Atuamos através de uma Plataforma de Gestão e Serviços Empresariais, especializada na identificação de cenários e relações nas empresas, com soluções que vão desde o entendimento e desdobramento da estratégia, passa pelo desenho, redesenho, simplificação e otimização de Processos, pela implantação e revisão do modelo de gestão, incluindo Serviços Compartilhados (CSC), e a segurança que todas estas grandes transformações sejam tratadas com apoio da Gestão da Mudança e Prontidão Organizacional (GMO).
Para o processo destas entregas contamos com um time de Sócios e Consultores, além de parceiros que complementam nossas entregas, aportando tecnologia e inovação
SERVIÇOS
PROCESSOS
Desenho, redesenho e mapeamento de processos
AVAMA
CSC Projeto, Revisão e Implantação de Serviços Compartilhados
Matriz de Avaliação de Maturidade dos Processos
GMO Gestão da Mudança e Prontidão Organizacional
APOIO A IMPLEMENTAÇÃO DE ERP'S
Do mapeamento à jornada de transformação organizacional
ESCRITÓRIOS
contato@consulpaz.com consulpaz.com
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PORTO ALEGRE / RS (51) 3026 0070 SÃO PAULO / SP (11) 2348 5395
Idealização
Eden Paz Presidente do Conselho e Sócio-Fundador da ConsulPaz
Colaboração
Ari Pellicioli CEO e Sócio da ConsulPaz
Bruno Rodrigues CEO da GoGood
Caco da Motta CEO Caco da Motta Comunicação
Fabiane Moretz Gerente de Serviços Compartilhados RH do Grupo Fleury
Fabio Pesaro Sócio e Head de Pessoas na ConsulPaz
Guilherme Gondim Comunicação e Marketing - ConsulPaz e HP Transportes
Mórris Litvak CEO e Fundador da Maturi
Rodrigo Moraes
Subsecretário de Tecnologia da Informação do Governo de Goiás
A Revista Conteúdo Compartilhado é uma publicação periódica, gratuita da consultoria ConsulPaz CGP Associates. Sua divulgação ocorre de forma digital e o acesso pode ser realizado internacionalmente. O conteúdo dos artigos e entrevistas de convidados é de responsabilidade dos autores e não reflete, necessariamente, a opinião da empresa.
Comunicação e Marketing ConsulPaz
Jornalista Editor Responsável Caco da Motta
CEO Caco da Motta Comunicação Registro Profissional 7220/91/RS
Staff
Guilherme Gondim Comunicação e Marketing ConsulPaz
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EXPEDIENTE
05 | CARTA AO LEITOR
06 | INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
Inovação e Tecnologia a serviço do cidadão Entrevista com Rodrigo Michel de Moraes.
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| SERVIÇOS COMPARTILHADOS
O CSC como parceiro estratégico de negócio Entrevista com Fabiane Moretz.
24 | RETROSPECTIVA 2022
Projetos executados pela ConsulPaz em 2022.
30 | CULTURA ORGANIZACIONAL
CON TEÚ DO
O valor do profissional 50+ nas empresas Entrevista com Mórris Litvak. Clique nas páginas e acesse o conteúdo.
38 | ARTIGO
O Novo BCP - Business Continuity Plan Artigo de Fabio Pesaro.
44 | COLUNA CACO DA MOTTA
Projeto inovador impulsiona qualidade de vida nas empresas Caco da Motta entrevista: Bruno Rodrigues.
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CONTEÚDO COMPARTILHADO
MATURIDADE NAS EMPRESAS -
INOVAÇÃO A
SERVIÇO DO CIDADÃO - CSC GERANDO VALOR PARA O NEGÓCIO
O mundo corporativo tem como tendência natural reduzir as oportunidades de desafios ou investimentos em profissionais com 50 anos ou mais. Entretanto, nossa população está envelhecendo e cada vez mais teremos profissionais ativos e capacitados nessa faixa etária. Para entender o cenário atual e as perspectivas para o futuro, conversamos com Mórris Litvak, CEO e fundador da Maturi, que apoia e incentiva os profissionais, e também as empresas para se adaptar a essa nova realidade.
Organizações que utilizam o modelo de Serviços Compartilhados (CSC) precisam constantemente rever seus processos, através da melhoria contínua, alinhadas a uma estratégia de investimento em RH e Tecnologia, conhecendo as dores dos clientes para oferecer soluções que contribuam efetivamente para o negócio. Conversamos com Fabiane Moretz, Gerente de Serviços Compartilhados – RH no Grupo Fleury, que compartilhou sua experiência e recomendações para implementação e sustentação do modelo de CSC e automações de processos.
Falando em tecnologia e inovação, vemos empresas privadas disponibilizando serviços digitais para melhorar a experiência dos clientes. Mas no setor público, como proporcionar a utilização desses serviços para todas as camadas da população, principalmente, nos serviços oferecidos pela esfera governamental? Rodrigo Michel de Moraes, Subsecretário de Tecnologia da Informação - Governo de Goiás, trouxe as iniciativas e os desafios do setor público para disponibilizar processos digitais simples, com qualidade e que facilitem a vida da população. Nesta edição, contamos um artigo escrito por Fábio Pesaro, CHRO e Sócio da ConsulPaz, com o tema “O Novo BCP - Business Continuity Plan”, que relata a nova realidade pós pandemia.
Em sua coluna, Caco da Motta conversou com Bruno Rodrigues, CEO da GoGood, sobre a importância de proporcionar bem-estar e qualidade de vida para as pessoas, impactando diretamente no aumento da produtividade dos times nas organizações.
Quanto à ConsulPaz, mesmo em um ano com incertezas econômicas, tivemos importantes avanços em nossos projetos e conquistamos novos escopos de trabalho e clientes, como a VEJA e a Tramontina.
Você pode conferir os detalhes dos projetos desenvolvidos ao longo de 2022 na seção de retrospectiva
Desejamos a todos um 2023 repleto de oportunidades, crescimento e realizações. Boa Leitura!
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CartaaoLeitor
ENTREVISTA
Inovação e Tecnologia Inovação e Tecnologia a serviço do cidadão
Os serviços para a população em geral estão cada vez mais associados à tecnologia, em busca de qualidade, agilidade e utilidade. Na estrutura das empresas privadas, os segmentos atendem ao interesse de nichos específicos de consumidores. Quando o apelo é público, o governo precisa oferecer serviços e soluções de problemas para todas as camadas da população. O desafio da inovação e da aplicabilidade da tecnologia é o foco do Subsecretário de Tecnologia da Informação do Governo de Goiás, Rodrigo Michel de Moraes. Para quem veio do setor privado, a virada de chave foi importante para poder unir o que há de melhor no mercado, se associar aos agentes da educação e formar junto com o governo o que chama de Tríplice Hélice da Inovação. "É o difusor e multiplicador de serviço e tecnologia para o cidadão", sustenta o subsecretário que conversou com Ari Alexandre Pellicioli, CEO da ConsulPaz, e Guilherme Gondim, Especialista em Comunicação e Marketing ConsulPaz.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIA 11 minutos
RODRIGO MICHEL DE MORAES Subsecretário de Tecnologia da Informação do Governo de Goiás
Ari Pellicioli (Porto Alegre) - Como foi a evolução profissional do senhor, o que mais lhe impactou em termos de avanços desde o início da sua jornada e como saiu do setor privado e migrou para este desafio no governo de Goiás?
Rodrigo de Moraes (Goiânia) - Eu trabalhei mais de 20 anos no setor privado, na área de Telecom, trabalhando com engenharia, manutenção e operação. A gente entende o Estado como um receptor de tecnologia e inovação. Como eu tenho uma grande experiência na parte privada, onde tudo muda todo dia, percebi que o setor público, durante muito tempo, ficou travado em como fazer inovação e como trazer este conhecimento. Quando eu saí do setor privado para o público, pude sentir que o Estado tem um papel difusor e acelerador enorme para que as tecnologias e as inovações aconteçam de uma forma bem transparente para toda
a população. São desafios gigantes, porque o Estado não tem que olhar somente um nicho de mercado, diferente do setor privado que foca em segmentos de atendimento.
O grande desafio, saindo de uma área de tecnologia privada e indo para o Estado, é de como fazer e como melhorar este processo de inovação dentro das agências públicas, uma vez que a execução no setor privado é fundamental para a entrega de um resultado e de uma demanda. No Estado é fundamental que haja entrega de resultado para todos. Quando a gente entende que o privado pode ajudar neste processo do público, as coisas começam a acontecer num ritmo mais rápido e a gente consegue fazer uma entrega que atenda às necessidades do cidadão. Não é uma tarefa fácil, mas é importante saber dimensionar o papel do Estado.
Guilherme Gondim (Goiânia) - A gen-
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CONTEÚDO COMPARTILHADO
E TECNOLOGIA
INOVAÇÃO
te percebe que havia uma transformação digital no Estado que acelerou com a pandemia. Quais são os avanços tecnológicos disponíveis hoje para a população em geral através de programas de governo? O que vocês têm conseguido implementar no estado de Goiás?
Rodrigo de Moraes (Goiânia) -Apandemia foi numa velocidade 4x mais rápida, que impulsionou a estratégia para tudo. Hoje, muita gente comenta que TI é área meio. Concordo somente em algumas coisas. Ela é área meio para execução do que realmente precisa ser atendido. Aquele mito de que é o cara de TI que tem que instalar o computador, trocar o toner da impressora e fazer com que o monitor funcione ficou para trás. A pandemia trouxe isso de uma forma bem clara e explícita para todos.
A partir do momento que você não tem um software, um serviço que não consiga te atender e resolver um problema na tua casa de uma forma rápida, você não tem uma tecnologia disponível. Da noite para o dia, todo mundo teve que virar a chave, trabalhar remotamente e se reinventar. Hoje, muitas empresas adotaram o trabalho remoto ou híbrido.
O que a gente vê de avanço com a pandemia? O Estado vinha num processo de transformação digital que exi-
ge uma jornada para se chegar ao objetivo. Por exemplo, para montar um portal de transformação digital no Estado você não consegue fazer da noite para o dia. Você precisa levantar todas as cartas e serviços que você tem hoje, fisicamente, disponível no Estado. Não adianta só digitalizar tudo e colocar num portal. Você tem que pegar estes processos e otimizá-los, para que no digital seja mais fácil. Não pode dificultar a vida do cidadão trazendo processos digitais mais complicados.
Em 2019, nós começamos a trabalhar nesta transformação e, há um ano e meio, lançamos um portal chamado Expresso, com acesso simples, ligado ao GOV.BR, com serviços digitais federais e serviços estaduais. Hoje, nós temos 110 serviços estaduais ligados ao GOV.BR, mais os federais. Por meio
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TECNOLOGIA
serviços de funcionalidade, desde a segunda via de conta de água, verificar multas, fazer agendamentos e até acompanhar pessoas que estão em UTI, sem a necessidade de ficar na porta do hospital. Temos o serviço de medicamento de alto custo no Expresso, para que a pessoa doente não precise ficar em filas. Ela faz a solicitação e o cadastramento tudo no digital.
A ideia desta transformação digital é facilitar e simplificar a vida das pessoas. A quantidade de serviços digitais tem que ser relevante à estratégia do que as pessoas usam. Tem que ser objetivo, simples e transparente. É importante também fazer com que as pessoas de TI entendam que a entrega (o serviço) deve ser de uma forma simples, ao alcance e entendimento de todos. Inovação e tecnologia devem resolver problemas.
Ari Pellicioli (Porto Alegre) - Além de disponibilizar a tecnologia e as novas ferramentas, existe a necessidade de entregar internet para as pessoas. Não me refiro não somente ao 5G, mas também aos aplicativos. Como todas estas novidades estão sendo disponibilizadas para a população? Existem regiões com maiores dificuldades de acesso?
Rodrigo de Moraes (Goiânia) - A guerra hoje não é mais técnica, mas
cognitiva. A experiência do usuário vale muito. O Estado de Goiás tem ações de mutirão que levam o governo a locais mais afastados com serviços de saúde, emissão de RG, entre outros. Ou seja, tem todo um processo. Eu cheguei a estes locais imaginando que as pessoas utilizassem um portal. Mesmo com infraestrutura de internet as pessoas não sabiam o que era o portal.
Não adianta a gente desenvolver um aplicativo se as pessoas não têm ideia de como ele funciona ou para que ele serve. O Estado precisa atender a todas as camadas e quando a gente vê uma fila de oito quarteirões de pessoas que querem entender como os serviços funcionam, a gente se pergunta: Como a gente faz? Só um portal ou um app não são suficientes. Todas as pessoas têm celular, mas elas não usam o APP. Usam o WhatsApp. Então, por que não desenvolver serviços no WhatsApp? Nem todos, mas alguns.
O futuro vai chegar com o Metaverso, soluções em IA e de Realidade Aumentada. O primeiro ponto é montar um arcabouço de tecnologia, de inovação, para solução de problemas independente da classe. Segundo ponto: tem regiões que não têm internet. Mas existem programas de governo, como o Brasil Conectado, que está cada vez mais conectando os municípios através
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INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
das ESPs. Existe também o sinal disponibilizado por satélite para as regiões mais remotas. Este gap está sendo diminuído, mas a gente precisa casar estas entregas de infraestrutura junto com facilidades e aplicações. Este é o papel do governo na minha visão.
Nosso portal subiu do sétimo lugar para o segundo lugar do ranking de transformação digital do país. Queremos ser o primeiro, mas não basta ter só o portal, temos que olhar para o todo. Temos que ajudar também outros estados porque o mais importante é elevar o nível de transformação digital do Brasil como um todo. Tem Estado que não tem portal digital.
Guilherme Gondim (Goiânia) - A gente percebe que tem uma lacuna grande a ser preenchida por profissionais de TI no mercado de trabalho. No Estado de Goiás, existe a Escola do Futuro para formação de profissionais. Como o Estado tem preparado as pessoas nesta área?
Rodrigo de Moraes (Goiânia) -Agente tem um problema diário de mão de obra em TI, uma vez que a pandemia trouxe este modelo remoto, tem pessoas trabalhando para Google, Amazon ganhando até quatro vezes mais e, muitas vezes, em dólar. Por um lado, é ótimo porque as pessoas estão sendo
valorizadas. Por outro lado, tem uma evasão gigante de pessoas saindo de várias empresas e tomando outros rumos.
O Estado de Goiás tem o programa Escola do Futuro, com cursos de curta, média e longa duração, sem ônus, em áreas de tecnologia, desenvolvimento, gestão e empreendedorismo. Por meio da educação, você gera uma transformação de renda e trabalho. Uma pessoa que hoje ganha R$ 1 mil e se transforma num analista júnior, passa a ganhar um salário de R$ 2.500, ela passa a ganhar 1 salário e meio a mais. Pessoas que já têm uma formação em outras áreas também podem buscar esses cursos, pois o mercado está bem aquecido. Elas podem mudar de vida, ganhar mais e trabalhar remotamente.
Recentemente, foi aprovado o marco legal de inovação do Estado de Goiás. Isso vai mudar completamente toda a parte profissional de inovação do Estado. O objetivo é trazer estas startups, estes jovens que estão estudando nas Escolas do Futuro de Goiás, que têm ideias, que conseguem trabalhar com o desafio da inovação dentro do Estado, para dentro do Hub Goiás. Na Secretaria de Desenvolvimento e Inovação, na FAPEG* e na UFG**, a gente ajuda a formatar essas ideias para um contexto de produto, entrega e, até pode ofere-
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CONTEÚDO COMPARTILHADO
*Fapeg - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás . **UFG - Universidade Federal de Goiás.
cer soluções para o Estado, virando uma startup e, quem sabe, até mesmo se tornar um unicórnio***. Quando você fomenta esta inovação tem um risco, mas neste modelo que criamos é possível ter um alto nível de entrega com maiores resultados positivos.
Ari Pellicioli (Porto Alegre) - Como o Brasil está em relação aos outros países em relação à tecnologia e inovação?
Rodrigo de Moraes (Goiânia) – De acordo com o ranking da ABEP-TIC, em comparação com todos os Estados, nós saímos do 10º lugar em 2020, para o 2º lugar em 2022, entre os mais preparados para a transformação digital. Nacionalmente, o trabalho que está sendo feito pelo Ministério da Economia, liderado pelo secretário de Governo Digital, Fernando Coelho Mitkiewicz, é fantástico. São mais de 4 mil serviços que o Portal do Governo Fe-
deral está conseguindo conectar. Hoje, os países que lideram este processo de transformação digital são: a Coreia do Sul e a Estônia. A Estônia tem 3 milhões de pessoas e estão há 20 anos neste processo. Lá você consegue fazer transferência de carro na União Européia. Eu perguntei para meu amigo Rafael, lá da Estônia, o que ainda não conseguiram fazer? Ele me disse que ainda não conseguiram casar digitalmente. Mas eles transformaram a tecnologia em algo que não virou tecnofobia.
Fizeram um trabalho de trazer pessoas novas, de incentivar, trazendo este profissionalismo para a escola. A nossa jornada começou há quatro, cinco anos. Nós temos muita coisa para fazer. Eu focaria mais em processos híbridos. Se eu falasse que o físico vai acabar, estaria mentindo. Você precisa trabalhar de forma física para alguns
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CONTEÚDO COMPARTILHADO INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
***Um unicórnio é uma startup que possui avaliação de preço de mercado no valor de mais de 1 bilhão de dólares americanos.
segmentos da população e digital para outros segmentos, dependendo da tecnologia suportada e do local aonde este aprendizado digital pode chegar.
Guilherme Gondim (Goiânia) - Que áreas a tecnologia pode ou já está trazendo soluções para a população no estado de Goiás?
Rodrigo de Moraes (Goiânia) - No portal Expresso, na área da educação, é possível fazer a matrícula online, ver as notas digitalmente, os pais ou responsáveis têm acesso a tudo isso. Na área da saúde, você vê o status do paciente na UTI, acesso ao medicamento de alto custo, agendamentos, tem serviços na área do saneamento, entre outras.
Tem uma coisa interessante que a gente desenvolveu no site que são os serviços mais relevantes e os mais acessados. Não precisa ficar procurando, porque isso aparece de uma forma automática, o que facilita para o cidadão. Existe também um Portal Cidadão, que é o seu portal. Você acessa os serviços e ele vai montando um portal seu. A personalização é muito importante. Você tem um serviço, mas não sabe por onde começar.
Nós vamos lançar, a partir de janeiro, o momento de vida. Por exemplo, se estou sem emprego, não vai precisar ficar buscando, basta colocar o seu mo-
trabalhou, quanto tempo e, com base nestes dados, ofereço as vagas disponíveis. Por que não juntar isso com inteligência artificial e disponibilizar para as pessoas? O nome ainda não está definido, mas vamos lançar a jornada de vida ou momento de vida em janeiro de 2023.
Hoje, nós temos um serviço de IA da ouvidoria que recebe todas as reclamações e sugestões e consegue encaminhar para a secretaria certa. Eu não posso deixar o cidadão sem resposta.
O Portal da Transparência do Estado de Goiás também foi modernizado e traz dados abertos, facilitando o acesso e uso pela sociedade.
É importante que a tríplice hélice funcione, que é a junção do Estado como propulsor, do mercado com as empresas privadas e startups e a academia, que são as escolas e universidades.
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Se juntar estas três, não tem o que segura. É o difusor e multiplicador de serviço e tecnologia para o cidadão.
Ari Pellicioli (Porto Alegre) - A gente já percebe as empresas privadas investindo no Metaverso, as moedas NFTs. Qual a sua opinião da aplicabilidade disso para o cidadão?
Rodrigo de Moraes (Goiânia) - Quando lançaram o Metaverso, a primeira provocação que eu fiz no meu time foi: vamos ou não vamos? Ou a pergunta mais relevante é: Por que vamos?
Temos que pensar que o governo precisa atender a todas as camadas da população. São 7,2 milhões de pessoas e 246 municípios. Eu virei uma pessoa no Estado que só fala do Metaverso. O Metaverso já chegou e temos que saber que horas vamos entrar nesta festa como governo. O Estado de Goiás participou da primeira Expo Metaverso na cidade satélite em nível mundial, nos dias 18 e 19 de novembro de 2022. Foi o primeiro governo a participar e eu fiz questão disso.
Tivemos a participação acadêmica com o professor Anderson Soares, do Centro de Excelência e Inteligência Artificial da UFG. Tivemos várias palestras com gente de startups de mercado. Os patrocinadores relevantes e estratégicos foram Qualcomm e Nokia.
O pessoal da ABMETA (Associação Brasileira de Metaverso) e a Meta4Chain criou uma cidade no Metaverso, onde você tem prédios, edifícios, salas e nós temos agora lá em fase de testes um prédio do Estado de Goiás, com a Secretaria de Tecnologia da Informação.
Como vamos utilizar o Metaverso e virar um produto? Na minha opinião, a gente tem vários pontos de entrega de produtos hoje. Um deles é a educação. Se eu tiver pessoas ao redor do mundo, conectadas numa sala na realidade virtual, tendo aprendizado e conhecimento, realmente isso vai funcionar. Na área da saúde, tem a parte de anatomia, do conhecimento, nem tem como voltar atrás.
Agora, a gente ainda tem muitas evoluções a serem feitas. Quem consegue ficar com óculos de RV, daquele tamanho, 4 ou 5 horas? É legal, mas será que a gente consegue trazer para a nossa realidade hoje? Ninguém testou isso como realmente tem que ser testado. Nós estamos num processo de jornada de aprendizado. Se a gente colocar isso para as escolas, a gente vai conseguir ter aprendizado? Os professores estão capacitados?
A aplicabilidade agora, de bate-pronto, é na educação para alguns nichos. No governo, eu conseguiria ter uma ouvi-
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CONTEÚDO COMPARTILHADO INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
doria pronta para que isso aconteça? Poderíamos ter salas de ouvidoria dentro do Metaverso? Será que estamos preparados para receber reclamações na ouvidoria do Metaverso? Podemos ouvir em tempo real que um serviço não funciona, é ruim? Nós temos que ter um processo de preparação de pessoas e uma governança para isso.
Outra coisa: as pessoas podem ser treinadas para área do agro, nós pode-
em tempo real com alguém que não fala a sua língua.
Temos hoje um produto de Metaverso para o governo? Hoje, não. Queremos basicamente ter algo na área da educação e da saúde. Podemos fazer treinamentos no Metaverso, simulando ambientes praticamente iguais. Tem a parte de ouvidoria e estamos buscando algo com o time para fazer no governo. É preciso considerar que os produtos
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CONTEÚDO COMPARTILHADO
INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
Inovação e Tecnologia Inovação e Tecnologia a serviço do cidadão
Entrevista disponível também em formato de vídeo e áudio em:
CLIQUE PARA ACESSAR
Rodrigo Moraes é Subsecretário de Tecnologia da Informação - Governo de Goiás.
Você pode acompanhar Rodrigo no LinkedIn.
ENTREVISTA
Serviços Compartilhados O CSC como
parceiro estratégico de negócio
A área de processos operacionais sempre esteve no DNA da gerente de Serviços Compartilhados do Grupo Fleury, Fabiane Moretz, desde os tempos de formação como economista.
Com experiência de mais de 15 anos atuando na área de backoffice, Fabiane aceitou o desafio de implementar o Centro de Serviços Compartilhados da empresa de quase 100 anos, que é uma das mais respeitadas organizações de medicina e saúde do Brasil, reconhecida pela excelência técnica, médica, em atendimento e ges-
Em entrevista ao CEO da ConsulPaz, Ari Pellicioli, Fabiane compartilha que a relevância do negócio pode ser potencializada com foco no core da empresa, além de outras dicas e experiências valiosas.
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SERVIÇOS
FABIANE MORETZ Gerente de CSC RH | Grupo Fleury
COMPARTILHADOS
Ari Pellicioli (Porto Alegre) - Fabiane, podes falar da sua trajetória e experiência profissional até chegar ao Grupo Fleury e à gestão do CSC?
Fabiane Moretz (São Paulo) - Sou economista e sempre tive muito claro que a economia ia me trazer informações externas, macro e microeconômicas, para que eu pudesse trazer relevância na área de backoffice. É curioso porque meus colegas de classe almejavam áreas estratégicas, investimentos, planejamento, e eu sempre quis atuar em uma área de processos operacionais. A minha monografia, as teorias econômicas que eu admiro, Adam Smith e Chun Peter, foram baseadas nisso. Nas empresas também fui direcionada para estes caminhos. Na primeira empresa em que fui estagiária, entrei em uma migração de centralização
de CSC. Eu era estagiária da Alpargatas e o Grupo Camargo Corrêa estava absorvendo este CSC. Depois, fui convidada por um grupo imobiliário, a Gafisa, onde participei enquanto líder na construção de um CSC. Participei deste movimento, desde o projeto de Gestão da Mudança, de engajamento, de catalogação dos produtos, serviços, criação de SLA, ainda em um CSC mais tradicional. Fui para um grupo educacional que tinha franquias, com todas as gestões descentralizadas, com o desafio de criar um CSC, até chegar ao Grupo Fleury, onde estou há 6 anos. Cheguei com este mindset para também criar um Centro de Serviços Compartilhados. Entrei em 2016 e em 2019 demos este passo de criação do Centro, apesar de antes disso já termos um modelo muito análogo, com este processo dentro de casa para de-
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CONTEÚDO COMPARTILHADO SERVIÇOS COMPARTILHADOS
pois criar o modelo de CSC. Aquele termo de que o backoffice é estratégico para mim sempre fez sentido.
Ari Pellicioli (Porto Alegre) - Como você vê a adaptação dos profissionais às constantes transformações que estamos vivendo de inovação, de tecnologia, pós Pandemia? E ainda tem um cenário de incertezas pós -eleições no Brasil.
Fabiane Moretz (São Paulo) -Acredito que a resposta é a mesma se eu desse há 10 anos porque a gente está falando agora de uma transformação póspandemia, mas lá atrás a gente também viveu mudanças do analógico, da nota fiscal que chegava em papel e começou a chegar em PDF. Depois, na pandemia, veio o trabalho presencial para o remoto e agora o Metaverso e
uma digitalização mais intensa ainda. Estamos falando de transformação e, por isso, acredito que o backoffice é estratégico e muitas vezes precisa anteceder a experiência do ser humano. Nas próprias modalidades de pagamento, pix, todas estas evoluções, o backoffice precisa estar preparado. Quanto antes fazemos isso, menos impacto sofremos. Com relação aos profissionais, a nossa fortaleza é de como a gente absorve as mudanças macro e microeconômicas e transforma isso em produtos, em experiência de uma forma mais fluida. Sempre vai ter espaço para estes profissionais e quanto mais acreditarem que o operacional tem relevância, mais em alta a gente vai estar. Mas a história se repete. Se olhar mais para o passado, as mudanças com as guerras, por exem-
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CONTEÚDO COMPARTILHADO SERVIÇOS COMPARTILHADOS
plo, a gente ficava com uma sensação de insegurança. E agora, será que o meu trabalho vai ser substituído? O modelo de CSC vai ficar obsoleto? A gente percebe que não. Novas funcionalidades e necessidades vão sendo criadas em torno de todo o suporte que as empresas e a sociedade precisam ter. O diferencial é você se movimentar de forma rápida. Hoje, esta geração tem isso de uma forma mais intensa. Quando olhamos para os profissionais do passado, era preciso ter um líder mais engajado e provocar formações para dar celeridade nesta amplitude de visão. Hoje, é o contrário, a gente é provocado pelo time, pelos nossos filhos. Neste aspecto, o cenário é positivo. Somos mais abertos para que as mudanças aconteçam com maior fluidez.
Ari Pellicioli (Porto Alegre) - Quais são os grandes desafios com os novos processos tecnológicos, de automação, RPA, machine learning, robôs? Qual a tua recomendação para a condução de tudo isso, principalmente, com as pessoas?
Fabiane Moretz (São Paulo) - Este é um paradigma que já se quebrou um pouco. Antes, a gente tinha uma insegurança de que um RPA, uma automação fosse substituir uma força de trabalho. Tenho certeza que, ao longo dos últimos cinco anos, com isso acontecendo de uma forma mais intensa, se
provou o contrário. A automação é uma ferramenta para nos dar mais inteligência para agregar maior valor ao nosso serviço. O que não tem valor, o que é desperdício, direcionamos para este tipo de tecnologia. E aí sobra tempo para que a gente possa ter maior valor agregado, seja mais analítico e contribua mais com a companhia. Por exemplo: vou colocar uma RPA para controlar uma nota fiscal. Não tem por que eu não fazer isso, é um Control + C, Control + V (copia e cola) da nota fiscal. Em contrapartida, quando tenho uma área que faz governança de nota fiscal, que monitora na SEFAZ, nas prefeituras, para evitar perdas financeiras e fiscais, eu tenho valor agregado. Muitas vezes, a gente tem nas estruturas os recursos alocados para digitalizar a nota e não fazer a governança dela. A tecnologia está aí para nos apoiar. Eu percebo muito que tem um movimento de quanto mais melhor. Uma empresa
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possui 100 RPAs. Às vezes, menos é mais. É melhor eu ter um RPA que traga no conjunto daquela atividade um ganho quality e de eficiência do que colocar um RPA ou uma automação simplesmente para reduzir processos operacionais. Isso porque também precisamos ter uma sustentação deste RPA. Se um código foi alterado ou um site que a gente se conecta mudou uma versão, é preciso ter um back desta tecnologia.
Ari Pellicioli (Porto Alegre) - Como o Grupo Fleury está se adaptando a esta onda de mudanças? A gente tem a tecnologia, LGPD... Tudo acontece ao mesmo tempo e quando ajustamos o rumo, logo vem outra mudança ou novidade.
Fabiane Moretz (São Paulo) - Não é apenas com o Grupo Fleury, acredito que é a sociedade, todos os sistemas estão inseridos na nossa vida profissional, nas nossas relações sociais. Esta pluralidade de temas, de conhecimento, é mais abrangente hoje. Não precisamos explicar o que é ESG para todo mundo. As pessoas já viram nas Redes Sociais, já estão empoderadas da diversidade. O que temos adotado na prática é a metodologia agile. Como eu consigo me planejar, mas ao mesmo tempo me replanejar sem depender de surpresas ou mudanças de rota. Então, ficamos o tempo todo revisitando as estratégias, as principais iniciativas. Assim, vamos priorizando e tentando conectar a maior parte das pessoas naquele macroprocesso, nesta tomada
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de decisão, para que não seja um top down. Não é aquilo de desviar a rota e aí manda quem pode e obedece quem tem juízo. Esta metodologia traz a decisão em conjunto. Cria uma certa insatisfação com coisas que ficam para o final da fila, mas tem funcionado. É de fato um movimento orgânico.
Ari Pellicioli (Porto Alegre) - Como está a evolução do modelo de CSC do Grupo Fleury?
Fabiane Moretz (São Paulo) - Fizemos a formalização do modelo em 2018 e desde então temos trazido muita relevância para o grupo. Foi um modelo de provar para crer. Começamos com um modelo mais conservador, com escopos mais comuns, como contas a pagar, faturamento. Uma estratégia de muito valor que adotamos foi olhar para o core da companhia, para esta visão de backoffice. Qual é a atividade de backoffice do diagnóstico? Porque contas a pagar, qualquer segmento tem, vai estar na prateleira de qualquer CSC independente do segmento. Com isso, conseguimos ganhar espaço, relevância e eficiência. Hoje, temos escopos que não são comuns no CSC. Por exemplo, temos uma área muito grande que olha para a préabertura de ficha. Para que o cliente, quando chegar na unidade, já tenha aquela ficha pré-preenchida e fique menos tempo na cadeira e vá logo para o box do exame. É algo bem opera-
cional com pessoas abrindo fichas, em um processo que pode ser automatizado, mas com workforce por demanda, por sazonalidade. A parte da impressão do laudo, do envelopamento, até o envio para o paciente em casa é bem operacional e está dentro do nosso CSC. Também começamos a olhar para SLA, para experiência e para autosserviço. O autoatendimento está em alta, as pessoas querem ser atendidas pelo WhatsApp, ninguém quer mais abrir chamados, quer acessar site. A gente acompanha isso dentro do CSC, ainda temos áreas para serem centralizadas. A companhia começou a nos acionar para analisar outros processos e ver se tem um backoffice também, o que traz esta relevância para o grupo na sua cadeia por completo.
Ari Pellicioli (Porto Alegre) - O modelo traz visibilidade e, aos poucos, outras áreas começam a perceber o ganho, o compliance que o modelo proporciona e assim é natural que haja esta procura pelo CSC.
Fabiane Moretz (São Paulo) - Podemos usar o termo popular de que “o jogo virou”. O custo por transação é um indicador estratégico para isso, porque a gente começa a mostrar para a companhia quanto de fato custa aquela transação operacional. Se olhar isso no seu core, você tem um ganho de escala muito relevante. Por si só, também já traz a decisão pelo modelo do CSC.
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Ari Pellicioli (Porto Alegre) - Você já participou de várias implementações de CSCs em outras empresas. Qual seria a sua recomendação para alguém que está pensando neste assunto?
Fabiane Moretz (São Paulo) - São duas dicas para a vida, não apenas para decisões corporativas: ouvir e falar. Ouvir está no contexto da necessidade da companhia. Qual é a maior dor da companhia? Qual é a maior dor
está credenciado ao modelo, vai trazer ganho de eficiência, mas não vai mudar muito a percepção que está lá na ponta, contribuindo para aquele core. A partir daí, tentar modular o catálogo, os serviços, priorizando esta experiência porque assim o resto automaticamente já está credenciado. O falar é comunicar bem. É ser transparente no processo de comunicação, mostrar para o time a relevância, a importância, prestar contas. É fazer propaganda mesmo daquilo que está sendo construído para
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Fabiane Moretz é Gerente de Serviços Compartilhados RH no Grupo Fleury. Você pode acompanhar Fabiane no LinkedIn. CLIQUE PARA ACESSAR CLIQUE PARA ACESSAR Entrevista disponível também em formato de vídeo e áudio em: Serviços Compartilhados O CSC como parceiro estratégico de negócio
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ENTREVISTA
Cultura Organizacional
O valor do profissional 50+ nas empresas
Talento não tem idade, mas o mercado de trabalho tem um olhar diferente. Principalmente, quando a maioria dos profissionais, aos 50 anos, começa a se tornar invisível. É um comportamento cultural definido como preconceito etário, apesar de o Brasil estar caminhando para uma população cada vez mais madura. Inspirado na história de sua avó, o engenheiro de software, Mórris Litvak, pesquisou, se aprofundou no tema e criou em 2015 a Maturi. Pioneira no Brasil, é uma plataforma voltada aos profissionais 50+ de forma gratuita e tem hoje mais de 200 mil pessoas cadastradas, além de 1500 empresas.
A Maturi presta serviços para as organizações na criação de banco de talentos 50+, treinamento e consultoria sobre diversidade etária, integração geracional e processos de seleção. Possui também um viés social para abrir os olhos do País a uma legião de pessoas ricas em experiências de vida e profissional com habilidades de comportamento e que são capazes de gerar inúmeras oportunidades no mundo dos negócios.
Ari Pellicioli, CEO da ConsulPaz, e Caco da Motta, jornalista e editor da Revista Conteúdo Compartilhado, conversaram com Mórris, que compartilhou ideias, experiências e informações relevantes sobre o tema.
MÓRRIS LITVAK CEO e Fundador da Maturi
CULTURA ORGANIZACIONAL 8 minutos
Ari Pellicioli (Porto Alegre) - Mórris, a primeira pergunta é bem aberta: como, quando e com que propósito surgiu a Maturi? Você pode compartilhar conosco como foi esta trajetória até os dias de hoje?
Mórris Litvak (São Paulo) -AMaturi foi criada em 2015 como MaturiJobs, mas depois mudamos o nome para Maturi porque percebemos no começo que as empresas nem queriam saber do assunto. Isso mudou nos últimos anos, mas Maturi então era bem mais que jobs. A minha grande inspiração foi a minha avó, dona Keila, uma pessoa extremamente ativa e trabalhadora. Ela estava super bem, mas um dia caiu indo para o trabalho. Não foi nada grave, mas decidiu parar de trabalhar e passou a ficar o dia inteiro em casa sem fazer nada. A saúde dela decaiu rapidamente e faleceu em 2013 aos 91 anos.
A partir da história dela, passei a refletir muito e comecei a estudar a questão do envelhecimento e longevidade, já tinha feito trabalho voluntário em uma casa de repouso. Descobri que o mundo estava envelhecendo, o Brasil de uma forma ainda mais acelerada e se falava muito pouco sobre isso. Conforme fui tendo mais contato com as pessoas de mais de 50 e 60 anos, percebi a dificuldade destas pessoas de se manter no mercado de trabalho ou se recolocar, em função da idade. Havia de fato um preconceito etário. Vi pessoas deprimidas, se sentindo inúteis, adoecendo e bem mais novas que a minha avó. Fui pesquisar e descobri que não existia nenhuma iniciativa voltada para estas pessoas e encontrei uma oportunidade de negócio e de impacto social. A Maturi é uma empresa com este viés social.
Caco da Motta (Florianópolis) - A di-
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versidade tem sido cada vez mais discutida e incentivada nas empresas, seja ela cultural, de gênero, étnica, social, assim como a inclusão também consegue estar mais presente, gerando oportunidades para todos os perfis no mercado de trabalho. Mas a maturidade, ela está neste cenário ou é um caso à parte? Existe muito preconceito com a idade?
Mórris Litvak (São Paulo) - A maturidade não é uma questão à parte porque seja homem, mulher, LGBT, hétero, branco, negro, todos vamos envelhecer. Independente da classe social, ou seja o que for, chegaremos com sorte até os 60, 70, 80 anos ou mais. Estamos tendo esta mudança demográfica no Brasil, vivendo mais, tendo menos filhos. Então, a questão etária é na verdade transversal a todos os outros pilares de diversidade. Quando você junta, por exemplo, uma questão racial com uma questão da idade fica ainda mais desafiador. Com relação ao preconceito, ele é concebido por uma série de estereótipos. Tem gente que acredita que 50, 60 anos é fim de carreira. Mas se você pensa que a gente está vivendo até 80, 90, 100 anos, não faz sentido nenhum terminar a carreira aos 50 se ainda tem várias décadas de vida pela frente e vamos precisar de renda para nos mantermos por mais tempo. Se todos se aposentarem, quem vai bancar esta aposentadoria? E os estereótipos têm muito a ver com questões
de tecnologia, de que as pessoas mais velhas não sabem lidar com isso, não têm agilidade, são teimosos ou ainda são profissionais muito caros por serem experientes. O que é um erro. Tem muita gente com mais de 50 anos super atualizado, até mais que pessoas de 30 anos. É uma cultura que a gente não muda de uma hora para outra.
Caco da Motta (Florianópolis) - Existe até a possibilidade das pessoas se reinventarem em uma nova carreira, em outras funções e até em áreas diferentes.
Mórris Litvak (São Paulo) - Vai ser cada vez mais comum termos diferentes carreiras e profissões ao longo da vida, com as profissões sendo revolucionadas pela tecnologia O trabalho vai ser substituído por robôs, inteligência artificial e muitas coisas novas que estão surgindo. Existe um aumento de pessoas acima de 50 anos em cursos de graduação nas universidades e mudando de carreira. Agora, as empresas
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também precisam acordar para isso.
Ari Pellicioli (Porto Alegre) - A gente percebe que há um choque de gerações. É um problema? Qual a recomendação para as empresas trabalharem isso da melhor forma? Como a área de RH pode fazer esta gestão da mudança?
Mórris Litvak (São Paulo) - O choque de gerações pode ser um problema. Agora, se você consegue transformar este choque em diálogo e em troca a empresa tem muito a ganhar. O choque é normal porque é a primeira vez na história que estamos tendo quatro ou até cinco gerações trabalhando juntas. É desafiador e uma grande oportunidade de ideias e pensamento, de pontos de vista e de experiências. O RH tem a responsabilidade de apoiar a liderança para transformar este eventual choque em diálogo, em troca geracional. Existem estudos no Brasil que mostram que equipes multigeracionais são mais criativas e mais produtivas. Mas a mudança só acontece se o RH e as lideranças estão comprometidos com o tema, entendem a importância estratégica e passam isso para o time. É preciso fazer a inclusão das pessoas destas diferentes idades e a integração delas, no processo seletivo, onboarding e com diversas ações que vão depender da realidade de cada empresa. Caco da Motta (Florianópolis) - Exis-
tem habilidades específicas de quem é mais maduro e como elas impactam no negócio? Estão surgindo novos cargos importantes no mercado para esta faixa etária. Há uma maior procura por mentores, conselheiros, profissionais mais experientes?
Mórris Litvak (São Paulo) - Sim, existem muitas. Generalizar é sempre perigoso. Tem coisas específicas de cada geração, mas as questões são bem mais individuais do que qualquer coisa. As gerações Z e Millenium nasceram digitais e é mais natural lidar com a tecnologia. Os 50, 60+, que nasceram no mundo analógico, também podem aprender com tecnologia. Eles podem ter um tempo de aprendizado muito maior, mas vão compensar trazendo justamente essas outras habilidades que são importantes e complementares, que agregam aos jovens. São as soft skills, as questões comportamentais, que hoje em dia são tão valorizadas. Além da experiência profissional e de vida, têm o comprometimento, a habilidade de relacionamento interpessoal, calma para lidar com os problemas. São profissionais que passaram por várias crises. Vimos na pandemia como foi importante para as empresas terem pessoas mais maduras naquele momento, porque no isolamento os jovens tiveram várias crises de ansiedade por ficarem presos em casa. Os mais velhos convivem melhor com isso e auxili-
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aram os mais jovens. A mentoria, a atenção, a paciência para lidar com o cliente, com um colega de trabalho. Um influencia o outro e você acaba tendo um equilíbrio que é muito positivo.
Ari Pellicioli (Porto Alegre) - Qual é o nível de satisfação dos profissionais maduros que voltam ao mercado de trabalho? Podes compartilhar alguma experiência vivida na Maturi? E se tiver também um case de uma empresa satisfeita com um +50? Mórris Litvak (São Paulo) - A gente tem hoje mais de 200 mil profissionais 50+ do Brasil inteiro cadastrados na Maturi. Já ajudamos a recolocar mais de 7 mil pessoas ao longo destes 7 anos, assim como capacitamos essas pessoas para trabalharem por conta própria no empreendedorismo, como consultor ou autônomo. A gente presta serviços para as empresas, criando um banco de talentos 50+, treinamento e consultoria sobre diversidade etária, integração geracional e processos de seleção. Para os 50+ é tudo gratuito: plataforma de vagas, cursos e eventos. Em um programa nosso com o Boticário, entendemos que era preciso ter vendedoras mais maduras nas lojas da marca "Quem Disse Berenice" que tinha uma pegada muito jovem. A média de idade das vendedoras era de 20 anos. A gente treinou os gestores e gerentes das lojas e contrataram 10 pessoas como um piloto. A partir do mo-
mento que começou a ter vendedoras com mais de 50 anos, começou a entrar uma cliente mais madura que não entrava porque não se identificava com a vendedora jovem. A profissional madura, além de agregar valor na questão comportamental com as vendedoras mais jovens, ainda trouxe clientes que não se sentiam à vontade para entrar na loja. Acabou sendo levado para que outros afiliados fizessem o mesmo. Outro projeto bacana foi com a Credicard que contratou 7 pessoas com mais de 50 anos num projeto temporário e todas foram efetivadas. Deu tão certo que outras áreas da empresa passaram a contratar pessoas +50, com profissionais de até 70 anos sendo contratadas. Caco da Motta (Florianópolis) - Para as posições gerenciais, de lideranças, como a Maturi ajuda estes profissionais até mesmo na qualificação? E de que forma auxilia os 50+ até mesmo na qualificação deles?
Mórris Litvak (São Paulo) - Na liderança, a gente faz muito treinamento, falando da questão do envelhecimento populacional, da longevidade, diversidade etária, integração geracional, para que eles entendam a importância social e estratégica do tema e o quanto isso vai influenciar os negócios em um futuro próximo. Vamos ter uma escassez de jovens talentos muito grande. Em 2040, 57% da força de trabalho no Brasil vai ter mais de 45 anos. Se a empresa só
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focar no jovem, vai acabar ficando para trás. A gente traz isso para os líderes entenderem e depois como fazer junto ao RH, como botar em prática este tipo de programa. É importante que eles entendam que isso é realmente estratégico e comecem a dar prioridade assim como já dão hoje para a questão da diversidade racial, de gênero. É importante fazer um teste, um piloto, para começar e perceber como vão ser estes ganhos todos que depois vão fazer parte da cultura da empresa. Para os 50+, por mais que a gente tenha os programas e as empresas interessadas no tema, ainda são poucas vagas disponíveis. É muito importante se abrir para outros formatos. Além de se abrir para uma nova carreira, numa nova profissão, é também pensar em trabalhar como autônomo, consultor, empreender. Continuar a trabalhar para empresas, mas por projeto, não como um funcionário. Existem até mesmo mais oportunidades em um formato flexível do que encontrar um emprego tradicional. É preciso buscar a formação contínua, tanto técnica como comportamental. É importante ter curiosidade para o novo, estar aberto, ter humildade para aprender com os jovens, ser gerido por eles. Participar de eventos, grupos, fazer cursos, comunidades onde a gente tem na Maturi para inspiração e parcerias, saber usar as redes sociais de forma profissional.
Ari Pellicioli (Porto Alegre) - Hoje a gente vive em um mundo de transformação tecnológica. A todo momento surge uma nova ferramenta, se fala muito em realidade virtual, Metaverso. Você acredita que os desenvolvedores já pensam nas soluções tecnológicas, nas plataformas, nas ferramentas voltadas para estas pessoas mais maduras ou isso tudo é ainda incipiente no mercado de trabalho?
Mórris Litvak (São Paulo) - É muito importante a gente ter essa inclusão digital e capacitação das pessoas maduras com relação à tecnologia. Hoje, as empresas sofrem uma escassez de profissionais na área de tecnologia. Tem tanta gente boa precisando de trabalho mais maduro, por que não aproveitar estas pessoas? Existem estudos que comprovam que a idade não é limite para aprender e porque, então, não ter um programador com mais de 50
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anos? Mas existem outras funções dentro da área de tecnologia que estas pessoas podem ser aproveitadas. Os cursos de capacitação ainda têm uma pegada muito jovem e é preciso ter um olhar que vai além dos jovens porque a mão de obra está em falta.
Caco da Motta (Florianópolis) - Existe uma legislação que incentive empresas à contratação de profissionais +50 ou não há necessidade de uma lei? E porque a escolha da Maturi de focar nesta faixa de idade e não os +60 que seriam exclusivamente da terceira idade?
Mórris Litvak (São Paulo) - Em 2014, quando comecei as minhas pesquisas, percebi que aos 50 anos as pessoas já ficam praticamente invisíveis no mercado de trabalho de maneira geral. Tem o recorte de 60 anos que pela lei é idoso, mas antes dos 50 já começa um preconceito etário. As mulheres sofrem bem mais cedo. As pessoas 50+ vivem quase que num limbo, no auge intelectual, ainda não são idosos, mas também não são mais jovens. Onde elas
se encaixam? Por isso escolhemos a partir desta faixa etária. A gente não tem legislação. Existem vários projetos de lei em Brasília, tanto na câmara como no senado, seja de incentivo fiscal ou de cotas relacionadas ao tema. Estão parados e não estão perto de virar lei. Isso em algum momento vai acontecer porque tem a ver com a questão da previdência social. O governo vai ter que incentivar as pessoas a trabalharem por mais tempo para poder dar conta da questão da previdência. Em Porto Alegre, foi sancionada uma lei aprovada pelos vereadores de incentivo fiscal para contratar pessoas com mais de 60 anos. Foi a primeira capital a ter uma lei desta sendo aprovada e sancionada que vai servir para que outras cidades sigam o mesmo caminho. São Paulo aprovou, mas não sancionou a lei no âmbito estadual. O Rio Grande do Sul tem uma proporção maior de pessoas idosas e por isso tem um olhar forte para isso. No Brasil, tem o estatuto do idoso que incentiva a oportunidade de trabalho, mas colocar isso em prática é
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Mórris Litvak é CEO e Fundador da Maturi. Você pode acompanhar Mórris no LinkedIn.
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ARTIGO
O NOVO BCP: BUSINESS CONTINUITY PLAN
Por Fabio Pesaro
Com a evolução da tecnologia, os assuntos de segurança foram elevados a um novo patamar dentro das empresas, destacando-se o BCP (Business Continuity Plan) ou PCN (Plano de Continuidade de Negócios).
Não é de hoje que as empresas se preocupam com possíveis interrupções de suas principais rotinas e como garantir o retorno do funcionamento delas no menor tempo possível. No início da era da informática, a principal medida para garantir a retomada dos negócios, face a um problema de ordem técnica, era ter cópias de segurança (backups), dado a inexistência de redes de comunicação e integração como temos atualmente.
Contudo, atualmente, temos novos meios de transmissão e armazenamento de dados (locais e em nuvem), integração das redes em nível global e, ainda, novos tipos de ameaças (hackers, por exemplo). Consequentemente, as organizações precisaram rever e aprimorar seus procedimentos de segurança.
Quão complexo tornaram-se os BCPs?
Para abordar a questão da complexidade, vale recordar que:
1) BCP é um conceito e não uma metodologia. Isto
Fabio Pesaro
Sócio e Head de Pessoas na ConsulPaz
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8 minutos
porque cada Empresa, Unidade de Negócio, Processos etc., tem características específicas, o que requer planos apropriados a cada um.
2) BCP é um conjunto de procedimentos desenvolvidos com base no conceito e nas necessidades do “Core Business”. Dependendo do seu objetivo e da sua construção, pode envolver diversas Pessoas, Departamentos, Unidades ou até terceiros.
3) BCP não evita uma ruptura nos negócios, ele minimiza os impactos das perdas provocadas pela ruptura. Conforme mencionamos anteriormente, os BCPs iniciais restringiamse a garantir a existência de cópias atualizadas dos principais dados e programas, além de aspectos de infraestrutura locais, independente da área de negócio ou tipo de sistema.
Não estaríamos errando muito se disséssemos que havia algum tipo de padronização entre os BCPs das empresas naqueles tempos.
Atualmente, a realidade é um pouco diferente.
A construção de um BCP Para elaborar um BCP é preciso considerar:
• Todas as instâncias que o processo abrange (interno, local, regional ou Global):
Imagine que um Departamento preste serviços a Unidades de uma empresa que estão alocadas em diversos países. Para cada um dos serviços prestados deve-se avaliar a necessidade ou não de se ter um BCP. Para os que necessitarem de BCP, ao construí-lo, deve-se levar em conta diversos aspectos como, fuso horário, políticas e
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culturas locais, legislação local, SLAs distintos de atendimento etc.
• Sua interrelação com outros processos, sejam eles internos (do mesmo departamento) ou externos:
Deve-se avaliar se os entregáveis de cada processo são “inputs” de outros processos. Em caso positivo, é preciso avaliar como a aplicação de um BCP poderá afetar esses outros processos e que procedimentos deverão ser realizados quando da normalização da situação.
• Quais seriam os impactos caso não existisse um BCP apropriado para a circunstância que está sendo avaliada:
A construção de um BCP passa por entender as consequências de deter-
minadas rupturas de processos na cadeia de atividades. Esse entendimento é fundamental para direcionar a construção de um BCP.
• Quais seriam as consequências de não se ter um BCP para a circunstância que está sendo avaliada:
Diferentemente do item anterior, a avaliação neste caso seria no aspecto econômico e de contrato com eventuais clientes.
Ao considerarmos estes pontos, entendemos que se faz necessário pensar em todos os possíveis cenários, independente da probabilidade remota ou não de acontecer. Também é preciso avaliar a necessidade de construir ou não um BCP para cada
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Gabinete de Crise:
Não adianta as Empresas terem excelentes e abrangentes BCPs se não houver um time de Gestão para avaliar as circunstâncias e decidir quais e em que ordem deverão aplicar os BCPs.
Uma mesma circunstância e momento podem exigir a aplicação de diferentes BCPs para diferentes áreas. Por exemplo, a falta de acesso ao sistema ERP nos primeiros dias do mês pode comprometer o fechamento contábil mensal. Entretanto, não trará impactos para o processamento da folha de pagamento, caso a situação se resolva com brevidade. Recomenda-se formar esse Gabinete de Crise com os gestores das Unidades afetadas ou com os respectivos Coordenadores. É fundamental que essas pessoas dominem os processos afetados.
Mas o que deve constar nos documentos que detalham um BCP? Quanto mais detalhado o documento que descreve a execução de um BCP, melhor será o resultado. Isto porque a execução de um BCP não é algo que acontece todo dia e, portanto, as pessoas que irão executá-lo, não irão fazê-lo com a mesma naturalidade que executam suas ativida-
Em linhas gerais, deve estar claro em um BCP:
1) Quem é o Responsável, ou seja, quem tem a autoridade para permitir a execução de um BCP.
2) Identificar as Áreas, os Departamentos, as Localidades podendo, inclusive, identificar as funções que devem ser envolvidas.
3) Estabelecer as ações do BCP a serem aplicadas de acordo com o período estimado da ruptura do processo. Ou seja, para uma interrupção prevista de 2 horas, aplicar as ações A, B e C. Para uma interrupção de 6 horas, aplicar adicionalmente as ações D e E. E assim por diante.
4) Definir as comunicações necessárias para cada período estimado de ruptura e como e para quem essas comunicações devem ser endereça-
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das.
5) Prever uma reunião de comunicação e alinhamento quando for possível o restabelecimento das atividades. Deverão participar todos os responsáveis pelos Departamentos envolvidos e Coordenadores dos processos afetados durante a execução do BCP.
Treinamentos e Simulações
É fundamental que os BCPs sejam “testados” regularmente. Trata-se do mesmo princípio das demais áreas de segurança, para que todos os envolvidos tenham, no mínimo, noção do que deverão executar. Além disso, esses treinamentos permitem:
1) Avaliar se o BCP tem alguma falha;
2) Avaliar se o BCP está adequado a eventuais mudanças que ocorreram nos processos;
3) Oportunizar a eventuais novos colaboradores relacionados ao processo o conhecimento do BCP e sua utilização.
O advento da pandemia e outras situações globais que passamos nos últi-
mos anos, impulsionaram as organizações a adaptarem suas rotinas de trabalho para o modelo remoto, e não mais depender necessariamente das estruturas físicas de trabalho, para a continuidade das atividades.
A tendência de migração dos dados dos servidores das empresas para o ambiente em nuvem (iCloud) é outro facilitador para a mobilidade e mitigação ou resolução mais ágil, no caso de problemas técnicos.
Percebe-se então que o BCP, atualmente, tem como premissa a comunicação clara com todos os envolvidos e impactados no plano de contingência da operação e a execução de forma ágil e consecutiva de todas as ações que foram planejadas e revistas periodicamente com as lideranças da organização.
E na sua empresa, já existe um BCP para a continuidade das operações de negócio?
Fabio Pesaro é Sócio e Head de Pessoas na ConsulPaz. Você pode acompanhar Fabio em seu perfil no LinkedIn.
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COLUNA Caco da Motta
Projeto inovador impulsiona qualidade de vida nas empresas
O esporte levou Bruno Rodrigues às vitórias como atleta até a vida profissional como empreendedor. Primeiro, vieram as medalhas do karatê por 16 anos. Logo após completar 21 anos, correu em busca de conhecimento acadêmico e experiência como executivo no mercado de trabalho. Não satisfeito, deu um salto ainda maior, quando decidiu inovar como empresário e foi buscar uma especialização internacional na Universidade de Stanford. Foi onde nasceu a ideia da GoGood, empresa que oferece serviços de prática esportiva e da área da saúde com até 70% de desconto para colaboradores de empresas.
papo, Bruno, que é CEO do seu próprio negócio, conta um pouco desta história cheia de desafios, inclusive de comunicação, mas que também já pode se orgulhar de novas conquistas.
LinkedIn Instagram GoGood Site GoGood
Rodrigues CEO da GoGood
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Bruno
COLUNA
CACO DA MOTTA
Caco da Motta (Florianópolis)Como surgiu, o que faz e como está hoje a GoGood?
Bruno Rodrigues (Florianópolis)A GoGood surgiu a partir de duas experiências pessoais. Uma como atleta profissional de karatê por 16 anos e outra como executivo de uma empresa. Nessa segunda, eu percebi como era difícil criar uma equipe de alta performance por conta da baixa qualidade de vida das pessoas. Parecia uma coisa óbvia de que as empresas precisavam apostar no bem-estar do colaborador para ter times mais produtivos. O meu histórico de atleta, então, me trouxe a paixão de querer gerar esse impacto através da GoGood. A ideia do negócio foi incubada em um programa da Universidade de Stanford e, desde então, se tornou uma empresa. Hoje, a GoGood oferece academias, psicólogos, nutricionistas e médicos com até 70% de desconto para os colaboradores das empresas. Temos mais de 1.300 academias credenciadas em 17 estados do Brasil e expandindo muito nos últimos anos.
Caco da Motta (Florianópolis)Você foi atleta, depois cursou direito, mas direcionou a sua formação com uma pós-graduação em inovação e empreendedorismo pela universidade de Stanford, em um programa chamado Ignite. Trabalhou nas áreas de estratégia, marketing e comercial de um grupo de comunicação, a RBS, e hoje empreende na prestação de serviços na área esportiva e de qualidade de vida. É uma trajetória dinâmica e interessante que acabou gerando este seu espírito inovador, não?
Bruno Rodrigues (Florianópolis)Considero relevante que minha primeira história tenha sido construída vestindo um kimono. Iniciei o karatê com 5 anos de idade, praticando até os 21 e tive a honra de ser campeão sul-americano, terceiro colocado no pan-americano sub-20, bicampeão brasileiro, etc. Apenas depois, fui buscar uma formação acadêmica, uma formação executiva, e posteriormente uma especialização internacional pela Universidade de Stanford. Acredito que essa trajetó-
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ria não linear me ajuda nos desafios de construir um negócio inovador no mercado complexo como é o brasileiro.
Caco da Motta (Florianópolis) -
Qual a importância da comunicação no teu dia a dia como profissional e nos processos da empresa? Quais canais utiliza, de que maneira se comunica com seu público consumidor?
Bruno Rodrigues (Florianópolis) -
Um dos meus principais papéis é me comunicar. Demonstrar a minha visão para onde a empresa vai, engajar os colaboradores em prol de um caminho único, mostrar para talentos que vale a pena se vincular à GoGood. Enfim, formar e comunicar uma cultura única, com um time engajado e com clientes que entendam como podemos causar um impacto positivo. Me dedico para criar narrativas e histórias que simplifiquem essas questões, de forma que as pessoas consigam replicar a mensagem. Os canais internos principais são os de comunicação interna, como Slack, WhatsApp, e-mail, mas principalmente os nossos ritos, que unimos parte ou todo o time para trocar aprendizados, mostrar indicadores e fazer previsões. Acredito que é nessas oportunidades que conseguimos materializar melhor as mensagens. Externamente, pensamos da mesma forma. Obviamente, estamos nas redes sociais, mas nada marca mais para alguém do que conversar com um fun-
dador ou com um líder de uma empresa. A forma de falar, o tom de voz e a mensagem se tornam a percepção da marca. Apesar de menos escalável, vejo que o impacto é maior e mais duradouro.
Caco da Motta (Florianópolis) - De que forma as ferramentas e os avanços digitais facilitam o teu negócio?
Bruno Rodrigues (Florianópolis)Hoje, temos funcionários trabalhando em 6 estados diferentes e em horários diferentes. Somos adeptos do trabalho remoto e isso só é possível através de tecnologias de comunicação e gestão do conhecimento. Conseguimos inclusive prospectar, vender e engajar clientes de forma 100% digital, o que só aumenta o custobenefício da empresa como um todo. Temos diversos clientes felizes, há anos conosco, que nunca conhecemos presencialmente. Apesar de eu amar contatos pessoais, vejo que é uma nova forma de criar empresas pujantes e saudáveis.
Caco da Motta é jornalista, especialista e mentor em comunicação criativa. PWB.NEWS/Mentoria E-mail: cacodamotta@pwb.news
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