RTI Julho 2025

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Ano 26 - Nº - 302

Julho de 2025

Conectividade para data centers de IA

Com a multiplicação de conexões entre servidores e GPUs, as soluções de cabeamento de alto desempenho e as novas topologias e protocolos como Spine and Leaf, InfiniBand e RoCE ganham espaço na busca por baixas latências e escalabilidade.

ESPECIAL 118

Soluções de conectividade de alto desempenho para data centers de IA

A IA – Inteligência Artificial eleva a densidade de conexões e desafia a infraestrutura dos data centers. Para atender à demanda, fabricantes investem em soluções mais compactas, com alto desempenho e fácil gerenciamento.

ESPECIAL 224

Guia de fabricantes e distribuidores de produtos para cabeamento estruturado

O levantamento reúne os fornecedores de sistemas completos, cabos, componentes de conexão, patch panels e produtos para organização e testes de cabeamento. A relação traz quase 80 itens que vão dos produtos metálicos às soluções ópticas monomodo e multimodo.

SERVIÇO32

Fibras ópticas em data centers

Além de explorar os benefícios e os diferentes tipos de fibras e conectores, com uma análise dos custos operacionais, o autor apresenta as melhores práticas de gerenciamento e manutenção e o impacto das novas tendências tecnológicas.

CABEAMENTO40

Metodologia FAIR na gestão de cibersegurança em provedores de Internet

Muitos provedores regionais de Internet operam com orçamentos reduzidos e equipes enxutas, enfrentando riscos operacionais, regulatórios e cibernéticos. Veja uma adaptação prática da metodologia FAIR - Factor Analysis of Information Risk, originalmente desenvolvida para grandes organizações, no contexto dessas operadoras.

MERCADO48

Guia de transceivers ópticos

O levantamento traz informações atualizadas dos transceptores ópticos com taxas até 400 Gbit/s. O guia também detalha os recursos oferecidos, tipo de transmissão, distâncias máximas atingidas e formatos físicos de cada linha de produtos, como GBIC, SFP e CFP.

SERVIÇO54

Redes Ethernet em par trançado de 2,5 e 5 Gbit/s

O artigo apresenta os padrões mais recentes para redes Ethernet cabeadas, com ênfase no IEEE 802.3bz, que viabiliza velocidades de 2,5 e 5 Gbit/s sem necessidade de substituir a infraestrutura de rede existente.

REDES LOCAIS56

Capa: Helio Bettega Foto: Shutterstock

SEÇÕES

Editorial4

Informações6

Em Rede62

Segurança64 Interface66

Produtos70

Publicações72

Índice de anunciantes72

ISP em Foco74

As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por RTI, podendo mesmo ser contrárias a estas.

EDITORIAL

limentada por modelos de IA - Inteligência Artificial, com trilhões de parâmetros e uma demanda crescente por processamento em tempo real, a nova era da computação impõe um desafio inédito à infraestrutura dos data centers. No centro dessa mudança está a conectividade: não mais um elemento de suporte, mas o verdadeiro sistema nervoso de um cenário que exige alta densidade, baixa latência e resiliência de rede extrema.

O avanço da IA generativa, em especial, acelerou um novo ciclo de investimentos em tecnologia. A indústria estima um mercado de US$ 2 trilhões até 2030 apenas no segmento de data centers voltados à IA. Trata-se de um movimento global, mas que encontra terreno fértil no Brasil, onde há abundância de energia renovável, ampla rede óptica e um universo cada vez mais preparado para projetos hyperscale. As big techs já protagonizam megaprojetos no país, impulsionados por uma combinação de incentivos fiscais, estabilidade macroeconômica e interligação internacional estratégica.

Nesse novo paradigma, cabeamento e conectores deixaram de ser coadjuvantes. A escalada tecnológica é visível: padrões de transmissão como 400G, 800G e 1,6T já são realidade, com desenvolvimento para 3,2T em andamento. Arquiteturas como Spine and Leaf e protocolos como InfiniBand e RoCE - RDMA over Converged Ethernet substituem modelos tradicionais para viabilizar a comunicação direta entre GPUs em clusters massivos.

A resposta da indústria tem sido rápida e sofisticada. As empresas têm apresentado inovações que não apenas suportam os novos requisitos técnicos, mas também reduzem o espaço físico, simplificam a instalação e antecipam a próxima geração de equipamentos e sistemas.

O Brasil, nesse contexto, se reposiciona de forma tática. A transição de um papel periférico para protagonista no ambiente digital é perceptível na chegada de novos hyperscalers, na consolidação de hubs regionais e na criação de ecossistemas completos para atender desde aplicações de borda até computação em nuvem. Iniciativas como o Mega Lobster, da Tecto, apresentado na reportagem especial desta edição, e a construção de novos ca bos submarinos de elevada capacidade apontam para uma integração regional sem precedentes. Mais do que acompanhar uma tendência, os players têm a oportunidade de liderar esse avanço. A IA continuará a crescer. Mas será a qualidade da infraestrutura que definirá a velocidade e o alcance dessa transformação. A conectividade será o elo decisivo entre a promessa da IA e a sua entrega concreta no mundo real.

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ISSN 1808-3544

RTI Redes, Telecom e Instalações, revista brasileira de infraestrutura e tecnologias de - Telecom e Instalações, brasileira infraestrutura e tecnologias comunicação, é uma publicação da Aranda Editora Técnica Cultural Ltda. Aranda Editora Técnica Aranda Editora Técnica Cultural Ltda. Aranda Editora Técnica Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência: Redação, Administração, Circulação e Correspondência: Alameda Olga, 315 - 01155-900 - São Paulo - SP - Brasil. Tel.: + 55 (11) 3824-5300 e 3824-5250 inforti@arandanet.com.br – www.arandanet.com.br

A revista RTI - Redes, Telecom e Instalações é enviada a 12.000 profissionais das áreas de telecomunicações; redes locais, informática e comunicação de dados; instalações; TV por assinatura; áudio e vídeo; segurança (CFTV e alarmes); automação predial e residencial; e sistemas de energia, aterramento e proteção elétrica.

ALGcompany, empresa brasileira especializada em infraestrutura de telecomunicações, concluiu em abril a entrega de um edge data center para a VirteX Telecom, no município de Picos, interior do Piauí. O projeto envolveu o fornecimento de dois data halls, cada um com oito racks, e uma sala elétrica, transportados desde a sede da fabricante, em Caxias do Sul, RS, em uma viagem rodoviária de mais de 3800 quilômetros.

Segundo Christian Barth, engenheiro de aplicações da ALGcompany, o modelo adotado segue o conceito de construção modular e entrega turnkey . “A solução sai da fábrica com sistemas elétricos, combate a incêndio, climatização e infraestrutura de TI totalmente integrados, o que permite instalação plug and play e reduz o tempo e o custo da implementação”, afirma. O conjunto instalado inclui dois módulos de 3 x 6 m, com sete racks de TI e um de telecom em cada módulo, além de um eletrocentro de 3 x 2,3 m.

conseguimos implementar um data center de última geração, com elevada redundância e performance. É um salto de qualidade para sustentar o crescimento dos nossos serviços premium e das soluções B2B”, afirma. Fundada em 2002, a VirteX atende atualmente mais de 63 mil clientes nos estados do Piauí, Maranhão e Pernambuco, com foco em assinantes residenciais e corporativos. A empresa projeta alcançar 80 mil usuários até

Segundo ele, a empresa já conhecia a ALGCompany há muitos anos, na fabricação de racks, caixas e antenas. “Mesmo assim, ficamos surpresos com a qualificação da equipe de instalação e ativação do data center”, diz.

A redundância de infraestrutura foi uma prioridade do projeto, desenvolvido conforme especificações da TIA 942 - Rated 3. O data center conta com alimentação elétrica em duas linhas separadas, cada uma com gerador próprio, além de sistemas independentes de UPS, fibra óptica, climatização, controle de acesso e videomonitoramento. As unidades de energia ininterrupta têm capacidade de 60 kVA cada e suportam crescimento futuro, assim como os demais subsistemas. “Nosso diferencial é justamente essa modularidade que permite escalar conforme a demanda, sem necessidade de alto investimento inicial”, diz Barth.

Para Samuel de Lucena Martins, sócio e COO da VirteX Telecom, a nova estrutura representa um passo importante na estratégia de ampliação dos serviços. “Com essa parceria,

2026. Sua infraestrutura de rede inclui mais de 6000 km de cabos de fibra óptica, entre FTTH, backbone, backhaul e swap , além de 3000 km de rede DWDM. “Ter diferenciais que possam trazer maior confiabilidade para os clientes na disponibilidade dos serviços é um importante diferencial competitivo do mercado”, diz Martins. O data center será usado inicialmente para a própria estrutura, mas o provedor pretende investir em novos serviços para o mercado corporativo. O projeto começou em Picos por ser a sede da VirteX e possuir grande parte do seu entroncamento digital, porém já está em fase final de entrega pela ALGcompany mais duas unidades que serão instaladas ainda este ano na capital Teresina. “Fizemos diversos estudos e pesquisas por mais de um ano para chegar a uma definição de como seriam os data centers para os próximos anos de crescimento da empresa. O modelo em contêiner foi o escolhido por ter vantagens significativas sobre outros modelos com as mesmas características de Tier III, como a escalabilidade, opção de mobilidade, rápida ativação e ótimo custo/benefício”, diz o executivo.

Fundada há 22 anos, a ALGcompany atua principalmente no fornecimento de soluções para provedores de Internet, como antenas de micro-ondas, retificadores e gabinetes outdoor. Desde 2023, passou a oferecer data centers modularizados sob medida. As unidades são projetadas para alta eficiência energética e resistência a intempéries, com racks e sistemas fornecidos pela alemã Rittal e a francesa Schneider Electric, parceiras estratégicas da empresa. Além da atuação nacional, a companhia mantém uma crescente operação internacional. A partir de 2014, iniciou exportações para América Latina e, em 2018, para a África, chegando atualmente a mais de 60 países. Entre as novidades, está o início da produção de micro data centers indoor, que já têm destino certo no México, e planos de oferecer soluções com tecnologia de resfriamento líquido, em parceria com fornecedores europeus.

ALGcompany – Tel. (54) 3201-1903 Site: https://algcom.com.br/

om mais de quatro décadas de atuação global em tecnologia e serviços de conectividade, a multinacional Black Box está ampliando sua presença na América Latina com foco especial no Brasil. Segundo Sidney Andrino, diretor de Vendas, Engenharia, Estratégia e Marketing, o país vive um momento estratégico para expansão de data centers e a empresa projeta dobrar de tamanho na região em 2025.

“No ano passado, registramos o maior crescimento da história da Black Box na América Latina”, afirma Andrino. O desempenho foi impulsionado principalmente pela demanda em data centers, áudio, vídeo e automação.

A Black Box, fundada em 1976 e com sede nos Estados Unidos, tem presença em mais de 30 países e é conhecida mundialmente tanto por seus produtos quanto por sua atuação em serviços especializados. No Brasil, a operação evoluiu organicamente, com destaque para a oferta de soluções integradas em infraestrutura de TI e sistemas eletrônicos.

Atualmente, cerca de 90% das receitas da empresa no país vêm da prestação de serviços. A equipe dedicada a essa área conta com aproximadamente 200 colaboradores diretos e 300 indiretos, responsáveis por projetos de grande porte junto a algumas das maiores corporações globais de tecnologia e plataformas digitais do mundo. Embora a divisão de produtos — focada em soluções como conversores, KVMs e salas de controle — ainda esteja presente, ela responde por apenas 10% da atuação local.

A Black Box está presente em cerca de 30% dos grandes data centers do Brasil, incluindo os chamados “classe A”, em que as empresas constroem e operam seus próprios ativos. “Estamos vendo um movimento robusto de investimentos de hyperscalers – tanto as principais empresas norte-americanas quanto grandes players de tecnologia na Ásia”, destaca Andrino.

A empresa atua sob modelo de IaaSInfraestrutura como serviço para contas corporativas, com fornecimento completo de infraestrutura tecnológica, como cabeamento estruturado, redes Wi-Fi, 4G/5G, segurança eletrônica, CFTV, controle de acesso e soluções de áudio e vídeo. A Black Box não

desenvolve software nem atua com operadoras ou construtoras — apenas com clientes finais do segmento enterprise ou contratistas gerais.

Além dos contratos globais, a companhia tem ampliado sua atuação com grandes grupos brasileiros dos setores de energia, mineração e alimentos.

A base operacional no Brasil está sendo expandida: a sede atual em Barueri, SP, será substituída para comportar a expansão de seus negócios.

A equipe de vendas foi reestruturada com um crescimento de 30%, incluindo reforços no México. “O Brasil está deixando de ser um campo de testes e assumindo um papel de liderança regional em infraestrutura digital. O cenário político e econômico tem favorecido os investimentos, especialmente com incentivos tarifários voltados para o setor de data centers”, explica o executivo.

A Black Box enxerga os próximos anos como decisivos para a transformação digital na América Latina, puxada principalmente pelos investimentos em IA - Inteligência Artificial, que exigem infraestruturas mais robustas e energeticamente intensivas. “Estamos em um dos poucos lugares do mundo com estabilidade política, sem conflitos armados e com moedas fortalecidas frente ao dólar e ao euro. Isso nos torna um destino natural para o capital internacional”, conclui Andrino.

Black Box – Tel. (11) 4134-4000

Site: www.blackbox.com

olho nesse movimento, a OpenGlobe, empresa fundada por brasileiros e sediada na Flórida, EUA, tem se destacado com soluções de redes abertas e infraestrutura voltada à IA, combinando performance e redução de custos. Com laboratório e operação comercial em São Paulo, a companhia vê 2025 como um ano decisivo para a consolidação da tecnologia no país.

“A IA é a tecnologia do momento e o Brasil entrou de vez na corrida”, afirma Victor Proscurchin, CEO da OpenGlobe. Segundo ele, empresas brasileiras e o próprio governo têm ampliado os investimentos em pesquisa e infraestrutura, com destaque para a recente aproximação diplomática em busca de parcerias internacionais.

Entre os destaques da OpenGlobe está a oferta de servidores da EdgeCore equipados com GPUs da Intel e da AMD, com suporte à virtualização. Essa abordagem tem se mostrado uma alternativa competitiva frente aos equipamentos da NVIDIA, tradicional líder do setor. “Com tecnologias da Intel e AMD, conseguimos entregar, em muitos casos, até 40% mais performance do que servidores convencionais da NVIDIA, e com preços até 50% menores”, destaca Proscurchin.

A virtualização de GPU permite que data centers ofereçam frações de processamento para clientes que não necessitam de servidores completos com até oito GPUs. “É um modelo que faz sentido para empresas menores, provedores de Internet e universidades. Em vez de adquirir toda a infraestrutura, eles contratam o uso fracionado da GPU, o que reduz custos e amplia o acesso à IA”, explica o executivo.

Além de atender demandas específicas de empresas desenvolvedoras de IA, a OpenGlobe tem se posicionado como fornecedora estratégica de data centers que buscam diversificar suas ofertas. “Muitos data centers estão saindo do modelo tradicional de colocation e querem agregar valor com serviços baseados em GPU virtualizada”, diz.

avanço da IA - Inteligência Artificial nos data centers brasileiros tem aberto novas frentes de inovação e negócios. De

A arquitetura dos servidores da empresa segue padrões abertos e conta com até oito GPUs por equipamento. Segundo o CEO, o foco é oferecer soluções completas e de rápida implementação.

INFORMAÇÕES

Para suportar o empilhamento de servidores e aplicações de alto desempenho, a OpenGlobe está trazendo para o Brasil o switch da Edgecore, de Taiwan, com 52 Tbit/s e até 64 portas de 800 Gbit/s, voltado à formação de clusters de GPU. “É um equipamento criado para aplicações de IA, com altíssima performance e latência baixíssima, essencial para esse tipo de rede”, afirma.

A solução é baseada em Ethernet e se posiciona como alternativa ao tradicional InfiniBand, com vantagens em custo e interoperabilidade. “Nossa estratégia é trabalhar sempre com tecnologias abertas, compatíveis com padrões de mercado. A arquitetura é multivendor: podemos integrar switches e servidores de diferentes fabricantes”, ressalta Proscurchin.

A OpenGlobe é distribuidora autorizada da Edgecore no Brasil, com laboratório

próprio e suporte técnico local, além de outras tecnologias de redes abertas que compõem a solução completa para data centers. “Somos pioneiros na América Latina em open network”, diz.

Além dos switches para data centers, a Edgecore também oferece soluções voltadas ao mercado enterprise. Entre as novidades destacadas estão os switches multigigabit compatíveis com os novos pontos de acesso Wi-Fi 6 e Wi-Fi 7, todos homologados na arquitetura Open Wi-Fi. “Isso permite gerenciar equipamentos de diferentes fabricantes em uma única plataforma de nuvem, com maior flexibilidade para o cliente.” A fabricante taiwanesa também se beneficia dos acordos comerciais com os EUA, escapando de entraves impostos à China.

Com soluções para servidores, redes e pontos de acesso, a OpenGlobe pretende ampliar sua presença no mercado brasileiro em 2025. “Temos estoque para pronta entrega de diversos produtos da Edgecore no Brasil. Somos o único distribuidor da América Latina com esse diferencial”, conclui Proscurchin, apostando na combinação de tecnologia aberta, alto desempenho e custo acessível como motor de crescimento para a IA.

OpenGlobe – Tel. (11) 5506-1326

Site: https://www.openglobe.io

esenvolvido inicialmente para resolver desafios operacionais dentro de um call center, o Upchat se consolidou como uma plataforma omnichannel focada exclusivamente em provedores de Internet. Criado em 2020 por Juliano Totti, o software nasceu dentro do grupo Upgrade, que enfrentava dificuldades em atender os assinantes de múltiplos clientes simultaneamente. A ferramenta evoluiu, ganhou recursos baseados em IA - Inteligência Artificial e hoje atende mais de 1200 assinantes em todo o Brasil.

Com sede em Curitiba, PR, o Upchat faz parte de um ecossistema formado também pela Upcall, empresa de atendimento 24x7 e vendas terceirizadas, e pela agência de marketing ISP Force, adquirida em 2022. “Nós criamos a ferramenta para uso interno e percebemos que ela poderia resolver os mesmos problemas enfrentados por nossos clientes”, explica Totti, que atua há 10 anos no mercado de telecomunicações.

INFORMAÇÕES

Um dos principais diferenciais da plataforma é a capacidade de operar com múltiplas empresas em uma única interface, o que a torna ideal para operações terceirizadas ou equipes que atendem diversos provedores. A versão 2.0 do sistema, lançada há cerca de um ano, ampliou ainda mais as funcionalidades, com foco em automação e recursos de IA.

O Upchat reúne, em uma mesma plataforma, recursos voltados à automação do atendimento, gestão da equipe, integração com vendas e centralização de canais. Entre os avanços com uso de IA, destaca-se o módulo Sofhia, treinado para atuar como vendedora digital. A IA é capaz de receber o cliente, entender sua necessidade, solicitar documentos e concluir a venda diretamente no sistema do provedor, sem necessidade de intervenção humana. Também atua no atendimento técnico de primeiro nível, com capacidade de compreender comandos de áudio enviados pelo cliente, transcrevê-los, interpretar a solicitação e responder de forma automatizada, buscando as informações em sistemas integrados. A criação automática de fluxos de atendimento é outro recurso inteligente: basta o gestor informar uma intenção, como “segunda via de boleto”, para que a ferramenta construa o bot e configure os comandos sem a necessidade de programação manual.

retorno, garantindo fluidez nas filas e melhor aproveitamento do tempo da equipe.

No campo comercial, o Upchat oferece CRM integrado ao ERP do provedor. O processo de vendas pode ser acompanhado dentro do próprio chat, com registro automático da jornada e conclusão da venda sem sair da plataforma. Além disso, o sistema permite a criação de atalhos personalizados, que facilitam a execução de ações operacionais, como abrir um chamado ou atualizar dados cadastrais, diretamente da conversa com o cliente. Do ponto de vista da comunicação, o Upchat centraliza todos os canais digitais utilizados pelos provedores, como WhatsApp, Instagram, Facebook, Telegram, Webchat, Reclame Aqui e RD Station. Isso permite que a equipe atenda em um único ambiente, com mais agilidade e rastreabilidade. A plataforma também possibilita a comunicação interna entre os atendentes, inclusive com integração a grupos de WhatsApp, e conta com módulo de chamadas de voz via tronco SIP, permitindo ligações pelo número corporativo e supervisão técnica em tempo real.

A gestão do time de atendimento também é uma preocupação da ferramenta. O Upchat permite o monitoramento em tempo real da produtividade dos atendentes, a visualização das telas de trabalho, a organização de tarefas internas por setor ou colaborador e o uso de uma sala de espera inteligente, que redistribui automaticamente as conversas quando o cliente demora a responder. O sistema remove essas interações da tela ativa e as reatribui assim que há

Com equipe própria de desenvolvedores e suporte 24x7, a empresa ainda entrega projetos personalizados com integração aos principais ERPs do setor. “Fizemos um benchmark com as melhores ferramentas do mercado e reunimos todos os pontos fortes em uma só solução. Nosso diferencial está em conhecer profundamente a rotina dos provedores”, afirma Totti. O gr upo já soma cerca de 130 colaboradores e aposta na combinação entre tecnologia, especialização e experiência prática para escalar sua atuação no mercado nacional.

Upchat - https://upchatbot.com.br/

Grupo EBM, especializado na construção de grandes data centers na América Latina, anunciou a aquisição de 55% da Trusted Data, empresa com sede em Campinas, SP, focada em edge data centers. O valor da transação não foi divulgado, mas inclui opção de compra da totalidade da empresa em até quatro anos.

A fusão marca a entrada da EBM no segmento de edge, ampliando sua atuação para clientes de menor porte. A Trusted Data seguirá operando com gestão independente, mantendo seu modelo de negócios. “As habilidades são diferentes, os mercados são diferentes. Nosso objetivo é deixar a Trusted Data continuar atuando da forma como sempre fez”, afirma Eduardo Menossi, cofundador do Grupo EBM. Fundada em 2011, a EBM possui sede em Barueri, SP, atuação em seis países da América Latina e um escritório comercial em Hong Kong. Com um total de 250 colaboradores, já entregou mais de 35 data centers hyperscale, com 500 MW de capacidade de TI sob gestão. A Trusted Data, por sua vez, fundada em 2020, contabiliza mais de 100 edge data centers entregues, sobretudo para provedores regionais de Internet. “O Brasil tem mais de 15 mil provedores. O edge faz muito sentido nesse cenário”, comenta o CTO da Trusted Data, Matheus Moura.

A sinergia entre as empresas permitirá ao Grupo EBM oferecer uma solução completa, incluindo o “fitout” — montagem de racks, sistemas de segurança, cabeamento e energia — que antes não fazia parte de sua entrega. “O encaixe entre as empresas é perfeito. O que eles oferecem era justamente o que nos faltava para completar nossa proposta de valor com a solução turnkey one stop shop”, diz Menossi.

A chegada de Luiz Lopes como sócio e CEO da EBM, após 18 anos no BTG Pactual, fortalece o elo com o mercado financeiro. “Nosso mercado está diretamente conectado com o setor financeiro. Muitas vezes, a linguagem do engenheiro não é a mesma do investidor, e essa ponte será essencial para a expansão do grupo”, avalia Menossi.

INFORMAÇÕES

Com a fusão, a Trusted Data passa a contar com a infraestrutura e capital do Grupo EBM, o que deve acelerar sua expansão nacional e internacional. “Ao integrar o Grupo EBM, elevamos nossa proposta de valor a um novo patamar, com mais escala, previsibilidade e inovação”, afirma Felipe Garanhani Cezar, diretor executivo da Trusted Data.

Outro diferencial da EBM é a verticalização da produção. Há três anos, o grupo criou a IDS, fábrica própria na China de equipamentos de energia, refrigeração, cabeamento e racks. Os produtos são enviados ao centro de montagem e distribuição no Panamá, de onde seguem para toda a América Latina. Todos os equipamentos IDS são

homologados por grandes clientes de colocation. “Produzimos na China, finalizamos no Panamá e distribuímos para a região. Isso garante escala e controle”, explica Menossi.

Essa estratégia de produção tem fortalecido os vínculos da EBM com as big techs chinesas. “Temos uma relação de confiança que nos garante acesso antecipado à demanda e nos permite entregar projetos com excelência”, diz Menossi. Um exemplo é o data center de 100 MW em construção no México, com entrega prevista em apenas 11 meses — quase metade do prazo tradicional.

O CEO Luiz Lopes compara o momento brasileiro ao crescimento recente de Johor, na Malásia, que passou de 400 MW para mais de 3 GW em quatro anos, impulsionado pelo transbordamento de demanda de Cingapura. “O Brasil vive algo semelhante em relação aos EUA. Temos vantagens geográficas e um produto competitivo. A latência entre Fortaleza e Miami é menor do que entre Miami e Seattle”, afirma.

A possível obrigatoriedade de armazenamento local dos dados dos brasileiros, hoje majoritariamente alocados no exterior, pode impulsionar ainda mais o setor. “Se houver uma exigência regulatória, o impacto será imediato e gigantesco. Estamos falando de um crescimento sem precedentes”, alerta o CEO.

Mesmo sem mudanças regulatórias, o mercado nacional deve crescer entre 25% e 30% ao ano nos próximos cinco a dez anos, impulsionado também pela expansão da Inteligência Artificial. “A IA permite maior flexibilidade na localização dos data centers, viabilizando alternativas fora dos grandes centros”, diz Lopes. Nesse contexto, os edge data centers ganham protagonismo. “Estamos vendo cada vez mais aplicações que precisam estar próximas da ponta”, afirma Matheus Moura. O aumento da demanda por processamento local e as limitações das nuvens públicas têm levado empresas a retomar a infraestrutura própria. “Grandes indústrias estão trazendo seus data centers para dentro de casa”, diz. Nos Estados Unidos, a tecnologia edge já está consolidada, com 3700 data centers comerciais de médio e pequeno portes. No Brasil, o número ainda é modesto, mas em franca expansão: passou de menos de 100 para 183 unidades em cerca de dois anos.

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Segundo ela, os provedores estão ampliando sua oferta de serviços e cada vez mais a Internet faz parte de um conjunto maior de soluções de valor agregado (SVAs), o que demanda ferramentas capazes de se integrar com diversos SVAs, tecnologias emergentes, MVNOs e outras novidades do mercado.

“O sistema da Adapter tem se destacado pelo atendimento a provedores de médio e grande portes graças à robustez, facilidade de uso e agilidade na integração. A ferramenta é muito intuitiva, não demanda tanto treinamento”, diz. Um dos diferenciais é sua alta capacidade de emissão de faturamento, um processo que costuma gerar atrasos dentro nos provedores regionais. “Na última medição, foram mais de 8 mil notas emitidas por minuto”, revela.

Adapter Soluções, especializada em software de gestão (ERP) para provedores de Internet, tem se consolidado no mercado ao longo dos seus 13 anos de existência. Com sede em Conselheiro Lafaiete, MG, a empresa nasceu dentro de um provedor regional, o que possibilitou focar nas particularidades da operação. “Essa origem garantiu um entendimento profundo sobre as necessidades do setor”, diz a diretora Priscilla Serpa.

A Adapter atende provedores em todo o Brasil que, somados, contabilizam entre 4 a 5 milhões de assinantes. O software oferece uma jornada integrada desde a venda do contrato até a abertura da ordem de serviço e o agendamento da instalação. “Isso encurta o tempo de atendimento, de SAC e de call center, viabilizando vendas mais rápidas”, ressalta Priscilla.

O sistema possui diversos módulos para gestão eficiente, como CRM para prospecção de clientes, análise de crédito e antifraude; ferramentas para controle de estoque; e funcionalidades voltadas para field service, que incluem roteirização automática de ordens de serviço e distribuição de técnicos em campo conforme suas qualificações. A empresa também fornece soluções para o

INFORMAÇÕES

crescimento inorgânico acelerado da operação, como migração e aquisição de novos provedores.

O software foi desenvolvido para suportar um alto volume de crescimento, mantendo sua eficiência. “O sistema foi construído para funcionar como uma base muito estruturada, para suportar crescimento elevado em Gbit/s sem se perder a agilidade”, destaca Priscilla. Com essa estrutura, a Adapter segue atendendo às necessidades do mercado de provedores de Internet com inovação e adaptação às novas demandas tecnológicas.

Adapter – Tel. (31) 99631-0020 n Site: https://www.adaptersolucoes.com.br/

Com o produto, o provedor pode iniciar com uma base para atendimento de um único assinante e, conforme a demanda, acoplar módulos adicionais com divisor óptico 1x8 ou até 1x16, utilizando a mesma estrutura inicial. A caixa apresenta uma bandeja com capacidade para até 12 fusões, o que a torna aplicável tanto na entrada de edifícios como ponto de distribuição primária. Além disso, a bandeja é acoplada na parte interna da caixa, na qual após ser feita a instalação, dispensa a necessidade de abri-la para novas ativações pois a abertura na frente, com adaptadores articulados, facilita o acesso à instalação do conector para ativação de novos clientes.

de acordo com a necessidade, o que traz economia, padronização e agilidade”, salienta.

No momento, a companhia dispõe de mais de 300 moldes de produtos próprios, todos criados com base nas demandas do mercado de conectividade da América Latina. Já a fabricação é realizada por parceiros no exterior, processo que envolve rigorosos testes de qualidade e inspeções em um laboratório próprio na China. Os pedidos levam de 30 a 40 dias para ficarem prontos e irem para embarque.

OPFIBRA, desenvolvedora de soluções de telecomunicações com sede em Ningbo, na China, apresenta uma caixa de distribuição de fibra óptica para condomínios verticais que permite ao provedor instalar apenas o necessário de uma rede por andar, ativando cada ponto conforme os clientes solicitarem o serviço.

Segundo Ana Carolina Pedro de Carvalho, diretora da OPFIBRA no Brasil, a solução reduz custos, evita desperdício de material e melhora o retorno sobre o investimento. “Com bandeja para até 12 fusões, os técnicos podem realizar as fusões

“Todos os nossos produtos são importados. No caso da caixa indoor, além do registro de desenho industrial, a solução possui uma patente de modelo de utilidade. Essa proteção se deve à proposta inovadora de adaptação conforme a demanda de atendimento, algo ainda inédito nesses segmentos de aplicação”, salienta a diretora.

INFORMAÇÕES

Na América Latina, além de estar presente no mercado brasileiro desde 2012 com um escritório comercial em Itajaí, SC, a OPFIBRA tem uma filial no Peru. Seu portfólio é composto por conectores ópticos; cabos drop e acessórios de instalação; caixas de terminação interna e externa; splitters balanceados e desbalanceados; e ferragens para fixação em postes e fachadas. Os produtos são homologados pela Anatel.

OPFIBRA – Tel. (47) 2122-9239 n Site: https://opfibra.com.br/

mercado brasileiro tem um novo fabricante de equipamentos de redes e informática. Trata-se da Weal Brasil, companhia pertencente à Zoom Holding, com sede em Palhoça, SC.

Inaugurada em 2025, a empresa atua em dois segmentos: computação, com soluções voltadas para o mercado corporativo, e networking, focada em provedores de Internet.

“Queremos nos posicionar como uma alternativa de qualidade aos grandes players e uma escolha inteligente dentro do mercado nacional”, afirma Lúcio Moraes Leite, diretor da unidade de negócios da Weal Brasil.

As soluções são projetadas pela própria Weal Brasil, com a fabricação a cargo de empresas que compõem a Zoom Holding ou terceirizadas de países como Malásia e China.

“As embalagens e a identidade comercial são pensadas para o comércio no varejo. Temos um cuidado em reforçar a identidade da marca’’, salienta o diretor.

O portfólio de computing traz soluções como desktops, monitores full HD e servidores. Já o de networking abrange moduladores ópticos EPON (XPON), roteadores compatíveis com Wi-Fi 6, racks e acessórios. Os destaques ficam por conta da ONU TXG-B1000, projetada para implementações em redes FTTH – Fiber to The Home e que oferece suporte a GPON e EPON (XPON), e o roteador RW6-AX3000, solução com suporte a tecnologia Wi-Fi 6 e velocidades de 574 Mbit/s em 2,4 GHz e 2400 Mbit/s em 5,8 GHz. No momento, a Weal Brasil comercializa 12 produtos e pretende, até o final de 2025, chegar a 20 soluções.

Weal Brasil – Tel. (48) 3279-0403 n Site: www.wealbrasil.com

O Melhor do Bits

Expansão - A Alloha Fibra, operadora independente de fibra óptica, está investindo mais de R$ 130 milhões em sua infraestrutura de rede. Nos dois últimos anos, a companhia investiu R$ 70 milhões na plataforma de rede óptica DWDM, especialmente em duas grandes rotas de tráfego de dados nas regiões Norte e Nordeste, passando por polos importantes, como Recife, Aracaju, Salvador, Belém, São Luís, Teresina, Imperatriz e chegando a Brasília, um dos principais hubs de interconexão do país. Site: https://abrir.link/BCYhM.

XGS-PON – A Leste Telecom, provedor de Niterói, RJ, modernizou a infraestrutura de rede e ampliou sua capacidade. Para isso, contou com o apoio da distribuidora WDC, a qual proveu o suporte para aquisição de equipamentos Nokia e a viabilidade do projeto Leste Ultra de ultravelocidade, baseado na atualização da rede para XGS-PON, com velocidades de conexão de 2,5 até 10 Gbit/s. O principal diferencial do projeto Leste Ultra é suportar grandes volumes de dados simultaneamente, garantindo uma experiência sem interrupções mesmo em horários de pico, entregando bandas de forma síncrona tanto no upload quanto no download. Isso permite atender a clientes B2C que lidam com streaming em 8K e cloud gaming, aos clientes B2B e seu crescente uso de aplicações em nuvem. Site: https://abrir.link/veTcV.

Parceria - A Open Labs, empresa do Grupo Altice Labs, desenvolvedora de produtos e serviços digitais, anunciou uma parceria estratégica com a Digitata Networks, empresa global especialista em digitalização e automação de redes. A colaboração visa oferecer ao mercado uma integração entre as tecnologias de inventário de redes da Open Labs e as soluções avançadas de descoberta e reconciliação automatizadas da Digitata Networks, otimizando a gestão de redes de telecomunicações para operadoras na América Latina. Site: https://abrir.link/sGSpU.

Data center - A Century, empresa de software e tecnologia da informação, vai começar a construir, ainda neste ano, seu segundo data center em Contagem, MG. O investimento será de R$ 150 milhões, oriundos de recursos próprios, com previsão de início de operações no primeiro semestre de 2026. Ao todo, serão criadas 57 novas vagas de empregos diretos. O centro de dados terá foco em aplicações de IA - Inteligência Artificial, que demandam alto poder de processamento e grande consumo energético. Assim como o primeiro data center, ele manterá a vantagem da proximidade geográfica e a baixa latência na transferência dos dados. Site: https://abrir.link/mZppv.

O melhor do Bits traz um resumo das principais notícias sobre o mercado publicadas no RTI in Bits, boletim semanal enviado por e-mail para os leitores de RTI. Mais notícias podem ser encontradas no site: https://www.arandanet.com.br/revista/rti/noticias.

Conectividade para data centers de IA

O avanço da IAInteligência Artificial está redefinindo a infraestrutura dos data centers, que exigem arquiteturas de alta densidade e conectividade em 400G, 800G, 1,6T e além. Com a multiplicação de conexões entre servidores e GPUs, as soluções de cabeamento de alto desempenho e as novas topologias e protocolos como Spine and Leaf, InfiniBand e RoCE ganham espaço na busca por baixas latências e escalabilidade.

Com a aceleração da IA –Inteligência Artificial, os data centers enfrentam um novo patamar de complexidade em suas estruturas de cabeamento e conectividade. A adoção de arquiteturas projetadas para suportar operações com alta densidade computacional está exigindo mudanças significativas nos projetos de infraestrutura física.

A NVIDIA, principal fornecedora global de soluções em IA, consolidou-se como referência ao definir arquiteturas como o SuperPOD, infraestrutura projetada para lidar com cargas de trabalho extremamente complexas e exigentes, como o treinamento de modelos de IA com trilhões de parâmetros. A NVIDIA é responsável pela fabricação dos chips e semicondutores utilizados no treinamento de sistemas como o ChatGPT, que demandam enorme capacidade computacional.

Na prática, o SuperPOD — também chamado simplesmente de POD — é composto por nodes, termo equivalente a servidores. Dentro de cada node encontram-se as GPUsUnidades de Processamento Gráfico, que funcionam como as CPUsUnidades Centrais de Processamento, mas são otimizadas para tarefas intensivas em paralelismo, como as exigidas pelos modelos de IA. Esses sistemas interligam centenas de GPUs

por meio de topologias de alta complexidade e com grande redundância.

Essas arquiteturas já superam os padrões atuais de 100G e 200G, operando com aplicações em 400G e desenvolvimentos voltados para 800G. Já existem estudos avançados para 1,6T e até 3,2T.

O crescimento exponencial do número de conexões em data centers voltados à IA é um dos maiores impactos para os fabricantes de cabeamento. Em uma arquitetura IA com 128 servidores (nodes), o número de conexões pode saltar de 12 mil conexões de uma configuração convencional para 49.152 considerando apenas um nível de redundância. Com dois níveis de redundância, a rede pode atingir até 68 mil conexões. Essa densidade representa uma enorme oportunidade de mercado para os fabricantes de conectividade, mas também impõe desafios inéditos de organização, desempenho e espaço físico.

Para lidar com esse novo cenário, o setor de conectividade tem apostado em inovações com foco em três frentes: redução do diâmetro dos cabos, melhoria de performance elétrica e óptica e facilidade no manuseio e gerenciamento da infraestrutura.

Além da densidade, a arquitetura também muda. Enquanto muitos

Sandra Mogami, da Redação da RTI RTI

ESPECIAL 1

data centers ainda operam no modelo tradicional com camadas de acesso, agregação e core, as estruturas voltadas para IA adotam topologias tipo Spine and Leaf, típicas de ambientes hyperscale. Nesse modelo, a camada de acesso é eliminada e a redundância se torna total entre os switches Spine and Leaf. Isso gera uma malha de conexões muito mais intensa e crítica, em que cada GPU pode estar ligada a múltiplos leafs e também interconectada a outras GPUs.

O nível de complexidade gerado por essas novas demandas exige soluções que vão além da simples interligação de pontos. Mas com a tecnologia certa e planejamento adequado, é possível entregar eficiência, escalabilidade e performance, mesmo nos ambientes mais desafiadores.

Infraestrutura de cabeamento avança com boom dos data centers de IA

Com o mercado global de IA em data centers apontando para cifras próximas dos US$ 2 trilhões até 2030, a infraestrutura de cabeamento se consolida como um dos pilares para suportar esse crescimento exponencial.

“Estamos testemunhando um ciclo de investimentos de uma década, impulsionado pela digitalização da economia e agora superaquecido pelas demandas da IA”, avalia Luiz Henrique

André Busnardo, da Tecto, empresa da V.tal: data centers edge e hyperscale atenderão desde demandas regionais até cargas intensivas de IA e computação em nuvem

Zimmermann Felchner, gerente sênior de Engenharia da Lightera Latam.

Com apenas 40% dos dados gerados atualmente sendo processados no país, o potencial de crescimento é grande. “A necessidade de latência reduzida e segurança impulsiona a criação de novas infraestruturas”, analisa Juliano Covas, da Corning.

Além da conectividade ser apontada como “o sistema nervoso central” dessa transformação, fatores estruturais fazem do Brasil um ambiente atrativo. “Temos abundância de energia renovável, ampla conectividade e um ecossistema cada vez mais qualificado”, observa Eli Batista, country manager da The Siemon Company no Brasil. Ele destaca que há expectativas positivas com a possível aprovação de incentivos fiscais específicos para o setor.

Na visão de Fábio Rennó, gerente regional da Rosenberger, o país ainda conta com diferenciais estratégicos como uma extensa malha óptica e acesso a cabos submarinos internacionais. “Já vemos grandes operadores de data centers expandindo suas operações em várias regiões do Brasil e até em países vizinhos”, afirma.

Esse é o caso da Tecto, empresa da V.tal especializada em data centers, que já conta com cinco unidades em operação no Brasil e na Colômbia, e planeja investimentos robustos. “Estamos construindo o Mega Lobster, um data center de alta escala com capacidade de 20 MW em Fortaleza, e vamos iniciar um hyperscale de 200 MW em São Paulo voltado para aplicações de IA”, afirma André Busnardo, diretor comercial da Tecto. Segundo ele, o objetivo é combinar data centers edge e hyperscale para atender desde demandas regionais até cargas intensivas de IA e computação em nuvem.

A Tecto também aposta em conectividade internacional para impulsionar a infraestrutura nacional.

“Estamos desenvolvendo um novo cabo submarino que ligará Porto Alegre a Buenos Aires e São Paulo, com capacidade de até 800 Gbit/s por circuito e até 20 Tbit/s por par de fibra”, informa Busnardo. O cabo será integrado ao futuro data center da Tecto no Sul, que poderá atender países do Cone Sul como Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai.

Fig. 1 - Diferenças de arquitetura de redes para data centers com IA. Os servidores de IA têm até 8 GPUs, cada GPU se conecta a um Leaf switch diferente. IA projetada para latência mínima com foco na comunicação GPU-GPU. O Spine and Leaf é semelhante ao hyperscale, mas com um tipo diferente de malha. Fonte: Panduit

Tab. I - Arquiteturas de data centers para aplicações de IA,

hyperscale e enterprise

Servidores GPU + CPUGPU + CPUCPUCPU

Conexões dos servidoresGPU para GPU e Leaf SwitchGPU para GPU e Leaf SwitchCPU para LeafCPU para ToR

Conectividade dos servidoresMTP/MPO APC UPC | DAC | AOCMTP/MPO APC UPC | DAC | AOCDuplex LCDuplex LC

Conexões dos switchesLeaf para Spine Leaf para SpineLeaf para SpineToR para acesso para agregação para núcleo

Taxa de dados dos switches400G | 800G | 1,6T

Protocolo InfiniBand | RoCE | EthernetRoCE | EthernetEthernetEthernet

Fibra MultimodoMultimodo Monomodo Multimodo

Potência/rack40 - 120 kW40 - 120 kW10 - 20 kW5 - 15 KW

Potência/site200 - 1000 MW20 - 1000 MW50 - 300 MW1 - 5 MW

Resfriamento Líquido/ArLíquido/ArAr + um pouco de líquidoAr

Fonte: Panduit

InfiniBand ou Ethernet? O embate dos protocolos nos data centers de IA

Com a rápida expansão da IA, os data centers vivem um momento de transformação profunda, não apenas em capacidade computacional, mas também na escolha dos protocolos de rede. Nesse cenário, InfiniBand e Ethernet emergem como protagonistas, cada um com vantagens específicas e trajetórias distintas.

O InfiniBand é hoje o protocolo mais utilizado para aplicações de IA, especialmente devido à sua ampla adoção pela NVIDIA, pois elimina

diversos controles que geram latência na Ethernet, permitindo comunicação direta entre GPU e memória, ou entre memórias. Isso reduz a carga de processamento e melhora o desempenho em inferência de IA.

No entanto, o Ethernet segue como o protocolo mais utilizado no mundo, com mais de 18,8 bilhões de portas conectadas globalmente. A razão está em sua escalabilidade, padronização ampla e compatibilidade com uma variedade de aplicações, de redes corporativas e industriais a data centers comerciais.

Em ambientes de IA, a Ethernet também evoluiu para atender às novas demandas. Um exemplo é o uso do

RoCE – RDMA over Converged Ethernet, protocolo que encapsula RDMA – Remote Direct Memory Access, permitindo transmissão de dados com menor latência. “A Ethernet não foi abandonada. O padrão RoCE permite aplicar os benefícios do RDMA com mais velocidade e performance de processamento”, afirma Douglas Ozanan, da Groz/Panduit. O RoCE v1 opera até a segunda camada do modelo OSI, enquanto o RoCE v2 atinge a terceira camada, possibilitando maior flexibilidade e interoperabilidade. “A Ethernet, com o uso de RDMA, passa a oferecer uma experiência de conectividade mais próxima da do

InfiniBand, mas com um custo mais acessível”, aponta. “O InfiniBand continua sendo líder no treinamento de LLMs e IA Generativa devido ao seu desempenho extremo, enquanto o Ethernet é preferido para aplicações de inferência e ambientes híbridos”, afirma. A IA Generativa é um ramo da IA que cria novos conteúdos a partir de dados existentes que utiliza modelos computacionais conhecidos como LLMs - Large Language Models.

Erik Gronvall, vice-presidente da CommScope para as áreas de Estratégia e de Tecnologia de Data Centers, reforça essa perspectiva. Segundo ele, a Ethernet tende a permanecer como padrão dominante mesmo em ambientes de IA, HPC – computação de alto desempenho e hyperscale. “Os avanços promovidos pelo UEC - Ultra Ethernet Consortium estão permitindo que a Ethernet reduza a latência e aumente a eficiência, ao mesmo tempo em que mantém a interoperabilidade e aproveita as

economias de escala”, afirma. Gronvall observa que, embora o InfiniBand siga relevante em aplicações específicas como HPC e IA de alta densidade, onde a latência sub-microsegundo e alta largura de banda são críticas, a maior disponibilidade de técnicos especializados em Ethernet influencia as decisões de projeto.

Oliver Grill, gerente geral da R&M no Brasil, avalia que ambas as tecnologias são válidas, dependendo do tipo de aplicação. “O InfiniBand oferece maior taxa de transferência e menor uso da CPU, sendo ideal para HPC. Já a Ethernet é mais adequada quando se busca controle aberto e escalabilidade, mesmo com um pouco mais de latência”, diz.

Já Fábio Rennó, gerente regional de vendas da Rosenberger, vê na evolução da Ethernet o caminho mais viável para equilibrar performance e custo. “A Ethernet continua sendo o padrão dominante e deverá continuar

evoluindo para suportar as demandas da IA com menor latência e maior desempenho”, afirma.

Enquanto algumas gigantes mantenham a preferência pelo InfiniBand, outras regiões, como a China, buscam alternativas. “Empresas como a Huawei desenvolveram soluções baseadas em Ethernet com conectividade 100% óptica, por conta das restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos”, observa Eli Batista, da Siemon. Na prática, os dois protocolos devem coexistir, especialmente por meio de soluções híbridas. O RDMA via RoCE cria uma ponte entre as redes Ethernet e InfiniBand, permitindo que ambos os padrões operem de forma integrada e transparente. A formação do consórcio UEC, com a participação de diversos fabricantes, reforça esse caminho colaborativo para adaptar a Ethernet às exigências da IA.

Soluções de conectividade de alto desempenho para data centers de IA

O O O O O

A IA – Inteligência

Artificial eleva a densidade de conexões e desafia a infraestrutura dos data centers. Para atender à demanda, fabricantes investem em soluções mais compactas, com alto desempenho e fácil gerenciamento. Veja a seguir as principais novidades das empresas em cabos e conectores voltados para esses ambientes.

cabeamento estruturado deixou de ser um mero componente de suporte para se tornar peça estratégica no desempenho dos clusters de IA. Os data centers demandam largura de banda extrema, latência mínima e densidade sem precedentes em soluções robustas e escaláveis. Veja a seguir a oferta dos fabricantes em soluções de conectividade para data centers de IA, projetadas para acomodar padrões de transmissão como 400G, 800G e 1,6T, ao mesmo tempo em que preparam a infraestrutura para velocidades superiores, incluindo até 3,2T.

CommScope

A CommScope tem reforçado sua atuação no segmento de infraestrutura óptica voltada a data centers de alta performance, com foco nas novas exigências geradas por aplicações de IA, ML – Machine Learning e computação de alto desempenho (HPC). A empresa destaca a linha Propel como resposta a esse cenário de transformação tecnológica.

Segundo Erik Gronvall, vice-presidente da CommScope para as áreas de Estratégia e de Tecnologia de Data Centers, a solução Propel foi desenvolvida para suportar protocolos Ethernet atuais e futuros em configurações de alta densidade por unidade de rack. “Ela possui uma

arquitetura modular e escalável, que facilita instalação, manutenção e expansão, além de permitir uma economia significativa de espaço”, afirma.

Gronvall ressalta a flexibilidade da solução para diferentes necessidades de clientes, permitindo o uso de cabos ópticos do tipo stranded, ribbon ou rollable ribbon, com fibras OM4, OM5 e OS2. Também são compatíveis conectores tradicionais como LC e MPO (8 e 12 fibras), além dos modelos mais recentes, como MPO16 e VSFF - Very Small Form Factor, entre eles SN, MDC, SN-MT e MMC multipares. “As soluções da CommScope já foram implementadas com sucesso em projetos no Brasil por meio de parceiros autorizados e capacitados. Estamos preparados para atender a esse mercado, tanto pela amplitude do portfólio quanto pela qualificação da nossa rede local”, diz.

Sistema Propel da CommScope: arquitetura modular e escalável de alta densidade

Sandra Mogami, da Redação da RTI RTI RTI RTI

A empresa oferece suas soluções a diferentes tipos de data centers, incluindo estruturas corporativas, colocation, hyperscales e edge. A proposta é fornecer infraestrutura óptica que assegure desempenho elevado com escalabilidade para futuras gerações tecnológicas. Site: https://pt.commscope.com/

Corning

A Corning apresentou uma série de inovações voltadas para data centers de alta densidade, com foco em desempenho óptico, eficiência de espaço e facilidade de instalação. Entre os lançamentos, destaca-se a nova fibra óptica Contour , projetada com um diâmetro 40% menor em comparação com as fibras tradicionais. Essa característica proporciona maior flexibilidade para aplicações com alta exigência de curvatura, sendo indicada

Conector MMC VSSF da Corning: densidade até três vezes superior à dos conectores MPO atuais

para ambientes com altíssima densidade de conectividade, como racks compactos, bandejas congestionadas e conectores de última geração.

Segundo Juliano Covas, gerente regional de vendas da Corning, a Contour também se diferencia pela total compatibilidade com a base instalada, permitindo atualização de infraestruturas sem substituição dos sistemas legados. A tecnologia está disponível nas versões OM3, OM4 e OM5, todas com diâmetro de revestimento reduzido de 200 µm e resistência aprimorada à curvatura. A versão OM5, em especial, é indicada para aplicações com multiplexação por comprimento de onda em curto alcance (SWDM), suportando transmissões de até 400 Gbit/s com menos fibras, um diferencial relevante para ambientes com aplicações de IA e interconexão de data centers em alta velocidade.

Outro destaque são os novos cabos FlowRibbon, desenvolvidos para reduzir o diâmetro externo em até 40%, sem comprometer a capacidade de fibras. Esses cabos utilizam a tecnologia de ribbon flexível, que permite empilhamento eficiente das fibras, otimizando o espaço nos dutos existentes. Essa solução é indicada para interconexões entre data centers, especialmente em regiões urbanas onde a infraestrutura de dutos é limitada.

No campo da conectividade, a Corning lançou os conectores MMC VSSF - Very Small Form Factor para 16 ou 24 fibras, que oferecem uma densidade até três vezes superior à dos conectores MPO atualmente utilizados. Isso significa que o mesmo footprint físico pode acomodar três vezes mais conexões ópticas. “Além do tamanho, são conectores mais fáceis de usar, pois não necessitam inspeção ou limpeza em campo”, explica Covas. Essa praticidade é resultado da tecnologia CleanAdvantage, um processo de fabricação que elimina a necessidade de higienização dos conectores antes da instalação, garantindo limpeza e desempenho desde a origem.

A empresa também aposta fortemente em soluções pré-conectorizadas, que reduzem o tempo de instalação em até 60%. Para cabos de grande capacidade, como os de até 2880 fibras, os ganhos de produtividade e redução de riscos de erro na instalação são ainda mais significativos. Essas soluções vêm prétestadas de fábrica, assegurando performance consistente e eliminando retrabalhos em campo.

Com os novos produtos já disponíveis no mercado brasileiro, a Corning tem investido em capacitação técnica para clientes, integradores e distribuidores, promovendo workshops e treinamentos para acelerar a adoção das novas tecnologias. Para apoiar os profissionais na transição para arquiteturas orientadas à IA, a empresa lançou recentemente o Guia de Cabeamento para Soluções de IA, abrangendo padrões como Ethernet e InfiniBand. “Recomendamos a todos que tenham esse guia como ferramenta”, conclui Covas. https://www.corning.com/cala/pt.html?

Lightera

O avanço acelerado das tecnologias de IA e Machine Learning está redefinindo por completo a arquitetura dos data centers modernos. “Estamos diante da maior inflexão tecnológica desde a ascensão da nuvem”, afirma Luiz Henrique Zimmermann Felchner, gerente sênior de Engenharia – PLM da Lightera Latam.

Neste novo paradigma, a demanda por largura de banda extrema, latência mínima e densidade sem precedentes exige soluções robustas e escaláveis. A Lightera oferece duas frentes tecnológicas: cobre e fibra óptica. Embora o cabeamento de cobre ainda tenha aplicação em nichos específicos, como o padrão Categoria 8, capaz de operar a 2 GHz para suportar 25GBase-T e 40GBase-T Ethernet em distâncias de até 30 metros, é a fibra óptica que domina os projetos voltados à IA.

“A fibra óptica é a única solução viável para atender às exigências de velocidade e distância dos fabrics de IA”, diz Felchner. Um dos destaques da Lightera é o uso da tecnologia ribbon , em especial a rollable ribbon , que permite embutir fitas densas de fibras dentro dos cabos de forma compacta, mantendo a capacidade de desenrolamento fácil para fusão em fita (massiva) ou individual. Essa construção é ideal para suportar links de alta contagem de fibras em projetos de larga escala. Além da estrutura do cabo, os conectores também evoluíram. A Lightera trabalha com os tradicionais MPO/MTP, em variantes de 8, 12, 16 ou 24 fibras, e aposta nos novos

Fibra Hollow Core da Lightera: núcleo oco

ESPECIAL 2

conectores miniaturizados VSFF - Very Small Form Factor, como o SN-MT. “Eles são indicados para aplicações de altíssima densidade, sendo a base das interconexões acima de 400G e 800G”, explica o engenheiro.

Pensando no futuro, a Lightera já atua com a nova geração de fibras ópticas conhecida como Hollow Core Fiber , ou fibra de núcleo oco. “Essa tecnologia apresenta latência ainda mais baixa, suporta maior potência óptica e apresenta perdas extremamente reduzidas. Já temos instalações em andamento com ela, mesmo sendo ainda uma novidade na indústria”, revela Felchner. Sobre a disponibilidade das soluções no mercado nacional, Felchner destaca a presença industrial da marca no Brasil. “Temos produção local em Curitiba, PR, e já atendemos com cabeamento Cat. 8, soluções de fibra óptica rollable ribbon , conectores MPO e distribuidores de fusão massiva com ultra alta densidade”, afirma. A empresa também já recebe consultas para projetos de alta densidade voltados à IA e disponibiliza a tecnologia Hollow Core Fiber para testes e provas de conceito.

Site: https://lightera.com/pt-br/

Panduit

A Panduit desenvolveu um ecossistema de cabeamento de fibra baseado nas arquiteturas Base 8 e Base 16, focado em desempenho, eficiência energética e escalabilidade. “Nosso sistema foi projetado para otimizar o espaço nos racks, reduzir os requisitos de energia e economizar despesas de capital nos data centers”, explica Douglas Ozanan, Diretor de Vendas e Marketing da Groz, representante oficial da Panduit no Brasil. A arquitetura utiliza cabos tronco com conectores MPO ou terminações múltiplas LC duplex, oferecendo flexibilidade para diferentes modelos de transceptores e aplicações paralelas ou duplex.

A oferta abrange fibras multimodo (OM4, OM4+ Signature Core e OM5) e

Sistema de cabeamento óptico

HDFlex da Panduit

monomodo (OS2), com boots de conectores cinza, facilitando a identificação visual de cabos de 12 fibras. “A combinação dos padrões Base 8 e 16 permite uma correspondência mais eficiente com switches comerciais de 16, 32 ou 48 portas, evitando fibras inativas nos enlaces”, acrescenta Ozanan.

Os sistemas também se destacam pela versatilidade. “Podem ser usados em enlaces paralelos com conectores MPO ou convertidos rapidamente para enlaces duplex Base 2, garantindo mais agilidade na adaptação de redes”, completa o executivo. A linha inclui cabos troncos e híbridos com contagens de até 144 fibras, cassetes de média e alta densidade, acopladores e distribuidores ópticos compactos.

Segundo ele, os sistemas Base 8 e 16 operam com ambas as tecnologias, InfiniBand e Ethernet. Os produtos da Panduit já estão disponíveis no Brasil e presentes nas operações de hyperscale e big techs em território nacional. “As demandas para IA e alta densidade já ocorrem, mas cada projeto é customizado. Trabalhamos com soluções pré-terminadas, testadas em fábrica, entregues sob medida para garantir confiabilidade, agilidade e aderência ao projeto”, diz Ozanan.

ESPECIAL 2

A Panduit lançou, em parceria com a NVIDIA, um guia técnico com arquiteturas de referência para servidores GPU e switches da fabricante, com foco em baixa latência e alta disponibilidade. “O objetivo é oferecer uma infraestrutura que assegure o uptime necessário às redes de IA e acelere o tempo de resposta dos sistemas”, explica Ozanan. Em sua opinião, o sucesso dessas implementações depende de planejamento técnico conjunto com fornecedores, integradores e clientes finais, evitando soluções improvisadas e garantindo o desempenho exigido pelas novas aplicações críticas. Sites: www.groz.com.br e www.panduit.com

R&M

A Reichle & De-Massari (R&M) vem se destacando ao oferecer um portfólio de soluções ópticas e estruturais preparadas para suportar a nova realidade digital. “A conectividade não é a finalidade de um data center, mas é absolutamente fundamental para garantir uma rede de alto desempenho. É nesse ponto que a R&M está preparada para entregar soluções com alta performance e disponibilidade”, afirma Oliver Grill, gerente geral da R&M no Brasil.

Com a dominância da NVIDIA no setor de HPC e IA, a estrutura de conectividade passou a ser ditada pelos requisitos das GPUs dessa fabricante — influenciando desde o tipo de fibra e conectores até os padrões de transmissão, como 800G, e suas aplicações em larga escala. “Com grandes players como a Dell seguindo essa tendência, é natural que a NVIDIA acabe estabelecendo o padrão de fato do mercado”, diz Grill. Para atender a esse perfil de aplicação, a R&M oferece uma linha completa de soluções ópticas para velocidades atuais e futuras. Os painéis ópticos Netscale , com até 120 portas por unidade de rack (1U), são compatíveis com conectores MPO/MTP de 12, 16 e 24 fibras. Também integram-se a eles os conectores LC-QR, desenvolvidos com

sistema push-pull para facilitar intervenções em ra c ks densos. Outro destaque são os conectores FO Field , que permitem a terminação óptica diretamente em campo, sem necessidade de fusão. Já os cabos MPO e ribbon oferecem suporte a arquiteturas SR4, SR8 e SR16 em fibra multimodo OM4/OM5 e a padrões monomodo como DR4 e DR8, indicados para enlaces de longa distância em data centers de alta performance.

A conectividade em cobre também tem espaço no portfólio da R&M, com destaque para os cabos Cat. 8.1, capazes de transmitir até 40 GbE, sendo úteis em conexões diretas entre servidores e switches em topologias top-of-rack (ToR).

Além da conectividade física, a R&M investe em infraestrutura modular com o BladeShelter , uma solução pré-configurada que integra racks, contenção térmica, PDUs e cabeamento estruturado, pronta para implantação acelerada. “O BladeShelter pode reduzir o tempo de instalação em até 75%, promovendo também eficiência energética em data centers de alta densidade”, destaca o executivo.

Com sede na Suíça, a empresa segue uma estratégia de regionalização da produção. No Brasil, a planta em Santa Rita do Sapucaí, MG, inclui produção local de cabos pré-conectorizados e painéis de fibra.

Site: https://ecatalog.rdm.com/br/pt/ Rosenberger

A Rosenberger está ampliando seu portfólio de soluções ópticas de altíssima densidade. Segundo Fábio Rennó, gerente regional de vendas da

Rosenberger, entre os principais destaques estão as fibras multimodo OM4 e OM5, indicadas para curtas distâncias em aplicações como SR4, SR8 e SR16. Já para enlaces de longa distância e transmissões de alto desempenho, a empresa oferece fibras monomodo OS2, compatíveis com os padrões DR2, DR4 e DR8, utilizadas em links de 400G e 800G.

A empresa também fornece conectores de baixa perda ( low loss ), que reduzem a atenuação e aumentam a confiabilidade dos enlaces ópticos. Os painéis ópticos com fibras ribbon , disponíveis nas versões de 8, 12, 16 e 24 fibras, facilitam fusões em grande escala, economizam espaço e aceleram o processo de instalação.

Outro ponto forte são as soluções pré-conectorizadas, que oferecem melhor organização, menor ocupação de espaço, menor peso e mais agilidade em manutenções. “Essas soluções também contribuem para um fluxo de ar mais eficiente nos racks, um fator crítico em projetos que exigem alta capacidade de processamento térmico”, destaca Rennó.

No quesito conectividade, a Rosenberger aposta tanto nos conectores MPO de 12, 16 e 24 fibras, com polaridades A, B e C para aplicações trunk e breakout , quanto em conectores VSFF - Very Small Form Factor, como

Showroom com soluções ópticas da Rosenberger

Painéis ópticos Netscale, da R&M: até 120 portas em 1U

ESPECIAL 2

SN, SN-MT, MDC e MMC. Para interconexões de curta distância, a empresa também fornece cabos DACDirect Attach Copper e AOC - Active Optical Cable, fabricados na Ásia.

A Rosenberger tem sede na Alemanha, com centros de vendas e produção em diversos países, incluindo o Brasil. A empresa mantém uma unidade fabril em Caçapava, SP. “Temos recebido consultas e pedidos específicos para projetos voltados à IA. O interesse vem crescendo de forma consistente e estamos prontos para atender essa demanda”, conclui Rennó. Site: https://rsa.rosenberger.com/

Siemon

A The Siemon Company oferece um portfólio completo de soluções em cabeamento e conectividade de alto desempenho. No segmento óptico, a empresa oferece sistemas baseados em fibras OS2, OM4 e OM5, com conectividade LC, MTP/MPO (UPC/APC) e ribbon com tecnologias

ULL - Ultra Low Loss. “Um destaque é a solução Mesh Sleeves , que facilita a organização, otimiza o espaço nos dutos e acelera a instalação, agregando valor desde o projeto até a operação. Todas essas soluções são testadas por

laboratórios independentes, com resultados que superam os parâmetros exigidos pelas normas internacionais”, afirma Eli Batista, country manager da Siemon no Brasil.

Além das soluções tradicionais de fibra óptica, a Siemon conta com uma linha de cabos DAC e AOC, indicadas para aplicações com protocolos Ethernet/InfiniBand de alta performance. “Somos reconhecidos como Preferred Partner NVIDIA, um selo conquistado por poucos fabricantes

no mundo, garantindo compatibilidade total com os ambientes NVIDIA, além de integração certificada com equipamentos de outros líderes de mercado, como Dell, Arista, HPE, Cisco, Brocade e Extreme”, diz o executivo.

A empresa conta com soluções de 400G implementadas no Brasil desde o ano passado, além de estar em fase avançada de tratativas para projetos com conectividade de 800G. “Essas soluções combinam fibra óptica de alto desempenho com nossos cabos DAC para InfiniBand”, diz.

Além disso, a Siemon tem atuado como consultora em diversos projetos estratégicos, contribuindo na recomendação das melhores soluções para cada cenário. Um dos diferenciais é o programa RapidDAC/FiberNow, que permite entregas em até cinco dias nos EUA e, no Brasil, já alcançou casos de sucesso com entregas em até 17 dias. “É um prazo bastante competitivo para esse tipo de tecnologia. Esse nível de agilidade e suporte técnico é decisivo na viabilização de projetos de alta complexidade e performance”, finaliza. Site: https://www.siemon.com/pt-br/

Soluções de alta densidade da Siemon

Guia de fabricantes e distribuidores de produtos para cabeamento estruturado

O levantamento reúne os fornecedores de sistemas completos, cabos, componentes de conexão, patch panels e produtos para organização e testes de cabeamento estruturado. A relação é completa, com quase 80 itens que vão dos sistemas metálicos de Categoria 5E aos blindados da Categoria 7, além de soluções ópticas monomodo e multimodo, com diversas opções construtivas.

Cabos

Cabeamento metálico S/FTP (3) U/UTP e F/UTP (1) (2)

Empresa, telefone e e-mail

2 Flex(21) 3527-0052 n

comercial@2flex.com.br

4eX Solutions (51) 99114-5216 n

comercial@4exsolutions.com.br

Alumbra (11) 99394-6155 n

sac@alumbra.com.br

Artiere (41) 3018-4444 n

sac@artiere.com.br

Ceitel(31) 2522-4188 n

vendas@ceitel.com.br

Central Cabos (11) 94151-1922 n

anderson@centralcabos.com.br

Cook (21) 99387-1021 n

cook@cookenergia.com

Corning (11) 95605-2422

ccsamericas@corning.com

DCA(41) 3021-1728 n

dcaonline@dca.com.br

Dicomp (44) 4009-2826 n

thaise.bonaccini@dicomp.com.br

DWH(81) 2127-6464

germano@dwh.com.br

Edge Global (11) 99450-3756 n

maiconrocha@edge-br.com

Enerpel(41) 97402-7869 n

enerpel@enerpel.com.br

Ficael (11) 99743-6607 n

raf@ficael.com

HellermannTyton (11) 4815-9090 n

vendas@hellermanntyton.com.br

Infortel(51) 3076-3800 n

comercial@inforteltelecom.com.br

Isotron (41) 98856-8881 n

armando.gauna@isotron.com.br

Cabeamento metálico Par trançado Versões construtivas

Fabricante Distribuidora cat. 5e/classe D 6/classe E 6A/classe EA cat. 7/classe F classe 7A/classe 7A Cabeamento óptico Cabeamento residencial Cabeamento industrial Coaxiais Trunking U/UTP (1) F/UTP (2) S/FTP (3) Uso interno Uso interno e externo Riser Plenum LSZH (4) Sólido (5) Flexível (6) Multipares Trunking Monomodo OM1 OM2 OM3 (otimizada para laser) OM4 (otimizada para laser) OM5 (otimizada para laser) Uso externo Uso interno Riser Plenum LSZH (4) Cabos híbridos (cobre-fibra) A empresa é Sistemas completos

Cabos ópticos

Multimodo Versões construtivas

Empresa, telefone e e-mail

Klint (11) 4972-9300

klint@klint.com.br

Lan Networks (11) 4570-0999

info@lannetworks.com.br

Lanbras(91) 99100-6925 n

vendas@lanbras.com.br

Lantele (21) 99358-6967 n

lantele@lantele.com.br

Lightera Latam (41) 3341-4000 n

lightera@latam.lightera.com

Loja Elétrica (31) 99644-8656 n

cabeamento@lojaeletrica.com.br

Makro Service (62) 3216-4080 n

comercial@makroservice.com.br

Marttec (51) 3398-1707 n

contato@marttec.com.br

Megatron(11) 4636-1920 n

vendas@megatron.com.br

Multirede (31) 3469-0303 n

contato@multiredebh.com.br

Next(43) 98433-5101 n

comercial@nextcable.com.br

O-Tech(11) 98947-2334 n

otech@terzian.com.br

P2system Soluções(71) 98149-7963 n

comercial@p2system.com.br

Panduit(11) 4561-1748

contato@groz.com.br

Prysmian (11) 94547-0513 n

bruno.souza@prysmian.com

Plugmais (65) 3648-5700 n

atendimento@plugmais.com.br

R&M(11) 97159-7039 n

bra@rdm.com

Rosenberger (12) 3221-8500

comercial@rosenberger.com.br

RP Network (17) 3235-2398 n

comercial@rpnetwork.com.br

Seitec (19) 99802-7861 n

vendas@seitec.ind.br

Setex Cabos(11) 91703-9940 n

vendas@setexcabos.com.br

Seven (11) 5977-3331 n

comercial@seven-tel.net.br

Shoreline (47) 3170-0175 n

shoreline@shorelinetelecom.com.br

Supri Nordeste (85) 3021-3235 n

contato@suprinordeste.com.br

Telcabos (11) 94736-2960 n

telcabos@telcabos.com.br

Tellycom (85) 4042-1245 n

comercial@tellycom.com.br

WDC Networks(11) 3035-3777 n

https://wdcnet.com.br/contato/ Wesco Anixter (11) 3868-6600

vendas.br@anixter.com

Yofc (35) 3112-2901

vendas@yofc.com

Sistemas completos

Cabeamento

Cabos

Cabeamento metálico Par trançado Versões construtivas

Cabos ópticos Multimodo Versões construtivas

SERVIÇO

Empresa, telefone e e-mail

Fabricante Distribuidora A empresa é

Tomadas e plugues modulares RJ-45

2 Flex(21) 3527-0052 n

comercial@2flex.com.br

4eX Solutions (51) 99114-5216 n

comercial@4exsolutions.com.br

Alumbra (11) 99394-6155 n

sac@alumbra.com.br

Arsitec (11) 98733-0004 n

arsitec@arsitec.com.br

Artiere (41) 3018-4444 n

sac@artiere.com.br

Brady (11) 4615-1500 •

sac@bradycorp.com

Brasilsat Harald (41) 2103-0479 n

comercial@brasilsat.com.br

Ceitel(31) 2522-4188 n

vendas@ceitel.com.br

Central Cabos (11) 94151-1922 n

anderson@centralcabos.com.br

Corning (11) 95605-2422

ccsamericas@corning.com

Cook (21) 99387-1021 n

cook@cookenergia.com

DCA(41) 3021-1728 n

dcaonline@dca.com.br

COMPONENTES DE CONEXÃO PATCH PANELS

Conectores coaxiais (5) Plugues para blocos de conexão (6) SC LC MPO-MPO MPO-Fanout Outro Bloco de conexão (6) Ópticos Metálicos Industriais IP67

Plugues e acopladores ópticos (7) Patch cords e jumpers Em kits ou já equipados com tomadas/ conectores metálicos Duplicadores (splitters) (7) Baluns Vazios

Coaxiais RJ11 RJ45 (8 vias) Com acopladores ópticos Painéis “inteligentes” (8) Patch panels industriais Cassetes MPO Painel com PoE Painel de voz

Distribuidores ópticos de uso interno

ORGANIZAÇÃO E TESTES

Abraçadeiras e grampos para cabos

Eletrodutos e canaletas canaletas Eletrodutos e canaletas canaletas canaletas Calhas e perfilados Armação guia-cabos Identificadores de cabos e painéis Etiquetas para cabos Etiquetadoras portáteis Software p/ gerenciamento Certificador de cabeamento

Testador de cabos

Delta Perfilados(11) 99607-8700 n ••• contato@deltaperfilados.com.br

Dicomp (44) 4009-2826 n

thaise.bonaccini@dicomp.com.br

DWH(81) 2127-6464

germano@dwh.com.br

Edge Global (11) 99450-3756 n

maiconrocha@edge-br.com

Enerpel(41) 97402-7869 n

enerpel@enerpel.com.br

Engeduto (21) 3325-0406 n

vendas@engeduto.com.br

Ficael (11) 99743-6607 n

raf@ficael.com

HellermannTyton (11) 4815-9090 n

vendas@hellermanntyton.com.br

Infortel(51) 3076-3800 n

comercial@inforteltelecom.com.br

Isoteck(11) 96869-9500 n ••• vendas@isoteck.com.br

Isotron (41) 98856-8881 n

armando.gauna@isotron.com.br

Klint (11) 4972-9300 ••••••••

klint@klint.com.br

COMPONENTES DE CONEXÃO

Plugues e acopladores ópticos (7)

PATCH PANELS

ORGANIZAÇÃO E TESTES

Empresa, telefone e e-mail

Lan Networks (11) 4570-0999

info@lannetworks.com.br

Lanbras(91) 99100-6925 n

vendas@lanbras.com.br

Lantele (21) 99358-6967 n

lantele@lantele.com.br

Lightera Latam (41) 3341-4000 n

lightera@latam.lightera.com

Loja Elétrica (31) 99644-8656 n

cabeamento@lojaeletrica.com.br

Makro Service (62) 3216-4080 n

comercial@makroservice.com.br

Maquimp (11) 97675-1505 n

maquimp@maquimp.com.br

Marttec (51) 3398-1707 n

contato@marttec.com.br

Megatron(11) 4636-1920 n

vendas@megatron.com.br

Multirede (31) 3469-0303 n

contato@multiredebh.com.br

Next(43) 98433-5101 n

comercial@nextcable.com.br

Patch cords e jumpers

Em kits ou já equipados com tomadas/ conectores metálicos Duplicadores (splitters) (7) Baluns Vazios

Tomadas e plugues modulares RJ-45 Conectores coaxiais (5) Plugues para blocos de conexão (6) SC LC MPO-MPO MPO-Fanout Outro Bloco de conexão (6) Ópticos Metálicos Industriais IP67 Coaxiais RJ11 RJ45 (8 vias) Com acopladores ópticos Painéis “inteligentes” (8) Patch panels industriais Cassetes MPO Painel com PoE Painel de voz Distribuidores ópticos de uso interno Eletrodutos e canaletas canaletas Eletrodutos e canaletas canaletas canaletas Calhas e perfilados Armação guia-cabos Identificadores de cabos e painéis Etiquetas para cabos Etiquetadoras portáteis Software p/ gerenciamento Certificador de cabeamento

Abraçadeiras e grampos para cabos

Testador de cabos

SERVIÇO

Empresa, telefone e e-mail

O-Tech(11) 98947-2334 n

otech@terzian.com.br

OBO Bettermann (15) 3223-1789 n

mkt.info@obo.com.br

P2system Soluções(71) 98149-7963 n

comercial@p2system.com.br

Panduit(11) 4561-1748

contato@groz.com.br

Plugmais (65) 3648-5700 n

atendimento@plugmais.com.br

Provitel (11) 95470-0788 n

vendas@provitel.com.br

Prysmian (11) 94547-0513 n

bruno.souza@prysmian.com

R&M(11) 97159-7039 n

bra@rdm.com

Rosenberger (12) 3221-8500

comercial@rosenberger.com.br

RP Network (17) 3235-2398 n

comercial@rpnetwork.com.br

Seitec (19) 99802-7861 n

vendas@seitec.ind.br

Setex Cabos(11) 91703-9940 n

vendas@setexcabos.com.br

Seven (11) 5977-3331 n

comercial@seven-tel.net.br

Shoreline (47) 3170-0175 n

shoreline@shorelinetelecom.com.br

Supri Nordeste (85) 3021-3235 n

contato@suprinordeste.com.br

Telcabos (11) 94736-2960 n

telcabos@telcabos.com.br

Tellycom (85) 4042-1245 n

comercial@tellycom.com.br

Vacechi (11) 5522-6230 n

contato@vacechi.com.br

WDC Networks(11) 3035-3777 n

https://wdcnet.com.br/contato/ Wesco Anixter (11) 3868-6600

vendas.br@anixter.com

Yofc (35) 3112-2901

vendas@yofc.com

COMPONENTES DE CONEXÃO

Plugues e acopladores ópticos (7) Patch cords e jumpers Em kits ou já equipados com tomadas/ conectores metálicos

Tomadas e plugues modulares RJ-45 Conectores coaxiais (5) Plugues para blocos de conexão (6) SC LC MPO-MPO MPO-Fanout Outro Bloco de conexão (6) Ópticos Metálicos Industriais IP67

Duplicadores (splitters) (7) Baluns Vazios

PATCH PANELS

ORGANIZAÇÃO E TESTES

Coaxiais RJ11 RJ45 (8 vias) Com acopladores ópticos Painéis “inteligentes” (8) Patch panels industriais Cassetes MPO Painel com PoE Painel de voz

Distribuidores ópticos de uso interno Eletrodutos e canaletas canaletas Eletrodutos e canaletas canaletas canaletas

Calhas e perfilados Armação guia-cabos Identificadores de cabos e painéis Etiquetas para cabos Etiquetadoras portáteis Software p/ gerenciamento Certificador de cabeamento

Abraçadeiras e grampos para cabos

Notas: (1) (1) (1) (1) (1) Cabos de pares trançados não blindados (U/UTP = unshielded/unshielded twisted-pair); (2) (2) (2) (2) F/UTP = Cabos de pares trançados com blindagem geral (F/UTP = foil/unshielded twisted pair); (3) (3) (3) (3) (3) Cabos de pares trançados com blindagens par a par e geral (S/FTP = screened/foil twisted pair); (4) (4) Baixa emissão de fumaça e livre de halogênios; (5) (5) BNC 75 Ω, tipo F 75 Ω e RCA; (6) (6) Blocos de conexão são também conhecidos como blocos IDC, blocos terminais ou blocos de engate rápido; (7) (7) (7) (7) Adaptadores, ou duplicadores, são módulos que funcionam como adaptadores de tomadas ou “benjamins”; (8) (8) (8) (8) Painéis gerenciáveis on-line (painéis, incluindo o hardware e software associados, que permitem supervisão on-line das conexões.

Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 451 empresas pesquisadas.

Fonte: Revista Redes, T Redes, Redes, T Redes, Telecom e Instalações elecom Instalações elecom e Instalações Instalações , julho de 2025.

Este e muitos outros Guias de RTI RTI estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/rti e confira.

Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

Testador de cabos

Fibras ópticas em data centers

Este artigo oferece um guia abrangente para profissionais de TI que desejam aprofundar seus conhecimentos sobre o papel das fibras ópticas nos data centers. Além de explorar os benefícios e os diferentes tipos de fibras e conectores, com uma análise dos custos operacionais, o autor apresenta as melhores práticas de gerenciamento e manutenção, o impacto das tendências tecnológicas, como inteligência artificial e edge computing.

Aadoção generalizada da fibra

óptica em data centers não é acidental. Ela oferece uma combinação de vantagens técnicas que superam amplamente as alternativas tradicionais, como o cabeamento de cobre, especialmente em ambientes de alta densidade e performance.

A capacidade da fibra óptica de transmitir dados a velocidades altíssimas é seu diferencial mais conhecido. Ela é essencial para suportar as taxas de transmissão exigidas pelas redes modernas, incluindo 40 Gigabit Ethernet (GbE), 100 GbE, 400 GbE e as futuras gerações de 800 GbE e além. Essa capacidade garante que a infraestrutura de rede não se torne um gargalo para aplicações e serviços críticos.

Por que a fibra óptica domina o data center?

Velocidade e largura de banda

Ao contrário dos cabos de cobre, que sofrem atenuação significativa em distâncias maiores, as fibras ópticas podem transmitir sinais por quilômetros (especialmente as monomodo) com perda mínima. Isso oferece flexibilidade incomparável no projeto do data center,

permitindo a interconexão eficiente entre diferentes salas, andares ou até mesmo prédios.

Imunidade a EMI - Interferência eletromagnética

Data centers são ambientes eletricamente “ruidosos”, com muitos equipamentos gerando interferência eletromagnética (EMI). Como a fibra óptica transmite dados usando pulsos de luz em vez de sinais elétricos, ela é completamente imune a EMI e RFI - Radio Frequency Interference, garantindo uma transmissão mais limpa, confiável e segura.

Menor espaço e peso: densidade e fluxo de ar Cabos de fibra óptica são significativamente mais finos e leves que os de cobre de capacidade equivalente. Isso permite uma maior densidade de conexões em racks e gabinetes, otimizando o espaço físico. Além disso, o menor volume facilita o

fluxo de ar, contribuindo para uma refrigeração mais eficiente do data center.

Segurança de dados

Interceptar dados de um cabo de fibra óptica é extremamente difícil sem causar uma interrupção detectável no sinal. Isso confere uma camada adicional de segurança física em comparação com cabos de cobre, que podem ser mais suscetíveis a “tapping” não autorizado.

Eficiência energética

Embora os transceptores ópticos consumam energia, em altas taxas de dados e distâncias maiores, a solução de fibra pode ser mais eficiente energeticamente do que as alternativas em cobre, contribuindo para a redução dos custos operacionais e do impacto ambiental do data center.

Tipos de fibra óptica e conectores essenciais para data centers

A escolha correta do tipo de fibra e dos conectores é crucial para o desempenho e a longevidade da infraestrutura óptica. As duas categorias principais de fibra usadas em data centers são multimodo (MMF) e monomodo (SMF).

Fibra multimodo (MMF): OM3, OM4 e OM5

As fibras multimodo possuem um núcleo maior, permitindo que múltiplos modos (raios) de luz viajem simultaneamente. Elas utilizam fontes de luz mais econômicas (como LEDs ou VCSELs) e são ideais para distâncias mais curtas, típicas dentro de racks ou entre fileiras no data center.

A OM3 e OM4 foram os padrões dominantes para 10GbE, 40GbE e 100GbE em distâncias limitadas (até 100 a 150 metros para 100G, dependendo da tecnologia).

Já a OM5 - Wideband Multimode Fiber é projetada para suportar SWDMShortwave Wavelength Division Multiplexing, que transmite múltiplos

canais em diferentes comprimentos de onda sobre uma única fibra. Isso permite maior capacidade em menos fibras, otimizando a infraestrutura para futuras aplicações de 400G em distâncias curtas.

Fibra monomodo (SMF): OS2

A fibra monomodo possui um núcleo extremamente fino (cerca de 9 micrômetros), permitindo que apenas um modo de luz se propague. Isso minimiza a dispersão e permite a transmissão de dados em altíssimas velocidades por longas distâncias (quilômetros).

A OS2 é o padrão para aplicações SMF em data centers. Tradicionalmente usada em links de backbone ou entre prédios, a OS2 está ganhando popularidade dentro do data center para links de 100G, 400G e além, especialmente em arquiteturas Spine-Leaf e para garantir a preparação para futuras atualizações. A queda nos custos dos transceptores SMF também contribui para essa tendência.

Conectores comuns: LC, SC e MPO/MTP

A interface física da fibra é o conector. A escolha e o manuseio correto são vitais.

O LC - Lucent Connector e SCSubscriber Connector são os conectores populares para conexões duplex (um par de fibras para transmissão e recepção). O LC, com seu formato menor, é amplamente utilizado em transceptores SFP/SFP+/QSFP de alta densidade.

O MPO - Multi-fiber Push-On/MTPMulti-fiber Termination Push-On são conectores de alta densidade que abrigam múltiplas fibras (geralmente 8, 12, 16 ou 24) em um único ferrolho. São essenciais para a implementação de taxas de dados de 40G, 100G, 400G e além, que utilizam óptica paralela (múltiplas fibras transmitindo simultaneamente). MTP é uma marca registrada da US Conec que oferece melhorias de desempenho sobre o MPO genérico.

Conectores ultracompactos VSFF

Desenvolvidos para otimizar o uso de espaço em data centers e reduzir o impacto ambiental, os conectores VSFF – Very Small Form Factor permitem a integração de mais conexões de fibra óptica em espaços reduzidos, atendendo à demanda por maior densidade de dados sem comprometer a qualidade da transmissão.

Importância do polimento

(UPC vs. APC)

O tipo de polimento na extremidade da fibra afeta a refletância (luz refletida de volta para a fonte). O UPC - Ultra Physical Contact é comum para a maioria das aplicações de data center. O APC - Angled Physical Contact, com sua face em ângulo de 8 graus, minimiza a refletância e é preferido para aplicações sensíveis como vídeo analógico ou links SMF de altíssima velocidade. Misturar os tipos de polimento causa alta perda e pode danificar os conectores.

Padrões de cabeamento estruturado para data centers

Implementar uma infraestrutura de fibra óptica confiável e escalável requer aderência a padrões da indústria. Eles fornecem diretrizes para projeto, instalação e desempenho.

Visão geral da TIA 942

O padrão ANSI/TIA 942Telecommunications Infrastructure Standard for Data Centers é uma referência fundamental global que especifica os requisitos mínimos para a infraestrutura de telecomunicações em data centers, incluindo:

• Topologias de cabeamento: recomenda arquiteturas como Top-of-Rack (ToR), End-of-Row (EoR) ou Middle-of-Row (MoR).

• Espaços funcionais: define áreas como MDA - Main Distribution Area, HDA - Horizontal Distribution Area, EDA - Equipment Distribution Area.

• Níveis de redundância (rated levels): classifica os data centers como Rated-1

CABEAMENTO

(básico) a Rated-4 (tolerante a falhas), com requisitos crescentes de redundância para cabeamento, energia e refrigeração.

• Recomendações de mídia: tipos de fibra (OM4/OM5/OS2) e cobre recomendados para diferentes aplicações e distâncias.

Além da TIA-942, outros padrões importantes incluem:

• ABNT NBR 16665: Norma nacional de cabeamento estruturado para data centers.

• ABNT NBR ISO/IEC 22237-5: Norma nacional que descreve diversas topologias de cabeamento aplicáveis em data centers.

• ISO/IEC 11801: Série de padrões internacionais para cabeamento genérico, incluindo especificações para data centers.

• BICSI 002: Data Center Design and Implementation Best Practices, que oferece diretrizes detalhadas de design e operação.

• Normas IEEE 802.3: Definem os padrões para Ethernet, especificando os tipos de fibra e distâncias máximas para cada taxa de dados (por exemplo, 100GBASE-SR4, 400GBASE-DR4).

A conformidade com os padrões garante interoperabilidade entre componentes de diferentes fabricantes, facilita a manutenção e o troubleshooting , suporta futuras migrações de tecnologia e assegura um

nível mínimo de desempenho e confiabilidade para a infraestrutura crítica do data center.

Melhores práticas de instalação e gerenciamento (aprofundamento)

Uma instalação de fibra óptica mal executada ou gerenciada é uma receita para problemas de desempenho e interrupções. Seguir as melhores práticas é essencial.

Planejamento

e design

Antes de instalar qualquer cabo, um planejamento cuidadoso das rotas, distribuição, gerenciamento de folgas e um sistema claro de etiquetagem é crucial. Considere a densidade futura e a facilidade de acesso para manutenção.

Manuseio cuidadoso: respeito ao raio mínimo de curvatura

As fibras ópticas são feitas de vidro e podem quebrar ou sofrer atenuação severa se dobradas além do seu raio mínimo de curvatura especificado pelo fabricante. Evite dobras apertadas, esmagamento sob peso ou tensão excessiva durante a instalação.

Limpeza e inspeção obrigatórias dos conectores

A causa número um de falhas em redes ópticas é a contaminação dos conectores. Poeira, óleo ou detritos minúsculos na face do conector podem bloquear o sinal, causar alta perda de inserção, alta refletância e até danos permanentes. Sempre inspecione e, se necessário, limpe cada conector antes de fazer qualquer conexão.

Ferramentas

Use um microscópio de inspeção de fibra (com ampliação de 200x ou 400x) para verificar a limpeza e limpadores específicos para fibra óptica (tipo “oneclick” ou lenços sem fiapos com solvente apropriado). Ar comprimido não é recomendado, pois pode espalhar contaminantes.

Gerenciamento de cabos

Utilize painéis de distribuição (patch panels), calhas, esteiras e organizadores verticais para rotear os cabos de forma ordenada, evitando emaranhados, garantindo o respeito ao raio de curvatura e facilitando futuras modificações.

CABEAMENTO

Documentação detalhada

Manter registros precisos de todas as conexões, rotas de cabos, resultados de testes e tipos de fibra/conectores é vital. Uma boa documentação acelera drasticamente o troubleshooting e o planejamento de expansões. Sistemas de gerenciamento de infraestrutura de data center (DCIM) podem auxiliar nesta tarefa.

Testes e certificação: garantindo a performance da rede óptica

Após a instalação, testes rigorosos são necessários para garantir que o cabeamento atenda aos requisitos de desempenho dos padrões e das aplicações.

• Testes Tier 1: OLTS - Perda de potência óptica. Este é o teste fundamental, medindo a perda total de luz (atenuação ou perda de inserção) de ponta a ponta em um link óptico, bem como o comprimento e a polaridade. Utiliza um par de equipamentos (fonte de luz e medidor de potência –OLTS). Os resultados são comparados com os limites de perda calculados com base nos padrões da indústria (como NBR ou ISO/ IEC) ou nos requisitos específicos da aplicação Ethernet. Um resultado “Passa” indica que o link tem perda óptica aceitável para suportar a aplicação desejada.

• Testes Tier 2: OTDR - Refletômetro Óptico no Domínio do Tempo. Enquanto o OLTS mede a perda total, o OTDR fornece uma visão gráfica detalhada do link, mostrando a localização e a perda/ refletância de eventos individuais como conectores, emendas e dobras acentuadas. Ele funciona enviando pulsos de luz e medindo a luz retroespalhada e refletida. O OTDR é uma ferramenta poderosa para troubleshooting (localizar falhas) e caracterização do link, mas não substitui o teste Tier 1 para certificação da perda total. É especialmente útil em links mais longos ou complexos.

Importância da certificação e relatórios

A certificação formal do cabeamento, usando equipamentos calibrados e seguindo os procedimentos corretos,

fornece a garantia de que a instalação atende aos padrões. Relatórios detalhados de testes (Tier 1 e, se aplicável, Tier 2) devem ser gerados e arquivados como parte da documentação do sistema.

Desafios, limitações e considerações importantes

Apesar de suas inúmeras vantagens, a implementação de fibras ópticas em data centers não está isenta de desafios e considerações importantes que os profissionais de TI devem conhecer.

Custo inicial

Historicamente, o custo dos cabos de fibra, e especialmente dos transceptores ópticos (os módulos que convertem sinais elétricos em ópticos e vice-versa), tem sido mais alto do que as soluções baseadas em cobre. Equipamentos de teste e limpeza específicos também representam um investimento inicial significativo. No entanto, a análise deve considerar o TCO - Custo Total de Propriedade, como discutido adiante. Embora robustas quando instaladas corretamente, as fibras ópticas são inerentemente mais frágeis que cabos de cobre. São sensíveis a:

• Raio de curvatura: dobras excessivas podem causar microcurvaturas ou macrocurvaturas, levando à atenuação ou perda total do sinal.

• Esmagamento e tensão: aplicar força excessiva ou puxar o cabo com muita tensão pode danificar as fibras internas.

• Impacto: quedas ou impactos nos conectores podem desalinhá-los ou danificar a face polida.

Complexidade da instalação e manutenção

A terminação (colocação de conectores) e a emenda de fibras ópticas exigem ferramentas especializadas, um ambiente limpo e técnicos com treinamento específico. O diagnóstico e a reparação de problemas também requerem conhecimento e equipamentos adequados (como OTDR e microscópios).

Diagnóstico de problemas

Identificar a causa-raiz de um problema em um link óptico pode ser mais complexo do que em um link de cobre. Requer o uso sistemático de ferramentas como VFLVisual Fault Locator, medidores de potência, fontes de luz e OTDRs para isolar o problema (se é um conector sujo, uma dobra, um transceptor defeituoso, etc.).

Evolução constante

A rápida evolução das taxas de dados (de 10G para 400G/800G e além) significa que a infraestrutura de fibra precisa ser planejada com visão de futuro. Uma instalação que suporte 100G hoje pode precisar de atualizações (novos tipos de fibra, conectores MPO, mais fibras) para suportar as próximas gerações de velocidade, exigindo investimentos contínuos.

O futuro é óptico: tendências em fibras para data centers

A demanda por capacidade nos data centers continua a crescer exponencialmente, impulsionada por novas tecnologias e aplicações. A fibra óptica está no centro dessa evolução.

As taxas de 400 e 800 GbE já são uma realidade em grandes data centers e o 1,6 TbE está no horizonte. Essas velocidades são viáveis primariamente através de interfaces ópticas, muitas utilizando óptica paralela sobre conectores MPO/MTP e fibras OM4/OM5 ou OS2.

Para alcançar altas velocidades de forma eficiente, a óptica paralela (transmitir dados sobre múltiplas fibras simultaneamente) tornou-se padrão. Isso impulsiona a adoção de conectores MPO/MTP de 8, 12, 16 ou 24 fibras como interface primária para transceptores de alta velocidade.

Com a necessidade de suportar 400G+ e preparar a infraestrutura para o futuro, a fibra monomodo (OS2) está sendo cada vez mais implantada não apenas nos links longos, mas também em distâncias mais curtas dentro do data center (por exemplo links switch a switch), tendência reforçada pela necessidade de escalabilidade da fibra monomodo.

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O Rack Vertiv™ VR suporta uma ampla variedade de equipamentos, abrangendo: servidores, armazenamento de dados, switches, roteadores, PDUs, UPSs e switches KVM.

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Diversos acessórios incluindo cabos, prateleiras, maçanetas e braçadeiras de suporte

Design pensado para que não sejam necessárias ferramentas no gerenciamento de cabos

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CABEAMENTO

Impacto da IA - Inteligência

Artificial e ML - Machine

Learning

Cargas de trabalho de IA/ML exigem a movimentação massiva de dados entre servidores e clusters de processamento (GPUs). Isso cria uma demanda sem precedentes por redes de data center de altíssima largura de banda e baixa latência, reforçando a necessidade de infraestruturas ópticas avançadas.

Data centers de borda (edge computing)

A computação de borda processa dados mais perto de onde são gerados, exigindo data centers menores e distribuídos. Esses locais também dependem fortemente de conexões de fibra óptica confiáveis e de baixa latência para se comunicar com a nuvem central e os usuários.

Co-Packaged Optics (CPO) como próximo horizonte?

Para superar limitações de densidade e energia, a indústria explora a CoPackaged Optics (CPO), que integra a óptica diretamente no mesmo pacote do

chip do switch ou processador. Embora ainda em desenvolvimento, a CPO promete revolucionar a interconexão em futuras gerações de equipamentos, dependendo ainda mais da fibra.

Análise de TCO e ROI

A decisão de investir em fibra óptica deve ir além do custo inicial dos componentes. Uma análise do TCO –Custo Total de Propriedade e do ROIRetorno sobre Investimento oferece uma perspectiva mais completa.

Embora o cabo de cobre Cat 6A ou Cat. 8 possa ser mais barato por metro, a análise deve incluir:

• Custos de transceptores: os módulos ópticos (SFPs, QSFPs) geralmente têm um custo inicial maior que interfaces de cobre equivalentes, especialmente em velocidades mais altas. O custo dos transceptores ópticos pode representar uma parcela substancial do investimento total em rede. A compatibilidade, o tipo (MMF vs . SMF), a taxa de dados e o alcance influenciam fortemente o preço. A boa notícia é que os custos, especialmente para SMF de curto alcance, têm diminuído.

• Infraestrutura de suporte: a fibra pode exigir menos espaço em calhas e racks, potencialmente reduzindo custos de espaço físico.

• Distância e desempenho: a fibra suporta distâncias e velocidades muito maiores, evitando a necessidade de repetidores ou múltiplos links de cobre agregados.

Eficiência energética, refrigeração e longevidade

Em altas taxas de dados (100G+), as soluções de fibra podem consumir menos energia por Gigabit transmitido em comparação com cobre, resultando em economia de eletricidade e menor carga no sistema de refrigeração, que são custos operacionais significativos no data center.

Uma infraestrutura de fibra bem projetada (especialmente SMF) pode ter uma vida útil mais longa e suportar múltiplas gerações de equipamentos e velocidades, protegendo o investimento. Atualizar a fibra instalada é muito mais disruptivo e caro do que atualizar apenas os transceptores.

O ROI da fibra óptica vem de:

• Melhor desempenho e disponibilidade: redução de latência e maior largura de banda podem melhorar a performance das aplicações e a produtividade. Maior confiabilidade (imunidade a EMI, menos falhas por contaminação se bem gerenciada) aumenta a disponibilidade.

• Redução de custos operacionais: economia de energia, refrigeração e espaço.

• Escalabilidade: capacidade de suportar futuras necessidades sem substituição completa da infraestrutura.

• Habilitação de novos serviços: suporte a tecnologias como IA, big data, que geram valor para o negócio. Uma análise TCO/ROI detalhada, considerando o ciclo de vida esperado e os custos operacionais, geralmente demonstra que o investimento em fibra óptica é estratégico e vantajoso para data centers modernos.

Praticamente todos os data centers modernos se beneficiam da fibra. É essencial para:

• Links de backbone (Spine-Leaf).

• Interconexões entre switches de agregação e core.

• Links entre racks ou zonas que excedam os limites de distância do cobre.

• Qualquer aplicação que exija 40 GbE ou mais.

• Ambientes com alta EMI.

• Infraestruturas que precisam de longevidade e escalabilidade para 400G e além.

Conclusão

As fibras ópticas são, inegavelmente, a base sobre a qual os data centers modernos são construídos e continuarão a evoluir. Sua capacidade de fornecer alta velocidade, largura de banda massiva, baixa latência e

imunidade a interferências as torna indispensáveis para suportar a avalanche de dados e as aplicações exigentes de hoje e do futuro. Compreender os diferentes tipos de fibra (OMx, OS2), conectores (LC, MPO), aderir aos padrões da indústria e, crucialmente, implementar rigorosas práticas de instalação, limpeza, gerenciamento e testes são passos fundamentais para garantir uma infraestrutura óptica confiável e performática.

Embora existam desafios, como o custo inicial e a necessidade de manuseio cuidadoso, uma análise de TCO e ROI revela que o investimento em fibra óptica é estratégico e oferece benefícios de longo prazo em termos de desempenho, escalabilidade e eficiência operacional.

Metodologia FAIR na gestão de cibersegurança em provedores de Internet

AMuitos provedores regionais de Internet operam com orçamentos reduzidos e equipes enxutas, enfrentando riscos operacionais, regulatórios e cibernéticos. O artigo apresenta uma adaptação prática da metodologia FAIRFactor Analysis of Information Risk, originalmente desenvolvida para grandes organizações, no contexto dessas operadoras.

FAIR - Factor Analysis of Information Risk, em português Análise Fatorial de Risco de Informação, é uma metodologia quantitativa de avaliação de riscos que busca medir, em termos financeiros, o potencial impacto de eventos de segurança da informação. Diferente das abordagens qualitativas tradicionais, como baixo, médio e alto, a FAIR estrutura o risco em fatores mensuráveis, como:

• Evento de ameaça (TEF - Threat Event Frequency) - Origem do risco (ataque externo, erro humano);

• Frequência estimada de perda (LEF –Loss Event Frequency) - Expectativa de ocorrência anual;

• Vulnerabilidade - Probabilidade de o evento causar perda;

• Magnitude da perda (PLM) - Impacto financeiro esperado.

Esses fatores permitem calcular o risco esperado, em reais, facilitando a tomada de decisão com base em dados objetivos.

Evento de ameaça (TEF)

É o ponto de partida na análise de risco. Trata-se de qualquer evento que possa causar um impacto negativo ao negócio. Para provedores regionais, as ocorrências de ameaça mais comuns incluem:

• Ataques externos - DDoSDistributed Denial of Services, ransomware, phishing;

• Erros humanos - Configuração incorreta de roteadores ou firewall;

• Falhas físicas como queda de energia sem backup ou rompimento de fibra;

• Acesso não autorizado de ex-funcionário com senhas ativas ou terceirizados sem supervisão;

• Falhas de terceiros - Fornecedores de sistemas ou backbone indisponíveis.

A identificação correta desses eventos é essencial para mapear cenários realistas.

Frequência estimada de perda (LEF)

Refere-se à estimativa de quantas vezes o evento de ameaça pode ocorrer dentro de um período, geralmente um ano. A frequência pode ser baseada em:

• Histórico interno (quantas vezes já aconteceu algo parecido?);

• Experiência de outros provedores da região;

• Consultas com especialistas ou fóruns do setor.

Em vez de tentar um número exato, é mais prático usar faixas como:

• Baixa (0 - 1 ocorrência/ano);

• Média (2 - 5 ocorrências/ano);

• Alta (mais de 5 ocorrências/ano).

Um pequeno provedor regional, que sofreu dois ataques DDoS no último ano, pode considerar esse risco com frequência média.

Gianfranco Muncinelli, Wilson Mendes Lauria e Alexandre Antonio Urioste Vasconcellos, da GRCiber

MERCADO

Vulnerabilidade

Aqui analisamos a probabilidade de que o evento de ameaça realmente cause um dano, dado o nível atual de proteção. A ocorrência pode até se materializar, mas não necessariamente resultará em impacto, seja porque as defesas foram eficazes ou em virtude da ameaça, por sua natureza ou escopo, não possuir capacidade de causar danos significativos.

Classificações práticas:

• Alta vulnerabilidade - O provedor não tem nenhuma barreira (por exemplo, roteadores sem senha, firewall ou controle de acesso);

• Média - Existem medidas parciais (por exemplo, firewall básico, backups esporádicos);

perdas acima de R$ 20 mil entre reembolsos e recuperação técnica.

A maioria dos provedores regionais, quando avalia riscos, ainda utiliza métodos qualitativos simples, normalmente baseados em percepções como risco alto, médio ou baixo. Embora essas classificações ajudem a iniciar a conversa, elas têm limitações importantes:

• Falta de padronização - O que é alto risco para um colaborador pode ser considerado médio por outro. Essa subjetividade gera decisões inconsistentes.

• Dificuldade para justificar investimentos - É mais difícil convencer sócios ou parceiros a investir em segurança dizendo apenas que um risco é alto. Números falam mais.

Adaptação da FAIR para provedores regionais

A aplicação da FAIR em provedores regionais deve considerar limitações de recursos técnicos e financeiros. Por isso, é necessário adaptar a metodologia para torná-la mais acessível, sem perder o valor analítico. Algumas estratégias práticas incluem:

• Simplificação das entradas - Em vez de trabalhar com distribuições estatísticas complexas, recomenda-se utilizar faixas de frequência estimada anual, como menos de 1 vez/ano, 1 a 3 vezes/ano, mais de 3 vezes/ano. Isso permite que mesmo equipes com pouca familiaridade com estatística possam contribuir com a avaliação;

• Baixa - Contém barreiras efetivas (por exemplo, autenticação multifator, sistema de monitoramento contínuo, equipe treinada).

Uma dica prática para reduzir o viés subjetivo nessa classificação é usar um checklist.

Magnitude da perda

É o impacto financeiro estimado caso o risco se concretize. Deve considerar todos os custos diretos e indiretos, como:

• Interrupção de serviço e reembolsos;

• Perda de clientes e danos à reputação;

• Multas regulatórias aplicadas, por exemplo, em descumprimento à LGPD

– Lei Geral de Proteção de Dados;

• Custo para restaurar sistemas ou redes;

• Horas extras da equipe para conter o incidente.

A classificação em faixas ajuda na objetividade:

• Baixa - até R$ 5 mil;

• Média: entre R$ 5 mil e R$ 50 mil;

• Alta: acima de R$ 50 mil.

Um ataque de ransomware que paralise o provedor por dois dias pode gerar

• Pouca conexão com impacto financeiro - Abordagens qualitativas raramente traduzem o risco em valores reais que possam ser comparados com o custo da solução.

A FAIR se diferencia justamente por adotar uma abordagem quantitativa estruturada, ao transformar estimativas subjetivas em categorias padronizadas, facilitando a comparação entre difer entes tipos de risco. Um outro destaque é o cálculo do risco em termos monetários. Este risco, por exemplo, pode gerar até R$ 45 mil de prejuízo por ano, o que facilita a priorização e o diálogo com áreas administrativas. Além disso, cria uma base comum de entendimento, conectando áreas técnicas, financeiras e operacionais em torno dos mesmos dados.

Para um provedor regional, essa mudança representa um salto de maturidade. A operadora deixa de tomar decisões baseadas em achismo e passa a usar análises que conectam risco, impacto e retorno sobre investimento (ROI) mesmo utilizando planilhas simples.

• Estimativas financeiras práticas - A magnitude da perda pode ser avaliada com base em experiências anteriores do provedor (perdas financeiras após incidentes passados), benchmarks setoriais ou opiniões especializadas.

A categorização em faixas como até R$ 5 mil, entre R$ 5 mil e R$ 50 mil ou acima de R$ 50 mil facilita o preenchimento;

• Classificação de vulnerabilidade - Para evitar subjetividade excessiva, podemse utilizar critérios objetivos para definir se a vulnerabilidade é alta, média ou baixa. Por exemplo, sistemas sem autenticação multifator podem ser considerados de alta vulnerabilidade;

• Automação via planilhas - Ferramentas como Excel ou Google Sheets podem conter fórmulas e menus suspensos que automatizam o cálculo do risco (TEF x PLM), reduzindo erros e acelerando a análise;

• Capacitação mínima - É recomendável capacitar pelo menos um membro da equipe técnica para compreender os conceitos básicos da FAIR e facilitar a aplicação da ferramenta junto à equipe;

Tab. I – Exemplo de avaliação quantitativa

MERCADO

• Integração com gestão operacional - Os resultados devem alimentar decisões operacionais do dia a dia, como priorização de manutenção de ativos, controle de acesso, investimento em backup ou contratação de serviços especializados.

Exemplo prático de aprovação

Vamos considerar um provedor regional com oito funcionários, atendendo aproximadamente 1200 clientes em uma cidade do interior.

Com infraestrutura simples e orçamento limitado, ele enfrenta diversas ameaças que poderiam comprometer seu serviço e reputação. Durante um workshop interno, a equipe técnica identificou três riscos relevantes:

• Ataques DDoS recorrentesInterrupções no serviço causadas por ataques externos;

• Erro de configuração em roteadores

- Alterações manuais feitas sem validação ou checklist;

• Acesso indevido por funcionário terceirizado - Ex-funcionários que mantêm credenciais ativas ou acessos não revogados.

Cada risco foi analisado em uma planilha adaptada da FAIR com os seguintes campos preenchidos:

• Descrição do risco;

• Frequência estimada (baixa/média/alta ou número de vezes por ano);

• Impacto estimado (em faixas financeiras);

• Nível de vulnerabilidade (alta/média/ baixa);

• Cálculo automático do risco anual esperado.

Exemplo prático – Ataque DDoS:

• Frequência estimada: três vezes ao ano;

• Impacto estimado - R$ 15 mil por evento (clientes insatisfeitos e reembolsos);

• Vulnerabilidade - Média (sem mitigação específica instalada);

• Risco anual estimado - R$ 45 mil. Após a identificação dos riscos, a equipe do provedor preenche uma tabela de avaliação quantitativa, estruturada com base nos componentes da FAIR (tabela I). Ela permite que os fatores sejam

avaliados de forma simples e padronizada, mesmo por quem não tem formação técnica em análise de riscos.

O cálculo do risco anual estimado é feito multiplicando a frequência de eventos pela magnitude média da perda:

Risco anual estimado = Frequência estimada (TEF) × Impacto financeiro (PLM)

Esse valor ajuda a responder à pergunta: quanto este risco pode custar por ano se nada for feito?

Com isso, a equipe pode comparar os riscos entre si e priorizar ações que tragam mais retorno com menor investimento. Baseada no resultado, a equipe concluiu que a instalação de um firewall de borda com detecção automática de anomalias, ao custo de R$ 8 mil, poderia reduzir a vulnerabilidade para a faixa baixa e o impacto médio para R$ 5 mil por evento, diminuindo o risco anual para R$ 15 mil, uma redução de R$ 30 mil ao ano.

Esse processo foi repetido para os demais riscos e consolidado em um painel visual com gráficos e indicadores, o que permitiu aos gestores compreenderem rapidamente quais eventos exigiam resposta mais imediata. Também possibilitou a priorização de investimentos com base em retorno sobre a mitigação (ROI do controle).

Benefícios observados

A experiência com a FAIR, mesmo em um ambiente de pequeno porte, demonstrou ganhos significativos para o provedor:

• Clareza estratégica - Os riscos deixaram de ser percepções vagas e passaram a ter valores mensuráveis, permitindo decisões mais embasadas. Facilita a comunicação da equipe técnica com executivos e conselhos;

• Priorização inteligente - Os investimentos passaram a ser direcionados para riscos de maior impacto ou alta frequência, otimizando o orçamento. Ganhos de clareza e priorização. Suporte à justificativa de investimentos em segurança e infraestrutura;

• Engajamento da equipe - O envolvimento de todos os setores no levantamento e análise dos riscos promoveu uma cultura de colaboração e responsabilidade compartilhada;

• Redução efetiva de perdas - Após a implementação de controles recomendados, o provedor registrou diminuição nas interrupções de serviço e menor evasão de clientes. Redução de riscos com medidas de baixo custo baseadas em evidência;

• Melhoria contínua - A planilha FAIR se tornou um instrumento de gestão recorrente, com atualizações periódicas que acompanham a evolução da empresa e do cenário externo. Suporta análises de cenários e simulações de perda.

Esses benefícios reforçam a viabilidade da metodologia FAIR como aliada estratégica para provedores regionais que desejam amadurecer sua gestão de riscos sem depender de soluções complexas ou custosas.

As adaptações tornam a FAIR uma metodologia realista para provedores regionais, promovendo uma visão estruturada dos riscos mesmo sem a sofisticação de grandes corporações.

Alguns dos benefícios são:

• Simplificação dos conceitos para uso prático;

• Como coletar dados básicos para a avaliação (histórico de incidentes, percepção técnica, impactos financeiros);

• Tabela de conversão prática (frequência anual, impacto médio estimado);

• Decisões baseadas em impacto financeiro. Provedores regionais operam com margens e orçamentos mais apertados. O FAIR ajuda a priorizar investimentos em segurança (firewall, backups, seguro cibernético) com base no custo vs risco real;

• Comunicação clara com sócios e gestores. Quando o risco é expresso em reais (R$), fica mais fácil justificar gastos com segurança: um ataque DDoS pode gerar um prejuízo estimado de R$ 100 mil por dia;

• Foco em riscos mais prováveis. O FAIR orienta a análise para eventos com maior chance de ocorrer e com maior impacto, ideal para provedores que não podem mitigar tudo.

Conclusão

Este artigo apresentou uma adaptação prática da metodologia FAIR, originalmente desenvolvida para grandes organizações, ao contexto dos provedores regionais brasileiros. De forma paralela, deseja-se evidenciar que a metodologia FAIR pode ser adaptada e aplicada de forma simples e eficaz a praticamente qualquer negócio.

Ao longo da experiência relatada, ficou evidente que, mesmo com recursos limitados, é possível adotar uma abordagem estruturada, quantitativa e visualmente clara para a gestão de riscos. A FAIR permite:

• Traduzir ameaças em impactos financeiros compreensíveis, apoiando decisões estratégicas e operacionais com maior precisão;

• Incentivar a adoção mesmo em ambientes com poucos recursos;

• Comunicar e sensibilizar sócios, investidores ou conselhos, inserindo um componente financeiro ao risco;

• Como próximos passos: a integração com controles, a revisão periódica, a cultura permanente de risco.

A adoção dessa metodologia pelos pequenos provedores não apenas fortalece sua resiliência frente a incidentes, como também eleva o nív el de profissionalismo do setor. A FAIR pode, e deve, ser incorporada como prática regular em empresas que desejam crescer de forma sustentável, com consciência de seus riscos e oportunidades.

REFERÊNCIAS

[1] FAIR Institute. FAIR Risk Taxonomy Technical Standard The Open Group, janeiro de 2009. Disponível em: fairinstitute.org.

[2] FAIR Institute. FAIR Controls Analytics Model (FAIR-CAM ). FAIR Institute, janeiro de 2025. Disponível em: fairinstitute.org.

[3] FAIR Institute. FAIR Materiality Assessment Model (FAIR-MAM). FAIR Institute, janeiro de 2025. Disponível em: fairinstitute.org.

[4] FAIR Institute. A FAIR Framework for Effective Cyber Risk Management. FAIR Institute, janeiro de 2025. Disponível em: fairinstitute.org.

[5] FREUND, Jack; JONES, Jack. Measuring and managing information risk: a FAIR approach. Burlington: ButterworthHeinemann, 2014.

[6] GAILLARD, Jean-Christophe. The Cyber Security Leadership Handbook for the CISO and CEO. USA: Corix Partners, 2022.

[7] HUBBARD, Douglas W.; SEIERSEN, Richard. How to Measure Anything in Cybersecurity Risk. New Jersey: John Wiley & Sons, Inc., 2023.

[8] JONES, Jack. An Introduction to Factor Analysis of Information Risk (FAIR). Risk Management Insight LLC, novembro de 2006. Disponível em: fairinstitute.org.

Guia de transceivers ópticos

O levantamento traz informações atualizadas dos transceptores ópticos com taxas até 400 Gbit/s. O guia também detalha os recursos oferecidos, tipo de transmissão, distâncias máximas atingidas e formatos físicos de cada linha de produtos, como GBIC, SFP e CFP.

Brazil Market (11) 97060-4522 n contato@brazilmkt.com.br

D-Net(41) 3021-1728 n dcaonline@dca.com.br

Datacom (51) 2399-2731 n comercial@datacom.com.br

Dicomp (44) 4009-2826 n thaise.bonaccini@dicomp.com.br

Fiberwan(11) 97119-8742 n contato@fiberwan.com.br

Fiberx(48) 3205-2275 n comercial@fiberx.com.br

Flexmedia(11) 91182-8983 n vendas@flexmedia.com.br

Fonnet Neworks (85) 98608-1048 n isabela.monteiro@fonnet.com.br

Gamma K(11) 99905-4183 n lhenrique@gammak.com.br

Intelbras(48) 2106-0006 n suporte@intelbras.com.br

Lightera Latam 0800 041 2100 lightera@latam.lightera.com

LightSpeed Optics (85) 99425-5408 n info@lightspeed.com.br

Mconn (31) 98457-8798 n mconn@mconn.com.br

Microcenter (11) 4199-8800 n contato@microcenter.com.br

O-Tech(11) 98947-2334 n otech@terzian.com.br

Rei do SFP (51) 99199-9933 n vendas@reidosfp.com.br

Skylane Optics (19) 3514-6000 n vendas@skylaneoptics.com.br

Tellycom (85) 4042-1245 n comercial@tellycom.com.br

TP-Link (11) 94041-4914 n vendas.br@tp-link.com

TXO(43) 99141-0838 n raphael.bajo@txo.com

Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 89 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Redes, T T Telecom e Instalações elecom Instalações elecom elecom , julho de 2025. Este e muitos outros Guias RTI estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/rti e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

Formato físico Tipo de transmissão Tipo de fibra
Distâncias máximas

Redes Ethernet em par trançado de 2,5 e 5 Gbit/s

Prof. Dr. Wagner Luiz Zucchi, Professor Adjunto da Escola Politécnica da Universidade de

ÉEste artigo apresenta os padrões mais recentes para redes Ethernet cabeadas, com ênfase no IEEE 802.3bz, que viabiliza velocidades de 2,5 e 5 Gbit/s sem necessidade de substituir a infraestrutura de rede existente. Assim, cabos Categoria 5E podem alcançar 2,5 Gbit/s, enquanto cabos Categoria 6 atingem 5 Gbit/s, mantendo um alcance de até 100 metros, graças aos avanços nas tecnologias de correção de erros.

fato bastante conhecido que as redes sem fio, além de oferecerem grande comodidade de instalação, estão aumentando sua taxa de transmissão, de modo a permitir um menor tempo de transmissão de arquivos de tamanhos significativos. A tabela I apresenta um resumo dos padrões da família IEEE 802.11, com os nomes originais, data de publicação e taxa máxima de transmissão permitida.

Esses padrões funcionam em várias faixas de frequência e oferecem canais com diferentes larguras. No entanto, a disponibilidade dessas faixas varia conforme as legislações.

Deve-se considerar também que as velocidades indicadas são máximas, que só podem ser atingidas em condições ideais. Os transmissores são capazes de se adaptarem a cada ambiente, reduzindo a taxa de modo a manterem uma qualidade aceitável. O objetivo da tabela I não é garantir a taxa de transmissão em um ambiente específico, mas mostrar a evolução da tecnologia.

É ainda importante lembrar que as taxas indicadas descrevem a capacidade do sistema, que será dividida por vários usuários, de acordo com suas necessidades. A presença de clientes com

diferentes padrões de WiFi também degrada o uso do meio físico.

Mas as redes locais sem fio vêm apresentando um progresso notável. Em menos de 30 anos, a taxa de transmissão máxima aumentou em 23 mil vezes.

O leitor pode pensar que, em breve, as redes cabeadas não serão mais necessárias, pelo menos em instalações de curta distância. No entanto, essa conjectura não parece correta a curto prazo, pois, por um lado, as redes sem fio não são adequadas para todos os ambientes e, por outro, as redes cabeadas continuam aprimorando seu desempenho.

Tecnologias de suporte para redes Ethernet cabeadas

Quando se fala em redes cabeadas, pode-se pensar nos cabos de cobre ou nas fibras ópticas como meio de transmissão. As redes Ethernet ópticas apresentaram nos últimos anos um notável

802.11a 199954 Mbit/s

802.11b 199911 Mbit/s

802.11g 200354 Mbit/s

802.11n (WiFi 4) 2009 600 Mbit/s

802.11ac (WiFi 5) 2013 6,9 Gbit/s

802.11ax (WiFi 6) 201910 Gbit/s

802.11be (WiFi 7) 202446 Gbit/s

São Paulo
Tab. I - Padrões da família IEEE 802.11

REDES LOCAIS

progresso na taxa de transmissão, na capacidade de compartilhamento e na flexibilidade na escolha do tipo de fibra. Todavia, esse é assunto para um artigo futuro.

As redes de par trançado utilizam cabos de cobre. A qualidade do cabo, do ponto de vista de transmissão, é determinada pelo diâmetro dos condutores e pela uniformidade da blindagem (no caso de cabo blindado). Cabos de melhor qualidade conseguem transmitir maior quantidade de informação, mas são mais caros por exigirem mais material e mais precisão na sua montagem.

Novos padrões para redes Ethernet com cabos de cobre

O IEEE - Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos tem lançado vários novos padrões para redes Ethernet cabeadas. Neste artigo vamos analisar o documento IEEE 802.3bz - NBase-T e MGBase-T, aprovado em 2016 e

Fig. 1 – Transceptor genérico de 2,5 Gbit/s com cabo de cobre e conector RJ-45. Fonte: https:// www.optcore.net

posteriormente incorporado ao padrão IEEE 802.3 básico, um documento que hoje tem mais de 7000 páginas.

O novo padrão introduz duas alternativas intermediárias entre o Ethernet de 1Gbit/s (1000 Base-T) e o de 10 Gbit/s (10GBase-T): 2,5 Gbit/s (2,5GBase-T) e 5 Gbit/s (5GBase-T).

A grande vantagem dos novos padrões é o custo dos equipamentos, pouco superior aos de 1 Gbit/s e inferior aos de 10 Gbit/s. Na verdade, os novos dispositivos utilizam a tecnologia de modulação do 10 Gbit/s, com relógio de transmissão reduzido por 4 ou por 2. A maior economia, no

entanto, vem da compatibilidade com o cabeamento existente de Categorias 5E e 6, mesmo para distâncias de 100 metros.

A figura 1 mostra um transceptor de 2,5 Gbit/s, anunciado na Internet com o respectivo preço, documentando a relativa facilidade dessa transição. O custo anunciado desse componente é de US$ 23 fora imposto. Em comparação, um transceptor de 10 Gbit/s pode custar de US$ 80 a US$ 100 e o custo de um transceptor de 1 Gbit/s cai para cerca de US$ 10.

Mas o fato de poder usar o cabeamento existente e ser compatível com as outras tecnologias baseadas em cabos de par trançado é uma grande vantagem. É possível migrar a rede somente onde há demanda por transmissão de alta velocidade. O usuário pode comprar apenas as portas de switch e as placas de rede dos servidores e das estações de trabalho de alta velocidade.

Além disso, os drivers de servidores e estações de trabalho podem ser configurados para operação em 2,5 ou 5 Gbit/s. Também estão disponíveis switches com essas velocidades. Tanto o Windows como o Ubuntu já possuem drivers para operação nas novas velocidades.

O uso de estações com diferentes taxas de transmissão (10 Mbit/s, 100 Mbit/s, 1 Gbit/s, 2,5 Gbit/s e 5 Gbit/s) na mesma rede cabeada não causa impacto no desempenho global. Em uma rede sem fio, pelo contrário, se uma estação lenta está transmitindo, todos têm de esperar e os tempos de turnaround são proporcionalmente maiores.

Dessa forma, a migração para uma rede de maior velocidade, compatível com as tecnologias WiFi mais recentes, é muito facilitada e com baixo custo.

Como funcionam os padrões Ethernet de 2,5 e de 5 Gbit/s?

O leitor menos técnico pode pensar que aumentar a taxa de transmissão é simplesmente uma questão de transmitir mais sinais elétricos no mesmo tempo. No caso do padrão 2,5 Gbit/s, duas vezes e meia mais bits, e cinco vezes mais no caso do padrão de 5 Gbit/s em relação ao de 1 Gbit/s.

Mas não é bem assim. Transmissão de sinais mais curtos implica frequências mais altas e o par trançado tem uma limitação de frequência. Sinais de frequência maior são fortemente atenuados. A faixa de frequências que o cabo consegue transmitir é um parâmetro chamado “banda passante”.

Por exemplo, o cabo Categoria 5E tem uma banda passante típica de 100 MHz. Para uma transmissão bipolar simples, isso implica uma taxa de sinalização da ordem de 50 Mbit/s. Como tem-se 4 vias paralelas e duas direções de transmissão, há uma taxa agregada de 100 Mbit/s em cada direção. Lembre-se que no Fast Ethernet os sinais são enviados simultaneamente nas duas direções.

Para operar em 2,5 Gbit/s é preciso aumentar essa capacidade em 25 vezes, ou 50 vezes para o 5 Gbit/s no mesmo cabo. Há 20 anos isso seria impossível em termos técnicos e financeiros, mas hoje a história é outra.

Princípios de funcionamento

A modulação em 2,5 Gbit/s é feita com um sistema denominado 128 DSQ (Double Square QAM). Desse modo, cada símbolo contém 7 bits. Como tem-se 4 vias para transmissão paralela,

em cada tempo de símbolo são enviados 28 bits. Isso resulta em uma taxa de símbolo pouco superior a 83 milhões de símbolos por segundo, o que é compatível com a banda de 100 MHz do cabo de Categorias 5E ou 6.

É compatível, mas não é fácil. Os símbolos estão bastante próximos entre si e, sem correção, a taxa de erros seria inaceitavelmente alta. Para evitar esses erros, usa-se um código corretor na transmissão (FEC – Forwarding Error Correcting), uma maravilha tecnológica denominada LDPC - Low Density Parity Check. Esse tipo de código fica bem perto do limite de Shannon para a capacidade de um canal e é fácil de implementar.

Apesar de seu espetacular desempenho, os códigos do tipo LDPC foram inventados em 1960, em uma tese de doutorado do MIT – Massachusetts Institute of Technology, nos EUA, por Robert Gallager. Ficaram esquecidos até 1996 e foram redescobertos como uma alternativa aos turbo codes, uma tecnologia semelhante que apareceu em 1993, mas cuja patente exigia royalties para sua utilização. Hoje, após novos progressos os LDPCs apresentam desempenho superior aos turbo codes. A patente original desses códigos expirou em 2013.

A ideia de todos os códigos verificadores é acrescentar bits à sequência de bits original, seguindo uma regra de montagem pré-especificada. Se algum bit é alterado durante a transmissão, a sequência recebida deixa de ser válida e pode ser corrigida.

No caso dos padrões de 2,5 e de 5 Gbit/s, o código LDPC utilizado é do tipo (2048, 1723), o que significa que são transmitidos 2048 bits para cada 1723 bits de informação original.

O processo em si é complexo demais para este artigo e do ponto de vista do usuário da rede não faz diferença alguma. O leitor interessado pode consultar o livro Finite Geometries, LDPC Codes and Cryptography, de Vasyl Ustimenko e Urszula Románczuck (Universidade Marie-Curie, 2012).

O que importa é que uma taxa de erro de 10-12 é conseguida quando o sistema é adequadamente instalado e os níveis de emissão eletromagnética são compatíveis com os demais tipos de rede Ethernet. A autonegociação permite a compatibilidade com as placas Ethernet de menor velocidade e a adoção do novo padrão possibilita uma migração eficiente e econômica das redes existentes para a nova infraestrutura de alta velocidade.

Quatro feiras e congressos. Uma aliança pelo avanço global das energias renováveis.

GERAÇÃO DE ENERGIA + CALOR

INTE RS OLA R: CON EC TAND O O

SE TOR S OLA R

A Intersolar é a principal feira para o setor solar, com foco em energia fotovoltaica, tecnologias termossolares e usinas de energia solar. Desde sua fundação, mais de 30 anos atrás, a Intersolar tornou-se a mais importante plataforma para fabricantes, fornecedoras, distribuidoras, instaladoras, prestadoras de serviços, desenvolvedoras de projetos, planejadoras, além de novas empresas no setor solar.

ARMAZENAMENTO DE ENERGIA —

EE S: IN OVA ND O O

A RMAZE NAME NTO D E E NERG IA

A ees é a feira internacional de baterias e sistemas de armazenamento de energia. Reúne fabricantes, distribuidoras, desenvolvedoras de projetos, integradoras de sistemas, usuários profissionais e fornecedoras de tecnologias inovadoras de baterias e soluções sustentáveis de armazenamento de energias renováveis, tais como hidrogênio verde e produção eletrolítica de gás.

USO DE ENERGIA

P OWE R2DRI VE: E NERGI A PA RA O FUTUR O DA M OBILI DAD E

A Power2Drive é a feira internacional focada em infraestrutura de carregamento e eletromobilidade, reunindo fornecedores, operadoras de postos de recarga, fabricantes, instaladoras e administradoras de frotas e energia. O evento destaca como a geração, o armazenamento, a distribuição e o uso da energia interagem e se articulam inteligentemente.

DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA

Eletrotec+EM-Power : INFRAESTRUTURA E GESTÃO DE ENERGIA

A Eletrotec+EM-Power South America é a feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia, enfocando tanto tecnologias para distribuição de energia elétrica quanto serviços e soluções informáticas para gestão de energia aos níveis de rede, de serviços públicos e de edificações. Destacando geração, armazenamento, distribuição e uso da energia e as maneiras como esses aspectos interagem e podem se articular inteligentemente.

O futuro da qualidade de experiência: do Wi-Fi ao SDN

Nos anos 90, uma tecnologia surgiu como solução de todos os problemas: o ATM - Asynchronous Transfer Mode, que misturava os mundos síncrono, como a voz e o vídeo, que exigem entrega contínua e em tempo real, e assíncrono, com dados que toleram variações de tempo, lidando com essas diferentes características de tráfego sob uma mesma estrutura de comunicação. Simultaneamente, a Internet ganhava popularidade, uma rede caótica, tecnologicamente simples e distribuída, simplesmente roteando pacotes IP.

O tempo passou, o ATM desapareceu e todos convergiram para a rede IP. Tudo passa pela Internet, dados, voz e vídeo numa única rede, trazendo à tona questões que o ATM resolvia há 30 anos ao segmentar e tratar dados com diferentes requisitos, características de velocidade e latência, exatamente o que os novos protocolos de roteamento segmentado ( segment routing ) entregam, permitindo que dados com diferentes

Esta seção aborda aspectos tecnológicos das comunicações corporativas, em especial redes locais, mas incluindo também redes de acesso e WANs. Os leitores podem enviar suas dúvidas para Redação de RTI, e-mail: inforti@arandanet.com.br.

requisitos percorram caminhos diferentes na rede em um universo com tráfego com ordens de magnitude maior.

Mas para que toda essa conversa histórica? Porque, no final, tudo o que sempre se quis e se quer é assegurar a qualidade de experiência do usuário, ou seja, a garantia de que cada aplicação, dados, voz, vídeo, se comportem da maneira esperada: voz limpa, sem cortes ou atrasos; fluxo de dados que permitam navegação e aplicações funcionando de forma fluida, sem interrupções e com tempos de resposta compatíveis; vídeo de alta qualidade sem falhas. Entregar tudo isso passa por desafios e algumas obviedades.

Provedores de banda larga têm um único discurso: velocidade. O raciocínio simplista é: se eu entregar uma velocidade que consiga lidar com toda a carga de dados do usuário, posso supostamente ignorar as múltiplas aplicações que estão ocupando essa banda. Ou seja, quanto mais larga for a banda larga, melhor. O que todo o provedor sabe, mas prefere não discutir, é que a entrega da banda larga não é, e faz muito tempo, o lugar em que o serviço “real” é entregue. Esse lugar é o Wi-Fi.

Na maioria das residências, 100% do tráfego passa antes pelo Wi-Fi e só depois ingressa no que entendemos por banda larga. No último encontro combinado do Broadband Forum e Wireless Global Congress , realizado em

maio em Dallas, EUA, Rajat Ghai, VP de Engenharia da Comcast e responsável pelo serviço Xfinity Wi-Fi, revelou o óbvio silencioso: “Somos uma empresa de Wi-Fi”. O que isso significa na prática? Que, se o provedor de banda larga não garantir a experiência no Wi-Fi, perde o cliente, simples assim. O Wi-Fi não é problema do usuário, como gostaríamos que fosse.

A questão é que o problema não para de crescer. Enquanto escrevia o artigo, olhei para o meu roteador que estava, no momento, com 23 dispositivos conectados. Se fosse mais cedo, poderíamos somar mais duas ou três TVs e acrescentar dois notebooks. Pelo menos três gerações de Wi-Fi (como 802.11n, ac e ax) vivem sob o mesmo teto. Isso significa uma guerra de gerações, onde dispositivos mais antigos podem impactar o comportamento dos mais novos. O usuário médio não percebe essa guerra silenciosa, somente sofre as consequências e reclama.

Dado que o problema está posto, qual a solução? Muita tecnologia aplicada, que passa por uma pequena grande revolução. “Pequena” porque envolve conceitos já existentes, mas “grande” porque representa uma transformação profunda. Ela começa pela observação do que acontece na casa do usuário, quais aplicações estão acontecendo a cada momento e como estão se comportando. Sem ter dados sobre a experiência do

usuário, tudo é um tiro no escuro e desperdício de recursos. Com os dados em mãos, é o momento de partir para a ação, que pode acontecer na casa do usuário, substituindo dispositivos, orientando e fazendo intervenções corretivas. E pode (e deve) acontecer também na rede do provedor, fora da casa do cliente. O problema é que as redes dos nossos provedores não estão prontas para isso pois estão engessadas em uma enorme e crescente complexidade, muitas vezes resultante da diversidade de soluções e interesses de diversos fornecedores que se beneficiam dessa complexidade. Os líderes de inovação nesse mercado têm investido pesadamente na simplificação e automação dessas redes, aplicando os conceitos de SDN –Software Defined Networks, que começaram a ganhar força

há cerca de 15 anos, mas que ainda contam com uma adoção limitada no Brasil.

Na mesma palestra da Comcast, foi apresentado o fantástico número de 370 mil alterações de rede nos últimos 12 meses. Isso só é possível com um SDN apoiando uma carga elevada de testes e ações automatizadas. Os mesmos testes funcionais que os fabricantes utilizam nos cenários de análises de roteadores e switches aplicados para antecipar efeitos colaterais de mudanças e garantir a segurança do serviço. Isso viabiliza outros dois conceitos antigos: self-healing networks , redes capazes de identificar anomalias ou mudanças de perfil de tráfego e solucioná-las sem intervenção humana; e intent-based networking , processo automatizado de configuração de rede que

responde aos objetivos do negócio que devem ser atendidos.

Para encerrar, estamos na infância da aplicação de IA – Inteligência Artificial em telecom, o que eu chamaria de IA “no core”. Os dados são massivos, desde a análise de comportamento de aplicações na casa do usuário até a telemetria profunda dos elementos de rede, passando por toda a área de cibersegurança. A combinação do uso de IA para análise desses dados e o uso dos resultados como entrada para os mecanismos de self-healing são ferramentas muito poderosas, mas dependem de uma rede construída para ser automatizada. É um investimento que deveria ser prioritário e urgente para qualquer operadora de médio porte.

O sexto domínio da guerra

Antes de entrar no tema desta edição, deixo um breve esclarecimento ao leitor. Na última edição da seção Segurança ( RTI junho de 2025, no 301), finalizei o artigo informando que abordaria de forma mais aprofundada o conceito de ITDR – Identity Threat Detection and Response na RTI de julho, no 302. Mas, com o recente agravamento do conflito entre Irã e Israel, optei por discorrer sobre um assunto que não costuma merecer destaque no noticiário, mas que sempre se faz presente em cenários como esse: a guerra cibernética. Por isso, o texto sobre ITDR será publicado na seção Segurança da RTI de agosto de 2025, edição no 303.

Já faz bastante tempo que os estrategistas militares incorporaram a segurança cibernética como uma arma para a defesa e o ataque em um conflito militar, englobando o “ciberespaço” como um quinto domínio de ação militar, além dos tradicionais terra, mar e ar, e do mais restrito domínio espacial. Assim, ninguém mais se surpreende quando as ações físicas são combinadas com as virtuais, como estamos vendo mais uma vez no mais novo conflito no Oriente Médio envolvendo Israel e o Irã.

A guerra cibernética é por definição um domínio equilibrado, em que mesmo

países com pouquíssimos recursos militares tradicionais podem empreender ações altamente destrutivas, sejam diretas ou de atrito, contra um inimigo. Além disso, ela equipara também as distâncias, permitindo que um país ataque o outro em qualquer lugar do mundo. E assim vamos vendo notícias diversas de ataques de ambas as partes, além de um alerta geral pelo Departamento de Segurança Interna (Homeland Security) dos Estados Unidos, emitido no dia 22 de junho, logo após o bombardeio norte-americano, sobre potenciais ações contra as redes de dados norte-americanas. O alerta faz sentido, já que nos últimos anos as autoridades do país detectaram uma série de ataques iranianos. Hackers iranianos chegaram a roubar informações da campanha de Donald Trump no ano passado. Entre os atores mais conhecidos está o grupo intitulado

“CyberAv3ngers”, responsável por ataques contra a infraestrutura crítica desde ao menos 2023, e associado, de acordo com o governo dos Estados Unidos, ao IRGC - Iranian Government’s Islamic Revolutionary Guard Corps, a Guarda Revolucionária Islâmica do Irã. O Departamento de Estado dos EUA está oferecendo uma recompensa de US$ 10 milhões por informações sobre o grupo.

Os ataques do CyberAv3ngers ganharam relevância no final de 2023, quando empreenderam uma campanha contra equipamentos PLC - Controlador Lógico Programável e IHMInterface homem-máquina fabricados pela empresa

israelense Unitronics. Ambos são usados nos Estados Unidos em ferramentas de saneamento público e fornecimento de água, além de outros tipos de indústrias ao redor do mundo. A mensagem deixada pelos atacantes não deixava dúvidas sobre os seus objetivos: “Você foi hackeado, abaixo Israel. Todo equipamento fabricado em Israel é alvo legal da CyberAv3ngers”.

É de se notar que, de acordo com o relatório da Agência de Defesa Cibernética (America’s Cyber Defense Agency), responsável pela segurança da infraestrutura crítica do país, os PLCs atacados estavam conectados à Internet sem necessidade, eram acessíveis pelas suas portas padrão e estavam ainda com as senhas default ou até sem nenhum código de acesso, algo evidentemente evitável e que nos dias de hoje é quase um convite para ser invadido. E quando levamos em consideração que se trata de estrutura crítica de um país alvo, a falha chega a ser surreal.

Mas nem sempre o trabalho dos atacantes é facilitado. O site

ArsTechnica relatou em artigo do dia 20 de junho um ataque DDoS – Distributed Denial of Services recorde com 7,3 Tbit/s, bem mais que os 6,3 Tbit/s noticiados no site KrebsonSecurity em maio, e os 6,5 Tbit/s reportados pela Nokia em março, oriundos da botnet Eleven11bot. Outra rede suspeita de ser utilizada nas ações é do Miraibot e similares, do qual já tratei aqui em RTI. As redes Mirai são montadas com dispositivos caseiros, como os roteadores de Internet ou câmeras simples. O site não revelou o alvo ou o ator do ataque, mas serve como um alerta

da capacidade crescente e potencial desses grupos.

Esta fragilidade das arquiteturas críticas em mãos de empresas privadas levou o Atlantic Council, um think tank norte-americano, a publicar um relatório sobre o que eles chamaram de “sexto domínio” em uma guerra: o setor privado. O relatório pode ser baixado do site do instituto, em https://abrir.link/OcMxu. Esse sexto domínio não estaria limitado ao domínio da segurança cibernética, mas seria intrinsecamente conectado a ela.

Atualmente, todos os países possuem suas normas e regulamentos sobre segurança da informação em geral, o que inclui redes, computadores e sistemas. No Brasil, essas regras são publicadas pela ABNT. No relatório do Atlantic Council, voltado à segurança dos Estados Unidos, porém extensível a qualquer outro país, o instituto prega que o setor privado deve ser incluído no planejamento estratégico em caso de guerra, o que

vai bem além das medidas preventivas e de preparação, e entra em um campo de coordenação estratégica centralizada dos recursos privados. Com isso, empresas privadas devem ceder certo nível de controle operacional às autoridades militares. Mais especificamente, o relatório cita uma entidade de coordenação das atividades em apoio à segurança nacional em caso de guerra, entre outras medidas, como a criação de um corpo de reservistas especializados em segurança cibernética, para acionamento sob demanda, nos mesmos moldes da atual Guarda Nacional dos Estados Unidos.

Uma das áreas de infraestrutura especialmente citada é a dos cabos submarinos de comunicação, um alvo militar evidente, e que inclusive foi alvo de suspeitas no conflito entre Rússia e Ucrânia. No final do ano passado, dois cabos no Mar Báltico foram cortados. De acordo com as autoridades da Alemanha, intencionalmente. Para proteger os

cabos, o relatório propõe um corpo de segurança internacional, composto pelos governos e empresas privadas que operam as conexões.

Com o agravamento das tensões globais e o aumento dos gastos militares em geral, espera-se também o investimento nas capacidades ofensivas e defensivas cibernéticas. Mas, como no caso dos PLCs atacados em solo americano, a base é ainda seguir os manuais mais elementares de segurança da informação. Faz sentido investir cada vez mais em segurança, mas esses aportes não irão contornar os erros crassos.

Marcelo Bezerra é especialista em segurança da informação, escritor e palestrante internacional. Atua há mais de 30 anos na área, com experiência em diferentes áreas de segurança cibernética. No momento, ocupa o cargo de Gerente Sênior de Engenharia de Segurança na Proofpoint. Email: marcelo.alonso.bezerra@gmail.com.

Qual é o significado de o comprimento não ser um parâmetro para o critério de “passa” ou “falha” em um teste de certificação de cabeamento balanceado em campo, conforme a série de normas ISO/IEC 11801 e ABNT NBR 14565? Parte 3

Iniciamos na RTI maio de 2025, edição no 300, aqui em Interface, uma discussão sobre o comprimento de enlaces e canais em cabeamento estruturado, como avaliar o comprimento em um critério de “passa” ou “falha” em testes de certificação em campo e os efeitos da variação do comprimento no desempenho do canal de transmissão.

Parte 3

Nas duas últimas edições de Interface, revisamos os modelos de testes de certificação de canais e enlaces permanentes em cabeamento estruturado, os fatores que afetam o comprimento de um canal de transmissão e começamos uma breve

análise do quão significativa é a atenuação de um canal para a transmissão de sinais. Também discutimos sobre a importância do material do dielétrico e como isto afeta o desempenho de transmissão dos cabos de telecomunicações e fizemos uma breve comparação entre alguns exemplos de material dielétrico e as respostas de velocidade de propagação e NVP – Velocidade Nominal de Propagação dos cabos.

Nesta edição de Interface vamos aprofundar um pouco a discussão sobre

parâmetros de transmissão especificados em normas técnicas para ambientes comerciais são todos para a temperatura ambiente de 20°C.

No entanto, antes de entrarmos na discussão da resistência propriamente dita, vamos revisar um conceito extremamente importante em linhas de transmissão, que é sua impedância característica.

Considerações sobre a impedância característica de uma linha de transmissão

Esta seção se propõe a analisar tópicos de cabeamento estruturado, incluindo normas, produtos, aspectos de projeto e execução. Os leitores podem enviar suas dúvidas para Redação de RTI, e-mail: inforti@arandanet.com.br.

a atenuação e seus fatores determinantes em linhas de transmissão.

A resistência de um condutor metálico aumenta em função da temperatura operacional. Os dados de catálogo e os

Sabemos que uma linha de transmissão (lembrando que um cabo balanceado se comporta como uma linha de transmissão) é composta por um arranjo de resistência (R), indutância (L), condutância (G) e capacitância (C), que pode ter diversas configurações e ser representada por diferentes modelos, conforme mostrado na figura 1.

Estes são os parâmetros primários de uma linha de transmissão, ou seja, aqueles que a compõem e lhes conferem as características elétricas para a transmissão de sinais, no caso de um canal de telecomunicações, ou para a transmissão de energia elétrica de forma mais geral. Os modelos apresentados na figura 1 não são os únicos para a modelagem de uma linha de transmissão, pois existem diversos outros modelos e variações. O modelo T simétrico, em particular, é ao meu ver o mais adequado para

Fig. 1 – Exemplos de modelos de linha de transmissão

Fig. 2 – Representação esquemática de uma linha de transmissão terminada com uma impedância de carga de mesmo valor de sua impedância característica

modelar cabos de pares balanceados. De forma geral, qualquer um deles pode ser usado para modelar uma linha de transmissão.

Entre os parâmetros secundários de uma linha está a impedância característica, representada por Z0 na literatura técnica e acadêmica. Para os cabos balanceados utilizados em sistemas de cabeamento estruturado, seu valor é de 100 Ω com uma tolerância típica de ±15%. Portanto, é esperado que esse valor varie entre 85 Ω e 115 Ω para cabos balanceados de todas as categorias de desempenho reconhecidas para aplicação em sistemas de cabeamento estruturado.

A impedância característica de uma linha de transmissão pode ser definida como a relação entre as amplitudes de tensão e corrente de uma onda que se propaga pela linha à velocidade próxima à da luz no vácuo em um determinado sentido, na ausência de reflexões no sentido oposto. Para a determinação dessa relação uma linha teórica de comprimento infinito (que seria a única maneira de não haver reflexões) e sem perdas é considerada. Na prática, a impedância característica pode ser compreendida como o equivalente elétrico (em ohms) de seus componentes R, L, G e C. Uma forma de se aproximar de uma linha de comprimento infinito é manter o valor da impedância

característica constante ao longo de todo o canal e terminá-lo com uma carga de mesmo valor de impedância, conforme mostrado na figura 2. Conforme esquematizado na figura 2a, a terminação da linha deve ser feita com impedância de mesmo valor de sua impedância característica para acoplamento ótimo (casamento de impedância) entre a fonte e a carga. O acoplamento ótimo resulta em reflexão mínima, aproximando o canal limitado em comprimento a um canal de comprimento infinito. Para exemplificar uma configuração prática (figura 2b), a fonte de sinal pode ser uma porta de um switch Ethernet

Importante!

Embora o valor da impedância característica esteja sujeito a uma variação importante em torno de seu valor nominal, ou seja, com uma tolerância de ±15%, é fundamental entender que, ao contrário de seus componentes quando considerados individualmente, a impedância característica se mantém constante para toda a largura de banda operacional do canal. Enfatizando, ela não varia com a frequência e nem com o comprimento do canal.

(transmissor) e a carga (receptor), uma porta LAN de um dispositivo terminal de rede, dispositivo de automação, hotspot Wi-Fi, etc. Em cada ciclo de comunicação, as posições da fonte e da carga são invertidas no canal, porém o casamento de impedância deve sempre ser mantido. Como não existe uma linha de transmissão de comprimento infinito e sem perdas, o valor desse parâmetro está sujeito a uma tolerância grande, da ordem de 15% para cabos balanceados, já mencionado. Outra causa para essa grande variação é a tolerância sobre o valor de cada componente individualmente (R, L, G e C).

A capacitância mútua, por exemplo, tem uma tolerância elevada, da ordem de 20%. A indutância, por apresentar um comportamento bastante instável para diferentes condições da linha, não tem um valor bem determinado e, portanto, não é conhecida. A resistência é o componente cuja resposta é mais bem controlada e apresenta baixa tolerância em relação aos demais componentes.

É nesse parâmetro que vamos colocar o foco da discussão, pois seu comportamento em baixas e altas frequências exerce forte influência na resposta de atenuação de cabos com condutores metálicos e, consequentemente, no limite de comprimento de um canal de transmissão.

Na próxima edição de Interface discutiremos o comportamento da resistência em diferentes condições de temperatura e variação da frequência operacional do canal.

Paulo Marin é engenheiro eletricista, doutor em interferência eletromagnética aplicada à infraestrutura de TI e telecomunicações e mestre em propagação de sinais. Marin é membro sênior do IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers, consultor, palestrante, coordenador da ABNT/Cobei e autor de livros técnicos.

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O Micro Optilex, da Kanaflex, é um sistema composto por microdutos em PEAD – Polietileno de Alta Densidade com ranhuras

internas longitudinais. Este design reduz significativamente o atrito durante o lançamento de cabos ópticos, garantindo maior eficiência e alcance em instalações rápidas e escaláveis. Site: www.kanaflex.com.br.

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O Bezinal, da Belgo Arames, é um arame para gancho esticador fio FE que oferece vantagens sustentáveis, pois reduz o número de substituições por conta de corrosão. Além disso,

melhora a disponibilidade e qualidade do serviço de telefonia para o assinante, evitando interrupções. A solução vem com revestimento de fábrica, dispensando investimentos em processos de galvanização. Site: www.belgo.com.br.

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Fabricado pela Motorola Solutions, o TLK-110 é voltado para indústrias que exigem comunicações imediatas e seguras, como segurança privada, transporte e logística, construção e manufatura. A solução foi desenvolvida para operar com WAVE PTX, serviço de comunicação em grupo da Motorola Solutions que conecta dispositivos e redes

com apenas um toque no botão PTTPush-to-Talk. Essa característica permite a comunicação entre redes 4G e Wi-Fi, bem como com dispositivos móveis. Apresenta tela monocromática de duas linhas, botão dedicado de emergência, função de profissional solitário e alerta de pessoa caída, além de cancelamento de ruído por IA - Inteligência Artificial. Site: www.motorolasolutions.com.

Gerenciamento de infraestrutura de data center

A R&M disponibilizou a sexta geração do pacote de software inteliPhy . Com a ferramenta, o usuário pode planejar tridimensionalmente a infraestrutura de um espaço cinza e agora também os confinamentos em data centers de colocation. Componentes como racks, patch panels, gabinetes flexíveis, dutos de cabos, cabos trunk e equipamentos ativos são adicionados a partir da biblioteca de

modelos usando o recurso de arrastar e soltar. Estes agora também podem ser pesquisados por meio de números de peças. Uma nova funcionalidade é a capacidade de projetar espaços de centros de dados personalizados em vez de usar blocos de tamanho fixo, aumentando assim a flexibilidade. Site: www.rdm.com.

Câmera

A câmera dome da série AK – Analog Killer apresenta resolução de 2 MP. Com cúpula de plástico e

microfone embutido, oferece suporte para detecção de movimento. Fabricada e comercializada pela Tiandy. Site: https://en.tiandy.com/.

Micro data center

O vBOX EDGE, da cloudvBOX, é um micro data center e independente com alta capacidade de processamento e armazenamento para ambientes de missão crítica. A solução oferece 2 PB de storage SSD/SATA/NVME e 6 TB de memória por box. O processamento é

realizado por 6 unidades e suporta até a 6ª geração dos processadores Intel Xeon e a 5ª e última geração da AMD, com até 2560 vCPUs. Já a taxa de transferência mínima é de até 400 Gbit/s por porta, com capacidade de 6,25 kW, porém o box suporta upgrades de até 10 kW. Site: www.cloudvbox.com.

m Tendências e Atualidades em Computação e Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), o leitor encontrará tópicos como mineração de dados (data mining), redes neurais, árvores de decisão, análise de séries temporais, KDD - Knowledge Discovery Database, algoritmos K-Means, Apriori e C4.5. De autoria de Juliano Schimiguel, a obra discute a computação natural, os algoritmos evolutivos, computação neuromórfica e com DNA, sistemas imunológicos artificiais e vida artificial. O livro ainda aborda arquiteturas em nuvem como IaaS – Infrastructure as a Service, PaaS – Platform as a Service e SaaS – Software as a Service. Disponível nas versões física e digital. Editora Ciência Moderna (https://abrir.link/AseNZ), 260 páginas.

Netskope disponibilizou o Relatório de Ameaças e Nuvem de IA Generativa 2025. Produzido pelo Netskope Threat Labs, o documento detalha a onipresença do uso da IA – Inteligência Artificial generativa (genAI) no universo corporativo. No momento da

conclusão do estudo, a Netskope tinha visibilidade de 317 aplicações de genAI como ChatGPT, Google Gemini e GitHub Copilot. Uma análise mais ampla revela que 75% dos usuários corporativos estão acessando aplicações com recursos genAI, gerando um problema ainda maior às equipes de segurança: a ameaça interna não intencional. Os dados revelam um aumento de 30 vezes nos dados enviados para aplicações de IA generativa por usuários corporativos no último ano. Isso inclui dados confidenciais, como código-fonte, dados regulamentados, senhas, chaves de acesso e propriedade intelectual, crescendo significativamente os riscos de violações que geram prejuízo financeiro, quebra de compliance e roubo de propriedade intelectual. A análise, em inglês, pode ser consultada na íntegra pelo site: https://abrir.link/PJEAM.

Com diversos exemplos de aplicação para os tópicos apresentados, a obra traz, no final de cada capítulo, seções dedicadas à implementação de casos que utilizam Python, uma das linguagens de programação mais utilizadas atualmente. Disponível nas versões física e digital. Editora LTC (https://abrir.link/vNmeT), 256 páginas.

Connectoway ...............21

Corning .........................19

D2W..............................46

Datacom .......................15

livro Probabilidade na Prática

Utilizando a Linguagem Python, de Morganna Diniz e Felipe Ribeiro, mostra os conceitos fundamentais da disciplina de probabilidade.

livro Artificial Intelligence: Achievements and Recent Developments apresenta o desenvolvimento e a implementação de IA - Inteligência Artificial de última geração, com foco em resultados recentes. A obra, editada por Anatolii I. Shevchenko e Yuriy P. Kondratenko, ambos profissionais do Instituto de Problemas de Inteligência Artificial do Ministério da Educação e Ciência e Academia Nacional de Ciências da Ucrânia, analisa as perspectivas de implementação de IA, novas tendências de pesquisa desenvolvimento da tecnologia, bem como os desafios e riscos correspondentes. Editora River Publishers (https://abrir.link/ezwBQ).

Quando o retrocesso se disfarça de atualização. O impacto do fim da Norma 4

A aprovação, em abril de 2025, da revogação da Norma nº 4/1995 pelo Conselho Diretor da agência reguladora do setor de telecomunicações, com efeitos previstos a partir de janeiro de 2027, acende um grave alerta para todos que valorizam uma Internet livre, descentralizada e acessível no Brasil. Embora apresentada sob o rótulo da modernização regulatória, a medida representa sérios retrocessos em aspectos como governança da Internet, inclusão digital e sustentabilidade do ecossistema dos provedores regionais. Instituída em um momento basilar da construção da Internet brasileira, a Norma 4 desempenha um papel essencial na consolidação da separação entre os serviços de telecomunicações e os SVAs – Serviços de Valor Agregado, como a conexão à Internet. Ao reconhecer o SCI - Serviço de Conexão à Internet como um SVA, a norma permitiu que milhares de micro e pequenos provedores atuassem com a devida licença para inovar, empreender e levar conectividade a regiões que historicamente foram ou seguem ignoradas pelas grandes operadoras do setor.

O resultado desse modelo está nos números. Atualmente, os provedores regionais são responsáveis por mais de 64% dos acessos fixos à Internet no país. São mais de 20 mil empresas no mercado, em sua maioria de pequeno e médio porte, que sustentam a espinha dorsal do universo dos mais de 30 milhões de acessos conectados em milhares de municípios brasileiros. A

Esta seção aborda aspectos técnicos, regulatórios e comerciais do mercado de provedores de Internet. Os artigos são escritos por profissionais do setor e não necessariamente refletem a opinião da RTI

revogação da Norma 4, portanto, ameaça reverter esse caso de sucesso nacional construído ao longo de décadas. Deixando claro: sem esse marco jurídico, existe caminho para que o SCI seja reclassificado como parte do SCM - Serviço de Comunicação Multimídia, o que submeteria os provedores a regras de telecomunicações incompatíveis com a natureza e estrutura do serviço que prestam. As consequências são múltiplas. Do ponto de vista regulatório, será imposta uma lógica centralizada e burocrática a um setor que prosperou justamente pelo seu dinamismo, agilidade e capilaridade de operação. Já na ótica tributária, o risco é ainda mais preocupante: a possibilidade de incidência de impostos e contribuições sobre serviços hoje tratados corretamente como SVA, o que causaria aumentos desproporcionais de custos, especialmente para empresas de menor porte, sendo que parte delas já operam com margens reduzidas nas localidades de baixa densidade econômica e falta de incentivo governamental. Hoje há um entendimento consolidado nos tribunais que o SCI não é um serviço de telecomunicações justamente por conta da separação conceitual clara introduzida pela Norma. Portanto, a revogação pode desencadear um processo nefasto nos litígios em andamento, dando munição para que as fazendas estaduais tentem rever o entendimento atual e passem a exigir retroativamente a tributação como se o SCI fosse telecomunicação, o que representaria um colapso para milhares de empresas regionais. Mas o impacto mais grave é institucional. A medida ameaça o modelo multissetorial de governança da Internet que o Brasil construiu ao longo das últimas décadas e que é referência internacional. Diante de todos esses desafios a Abrint, que representa os interesses de milhares de provedores regionais, permanece mobilizada em várias frentes de

atuação. No plano institucional, seguimos em constante diálogo com a Anatel e com os múltiplos stakeholders responsáveis pelo sucesso das políticas públicas setoriais. Já no plano jurídico, fomos autorizados, em Assembleia Geral Ordinária, a adotar medidas judiciais, caso o caminho do diálogo institucional não produza os avanços que refletem as reais necessidades do consumidor brasileiro. E, no plano político, estamos cada vez mais presentes nos debates e deliberações no Congresso Nacional, especialmente diante da tramitação de propostas que ameaçam o modelo de sucesso do ecossistema digital.

Não somos contrários a mudanças regulatórias. O setor precisa, sim, de ajustes, modernizações e segurança jurídica ao longo do tempo. Mas esses avanços devem ser construídos com base no diálogo, na priorização técnica e na participação ampla e setorial. A revogação da Norma 4, da forma como foi decidida, fracassa em cada um desses critérios.

Se queremos que a Internet continue inclusiva, competitiva e democrática, precisamos fortalecer, e não fragilizar, os marcos que sustentam esse ecossistema. Por isso, reafirmamos: a Internet não é, e nunca foi, um serviço de telecomunicação. Ela é infraestrutura de cidadania e de inclusão digital. O Brasil não pode retroceder nesses princípios.

Mauricélio Lucas de Oliveira Júnior é administrador e engenheiro eletricista, com especializações em Engenharia de Segurança do Trabalho e Engenharia de Controle e Automação. Desde 1997 atua como diretor da Interpira, provedor de Internet em Pirapora, MG. É membro fundador da Abrint, onde exerceu diversas funções, incluindo a presidência. É atualmente diretor administrativo da entidade, além de representar a Associação no CPPP - Comitê de Prestadoras de Pequeno Porte junto à Anatel e já integrou delegações brasileiras em fóruns da UIT e da CITEL.

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