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Sobre o pesar dos dias

Camila Cravo

Nesses milhões de minutos que estamos aprisionados existem vários dias. E há dias em que não quero levantar, me falta coragem pra enfrentar o mundo. Mesmo que minha mente esteja em constante luta pra viver, meu corpo recolhe-se no leito. Há dias que tudo parece calmo e não resisto ao viver, saio, vivo um pouco, esqueço como o mundo pode ser amargo para nós. Também há os dias em que não penso sobre nada disso, apenas vivo e esqueço, caio de braços abertos na minha imaginação, ela me dá tudo que o mundo real não pode. Quase todos os dias me renego, fi co distante de mim, minha mão fi ca distante da caneta, renego minha escrita e palavras que me percorrem. Há palavras marcadas em cada espaço da minha pele e elas pedem por liberdade. Peço perdão por todos os dias que esqueço de mim. Amanhã é o novo dia para tentar e, mesmo que eu desista, ainda sou eu, ainda há palavras em mim, ainda há algo que vale ser escrito. Devo escrever, ainda quero, sempre precisarei escrever.

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Camila Cravo é paraense, escritora e estudante do curso de Letras – Língua Portuguesa da Universidade Federal do Pará. Começou a escrever desde muito cedo, ganhando alguns concursos de jornais de Belém. Por essa afi nidade com a escrita, sempre escreveu em blogs pessoais, atualmente usa a plataforma Medium para publicar seus escritos. Além disso, atua como pesquisadora da FAPESPA no projeto Cidadania Comunicativa, onde investiga a comunicação exercida por sujeitos desfavorecidos na Amazônia. Participou do curso de autopublicação para escritoras ministrado por Monique Malcher, que culminou na publicação coletiva da zine O Segredo (2020). Também é uma das coordenadoras do Clube de Escritoras Paraenses. medium.com/@cmlcravo. instagram.com/cravinhu.

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