Revista Gestão In Foco Ed. 84

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UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA

Ano 13 | nº 84 | janeiro a março de 2023
fugirem de golpes
profissionais
Brasil
Prevenção é o caminho para empresas e consumidores
Importar mão de obra é uma alternativa para a escassez de
no

BUSQUE UMA BOA PRIMEIRA IMPRESSÃO DE SEU NEGÓCIO

Nesta edição, trabalhamos um tema fundamental para qualquer negócio: o atendimento. Grande parte do sucesso ou do fracasso de uma empresa vem desse ato. Por isso, mostramos todo o cuidado que deve ser tomado desde o primeiro contato do público com a sua marca. Pense que sua empresa pode ter o melhor conteúdo e uma qualidade excepcional, mas, se a primeira impressão passada ao cliente não for igualmente boa, ele poderá desistir de fazer negócios antes mesmo de conhecer seus diferenciais.

Por isso, aproveite ao máximo as orientações que passamos. Ao olhar para o atendimento com maior cuidado, será possível observar pontos de melhorias. Esse é apenas um dos temas que você encontrará nesta edição, que tem o papel de levar possibilidades e alertas para a vida das empresas e dos gestores. O conteúdo, portanto, foi pensado para você. Boa leitura!

Richard Domingos

Diretor Executivo da Confirp Contabilidade e Diretor Editorial da Gestão in Foco

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LAZER

Montanhismo: a caminho do topo

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Domingos

Rogério Sudré

Júlio Rodrigues

Welinton Mota

Priscilla Rodrigues

Brenda Rodrigues

Glaucia Barbosa

Natalia Santos

Rodrigo Gardesani

Patrícia Ramos

Cristiane Moutinho

Karoline Gama

Amanda Oliveira

Vitor Cavalcanti

Patrícia Araujo

Sheila Rosencler

Grupo Alliance:

Avante Assessoria Empresarial – Benito Pedro

Audcorp Auditoria – José Augusto

ANIT Service – Itamara Ferreiroa

ALFA Sistemas – Alexandro Dias

Barroso Advogados – Denis Barroso

Bicudo & Sborgia – Rosa Sborgia

Boaventura Ribeiro Advogados – Nourival Ribeiro

Braúna Investimentos – Carollyne Mariano

Camillo Seguros – Cristina Camillo

Gestiona – Sidirley Fabiani

Ghaw Facilities – Humberto Watanabe

LINK 3 – Rogério Passos

Loara Crédito – Adilson Seixas

Machado Nunes Advogados – Renato Nunes

Mercoline – Davi Barroso

Moema Assessoria – Tatiana Gonçalves Morais Advogados – Afonso Morais

Ponto Inicial – Paulo Ucelli

Witec – Marco Lagôa

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CAPA

Atendimento: uma questão de sobrevivência

Editor e Redator-chefe:

Paulo Fabrício Ucelli

Diretora de Arte:

Maíra Rossétti

Revisão:

Isadora Pinheiro

Editor-chefe: Richard Domingos

Serviço de Atendimento ao Cliente Confirp (SAC): 11 5078 3005 sac@confirp.com ou www.confirp.com

RECURSOS HUMANOS

Importar mão de obra é uma alternativa no Brasil

MARKETING

Estratégia de marketing: vídeos para redes sociais 12 TECNOLOGIA

Prevenção é o caminho para fugir de golpes

PROPRIEDADE INTELECTUAL

42 ADMINISTRAÇÃO

A propriedade intelectual no metaverso

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A Revista Gestão In Foco é uma publicação da Confirp Contabilidade produzida pela Ponto Inicial Comunicações.

Todos os direitos reservados. Todas as imagens utilizadas nesta edição são de reprodução. Esta publicação poderá ser reproduzida total ou parcialmente, desde que a fonte seja corretamente citada.

INVESTIMENTOS

Investimento no exterior: uma saída para a proteção de capital

56

Conselho de administração, uma visão de fora para crescer!

50 GESTÃO Como alavancar as vendas do seu negócio, segundo João Appolinário!

4 www.confirp.com Jan/Mar - 2023 Jan/Mar - 2023 | www.confirp.com 5
econômicas,
tipo
de seguro para mobilidade 54 ANO 13 Nº 84 EDITORIAL ÍNDICE Conselho Editorial: Paulo Ucelli Giovanna Santos Richard
32 CRÉDITO Perspectivas
caminhos para obter crédito em 2023 38 SUCESSÃO Entenda como as holdings podem potencializar um negócio 46 SEGUROS Um
diferente

MONTANHI SMO: A CAMINHO DO TOPO

Prática ideal para quem quer chegar ao topo, o montanhismo é uma modalidade esportiva que consiste em subir montanhas, fazendo longas caminhadas por trilhas e, às vezes, escalando ou até pedalando.

Essa é uma prática que vem ganhando espaço no Brasil, pois oferece uma experiência muito especial e acessível a grande parte da população, sendo que difere do alpinismo, atividade realizada nos alpes.

Essa atividade se refere à subida em montanhas médias, de até 2500 m de altitude. No entanto, para essa prática, é preciso antes buscar um preparo físico a fim de evitar problemas no meio do caminho.

Um ponto interessante é que essa prática não tem um custo tão alto, e as opções para essa atividade são muito grandes, sempre com paisagens diferentes. No Brasil, há diversas opções para os praticantes de montanhismo, com diferentes graus de dificuldade. Contudo, a recomendação é que iniciantes sempre estejam acompanhados de pessoas mais experientes.

Modalidades do montanhismo

O montanhismo reúne diversas práticas esportivas com características distintas, sendo as mais populares o trekking, o hiking, a escalada e o rapel. O primeiro consiste em uma atividade de caminhada na natureza, assim como o hiking.

A diferença entre os dois está no tempo de duração. Enquanto o trekking pode durar mais de um dia, o hiking é mais rápido e dura apenas o tempo de ida e volta da trilha.

Na escalada, existem várias opções. No entanto, a mais indicada para iniciantes é a escalada esportiva. Essa vertente oferece um grau maior de segurança, já que para praticá-la é preciso adquirir um seguro obrigatório, além de uma carta de montanhista na Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada (CBME).

O rapel, por outro lado, é uma atividade radical que necessita de equipamentos adequados para realizar a descida vertical em paredões e vãos livres.

Equipamentos

Em caminhadas, os itens básicos a serem utilizados são:

> tênis ou botas;

> barraca;

> mochila;

> saco de dormir;

> lanternas;

> canivetes;

> kits de primeiros socorros.

Para atividades radicais, como rapel ou escalada, além dos itens citados acima, também são necessários outros específicos:

> sapatilha (cadarço, velcro, slipper);

> cordas;

> capacete;

> fita solteira;

> mosquetões;

> cadeirinhas;

> freio.

Onde praticar

São muitos os locais para a prática de montanhismo. Para algumas dicas, Juliana Soares Reis, do Desviantes Turismo de Aventura e Turismo Ecológico, reuniu 6 picos de montanhas perto de São Paulo que são perfeitos para fazer essa atividade, tanto para quem está começando quanto para quem já é praticante do esporte.

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LAZER

1. SERRA FINA (NÍVEL 5)

Considerada uma das trilhas mais desafiadoras do sudeste brasileiro, sendo de nível 5 (um termo que significa que o trekking exige preparo físico, além de ser necessário levar certos equipamentos essenciais para uma escalada confortável e bem-sucedida, como mochila cargueira, saco de dormir e botas de caminhada), a Travessia da Serra Fina é também uma das mais bonitas de todo o país.

Em um percurso que pode durar de três a quatro dias, você irá percorrer algumas das montanhas mais altas da grandiosa Serra da Mantiqueira — algumas delas chegam a quase 3000 m de altitude! —, entre os estados de Minas Gerais e São Paulo, como o Pico do Capim Amarelo, a Pedra da Mina (o quarto pico mais alto do Brasil), o Pico dos Três Estados e o Morro Cupim de Boi.

2. PICO DAS AGULHAS NEGRAS (NÍVEL 4)

A subida ao Pico das Agulhas Negras, localizado no primeiro parque nacional brasileiro, o Itatiaia, apresenta um lugar tão impressionante não só em suas paisagens como em seu tamanho, uma vez que vai desde o estado do Rio de Janeiro até Minas Gerais e a divisa com São Paulo. O Pico das Agulhas Negras é o mais alto do estado fluminense e o 5º maior do Brasil, com 2790 m de altitude.

A excursão saindo de São Paulo pode ser feita em um único dia, uma vez que o percurso de ida e volta do trekking possui apenas 11 km (o que dura cerca de três a quatro horas).

Os equipamentos necessários para fazer a escalada tranquilamente incluem pelo menos uma mochila cargueira, botas confortáveis de caminhada e roupas para temperaturas mais baixas, como uma jaqueta anorak ou fleece pois faz muito frio nos topos das montanhas do Itatiaia.

3. MORRO DO COUTO (NÍVEL 4)

Com 2680 m de altitude, o Morro do Couto perde apenas para o Pico das Agulhas Negras, sendo, portanto, o segundo ponto mais alto do Parque Nacional do Itatiaia e o 9º maior do Brasil.

Além disso, assim como as Agulhas Negras, ele também pode ser feito em apenas um dia e é uma das montanhas de acesso mais simples, sendo uma opção ideal para os iniciantes do montanhismo, já que, apesar de alto, o trajeto tem apenas cerca de 6 km (aproximadamente uma hora e meia para alcançar o cume partindo do estacionamento).

Assim, os equipamentos a serem levados na escalada devem ser os mesmos do Pico das Agulhas Negras: botas confortáveis, uma mochila cargueira e roupas para se manter aquecido.

4. PEDRA DO BAÚ (NÍVEL 3)

Mais uma imponente formação rochosa da região da Serra da Mantiqueira, essa de quase 2000 m de altura e situada na cidade de São Bento do Sapucaí, a Pedra do Baú é outra ótima opção para iniciantes.

Com um trekking curto (são apenas 2 km) e de nível 3, um grau de dificuldade moderado, esse trecho não exige muito preparo físico, basta não ser sedentário e gostar de caminhadas. Inclusive, o trekking até seria considerado fácil se não fosse por seu terreno rochoso e suas subidas íngremes — é necessário escalar 600 degraus em uma escadaria fixada em um paredão. Por conta desses fatores, a dificuldade aumenta um pouco, mesmo sendo um percurso rápido de completar, mas, ainda assim, não é nada para se preocupar.

Certifique-se apenas de estar usando botas de caminhada bem confortáveis e, se preferir, um bastão de trilha para auxiliar na subida.

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LAZER

5. TRÊS PEDRAS DE BOTUCATU (NÍVEL 3)

Botucatu, município do estado de São Paulo, já é conhecido como a “Terra da Aventura”, e o Pico das Três Pedras, com certeza, é um dos motivos pelo qual o destino ganhou esse apelido.

Apesar de ter saída pela cidade de Botucatu e levar seu nome, essa formação rochosa se estende até a cidade de Bofete (SP) e é uma das atrações mais fascinantes da região. Ela leva esse nome devido ao seu formato, que se parece com um gigante deitado com a barriga para cima — são três montanhas, cujos pontos mais altos chegam a um pouco menos de 1000 m de altura e possuem mais de 500 km de extensão, compondo, teoricamente, a cabeça, a barriga e os pés da figura.

Para escalar o gigante adormecido, você só precisará de equipamentos básicos para trekking, como botas de caminhada e, se quiser, uma mochila menor de trilha para levar consigo, pois o percurso de ida e volta tem apenas 4 km e é considerado bem tranquilo.

6. PICO DO LOPO (NÍVEL 3)

Localizado na Serra do Lopo, uma ramificação da Serra da Mantiqueira na divisa entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, o Pico do Lopo é um trekking indicado para pessoas de todas as idades.

Apesar de ser mais longo que alguns dos percursos mencionados anteriormente (como o da Pedra do Baú), com cerca de 10 km, ainda assim é considerado curto — e o que é ainda melhor: ele é muito bem demarcado e não apresenta nenhuma grande dificuldade. É possível completá-lo em menos de duas horas, sem contar as paisagens e as vistas panorâmicas de tirar o fôlego que você vai descobrir!

Para isso, basta levar consigo um par de botas de caminhada trekking que você ache confortável e, no máximo, um fleece ou jaqueta anorak para o caso de o clima por lá estar frio ou chuvoso. .

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Nosso objetivo é facilitar a sua vida BPO Financeiro (11) 3042-8460 comercial@anitservice.com.br www.anitservice.com.br

ESTRATÉGIA DE MARKETING: vídeos para redes

Os vídeos estão tomando conta de nossas vidas. É cada vez mais comum vermos produtos audiovisuais no nosso cotidiano, seja na vida pessoal, seja no mundo empresarial. Assim, produzir esse tipo de conteúdo também vem ganhando grande relevância. Mas até que ponto essa estratégia é correta?

“A preferência dos usuários pelos vídeos tem aumentado, inclusive no marketing de conteúdo, e isso ocorre por uma série de fatores. Entre eles, podemos destacar a variedade de opções de conteúdos encontrados na internet, a facilidade de acesso, a identificação com o influenciador ou com o assunto e a linguagem utilizada. Com isso, várias plataformas e, principalmente, redes sociais têm explorado ainda mais os conteúdos no formato audiovisual”, explica Rogério Passos, sócio da agência digital Link3.

Em contrapartida, o que também se observa nesse universo é que ainda existe um grande amadorismo em relação ao tema, o que pode ser prejudicial. “Estratégias que utilizam vídeos realmente são muito interessantes, desde que se tenha o cuidado adequado para estruturar um planejamento de

conteúdo. Ocorre que, atualmente, a simplicidade em produzir vídeos trouxe também um risco, o que pode ser negativo para as empresas”, explica Paulo Ucelli, sócio da Ponto Inicial Comunicação.

“Vivo esse mundo de produções e acho interessante que muitas vezes as pessoas se enganam ao verem vídeos de influencer achando que eles são feitos de forma caseira. Na maioria das vezes, isso é falso, já que por trás desses conteúdos existe uma apurada produção, com roteiros e equipes de apoio. Não adianta, é preciso ter qualidade ao expor sua marca”, alerta Paulo Ucelli.

Uma boa estratégia de marketing não se resume a empurrar o produto da sua empresa aos clientes de forma invasiva, chata e descontextualizada, mas sim pensar no que seu seguidor ou assinante busca e oferecer um conteúdo rico. Não o que você julgue interessante, e sim o que seu cliente acha.

“Não se deve ser 100% técnico. Hoje, as pessoas buscam os vídeos, principalmente o YouTube, para esclarecer dúvidas de forma simples. É importante

MARKETING
Não se deve ser 100% técnico.
Hoje, as pessoas buscam os vídeos, principalmente o YouTube, para esclarecer dúvidas de forma simples.
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sociais

pensar sempre na linguagem e ter uma frequência de postagem — não adianta postar um vídeo a cada seis meses. Hoje, as redes sociais nos obrigam a produzir com uma grande frequência”, alerta Rogério Passos.

Com a tecnologia que temos atualmente, é possível gravar bons conteúdos até com um simples smartphone, sem depender de altos investimentos e equipamentos.

Ficar insistindo em itens caros e complexos, com os quais você não tem familiaridade, vai apenas te fazer perder dinheiro, tempo e paciência. Invista naquilo que você já conhece e vá se aperfeiçoando aos poucos.

Entretanto, é preciso planejamento e colaboração de pessoas que conheçam as estratégias, de modo que os conteúdos sejam relevantes, evitando-se os riscos de uma viralização negativa. “Creio que um dos principais erros é usar o mesmo vídeo em todas as redes. É preciso adaptar a estratégia e o conteúdo para cada uma delas”, conta o CEO da Link3.

Caminhos para começar

Veja algumas orientações elaborada por Rogério Passos para quem quer utilizar essa estratégia.

- Prepare o roteiro: defina, previamente, que tipo de conteúdo terá seu vídeo: se será a apresentação de um produto ou serviço, um tutorial com dicas relacionadas à sua área de atuação, um teaser para algum lançamento, entre outros. Em seguida, prepare o roteiro para o vídeo. Mesmo que você não seja profissional, para gravar um vídeo para redes sociais, ele deve ter começo, meio e fim. Saiba o que você vai falar, foque na mensagem que quer transmitir, use uma linguagem simples e cuide para não exceder o tempo previsto.

- Procure um local adequado para gravar os vídeos: além de facilitar no momento da gravação, um local adequado vai evitar que você tenha problemas com áudio, iluminação, barulhos externos e tantos outros obstáculos. É muito importante que você faça testes no local antes de começar a gravar o vídeo para valer, a fim de corrigir todos os problemas que surgirem antecipadamente, evitando retrabalho.

- Teste seus vídeos: depois que o material estiver pronto, teste a mensagem passada com uma audiência selecionada. Dessa maneira, você pode evitar que alguma parte do material seja mal interpretada, garantindo que as informações principais estejam claras e compreensíveis.

- Seja objetivo: a internet é uma rede muito dinâmica, e assim também são seus usuários.

Lembre-se de que nas redes sociais os vídeos passam rapidamente no feed dos usuários e, se não houver algo que prenda a atenção deles, os conteúdos não serão assistidos.

- Rede social adequada: a utilização de vídeos na estratégia de marketing digital não é algo novo. Entretanto, esse formato de conteúdo ganha cada vez mais força com o TikTok, o Instagram e o YouTube. Outras redes, inclusive, como a Meta (Facebook) e o LinkedIn, estão se adaptando a esse formato. O mais importante é saber adequar o conteúdo à plataforma. “Cada rede social tem diferentes formatos de vídeo, com tamanhos, resoluções e outras especificações diferentes. Não dá mais para usar o mesmo material em todas as plataformas sem adaptação”, explica Rogério Passos.

Não cometa estes erros

Ausência ou roteiro ineficaz.

Vídeos escuros. Iluminação inadequada.

Áudio com qualidade ruim. Linguagem inadequada ao público-alvo.

Conteúdo prolixo.

Ambiente em desacordo com o objetivo. .

14 www.confirp.com Jan/Mar - 2023 Jan/Mar - 2023 | www.confirp.com 15 MARKETING
ROGÉRIO PASSOS Sócio Agência Digital Link3
Link3 Comunicação Inteligente – agencialinktres.com.br / Ponto Inicial Comunicação – pontoinicial.com.br

RECURSOS HUMANOS

IMPORTAR MÃO DE OBRA É UMA ALTERNATIVA PARA A ESCASSEZ DE PROFISSIONAIS NO BRASIL

Sua empresa tem tido dificuldade de encontrar mão de obra qualificada? Já pensou em buscar profissionais em outros países? Essa é uma realidade que vem ganhando força em muitas empresas brasileiras que, por escassez de profissionais qualificados, buscam por profissionais especializados em outros países para suprir as necessidades.

Atuando em áreas que aceitam o home office, esses profissionais são, muitas vezes, brasileiros que optaram por morar em outros países ou mesmo estrangeiros que encontram em empresas brasileiras oportunidades profissionais.

Esse cenário é facilmente explicável ao analisarmos que o Brasil é o 9º país com maior falta de mão de obra qualificada em 2022, segundo estudo da consultoria de recursos humanos ManpowerGroup, que ouviu 40 mil empregadores em 40 países e territórios.

Os números são realmente preocupantes, visto que 81% dos empregadores disseram enfrentar dificuldade para encontrar trabalhadores com a qualificação necessária. No estudo, também foram apresentadas as áreas com maior demanda de mão de obra qualificada: Tecnologia da Informação e Dados (40%); Atendimento ao Cliente e Front Office (32%); Logística e Operações (23%); Marketing e Vendas (21%); e Administração e Apoio ao Escritório (21%).

“Nota-se significativos graus de dificuldade na contratação e retenção de talentos nas empresas que atendemos e na própria ALFA Sistemas. O crescimento constante das áreas afins à tecnologia da informação no Brasil e a escassez de mão de obra especializada abrem portas para que profissionais tenham liberdade na hora de escolher onde e com o que trabalhar”, analisa o co-CEO da ALFA, Fábio Rogério.

Ele acrescenta que internacionalizar a mão de obra traz vantagens bilaterais para a contratante e o contratado, pois a empresa se beneficia da diversidade cultural, ao passo que o colaborador usufrui dos benefícios oferecidos por empresas brasileiras, como descanso remunerado, férias e tempo de refeição de acordo com a jornada, por exemplo.

“Prospectar os profissionais na região do Mercosul é uma boa dica, pois o real é a moeda mais valorizada do bloco, o que ajuda a garantir boa remuneração e o trânsito não necessita de visto, já pensando nas viagens que podem acontecer”, orienta Fábio Rogério.

No entanto, nem tudo é simples nesse processo, principalmente em relação ao engajamento e ao controle desses profissionais, sendo preciso uma estrutura de acompanhamento, mensuração de resultados e sistemas que analise a trajetória desses integrantes da empresa.

“A estruturação parte do princípio da integração do colaborador à cultura da empresa e do onboarding com o líder. Além disso, é interessante promover o apadrinhamento desse novo integrante por parte de um colaborador que tenha mais experiência no time. Assim, quando o novo contratado estiver inserido e engajado, é válido realizar devolutivas frequentes, sejam positivas, sejam construtivas. Essas devolutivas são vias de mão dupla, pois a confiança deve ser mútua e a empresa tem que ser intrinsecamente aberta para a demanda do colaborador”, analisa Fábio Rogério.

Ele conta que é preciso uma relação de proximidade com as pessoas. Para isso, a avaliação de desempenho deve ser periodizada e as pautas principais definidas com bastante antecedência para que a expectativa seja o mais próximo possível da realidade. O contato interpessoal ainda é um valor intangível do qual as empresas não devem abrir mão. Esse contato deve ter junto de si a ciência das atividades solicitadas e realizadas, registradas conforme as estruturas internas de cada empresa.

Em relação aos sistemas de gestão, o co-CEO da ALFA explica que sistemas de gestão que facilitam o desempenho de cada agente da organização são ferramentas fundamentais para minimizar falhas nos processos de gerenciamento do trabalho. “Esse é o caso do SAP Business One, solução que oferecemos e que acompanha módulos de gestão de RH totalmente integrados à operação geral da empresa”.

“É possível construir algo positivo quando todos têm acesso aos mesmos relatórios de atividades e podem entender como seu trabalho faz sentido dentro do micro e do macro universo empresarial. Sistemas que garantem a transparência e melhoram o compliance são potências nas mãos das micro, pequenas, médias e grandes empresas”, finaliza.

Como contratar profissionais no exterior?

Existem diversos caminhos para a contratação de profissionais no exterior, já que a tecnologia abriu muitas portas que não eram viáveis anteriormente. Hoje existem diversos grupos temáticos que possibilitam encontrar profissionais alinhados às necessidades das empresas.

Outro destaque é o LinkedIn, que facilita o contato com profissionais de diferentes lugares. Sem contar que ainda temos as antigas indicações de

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RECURSOS HUMANOS

profissionais. Essas são opções muito efetivas, principalmente em mercados que são mais específicos, como é o caso da tecnologia.

Além disso, no mercado, existem algumas empresas de agenciamento de profissionais do exterior que também oferecem o serviço de intermediar a contratação dessa mão de obra.

Realizando todo o processo de recrutamento e contratação, o profissional abre a respectiva empresa no local da contratação e direcionase como mão de obra para as empresas que realizam as atividades a distância.

No entanto, é muito importante que a empresa, ao realizar a contratação, tome alguns cuidados, pois o profissional terceirizado não é um funcionário da empresa contratante, não sendo permitido, por exemplo, o controle direto do profissional ou a definição de qualquer regra que possa caracterizar um eventual vínculo empregatício.

Como funcionam as regras trabalhistas e civis?

Um outro ponto complicador em relação ao tema é a questão trabalhista, que, segundo o advogado trabalhista Mourival Boaventura Ribeiro, da Boaventura Ribeiros Advogados, deve ser tema de grande atenção, pois pode ser um empecilho à contratação de profissionais do exterior.

“A contratação de profissionais residentes em outro país para atuar no Brasil pode ser mais complicada do que se imagina e envolve várias questões não apenas trabalhistas, mas também de ordem tributária e previdenciária. Do ponto de vista legal, caso a empresa opte pela contratação de um profissional residente no exterior sob regime CLT, ele deverá vir ao Brasil

Sócio

atender a todas as formalidades que a legislação brasileira exige”, explica Mourival Ribeiro.

Ele conta que a lei estabelece que o profissional deve obter CTPS, CPF, inscrição no PIS/PASEP, entre outros. “A empresa, por sua vez, deverá justificar a contratação à Coordenação Geral de Imigração (CGI), do Ministério do Trabalho, o que muitas vezes acaba por inviabilizar a contratação. Inexiste, no país, legislação específica para regular

esse tipo de contratação. O que se verifica é que, na maioria dos casos, os termos e as condições da prestação de serviços são definidos por meio de contratos regulados pela legislação civil e, nos casos de empresas globais, são firmados contratos com as respectivas filiais”, complementa.

“Outro ponto em relação ao funcionário é que a contratação do profissional sob regime CLT demandará, além de autorização do Ministério do Trabalho, a obtenção de documentos nacionais, não apenas a inscrição no CPF, como também no PIS/PASEP, assim como a obtenção de CTPS, entre várias outras exigências legais”, complementa o especialista.

A contratação de profissional sob regime celetista tem por premissa básica o cumprimento de todas as obrigações legais derivadas do texto consolidado e das normas coletivas. Surge aí, portanto, um segundo ponto de ordem tributária e previdenciária, sendo necessário checar a existência ou não de acordos e tratados entre os países para definir os recolhimentos legais a serem efetuados sob tais rubricas.

Existem também os problemas que podem ocorrer juridicamente. “Nesse cenário, a eleição de foro deve ser prevista em contrato de trabalho. De qualquer modo, é de suma importância conhecer a legislação trabalhista do país de origem do empregado para identificar as similaridades e divergências entre uma e outra legislação, procedendo-se aos devidos ajustes em contrato individual de trabalho. É importante destacar que a legislação trabalhista brasileira define a competência territorial pelo local da prestação de serviços do empregado”.

Em relação ao salário, existe a velha questão em pagar em outra moeda, sendo que a legislação define que o piso salarial é definido pelo local de lotação do empregado (local onde ele efetivamente atua). “Como mencionamos acima, esse tipo

de contratação deve ser procedido de contrato detalhado, explicitando o regime sindical a ser aplicado e, principalmente, os benefícios existentes”.

Carga tributária

A tributação previdenciária e tributária sobre a remuneração paga ao profissional demandará a análise de existência de acordos e tratados entre o Brasil e o país de prestação de serviços, sendo necessário analisar caso a caso. Para isso, é recomendável prévia consulta à Receita Federal do Brasil para esclarecimentos de dúvidas relacionadas a esses tributos.

“Importante ressaltar que, quando o contratado do exterior for uma pessoa física, e desde que haja acordo internacional para evitar a dupla tributação entre o Brasil e o país da prestação de serviços, o contratado poderá compensar o Imposto de Renda retido/ pago no Brasil por ocasião da remessa/ pagamento”, explica o diretor tributário da Confirp Contabilidade Welinton Mota.

Ele explica que quando o contratado do exterior for uma pessoa jurídica, geralmente ela pode compensar o Imposto de Renda retido no Brasil, sem necessidade de acordo, mas é necessário verificar na legislação do país do contratado quais são as regras e exigências para comprovação e compensação desse imposto.

“Por conta de toda essa complexidade, em alguns casos as empresas ou pessoas físicas do exterior exigem, nos contratos de prestação de serviços, que o contratante brasileiro assuma o imposto de renda incidente no Brasil”, conclui Mota.

Para se ter uma ideia prática, na área de tecnologia, mais precisamente em programação de software, confira os tributos incidentes na operação.

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MOURIVAL BOAVENTURA RIBEIRO Boaventura Ribeiros Advogados

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Auditoria independente de demonstrações financeiras;

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Somos uma empresa credenciada pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários – o que comprova a nossa competência em rigorosa certificação técnica para realização de trabalhos de auditoria independente para empresas nacionais e multinacionais, bem como no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MICT).

Somos detentores de extenso conhecimento da renovada contabilidade brasileira com o advento da Lei 11.638/07, em especial quanto ao entendimento e aplicação dos CPC’s (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) e conversão de relatórios para USGAAP e IFRS.

Entre em contato conosco para mais informações: audcorp.com.br

20 www.confirp.com Jan/Mar - 2023 Jan/Mar - 2023 | www.confirp.com 21 ALFA Sistemas de Gestão – alfaerp.com.br Boaventura Ribeiro Sociedade de Advogados – boaventuraribeiro.com.br RECURSOS HUMANOS Contratação de pessoa física do exterior (programador) [*] O ISS no Município de São Paulo é de 2,9% para programador e outros servidos de informática. Contratação de pessoa jurídica do exterior (programador) [*] O ISS no Município de São Paulo é de 2,9% para programador e outros servidos de informática. [**] O IRRF será de 25% quando o contratado for domiciliado em paraíso fiscal/tributação favorecida. de profissionais brasileiros. .

ATENDIMENTO UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA

Os investimentos em publicidade no Brasil são assustadoramente altos. Projeções extraídas de um estudo da eMarketer apontam que esses gastos ultrapassaram a marca de US$ 15 bilhões. Desse total, 59% eram direcionados à mídia digital.

O grande volume de investimento nessas áreas leva muitas empresas a pensarem que aí está toda a solução dos problemas, mas isso não é real. Na era tecnológica, muitas empresas esquecem que a verdadeira primeira impressão se dá no contato direto, ou seja, no primeiro atendimento. Esses bilhões podem ser gastos inutilmente se não houver uma equipe qualificada para o atendimento.

Pare para pensar em quantas vezes teve as melhores referências sobre um estabelecimento e uma empresa, indo propenso a buscar o serviço ou o produto prestado, contudo, ao receber o atendimento, seja presencial ou telefônico, a falta de qualidade te levou a repensar a contratação ou a compra.

“Vivemos em uma realidade em que todos avaliam o atendimento que recebem. Para complicar, as pessoas avaliam no mundo on-line, e ter uma empresa muito bem avaliada no Google ou em sites como o Reclame Aqui é fundamental para fechar negócios”, explica o diretor-executivo da Confirp Contabilidade, Richard Domingos.

Essa, infelizmente, é realidade em grande parte das empresas. Agora, pense no contraponto dessa

ação: quantas vezes não se procura uma empresa, sem compromisso e apenas para desencargo? Entretanto, a qualidade do atendimento te leva a não só fechar negócio, como se tornar um divulgador da empresa.

O profissional é fundamental para uma apresentação positiva, portanto este deve estar alinhado ao perfil da empresa, conhecer todos os processos e atender cordialmente, com informações precisas, para evitar que o visitante fique perdido.

Seja qual for a necessidade das empresas em relação à primeira impressão, ela parte de um princípio que vai muito além de definição de mídias e estratégias para investimentos: o aspecto humano. É fundamental ter uma equipe muito bem treinada e qualificada para que o processo final atinja um bom resultado.

Ponto crucial dessa questão é a capacitação dos profissionais. Treinamento constante de relacionamento e motivação e uma rotina de atividades preestabelecidas são pontos cruciais.

MOTIVAÇÃO E COMPORTAMENTO MUDAM

TUDO

Todo atendimento depende da motivação dos colaboradores. Assim, profissionais insatisfeitos e tristes vão refletir, com certeza, em relações menos adequadas com os clientes. Estudos apontam que equipes motivadas são estratégicas para o sucesso das empresas.

O tema não é simples. Mesmo nas organizações que se preocupam com um ambiente saudável, muitas vezes se observa problemas com os colaboradores — isso em relação ao comportamento, pois existe até mesmo a autossabotagem.

“Cada vez mais me deparo com pessoas que se autossabotam o tempo todo, tanto na vida profissional

22 www.confirp.com Jan/Mar - 2023 Jan/Mar - 2023 | www.confirp.com 23
CAPA

quanto na vida pessoal. Isso parte de uma crença limitante que impede que a pessoa realize atividades simples do dia a dia, pois ela mesma não acredita que dará certo e coloca milhões de empecilhos para executar as atividades”, explica Jessica Camargo, analista de recursos humanos da Confirp.

“Como analista da área de Recursos Humanos da Confirp, vejo o grande desafio de desenvolver mudanças de comportamentos. Temos uma grande preocupação com o desenvolvimento das pessoas e, por esse motivo, investimos em um RH estratégico, sempre com muito carinho e respeito aos colaboradores. Nosso desafio diário é fazer as pessoas enxergarem visões diferentes das situações para que tenham uma vida mais feliz e menos sabotadora”, explica Jessica.

Um dos caminhos que a Confirp utiliza para esse objetivo é a realização de treinamentos que tenham como foco o desenvolvimento comportamental. Os resultados desse tipo de

ação são significativos, principalmente quando isso é feito por meio de metodologias embasadas em diversas ciências, como Neurociência, Programação Neurolinguística, Psicologia Positiva, Coaching, entre outras.

CAPACITAÇÃO TÉCNICA E UNICIDADE SÃO NECESSÁRIAS

Quando se busca por um produto ou serviço, há expectativas e, provavelmente, uma ampla pesquisa sobre a empresa contratada. Ou seja, a pessoa interessada sabe que o produto é bem-feito ou que o serviço é de qualidade dentro de seu ponto de vista. Quebrar essa expectativa pode ser desastroso para uma empresa, por isso é preciso investir, cada vez mais, na capacitação técnica dos colaboradores.

“O mundo evoluiu, muitas das coisas que eram reflexo de qualidade não são mais. Além disso, leis, tecnologias, produtos, serviços e padrões evoluem. Quem não se adequa às

evoluções em sua área de atuação está fadado ao fracasso”, analisa Rogério Sudré, diretor de finanças e recursos da Confirp.

“Ter profissionais qualificados vai além de ter boas contratações, é necessário que se tenha também constantemente cursos e treinamentos por parte da empresa ou de terceiros. Também é preciso um acompanhamento próximo da equipe e a busca do feedback dos clientes sobre tudo que acontece. Ações como SAC se mostram imprescindíveis”, complementa Sheila Rosencler, gerente de qualidade da Confirp.

O SAC é a sigla para Serviço de Atendimento ao Consumidor, uma ferramenta que objetiva criar um canal por meio do qual o cliente possa estabelecer contato direto com as empresas para buscar soluções para os seus problemas, propor sugestões, tirar suas dúvidas e fazer reclamações em relação à marca, ao serviço ou ao produto.

O SAC evoluiu durante os anos. Antes, era uma ferramenta presencial ou por telefone, e atualmente passa a ser on-line. “A evolução também trouxe uma preocupação. Cada vez mais é necessário respostas rápidas e assertivas que realmente resolvam as dificuldades dos clientes”, avalia Sheila Rosencler.

UNICIDADE DA INFORMAÇÃO E IMAGEM

As empresas, ao pensar no atendimento, precisam estar bem estruturadas, atingindo o imaginário dos clientes. Exemplo foi o processo estabelecido pela Confirp Contabilidade. A empresa que presta serviços de contabilidade para mais de 2.000 clientes possui um grande desafio, que é modelar um atendimento de qualidade e igual para todos.

“Sempre tivemos uma preocupação muito grande com os clientes e, para otimizar nossos

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Nosso desafio diário é fazer as pessoas enxergarem visões diferentes das situações para que tenham uma vida mais feliz e menos sabotadora
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JESSICA CAMARGO Analista de Recursos Humanos Confirp Contabilidade SHEILA ROSENCLER Gerente de Qualidade Confirp Contabilidade ROGÉRIO SUDRÉ Diretor de Finanças e Recursos Confirp Contabilidade

trabalhos, nos preocupamos com todos os detalhes. Recentemente passamos por um reposicionamento de marca e, nessa mudança, estabelecemos todos os padrões de nosso atendimento em um branding book ”, explica o diretor Richard Domingos.

“A tecnologia nos impõe uma velocidade jamais vista antes. As pessoas vivem estressadas com tantos compromissos que um pequeno problema de atendimento do porteiro de sua empresa ou uma recepção pouco atenciosa podem desencadear um sentimento ruim para todo o atendimento da corporação. Portanto, cuidar dos detalhes pode parecer insignificante, mas faz toda diferença no cômputo geral”, avalia o diretor Richard Domingos.

Essas mesmas preocupações acompanham também todos os processos, sejam on-line ou presenciais. “No mundo on-line, também é preciso uma preocupação muito grande. A liberdade que as redes trazem proporcionam os riscos de ser invasivo, mandar mensagens demais ou insuficientes. Tudo deve ser pensado para um bom atendimento”, alerta Richard Domingos.

TECNOLOGIA COMO ALIADA

O lado humano, portanto, é fundamental para que uma empresa atenda bem, e a tecnologia pode ser uma grande auxiliar. Dentro desse conceito, possuir um Customer Relationship Management (CRM) de qualidade — Gestão de Relacionamento com o Cliente — faz toda diferença para que se tenha o controle dos processos dos clientes, possibilitando o monitoramento das atividades.

“É fundamental dar ferramentas para que o profissional trabalhe adequadamente, principalmente para administração, retenção e conquista de clientes. Essa ferramenta serve para automatizar as funções de contato com o cliente”, explica Leandro Teixeira, gerente de produtos da Confirp Contabilidade.

“Com isso, eleva-se o patamar de gestão de relacionamento com o cliente da sua empresa. Com um CRM, também é possível ter acesso a uma verdadeira gestão de 360º das ações. Além de ser uma ótima ferramenta para retirar insights sobre o seu público, o CRM eleva a produtividade do time de operação e vendas”, explica Leandro Teixeira.

Essa é uma tecnologia que pode não somente ajudar a equacionar rotinas, mas gerar índices que sejam usados na gestão das mudanças dentro da empresa. Com o CRM, o seu negócio consegue analisar detalhadamente o desempenho do time e descobrir quais estratégias estão realmente funcionando com o seu público-alvo.

Atualmente, no mercado, há uma grande variedade de opções dessa ferramenta. O primeiro caminho para a escolha de um CRM é olhar para dentro, avaliando os processos internos da empresa, considerando porte, quantidade de funcionários que o utilizarão, ciclo de vendas, objetivos e usabilidade da ferramenta.

ATENDIMENTO ALÉM DA SUA EMPRESA (SUA EMPRESA REPRESENTADA POR TERCEIROS)

A primeira impressão é a que fica, isso principalmente no atendimento físico, e tudo tem início já na recepção — com a segurança necessária, a limpeza do espaço e a simpatia para entender e atender à demanda. Para muitas empresas, a simplificação desse tipo de atendimento se dá pela terceirização.

“No mundo atual, de modernidade e praticidade, muitas empresas buscam alternativas para essa melhoria. Uma delas é a terceirização de serviços como

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LEANDRO TEIXEIRA Gerente de Produtos Confirp Contabilidade

recepção, limpeza e segurança. Quando você terceiriza uma atividade para uma empresa que sabe desenvolvê-la, ganha tempo e eficiência no processo”, avalia Humberto Watanabe, sócio da empresa Ghaw Serviços Gerais.

No entanto, os riscos existem, pois mesmo terceirizando esses serviços administrativos, a necessidade de manter a convergência no atendimento da empresa é fundamental. Muita gente terceiriza e esquece que essa nova empresa está te representando. Contudo, os riscos podem ser minimizados ao escolher um parceiro que esteja alinhado com sua identidade.

“A busca da satisfação dos clientes por meio de um atendimento adequado deve ser um mantra nas empresas. Lembrando que isso vai muito além de apenas ter bons produtos ou serviços. É preciso um atendimento personalizado e humanizado. Uso sempre a premissa de que é preciso se colocar no lugar do outro (cliente), pensando em como gostaria de ser atendido. Nesse ponto, as terceirizadas podem potencializar os resultados, pois têm foco e capacitam as pessoas para isso”, orienta Humberto Watanabe.

Hoje é preciso se preocupar com cada detalhe para uma boa receptividade dos clientes, seja em atendimento telefônico, on-line, por e-mail ou no atendimento presencial. Cada etapa deve ser pensada e organizada para que o cliente tenha a melhor experiência no período que permanece na empresa: por onde irá entrar, quem fará a primeira abordagem e onde ele aguardará o atendimento, por exemplo.

Assim, qualquer negócio, além do atendimento técnico, que busque captar e fidelizar o cliente,

precisa considerar fatores como recepção, atendimento, segurança e limpeza para atendimentos presenciais. Já no ambiente on-line ou telefônico, é preciso agilidade e respostas certeiras e rápidas para o cliente.

Esses pontos têm relação direta com a formação do imaginário que se estabelece sobre a empresa. Isso começa na segurança do local, uma vez que as pessoas querem visitar ambientes onde se sintam seguras, com processos de identificação. Depois vem a recepção, já que um bom atendimento, com cordialidade e informações precisas, faz com que o visitante entre em estado de conforto. O asseio e a conservação do espaço também são muito importantes, tendo em vista que locais limpos, cheirosos e organizados transmitem a sensação de um ambiente neutro e harmônico.

É possível fazer um paralelo, inclusive, desse atendimento físico com o on-line, com as pessoas buscando sites seguros, com conteúdos bem organizados e atualizados, que demonstrem cuidados ao tratar dos dados do cliente, afinal, nesses momentos é que se estabelece o primeiro contato com os valores da empresa.

“Um atendimento humanizado se preocupa em entender e atender às demandas, aos anseios ou aos problemas que são trazidos. Nesse ponto, é preciso empatia como uma estratégia essencial para os negócios, mostrando acolhimento e um real interesse em deixar o cliente satisfeito”, explica Humberto Watanabe.

A importância do sorriso é um ponto primordial no bom atendimento físico das pessoas. O treinamento dos colaboradores se mostra, assim, crucial. Além disso, alguns caminhos para a melhoria desse atendimento são: ter processos de controle de identificação bem definidos, locais bem sinalizados e organização nas etapas.

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A busca da satisfação dos clientes por meio de um atendimento adequado deve ser um mantra nas empresas www.ghaw.com.br
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ATENDIMENTO ADEQUADO EM 8 PASSOS

Atender bem é uma obrigação. Atender mal é um erro que pode custar o futuro de um empreendimento. Isso pode parecer um exagero, mas vivemos num momento em que o consumidor leva muito em consideração o tratamento que recebe.

Prova disso são as ferramentas de reclamações on-line, como o Reclame Aqui, que ganham espaço avassaladoramente na vida do consumidor. Hoje, uma instituição, mais do que oferecer preços e facilidades, deve conquistar o cliente.

A empresa norte-americana U.S. News & World Report realizou recentemente uma pesquisa que mostra que aproximadamente 68% dos consumidores não retornam ou não continuam a comprar determinado produto ou serviço em razão do mau atendimento e da qualidade insatisfatória dos serviços prestados. Confira orientações para exercer um bom atendimento em sua empresa.

Quem atende deve conhecer a fundo os detalhes do produto/ serviço que está oferecendo e o que o cliente está pedindo. Por isso, é preciso conhecer os tipos de produtos, a legislação, a forma de uso e os detalhes técnicos, entre outros pontos.

É importante que se crie uma boa identificação com o ambiente, deixando o cliente à vontade e fazendo com que ele tenha total entendimento sobre o que está comprando.

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Seja ético, íntegro e sincero com todos os clientes e conquiste para sempre a confiança deles.

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O ambiente é fundamental para um bom atendimento, por isso crie um clima agradável, com boa iluminação e som.

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Ser rápido, simpático e solícito é uma necessidade, e atender do perfil do consumidor; é fundamental cativar. O profissional deve sempre estar pronto para entender o comportamento do consumidor e suas necessidades, buscando a fidelização.

A organização dos produtos também faz grande diferença no atendimento, portanto considere o posicionamento de cada produto. É importante ter boa sinalização e filas organizadas para o pagamento.

Evite deixar o cliente esperando. Caso note que o atendimento irá atrasar, pare por um instante o que está fazendo e, se possível, dê um posicionamento pessoalmente ao cliente, se desculpando.

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Evite uma postura amadora no atendimento, o que pode acontecer com erros grosseiros de linguagem. Isso vale tanto no atendimento presencial quanto ao telefone. Um diferencial é reconhecer o estilo do cliente e adaptar a sua linguagem. Nunca seja vulgar ou inconveniente. .

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Confirp Contabilidade – confirp.com.br / Ghaw Serviços Gerais - www.ghaw.com.br/sobre
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PREVENÇÃO É

O CAMINHO PARA EMPRESAS

PESSOA FÍSICA (CONSUMIDOR)

Para além das empresas, é cada vez maior o número de fraudes on-line que impactam a vida da população, causando prejuízos e outros riscos. O problema maior nessa questão é que os golpistas são muito inteligentes e estão constantemente inovando em suas estratégias.

E

CONSUMIDORES FUGIREM DE GOLPES

Atualmente, é praticamente impossível encontrar uma pessoa ou empresa que viva à parte do mundo on-line. O mundo conectado traz muitos benefícios, mas também muitos riscos.

Fato é que todo mundo conhece histórias de golpes que envolvem esse ambiente.

Todo cuidado é importante para empresas, afinal, por anos seguidos os ataques por ransomware, que permitem sequestrar dados de pessoas físicas e jurídicas, batem recordes, e o Brasil é o 5º principal país alvo dessa invasão.

Para combater isso, é preciso prevenção. Deixar para correr atrás do prejuízo se torna muito oneroso e, na maior parte das vezes, não possibilita retornos efetivos do que se perdeu, o que deixa as vítimas com os custos do golpe e a desconfiança e os medos futuros.

Ponto relevante é que formas de prevenção existem, mas é preciso conhecimento e até investimentos, por isso a necessidade de divisão entre ações para empresas e para pessoas físicas.

Confira dicas de prevenção aos golpes.

“Existem caminhos para se prevenir ou mesmo evitar que essas tentativas se consolidem. O primeiro passo é o conhecimento sobre as fraudes e o compartilhamento de informações sobre tentativas e técnicas. Quanto mais pessoas souberem das formas, menor será o impacto. Lembrando que é fundamental registrar um Boletim de Ocorrência para que as autoridades também tomem providências”, explica Afonso Morais, sócio-fundador e CEO da Morais Advogados Associados e especialista em recuperação de crédito e fraudes digitais.

Para auxiliar nessa prevenção, Afonso Morais fez um detalh amento das principais ações para se proteger de golpes.

1. Controle a emoção e a curiosidade nas mensagens digitais, pois os criminosos sabem como atrair suas vítimas. Eles sabem trabalhar com a emoção ou o medo dos consumidores. Assim, duvide de qualquer mensagem recebida. Antes de tudo, cheque se o que foi recebido é realmente de alguém de confiança e evite clicar em links desconhecidos.

2. Tenha senhas aleatórias e não repetidas. O cuidado com senhas é primordial. Elas devem ser difíceis e mesclar números, letras e algoritmos. Também é importante não utilizar uma única senha para tudo que precisar e trocá-las com frequência.

3. Fique atento com e-commerces e sites desconhecidos. Por mais que a oferta seja muito boa, tenha atenção e pesquise se o endereço do site no qual realizará a compra realmente é a empresa com a qual você negocia. Muitos golpistas clonam sites, e as páginas costumam ficar idênticas aos sites oficiais.

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AFONSO MORAIS Sócio-fundador e CEO Morais Advogados Associados

4. Tenha cuidado com contato de instituições financeiras e órgãos governamentais. Esses órgãos muito dificilmente farão contatos por canais não oficiais. Desconfie de mensagens e telefonemas desses órgãos. Caso desconfie de um contato, desligue ou encerre a ligação e tente atendimento pelo número oficial por outro aparelho telefônico.

5. Fique atento às suas redes sociais — essas são ótimas áreas para iniciar golpes. Isso ocorre desde criminosos investigando o perfil para saber rotinas e usar imagens para golpes, até mesmo perfis falsos ou sequestrados que são usados para venda de produtos ou contatos pedindo dinheiro.

6. Use cartão digital. Esse cartão está presente em diversas instituições financeiras e, geralmente, é disponibilizado via aplicativos bancários. O recurso conta com funções específicas para as compras on-line e contribui para diminuir os riscos de fraudes e golpes.

7. Dê preferência às chaves aleatórias para receber Pix. A facilidade do Pix esconde armadilhas, pois muitas pessoas, para não se esquecerem, colocam como chaves do Pix CPF, telefone ou e-mail, não se atentando que, muitas vezes, estão passando dados pessoais para desconhecidos.

8. Não use redes públicas para operações financeiras. Para economizar os planos de smartphones, as pessoas se conectam em redes Wi-Fi de locais que não sabem a segurança, o que é um grande risco. Só acesse essas redes se elas forem confiáveis, principalmente para transações econômicas.

9. Não salve seu cartão em lojas digitais para compras futuras, esse é mais um simplificador

que traz riscos. Ao salvar os dados do cartão e a senha em aparelhos, eles podem vazar em caso de hackers e acesso de desconhecidos, sendo utilizados indevidamente.

10. Limpe os dados de seu celular para levar ao conserto. Na verdade, o ideal é que sempre limpe os dados da memória de seus aparelhos, mas isso deve ser potencializado ao deixar o aparelho no conserto, por exemplo. Essa dica vale para todas as ferramentas eletrônicas.

EMPRESAS

Para a corporação, é importante reforçar a importância da segurança da informação e da cibersegurança. Ambas visam garantir que as informações com as quais a empresa trabalha sejam utilizadas apenas por pessoas autorizadas e de maneira segura.

A cibersegurança abrange softwares, hardwares e redes, cuidando, portanto, da infraestrutura da empresa, de modo que ela não fique vulnerável a ataques cibernéticos. Isso protege os dados da empresa, principalmente por meio de ações inteligentes e de resultados.

“É preciso que as empresas possuam um conjunto de procedimentos adotados para proteger sistemas, redes, programas, equipamentos e dados de invasões que possam causar algum tipo de dano. A segurança da informação é voltada para a proteção de todos os dados da empresa, inclusive os físicos, como informações escritas”, analisa Carol Lagoa, sócia da Witec IT Solutions.

Por conta disso, várias medidas são necessárias. Confira algumas delas.

1. Defina normas para transportar computadores e equipamentos de trabalho, bem como para acessar a rede de forma remota.

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CAROL LAGOA Sócia Witec IT Solutions

2. Crie uma política forte de troca de senhas, garantindo que os colaboradores escolham senhas complexas, de forma a dificultar o acesso aos dados da empresa.

3. Estabeleça uma política de segurança interna com regras específicas para armazenamento e compartilhamento de informações.

4. Atualize softwares com frequência. Manter os sistemas desatualizados deixa os dados de sua empresa vulneráveis a falhas. Então, perca um tempinho e não ignore essa demanda. Quando os softwares solicitarem atualizações, faça isso imediatamente, evitando que a empresa seja surpreendida por eventuais ataques cibernéticos.

5. Use a criptografia. Não existe a possibilidade de abordar o tema desconsiderando a criptografia. Afinal, ela auxilia na proteção de

ASSESSORIA E CONSULTORIA EM MEIO AMBIENTE

dados armazenados em computadores e enviados pela web. A lógica é a seguinte: após serem criptografadas, as mensagens viram códigos, sendo praticamente impossível decifrá-las.

6. Garanta a segurança da rede sem fio corporativa por meio de um bom firewall, evitando invasões e ameaças que rondam o sistema.

7. Utilize assinaturas digitais para garantir a autenticidade e a integridade dos documentos e para assinar documentos com validade jurídica.

8. Invista em um bom antivírus. Faça backups periodicamente e não deixe de testá-los com frequência.

9. Utilize o armazenamento em nuvem, fazendo com que os dados fiquem protegidos por todos os níveis de segurança dos data centers, que dispõem de medidas rigorosas desenvolvidas por grandes especialistas do mercado. .

Principais Serviços:

Licenciamento Ambiental: Autorizações Ambientais, LP – Licença Prévia, LI – Licença de Instalação, LO – Licença de Operação e suas renovações

Enquadramento da atividade e inscrição no CTF/APP - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e/ou

Utilizadoras de Recursos Ambientais e CTF/AIDA

- Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental.

Desenvolvimento e implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS

Consultoria para identificação e gerenciamento de produtos controlados pelo Exército, Polícia Federal e Civil

Processos de regularização de atividades com produtos controlados pelo Exército, Polícia Federal e Civil.

36 www.confirp.com Jan/Mar - 2023 Conheça mais sobre nossos serviços: WWW.MERCOLINE.COM.BR | (11) 2577-9777
TECNOLOGIA Morais Advogados – moraisadvogados.com.br / Witec IT Solutions – witec.com.br

O papel do crédito para o crescimento dos negócios

PERSPECTIVAS ECONÔMICAS, DIFICULDADES E CAMINHOS PARA OBTER CRÉDITO EM

2023

A retomada econômica brasileira iniciouse no ano passado em ritmo lento e ainda influenciada pela queda nos indicadores no segundo semestre de 2021. Em fevereiro, por exemplo, o Relatório Focus do Banco Central apontava uma estimativa para o PIB de 2022 com crescimento tímido na casa de 0,3%.

Seis meses depois, no entanto, a estimativa do PIB alcançou 2% após sete altas consecutivas — hoje, de acordo com uma projeção de dezembro, já supera a casa de 3,05 — seguida também pela queda no indicador de inflação (próximo de 7% em agosto e na casa de 5% atualmente, segundo o Banco Central). O Focus, finalmente, havia sinalizado também o fim da alta de juros no início do segundo semestre, que se consolidou na casa de 13,75% até o fim do ano.

“As boas notícias, certamente, não escondem que existem desafios — as medidas fiscais de contenção da crise devem cobrar juros em 2023, somada à mudança no quadro políticoeconômico que, naturalmente, sempre traz instabilidade para o mercado até que os passos da gestão macroeconômica fiquem mais claros.

Não por acaso, a expectativa de crescimento inicial da economia para 2023 é menor, de cerca de 1%, com inflação estável na casa de 5%, também conforme dados do BC de dezembro”, analisa o CEO da Loara Crédito Empresarial, Adilson Seixas.

Ele acrescenta que isso pode ocasionar impactos diretos para empresas, em diversos pontos, com destaque para a obtenção de créditos, pois o que vem se observando é que os juros (principalmente futuros) estão altos, e isso aumenta o risco ao obter dinheiro, que muitas vezes é fundamental para investir.

Seixas acrescenta que dentro desse contexto de contrastes e expectativas, o mercado de crédito também viveu movimento semelhante ao longo do ano: no início de 2022, por exemplo, a Febraban estimou um crescimento de 6,7% para o segmento de crédito; ao passo que, em junho, a Federação Brasileira de Bancos elevou sua projeção para 10,4% e, em novembro, esse índice atingiu 14,1%.

Contudo, a previsão em relação ao crédito não é tão negativa. Na análise da Federação, as razões para o otimismo estão relacionadas tanto à melhora no aquecimento do ambiente econômico nacional quanto ao próprio desempenho positivo do mercado de crédito no decurso do ano.

“Vale frisar que, no âmbito do crédito empresarial, as projeções alcançaram 14,3% na carteira de recursos livres. Para 2023, por sua vez, também houve revisão da Febraban, e a expectativa de crescimento alcançou 8,4%”, analisa Adilson Seixas.

“Em outras palavras: o contexto da economia vive de transições e expectativas e, nesse sentido, estar preparado para diferentes cenários é crucial para o sucesso também nas jornadas de crédito”, finaliza.

O fato é que, quando buscado de modo estratégico e planejado, o crédito empresarial é uma ferramenta decisiva para um crescimento mais ágil e estruturado para as empresas, que podem utilizar o capital de bancos e fintechs para a diversificação e expansão de negócios, investimentos em tecnologia e maquinário, capital de giro, reforço de caixa e reestruturação financeira.

Para tanto, Adilson detalhou algumas ações que são fundamentais adotar visando à sustentabilidade financeira de longo prazo.

Planejamento e organização financeira

O empreendedor precisa traçar um planejamento estratégico para definir sua finalidade na busca pelo crédito e organizarse financeiramente, inclusive, para evitar restrições/negativações no mercado. Por isso, o recomendado é que não se busque o crédito somente em situações emergenciais — períodos nos quais a conquista do capital de terceiros encontra muito mais barreiras —, mas sim como uma alavanca para o crescimento.

A liquidez das garantias

No entanto, mesmo o planejamento e a organização não fazem milagres se a "casa não estiver organizada". Um dos passos nesse sentido envolve a questão de a empresa contar com garantias de boa liquidez (prazo no qual um ativo pode ser convertido em capital). Afinal de contas, quanto maior a liquidez da garantia, maiores são as possibilidades de que as empresas consigam acessar crédito de qualidade, com prazos mais flexíveis e taxas atrativas.

Jan/Mar - 2023 | www.confirp.com 39 CRÉDITO

O fortalecimento de uma cultura de crédito

O ideal, de fato, é que as empresas construam uma cultura de crédito e sustentabilidade financeira dentro da organização. Com o apoio contínuo de agentes especializados, definição clara de objetivos e organização das finanças, é possível, entre outros pontos, estruturar um ecossistema de linhas de crédito pré-aprovadas que poderão ser acessadas sempre que necessário, otimizando os processos de expansão de um negócio.

O estudo do mercado

É preciso ficar de olho no mercado, acompanhar tendências macroeconômicas — tanto em períodos de refração quanto de avanço do mercado —, estudar as novas linhas de crédito que estão surgindo e as políticas de incentivo ao crédito em âmbito municipal, estadual e federal.

A busca de suporte especializado

O suporte especializado tende a ser determinante para que uma empresa consiga acessar o capital de terceiros tendo em vista o crescimento de seu negócio. Por meio desse suporte, as organizações poderão contar com núcleos de inteligência para o mapeamento de linhas de crédito que condizem com a realidade financeira da companhia, tendo o acompanhamento de especialistas nos processos de negociação junto aos bancos.

Com esse conjunto de ações, é certo que as jornadas de crédito tendem a ser otimizadas. Assim, as empresas poderão se preparar para 2023, reforçando o caixa e encontrando oportunidades de crescimento em um ano no qual, sem dúvidas, ainda há muito a se descortinar na perspectiva econômica. .

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Loara Crédito Empresarial - www.loara.com.br CRÉDITO

A PROPRIEDADE INTELECTUAL NO METAVERSO

Nos últimos tempos, muito tem se falado sobre o metaverso. Assim como aconteceu com a internet na década 1990, quando muitas pessoas ignoravam o assunto, o metaverso pode se tornar uma tendência de mercado de consumo nos próximos anos. Mas, afinal, o que é metaverso? Em que ele afetará na relação econômica e no campo do Direito?

A Revista Gestão in Foco conversou com a especialista em direito de propriedade intelectual para desmistificar o tema por meio de uma linguagem mais simples e acessível.

Para a sócia da Bicudo & Sborgia Marcas e Patentes, Dra. Rosa Maria Sborgia, o metaverso é um espaço virtual criado através de diferentes sistemas tecnológicos, no qual o homem se insere com acesso via internet, criando um personagem para representá-lo como sua manifestação corporal, denominado de avatar.

Nesse espaço, no qual não há limite territorial, o avatar, representando a corporalização humana, passa a ter a sua rotina de vida no mundo virtual, ou seja, o avatar cria a sua forma de convivência com os demais em todos os aspectos (profissional, pessoal, cultural, social etc.). Na prática, há uma vida efetiva na

realidade virtual, ou seja, as pessoas (via avatares) passam a se relacionar e a ter a sua rotina de vida por meio de sistemas virtuais.

Rosa Sborgia explica, ainda, que esses espaços também se tornaram áreas comerciais. Consequentemente, os espaços virtuais passam a criar movimentos, provocando desejos com as automáticas disponibilidades de produtos e serviços, e é nesse momento que entram as diferentes empresas suprindo tais necessidades.

“O movimento empresarial tem sido frequente no desenvolvimento de produtos, serviços e formatos de acessibilidade a esse novo universo disponibilizado às pessoas, tais como desenvolvimento de novos sistemas, gamers acessibilidade a produtos e serviços, entre outros”, complementa a especialista.

Esse novo universo tem trazido mudanças comportamentais nas pessoas, bem como uma dependência cada vez maior

de ferramentas, sistemas, softwares e outros produtos que permitem a acessibilidade ao metaverso e à convivência nesse ambiente.

Todo esse movimento de pessoas e de ferramentas digitais para a entrada nesse universo tem impactado seriamente a área do Direito, mais precisamente ao que se refere à propriedade intelectual, pois é ela quem regra as formas de proteção das marcas, das patentes, dos softwares, o know-how e até as regulações contratuais de licenciamentos de sistemas virtuais entre empresas.

Essa realidade das proteções das patentes e dos registros de softwares que protegem os sistemas digitais tem aumentado consideravelmente nos países que tradicionalmente possuem culturas avançadas no âmbito das criações intelectuais, como Estados Unidos, Japão e demais países da Ásia, parte da Europa e, inclusive, o Brasil, em razão do volume de negócios que estão surgindo nessa nova realidade.

“O metaverso trará à rotina das pessoas uma nova realidade de vida, de convivência, de acessibilidade a produtos e serviços, ou seja, mudanças que ainda podem parecer tímidas, mas que estão sendo inseridas gradualmente no aspecto comportamental do ser humano, mesmo que pareçam imperceptíveis”, detalha a especialista.

Com isso, novos produtos, sistemas e serviços surgem diariamente e a eles estão alocadas novas ou tradicionais marcas, novas patentes, novos desenhos industriais, além da necessidade de elaborações de contratos amplos que, muitas vezes, estabelecem regras de relações internacionais, seja entre pessoas, seja entre empresas. Uma vez que todos esses ativos devem estar efetivamente registrados de acordo com as legislações de propriedade intelectual vigente em cada país

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PROPRIEDADE INTELECTUAL
DRA. ROSA MARIA SBORGIA Sócia Bicudo & Sborgia Marcas e Patentes

afetado por esse contingente de novos elementos de acessibilidade ao metaverso, surge a necessidade de regularizar as demandas para essa área.

É importante ter em mente que o universo do metaverso não extinguiu ou alterou a realidade física, visto que as legislações de propriedade industrial de cada país se mantêm vigentes.

No entanto, os produtos e serviços que, porventura, circularem no metaverso têm um responsável, inicialmente virtual — avatar, que, por sua vez, tem por trás uma pessoa física ou jurídica, a qual é a responsável jurídica.

“Parece estranho estabelecer uma responsabilidade civil ou criminal em um universo totalmente virtual, mas as tecnologias geram capacidade de rastreabilidade para chegar ao ente físico (pessoa natural ou jurídica) vinculado a tal movimento virtual”, conta Rosa Sborgia.

Fato é que as empresas precisam se manter atentas para a proteção de todos esses ativos intangíveis (como marcas, patentes, softwares, direitos autorais, entre outros) que estejam disponibilizados no ambiente virtual do metaverso, visando alcançar o mesmo objetivo, ou seja, obter títulos públicos que conferem à empresa o direito de exclusividade sobre o respectivo ativo.

“Ao mesmo tempo, as empresas deverão passar a conviver no ambiente do metaverso não só no sentido de oferecer produtos e serviços, mas também para monitorar eventuais piratarias, visando manter o controle sobre a propriedade intelectual”, alerta Rosa Sborgia.

Por outro lado, os diferentes países, através de seus órgãos reguladores, precisam começar a se preocupar com as revisões e atualizações das legislações que regulamentam a propriedade intelectual, visando regrar novas formas de proteções dos diferentes elementos que surgirem no ambiente do metaverso.

A legislação da propriedade industrial brasileira, Lei n. 9279, por exemplo, é datada de 14/05/1996 com início da vigência em maio de 1997, exceto para algumas matérias que alcançam substâncias médicas, cuja data está muito distante do conceito do metaverso. O INPI brasileiro, por sua vez, tem se esforçado em emitir resoluções dando contextos regulares atualizados para conseguir decidir sobre diferentes processos, particularmente de patentes, que alcançam os sistemas virtuais de acessibilidade ao metaverso.

A mudança na rotina das pessoas para interagir via metaverso com novos formatos de comunicação e inter-relacionamento tem exigido, com frequência, um grande volume de novos produtos e serviços das empresas, criando-se, assim, diversos ativos digitais. Por fim, esse ativo deverá ser registrado no mundo real, justamente para preservar os direitos de propriedade e de exclusividade, que se mantêm em plena vigência. .

Bicudo & Sborgia Marcas e Patentes - www.bicudo.com.br/
PROPRIEDADE INTELECTUAL

ENTENDA COMO AS HOLDINGS PODEM POTENCIALIZAR UM NEGÓCIO

Quais as vantagens e desvantagens fiscais?

A principal vantagem fiscal da criação de uma holding é a economia tributária relacionada às atividades de venda e locação de imóveis e de venda de participações societárias realizadas pela sociedade, quando comparadas às alíquotas aplicáveis à pessoa física. Outro aspecto importante é a proteção patrimonial decorrente da utilização de uma entidade com patrimônio distinto daquele das pessoas físicas investidoras.

Quanto à desvantagem, é necessário estar ciente de que a criação da holding implica em custos d e manutenção da sociedade com profissionais especializados e, a depender das especificidades do caso, a transferência dos imóveis para a holding pode demandar o recolhimento do ITBI, o que traz um custo relevante de implementação.

Até que ponto a holding pode proteger o patrimônio?

Observa-se, cada vez mais, que gestores e empresários buscam proteger seus patrimônios por meio de holdings patrimoniais e empresariais. Isso por ser esse um método mais simples de planejamento sucessório, considerado menos burocrático.

Há muitos benefícios nesse tipo de ação, por exemplo, no caso de holdings patrimoniais, que podem gerar economia por simplificar bastante o processo de inventário, obrigatório em situações de testamentos e que pode gerar perda patrimonial entre 16% e 30%. Já em uma holding com o planejamento em vida, esse custo de perda patrimonial cai para 3% ou 4%.

Importante entender que holding é um tipo de organização societária diferenciada, na qual há

um grande exercício de poder e influência sobre as outras. Ela tem como objetivos a proteção patrimonial e o planejamento sucessório.

Seu uso pode ser benéfico em diversos aspectos: desde a função de gestão de bens familiares até a administração conjunta de empresas diversas por meio de uma estrutura central altamente eficiente.

Holding vem do inglês e significa “controlar” ou “guardar”, tendo ligação direta com o seu propósito.

Para desmistificar o tema e facilitar a vida dos interessados em criar holdings, o advogado Lucas Barducco, da Machado Nunes Advogados, levantou os principais pontos relacionados ao tema.

A proteção do patrimônio é um dos objetivos almejados pelos empresários quando constituem uma holding . Considerando que os ativos transferidos passam a compor o patrimônio de uma nova sociedade administradora dos bens, cria-se uma camada de separação dos patrimônios da pessoa física e da pessoa jurídica.

Contudo, é importante enfatizar que, caso seja constatada fraude ou simulação no momento da constituição da holding , o sócio pode ser pessoalmente responsabilizado, o que anula o efeito da proteção mencionada acima. Além disso, algumas dívidas — por exemplo, as trabalhistas — muitas vezes são redirecionadas para o sócio nos casos em que a empresa não possui patrimônio para satisfazer a obrigação.

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SUCESSÃO
LUCAS BARDUCCO Advogado Machado Nunes Advogados

Como funciona a tributação na venda de bens imóveis da holding?

A tributação sobre imóveis depende da atividade da holding, da contabilização e da escolha do regime tributário (lucro real ou presumido).

Em regra, as atividades imobiliárias relacionadas a desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda e venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda ficam sujeitas à carga tributária total de 5,93% a 6,73% sobre a receita bruta. Para utilização dessa alíquota, os imóveis deverão ser contabilmente classificados no ativo circulante (estoque).

Contudo, a tributação da venda efetuada por holding no lucro presumido, em regra, dá-se sobre a receita da operação, e não sobre o ganho de capital, como ocorre na pessoa física. Dessa forma, a transferência de imóveis para a holding com o intuito de venda demanda uma análise cautelosa do caso concreto.

Por sua vez, atividades de administração, locação ou cessão de direitos relacionados a bens imóveis ficam sujeitas à carga tributária total entre 11,33% a 14,53% sobre a receita bruta. Nesse caso, os imóveis, em regra, serão contabilmente classificados como ativo não circulante (imobilizado).

Em comparação aos aluguéis recebidos por pessoa física, sujeitos a IRPF de até 27,5%, a tributação na holding imobiliária costuma ser vantajosa.

Como tributar a venda de quotas de empresas das quais a holding seja proprietária?

Para a holding que tenha como objeto social a detenção de participações societárias, a tributação no lucro presumido dependerá do tipo da alienação.

A Receita Federal entende que a alienação da participação societária com caráter não permanente (ativo circulante) deve se sujeitar à carga tributária de 11,33% a 14,53% sobre o valor da operação. Contudo, existem decisões judiciais que permitem ao contribuinte utilizar os percentuais reduzidos, de 5,93% a 6,73% sobre o valor da operação.

Por outro lado, a alienação de participação societária de caráter permanente (ativo não circulante) está sujeita à apuração do ganho de capital, cujo valor deve ser acrescido à base de cálculo do IPRJ e CSLL e, consequentemente, tributado à alíquota combinada de 24% a 34%, não integrando a base de cálculo do PIS e Cofins. Nesses casos, costuma ser mais vantajoso transferir a participação societária para a pessoa física do sócio antes de efetuar a alienação a um terceiro.

Aplicações financeiras em holdings: desvantagens fiscais aparentes

Nas holdings optantes pelo lucro presumido, a carga tributária incidente sobre os rendimentos financeiros é, em regra, de 24% a 34%. Já na pessoa física, os rendimentos de aplicações financeiras ficam sujeitos, em regra, à tributação de 15% a 22,5%. Há, ainda, diversos investimentos sujeitos à isenção de IRPF, a exemplo de LCI, LCA, CRI, CRA e fundos de investimento incentivados. Dessa forma, costuma ser vantajoso distribuir o dinheiro em caixa da holding para a pessoa física do sócio, na forma de dividendos, para que este realize as aplicações financeiras.

Como funciona a sucessão das holdings?

No inventário, ocorrendo a morte do proprietário, os herdeiros passam a ser os detentores dos direitos relacionados ao acervo patrimonial deixado pelo de cujus, sendo necessária a abertura do inventário para a formalização da transferência dos bens do espólio. Nesse caso, é necessário registrar individualmente a transferência de cada um dos bens, o que resulta em grande burocracia quando o falecido é detentor de imóveis e participações societárias.

Por outro lado, por meio de uma holding patrimonial, após a integralização dos bens do proprietário na pessoa jurídica ( holding), este passa a deter quotas ou ações da nova sociedade, não mais sendo o detentor direto dos bens. Assim, quando do falecimento, os herdeiros recebem somente as quotas ou ações da holding, não sendo necessário registrar alterações na titularidade dos bens por ela detidos.

Como funcionam holdings internacionais (offshore)?

As holdings offshore são utilizadas principalmente para a detenção de ativos financeiros, participações societárias e imóveis no exterior.

As vantagens da offshore ou private investment company (PIC) constituídas em países com tributação favorecida consistem:

i) na redução de burocracia tributária, tendo em vista que não há necessidade de recolher mensalmente o Imposto de Renda;

ii) no diferimento da tributação dos rendimentos — dividendos, juros e ganhos de capital — para o momento em que houver o resgate em dinheiro para a pessoa física do sócio;

iii) na compensação de perdas e ganhos para a apuração do Imposto de Renda.

Além da análise tributária, é preciso avaliar os custos de estruturação e manutenção envolvidos nas transações da empresa para verificar a viabilidade de criação da sociedade no exterior, bem como temas sucessórios relacionados às ações da offshore .

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CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO, UMA VISÃO DE FORA PARA CRESCER!

Quando se está em uma situação de dificuldade nos negócios, as possibilidades de tomada de decisões erradas se multiplicam. Nesses momentos, é difícil manter a cabeça focada e sem enviesar para decisões que levam em conta questões pessoais. Portanto, nesse momento, torna-se muito interessante para empresas possuir um conselho de administração como suporte na companhia.

Engana-se quem acredita que ter um conselho administrativo serve apenas para grandes empresas ou para aquelas que estão em situações de crise. Na maioria das vezes, essas estruturas possibilitam um direcionamento mais estratégico, imparcial e profissional para as organizações.

“Por meio de um conselho, torna-se possível ter uma visão estratégica do negócio, com a visão de profissionais experientes e competentes. Isso leva a empresa ao crescimento ou ao enfrentamento de desafios operacionais, mercadológicos, econômicos e financeiros. Para se ter uma ideia, no caso de empresas de capital aberto, o conselho administrativo atua como a ‘voz dos acionistas’ nas decisões mais

importantes”, explica Benito Pedro Vieira Santos, CEO da Avante Assessoria Empresarial.

Eduardo Caio, atual presidente da Metal Frio, que se destacou por atuar em diferentes conselhos de empresas, aprofunda o tema para mostrar o funcionamento desse elo entre acionistas e sócios.

“As empresas, buscando aprimorar seus modelos de governança, instalam conselhos que podem ser consultivos, deliberativos ou estatutários. Num extremo, como nas grandes companhias de capital aberto, o conselho de administração vem abaixo da assembleia de acionistas como o segundo órgão de maior poder. Na outra ponta, pode ser um pequeno conselho de membros de uma família proprietária de uma pequena ou média empresa. Esses conselhos são compostos de membros internos e externos”, explica.

Esse pode até parecer um investimento fora da realidade para as empresas, mas Eduardo Caio explica que, em relação ao custo, se os acionistas se comprometerem com o sucesso da iniciativa de implantar um conselho, a experiência mostra que será um investimento muito atrativo. O retorno do ganho de robustez e eficiência na gestão paga o gasto adicional de atrair bons profissionais.

Para entender melhor esse modelo de negócio, Benito Pedro e Eduardo Caio detalharam os principais pontos relacionados ao tema.

Atuação do conselho

“O conselho tem como função principal gerar transparência e credibilidade dentro das empresas, sendo o responsável pelas principais deliberações estratégicas do negócio. Por isso, deve agir sempre favorável aos interesses da companhia, monitorando a diretoria, realizando um link entre diretores e sócios de forma imparcial, fundamentada e profissional”, conta Benito Pedro.

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Hoje é difícil achar um exemplo de empresa de sucesso que não conte com um conselho. “O menu de contribuições de um conselho é muito extenso. Direcionamento estratégico, planos de negócios, remuneração e benefícios da diretoria, além de metas de performance, são alguns dos exemplos”, explica Eduardo Caio.

“Contudo, a implantação de conselhos deve acompanhar a curva de maturidade da empresa na busca por um modelo de gestão mais robusto. Os acionistas precisam estar comprometidos com o processo, senão ele não vai funcionar”, complementa.

Visão externa

A visão externa de um conselho de administração, apesar de estar em consonância com os interesses da empresa, é uma visão livre de emoção, fria e estratégica, que tem como principal objetivo maximizar os resultados do negócio.

Estruturação

A estruturação não é tão simples, de um modo geral. O conselho deve ser composto por, no mínimo, três membros. É sempre recomendado a participação de profissionais com vasta experiência e qualificações

GESTÃO INTELIGENTE PARA SUA EMPRESA

FAZER A DIFERENÇA

diversificadas, pois, com isso, as discussões em prol da companhia acontecerão de forma ampla, abrangendo diversos pontos de vista, levando em conta os aspectos jurídicos, financeiros, entre outros que são fundamentais.

Eduardo Caio complementa que os bons conselhos têm membros que compõem todo o espectro de gestão de uma empresa, gente de estratégia de negócio, de administração e finanças, de operações etc., de acordo com os desafios e o momento da empresa.

Eduardo Caio explica como funciona a montagem dessa estrutura. “O que funciona, na maioria dos casos, é o networking, no qual as indicações são feitas por amigos da casa. O processo também pode ser coordenado por empresas de search, os antigos headhunters. Quase todas elas recrutam conselheiros profissionais nos dias de hoje”.

Mensuração de resultados

Entendo que uma empresa, ao optar pela formação de um conselho administrativo, tenha suas métricas gerenciais e contábeis devidamente atualizadas. Com isso, os resultados pós-conselho podem ser analisados de forma prática e objetiva, por meio de reuniões regulares e extraordinárias, com periodicidade mensal. .

SISTEMA NACIONAL DE INOVAÇÃO

Lei da Informática

Lei do Bem

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UM TIPO DIFERENTE DE SEGURO PARA MOBILIDADE

A área de seguros está sempre cheia de novidades que buscam dar garantias e seguranças para a população em geral, melhorando também a mobilidade e minimizando os riscos. Dentro disso, surgiu uma modalidade de produtos, desde novembro, que permite que as pessoas possam buscar proteção por CPF.

Essa novidade apresenta ótimas oportunidades e abrange danos materiais para segurado e terceiros em sinistros envolvendo automóveis alugados, bicicletas, patinetes e skates a preços mais atrativos.

“Esse novo seguro, chamado de Mobi Livre, traz uma solução inovadora, pensada para quem já possui um seguro de carro, moto ou bicicleta, mas deseja ainda mais proteção. Com ele, você terá mais tranquilidade no seu dia a dia e nos seus deslocamentos diários, porque além de tudo é um seguro pessoal, ligado diretamente ao seu CPF”, explica a sócia da Camillo Seguros, Cristina Camillo.

Cristina explica que esse é um seguro em que o objetivo principal é indenizar/reembolsar o segurado por situações do dia a dia nas quais ele possa ter algum problema em que a sua mobilidade seja interrompida.

"É importante ter em mente que esse é um seguro com foco na mobilidade do cliente e não em seus bens. Temos coberturas e serviços que atendem os clientes nas mais diversas situações, como, por exemplo, se bater o carro, a

moto ou a bicicleta e não estiver preparado financeiramente para pagar a franquia para a seguradora”, explica Camillo.

Assim, se o segurado ou seus filhos causarem algum dano material ou corporal a um terceiro num momento de lazer — andando de bicicleta, patinete ou passeando com o cachorro — terão o reembolso de despesas extras com locomoção, como táxi, Uber, aluguel de veículo, no caso de ter seu modal de mobilidade roubado, entre outras.

Em relação aos custos desse seguro, Cristina Camillo explica que eles são muito mais acessíveis para uma proteção completa de mobilidade.

Um exemplo: às vezes o cliente quer contratar um seguro do auto com opção de franquia reduzida e, com isso, o valor do seguro sobe. O corretor pode fazer exercícios de apresentar cotação com franquia obrigatória, cujo custo do seguro é melhor, e apresentar o Mobi Livre. Quando somados os dois seguros, além de pagar menos, ele terá o reembolso da franquia caso precise usar seu seguro de auto.

Contudo, como dito por Camillo, esse é um seguro para o CPF, com foco em mobilidade. “Não envolve furtos e roubos, mas temos uma cobertura para indenizar roubo de bens de uso pessoal, pois entendemos que, durante a mobilidade, todos estamos sujeitos a sofrer um assalto e ter os bens roubados”, conta a sócia da Camillo Seguro.

“Indenizamos o roubo de bens, como roupas, joias, bolsa, celular, tablets, entre outros, mas como não é um seguro de bens, o limite de indenização dessa cobertura é baixo, então não pode ser vendido como um seguro de roubo de bens. É mais uma cobertura pensando nos possíveis imprevistos que podem ocorrer durante a mobilidade”, complementa.

Por fim, em relação ao funcionamento, a especialista explica que, em caso de acidentes com o segurado durante a mobilidade, ele conta com coberturas como morte acidental, invalidez permanente total, despesas médicas e hospitalares e despesas para readaptação em caso de perda de mobilidade. .

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Esse novo seguro, chamado de Mobi Livre, traz uma solução inovadora, pensada para quem já possui um seguro de carro, moto ou bicicleta, mas deseja ainda mais proteção.

COMO ALAVANCAR AS VENDAS DO SEU NEGÓCIO, SEGUNDO O HOMEM FORTE DA POLISHOPJOÃO APPOLINÁRIO!

O ano que chega traz consigo grandes possibilidades de vendas. Contudo, para isso, é necessário que marcas e empresas se preparem para o sucesso. É preciso planejamento e criatividade para atrair e encantar clientes, conseguindo, assim, alavancar o seu negócio em um período de grande concorrência no mercado.

Pensando em como auxiliar empreendedores a obterem sucesso nas vendas, João Appolinário, presidente e fundador da Polishop, maior empresa omnichannel do país, referência no varejo brasileiro e mundial, além de “tubarão” no programa Shark Tank Brasil, alerta que a época é importante não só para obter sucesso nas vendas, mas também para conhecer e fidelizar clientes para o novo ano.

“Mais do que vender produtos, é preciso agregar valor a eles. Esse é, e sempre foi, o meu maior objetivo como empresário e é o que eu busco implementar desde quando criei a Polishop, em 1999. Levar soluções para os clientes é a estratégia mais assertiva não só para as vendas de fim de ano, mas para os 12 meses como um todo”, explica.

Com seu DNA empreendedor e toda a sua bagagem no mundo dos negócios, Appolinário separou 6 dicas para que marcas, empresas e empreendedores obtenham sucesso de vendas ao longo do ano. Confira, a seguir, quais são elas.

1. Conheça e entenda o comportamento do seu consumidor

“Para início de conversa, entender o comportamento do consumidor é essencial e imprescindível para saber quais as suas reais necessidades e, assim, elaborar uma estratégia eficiente de como atraí-lo”, explica o presidente da Polishop. De acordo com Appolinário, é impossível crescer e prosperar em seu negócio sem compreender o que o cliente deseja e sem uma boa pesquisa de mercado.

2. M ostre que você é especialista no que vende

Para atrair cada vez mais clientes e fazer com que eles se interessem em comprar em sua loja ou marca, é preciso mostrar que você entende o que está fazendo e, mais do que isso, que você tem o necessário para ele achar o que procura. Para Appolinário, investir em divulgação assertiva e focada, por meio de uma boa estratégia, permite que se venda, além de produtos, valor para os clientes. “Mostre que você tem conhecimento sobre aquilo que vende e sobre o mercado no qual atua. Fale de seus produtos com propriedade e, assim, você irá alavancar ainda mais o seu negócio”, afirma o “tubarão” do Shark Tank Brasil.

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3. Foque em promover os produtos que, de fato, você tem em grandes quantidades

É importante movimentar muitos consumidores atraídos pelas promoções e ofertas das marcas. “Por isso, para que você obtenha o sucesso de vendas desejado no varejo, é preciso promover os produtos que você tem em grandes quantidades no seu estoque, a fim de dar conta da alta demanda”, ressalta Appolinário.

4. D ivulgue para os clientes fiéis antes de estar aberto para todos

Clientes fiéis ajudam a melhorar o produto ou o serviço de uma empresa, assim como também a atrair mais vendas em datas estratégicas. “Um consumidor fiel e engajado merece uma atenção especial e, por isso, deve ser considerado como protagonista na hora de lançar promoções e produtos nas vendas de fim de ano. São esses clientes que vão ajudar nas vendas e atrair novos consumidores a partir de sua experiência já fidelizada com a marca”, comenta Appolinário.

5. A proveite para fidelizar mais clientes para sua empresa

Além de seguir todas as dicas anteriores, Appolinário alerta que esse também é o momento de fidelizar novos clientes para a empresa. “É preciso entender o que o cliente realmente deseja, surpreendê-lo, oferecer a ele uma experiência única e personalizada, agregando valor ao produto ou serviço para, assim, conquistar o cliente e fazer com que ele siga sendo seu consumidor em qualquer época do ano”, ressalta o empresário.

6. Fa cilite a compra e o pagamento

Para aumentar as vendas, é preciso oferecer facilidades para os seus clientes no que diz respeito ao pagamento. “É preciso ser flexível, criar ofertas e promoções assertivas, dar brindes, entre outras questões essenciais para atrair mais clientes e fidelizar o consumidor”, comenta.

Na Polishop, Appolinário busca sempre se beneficiar de todas essas dicas e, em razão disso, a marca é destaque absoluto no varejo e se consagra como o maior omnichannel do país. “Fazemos promoções importantes com os produtos mais desejados pelos clientes, desse modo eles têm a melhor experiência com os nossos produtos, que entregam benefícios para o seu dia a dia”, finaliza. .

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GESTÃO

INVESTIMENTO NO EXTERIOR: UMA SAÍDA PARA A PROTEÇÃO DE CAPITAL

O ano começou cheio de preocupações para os investidores brasileiros. Com isso, muitos avaliam fortemente a possibilidade de investir fora do país. Dentre os fatores que levam a esse questionamento, estão várias dúvidas, principalmente em relação aos caminhos que serão tomados pelo novo governo federal.

Outro ponto que ocasiona preocupações está relacionado aos atentados à democracia ocorridos no país, que aumentam ainda mais o questionamento de quem tem dinheiro investido. Sem contar os escândalos financeiros, como o relacionado às Lojas Americanas, que ocasionam insegurança em confiar nos modelos de gestão das empresas brasileiras.

Com um cenário caótico, muitos especialistas de mercado já reestabeleceram a discussão entre

participantes da “dolarização da carteira” de investimentos e a aplicação direta ou indireta em ativos no exterior.

Em contraponto a essa possibilidade de crise institucional que afugenta os investidores, existem fatores que tornam o investimento no país interessante. Um exemplo disso é a taxa básica, que está hoje em 13,75% ao ano, garantindo os maiores juros reais do mundo.

Segundo especialistas, o debate é positivo, mas deve partir de um pressuposto. “É importante que se tenha em mente que em uma decisão dessas é preciso sempre estar antenado ao que ocorre no mercado e sempre variar os rendimentos em diversos tipos de aplicações”, conta Paulo Henrique Ferreira de Almeida Filho, sócio e head de operações internacionais da Braúna Investimentos.

Para explicar melhor como investir no exterior, Paulo Henrique t irou as principais dúvidas sobre o tema.

Como fazer um investimento no exterior?

Para investir no exterior, uma das melhores opções é abrir conta em um banco ou numa corretora fora do país. Com esse movimento, o investidor possui proteção do capital em outra jurisdição, bem como relação direta com os ativos escolhidos para investimento.

Existem riscos nessa operação?

Em questão cambial, de fato, comparar uma aplicação em moeda forte, como dólar ou euro, ao real brasileiro coloca tal operação em vantagem. Entretanto, a segurança desse tipo de operação dependerá do tipo de investimento feito no exterior. Assim como acontece no Brasil, alguns investimentos possuem um fundo garantidor de crédito — como acontece nos EUA, que possui o fundo garantidor Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC).

60 www.confirp.com Jan/Mar - 2023 Jan/Mar - 2023 | www.confirp.com 61 INVESTIMENTOS

Como ficam os impostos?

O valor dos impostos varia a depender se o investidor mantém uma conta em sua pessoa física ou se ele investe por meio de pessoa jurídica situada no exterior (offshore)

Quando o investimento estiver aplicado direto em pessoa física, deve-se apurar mensalmente os rendimentos e oferecê-los à tributação do imposto de renda sobre ganho de capital ou carnê-leão no Brasil.

Caso o investimento esteja posicionado em sua empresa, o investidor pagará o imposto de renda sobre ganho de capital ou carnê-leão quando os lucros forem distribuídos ou devolvidos para pessoa física. Via de regra, manter o dinheiro nesse formato é bem mais vantajoso que no primeiro caso, visto que:

1. há o diferimento do imposto (o imposto é pago quando o dinheiro vem pra pessoa física);

2. há compensação dos ganhos com perdas em aplicações, que não acontece quando o dinheiro está numa conta pessoa física;

Por outro lado, há também pontos a serem considerados nessa conta, como a manutenção da contabilidade no Brasil ou no exterior, que fatalmente gerará um custo para o investidor.

Como acompanhar os investimentos nesses casos?

Todas as corretoras possuem modernos dashboards para que o investidor acompanhe a evolução de seu portfólio, bem como lâminas com balanços de analistas relevantes no mercado.

Quais são os tipos de investimentos mais inteligentes nesses casos?

Os tipos de investimentos variam de acordo com o perfil do investidor. Entretanto, atualmente, vemos um forte movimento para renda fixa americana devido ao cenário que a maior economia do mundo tem apresentado, com alta da taxa de juros por parte do Banco Central americano.

Pontos positivos e negativos nesses casos

Como ponto positivo, podemos validar o fato de o investidor ter um rendimento em dólar, pré-fixado, junto a uma das moedas mais fortes do globo e a que mais se valorizou nas últimas duas décadas perante o real. Como ponto negativo, podemos citar o câmbio, visto que o cliente, no momento de saída do recurso, pode não pegar uma boa cotação. .

• REESTRUTURAÇÃO EMPRESARIAL • GESTÃO TRIBUTÁRIA

• GESTÃO DE CRISE • RECUPERAÇÃO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL

• PLANEJAMENTO EMPRESARIAL, PATRIMONIAL E SOCIETÁRIO

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