Mundos Indígenas
U
ma inédita jornada sensorial, de experiências e vivências pelo universo dos povos indígenas encantou os visitantes da exposição Mundos Indígenas, a primeira atividade da programação comemorativa do tricentenário de Minas Gerais em 2020, realizada no Espaço do Conhecimento UFMG, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. A partir de conceitos propostos pelos próprios indígenas, a exposição propiciou ao grande público uma imersão no universo dos modos de viver e saberes dos povos pataxós, xacriabás, maxacalis, ianomâmis e iecuanas, guiada por sons e cânticos, rituais e celebrações, objetos e artefatos, texturas e desenhos, fotografias e animações, vídeos e filmes. “O grande tempo das águas é o tempo de todo mundo, da natureza, de produção da vida na Terra. O grande tempo juntou todos os parentes do universo e do céu para fazer o trabalho para a mamãe, que é a terra, para o irmão vento, a vovó trovoada e o vovô trovão. É desse tempo que vêm os ensinos de tudo; os nossos saberes, os nossos conhecimentos e a nossa ciência de vida também, porque a natureza é toda cheia de ciência e nós também somos”, ensinou dona Liça, curadora dos pataxós, sobre o conceito “grande tempo das águas”, apresentado pelo seu povo na exposição. Vivendo atualmente em pequenas aldeias no extremo Sul da Bahia e no Norte de Minas Gerais, os pataxós – nome que quer dizer “água da chuva batendo na terra, nas pedras e indo embora para o rio e o mar”, segundo Kanátyo Pataxó, que também atuou na curadoria – ocupavam uma vasta região entre a foz do Rio São Mateus, no Espírito Santo, e Porto Seguro, na Bahia. Os registros dos
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