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Plano de (eu) voo

Valdete Gomes

Quando brinco de estar em qualquer lugar, qualquer tempo Minha vontade é sempre de voar na imensidão do céu De ver o que os desenhos de nuvens vislumbram em nós! Quando pouso em mim o céu é interior! Compreendo o que me torna maior, O que me permite asas está na minha história! Foi construído com palavras, foi contado e ensinado! Fecho os olhos, apertados, sinto o gosto da flutuação, Coração acelerado no compasso do tempo-vida, Onde se nasce hoje e hoje ainda se encontra perdida! Quando penso que já estou voando, vejo que alguém vem vindo Na direção que não há caminho, em um tempo que não segura na mão! Vejo-me menina procurando a mim em livros e papéis Certifico-me! Tenho medo de cair, voos ao passado Carregam pesos, penduricalhos esquecidos, Coisas-palavras que ainda não foram definidas. Um sentimento de pertencimento que quase chega a ser amormorada! Tem cheiro, gosto e aspecto de coisa velha amada! Coisa velha querida e escrita, poesias que me diz: _ Siga! Sinto visceralmente que posso estar em qualquer parte, Que a liberdade é um passo que se dá sozinha na direção de dentro, Que a poesia sempre me reparte em antes e depois de escrita. Ensinei minha criança sobre a pátria pequena Que é a página em branco, a poesia, a vida e o poema! Quando brinco de estar em qualquer lugar, qualquer tempo, Brinco de poesia!

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Valdete é professora, escritora, poeta, leonina, mediadora do grupo de leitura leia Mulheres de Capanema, um processo. É estudante de Letras – Espanhol (UFPA), viajante, membro da Coletiva Caboca, feminista negra e é revolução.

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