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APRESENTAÇÃO
Apresentação
1720/2020
DEPUTADO AGOSTINHO PATRUS
Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
Ao longo de 2020, em iniciativa da Assembleia do Estado de Minas Gerais, uma série de eventos proporcionou profunda reflexão sobre a construção da identidade e a inegável importância de Minas Gerais, no marco de três séculos de sua criação, a partir da conquista das autonomias econômica, política e militar do Estado.
Desde o início, a iniciativa do Legislativo Estadual contou com a importante participação de outras instituições do Estado – o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – que elaboraram conjuntamente uma consistente proposta de programação de atividades comemorativas, apresentada à sociedade mineira no dia 10 de março de 2020. Especialmente à UFMG coube o papel de propor as diretrizes curatoriais da iniciativa, enriquecendo sobremaneira o olhar multidisciplinar e plural sobre o Estado, visto que, como sabiamente afirmou Guimarães Rosa, “Minas é muitas”.
A pesquisa, a produção e a difusão de conteúdos históricos e culturais estiveram no centro da programação dos 300 anos, com a edição e o lançamento, pela Assembleia, de livros e publicações de referência para os estudos mineirianos – em
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formatos impresso e e-book – que oferecem às mineiras e aos mineiros instigantes reflexões sobre a formação do Estado, bem como sobre os desafios do futuro.
Nesse contexto, depois do lançamento de Minas Gerais: Visão de conjunto e perspectivas, organizado pelo professor João Antonio de Paula, e de Nossa Comida Tem História do também professor José Newton Coelho Meneses, os leitores têm a oportunidade de apreciar o livro-reportagem 1720-2020, de autoria do experiente jornalista Américo Antunes, completando uma trilogia que evidencia o compromisso do Legislativo em proteger o patrimônio e os valores culturais de nosso povo.
Essa trilogia é formada por obras que se complementam na medida em que lançam múltiplos olhares para a compreensão de uma história única, resultado de um mosaico de realizações e conquistas sociais, políticas, científicas e tecnológicas e de uma pluralidade de manifestações regionais, que só reforçam o traço cosmopolita e global de nosso Estado. Se a modernidade pressupõe a conciliação de contrários, Minas é conservadora e progressista, cultua a tradição e aposta na vanguarda, mistura a fé e a razão. 1720/2020 é, portanto, um registro temático e contextualizado, em linguagem jornalística, sobre os eventos que marcaram as comemorações do tricentenário de Minas, abertas pela Assembleia de Minas na 13ª Cantata de Natal, realizada em 4 de dezembro de 2019, na semana em que o Estado celebrava o seu 299º aniversário de fundação. Este livro-reportagem soma-se aos lançamentos anteriores com o mesmo propósito de se tornar uma referência para pesquisadores, historiadores, sociólogos, estudantes, instituições, enfim, todos os que se interessam pela história de Minas Gerais.
Contudo, não podemos nos esquecer que o tricentenário aconteceu durante uma grave e longa crise sanitária, com sérias consequências econômicas e sociais, a partir da decretação, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), da pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2). A escalada assustadora da doença abalou o Brasil e o mundo.
Após a resolução da OMS, o Estado decretou emergência em saúde pública e a Assembleia Legislativa promulgou resolução que reconheceu o estado de calamidade pública em todo o território mineiro, sendo adotados rígidos protocolos sanitários e de isolamento e distanciamento social. Escolas, universidades, repartições públicas, teatros, cinemas, centros culturais, comércios e indústrias não essenciais tiveram, então, suas atividades suspensas, enquanto os poderes públicos adotaram medidas para conter o surto de covid-19 e minorar os seus perversos impactos sobre a população, o sistema de saúde pública e a economia.
Não obstante, não interrompemos nossos trabalhos, colocando todos os esforços para enfrentar a pandemia, com intensa produção legislativa, assinatura de protocolos de cooperação técnica, debates e mobilização da sociedade, entre outras ações.
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Naturalmente, a programação das atividades comemorativas dos 300 anos de Minas também foi readequada às exigências de distanciamento social. Assim, lives, webinários, seminários e reuniões virtuais, espetáculos e exposições virtuais, podcasts, videoclipes, entrevistas e programas na TV e na Rádio Assembleia, nas plataformas digitais e nas redes sociais também ganharam espaço na programação. Destaco os editais públicos emergenciais do Programa “Minas Arte em Casa”, que ofertou oportunidades aos artistas mineiros para apresentação de seus trabalhos, num momento crítico pelo qual também passa o segmento artístico-cultural nessa pandemia. Como um dos resultados, foi realizada a exposição virtual “Minas Arte em Casa: 300 anos de Minas Gerais”, que traz fotografias belíssimas, selecionadas com base nos eixos temáticos da programação comemorativa do tricentenário mineiro. O leitor também poderá apreciar algumas delas na presente obra.
Destacamos, ainda, que, a fim de combater a pandemia – um dos maiores desafios da história humana –, temos buscado nas raízes mineiras a disposição única que define Minas como uma palavra secreta e sagrada, apontando para a utopia e a liberdade, que nos guiam nesse enfrentamento.
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