada vez mais a importância desse tipo de aprendizado e desenvolvimento.

Tendências da Educação Corporativa

Ari Pellicioli aborda as principais tendências na área de educação corporativa e pergunta se as novas formas de aprendizado, como o Metaverso e o uso de tecnologias como o Chat GPT, estão realmente acontecendo. Inclusive, quer saber de Carol se estamos próximos de alcançar formatos inovadores na educação, especialmente para líderes, executivos e equipes corporativas. Ca-

EDUCAÇÃO CORPORATIVA

rol afirma que foi importante buscar referências para poder traçar estas tendências e até trazer respostas mais claras para todas estas dúvidas. "Eu fui pesquisar e encontrei no Portal RH uma matéria bem legal sobre o tema".

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O conteúdo citado por Carol Viegas traz 5 tendências de Educação Corporativa para 2023: Microlearning e Nanolearning, Aprendizagem Phygital, Aprendizagem autodirigida e social, Learning in the Flow of Work e Reskilling. Ela destaca que hoje o timing de aprendizagem é diferente. "As pessoas querem cada vez mais conteúdos que sejam direcionados, práticos e rápidos. Então, eles têm apostado muito em vídeos de 1 a 5 minutos, que reúne informações que são relevantes e têm uma linguagem simples e direta”, alerta. A ideia é que as pessoas já possam sair aplicando na prática o que aprendem, tirando as dúvidas e fa-

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CONTEÚDO COMPARTILHADO
SAIBA MAIS EM: tendências de educação corporativa para ficar de olho em 2023 RH Portal

zendo tudo de uma forma mais ágil e simples.

Carol Viegas reforça outra tendência que aparece na reportagem: a aprendizagem phygital. "É um termo muito conhecido pelo varejo na questão de experiência do cliente, mas que está vindo também para dentro da sala de aula, para dentro da educação corporativa, porque agora as empresas estão omnichannel", explica. Ela lembra que o profissional está cada vez mais conectado em diversos canais e os melhores formatos são aqueles que permitem que as pessoas se organizem da sua forma e nos seus horários, de maneira facilitada.

social, segundo Carol, é uma aprendizagem com um olhar para o social. "São relações sociais do indivíduo manifestadas por meio de um grupo, um grupo social". Neste caso, há uma interação profissional, mas que também traz as experiências de vida. Sobre o Flow of Work, esclarece que é eficiente na questão digital, porque está focado na rotina do colaborador e a aprendizagem se dá no fluxo de trabalho. "Então, não preciso parar para poder fazer aquela aprendizagem. Consigo fazer enquanto estou trabalhando", explica Carol. Para tanto, são utilizadas tecnologias como chatbot, plataformas inteligentes, inteligência artificial e recursos que irão otimizar o aprendizado.

Por último, Carol comenta sobre o Reskilling, que também é uma tendência importante. É quando o indivíduo busca novos conhecimentos para se adaptar ao mercado de trabalho. "É olhar para as minhas competências e ver como posso me qualificar, como eu posso melhorar e que outras funções eu posso agregar dentro da minha jornada profissional. E o que eu preciso aprender para crescer ou para continuar onde eu estou?", esclarece.

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ENTREVISTA

A Diversidade Geracional na Educação Corporativa

Ari mencionou a importância da diversidade geracional nas empresas e os benefícios que ela traz em termos de competências diferenciadas e potenciais diversos. Ele destacou que treinar um público de diferentes gerações pode ser um desafio, pois cada geração tem diferentes preferências e formas de absorver conteúdo. Ele mencionou que sua geração está mais acostumada com treinamentos no estilo sala de aula, enquanto reconhece a necessidade de adaptar os conteúdos para diferentes públicos e suas formas de aprendizado. Ari questionou a opinião de Carol sobre como enfrentar esse desafio e como ela acredita que a diversidade geracional possa ser apoiada no contexto das empresas.

Carol Viegas fala em diversidade direcionada. "Ela é um desafio intenso porque a empresa precisa entender como que cada geração aprende". Segundo Carol, existe um estudo do psiquiatra americano, William Glasser sobre aprendizagem. De acordo com a teoria de Glasser, nós absorvemos 70% do conteúdo quando fazemos

anotações e questionamentos. Carol alerta, no entanto, que nem todas as gerações são assim. Ela mesma mistura o aprendizado de sala de aula com a gameficação, mas isso pode não funcionar para outras pessoas. Como solução, a empresa pode ensinar a pessoa mais velha a ser digital, trazendo ganhos para ela, assim como a pessoa mais jovem pode ter acesso a algo mais presencial que também será rico.

Um dos principais desafios, de acordo com a percepção da Ca-

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CONTEÚDO COMPARTILHADO
CORPORATIVA
EDUCAÇÃO

rol, é compreender como diferentes gerações absorvem o aprendizado e criar trilhas de forma automatizada para que as pessoas possam acessá-las de acordo com sua disponibilidade. Ela destaca a importância de oferecer experiências presenciais para promover interação e socialização. Além disso, entende que o segredo da educação corporativa está em como estimular e atrair as pessoas para que tenham vontade de aprender, indo além do formato em si. Ela enfatiza a importância de utilizar a linguagem adequada, entender a aprendizagem de forma intuitiva, fluida e prazerosa para os colaboradores, o que representa um desafio além da simples escolha do formato.

Diante de tantas novidades, Ari Pellicioli questiona sobre o formato digital mais utilizado e que tem gerado melhores resultados em programas de

educação corporativa, com base na experiência da Carol. Ela lembra que a pandemia trouxe o desafio de encontrar formas de aprendizado e consumo de conteúdo enquanto as pessoas estavam em casa. Eventos presenciais eram atrativos pela interação e troca intensa, mas o formato online também ganhou espaço, oferecendo interação e comunicação através de ferramentas digitais. Com a retomada, acredita-se que haverá uma mescla entre conteúdos remotos e presenciais, permitindo flexibilidade e consumo de acordo com a disponibilidade de cada pessoa. Isso possibilita que os executivos atendam suas expectativas e necessidades como colaboradores, buscando uma educação corporativa mais personalizada. "A educação corporativa está mais do que nunca adaptada à necessidade do colaborador", resume.

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CONTEÚDO COMPARTILHADO ENTREVISTA
íntegra em:
Confira a entrevista na
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Diretora de Produto e Conteúdo na UGlocal, é formada em Relações Públicas pela Cásper Líbero. Possui experiência em comunicação corporativa, planejamento estratégico de comunicação, gestão de produtos, criação de conteúdo e mestre de cerimônias.

Curiosa nata, tem sede de conhecimento e, para ela, o mais importante é conseguir dividi-lo. Apaixonada pelo que faz, busca constantemente por melhoria contínua, solucionar problemas, desenvolvimento em habilidades comerciais e liderança. Isso porque é assim que busca fortalecer sua expertise profissional de comunicóloga.

Carol Viegas

SERVIÇOS COMPARTILHADOS

Centro de Serviços Compartilhados: capacidade ou capacitação?

Artigo por Luis Adonis Correia

Especialista em Transformação e Desenvolvimento Organizacional

5 minutos

Desde a busca pela excelência operacional até a necessidade de adaptação em um mercado dinâmico, o CSC surge como uma solução promissora para empresas que buscam simultaneamente maior qualidade e menores custos. No entanto, para garantir o sucesso dessa iniciativa, é crucial que sejam considerados aspectos estratégicos, de governança interna e de gestão da mudança.

O papel estratégico do Centro de Serviços Compartilhados (CSC)

Em uma abordagem de estratégias competitivas, discutiu-se durante um bom tempo se as empresas conseguiriam oferecer maior qualidade e menores custos simultaneamente. Mas a diferença obtida em excelência operacional (por exemplo, por empresas japonesas nos Estados Unidos ainda na década de 1980) foi tão significativa que se descortinou a possibilidade de conciliar maior qualidade e menor custo.

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tégia em si, mas decorre desta e está imbricada em sua execução. Uma vantagem operacional significativa permite a conjugação de menores custos e maior qualidade.

Há, sim, desdobramentos estratégicos que buscam internamente diferenças na operação que alteram a produtividade e a rentabilidade. E isso se torna mais urgente em um mercado dinâmico e tecnológico, com dificuldade em manter uma diferenciação, com concorrência veloz e barreiras à competição ruindo.

A produtividade conta com técnicas

mento e aproximação de posições estratégicas. A estruturação precisa de um Centro de Serviços Compartilhados (CSC) é um caminho, e que começou a ser trilhado naquela mesma época.

Em comparação com estruturas centralizadas ou terceirizadas, no CSC há mais alinhamento com a visão de negócio, o foco muda das atividades administrativas e departamentais para o cliente, trata-se mais de desempenho do que carga de trabalho, e seu funcionamento sai do status quo e vai para oportunidades de melhoria contínua.

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CONTEÚDO COMPARTILHADO

Componentes-chave para o sucesso do CSC

Há, no entanto, 3 aspectos que muitas vezes não recebem atenção no processo de implantação de um Centro de Serviços Compartilhados:

• As implicações para a estratégia corporativa;

• Os temas de governança interna desse modelo; e

• A condução do processo de mudança decorrente.

A gestão das consequências advindas desses aspectos é crucial para o sucesso de qualquer CSC que deve considerar 5 componentes chave: estratégia, processos, cliente, performance e gestão de dados.

Tais componentes são temas de ações de alinhamento, envolvimento e capacitação, ou seja, ações que atentam para preparar uma organização para um processo de mudança significativa, considerando as suas interfaces.

atendimento ao cliente, procedimentos e sistemas. São demandados, portanto, elementos técnicos, processuais e comportamentais.

Estruturo a seguir quatro vetores de atuação:

1) Conscientização - Reconhecendo a magnitude e implicações da mudança:

• Orientar claramente os impactados, em algum nível pela mudança, para que reconheçam a magnitude e as implicações em papéis e responsabilidades.

Preparando a organização para a mudança

Nessa preparação, alinhamento e envolvimento no novo cenário devem enfocar o propósito da iniciativa, o papel do CSC, a cultura de

ARTIGO CONTEÚDO COMPARTILHADO

2) Comportamento - Benefícios individuais e coletivos da nova forma de trabalho:

• Buscando aumentar os níveis de efetividade pessoal e de equipe, deve-se responder à pergunta dos profissionais impactados (que podem verbalizá -la ou não) “o que ganho com isso?”. Ou seja, a vantagem, o benefício que se aufere da nova forma de trabalho ou “como isso me afeta?”. Assim, é necessário entender como a mudança os atinge e quais alterações advêm desse rearranjo.

• Discutir o papel na organização e como isso ajuda ao alcançar a visão da empresa (propósito, visão, contexto).

• Levantar as habilidades necessárias para o CSC frente aos perfis atuais do staff selecionado para posições a serem preenchidas (projeto e pósimplantação).

3) Processos - Treinamento, simulação e estabelecimento de acordos de nível de serviço (SLAs):

• Treinar usuários em seus novos papéis e responsabilidades, categorizandoos por nível de utilização (end user, heavy user, trasactional user etc.). Pode-se incluir “atendimento ao cliente” para staff e team building para grupos operando em localidades geográficas diferentes, participantes do CSC.

• Desenvolver conhecimentos e habilidades para realizar uma série de tarefas e simular um dia de operação, entendendo, por exemplo, quando e em que condições um fornecedor entrega pedidos e como é pago.

• Garantir que o staff conheça os novos procedimentos, processos e funções do CSC.

• Estabelecer os SLA – Service Level Agreement, que devem defi-

CONTEÚDO COMPARTILHADO
SERVIÇOS COMPARTILHADOS

nir prazos, custo, padrões de qualidade e indicadores de desempenho, com as unidades de negócio.

4) Técnico - Garantindo prérequisitos e estrutura de apoio operacional:

• Assegurar que os prérequisitos técnicos de operação foram adquiridos e o conhecimento e as habilidades estão disponíveis e prontos para uso no novo sistema e em suas interfaces.

• Criar uma estrutura de apoio (procedimentos de help desk) às pessoas impactadas pelo processo de implantação do novo espaço e procedimentos de operação.

A adoção de Train-The-Trainers como parte da preparação é importante não só por aumentar o envolvimento do time interno de implantação, como também para estabele-

cer a estrutura para os treinamentos de indução (on-boarding, para os novos entrantes).

Afinal, capacidade ou capacitação?

Muitas vezes o indicador de desempenho de um CSC avalia a capacidade (de operação, de processamento) da unidade. Mas isso é consequência da abordagem de capacitação que a empresa adotou. Ou seja, o sucesso está atrelado à abordagem de preparar a organização para a mudança. A capacidade decorre da capacitação.

A abordagem comportamental é crítica para criar e sustentar uma cultura de serviço em um CSC. Não é uma transição automática nem de curto prazo porque não se trata apenas de habilidades funcionais, procedurais, mas também, e intensamente, de relacionamentos, interações e interdependências.

ARTIGO

SOBRE O AUTOR

Especialista em processos de transformação e desenvolvimento organizacional, com atuação multicultural em projetos na América Latina, América do Norte, África e Europa. Exerceu posições de liderança em RH, Comunicação e consultoria em multinacionais.

Graduado em Engenharia de Produção, com pósgraduação em Administração de Empresas e especialização em Recursos Humanos. É professor e conferencista convidado em universidades no Brasil e no exterior. Autor de artigos, ensaios e livros.

Luis Adonis Correia

COMUNICAÇÃO E LIDERANÇA

Comunicação Não Violenta: Transformando as Relações nas Empresas

Entrevista com Vivian Laube

Especialista em Liderança, Comportamento Organizacional e Comunicação Não Violenta

32 10 minutos
ENTREVISTA

A comunicação desempenha um papel fundamental no ambiente corporativo, e a abordagem da Comunicação Não Violenta tem se destacado como uma ferramenta transformadora para as relações nas empresas. Para falar sobre o tema, o CEO da ConsulPaz, Ari Pellicioli, conversou com Vivian Laube, especialista em Liderança, Comportamento Organizacional e Comunicação Não Violenta (CNV), e criadora do método Vamos Aprender a Conversar.

Vivian é apaixonada pela CNV e dedica-se à formação de lideranças e profissionais para o desenvolvimento das relações interpessoais. Ao longo da sua trajetória, desenvolveu um método e o descreve como um caminho para a construção de conversas mais autênticas, mais assertivas e menos violentas.

O caminho que as pessoas precisam percorrer, de acordo com Vivian, possui 3 etapas importantes. "Primeiro, eu preciso aprender a conversar comigo. Essa é uma deficiência enorme porque não sabemos o que queremos expressar para o outro. Na nossa conversa, normalmente culpamos o outro de algo. Então, quando vamos conversar, vamos para consertar o

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outro, para mostrar que ele está errado, que ele deve fazer diferente, enfim. E não conversamos com nós mesmos para saber o que sentimos e quais são as nossas necessidades. Então usamos muito mais uma linguagem de culpa", explica.

Em um segundo momento, é preciso levar em consideração que tem uma outra pessoa nessa conversa. Ou seja, é auto conexão e conexão com o outro. "Nesse caminho do método, a conexão diz respeito à empatia, a gente aprende a escutar", reforça. Vivian, inclusive, criou um curso, o "Vamos aprender a escutar". Existem várias maneiras de escutar as pessoas que são fundamentais e muitas vezes desconhecemos estas técnicas, como a da escuta ativa. Por fim, o método tem uma terceira etapa que é analisar a situação.

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"Normalmente iniciamos nossas conversas não a partir do fato, mas sim da percepção que temos desse fato"
Vivian Laube

Vivian traz na entrevista alguns exemplos práticos de diálogos e formas de abordagem diferentes. "Eu não digo para as pessoas: eu te liguei três vezes, hoje você não me atendeu. Eu digo: você nunca atende o telefone! Eu já vou com uma crítica, com algo que é o meu ponto de vista sobre a situação". Ela explica que é preciso falar a partir de um fato para as conversas serem mais assertivas e com uma linguagem clara. "Não é ser bonzinho, não é ser querido", afirma. É, na verdade, um diálogo autêntico que consegue expor claramente um pedido para que o outro consiga atender a sua necessidade. "É algo muito importante e que eu descobri, mesmo sendo da área de comunicação, que eu nunca tinha aprendido e fiquei muito impactada".

Como melhorar a comunicação das lideranças com as equipes?

Durante a conversa, Ari Pellicioli comenta sobre o contexto empresarial atual, em que há uma grande diversidade de culturas e pessoas, além da rápida evolução das novas tecnologias e da velocidade das comunicações através de diversas ferramentas. Diante desse contexto, em que muitas vezes há também a pressão para atingir metas, ele

questiona sobre o papel da liderança na comunicação com as equipes, no desenvolvimento das mesmas e na criação de um ambiente de trabalho positivo.

Vivian lembra que antigamente não havia discussão, os sentimentos ficavam fora do trabalho. Por isso, hoje os desafios dos líderes envolvem a ressignificação, revisão e modificação de conceitos estabelecidos anteriormente. A sociedade e as empresas tradicionais ainda estão fortemente embasadas nesses modelos antigos, o que cria um contexto desafiador para os líderes. "O líder tem que oferecer agora uma liderança mais humanizada. Eu gosto de chamar de liderança empática

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também. Mas como ele, como líder, vai fazer isso? Ele não sabe fazer. Nunca aprendeu sobre isso".

Para enfrentar esse desafio, Vivian destaca a importância de as empresas investirem no desenvolvimento dos líderes atuais. Ela enfatiza que esses profissionais necessitam de capacitação e de um conjunto amplo de ferramentas para desempenharem efetivamente o papel de uma nova liderança. "Eles precisam de apoio, mas precisam também ter interesse", ressalta. Vivian destaca a importância de compreender as diferentes gerações e culturas presentes nas equipes, além da diversidade estimulada nos ambientes de trabalho atualmente. "Ora, se eu vou facilitar, eu não vou complicar", pontua Vivian, enfatizando a necessidade de se comunicar de maneira compreensível para todos os membros do grupo.

A liderança precisa, cada vez mais, se colocar no papel de um facilitador, entendendo como se comunicar de forma adequada com cada indivíduo, ouvindo e conhecendo profundamente a equipe. Vivian destaca a importância de compreender como cada membro do time prefere receber feedback e como se envolver no processo de apoio mútuo. "Eu também não preciso ter resposta para tudo", reconhecendo que a liderança contemporânea en-

frenta diversas mudanças e desafios. A liderança atual, segundo Vivian, requer escuta atenta, conhecimento do grupo e adaptação à diversidade presente. Com as mudanças em curso, a liderança eficaz é construída com base no conhecimento e na facilitação, visando alcançar resultados positivos para todos os envolvidos.

A Importância de entender o que é a Comunicação Não Violenta

Segundo Vivian, é importante compreender o conceito de Comunicação Não Violenta e sua relevância na melhoria das relações interpessoais nas empresas. Ela explica que a CNV é baseada na percepção do psicólogo Marshall Rosenberg, que identificou a linguagem e a forma

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Marshall Rosenberg, autor do livro Comunicação Não-Violenta.

de comunicação como elementos determinantes para a manifestação de compaixão ou violência nas relações. "Ele se tornou um grande mediador de conflitos em nível mundial e deixou um legado", reforça.

Vivian ressalta que a CNV não é apenas uma metodologia, mas um conjunto de quatro passos que envolve observar o que está acontecendo, reconhecer os próprios sentimentos e empatizar com os sentimentos do outro, identificar as necessidades pessoais e do outro, e, finalmente, fazer um pedido claro e expressar as descobertas feitas durante o processo de comunicação.

Para Vivian, a Comunicação Não Violenta é fundamental em todas as relações, seja em familiares ou profissionais. Os pais e profissionais da educação deveriam explorar mais esse tema, buscando orientações para educar de maneira mais empática e distante do modelo de comando e controle. Como o termo "comunicação não-violenta" pode afastar algumas pessoas inicialmente, a abordagem também é conhecida como comunicação assertiva. "Puxa, mas está me chamando de violento! Então vou ter que aprender a não ser violento? Já estão me ofendendo", exemplifica.

Vivian cita a Justiça Restaurativa, que busca restaurar as relações por meio de conversas, e ressalta a im-

portância de aprender a ter conversas corriqueiras e difíceis no dia a dia para lidar de forma mais efetiva com os conflitos. Assim, a conversa deste modelo deve ser incorporada na cultura nas empresas, permitindo a resolução precoce de conflitos e a criação de um ambiente mais harmonioso. Quando as pessoas dominarem as habilidades de comunicação, especialmente em conversas difíceis como o feedback, os conflitos serão minimizados e resolvidos com maior facilidade.

O feedback nas organizações

Ari Pellicioli compartilhou suas experiências e percepções em relação ao feedback no ambiente corporativo. Ele descreve a tensão e o nervosismo que costumava sentir ao ser convocado para receber um feedback, com toda a equipe observando e se perguntando o que estava acontecendo. "Você ficava nervoso, as pernas tremiam caminhando em direção a sala do chefe", lembra. Ele comenta que muitas vezes o feedback se restringe a aspectos negativos, mas que também é necessário um feedback positivo constante. Diante disso, questiona Vivian sobre como as lideranças podem passar feedbacks assertivos, sem criar esse ambiente de tensão.

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ção Não Violenta, explora o motivo por trás dessas reações, desmistifica o processo e vai além: "E eu sinceramente acredito que a gente deveria transformar essa palavra feedback em uma outra qualquer, porque ela já está tão malvista que fica difícil. Toda vez que a gente fala: vou te dar um feedback! A pessoa já fica armada". É um gatilho para todos ficarem na defensiva como quando os pais chamam para uma conversa, ou o companheiro diz que precisa conversar sobre a relação. "Gera um pânico", alerta Vivian. Segundo ela, na empresa é a mesma coisa, porque as pessoas não desenvolveram a habilidade de conversar. "Desde criança que a gente

versar, é um castigo. E nenhum ser humano gosta de ser avaliado", lembra. Um dos principais obstáculos é a resistência a ser avaliado por outros. "Não gostamos de ser avaliados, e muitas vezes acreditamos que o outro não está apto a nos avaliar", explica. Essa percepção alimenta a desconfiança e a incerteza diante do feedback recebido. No entanto, Vivian ressalta que é fundamental entender que o feedback pode ser construtivo e benéfico para o crescimento profissional.

A cultura do feedback tradicional, com sua abordagem do "sanduíche" - um elogio, seguido de críticas, e outro elogio -, já foi amplamente praticada, mas se mostrou ineficaz.

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Vivian destaca a importância de separar o momento de elogiar do momento de abordar questões a serem melhoradas. Reconhecer as conquistas e as qualidades de alguém é fundamental para construir um relacionamento de confiança.

Ela cita a renomada autora Brené Brown, em seu livro "A Coragem para Liderar", em que aborda a importância de os líderes se aproximarem das pessoas e demonstrarem apreciação por elas. Vivian ressalta que as lideranças devem estar atentas às ações positivas dos colaboradores e expressar seu reconhecimento. Isso gera confiança mútua e estabelece uma base sólida para futuras conversas de feedback.

Para que o feedback seja efetivo, Vivian enfatiza a importância de uma abordagem curiosa. Em vez de chegar com uma avaliação pronta, os líderes devem iniciar a conversa com perguntas abertas, demonstrando interesse genuíno. Essa postura permite que o outro expresse sua perspectiva e contribui para uma compreensão mais ampla da situação. Vivian também destaca a importância de o líder utilizar a técnica das perguntas: "Você precisa de alguma ajuda?" ou "O que posso fazer para te apoiar?". Essas expressões mostram disponibilidade para auxiliar e promovem um ambiente de colaboração.

A técnica da "Investigação Apreciativa”, também é lembrada por Vivian como eficaz. Ela consiste em destacar tanto o que está bom quanto o que pode ser aprimorado. O feedback, não deve ser uma conversa engessada, mas sim um diálogo aberto, em que a curiosidade prevaleça sobre a certeza. É essencial permitir que o outro compartilhe sua realidade e sua verdade. Assim, o feedback se torna um instrumento de crescimento e desenvolvimento mútuo. Ao adotar uma abordagem

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curiosa e valorizar o reconhecimento, as empresas poderão criar um ambiente propício ao crescimento profissional e à construção de equipes mais engajadas e confiantes. Ari Pellicioli destacou a importância do reconhecimento no engajamento das pessoas. Trouxe um exemplo prático de um painel de boas práticas que foi implementado em uma empresa em que trabalhou. Nesse painel, os colaboradores podiam reconhecer e compartilhar situações positivas e bem-sucedidas de traba-

lho de seus colegas. Aquilo incentivava a cultura de comunicação, colaboração e compartilhamento de ideias, criando um ambiente em que as pessoas se sentiam valorizadas e motivadas a contribuir. São ferramentas e abordagens positivas que acabam incentivando esse tipo de cultura, em conjunto com o apoio das lideranças e engajamento de toda a equipe. Ou seja: o reconhecimento está diretamente relacionado aos resultados esperados pelas organizações.

Quando Vivian aborda a importância de as empresas realizarem capacitações para melhorar a comunicação entre os colaboradores, ela reforça que essa mudança requer uma transformação de mindset e cultura organizacional. A forma tradicional de comunicação, baseada em educação de certo e errado, julgamentos e controle, está profundamente enraizada na sociedade patriarcal e em nossos vieses cognitivos. Para efetuar essa transformação, é fundamental que as capacitações não sejam apenas eventos únicos, mas um processo contínuo. As pessoas precisam compreender a importância da mudança e estarem dispostas a abraçá-la no dia a dia da empresa. Palestras isoladas não são suficientes; é necessário comprometimento e uma cultura organizacional voltada para a mudança.

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COMUNICAÇÃO E LIDERANÇA

A Conexão Humana na Era da Tecnologia

Tanto Ari quanto Vivian concordam que a comunicação precisa se adaptar aos novos modelos com a tecnologia nas empresas. Ari destaca a importância dos três pilares - pessoas, processos e tecnologia - e como eles são interdependentes para o funcionamento adequado da comunicação organizacional. Ele menciona que a gestão da mudança é essencial nesse contexto, especialmente ao implementar novas iniciativas, projetos ou tecnologias. No entanto, ele questiona se existe uma receita ou estratégia ideal de comunicação para garantir o engajamento das pessoas e a adesão a essas mudanças.

Vivian reforça a necessidade de autoconhecimento e empatia, usando

o método da Comunicação Não Violenta, que envolve observação, sentimentos, necessidades e pedidos. Essa clareza interna facilita a compreensão mútua e o estabelecimento de relacionamentos mais assertivos. Ela ressalta que gestores de projetos e profissionais de gestão devem ter conhecimentos básicos de comunicação para criar relacionamentos eficazes.

Ambos concordam que a construção de relacionamentos, escuta ativa e inteligência emocional são fundamentais para uma comunicação efetiva. Os dois destacam a importância de sermos vistos, ouvidos, valorizados e respeitados pelos outros para promover o engajamento e a colaboração em equipes. Além disso, eles enfatizam a necessidade de escutar além das palavras e compreender as necessidades e emoções subjacentes nas interações.

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Confira a entrevista na íntegra em: Clique para acessar Clique para acessar

SOBRE A ENTREVISTADA

Especialista em Comunicação Não Violenta, ajuda indivíduos e empresas a aprimorarem suas conversas e relacionamentos. Com seu Método Vamos Aprender a Conversar, oferece cursos presenciais, online ao vivo e mentoria individual.

Já impactou mais de 5 mil pessoas em palestras e treinamentos para empresas renomadas como Dell, Unimed e Sicredi.

Possui formação em Programação Neurolinguística, Inteligência Emocional, Comunicação Não Violenta, Gestão de Conflitos, Investigação Apreciativa e Dragon Dreaming. Atua como professora de pós-graduação na Universidade Feevale e Faculdade IENH, e é habilitada para realizar círculos de construção de paz.

Vivian Laube

COLUNA CACO DA MOTTA

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por Caco da Motta
5 minutos Comunicação Criativa e Inovação: A chave para o sucesso profissional Coluna

Você já parou para pensar como a comunicação criativa e a inovação podem impulsionar sua carreira e levá-lo a novos patamares de sucesso profissional? Em um mundo cada vez mais competitivo e dinâmico, ter uma comunicação assertiva se tornou fundamental para se destacar e se adaptar às demandas do mercado atual.

Mas é preciso estar alinhado com as mudanças e transformações geradas pela nova economia em um mundo cada vez mais digital e conectado, ainda mais agora com a Inteligência Artificial. É neste ponto que entra a criatividade para que você saiba potencializar o seu conhecimento aliando comunicação com inovação.

A comunicação criativa vai além de transmitir informações de forma clara e objetiva. Ela envolve a capacidade de expressar ideias de maneira original, persuasiva e impactante. Quando você domina esta técnica, torna-se capaz de cativar a atenção do seu público, seja ele composto por colegas de trabalho, clientes ou parceiros de negócios. Através de uma técnica envolvente, estabeleça conexões mais profundas e construa relacionamentos sólidos, abrindo portas para oportunidades incríveis.

Mas como isso funciona? Eu levei mais de 30 anos para descobrir que tudo aquilo que aprendi como jornalista e comunicador se resumia a formatos e plataformas. À medida que o tempo foi passando, os conteúdos se tornaram mais próximos da realidade graças à tecnologia. Só que tem algo que nunca mudou. Cada indivíduo tem um jeito diferente de se comunicar, um carisma, muitas vezes, a falta dele, embora sempre haja algo que é justamente o seu diferencial. É preciso, então, encontrar o seu.

Primeiro, você tem experiência de vida pessoal e profissional, além de uma base de estudo nas áreas que escolheu se especializar. Sendo assim, possui conteúdo suficiente para se comunicar e se conectar com as pessoas. O básico, que todo mundo faz, é embalar isso em formatos e sair distribuindo da melhor maneira possível. Você pode deixar tudo isso mais bonito, mais atrativo e sensacional com a ajuda de ferramentas e de profissionais, seja numa produção de vídeo, num artigo, numa palestra ou aí sem tanta produção numa conversa com seu time da empresa. Dependendo do caso, poderá compartilhar e distribuir em canais e até mesmo impulsionar

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para atrair audiência.

Tudo isso funciona, mas não é o mais relevante. Primeiro, você precisa dominar as ferramentas e os ambientes receptores da sua mensagem. É como saber onde está pisando. Há um campo minado, uma palavra errada, um gesto em falso e a sua comunicação pode ser, no mínimo, bloqueada pelas pessoas. Vai perder credibilidade com seu público e não adianta ter poder, um cargo de liderança, nada disso. O poder está na sua comunicação, nem que seja falar menos. Muitas vezes, menos é mais.

É melhor não tentar se utilizar de ferramentas que não domina ou economizar em praticidades tecnológicas que facilitam a gravação de vídeos, a publicação nas redes sociais. Não é isso que faz a diferença. Eu conheço repórteres e apresentadores de TV que se comunicavam em tempos de muitas dificuldades tecnológicas e eles tinham voz, tinham atratividade porque sabiam e sabem até hoje contar uma história, envolver as pessoas, inspirar e emocionar. Você já tem conhecimento, tem ferramentas espetaculares, pessoas que podem te ajudar, mas sem uma comunicação eficiente não terá resultados efetivos.

A inovação, por sua vez, é um fator determinante para se destacar em um mercado em constante evolução. Vai além de criar algo novo, trata-se de encontrar soluções criativas

e diferenciadas para os desafios do seu dia a dia profissional. A capacidade de pensar de forma inovadora permite que você seja ágil na resolução de problemas, encontre novas abordagens para situações complexas e se destaque como um profissional visionário e proativo. Ou seja, inovar também é um movimento seu de uma nova postura aberta a mudanças que no fim vão acabar transformando a sua forma de se expressar, de ouvir as pessoas e de se conectar.

É preciso, porém, descobrir a sua voz. Quando digo voz, me refiro a melhor maneira de como você se expressa de uma forma geral com as pessoas. É quando você gera impacto, atrai a atenção e obtém resultados. Não é fácil descobrir assim da noite para o dia. Mas a dica que eu dou é começar a anotar seu de-

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COLUNA CACO DA MOTTA CONTEÚDO COMPARTILHADO

sempenho e resultados em diferentes formatos. Como fui na reunião, na videoconferência, naquele evento cheio de contatos e networking, numa entrevista que dei, numa postagem da minha rede social? Perguntar e pedir feedback, se aquilo ficou claro, se deu resultado.

O que Bill Gates e Steve Jobs têm em comum? Não é apenas a genialidade para criar coisas fantásticas. É a forma de comunicar suas criações. Cada um do seu jeito. Jobs nem está mais vivo, mas a maçã da Apple e suas ideias revolucionárias seguem se multiplicando. Muitas vezes com soluções simples como: em vez de ter dois botões, um para ligar e outro para desligar, basta dar um toque para ligar e outro para desligar, como pediu Jobs para abrir a porta automática da suíte do barco que ele nem pode desfrutar. Ou

quando você é a própria história de algo que sonha mudar. É o caso da ativista paquistanesa, Malala Yousafzai, que descrevia em um blog sobre a ocupação talibã que viralizou, até sofrer um atentado. Sobreviveu e descobriu a sua voz.

Você não precisa de tanta genialidade tampouco sofrer um atentado para descobrir sua melhor forma de se comunicar. Com certeza, saberá reunir informações das suas próprias experiências e daquilo que funcionou. Com treinamento em comunicação específica para seu caso, descobrirá um potencial incrível. É importante também ter referências na sua área, seguir pessoas inspiradoras que se comunicam bem e até mesmo de outras áreas, das suas relações e família. Mas nunca tente imitar alguém para se comunicar porque vai perder toda a sua autenticidade e isso soa quase como uma mentira, uma mensagem falsa. Seja você mesmo, até quando se enxerga em uma gravação e não gosta do que vê. Que ótimo, você tem autocrítica. Encare desta forma e siga em frente.

Então, imagine agora combinar a comunicação criativa com a inovação. O resultado é uma poderosa ferramenta que impulsiona seu potencial profissional. Ao comunicar suas ideias de forma criativa e inovadora, você com certeza vai despertar a atenção e o interesse das pessoas ao seu redor de uma forma

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diferente. É possível criar um ambiente propício para o compartilhamento de conhecimento, a colaboração e o surgimento de novas oportunidades. Vai abrir portas para o reconhecimento, pode se tornar uma referência em sua área de atuação ainda mais relevante.

As pessoas passam a valorizar suas contribuições e buscam sua opinião diante de desafios e projetos importantes. Poderás assumir novas responsabilidades e projetos, trabalhar em equipe, aprender e ensinar e acima de tudo ter voz e ser ouvido. Você estará aberto a novas ideias e perspectivas. Vai estimular a sua criatividade explorando diferentes fontes de inspiração, como a leitura de livros, a participação em cursos e workshops e o contato com pessoas

SOBRE O COLUNISTA

de diferentes áreas. Além disso, vai assumir riscos e experimentar abordagens não convencionais em seu trabalho.

Lembre-se de que a inovação muitas vezes surge quando saímos da zona de conforto e exploramos novos caminhos. Para tanto, saia em busca de aprendizado contínuo. Aperfeiçoe suas habilidades de comunicação, tanto verbal quanto escrita, buscando cursos e treinamentos específicos. Mantenha-se atualizado sobre as tendências e novidades em sua área de atuação, e esteja disposto a incorporar novos conhecimentos em suas práticas profissionais. Descubra o poder da comunicação criativa e da inovação, seja reconhecido e conquiste novas oportunidades!

Caco da Motta é jornalista, especialista e mentor em comunicação criativa.

PWB.NEWS/Mentoria

E-mail: cacodamotta@pwb.news

LinkedIn: @cacodamotta

WhatsApp: +55 51 99999 0192

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