RTI Agosto 2025

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ProvedoresdeInternet:cenárioatualeperspectivas

Em meio à saturação do mercado, os provedores enfr entam o desafio de se reinventar. A consolidação e a diversificação de portfólio são apontadas como caminhos estratégicos, como mostra a reportagem especial, que também traz dados atuais da pesquisa realizada pela RTI.

GuiadeProvedoresdeInternet

O levantamento traz um panorama com informações atuais dos provedores de Internet no Brasil, como cobertura geográfica, número de assinantes (residenciais, comerciais e rurais), tecnologias de acesso, oferta de serviços e SVAs oferecidos.

SERVIÇO24

EstratégiasparaSVAs:comoimpulsionarareceitae fidelizarclientes

Diante do aumento da concorrência no setor, os SVAs - Serviços de Valor Agregado se consolidam como ferramentas estratégicas para provedores de Internet ampliarem receitas, diferenciarem-se no mercado e fidelizarem clientes, além de contribuir para otimizar resultados financeiros e tributários.

PROVEDORES30

AsnovasregrasdaAnatel:segurança,responsabilidade técnicaeregulaçãonastelecomunicações

As Resoluções 428 e 449 reforçam a exigência de responsabilidade técnica, capacidade operacional e regularização jurídica para prestadoras de telecomunicações. As medidas visam combater a informalidade, garantir a proteção das redes e dos trabalhadores e consolidar as telecomunicações como infraestrutura crítica à segurança nacional.

REGULAÇÃO36

Aimportânciadosprocessosparaocrescimentodos provedoresdeInternet

O artigo traz exemplos de melhorias práticas em setores como suporte técnico, atendimento comercial e financeiro, evidenciando ganhos em eficiência. A estruturação dos processos não exige grandes investimentos e pode ser iniciada com ferramentas simples.

GESTÃO40

EnfrentandooroubodecabosnoBrasil

Nas últimas décadas, o Brasil tem vivido uma epidemia de furtos de cabos de telecomunicações. O problema afeta não somente os provedores, mas também o usuário final. O artigo mostra o que o país tem feito para coibir este tipo de ação.

SEGURANÇAPATRIMONIAL44

AevoluçãodasredesdosprovedoresdePACPON paraFTTH

O artigo apresenta a evolução das redes de acesso de provedores, da arquitetura PAC PON com UTP para FTTH, as limitações técnicas das redes metálicas e os ganhos com a migração para fibra, incluindo maior desempenho, alcance e confiabilidade.

ESTUDODECASO50

Ano26-Nº-303 Agostode2025

Capa:HelioBettega Foto:Shutterstock

SEÇÕES

Editorial4

Informações6

Em Rede54

Segurança56 Interface58

Produtos62

Publicações64

Índice de anunciantes64

ISP em Foco66

As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por RTI, podendo mesmo ser contrárias a estas.

EDITORIAL

mercado brasileiro de banda larga fixa chega a 2025 em um dilema. De um lado, os números impressionam: são mais de 53 milhões de acessos no país, sendo quase 78% deles por fibra óptica. O Brasil se consolidou como um dos maiores e mais avançados mercados de conectividade do mundo em termos de capilaridade e velocidade. De outro, os sinais de esgotamento do modelo atual não podem mais ser ignorados. A queda contínua nos preços dos planos, a saturação do número de domicílios conectáveis e o aumento da concorrência têm pressionado a sustentabilidade de milhares de pequenos e médios provedores regionais.

O cenário descrito na reportagem especial desta edição aponta para um ponto de inflexão. A pesquisa da RTI com 140 provedores revela que 75% ainda acreditam em oportunidades de crescimento, especialmente em nichos como banda larga rural, serviços corporativos, IoT – Internet das Coisas e edge data centers. Mas esse otimismo convive com desafios estruturais graves, como ocupação de postes, competição acirrada, dificuldades de financiamento, churn elevado e escassez de mão de obra qualificada.

É nesse contexto que ganha força a necessidade de um novo posicionamento. Como aponta José Felipe Ruppenthal, da TelcoAdvisors, a conectividade por si só não sustenta mais o negócio. É preciso ressignificar o papel do provedor. O caminho passa por modelos híbridos, integração de serviços digitais, alianças estratégicas e adoção de modelos de receita baseados em valor agregado, como MVNOs, bundles com streaming e ofertas de saúde, seguros, fintechs. O provedor que entender seu papel como hub digital na casa do cliente pode extrair muito mais valor do relacionamento que já construiu. Este é o mercado de banda larga fixa 3.0. Nos EUA, grandes operadoras estão se tornando marketplaces, ou seja, plataformas que reúnem diversos serviços digitais. Nesse cenário, a diferenciação será conquistada por quem entregar experiências integradas, com conveniência, personalização e recorrência, aumentando o tíquete médio por assinante.

A era da simples venda de Mbit/s está ficando para trás. A conectividade é o meio, não o fim. A nova etapa exige gestão mais profissional, visão estratégica e capacidade de adaptação. O provedor regional tem uma grande vantagem: está perto do cliente. Mas precisa decidir se vai usar essa proximidade para construir uma nova proposta de valor — ou se vai, aos poucos, perder espaço em um mercado cada vez mais competitivo e digitalizado.

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A revista RTI - Redes, Telecom e Instalações é enviada a 12.000 profissionais das áreas de telecomunicações; redes locais, informática e comunicação de dados; instalações; TV por assinatura; áudio e vídeo; segurança (CFTV e alarmes); automação predial e residencial; e sistemas de energia, aterramento e proteção elétrica. ISSN 1808-3544

RTI Redes, Telecom e Instalações, revista brasileira de infraestrutura e tecnologias de - Telecom e Instalações, brasileira infraestrutura e de comunicação, é uma publicação da Aranda Editora Técnica Cultural Ltda. Aranda Editora Técnica Aranda Editora Técnica Cultural Ltda. Aranda Editora Técnica Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência: Redação, Administração, Circulação e Correspondência: Alameda Olga, 315 - 01155-900 - São Paulo - SP - Brasil. Tel.: + 55 (11) 3824-5300 e 3824-5250 inforti@arandanet.com.br – www.arandanet.com.br

or mais competitivo que seja o mercado de telecomunicações, um grupo seleto de provedores regionais decidiu apostar em um caminho pouco usual: a colaboração. Batizado de G8, o grupo foi criado no início de 2024 pela PROISP Consultoria, de São Paulo, sob a liderança de Rogério Couto, com a proposta de fomentar uma rede de cooperação inteligente e estruturada entre empresas de diferentes regiões do Brasil.

“O G8 é mais do que um grupo de networking. Ele promove uma jornada de desenvolvimento coletivo, com base em dados, boas práticas e visão de futuro”, afirma Couto. O nome, embora sugira a participação de oito empresas, faz alusão ao símbolo do infinito, representando a continuidade das trocas e do aprendizado. A ideia nasceu da disposição de provedores em compartilhar experiências. A partir dali, o grupo ganhou forma.

“O principal objetivo é promover o crescimento sustentável e estratégico dos participantes”, resume Couto. Segundo ele, o grupo foi concebido para ser restrito e não concorrencial, garantindo segurança na troca de informações e profundidade nos debates. Há planos de expansão a partir de 2026, com a criação de novos grupos que abordem temas como 5G, IA - Inteligência Artificial, ESG e segurança cibernética, mas mantendo o grupo original com sua configuração atual.

Hoje, o G8 é composto por empresas de diferentes portes e regiões, como Sempre Internet (MG), Proxxima (PB), DBUG (PR), Connect BA (BA), NIPBR (SP) e Acesse Internet (MG). Os encontros, realizados de forma híbrida, têm como objetivo estimular o benchmarking de indicadores, a troca de experiências técnicas, o debate sobre tecnologias emergentes e a antecipação de soluções de mercado. Há ainda reuniões específicas por áreas, como atendimento, comercial, técnica, financeira e marketing.

A experiência tem gerado impactos concretos nas operadoras participantes. Fábio Rogério, CEO da Internet, de Minas Gerais, afirma que a troca com os demais membros levou a melhorias na vertical B2B da empresa. “O benchmark com outros provedores foi essencial para esse avanço”, diz. Ele ressalta também que o G8 permitiu o amadurecimento de ideias como a criação de um ponto de troca de tráfego em São Paulo e compras conjuntas de trânsito IP. “Num mundo de possibilidades infinitas, por que não avançarmos para discussões de M&A dentro do grupo?”, questiona. Na Proxxima, sediada na Paraíba, a participação no G8 acelerou a padronização tecnológica, impulsionou decisões de expansão e aprimorou a experiência do cliente. “Criamos um espaço seguro, estratégico e visionário, onde a melhoria contínua é estimulada pelas interações constantes”, avalia Leonardo Gomes, CEO da companhia. Ele defende que a colaboração entre concorrentes “eleva o nível técnico, profissional e ético do mercado”.

Adriano Hoinaski, CEO da DBUG, no Paraná, relata decisões estratégicas tomadas com mais segurança após os encontros do grupo. “Ao ouvir os erros e acertos de outros provedores, conseguimos antecipar riscos, corrigir rotas e implementar estratégias com mais clareza”. Ele também destaca a implantação de melhorias operacionais inspiradas no G8, como a reformulação do time B2B e a troca de sistema de gestão.

Na Bahia, a Connect BA viu ganhos diretos com a adoção de bots para atendimento, a migração de planos simples para combos mais completos e a melhoria de indicadores de SLA. “O maior diferencial do G8 é a profundidade das trocas e o foco real em resultado prático”, diz o CEO Jordan Geraldo. Para ele, o grupo pode se tornar, no futuro, uma operadora nacional integrada, com soluções padronizadas e forte presença regional.

Na mesma linha, Marcelo Pinheiro, CEO da NIPBR, de São Paulo, destaca a redução de custos e o aumento da eficiência operacional como resultados diretos da participação. “Todos estão dispostos a apoiar uns aos outros, mesmo sendo empresas concorrentes”. Segundo ele, o grupo deve evoluir para novos formatos, como grupos temáticos e projetos conjuntos em pesquisa e desenvolvimento.

Adalberto Leal, CEO da Acesse Internet, de Minas Gerais, confessa ter sido cético no início. “Mas desde o primeiro encontro ficou claro que o G8 era diferente”. Com base nas trocas, a empresa implementou melhorias em governança, CX, CS e indicadores operacionais. Para ele, a principal lição é que “estar num grupo como o G8 é ter acesso a um atalho de aprendizado e evolução”.

Couto, que atua como um maestro nas palavras dos participantes, é apontado como o

responsável por manter o grupo coeso, com ritmo, entrega e foco. “O Rogério Couto atua como o grande catalisador do grupo”, resume Fábio Rogério.

O G8 se consolidou como um espaço onde concorrentes se tornam aliados na busca pela eficiência, sustentabilidade e inovação. Com planos de expansão, mas mantendo a essência da colaboração seletiva, o grupo sinaliza um novo modelo de desenvolvimento para o setor de provedores no Brasil. Como resume Adriano Hoinaski, “a humildade em compartilhar e ouvir é o que realmente move o crescimento coletivo”.

Proisp – Tel. (11) 98769-0100

Site: www.proisp.net.br

serviços gerenciados e rev enda de serviços digitais. Se gundo as empresas, a parceria entrega uma jornada completa: do projeto técnico à ativ ação comercial. Tudo para ajudar os provedores a crescerem de forma sustentável, com faturamento recorrente.

Site: https://1dc.algdatacenter.com/

de OTT e VOD em white label, que reúne canais de streaming para concorrer com as gigantes.

ALGcompany, empresa com atuação no segmento de telecomunicações com mais de 22 anos de mercado, de Caxias do Sul, RS, acaba de firmar uma parceria estratégica com a 1DCCloud com um propósito claro: transformar os investimentos dos provedores em infraestrutura em negócios altamente rentáveis. Com sede em Joinville, SC, a 1DCCloud tem mais de 20 anos de experiência em cloud e TI crítica. Com expertise em construção de data centers modulares, a ALGcompany é responsável por toda a infraestrutura — do projeto à instalação. A 1DC complementa essa entrega com inteligência comercial, análise de mercado e planos personalizados de monetização.

“Essa união atende a uma necessidade real do mercado: muitos provedores investem pesado em estrutura, mas enfrentam dificuldades em gerar retorno. A nova proposta visa transformar data centers em centros de negócios — com soluções para colocation, cloud,

Rumo TV, plataforma de streaming pertencente à Newstream, empresa internacional com forte presença na Ásia Central e Leste Europeu, está chegando à América Latina, iniciando sua expansão pelo Brasil, com previsão de lançamento oficial em setembro. “A Newstream soma mais de 5 milhões de usuários e 3 bilhões de horas de streaming e está trazendo ao Brasil sua expertise internacional para transformar o mercado de TV digital”, diz André Marino, country manager no Brasil.

Atualmente, a empresa opera em sete países e iniciou sua operação na Rússia há cerca de oito anos, um mercado semelhante ao brasileiro, com inúmeros provedores de Internet e larga extensão territorial e população, mas dominado por grandes operadoras de TV e Internet. Para permitir que provedores menores competissem nesse cenário, a empresa desenvolveu uma solução

“Nosso modelo de negócio é de parceria com os provedores de Internet, um formato ganha-ganha, onde os custos do conteúdo são compartilhados e a rentabilidade dividida”, explica. Esse modelo garantiu à empresa grande crescimento, com mais de 1000 clientes atendidos e mais de 200 contratos com fornecedores internacionais de programação. “O Brasil tem um modelo de negócio parecido com o da Rússia, mas a tecnologia aqui já é bastante madura. Existem plataformas similares à nossa, mas o diferencial está no nosso modelo de revenue share”, afirma Marino. A proposta elimina a necessidade de investimento inicial por parte do provedor e a exigência de um número mínimo de assinantes, oferecendo flexibilidade e potencial de crescimento baseado na clientela. “Queremos que o provedor pague apenas quando lucrar”, destaca. Além disso, a empresa disponibiliza suporte de vendas e marketing para impulsionar a adesão à plataforma. Segundo Marino, todas as negociações com canais e fornecedores estão em andamento no Brasil. “Já temos contratos na mesa e estamos montando pacotes estratégicos para atender às necessidades do mercado”, revela. A plataforma oferecerá streaming com canais lineares abertos e pagos, além de conteúdo sob demanda. A empresa já formalizou sua presença no Brasil, onde participou do evento da Abrint pela primeira vez, em São Paulo, e está estruturando operações locais, incluindo data centers, CDN e equipes de suporte técnico e vendas.

“Estamos construindo tudo, mas nossa meta é lançar em setembro junto aos primeiros provedores parceiros”, afirma Marino.

INFORMAÇÕES

A plataforma é compatível com web, Android, iOS, smart TVs, Apple TV e STBs, além de contar com UX inteligente, recomendações personalizadas por IA e integração simplificada com sistemas de bilhetagem. “Nosso backend é escalável e 100% em nuvem, garantindo qualidade de streaming mesmo em conexões abaixo de 3 Mbit/s”, conclui.

Site: https://new-stream.tv/

oi criada em maio a ISPRIO, primeira associação voltada para provedores de Internet no estado do Rio de Janeiro. Liderada por Eugenio Velloso, consultor e CEO da Itanet,

no fluxo financeiro dos provedores”, diz o presidente da entidade. Outro desafio é a dificuldade relacionada à regulamentação e ocupação de postes. Segundo Velloso, os preços cobrados pelas concessionárias de energia são elevados, chegando a R$ 13 por poste, enquanto as grandes operadoras pagam valores significativamente menores e enfrentam menos barreiras para aprovação de projetos. “Elas têm livre acesso aos postes”, afirma.

A falta de mão de obra especializada também é um grande obstáculo para o segmento. A ISPRJ está propondo a criação de escolas específicas por área de atuação (técnico, financeiro, comercial, tributário, entre outras) para formação e capacitação de profissionais que ainda não atuam na área, bem como os que desejam aprimoramento.

com mais de 15 anos de atuação no mercado de telecomunicações, a associação já reúne cerca de 20 integrantes e o número de adesões cresce a cada dia. Dados da Anatel informam a existência de 882 provedores com dispensa de outorga e 814 com outorga de banda larga fixa no estado fluminense.

A criação da ISPRIO foi impulsionada por desafios específicos enfrentados pelos provedores locais. Entre os principais problemas está a alta carga tributária no estado do Rio de Janeiro e “que deve ser agravada pela Reforma Tributária em andamento, gerando mais dificuldades

Além disso, a falta de representatividade em sindicatos e a ausência de negociações coletivas têm prejudicado os provedores menores. “Somos espremidos pela cadeia produtiva, pela justiça trabalhista e pelas distribuidoras de energia”, diz Velloso, destacando a necessidade de uma organização que lute pelos interesses específicos do setor.

Diferentemente das grandes associações nacionais, que muitas vezes têm um foco comercial amplo, a ISPRIO busca atender às demandas locais dos provedores do estado. A entidade pretende atuar diretamente junto aos órgãos competentes, como a Secretaria de Fazenda Estadual e concessionárias de energia, para questionar práticas tributárias e regulatórias que impactam negativamente os associados.

O fator “acesso a crédito” também é fundamental em um cenário de constante investimento. A ISPRJ vai buscar uma forma de contribuir com os associados na busca de soluções que viabilizem sua operação.

Outro diferencial é a promoção de oportunidades de negócios entre os associados. Ele acredita que a união entre provedores pode transformar a competitividade em colaboração, gerando benefícios mútuos como compartilhamento de infraestrutura, diversificação de investimentos e compras coletivas. “Juntos, os provedores têm maior capacidade de gerar empregos e representar o setor perante órgãos públicos como a Anatel”, afirma.

O associado terá vantagens como consultoria jurídica, engenharia, trabalhista, marketing e tributária; descontos em eventos e empresas conveniadas; treinamentos; e networking profissional. “Com uma abordagem focada em representatividade, colaboração e fortalecimento do mercado local, a ISPRIO surge como uma iniciativa promissora para transformar o cenário dos provedores de Internet no estado do Rio de Janeiro”, finaliza o presidente.

Site: www.isprio.com.br

Porto de Imbituba, um dos mais relevantes do Sul do Brasil, acaba de inaugurar um data center de alta performance. Com investimento de R$ 8,5 milhões, a iniciativa busca aprimorar a eficiência das operações, fortalecer a conectividade com

INFORMAÇÕES

parceiros comerciais e elevar os níveis de segurança cibernética.

Projetada com foco em desempenho e escalabilidade, a estrutura já está em operação e incorpora recursos de IAInteligência Artificial, como redes neurais e algoritmos de aprendizado profundo, para automação de processos e redução de tempo de resposta nas atividades portuárias.

O data center também atende às exigências de conectividade e disponibilidade exigidas pelo mercado internacional, oferecendo soluções de TI robustas e ágeis.

Com classificação Tier 3, a instalação conta com infraestrutura redundante, abastecida por duas subestações elétricas independentes, cada uma com geradores a diesel. Além disso, possui sistemas de UPS, arcondicionado de precisão, rede óptica dedicada e mecanismos avançados de detecção e combate a incêndio, garantindo alto nível de confiabilidade e continuidade de serviço.

Segundo o gerente de tecnologia e automação da SCPAR Porto de Imbituba, Thiago Freitas Pollachini, trata-se de um momento histórico para o setor. “Até onde sabemos, este é possivelmente o primeiro porto brasileiro a contar com um data center classificado como Tier 3, com todos os recursos técnicos de redundância e segurança”, afirmou.

Para o diretor-presidente da SCPAR Porto de Imbituba, Christiano Lopes, o novo centro de dados reforça o compromisso com a inovação e a sustentabilidade.

“Buscamos soluções tecnológicas de ponta para garantir eficiência operacional e proteção das informações”, destacou.

O avanço tecnológico também viabiliza a criação de novos serviços digitais e plataformas de comunicação para os diversos stakeholders do porto, além de contribuir para a integração em cadeias logísticas globais.

Site: https://portodeimbituba.com.br/

om atuação consolidada no mercado de importação e exportação há mais de uma década, o Grupo Prexx avança para um novo segmento: as telecomunicações. A empresa, fundada em Caxias do Sul, RS, tem operações em 37 países e projeta um volume de negócios superior a R$ 2 bilhões em 2025.

Há dois anos, a companhia deu um passo estratégico ao criar a Symmeo, divisão independente e

especializada em telecomunicações. O movimento veio acompanhado da formação de parcerias com grandes players mundiais e da contratação de profissionais experientes no setor, visando atender provedores e distribuidores. “Temos tudo que o provedor precisa, desde a central até a casa do cliente”, afirma José Ricardo Girard, diretor comercial da Divisão de Telecomunicações do Grupo Prexx.

A oferta da Symmeo inclui produtos para redes ópticas, roteadores, racks, ferragens e acessórios como EPIs. Entre os destaques está a parceria exclusiva de distribuição com a empresa chinesa Dawnergy, que traz uma ampla linha de produtos ópticos, caixas de atendimento, splitters e kits de ferramentas. “Antes, quando o técnico perdia um item do kit, era necessário substituir o conjunto inteiro. Agora, ele pode adquirir as peças individualmente, conforme a necessidade”, explica Girard.

Além das marcas internacionais, como Downergy, HT-GD, Sumec, TP-Link e Mikrotik, o portfólio da Symmeo conta com produtos nacionais de empresas como Parks, JFA Eletrônicos, Ytek, Bertolo, Fibracem e Ragtech. A empresa reforça que todas as linhas comercializadas possuem homologação da Anatel, garantindo qualidade e conformidade com o mercado brasileiro.

Com uma estratégia bem definida e parcerias robustas, o Grupo Prexx busca expandir sua atuação e atender às demandas de um setor em constante evolução tecnológica. “Temos uma solução bem completa”, conclui Girard.

Symmeo – Tel. (54) 3217-6688

Site: www.symmeo.com.br/

AppLuz, gestora de créditos de energia sustentável com sede em Maringá, PR, desenvolveu uma modalidade de negócio que possibilita ao provedor de Internet fornecer créditos de energia para seus clientes como um SVA – Serviço de Valor Agregado.

INFORMAÇÕES

O negócio, estruturado em 2020 por três sócios com experiência no mercado de provedores, tomou forma em 2022 após a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica publicar, em dezembro de 2021, a norma n o 1000, que estabelece as regras de prestação do serviço de distribuição de energia elétrica, incluindo geração distribuída e compartilhada. No período, também foi anunciada a Lei n o 14300/2022, que estabelece o marco legal da micro e minigeração distribuída. A chamada geração compartilhada permite que grupos de consumidores de baixa tensão (grupo B) se organizem para usufruir da energia gerada por uma usina solar já existente.

“O principal percalço na elaboração do modelo foi o contato com o cliente final. Pelo fato de as operadoras terem um relacionamento muito forte com seus consumidores, estruturamos o produto para ser oferecido como um SVA pelos provedores”, lembra Rafael Castoldi, sócio-diretor da AppLuz.

Ao fechar o contrato, o provedor passa a ter uma nova operação voltada para o setor elétrico, estruturada e gerida pela AppLuz. Todo o trâmite leva no máximo 60 dias. Nesse ínterim, a AppLuz fica responsável pelas partes fiscal, jurídica, contábil, operacional e de estruturação do sistema, inclusive entrando em contato com a ANEEL, distribuidoras de energia e juntas comerciais.

“A atribuição principal do provedor é trazer os assinantes de sua base para a iniciativa. Todo o resto é por conta da AppLuz. Nosso resultado vem da operação em si”, explica Alexandre Yudi Gilglioni, sócio-diretor da AppLuz.

“A AppLuz nunca aparece na divulgação. O que fazemos é atuar na gestão para que o provedor possa entregar a energia compartilhada como uma bonificação para seus clientes. Para isso, criamos uma unidade completamente separada, voltada

especificamente para o compartilhamento de energia, e que utiliza o mesmo corpo diretivo, ERP e canais de contato da operadora, ou seja, o parceiro não precisa aumentar a estrutura”, salienta Castoldi.

A bonificação, por parte do cliente ao provedor, é decidida pela própria operadora. Para participar, o usuário precisa entregar ao provedor uma cópia da conta de energia e de um documento de identidade, como RG ou CNH. A AppLuz mantém parcerias com diversas concessionárias de energia por todo o Brasil, casos da Copel, PR, Celesc, SC, e a Neoenergia Coelba, BA.

“Inicialmente, trabalhamos com uma margem de desconto de 15% a 20% na conta de energia. Hoje o provedor, via sistema próprio AppLuz, faz a conexão dos clientes e nós, a partir do volume de kWh demandados, fechamos acordo com a usina elétrica disponível”, reforça Gilglioni.

Até o final de 2025, a AppLuz espera ter fechado acordos para distribuição de energia com 50 provedores.

AppLuz – Tel. (44) 99804-2623 n Site: www.appluz.com.br

BR Digital, fornecedora de infraestrutura de conectividade com sede em Porto Alegre, RS, está expandindo a sua atuação na América Latina por meio de um projeto de ampliação de rede. Utilizando tecnologia DWDMDense Wavelength Division Multiplexing, a empresa oferece conexões de alta capacidade, baixa latência e elevada disponibilidade para atender às crescentes demandas de tráfego de dados na região.

O primeiro trecho da nova rede, com 3300 km de extensão, conecta São Paulo a Lima, no Peru, passando por La Paz e Santa Cruz de La Sierra,

na Bolívia. A iniciativa é fruto de uma parceria com a Entel, operadora estatal boliviana, e envolveu investimentos e planejamento conjunto entre as duas empresas.

“É o único backbone terrestre

Bioceânico Atlântico – Pacífico com índice de latência de apenas 53 ms”, destaca Vander Furmaniak, CEO da BR Digital.

A empresa também iniciou a construção de uma rede própria em Assunção, no Paraguai, e em Buenos Aires, na Argentina. Na capital portenha, a BR Digital adquiriu uma operadora local, o que facilitou o processo de obtenção de licenças e autorizações, reduzindo significativamente o tempo dedicado à burocracia. A rota argentina incluirá conexões entre Buenos Aires e Uruguaiana, RS, além de Assunção para Foz do Iguaçu, PR. Também está prevista uma capacidade submarina adicional entre Buenos Aires e São Paulo, reforçando a robustez da infraestrutura.

“Nosso foco é oferecer backbones de altíssima capacidade. Já temos clientes que demandam transmissões multicanais em velocidades de até 800 Gbit/s, algo viabilizado pelas redes com tecnologia Flex Grid, que permitem alocação dinâmica de espectro óptico, oferecendo o que há de mais moderno em termos de largura de banda, latência e disponibilidade”, afirma Furmaniak.

Com mais de 40 mil km de redes metropolitanas e um backbone de 30 mil km, a BR Digital opera 10 data centers e está presente em 642 POPs –Pontos de Presença. Seu portfólio inclui serviços como trânsito IP,

Internet dedicada, wave, espectro, peering remoto, multicloud, mitigação de DDoS – Distributed Denial of Service e colocation.

BR Digital – Tel. (51) 3022-9350 n Site: https://br.digital/

O Melhor do Bits

IoT via satélite - A Sateliot recebeu autorização da Anatel para operar conectividade padrão 5G NB-IoT (Narrowband) via satélite no Brasil e prepara o lançamento de seu serviço comercial com foco em áreas fora da cobertura de redes móveis. A empresa firmou uma parceria com a ABINC - Associação Brasileira de Internet das Coisas, visando impulsionar um modelo de conectividade que integra redes terrestres e não terrestres (NTN). Com sede em Barcelona, a Sateliot é o primeiro operador satelital a oferecer conectividade NB-IoT padrão diretamente do espaço. Sua constelação em órbita baixa (LEO) é projetada para se integrar às redes móveis brasileiras por meio de acordos de roaming. Isso permite que dispositivos IoT – Internet das Coisas, sem modificações e com SIM cards tradicionais, alternem entre redes móveis e satélites sem intervenção do usuário. Site: https://abrir.link/owPPZ.

Data center de IA - O prefeito Paulo Sérgio, de Uberlândia, MG, anunciou que a cidade será sede do primeiro data center de IA - Inteligência Artificial do Sudeste brasileiro, uma iniciativa da RT-One, empresa norte-americana especializada em IA, segurança cibernética e computação em nuvem. O investimento inicial de R$ 6 bilhões visa transformar a cidade em referência tecnológica no país e deve gerar cerca de 2000 empregos já nos primeiros três anos de operação, além de centenas de vagas na fase de construção. O data center será erguido em um parque tecnológico modular com cerca de 245 mil m², com capacidade inicial de 100 MW, podendo chegar a 400 MW, e será um dos maiores da América Latina. Contará com infraestrutura de ponta, incluindo refrigeração líquida e sistemas avançados de gerenciamento energético, além de buscar certificação internacional de sustentabilidade e operar com matriz renovável. Site: https://abrir.link/aoXBG.

Parceria - A TeiaH, hub de conexão para provedores regionais de Internet, fechou contrato com mais de 100 operadoras. Estas parcerias representam mais de 300 usuários conectados em 600 cidades de todas as regiões do país. Por meio de compartilhamento e colaboração, a plataforma de conexão permite o crescimento destes parceiros para fidelizar e aumentar a base de clientes. O objetivo da TeiaH ao desenvolver a plataforma de conexão e integração de dados e serviços é criar um movimento de colaboração entre os provedores regionais para manter o crescimento do setor. A iniciativa é baseada no compar tilhamento de dados entre as empresas parceiras, resultando em uma base de dados robusta e sustentável capaz de analisar melhor o comportamento dos clientes, além de atender provedores, usuários, equipe de TI e fornecedores. Site: https://abrir.link/RpQsQ.

Expansão - A Ascenty, joint venture entre Digital Realty e Brookfield Infrastructure, anunciou a construção de um novo data center em Osasco, na região metropolitana de São Paulo. Com investimento de aproximadamente R$ 300 milhões, o SPO05 é o quinto data center da empresa na região metropolitana de São Paulo, em um campus que totaliza 47 MW e aproximadamente 40 mil m² de área total. O novo centro de dados está preparado para atender clientes enterprise e hyperscale, com soluções em nuvem e IA – Inteligência Artificial que demandam infraestrutura robusta para alto volume de processamento e transmissão de dados. Site: https://abrir.link/Oifwb.

O melhor do Bits traz um resumo das principais notícias sobre o mercado publicadas no RTI in Bits, boletim semanal enviado por e-mail para os leitores de RTI. Mais notícias podem ser encontradas no site: https://www.arandanet.com.br/revista/rti/noticias.

Provedores de Internet: cenário atual e perspectivas

Em meio à saturação do mercado e à queda nos preços, os provedores regionais de Internet enfrentam o desafio de se reinventar. A consolidação e a diversificação de portfólio são apontadas como caminhos estratégicos por especialistas do setor, como mostra a reportagem a seguir, que também traz dados atuais da pesquisa da RTI RTI RTI RTI RTI, revelando tendências como o crescimento da adoção de Wi-Fi 6 e as oportunidades em serviços digitais.

Omercado brasileiro de banda larga fixa vive um ponto de inflexão, marcado pela maturidade da infraestrutura, aumento do consumo e esgotamento do modelo centrado exclusivamente na venda de conectividade. A avaliação é de José Felipe Ruppenthal, CEO da TelcoAdvisors, que destaca a necessidade urgente de reinvenção dos provedores regionais, que hoje enfrentam queda de preços, aumento da concorrência e margens pressionadas.

“O Brasil assumiu um papel de vanguarda na banda larga fixa. Outros mercados querem entender como conseguimos crescer com

José Felipe Ruppenthal, da TelcoAdvisors: esgotamento do modelo atual e caminhos com novos serviços e reposicionamento de provedores

qualidade, capilaridade e fibra”, afirma o executivo. Entre 2013 e

Sandra Mogami, da Redação da RTI RTI RTI RTI
Fig. 1 - Panorama da banda larga fixa no Brasil. Fonte: TelcoAdvisors 2025. Dados: Abril e Junho de 2025. Anatel

4 - Market share na banda larga fixa. Evolução da participação de mercado: pequenas vs. grandes operadoras. Fonte: TelcoAdvisors 2025. Dados: Abril de 2025. Anatel

2024, o país passou de 22 milhões para mais de 53,2 milhões de acessos, com 77,8% deles em fibra óptica. Mas o cenário atual é diferente. “Hoje, 98% dos 22 mil provedores dependem da conectividade para mais de 90% de sua receita. Isso não se sustenta mais”, alerta. Com 87% dos domicílios permanentes ocupados já conectados, o potencial de expansão se estreita. Em 2025, a expectativa é de um crescimento de 3,5 milhões a 4 milhões de acessos, número expressivo, mas insuficiente para sustentar a operação pulverizada de milhares de pequenos provedores. Ao mesmo tempo, o preço médio vem caindo entre 12% e 15% no ano, enquanto a velocidade vendida subiu para 436 Mbit/s, pressionando ainda mais os custos. “A velocidade de consumo também cresce e vai exigir novos investimentos. O problema é que o dinheiro está caro, e não há mais portas novas para justificar essa corrida”, diz Ruppenthal.

Para ele, a saída está na diversificação e na ressignificação da conectividade. “Conectividade não acabou, mas não pode ser vendida como antes. Quem só vende banda larga vai se tornar um provedor de infraestrutura, não de tecnologia.”

O executivo propõe três caminhos principais para os provedores: convergência com redes móveis, como MVNO, ofertas de entretenimento (como bundles com streaming) e serviços digitais como fintechs, seguros e saúde.

“Menos de 22% dos brasileiros têm a mesma operadora para rede móvel e banda larga fixa. Apenas 21% dos brasileiros possuem assinaturas de streaming atreladas à sua Internet residencial e 79% deles gostariam que sua operadora se posicionasse como um agregador de assinaturas digitais”, diz. O mercado

Fig. 2 - O boom da banda larga fixa. Fonte: TelcoAdvisors 2025. Dados: Abril e Junho de 2025. Anatel
Fig. 3 – Perfil de consumo médio do brasileiro classe A, B e C. Fonte: TelcoAdvisors 2025. Dados: Abril e Junho de 2025. Anatel
Fig.

está aberto, mas o modelo de negócio tradicional do provedor não comporta isso.

Segundo Ruppenthal, há resistência dos provedores em adotar modelos de comissionamento, parcerias e plataformas sob demanda. “O provedor continua preso à lógica de comprar e vender. Ele precisa discutir modelos como revenue sharing , cashback , sell-through , pay-per-use / per-item , freemium , dynamic pricing , B2B2C split , entre tantos outros já comuns no mundo digital, tanto sob a ótica do consumidor quanto sob a perspectiva do ecossistema”. No mundo digital, é preciso agilidade, operar em plataforma, recorrência e integração com parceiros. Por isso, é importante que os provedores busquem parceiros estratégicos e redesenhem suas companhias com foco em novos negócios. “Você não precisa vender 1 milhão de acessos. Precisa atender bem o digital de uma casa. E isso exige outro modelo.”

A consolidação do setor também é inevitável, segundo o executivo. “Hoje há 1850 operadoras líderes de mercado no Brasil, sendo que 1147 lideram só em um município. Esse nível de pulverização não se sustenta. Os grandes fundos vão continuar

comprando, e quem não se reposicionar vai perder mercado.”

Apesar dos desafios, ele vê oportunidades significativas. A Internet é o principal compromisso financeiro com pagamento em dia, para 66% dos brasileiros, seguida pelo telefone fixo ou celular (60%),

ultrapassando até mesmo o plano de saúde (40,7%) e aluguel (28,3%). “Conectividade não acabou e nunca vai acabar. Tem espaço para conectividade, só que não é da mesma forma que a gente faz hoje. Mas é preciso ter um reposicionamento de companhia. Quem só vende conectividade vai estar muito mais parecido com um provedor de infraestrutura, do que um provedor de serviço e tecnologia”, diz o CEO. Segundo ele, o provedor tem muito mais potencial de captura de receita do que a grande operadora. Mas precisa fazer escolhas: ou vira um player de infraestrutura, ou se transforma em uma empresa digital, ou parte para uma consolidação. “Ficar parado não é mais uma opção.”

IBGE/PNAD Contínua

Desde 2016, o módulo anual de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua analisa o acesso à Internet e à televisão e a posse de telefone móvel celular para uso pessoal, com detalhamento geográfico para Brasil, grandes regiões e Unidades da Federação. Segundo o Módulo de Tecnologia de Informação e

Fig. 5 - Uso de redes neutras pelo provedor. Fonte: Pesquisa RTI
Fig. 6 - Quais são os maiores desafios para o seu provedor. Fonte: Pesquisa RTI

TelcoBank: capital inteligente para provedores visionários

Porque o futuro dos ISPs depende de soluções financeiras sob medida

Com mais de 20 anos no setor de telecomunicações, Dionísio Freire, foi fundador da Vogel Telecom uma das maiores operadoras do país, atualmente atua como CEO da Naxos Capital, a única instituição financeira do país voltada exclusivamente ao ecossistema de telecom e que agora está reposicionando a marca como TelcoBank. A proposta vai além da marca: é um novo modelo de apoio financeiro pensado sob medida para provedores de internet

Segundo Dionísio, provedores bem financiados crescem de forma mais saudável e ágil. Ferramentas como o desconto de recebíveis permitem transformar receita futura em capital imediato, mantendo o caixa operacional intacto enquanto se investe na expansão da rede, modernização e conquista de novos clientes.

Além disso, o TelcoBank oferece soluções turnkey para projetos como FTTH, backbone regional e POPs, cobrindo desde equipamentos, comissões de vendas e marketing.

Outra inovação no portfólio é o incentivo à consolidação do setor. O interesse de ISPs em adquirir concorrentes cresce, e cada aquisição demanda engenharia financeira própria O TelcoBank estrutura essas operações com base em métricas como churn, sinergias e margem EBITDA.

Dion io, que já esteve dos dois lados da mesa, entende que o setor evoluiu e h e exige escala, eficiência e velocidade. “O acesso a capita estruturado um diferencial competitivo, pr nc pa men e para quem quer crescer sem a r r mão o contro e , afirma

Com mais de R$ 700 milhões financiados para ISPs desde 2022 e a meta de R$ 1 bilhão até 2025, o TelcoBank se consolida como parceiro estratégico de entidades como ABRINT, ABRAMULTI, APRONET,etc O Lançamento official do TelcoBank aconteceu em 13 de agosto de 2025, com sede em São Paulo e atendimento nacional, inclusive via uma nova plataforma digital que integra crédito, onboarding e gestão de pr etos em tempo real

Comunicação (TIC) da PNAD Contínua, divulgado no dia 24 de julho pelo IBGE, a Internet era utilizada em 93,6% dos domicílios particulares permanentes (74,9 milhões) do país em 2024, um aumento de 1,1 p.p. em relação a 2023. O crescimento dessa proporção vem

Fig. 7 – Como enxerga o movimento de fusões e aquisições (M&A). Fonte: Pesquisa RTI

desacelerando, conforme se aproxima da universalização. Nas áreas rurais, esse crescimento tem sido mais acelerado e contribui para uma considerável redução da diferença em relação às áreas urbanas, saindo de 40 p.p. de diferença em 2016 (35% vs. 76,6%) para 9,9 p.p. em 2024 (84,8% vs . 94,7%).

Nos 5,1 milhões de domicílios em que não havia utilização da Internet, os três motivos que mais se destacaram foram: nenhum morador sabia usar a Internet (32,6%); serviço de acesso à Internet era caro (27,6%); e falta de necessidade em acessar a Internet (26,7%). Na área rural, além dos três motivos mais alegados, destacou-se a falta de disponibilidade do serviço de acesso à Internet na área do domicílio, que representou 12,1% (13,8% em 2023) dos domicílios em que não havia utilização da Internet em área rural, em contraste com somente 0,9% em área urbana.

Nos domicílios em que havia utilização da Internet, o percentual dos que usavam banda larga móvel passou de 83,3% para 84,3%, entre 2023 e 2024. Já o percentual dos domicílios que utilizavam a banda larga fixa aumentou de 86,9% para 88,9% nesse mesmo período.

“O uso de banda larga continua se expandindo no Brasil. Em 2024, ambos os tipos de conexão por banda larga (fixa e móvel) mostraram crescimento nos domicílios, com destaque para a banda larga fixa, que teve aumento superior à banda larga móvel, ampliando a diferença entre elas na taxa de adoção”, explicou o analista do IBGE Leonardo Quesada.

Fig. 8 – Perspectivas do mercado de provedores no Brasil. Fonte: Pesquisa RTI

Em 2024, nos domicílios em que havia utilização da Internet, a parcela que utilizava conexão discada foi de apenas 0,3% no Brasil.

Mais de 32 milhões de domicílios tinham acesso a streaming pago

Em 2024, 32,7 milhões de domicílios possuíam acesso a serviço pago de streaming de vídeo, aumento de 1,5 milhão em comparação a 2023. O percentual de domicílios com televisão e acesso a esse serviço

ESPECIAL

subiu de 42,1% (2023) para 43,4% (2024). As grandes regiões com maior percentual foram: Sul (50,3%), CentroOeste (49,2%) e Sudeste (48,6%). Por outro lado, as regiões Norte (38,8%) e Nordeste (30,1%) apresentaram os percentuais mais baixos. Apesar de ter apresentado números mais baixos, a Região Nordeste se destacou com a maior variação percentual nesse período, acréscimo de 1,9 p.p. ou 490 mil domicílios.

Dentre os domicílios que tinham acesso a serviço pago de streaming de vídeo, 91,8% também possuíam acesso a canais de televisão: 86,9% por meio de sinal de televisão aberta e 39,7% por meio de serviço de TV por assinatura. Por outro lado, 8,2% dos que tinham acesso a streaming pago de vídeo não possuíam acesso a televisão aberta ou a serviço de TV por assinatura, percentual de 4,7% em 2022 e 6,1% em 2023.

Fig. 9 - Maiores oportunidades de crescimento para o provedor. Fonte: Pesquisa RTI

O rendimento médio mensal real per capita nos domicílios que tinham acesso a serviço pago de streaming de vídeo foi de R$ 2950, representando mais que o dobro daqueles que não possuíam acesso a esse serviço, R$ 1390.

Pesquisa RTI RTI RTI: Tendências e oportunidades no mercado de provedores

A revista RTI atualizou sua pesquisa junto aos provedores que integram o guia anual, consolidando informações operacionais e estratégicas sobre o setor. 140 provedores participaram do levantamento. Como as questões permitem múltiplas respostas, alguns percentuais somam mais de 100%.

Além de dados sobre base de assinantes, áreas de cobertura e tecnologias empregadas, a edição mais recente da pesquisa abordou expectativas, investimentos e avaliação do mercado pelos gestores. Os resultados apontam tendências e revelam os principais entraves enfrentados pelas empresas.

Entre os dados atualizados, 87% dos provedores informaram já utilizar Wi-Fi 6 em suas operações, enquanto 35,5%

adotaram ou estão em processo de migração para XGS-PON. Quanto ao transporte de dados, 17,4% afirmaram empregar DWDM em seus backbones.

Onde estão as maiores oportunidades de crescimento

Em relação ao mercado, 75,4% dos entrevistados enxergam espaço para crescimento, enquanto 23,9% avaliam que o setor está saturado. As oportunidades mais citadas foram banda larga rural e agronegócio, serviços corporativos e IoT – Internet das Coisas, com 55,8% das respostas, seguidos por MVNO e telefonia móvel (33,3%) e edge data centers (21%).

Redes neutras

Na área de redes neutras, 28,3% já alugam infraestrutura de terceiros, e 18,8% alugam portas de CTO para outros provedores. Por outro lado,

Fig. 10 – Uso de novas tecnologias. Fonte: Pesquisa RTI

29% disseram não ter intenção de usar esse modelo, enquanto 34,8% demonstraram interesse futuro em compartilhar redes.

Fusões e aquisições (M&A)

A pesquisa também mapeou o posicionamento frente a fusões e

aquisições: 57,2% das empresas se disseram abertas a negociações, enquanto 44,9% informaram não considerar essa possibilidade no momento.

Quais são os maiores desafios para o seu provedor?

Entre os desafios, o compartilhamento de postes segue como o principal obstáculo, com 54,3% das respostas. Em seguida vêm a concorrência com outros provedores (48,6%), dificuldade em levantar recursos financeiros (27,5%), churn (28,3%), gestão de equipes e retenção de talentos (38,4%) e ataques de DDoS – negação de serviço (14,5%).

Todas as respostas podem ser conferidas nas figuras 5 a 10.

Guia de Provedores de Internet

O levantamento a seguir traz um panorama com informações atuais dos provedores de Internet no Brasil, como cobertura geográfica, número de assinantes (residenciais, comerciais e rurais), tecnologias de acesso, oferta de serviços e SVAs oferecidos.

Coberturaeserviços Coberturaeserviços

assinantes (residenciais, comerciaise rurais)

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Fonelight(35)3221-6626atendimento@fonelight.com.brMG••••••••••••• ForteTelecom(22)3518-0661marcoaurelioneto@fortetelecom.com.brRJ,DF,SP,MGeES••••••• Fourfibras(41)99785-8865 n atendimento@fourfibras.com.brPR•••••• FresnelConectividade(62)98115-4209 n luciano.queija@gmail.comGO•••••• GrupoVesc(81)3497-7272contato@grupovesc.com.brPE••••••••••••••••• Guaratiba(21)97264-6798 n guaratibanet@gmail.comRJ•••••••• GWT(33)4042-0022falecom@gwt.net.brMG•••••••••••••• HelpTelecom(16)99991-0081 n contato@helptelecom.net.brSP•••••• HNAConecta(85)98896-0685 n horacio.aquino@hnaconecta.com.brCE•••• HotWave(24)99291-8390 n comercial@hotwave.com.brRJeMG••••••• HZTelecom(31)2550-0000comercial@hz.net.brMG•••••••••••••••••••••• IcaseSolution08006468005rodrigo@icase.com.brMT•••••••••••• Imicro(32)3696-2801contato@imicro.com.brMG••••••••• InfobitFibra(42)99124-2422 n atendimento@infobit.net.brPR•••••• InfoMsTecnologia(67)99262-9065 n infoms@infoms.com.brMS••••• Informac(48)3086-7200informac@informac.com.brSC•••••••• Informicros(83)99146-7494 n abaslima@gmail.comPB••••• Innova(16)3341-9141contato@innovainternet.com.brSP•••••••••••• InovFibra(88)99967-0990 n inovfibra@gmail.comCE••••••• Instatel(47)98892-0169 n instatel.rodrigo@gmail.comSC•••••••• Inter(11)99317-8821 n luizambroziojr@gmail.comSP••• InterCanal(16)3252-8733ti@intercanal.com.brSP•••••••••• Internet10(24)99275-0951 n comercial@internet10.net.brRJ••••••••••••••• Interone(49)99904-0067 n comercial@interone.com.brSC••••••••• IPBNET(47)99998-0104 n contato@ipbnet.com.brSC•••••• Isptec(83)99185-0470 n sac@isptec.com.brPBePE•••••••• JereNet(75)99916-8002 n comercial@jerenet.com.brBA••••••• K2Telecom(22)99922-8887 n comercial@k2telecom.com.brRJ,ES ,MGeSP•••••••••• Leomax(11)99457-4269 n diretoria@leomaxtelecom.com.brSP•••••••• LinkNet(98)98893-0427 n linknet.sb@gmail.comMA•••••••••• LinkSE(79)99115-9038 n david@linkse.net.brSE•••••••• LitoralNet(51)99963-5641 n litoral@litoralnet.net.brRS••••• Lx7Tecnologia080058 02050jonathan@grupox7.com.brSP••••••••• MATecnologia(31)99728-3004 n info.sibrasil@gmail.comMG••••••••• MasterDataNet(34)3431-8200atendimento@masterdatanet.com.brMGeGO••••••••• MaxNet08002863838contato@maxnet.com.brMG••••••• MegaWave(85)98958-2589 n carlosk99@gmail.comCE•••••• Megabyte(82)99602-7632 n contato@mbps.net.brAL••• Microtec(45)99137-0499 n microtec_corbelia@hotmail.comPR•••••••• Milkolnet(64)99229-0090 n carlos@milkolnet.com.brGO•••••••••• Minasbt(79)99981-6090 n rezenderodr@gmail.comSE•••••• MinutosTelecom(19)3081-0000contato@minutostelecom.com.brSP•••••••••••• Mitas(67)9991-9944 n mitasinternet@gmail.comMS••••• MuvNet(11)93801-8389 n filipe@muvnet.com.brSP•••••••••• NETFlex(21)4063-8488atendimento@internetflex.comRJ•••••••••••• NETHios(31)3751-1798inforios@inforios.com.brMG•••••• NetUai(34)99105-0635 n contato@netuai.netMG••• Netgoiás(62)3379-1008diretoria@netgoias.com.brGO•••••••

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Estadosemque aempresaatua

Coberturaeserviços

Tecnologiasde acesso Data center, co-location, nuvem

ServiçosSVAsoferecidos prestados

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VirtualInternet(49)99102-8916 n virtualinternetvbi@gmail.comSC••• VirtualTelecom(32)99995-3454 n comercial@virtualtelecom.com.brMGeRJ•••••••••••••

Vooa(11)3500-9000residencial@vooa.com.brSP•••••••••••• WebNet08006421007suporte@webnetmt.com.brMT••••• WMTelecom(94)99224-5081 n suporte@wmtelecom.net.brPA••••••

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WrNet(42)99848-0202 n antedimento@wrnet.com.brPR••••••• WWN(53)99950-3263 n svp.milton@gmail.comRS••••• Xturbo08007705296corporativo@xturbo.com.brSP••••••••••••• ZAPInternet(74)3259-2119infornet29@gmail.comBA••••••••••••

Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 3731 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Redes, Telecom e Instalações , agosto de 2025.

Este e muitos outros Guias de RTI estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/rti e confira.

Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

Estratégias para SVAs: como impulsionar a receita e fidelizar clientes

Diante do aumento da concorrência no setor, os SVAs - Serviços de Valor Agregado se consolidam como ferramentas estratégicas para provedores de Internet ampliarem receitas, diferenciarem-se no mercado e fidelizarem clientes. Aplicativos como streaming, educação e segurança digital se destacam, enquanto a gestão eficiente dos SVAs também contribui para otimizar resultados financeiros e tributários.

Os SVAs - Serviços de Valor Agregado se tornaram peças-chave na estratégia de crescimento e fidelização para provedores de Internet. Com o aumento da concorrência no setor, oferecer uma experiência completa e diferenciada é essencial para atrair e reter clientes.

Isso porque os SVAs representam uma revolução na forma como os provedores se conectam com seus clientes. Não se trata apenas de oferecer serviços adicionais, mas de criar experiências que fidelizam e geram valor real.

Cada provedor tem o potencial de se tornar um hub de inovação e entretenimento para suas comunidades, buscando soluções inovadoras que vão além do acesso à Internet e otimizando, cada vez mais,

resultados operacionais e financeiros. Este é o caminho para a saúde e prosperidade de qualquer provedor. A seguir, apresentamos as melhores dicas de como utilizar SVAs para fortalecer os negócios.

Fidelização: criando experiências que cativam os clientes

Clientes fiéis são a base de um provedor rentável e sustentável. A inclusão de SVAs que gerem valor direto ao usuário pode fazer toda a diferença.

O aplicativo de streaming de filmes e séries está entre os SVAs mais preocurados

PROVEDORES

Alguns exemplos práticos:

• Entretenimento sob demanda: ofereça serviços de streaming, como filmes, séries, música ou até mesmo jogos, agregando conveniência e entretenimento ao plano do cliente.

• Educação online: invista em plataformas de cursos e capacitação como benefícios. Esses serviços podem ser decisivos para famílias e estudantes.

• Segurança digital: pacotes de antivírus, proteção contra phishing e monitoramento de dados são diferenciais para empresas e usuários domésticos. Esses serviços aumentam a percepção de valor do plano contratado, criando vínculos emocionais e racionais com o provedor.

Entre os aplicativos de maior valor estratégico como referência em cases de sucesso, destacamos os de streaming de filmes, séries e música, telemedicina e educação, que possuem relevante impacto na rotina da família, gerando grande importância de uso e maior fidelização, adesão, engajamento e retenção de assinantes.

Aumentando a receita: venda cruzada e upsell de SVAs

Os SVAs oferecem diversas oportunidades de aumentar o tíquete médio dos clientes. Estratégias de cross-sell (venda cruzada) e upsell (oferecer versões

mais avançadas) são altamente eficazes. Como aplicar:

• Planos customizáveis: crie pacotes com diferentes combinações de SVAs, atendendo a públicos variados. Por exemplo, planos familiares com entretenimento infantil ou soluções empresariais com serviços de backup na nuvem.

• Campanhas sazonais: lance ofertas exclusivas de SVAs em datas comemorativas. Um exemplo são as promoções de cursos online no início do ano letivo ou serviços de entretenimento, como streaming de filmes, durante as férias escolares.

• Testes gratuitos: ofereça um período de teste para novos SVAs. Isso incentiva os clientes a experimentar e, posteriormente, a contratar.

A abordagem personalizada aumenta a percepção de valor e a disposição dos clientes em pagar por serviços adicionais.

Diferenciação competitiva: o provedor que oferece mais

No competitivo mercado de provedores, oferecer um portfólio robusto de SVAs é uma vantagem clara.

Diferenciar-se pela qualidade e diversidade dos serviços pode fortalecer sua marca.

Soluções estratégicas:

• Soluções para empresas: produtos como localizador de serviços para otimizar operações, plataforma de busca de empregos para

recrutamento eficiente e ferramentas de busca e proteção digital para segurança online são ideais para atrair o público corporativo.

• Experiência integrada: utilize aplicativos que centralizem o acesso aos SVAs, facilitando a usabilidade e destacando seu compromisso com a tecnologia. Com o sistema white label, personalize a plataforma com a identidade do seu provedor, agregando valor e diferencial competitivo ao negócio.

• Apoio técnico premium: serviços que garantam suporte técnico especializado criam um diferencial relevante para clientes com demandas mais específicas.

Reduções tributárias e administrativas: otimizando resultados

Além de oferecer mais valor aos clientes, a gestão eficiente dos SVAs é essencial para maximizar os lucros. Consultorias especializadas ajudam os provedores a reduzir custos tributários e administrativos.

Benefícios claros

• Soluções tributárias personalizadas: adaptadas às legislações locais, garantindo conformidade e economia.

• Automatização de processos: reduza o tempo gasto em tarefas operacionais com plataformas otimizadas para gerenciar SVAs. Essas ações liberam recursos para que os provedores invistam em inovação e no aprimoramento do atendimento ao cliente.

O ano de 2026 será um marco histórico para o mercado provedor

PROVEDORES

referente à eficiência tributária, pois a atuação do governo federal na fiscalização e monitoramento das transações financeiras e criação de novas regras fiscais estimula ainda mais os provedores a utilizarem aplicativos SVAs como melhor prática na composição e oferta de produtos digitais. É de fundamental importância os provedores revisarem suas estratégias tributárias para estarem em conformidade com as leis e evitarem prováveis multas e punições.

Acompanhamento constante: analisando o desempenho dos SVAs

Para garantir o sucesso das estratégias de SVAs, é fundamental monitorar os resultados e ajustar a abordagem sempre que necessário.

Boas práticas:

• Utilize relatórios para identificar quais serviços têm maior adesão.

• Realize pesquisas de satisfação para entender o impacto dos SVAs na experiência do cliente.

• Ajuste o portfólio com base nas demandas do mercado, adicionando novos SVAs que se alinhem às tendências.

Integrar SVAs no modelo de negócio dos provedores não é mais apenas uma tendência, mas uma necessidade para se destacar em um mercado competitivo. Os provedores têm à disposição ferramentas para fidelizar clientes, aumentar a receita e otimizar a gestão. Invista em estratégias mensais baseadas nos SVAs e veja seu negócio alcançar novos patamares.

Por que monitorar os resultados?

Para maximizar os benefícios, é essencial implementar um

acompanhamento constante do desempenho dos SVAs. Acompanhamento constante significa observar os indicadores de performance, entender o comportamento dos clientes e ajustar as estratégias com agilidade. Sem esse processo contínuo, existe o risco de investir em serviços que não trazem retorno esperado ou de não perceber tendências que podem alavancar os negócios.

Boas práticas para monitorar o desempenho dos SVAs

Relatórios detalhados

Utilize relatórios de uso e adesão para identificar quais SVAs estão gerando maior interesse. Esses dados permitem priorizar o que funciona e direcionar recursos para expandir os serviços mais populares.

Pesquisas de satisfação

Engaje seus clientes com pesquisas regulares para compreender o impacto dos SVAs na experiência geral. Perguntas diretas ajudam a descobrir pontos de melhoria e identificar novas demandas.

Análise de tendências

Avalie o mercado e ajuste o portfólio de SVAs. Adicionar soluções inovadoras, como streaming, bibliotecas digitais ou ferramentas de produtividade, pode atender às demandas em constante mudança do consumidor.

Revisão mensal de estratégias

Adote revisões frequentes para

entender o desempenho geral. Reuniões mensais com as equipes responsáveis podem destacar oportunidades de otimização.

A integração dos SVAs no modelo de negócio

Integrar SVAs ao modelo de negócio de provedores vai além de oferecer produtos adicionais. Trata-se de criar uma experiência robusta, em que os clientes percebam valor agregado que melhora diretamente suas vidas. Seja por meio de entretenimento, ferramentas educacionais ou soluções de segurança, os SVAs devem alinhar-se às necessidades e preferências do público.

Conclusão

É com esta propriedade da experiência de anos no mercado que posso garantir que este é o caminho para a saúde e prosperidade de qualquer provedor. Fidelizar clientes com serviços diferenciados, otimizar a gestão de serviços, ampliar a receita com soluções atrativas e personalizadas e a análise contínua do desempenho dos SVAs são essenciais para o provedor manter-se competitivo. Ao seguir boas práticas, ajustar estratégias com base em dados e oferecer serviços alinhados às demandas do mercado, os provedores podem se destacar como líderes no setor.

As novas regras da Anatel: segurança, responsabilidade técnica e regulação nas telecomunicações

Rogerio Moreira Lima Silva, Engenheiro Eletricista, Mestre e Doutor em Engenharia Elétrica/Telecomunicações (ABTELECOM, ABEE Nacional, AMC, CREA-MA, ABEE-MA, SENGE-MA e UEMA)

José Alberto Lucas Medeiros Guimarães, Advogado, Mestre em Direito e Instituições do Sistema de Justiça

AA Anatel publicou em 2025 as Resoluções nº 428 e nº 449, que reforçam a exigência de responsabilidade técnica, capacidade operacional e regularização jurídica para prestadoras de telecomunicações. As medidas visam combater a informalidade, garantir a segurança das redes e dos trabalhadores e consolidar as telecomunicações como infraestrutura crítica à segurança nacional.

s Resoluções Internas nº 428 e nº 449, ambas de 2025, publicadas pela Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações, introduzem novos requisitos regulatórios que reforçam a segurança técnica, a responsabilidade profissional e a legalidade nas atividades de telecomunicações. A Resolução 428/2025 exige comprovação de capacidade técnica, regularidade trabalhista e responsabilidade técnica junto ao conselho de fiscalização profissional competente como condição para a continuidade da autorização das prestadoras de serviços.

Já a Resolução 449/2025 estabelece um plano de ação para o combate à concorrência desleal e determina a suspensão da dispensa de outorga para o SCM - Serviço de Comunicação

Multimídia, obrigando a regularização de todos os prestadores. Este

artigo analisa o conteúdo e os impactos dessas medidas, contextualizando os riscos associados ao setor, os avanços regulatórios recentes e o papel estratégico das telecomunicações para a soberania e a segurança nacional. Destaca-se também a importância da atuação qualificada e com responsabilidade técnica como condição para a redução de acidentes e para a sustentabilidade regulatória do setor.

Objetivo das novas resoluções é garantir a segurança das redes e dos trabalhadores

REGULAÇÃO

Introdução

Em 2025, a Anatel promoveu um importante avanço regulatório no setor de telecomunicações ao publicar duas normas fundamentais: a Resolução Interna nº 428, de 28 de abril, e a Resolução Interna nº 449, de 27 de junho. A primeira estabelece critérios mais rigorosos para a continuidade da autorização de funcionamento das prestadoras de serviços de telecomunicações de interesse coletivo, com foco na exigência de responsabilidade técnica, capacidade operacional e regularidade profissional. A segunda aprova o Plano de Ação para o combate à concorrência desleal na prestação do serviço de banda larga fixa e suspende, por medida cautelar, a dispensa de outorga para prestação do SCM - Serviço de Comunicação Multimídia, inclusive para prestadoras de pequeno porte com até 5 mil acessos.

Essas mudanças vêm em um momento crucial para o setor, marcado por redes compartilhadas desorganizadas, prestação clandestina de serviços de Internet, furtos de sinal e envolvimento de organizações criminosas. A dispensa de outorga, instituída em 2013 pela Resolução nº 614, cumpriu seu papel ao expandir o acesso à Internet, mas agora exige revisão diante da maturidade do mercado e da necessidade de garantir isonomia, fiscalização eficiente e segurança jurídica.

Neste contexto, este artigo analisa o conteúdo e os impactos das novas regras da Anatel, destacando os riscos técnicos e legais associados à prestação de serviços de telecomunicações sem respaldo profissional, e reforça o papel estratégico do setor para a segurança nacional, a soberania digital e a proteção da vida dos trabalhadores.

Requisitos técnicos e responsabilidade profissional

A nova resolução exige que as empresas apresentem atestados de capacidade técnica comprovando estrutura operacional e a presença de profissionais legalmente habilitados. Exige-se também o registro ativo junto ao conselho de fiscalização profissional competente em conformidade com a legislação vigente. O objetivo é assegurar que a execução de serviços esteja sob responsabilidade de engenheiros com atribuições compatíveis, garantindo a conformidade legal e técnica das atividades.

Além disso, a norma determina que, a cada dois anos, as prestadoras comprovem a implementação de programas de Gerenciamento de Riscos (PGR), Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva (EPIs e EPCs) e capacitação de trabalhadores, segundo as Normas Regulamentadoras (NRs). Devem ser apresentados ainda o Atestado de Capacidade Técnica e o Resumo de Relação de Tomador de Obra (RET).

Dados sobre acidentes e fiscalização profissional

De acordo com o Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica da Abracopel - Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (2025, ano base 2024), o número de mortes por choque elétrico de trabalhadores de telecomunicações cresceu 525% entre 2015 e 2023, colocando-os entre os cinco grupos profissionais com maior número de fatalidades. A intensificação da fiscalização pelo CONFEA – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, por meio da fiscalização nacional dos provedores de Internet, trouxe resultados concretos: em 2024, essa taxa

caiu para 200% acima dos níveis de 2015, revelando os primeiros impactos positivos do controle técnico sobre a atuação no setor.

Combate à informalidade e nova regulação

Em complemento, a Anatel publicou a Resolução Interna nº 449/2025, que aprova um plano de ação contra a concorrência desleal na prestação de serviços de banda larga fixa. O prazo para regularização vai até 28 de outubro de 2025. Após isso, o cadastro será extinto e a empresa poderá sofrer ações de fiscalização.

Também foi determinada medida cautelar que suspende por 120 dias a dispensa de outorga para prestação do SCM - Serviço de Comunicação Multimídia, exigindo que todas as prestadoras regularizem sua autorização junto à Anatel. A Resolução nº 614/ 2013, que anteriormente dispensava a outorga para pequenas prestadoras (PPPs) com até 5 mil acessos, já cumpriu sua função histórica: o Brasil alcançou cobertura de Internet superior a 80% da população. Agora, a exigência universal de outorga reforça a isonomia regulatória e o combate a fraudes, redes clandestinas e furtos de sinal, que chegaram a envolver organizações criminosas.

Telecomunicações como Infraestrutura crítica e segurança nacional

As telecomunicações deixaram de ser apenas uma alavanca de desenvolvimento tecnológico e passaram a integrar o núcleo da segurança nacional. São consideradas infraestruturas críticas por sustentarem os sistemas de defesa, inteligência, energia, finanças e saúde. A resiliência das redes depende de sua correta implantação, manutenção e operação, o que exige qualificação técnica, responsabilidade legal e supervisão de engenheiros habilitados, conforme os marcos legais da engenharia e das telecomunicações.

Riscos técnicos da atividade e necessidade de responsabilidade técnica

Desde a fabricação dos equipamentos até sua instalação em data centers e sites, a cadeia técnica da telecomunicação envolve estudo, planejamento, projeto, execução e manutenção. A etapa elétrica, por exemplo, exige atenção redobrada. Choques elétricos a partir de 30 mA (0,03 A) já são suficientes para causar fibrilação cardíaca. Por isso, a NBR 5410 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão tornou obrigatória, desde 1997, a utilização de Dispositivos Diferenciais Residuais (DRs) de 30 mA para instalações de baixa tensão.

A atuação em telecomunicações também impõe riscos diretos: trabalho com eletricidade, em altura, em espaços confinados, a céu aberto e com exposição à radiação não ionizante. As NRsNormas Regulamentadoras aplicáveis incluem a NR-10, NR-15 (Anexo 7), NR-16 (Anexo 4), NR-21, NR-33 e NR-35. Todas exigem treinamento técnico, uso de EPIs e supervisão por profissionais legalmente habilitados.

Casos concretos e efeitos da fiscalização

No Maranhão, um acidente fatal ocorrido em rede de fibra óptica compartilhada motivou investigação conduzida pela Câmara Especializada de Engenharia Elétrica do CREA-MA. A ocorrência, noticiada pela imprensa, culminou em auto de infração por exercício ilegal da profissão e na sua manutenção pela câmara, com posterior comunicação à Anatel, à ANEEL e ao Ministério Público para providências legais.

Além disso, técnicos que atuam em sistemas irradiantes, como ERBs - estações radiobase, ficam expostos a efeitos térmicos da radiação não ionizante. Ainda que inofensiva à população em geral, essa exposição pode causar queimaduras, cataratas e fotoenvelhecimento em trabalhadores que operam próximos a antenas com alta potência irradiada (EIPR). A Resolução nº 700/2018 da Anatel regula os limites e condições de exposição.

Conclusão

As Resoluções nº 428/2025 e nº 449/2025 representam um marco regulatório para o setor de telecomunicações, ao exigirem comprovação de responsabilidade técnica, capacidade operacional e regularidade jurídica das prestadoras. Ao lado da suspensão da dispensa de outorga e do combate à informalidade, essas medidas estabelecem um novo patamar de segurança, legalidade e qualificação para o setor.

Fortalecer a regulação das telecomunicações é fortalecer a soberania. O setor de telecomunicações é hoje um eixo da segurança nacional e da autonomia digital. Investir em capacitação, responsabilidade técnica e fiscalização rigorosa é investir no futuro do país. Não se trata apenas de desenvolver redes, mas de proteger vidas, dados e instituições.

A importância dos processos para o crescimento dos provedores de Internet

AO artigo destaca a importância da gestão por processos para provedores regionais no Brasil, mostrando como a padronização operacional pode aumentar a produtividade, reduzir erros e melhorar a escalabilidade. Traz exemplos de melhorias práticas em setores como suporte técnico, atendimento comercial e financeiro, evidenciando ganhos em eficiência. A estruturação dos processos não exige grandes investimentos e pode ser iniciada com ferramentas simples.

gestão eficiente de um provedor de Internet exige mais do que excelência técnica: é preciso controle, padronização e escalabilidade. Este artigo discute a importância da gestão por processos no contexto dos provedores regionais de Internet no Brasil, com base em dados de mercado e estudos sobre produtividade. Aponta-se como a ausência de processos estruturados compromete diretamente a operação e a experiência do cliente. Mas são apresentados caminhos para implantação de processos simples e eficazes como estratégia de crescimento sustentável para as empresas.

Introdução

A gestão eficiente de um provedor de Internet vai muito além da qualidade técnica da conexão. Envolve controle, padronização, velocidade de resposta e capacidade de escalar sem perder qualidade. No entanto, ainda é comum encontrar provedores que crescem em número de clientes, mas não evoluem em organização interna. A consequência disso é uma operação reativa, desorganizada e vulnerável a falhas que afetam diretamente a experiência do cliente.

O artigo busca discutir a importância da estruturação de

processos internos como ferramenta essencial para o crescimento sustentável dos provedores de Internet, especialmente os de pequeno e médio porte, que representam grande parte do mercado brasileiro.

A importância dos processos para a produtividade e adaptação

Segundo dados da McKinsey & Company [3], empresas com processos bem definidos podem aumentar sua produtividade em até 30%. Já um estudo da Deloitte [2] aponta que 57% das empresas com processos estruturados apresentam maior capacidade de adaptação frente a mudanças de mercado. Essas estatísticas reforçam a relevância da gestão por processos como elemento estratégico e operacional.

A falta de padronização nos processos é um dos principais desafios enfrentados pelos provedores regionais no Brasil. Segundo a pesquisa anual da AbrintAssociação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações [1], mais de 60% dos provedores relatam dificuldades operacionais justamente por não possuírem procedimentos bem definidos, sobretudo nas áreas de suporte técnico, atendimento

GESTÃO

comercial e agendamento de serviços. Também são comuns os relatos de alta rotatividade, falhas na integração de novos colaboradores e entregas sem padrão.

A ausência de processos claros e organizados faz com que a operação dependa da memória e da boa vontade dos colaboradores. Isso gera falhas constantes, retrabalho, falta de padrão no atendimento, dificuldade na integração de novos profissionais e sobrecarga das equipes. Além disso, escalar a operação se torna inviável, já que não há estrutura para sustentar o crescimento com qualidade.

Setores como suporte técnico, atendimento comercial, estoque e financeiro são pilares operacionais para provedores regionais e exigem agilidade, integração e padronização. A ausência de processos definidos nessas áreas tem gerado falhas recorrentes, desperdício de recursos e insatisfação do cliente. A seguir, apresentam-se exemplos práticos de melhorias operacionais observadas em um provedor de médio porte após a adoção de práticas estruturadas de gestão por processos.

Exemplos práticos e melhorias

Nos setores de suporte técnico e roteiramento, os chamados, antes registrados de forma informal e sem rastreabilidade, como mensagens em grupos de WhatsApp, passaram a ser gerenciados por meio de um sistema com categorização por prioridade e monitoramento de SLAs – Acordo de Nível de Serviço, o que reduziu significativamente o tempo de atendimento e aumentou a resolutividade no primeiro contato. No roteiramento, a substituição do planejamento manual por agendas regionais integradas a mapas digitais permitiu otimizar os deslocamentos dos técnicos, ampliar a previsibilidade das rotas e reduzir custos operacionais relacionados à distância e ao tempo improdutivo entre atendimentos. No atendimento comercial, a ausência de um processo claro para registro e acompanhamento das propostas

dificultava a conversão de leads. Após a implementação de um funil de vendas estruturado e a adoção de um CRM com histórico de interações, tornou-se possível padronizar o atendimento, organizar as etapas de negociação e melhorar o acompanhamento dos contatos. A equipe passou a atuar de forma mais assertiva, com base em dados, e obteve aumento na taxa de conversão de propostas.

No setor financeiro, a falta de controle das contas a pagar e a receber no sistema gerava informações desencontradas e dificultava a análise do fluxo de caixa.

A centralização desses dados em um único sistema e a implantação de relatórios gerenciais possibilitaram maior previsibilidade financeira, facilitando a tomada de decisão e o planejamento de investimentos. Quanto ao estoque e controle de comodato, a ausência de processos definidos para empréstimos e devoluções ocasionava perdas frequentes e compras desnecessárias. Com a estruturação de um controle sistemático da movimentação de materiais, por meio de registros de entrada e saída, checklists e conciliações periódicas, foi possível reduzir em 30% os custos com aquisição de equipamentos e matérias-primas, além de aumentar a rastreabilidade dos ativos da empresa.

Implantação e ciclo de melhoria

A estruturação de processos não exigiu, inicialmente, ferramentas complexas ou investimentos elevados. O ponto de partida consistiu na identificação dos setores mais críticos, análise das atividades realizadas e mapeamento dos principais gargalos operacionais.

A partir dessa análise, foram executadas as seguintes etapas:

• Redesenho dos processos com foco em clareza e eficiência operacional.

• Documentação simples por meio de fluxogramas, manuais e checklists operacionais.

• Capacitação da equipe para garantir a padronização na execução das tarefas.

• Acompanhamento contínuo de indicadores-chave para manutenção do ciclo de melhoria.

Ferramentas acessíveis como planilhas, sistemas de gestão já existentes e métodos visuais simples mostraram-se eficazes para iniciar esse processo de estruturação. A evolução contínua passou a ser sustentada pela cultura de melhoria, promovendo ganhos consistentes de produtividade e qualidade.

Considerações finais

Independentemente do porte da empresa, provedores que desejam crescer com qualidade e manter a competitividade no mercado precisam encarar a gestão por processos como prioridade estratégica. Embora a estrutura interna muitas vezes passe despercebida aos olhos do cliente, seus efeitos tornam-se evidentes quando falha, impactando diretamente a reputação e a saúde financeira do negócio.

A adoção de processos bem definidos demonstrou não apenas ganhos operacionais, mas também maior previsibilidade, controle e profissionalismo. Trata-se de um investimento estruturante, que prepara o provedor para enfrentar os desafios do crescimento com maior robustez, garantindo eficiência, padronização e escalabilidade.

REFERÊNCIAS

[1] Abrint – Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações. Pesquisa Setorial 2023. São Paulo.

[2] Delloitte. The Process Evolution: Trends and Insights. Deloitte Insights, 2021. Disponível em: https:// www2.deloitte.com/.

[3] Mckinsey & Company. The power of process improvement: Accelerating productivity gains. McKinsey Global Institute, 2022. Disponível em: https:/ /www.mckinsey.com/.

SETOR PÚBLICO

Enfrentando o roubo de cabos no Brasil

Nas últimas décadas, o Brasil tem vivido uma epidemia de furtos de cabos de telecomunicações. Apenas em 2023, mais de 5,4 milhões de metros foram roubados. A ausência de cabos afeta não somente os provedores, mas também o usuário final que, privado de Internet e telefonia, fica sem acesso a serviços fundamentais. O artigo mostra o que o país tem feito para coibir este tipo de ação.

OProf. José Maurício dos Santos Pinheiro, do UBM – Centro Universitário de Barra Mansa e da RATIO Consultoria

roubo de cabos afeta diretamente a vida de milhares de brasileiros que ficam sem acesso à Internet e telefonia. Consequentemente, são impedidos de acessar serviços fundamentais, como atendimento médico e produtos bancários. O prejuízo não é apenas do provedor, mas de toda a sociedade.

Cenário nacional

Em termos práticos, os roubos de cabos estão distribuídos de forma desigual pelo território brasileiro. A tabela I traz dados fornecidos pela Conexis Brasil Digital, detalhando as ocorrências de roubo/furto de cabos de telecomunicações no Brasil por região e estado, tendo como base o ano de 2023. Algumas informações adicionais:

• Espírito Santo, Santa Catarina e demais estados não estão entre os cinco mais afetados em 2023. Dados específicos não foram divulgados.

• Alguns estados nordestinos (como Pernambuco, Ceará etc.) não constam no ranking dos cinco mais afetados em 2023. Não há dados regionais detalhados disponíveis nas fontes.

• O Rio de Janeiro teve uma queda de 50% nas ocorrências, saindo da 2ª posição em 2022 para a 10ª em 2023. Não há um número absoluto divulgado, mas estimam-se cerca de 250 mil metros em 2023.

• A estimativa dos “demais estados” foi calculada com base no total nacional informado (5,4 milhões de metros) menos a soma dos dados reportados.

Impactos

O roubo sistemático de cabos de telecomunicações tem se consolidado como uma ameaça persistente à infraestrutura crítica nacional, com efeitos que extrapolam o campo técnico-operacional. Trata-se de um problema que afeta diretamente a continuidade dos serviços essenciais, a segurança da população, a integridade do espaço urbano e a estabilidade econômica de diversos setores.

Diante da magnitude do problema, compreender os impactos do furto de cabos é fundamental para embasar ações coordenadas de prevenção, investimento em tecnologia e formulação de políticas públicas eficazes.

A seguir, são detalhados os principais danos causados por esse tipo de crime, com base em dados recentes do setor e em relatos de campo.

• Interrupção de serviços essenciais - O roubo de cabos de telecomunicações provoca falhas imediatas e generalizadas na prestação de serviços básicos, afetando não apenas a comunicação pessoal, mas também a operação de setores inteiros da sociedade. Quando os cabos são arrancados ou cortados, há perda

instantânea dos sinais de Internet, telefonia fixa e móvel.

• Danos físicos à infraestrutura - O roubo de cabos de telecomunicações não se limita à subtração do material condutor. A ação provoca uma série de danos colaterais à infraestrutura urbana e técnica, resultando em prejuízos operacionais, riscos à segurança pública e aumento do custo de manutenção das redes.

• Prejuízo financeiro e social - O furto de cabos de telecomunicações representa uma das principais fontes de prejuízo recorrente no setor de infraestrutura crítica do Brasil, tanto para operadoras quanto para a sociedade em geral. Entretanto, os prejuízos indiretos, os mais significativos, são difíceis de mensurar com precisão e atingem múltiplas esferas da vida econômica e social.

um ambiente propício para a continuidade desses crimes, mesmo quando o ganho financeiro é reduzido.

Desafios regulatórios

Embora o roubo de cabos seja um crime, ainda há lacunas na legislação brasileira. Nem todos os estados possuem leis específicas para combater a receptação de cabos. Por outro lado, a fiscalização sobre ferros-velhos e recicladoras ainda é limitada. Muitas vezes, os criminosos são presos, mas soltos em pouco tempo por falta de provas técnicas.

As operadoras de telecomunicações e entidades do setor têm defendido a aprovação de projetos de lei que tipifiquem e aumentem as punições para esses crimes, visando coibir a receptação de materiais subtraídos e fortalecer as políticas públicas de segurança.

Sudeste Minas Gerais 505.500

Rio de Janeiro250.000 - Estimado

Sul Paraná 955.200

Rio Grande do Sul 368.800

Nordeste Bahia

635.700

Demais estados (estimativa conjunta)1.4 84.800

Apesar da substituição progressiva dos cabos de cobre por fibras ópticas, material que possui baixo valor de revenda e nenhum aproveitamento metálico direto, o roubo de cabos continua em alta. Isso se deve a múltiplos fatores. Em primeiro lugar, ainda existem trechos de redes legadas em cobre em operação, especialmente em áreas periféricas ou de difícil acesso, tornando-se alvos preferenciais. Em segundo lugar, criminosos muitas vezes não conseguem distinguir previamente se os cabos são de cobre ou fibra, o que leva a tentativas indiscriminadas de furto. Além disso, mesmo os cabos ópticos podem conter componentes metálicos de reforço (como hastes de aço) ou conectores que interessam ao mercado clandestino. Por fim, a fragilidade na fiscalização de pontos de venda de sucata, aliada à impunidade e à baixa rastreabilidade dos materiais, cria

No final de julho, o presidente da República sancionou a Lei 15.181/25, originada do Projeto de Lei 4872/2024. A nova legislação agrava as penas previstas no Código Penal para crimes que envolvam equipamentos e estruturas de serviços essenciais. Pela legislação atual, a pena para o crime de roubo vai de quatro a dez anos de reclusão. Com a nova Lei, essa pena pode ser aumentada de um terço à metade, podendo chegar a 15 anos de prisão quando o crime envolver equipamentos de energia, telefonia, transferência de dados ou transporte ferroviário e metroviário. Nos casos de furto, cuja pena prevista é de um a quatro anos de reclusão, a nova norma estabelece pena de dois a oito anos quando forem subtraídos cabos ou equipamentos relacionados aos

Tab. I – Roubo de cabos no Brasil em 2023. Fonte: Conexis Brasil Digital

mesmos serviços essenciais. A medida também é válida para aqueles que furtarem bens que possam comprometer o funcionamento de órgãos públicos ou privados que forneçam serviços considerados essenciais. Também foram criados agravantes para o crime de receptação. Se envolver fios, cabos ou equipamentos usados em serviços de energia, telefonia, transmissão de dados ou transporte, a pena prevista, de um a quatro anos, pode ser dobrada. Já empresas contratadas pelo poder público que porventura utilizem fios ou cabos furtados ou roubados em seus serviços de comunicação ficam sujeitas a advertências, multas, suspensão temporária, caducidade e declaração de inidoneidade. Foram vetados pelo Poder Executivo os dispositivos que autorizariam a suspensão do serviço prestado por companhias afetadas por furto ou roubo de cabos e a alteração da Lei 9613/98, que trata dos crimes de lava g em de dinheiro.

Outros exemplos de medidas legais: • Lei estadual em Minas Gerais: obriga empresas de reciclagem a apresentarem nota fiscal para materiais metálicos, dificultando a venda ilegal.

• Projetos de lei federais (em tramitação): propõem punições mais severas e controle mais rígido na cadeia de comercialização de cobre.

Essas leis, no entanto, só são eficazes se acompanhadas de fiscalização, rastreabilidade dos materiais e conscientização da população.

Ações complementares

Outra forma para enfrentar o problema do roubo de cabos é adotar um conjunto diversificado e integrado de medidas que vão além da simples aplicação da lei. Essas ações envolvem o uso de tecnologias avançadas para monitoramento e proteção da infraestrutura, a atuação coordenada entre setores público e privado, o fortalecimento da fiscalização e regulamentação da cadeia de comercialização de materiais, além de campanhas educativas que promovam a conscientização da sociedade.

Somente por meio dessa abordagem multifacetada será possível reduzir significativamente os prejuízos causados por esses crimes, garantindo a continuidade dos serviços essenciais e a segurança das redes de comunicação. É possível destacar algumas medidas:

• Monitoramento por sensores IoT – Internet das Coisas e redes

inteligentes - Implantação de diferentes tipos de sensores (de vibração, movimento, tensão, etc.) nos cabos para detectar tentativas de corte ou violação em tempo real, permitindo resposta rápida das equipes de segurança.

• Videomonitoramento e drones - Uso de câmeras dotadas de sistemas de IA - Inteligência Artificial para identificar movimentações suspeitas em áreas críticas, além de drones para monitoramento aéreo contínuo.

• Rastreamento via GPS e RFID –Identificação por RadiofrequênciaAplicação de dispositivos rastreadores em cabos ou equipamentos para localizar rapidamente materiais furtados e inibir receptação.

• Uso de materiais alternativos ou camuflagem - Substituição parcial (ou total) dos cabos de cobre por fibras ópticas, que têm menor valor de revenda, ou aplicação de revestimentos que dificultem a subtração dos cabos.

Medidas institucionais e operacionais

O combate eficaz ao roubo de cabos depende não apenas dos avanços tecnológicos, mas também da implementação de estratégias institucionais e operacionais bem estruturadas. A articulação

entre os diversos atores envolvidos (operadoras, órgãos públicos, forças de segurança e reguladores) é essencial para garantir uma resposta rápida e coordenada. Além disso, a capacitação especializada das forças policiais, o uso inteligente de dados para monitoramento e prevenção e a promoção de campanhas educativas são elementos fundamentais para fortalecer a capacidade de prevenção e repressão desses crimes, envolvendo a sociedade como parte ativa na proteção da infraestrutura crítica.

• Parcerias público-privadas - Cooperação entre operadoras, governos estaduais e municipais, polícias e órgãos reguladores para troca de informações e ações integradas de combate ao furto.

• Capacitação e especialização das forças policiais - Criação de núcleos especializados em crimes contra infraestrutura de telecomunicações, com treinamento técnico e uso de tecnologia forense.

• Criação de bancos de dadosMonitoramento sistemático dos pontos críticos, registro de ocorrências e identificação de padrões para direcionar ações preventivas.

• Ações educativas e campanhas de conscientização - Esclarecimento público sobre os riscos e impactos dos furtos, incentivando denúncias por meio de canais anônimos e recompensas.

Regulamentação e fiscalização

Para fortalecer a prevenção e o combate ao roubo de cabos, são imprescindíveis o aprimoramento da regulamentação e o rigor na fiscalização da cadeia produtiva e comercial relacionada aos materiais furtados.

A intensificação do controle sobre ferros-velhos e recicladoras pode dificultar a comercialização ilegal de cobre e outros metais, enquanto a imposição de normas técnicas para instalação e proteção da infraestrutura assegura maior resistência física às ações criminosas.

Além disso, a implementação de sistemas de certificação e rastreamento dos materiais reciclados contribui para a transparência e legalidade do mercado, inibindo a receptação e facilitando a identificação de produtos de origem ilícita. Algumas medidas incluem:

• Controle da cadeia de reciclagem e metalurgia - Fiscalização mais intensa dos ferros-velhos e recicladoras para impedir a comercialização irregular de materiais provenientes de furtos.

• Normas técnicas para instalação e proteção da infraestrutura - Exigência de padrões mínimos para instalação subterrânea, blindagem ou proteção física reforçada dos cabos em áreas vulneráveis.

• Criação de sistemas de certificação e rastreamento de materiais - Similar ao que ocorre com veículos e produtos controlados, para garantir a origem lícita dos cabos e metais reciclados.

Conclusão

O roubo de cabos representa hoje um dos maiores entraves à qualidade dos serviços de telecomunicações no Brasil. Além das perdas econômicas, o crime expõe a fragilidade de infraestruturas críticas e compromete o acesso da população a direitos básicos, como saúde, segurança e comunicação. É necessário reconhecer que a complexidade do problema exige uma abordagem multidisciplinar.

Somente com integração entre governos, empresas e sociedade civil será possível criar um ambiente menos propício à criminalidade e mais seguro para o desenvolvimento da conectividade nacional. Portanto, combater o roubo de cabos não é apenas uma questão de segurança patrimonial, mas uma agenda estratégica para o desenvolvimento do país, com impactos diretos na economia digital, educação remota, inovação tecnológica e inclusão social.

Quatro feiras e congressos. Uma aliança pelo avanço global das energias renováveis.

GERAÇÃO DE ENERGIA + CALOR

INTE RS OLA R: CON EC TAND O O

SE TOR S OLA R

A Intersolar é a principal feira para o setor solar, com foco em energia fotovoltaica, tecnologias termossolares e usinas de energia solar. Desde sua fundação, mais de 30 anos atrás, a Intersolar tornou-se a mais importante plataforma para fabricantes, fornecedoras, distribuidoras, instaladoras, prestadoras de serviços, desenvolvedoras de projetos, planejadoras, além de novas empresas no setor solar.

ARMAZENAMENTO DE ENERGIA —

EE S: IN OVA ND O O

A RMAZE NAME NTO D E E NERG IA

A ees é a feira internacional de baterias e sistemas de armazenamento de energia. Reúne fabricantes, distribuidoras, desenvolvedoras de projetos, integradoras de sistemas, usuários profissionais e fornecedoras de tecnologias inovadoras de baterias e soluções sustentáveis de armazenamento de energias renováveis, tais como hidrogênio verde e produção eletrolítica de gás.

USO DE ENERGIA

P OWE R2DRI VE: E NERGI A PA RA O FUTUR O DA M OBILI DAD E

A Power2Drive é a feira internacional focada em infraestrutura de carregamento e eletromobilidade, reunindo fornecedores, operadoras de postos de recarga, fabricantes, instaladoras e administradoras de frotas e energia. O evento destaca como a geração, o armazenamento, a distribuição e o uso da energia interagem e se articulam inteligentemente.

DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA

Eletrotec+EM-Power : INFRAESTRUTURA E GESTÃO DE ENERGIA

A Eletrotec+EM-Power South America é a feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia, enfocando tanto tecnologias para distribuição de energia elétrica quanto serviços e soluções informáticas para gestão de energia aos níveis de rede, de serviços públicos e de edificações. Destacando geração, armazenamento, distribuição e uso da energia e as maneiras como esses aspectos interagem e podem se articular inteligentemente.

A evolução das redes dos provedores de PAC PON para FTTH

Douglas Carlos dos S. de Azevedo, CEO da Ômega Telecom, Pós-graduado em Redes de Computadores e Telecomunicações no IFF - Campus Campos Centro Wilton do Nascimento Ribeiro, Evanildo dos Santos Leite e Thiago Miranda Paravidino da Silva, do IFF - Instituto Federal Fluminense – Campus Campos Centro

MO artigo apresenta a evolução das redes de acesso de provedores, da arquitetura PAC PON com UTP para a tecnologia FTTH. Mostra as limitações técnicas das redes metálicas e os ganhos com a migração para fibra, incluindo melhor desempenho, alcance e confiabilidade. Traz um estudo de caso real e destaca os custos e vantagens do modelo desbalanceado.

uitos provedores de Internet no Brasil ainda utilizam redes metálicas UTP - Unshielded Twisted Pair e PAC PON, uma solução que leva fibra óptica (PON – Passive Optical Network) da OLT (central) até o poste e, a partir daí, faz a distribuição por meio de cabos UTP até o assinante, formando uma rede híbrida fibraUTP. Esse modelo começou a ser adotado há cerca de 15 anos, impulsionado pela necessidade de substituir a tecnologia via rádio por acesso cabeado.

Devido aos altos custos de instalação da fibra na época, os provedores optaram por redes UTP com switches instalados nos postes, geralmente a cada 80 metros, uma alternativa mais econômica em comparação às redes 100% em fibra (FTTH - Fiber to the Home).

Com a queda nos preços da fibra e dos equipamentos nos últimos anos, aliada ao aumento da competição no setor, os provedores devem avaliar a migração do modelo UTP/PAC PON para o padrão GPON - Gigabit Passive Optical Network, que proporciona maior estabilidade, baixa latência, velocidades elevadas e mais segurança.

Este artigo apresenta os custos financeiros envolvidos na transição para

o modelo FTTH, com base em um estudo de caso real.

Rede telefônica de par metálico e UTP

A Internet sobre par metálico surgiu como uma evolução natural da rede telefônica. Composta por fios de

Fig. 1 – Rede UTP antiga instalada no provedor

cobre, essa infraestrutura utiliza cabos como o CTP APL 50x50 pares e o UTP de quatro pares, ambos suscetíveis a interferências eletromagnéticas e com baixa resistência para transmissões em longas distâncias. Além disso, essas instalações devem ser mantidas afastadas de redes elétricas. A distância entre o distribuidor geral (DG) e o cliente é outra limitação: até 3,5 km no caso de fio telefônico e apenas 100 metros para o cabo UTP.

Esses desafios se acentuam em ambientes externos devido à exposição às intempéries, que tornam os cabos mais vulneráveis a danos. No cliente, o par metálico se conecta aos demais pares da vizinhança no poste mais próximo, por meio de caixas de distribuição (ou caixas aéreas). A partir daí, cabos com maior capacidade seguem pelos postes até os armários de distribuição (armários de repartição).

Na rede UTP com cabos cobreados, as restrições são ainda maiores. Como esses cabos não são inteiramente de cobre (geralmente combinam alumínio com revestimento de cobre fino), a capacidade de condução elétrica é inferior à do cobre puro. Isso reduz ainda mais a distância útil da rede e aumenta a perda de sinal e a suscetibilidade a corrosão e danos físicos.

Implementar uma rede com cabos UTP envolve diversos desafios: o alto custo do cobre, a obsolescência de equipamentos e o elevado índice de furtos de cabos. Outro problema é a incidência de raios, já que o cobre é

causar loops de DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol), com múltiplas respostas na rede, interrompendo o serviço até que os técnicos localizem e desativem a porta responsável pela duplicidade.

um excelente condutor elétrico e pode atrair descargas atmosféricas.

Oscilações de energia e surtos elétricos, inclusive os gerados por fontes PoEPower over Ethernet, podem queimar os equipamentos da rede metálica ou UTP com facilidade.

Além disso, falhas na configuração dos pontos de distribuição podem

Uma OLT EPON (Optical Line Terminal/Ethernet Passive Optical Network) com duas portas tem a capacidade de 64 ONUs - unidades de fibra óptica por ponta PON, no formato de FTTH e instalação de 100% fibra até o cliente. Mas quando mesclamos a rede com a tecnologia PAC PON, que se trata de uma placa

Fig. 2 - Mapa da rede de Imbé, distrito de Campos dos Goytacazes, RJ, atendido pelo provedor Ômega. Fonte: Autor

ESTUDO DE CASO

de rede com uma ONU, é possível instalar até 512 clientes em uma OLT, que só suportaria 64 por porta, totalizando 128 ONUs.

O custo financeiro depende do planejamento da rede que será ofertada na área urbana (bairro ou grande centro), da quantidade de casas, distância e tipos de planos.

Tab. I - Cálculo de splitter desbalanceado

Upgrade da rede UTP para FTTH

Para atender 100 residências, instalar 2 km de cabo UTP, com 10 caixas de atendimento, 10 switches PoE/100 Mbit/s e 100 fontes PoE, os custos de implementação e manutenção são os seguintes:

• Implementação de rede no bairro (sem licenças com concessionárias): R$ 27 mil.

• Valor pago por assinante (mês): R$ 75.

• Custo mensal estimado de manutenção de atendimento: R$ 500.

É um investimento baixo para atender 100 casas, porém devido à instabilidade, interferências de sinais e limitação na sua distância, torna-se inviável o uso dessa tecnologia.

PAC PON e FTTH

Diferentemente da tecnologia UTP, a CTO - Caixa de Terminação Óptica tem mais recursos, pois os seus

Operação de comprimento de onda comprimento de onda

Operação de comprimento de onda comprimento de onda

Operação de comprimento de onda 1310 ~ 1625 nm 1310 ~ 1625 1310 ~ 1625 nm 1310 ~ 1625

50/50 ≤ 3,6

40/60 ≤ 4,7/2,7

30/70 ≤ 6/1,9

Perda de inserção (dB)

20/80 ≤ 7,9/1,2

15/85 ≤ 9,6/1

10/90 ≤ 11,3/0,65

5/95 ≤ 14,6/0,4

2/98 ≤ 18,8/0,3

1/99 ≤ 22,5/0,25

Polarização depende de perda (dB) ≤ 0,15

Temperatura de operação-40°C ~ 85°C

Fonte: Cianet

componentes são constituídos de uma placa PoE. A potência sai direto da OLT, com a qual se deve realizar um estudo técnico para identificar os materiais necessários para a construção e expansão da rede. São utilizados alguns componentes, como splitter balanceado e desbalanceado, expandindo a rede até 20 km. Cada OLT suporta uma quantidade específica de número de cliente por porta PON. É possível fazer outras configurações, como uma ONU e um switch de 48 portas, podendo replicar em um splitter de 1x8. Existe, ainda, a possibilidade de montar várias configurações na rede PAC PON, de acordo com a demanda do provedor.

Com uma demanda cada vez maior por velocidade de transmissão de dados, menor latência e maior confiabilidade, a empresa que não investir em FTTH certamente perderá clientes.

Projeto de migração de PAC PON para FTTH em Campos dos Goytacazes, RJ

Primeiramente, é necessário realizar uma análise detalhada da área de atendimento, verificando a quantidade de residências, a disposição das ruas e a presença de concorrentes. Com base nesse levantamento, define-se o tipo de OLT a ser instalado na central, bem como a topologia da rede e o tipo de fibra óptica ideal para o tronco e sua ramificação até os pontos de acesso. No sistema PAC PON, a arquitetura é implementada de forma independente do PoE, o que facilita as manutenções e evita interferências entre os pontos de conexão, preservando a funcionalidade do sistema.

Fig. 3 - Diagrama de rede desbalanceada. Fonte: Fibracem

Na figura 2, observa-se um mapa real da região e o projeto da rede desenvolvido para Imbé, distrito de Campos dos Goytacazes, RJ, onde o provedor Ômega atende em fibra óptica. A área foi mapeada visando a implantação de uma rede desbalanceada, com o objetivo de otimizar a qualidade do atendimento e reduzir os custos de implantação.

Depois da visita técnica, foi analisado o tipo de construção de rede, se será

o sinal da OLT e levando o sinal até a casa do cliente com qualidade, por ser uma área com morro e casas distantes do local.

Foi escolhido a OLT DM4611, com uma capacidade de 512 ONU/ONT (Optical Network Terminal). De acordo com a figura 4, foi iniciada a construção da rede FTTH e na sequência, realizadas as instalações dos clientes, com qualidade e agilidade.

Fig. 4 - Construção do tronco principal de fibra óptica pelo provedor Ômega em Imbé, distrito de Campos dos Goytacazes, RJ

balanceada ou desbalanceada, tipo de OLT e quantidade de clientes suportados: 128, 256 ou 512 ONUs. Em seguida, é feito um levantamento da quantidade de splitter e CTO para instalação na rede.

Após todas as análises do mapa, decidiu-se construir uma rede desbalanceada, pois as casas não são próximas umas das outras, para conseguir levar a potência total da OLT de até 20 km.

Exemplo de cálculo rápido: Potência do GBIC (conversor de interface Gigabit) inicial com +7 dBm. Se utilizarmos um splitter de 5/95%, teremos um início de construção da divisão de uma porta PON nas duas pontas.

• 1 splitter de 1x2 5/95%

• Ponta A 5%: +7 – 14,60 = -7,6 dBm

• Ponta B 95%: +7 - 0,40 = 6,6 dBm

Na figura 3, podemos analisar como foram, na prática, os cálculos da tabela I, e verificar de forma técnica, dividindo

Conclusão

A tecnologia FTTH oferece vantagens substanciais em relação aos cabos metálicos de rede. Ela proporciona largura de banda muito superior, velocidades de transmissão mais altas, menor latência, maior confiabilidade, alcance estendido e menor necessidade de manutenção em comparação aos cabos de cobre.

Esses benefícios são essenciais para atender à crescente demanda por conectividade de alta velocidade e estabilidade, tanto em ambientes residenciais e rurais quanto em contextos industriais e comerciais. Além disso, a fibra óptica é altamente escalável e preparada para o futuro, suportando a evolução tecnológica e o aumento contínuo no consumo de dados.

Comparada às soluções baseadas em cobre, como UTP e PAC PON, a FTTH se destaca em desempenho e capacidade, consolidando-se como a opção ideal para redes de comunicação modernas.

Internet via satélite e FWA: tecnologias complementares ou concorrentes?

Nos últimos anos, o Brasil testemunhou avanços significativos em novas formas de conectividade sem fio, especialmente na Internet via satélite de órbita baixa (LEO) e no FWA – Fixed Wireless Access, ou acesso fixo sem fio. Com a rápida expansão das redes 5G e o aumento da cobertura proporcionada pelas constelações de satélites, o mercado brasileiro se depara com um cenário em que essas tecnologias podem tanto competir quanto se complementar, dependendo das condições locais e das necessidades específicas dos usuários.

O FWA 5G tem sido considerado uma alternativa para levar a banda larga fixa a locais sem infraestrutura de fibra óptica ou cabo. Desde 2 de dezembro de 2024, todos os 5570 municípios brasileiros estão aptos a receber a tecnologia 5G standalone, graças à liberação da faixa de 3,5 GHz pela Anatel, antecipando em 14 meses o cronograma previsto. Até julho de 2025, o 5G já estava presente em mais de 1000 municípios.

Além das teles nacionais, que investiram fortemente na expansão, novos entrantes regionais que adquiriram licenças 5G no leilão de espectro também apostam no FWA. Mas, apesar do interesse crescente, o alcance atual ainda é modesto frente à banda larga tradicional. Estudos

Esta seção aborda aspectos tecnológicos das comunicações corporativas, em especial redes locais, mas incluindo também redes de acesso e WANs. Os leitores podem enviar suas dúvidas para Redação de RTI, e-mail: inforti@arandanet.com.br.

indicam que cerca de 40% das operadoras com 5G globalmente já ofertam FWA, mas desafios como o custo dos equipamentos e franquias de dados limitam a adoção do FWA em massa. Por conta disso, as atuais ofertas de FWA vêm com franquias de dados relativamente restritas, e demandam que os fabricantes reduzam o custo das CPEs para viabilizar uma expansão maior. Em termos de cobertura, o FWA depende diretamente da disponibilidade da rede celular. Nas grandes cidades e regiões metropolitanas onde o 5G já está presente, o FWA pode ser oferecido rapidamente, inclusive algumas operadoras já anunciam o serviço em cidades como São Paulo e Campinas. Por outro lado, em áreas rurais ou remotas, a ausência de torres 5G é um limitador. No geral, o FWA será mais utilizado onde já existe cobertura celular bem estabelecida, capitalizando a infraestrutura 5G existente para entregar banda larga fixa sem fio. Paralelamente ao FWA, o Brasil assiste a uma verdadeira revolução na Internet via satélite, impulsionada por satélites de órbita baixa. Diferente dos satélites geoestacionários tradicionais que operam a uma altitude média de 36 mil km da Terra, os LEOs orbitam em altitudes que variam de 200 a 2000 km, possibilitando latências muito menores e serviços mais comparáveis à banda larga terrestre.

Desde 2022, uma grande constelação LEO passou a atender o país e vem crescendo exponencialmente em usuários e capacidade. Atualmente, a cobertura satelital já alcança praticamente todo o território brasileiro, bastando apenas que o usuário tenha visão desobstruída do céu para se conectar. Isso inclui desde fazendas em áreas remotas no interior do Brasil até comunidades ribeirinhas na Amazônia.

Dados recentes confirmam o rápido crescimento da base de usuários de satélite LEO no Brasil. Um relatório de abril de 2025 destacou que a Starlink, operadora da SpaceX e principal serviço de Internet via satélite, já contava com 345 mil assinantes ativos no Brasil, o que representa um aumento de 2,3 vezes em apenas um ano, tornando o país o 4º maior mercado do mundo.

Esse número impressionante, alcançado em cerca de dois anos de operação comercial, posiciona a conectividade satelital como uma solução de peso, especialmente em localidades onde as redes terrestres não chegam. Para efeito de comparação, em setembro de 2023 estimava-se que 0,8% de todos os acessos de banda larga no país já eram via satélite, proporção que salta para 2,8% na região Norte, com a constelação LEO respondendo por 44% dos acessos do tipo (cerca de 37 mil conexões). Em alguns estados do Norte, a Starlink já detém mais da metade de todos os acessos via satélite, refletindo sua liderança nesse nicho.

A Anatel aprovou, em abril de 2025, a expansão da licença satelital LEO, permitindo a operação de 7,5 mil satélites adicionais além dos cerca de 4,4 mil já autorizados. Com isso, a constelação poderá atingir quase 12 mil satélites em órbita servindo o Brasil nos próximos anos, reforçando sua capacidade e cobertura.

Ambos os sistemas conseguem entregar velocidades de banda larga, mas os números dependem da infraestrutura disponível. Em medições no Brasil, a conexão LEO da Starlink apresenta taxas de 113 Mbit/s de download e 22 Mbit/s de upload, com desempenho superior ao de outros satélites. Já o FWA 5G, ao utilizar frequências médias de 3,5 GHz, pode atingir velocidades semelhantes ou maiores conforme a proximidade da antena e a disponibilidade de espectro.

No que tange à latência, uma conexão 5G fixa costuma ficar na casa de 20 a 40 ms, similar à de uma rede móvel convencional, adequada para aplicações em tempo real, videoconferência, etc. Já a constelação de satélites de baixa órbita registrou latências em torno de 50 ms nos testes no Brasil, patamar incrivelmente baixo se comparado aos 600 a 800 ms dos satélites geoestacionários.

Na prática, 50 ms é suficientemente próximo da experiência de fibra, que gira em torno de 5 a 20 ms, para suportar quase todas as aplicações sem grandes prejuízos. A diferença de 30 ms entre FWA e LEO não é perceptível para a maioria das aplicações comuns, embora o 5G em modo stand-alone possa teoricamente baixar ainda mais a latência conforme evolui a infraestrutura de núcleo.

Apesar das similaridades em áreas rurais remotas ou com infraestrutura precária, a Internet via satélite se consolida como salvadora da última milha. Onde não há torres de celular próximas ou backhaul de fibra,

implementar 5G pode não ser viável no curto prazo. Logo, a instalação de uma antena satelital passa a ser a saída mais rápida e a com melhor desempenho.

No agronegócio, por exemplo, a adoção da Internet LEO tem sido celebrada como fator de produtividade, conectando fazendas que antes estavam offline. Mesmo órgãos públicos têm recorrido à solução espacial para conectar escolas, postos de saúde e bases na floresta. Portanto, em áreas de sombra das operadoras, o satélite não tem competição, ele preenche um nicho de conectividade básica e avançada ao mesmo tempo, levando desde acessos mais comuns à implementação de IoT – Internet das Coisas no campo.

Em compensação, em áreas urbanas e regiões com redes móveis bem estruturadas, o FWA 5G deve prevalecer como opção preferencial de acesso fixo sem fio. Isso porque nas cidades há alta densidade de antenas, capacidade de sobra e concorrência entre operadoras, fatores que mantêm os preços acessíveis e permitem

pacotes de dados generosos. O FWA pode competir diretamente com banda larga tradicional em bairros não cabeados, oferecendo performance semelhante à fibra em muitos casos.

O novo cenário de conectividade no Brasil aponta para a coexistência complementar do FWA e da Internet via satélite. Não se trata de uma competição frontal pela mesma fatia de mercado, mas de atender de forma otimizada diferentes necessidades geográficas e de uso. Executivos e tomadores de decisão devem enxergar essas tecnologias como aliadas na expansão da conectividade: o FWA aproveitando a infraestrutura 5G para entregar banda larga rápida sem fio onde for economicamente viável, e o satélite cobrindo os vazios e proporcionando mobilidade e redundância. Esse mosaico, se bem coordenado, garantirá que a transformação digital não conheça fronteiras físicas, levando Internet de qualidade do centro das metrópoles aos confins do país, de forma sustentável e eficiente.

ITDR – A última linha de defesa contra o comprometimento de credenciais

Conforme adiantado na última edição da seção Segurança ( RTI julho de 2025, n o 302), apresento agora em agosto o artigo sobre ITDR - Identity Threat Detection and Response. No início de julho, o Brasil foi surpreendido pela notícia do roubo de quase R$ 1 bilhão do sistema financeiro nacional através de transferências Pix. Em dólares, foram aproximadamente US$ 180 milhões, o que o torna o segundo maior roubo a banco da história. O maior deles, de quase US$ 1 bilhão, ocorreu no Iraque em 2003, durante a guerra, aparentemente orquestrado pelo próprio Saddam Hussein. As primeiras notícias do roubo brasileiro davam conta de que ele ocorreu via furto de credenciais, mas, dias depois, foi descoberto que elas foram vendidas. Roubadas ou vendidas, o caso revela o impacto que o comprometimento de credenciais pode causar. Outro caso famoso foi o da empresa britânica de logística KNP, que em 2023 sofreu um ataque de ransomware que a levou à falência. Como tantos outros componentes da arquitetura tecnológica que compõem a sociedade moderna, as credenciais são muito mal compreendidas, e como protegê-las, menos ainda. Muitos ainda acham que mudar a senha periodicamente resolve o problema, como se os criminosos esperassem tanto tempo para executar suas ações. Enquanto o “roubo do Pix” levou semanas para ser montado e contou com apoio interno, o de empresas como a KNP levou poucas horas. Assim, precisamos ir além do básico para proteger as chaves que dão acesso às nossas empresas e tudo de valor que nelas existe.

O ecossistema de proteção de identidade hoje é bastante extenso, e compreende desde os sistemas de diretório, ou Active Directory, incluindo sistemas de autenticação federada, ou centralizada, autenticação multifator (MFA), gestão de autorização, gestão de acesso privilegiado (PAM), gestão de identidade privilegiada (PIM), que são consumidos isoladamente ou como parte de um grande sistema IAM – Identity and Access Management, de gestão de identidade e acesso. Como nas diversas áreas de segurança da informação, essas siglas se interrelacionam e se cruzam, às vezes uma invadindo o conceito teórico da outra. E dentre as várias tecnologias que compõem esse arcabouço há uma relativamente nova, o ITDR, que, em tradução livre, seria o equivalente a Detecção e Resposta a Ameaças de Identidade. Como o nome indica, está voltado para a prevenção e detecção de ataques via comprometimento de credenciais e complementa o ecossistema de gestão. É, por assim dizer, um intrusion prevention system para identidades. Para entender a tecnologia, antes é preciso compreender quais são os tipos de ataque e vulnerabilidades encontradas no ecossistema de identidade. Estas podem ser divididas em três tipos: não gerenciadas, mal configuradas e expostas.

As identidades não gerenciadas são aquelas desconhecidas pela equipe de segurança, sendo as de maior risco as com perfil de administrador de sistemas. Tais credenciais são também chamadas de shadow admins. Na maioria das vezes elas permanecem após projetos de implementação de sistemas diversos, e acabam sendo esquecidas e não documentadas. Outras existem por terem sido criadas ou configuradas para cobrir emergências, mas não foram eliminadas ou tiveram seu perfil apagado. Há ainda contas locais, em computadores ou servidores, com privilégios excessivos que

permanecem fora do mapeamento, e, portanto, também fora dos sistemas de gestão de acesso privilegiado. Na maioria das invasões bem-sucedidas, o primeiro acesso do atacante não é privilegiado, e ele busca exatamente por uma dessas senhas. Por serem desconhecidas, é difícil para a equipe de resposta a emergências identificar que foram usadas para permitir o acesso.

As senhas mal configuradas são quase uma extensão da vulnerabilidade anterior. As credenciais são conhecidas, porém protegidas por senhas fracas, ou então são contas de serviço configuradas incorretamente. O terceiro método é mais sofisticado. Trata-se de credenciais armazenadas em caches, seja em memória ou, em maior risco, em disco, e que podem ser coletadas pelo atacante. Eles também podem buscar por tokens de acesso armazenados em computadores dos usuários, ou até mesmo por sessões RDP – Remote Desktop Protocol (acesso remoto) não encerradas após o fim de um atendimento do suporte técnico, por exemplo.

A primeira parte de um ITDR é inspecionar continuamente o ambiente de TI da empresa e identificar essas vulnerabilidades, funcionando de forma semelhante aos scanners de vulnerabilidade de rede e sistemas operacionais, e fornecer as instruções para eliminar os riscos.

Já a segunda parte está relacionada ao conceito de detecção de ameaças. O propósito é identificar um ataque em execução via comprometimento de identidades. Nesse campo há métodos diferentes, como instalar agentes do tipo honeypot, que seriam acessados por um atacante em busca de credenciais privilegiadas, ou pela detecção da “escalação” de privilégios, nome que se dá quando um atacante, com posse de uma senha com permissão limitada, consegue obter acesso privilegiado, entre outros. Esse movimento de

acesso contínuo a outros computadores, servidores e de escalação de privilégios em várias contas, é chamado tecnicamente de “movimentação lateral”. Por não existir no dia a dia, pode ser detectado.

O ITDR pode compreender ou se integrar a sistemas de detecção de contas comprometidas em nuvem, também chamados de account takeover protection. A técnica mais comum é pela análise de comportamento do usuário e detecção de anomalias, como a mudança de configurações da nuvem, ativação de aplicativos ou manuseio de arquivos fora do padrão do usuário.

Há um amplo espectro de produtos e ofertas, mas o mais importante é atentar para o objetivo da tecnologia. (1) Identificar vulnerabilidades nas credenciais, e em um sentido mais amplo, no próprio sistema de autenticação. (2) Especificar, implementar e monitorar o acesso a ativos essenciais, como por exemplo códigos de programas. (3) Monitorar mudanças anormais nas credenciais ou no comportamento do usuário, como acessos fora de hora e do local habitual de trabalho. Tal estratégia deve ser considerada como prioritária. Atualmente sabemos que a maior parte dos ataques ocorrem pela exploração do usuário, e as credenciais são um elemento chave.

Marcelo Bezerra é especialista em segurança da informação, escritor e palestrante internacional. Atua há mais de 30 anos na área, com experiência em diferentes áreas de segurança cibernética. No momento, ocupa o cargo de Gerente Sênior de Engenharia de Segurança na Proofpoint. Email: marcelo.alonso.bezerra@gmail.com.

Qual é o significado de o comprimento não ser um parâmetro para o critério de “passa” ou “falha” em um teste de certificação de cabeamento balanceado em campo, conforme a série de normas ISO/IEC 11801 e ABNT NBR 14565? Parte 4

Iniciamos na RTI maio de 2025, edição n o 300, aqui em Interface , uma discussão sobre o comprimento de enlaces e canais em cabeamento estruturado, como avaliar o comprimento em um critério de “passa” ou “falha” em testes de certificação em campo e os efeitos da variação do comprimento no desempenho do canal de transmissão.

Parte 4

Nas três últimas edições de Interface revisamos os modelos de testes de certificação de canais e enlaces permanentes em cabeamento estruturado, os fatores que afetam o comprimento de um canal de transmissão e começamos por uma breve análise do quão significativa é a atenuação de um canal para a transmissão de sinais. Também discutimos a importância do material do dielétrico e como isto afeta o desempenho de transmissão dos cabos de telecomunicações, e fizemos uma breve comparação entre alguns exemplos de material dielétrico e as respostas de velocidade de propagação e NVP – Velocidade

Esta seção se propõe a analisar tópicos de cabeamento estruturado, incluindo normas, produtos, aspectos de projeto e execução. Os leitores podem enviar suas dúvidas para Redação de RTI, e-mail: info rti@arandanet.com.br.

Nominal de Propagação dos cabos. Além disso, revisamos a impedância característica e seu comportamento em cabos balanceados e alguns exemplos de modelos de linhas de transmissão, com base em arranjos R, L, G e C, que são os parâmetros primários da linha. Nesta edição de Interface vamos discutir o comportamento da resistência elétrica do condutor e sua relação com a atenuação, que afeta diretamente o limite de comprimento de um canal de transmissão.

A resistência em corrente contínua

A resistência elétrica do condutor de um par balanceado é função, basicamente, do material utilizado em sua fabricação (a bitola do condutor também conta e se trata de um aspecto construtivo). Portanto, é esperado que cada material condutor apresente um comportamento diferente quanto à sua capacidade de condução de corrente elétrica, determinada por sua resistência elétrica (parâmetro elétrico propriamente dito, R). Essa resistência em frequência zero é referida como resistência em corrente contínua, R0 Trata-se da resistência natural do material condutor. Há diversos materiais condutores empregados na fabricação de fios e cabos, sendo o cobre o mais amplamente utilizado na indústria, seguido pelo alumínio.

A tabela I apresenta as propriedades físicas de alguns materiais (metais)

Embora outros materiais e combinações de materiais sejam utilizados na fabricação de cabos, os cabos balanceados reconhecidos por normas técnicas de cabeamento estruturado devem ser de cobre puro, ou seja, outros metais ou ligas de metais não são permitidos. Isto é um requisito normativo para todas as categorias de desempenho e classes de cabeamento reconhecidas

condutores. As condutividades elétrica e térmica são relativas ao cobre e mostram uma excelente correlação para a compreensão das propriedades dos diferentes metais condutores em relação ao cobre (metal mais utilizado em fios e cabos elétricos e de telecomunicações).

Conforme mostrado na tabela I, além de boa condutividade elétrica, o cobre apresenta menor coeficiente linear de expansão (deformação em função da temperatura) e ponto de fusão em temperatura bem mais elevado em comparação ao alumínio. Sabemos que a resistência de um condutor metálico aumenta em função da temperatura operacional. Os dados de catálogo e os parâmetros de transmissão especificados em normas técnicas de cabeamento estruturado para

Fig. 1 - Variação da resistência em corrente contínua de um condutor de 24 AWG em função da temperatura

Tab. I – Propriedades de alguns metais condutores

MaterialcondutorCondutividadeCondutividadeCoeficientelineardePontodefusão elétricarelativatérmicarelativaexpansão(x10-6/°C)dometal(°C)

ambientes comerciais são todos para a temperatura ambiente de 20°C. Embora a faixa de operação de cabos balanceados fabricados para uso em ambientes comerciais seja entre 20°C e 85°C, os valores utilizados como referências para a determinação dos limites de parâmetros elétricos de transmissão críticos são especificados para 20°C.

Portanto, a resistência em corrente contínua (em frequência zero) de um dado condutor sofrerá variação em função da temperatura mesmo mantidas suas demais características físicas como bitola, por exemplo. A figura 1 mostra o comportamento da resistência em corrente contínua para um condutor de cobre de bitola 24 AWG em função da temperatura. Conforme mostrado na figura 1, entre 20°C e 85°C, a resistência em corrente contínua do condutor aumenta em cerca de 3%. A atenuação de um condutor aumenta em função da temperatura exatamente devido ao aumento da resistência do condutor. Isto afeta o comprimento do canal de forma direta. Um acréscimo de 3% pode parecer pequeno, mas considerando todos os fatores que afetam a transmissão de sinais em cabos metálicos, é um acréscimo significativo. É importante lembrar que uma atenuação de cerca de 36 dB (atenuação máxima para a configuração de canal de classe E/categoria 6, a 20°C) corresponde a apenas 0,025% da

potência original do sinal entregue ao receptor. Trata-se de uma perda de potência da ordem de milhares de vezes em relação à potência do sinal transmitido. Embora a resistência varie em função da temperatura, ela ainda é a R0, ou seja, em frequência zero (corrente contínua).

sofre entre seu valor de corrente contínua (R0 = 8,46 Ω /100 m) e seu valor em corrente alternada (Rca = 65 k Ω/100 m, em 250 MHz).

A atenuação é muito dependente da resistência do condutor, que aumenta em função da temperatura do ambiente de operação e também em função de outros fatores, como aumento da frequência (devido ao efeito pelicular), do efeito de proximidade e de correntes parasitas nos pares adjacentes e na capa (dielétrico) do cabo. Essa resistência equivalente é conhecida como resistência em corrente alternada e seu comportamento é mostrado na figura 2.

Aproveito o exemplo da figura 2 para chamar a atenção do leitor à grande variação que a resistência do condutor

Portanto, há fatores construtivos e operacionais que afetam a atenuação do cabo e, consequentemente, o comprimento do canal. Tudo isso leva a uma limitação do comprimento. Por isto, as normas de cabeamento estruturado especificam limites bem estabelecidos de comprimento para as configurações de canal e enlace permanente. Para mais detalhes sobre atenuação, recomendo a leitura do meu artigo Atenuação e sua Relação com a Resistência Elétrica do Condutor de Cabos Balanceados (RTI setembro de 2022, edição n o 268). Continuaremos a discutir o tema na próxima edição de Interface em que irei abordar os atrasos de transmissão e propagação e suas relações com o comprimento de um canal de transmissão.

Paulo Marin é engenheiro eletricista, doutor em interferência eletromagnética aplicada à infraestrutura de TI e telecomunicações e mestre em propagação de sinais. Marin é membro sênior do IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers, consultor, palestrante, coordenador da ABNT/Cobei e autor de livros técnicos.

Fig. 2 - Resistência em corrente alternada para um condutor de cobre de 24 AWG, à temperatura ambiente (20°C)

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PRODUTOS

Máquinas de fusão

As máquinas de fusão da O-Tech são projetadas para emendas de fibra óptica. Com modelos de quatro ou seis motores, os equipamentos oferecem alinhamento via V-Groove ativo ou núcleo a núcleo. Apresentam tempo de

emenda de 8 segundos, aquecimento do tubete termocontrátil de 15 segundos, menu em português e sistema de proteção por senha. Site: www.otechsolucoes.com.br.

Multiconector

O Multi Connector da Fibersul Telecom é indicado para diversas aplicações em redes de fibra óptica. Compatível com

diversos modelos, o produto é voltado para projetos FTTH e outras aplicações de alta densidade. Site: www.fibersultelecom.com.br.

Streaming

O Century Android TV, da Century, transforma uma TV comum em smart via conexão HDMI. Com sistema Android TV que possibilita acessar plataformas de entretenimento como Netflix e YouTube por conexão Wi-Fi, a solução otimiza a busca por

programas e controle da TV por meio de controle de voz integrado via Google Assistente. Site: https://centurybr.com.br/.

Data center modular

O FM800, da Huawei, é um data center modular para ambientes internos com foco em companhias que buscam desempenho, eficiência

energética e economia de espaço. A solução oferece expansão ágil de redes FTTH, alta confiabilidade para projetos edge e last mile, bem como apresenta climatização modular de precisão de 12 kW. Comercializado pela WDC Networks. Site: www.wdcnet.com.br.

Caixa de distribuição

A OPFIBRA comercializa uma caixa de distribuição de fibra óptica para condomínios verticais que permite ao provedor instalar apenas o necessário de uma rede por andar, ativando cada ponto conforme os clientes solicitarem o serviço. A solução apresenta uma bandeja com capacidade para

até 12 fusões, o que a torna aplicável na entrada de edifícios ou como ponto de distribuição primária. Além disso, a bandeja é acoplada na parte interna da caixa, a qual, após ser feita a instalação, dispensa a necessidade de abrila para novas ativações, pois a abertura na frente, com adaptadores articulados, facilita o acesso do conector para a ativação de novos clientes. Site: https://opfibra.com.br/.

Criptografia

A plataforma SAFECore é uma solução acelerada por hardware projetada para enfrentar desafios de velocidade e segurança. Diferente dos sistemas tradicionais, que sacrificam desempenho em função da criptografia, o SAFECore suporta atualizações em campo de 10G para 100G, eliminando substituições onerosas de hardware. Essa flexibilidade permite que empresas possam se adaptar às crescentes

demandas de largura de banda, seja para cargas de trabalho de IA – Inteligência Artificial, análises em tempo real ou conectividade em nuvem hyperscale, sem comprometer a segurança. Desenvolvido pela britânica Sitehop. Site: www.sitehop.com.

Propaganda móvel

O TIP Mídia , solução da TIP Brasil projetada em parceria com a Shempo, fabricante nacional de painéis digitais, consiste em um totem digital, instalado em ruas e estabelecimentos, que veicula propagandas. O equipamento conta com câmeras instaladas no topo que mostram aos transeuntes, mediante um cadastro via QR Code, imagens da cidade. Site: https://tipbrasil.com.br/

Fidelização de clientes

A PliQ oferece uma plataforma especializada em gestão da experiência do cliente via pesquisas de marketing e indicação. Com integração nativa com diversos ERPs do mercado, como IXC Soft, RBXSoft, Totvs, HubSoft e MK Solutions, a solução fornece a gestão da jornada do provedor via dados comportamentais avançados, inteligência integrada, fluxos e dashboards com indicadores em tempo real. Um exemplo é a aplicação da IA – Inteligência Artificial para analisar, pela voz, o sentimento do cliente. Com a informação, é possível categorizar se o usuário está satisfeito ou insatisfeito com o serviço prestado pela operadora e analisar os dados catalogados. Site: www.pliq.com.br.

PUBLICAÇÕES

Links Field, MVNO brasileira especializada em conectividade M2M e IoT – Internet das Coisas, disponibilizou o seu terceiro estudo técnico sobre o desligamento das redes legadas no país. O novo material, intitulado Soluções Técnicas da Transição de Tecnologia 2G/4G no Brasil, traz uma análise aprofundada dos impactos operacionais, alternativas tecnológicas disponíveis e os riscos envolvidos para empresas que utilizam dispositivos conectados em redes móveis. O conteúdo técnico oferece um comparativo detalhado entre as gerações de rede (2G, 3G, 4G), explicando suas características menos conhecidas e como elas afetam diferentes casos de uso em IoT. A publicação também analisa o impacto da transição sobre a operação de redes móveis, destacando o uso de tecnologias como o DSS - Dynamic Spectrum Sharing e acordos de RAN Sharing, que estão sendo adotados por operadoras como Vivo, Claro e TIM para otimizar a redistribuição espectral. O estudo foi desenvolvido com base em testes de campo, dados de homologação da Anatel e experiências práticas da Links Field com clientes de todo o país, consolidando-se como um guia técnico e estratégico para empresas que buscam migrar suas operações com segurança e previsibilidade. Com 76 páginas, a obra está disponível no link: https://abrir.link/cfnhb.

m Circuitos Digitais, Ricardo Tombesi Macedo apresenta os principais temas da

disciplina, desde sistemas de numeração e conversões entre bases decimal, binária e hexadecimal, até circuitos digitais construídos com portas lógicas, codificadores, multiplexadores, somadores, flip-flops e latches Alguns dos diferenciais da obra incluem a integração entre teoria e prática: os conceitos são explorados em profundidade e aplicados por meio do simulador LogiSim, facilitando a compreensão e o desenvolvimento de habilidades técnicas, bem como a contextualização dos temas com exemplos práticos na área de redes de computadores, como o uso de sistemas numéricos na identificação de dispositivos, controle de erros por paridade e o papel dos bits no roteamento de dados. Editora Ciência Moderna (https://abrir.link/XnHGk), 116 páginas.

resultado em destaque é que, em vez de adotarem uma postura defensiva focada em corte de custos, 55% dos respondentes afirmaram que estão priorizando a modernização tecnológica e o uso de IA como pilares centrais de suas estratégias de negócios. Com 10 páginas e em inglês, a análise completa pode ser acessada pelo link: https://abrir.link/UtXZa.

Concentrix Corporation disponibilizou o estudo A Era da Transformação Inteligente: A Era de Execução da IA Conduzida pelo Everest Group, a pesquisa independente conversou com mais de 450 líderes empresariais de diversos setores e regiões do mundo. O levantamento explora as prioridades atuais das empresas diante de um ambiente em constante transformação, como estão pensando em utilizar IA –Inteligência Artificial generativa, os parceiros que escolhem e como planejam investir. O

Coursera, plataforma de aprendizado online, divulgou o seu Relatório Global de Habilidades Anual , revelando um aumento de 282% nas matrículas em cursos de IA Gen - Inteligência Artificial Generativa no Brasil em relação ao ano anterior. Esse ritmo de capacitação em IA Gen supera o aumento de 135% registrado na América do Norte e os 195% no mundo todo, além de posicionar o Brasil entre os maiores adotantes de IA Gen na América Latina e refletir uma mudança mais ampla em direção ao aprendizado focado em IA e à transformação digital no país. Baseado em insights da comunidade global da Coursera, composta por mais de 170 milhões de alunos, a publicação acompanha tendências emergentes de habilidades em mais de 100 países. Em sua sétima edição, o Relatório de 2025 classifica o Brasil na 63ª posição mundial em proficiência geral em habilidades e na 9ª posição na América Latina. No novo Índice de Maturidade em IA da Coursera, o país ocupa o 2º lugar na América Latina, sinalizando um forte impulso para se tornar um dos líderes regionais em IA. O estudo completo, com 40 páginas, pode ser consultado pelo link: https://abrir.link/slsgT.

Banda larga fixa liderada pelas PPPs é o setor mais competitivo entre os regulados

A paisagem da banda larga fixa no Brasil vem sendo moldada por um movimento estrutural que, embora silencioso, tem implicações profundas: a consolidação das PPPs - Prestadoras de Pequeno Porte como eixo central da conectividade nacional. Dados do Relatório de Monitoramento da Competição (2T2025), publicado pela Anatel (https://abrir.link/IaNph), mostram que essas operadoras, muitas delas familiares, regionais e com forte enraizamento local, já detêm oficialmente 56,4% do market share nacional da banda larga fixa, ultrapassando as grandes operadoras em presença e competitividade. A liderança das PPPs não é episódica. É sustentada por uma trajetória de expansão contínua nos últimos cinco anos. Em 2020, por exemplo, a participação era de 35,8%. Já no segundo trimestre de 2025, representa mais da metade do mercado, com presença consolidada em todas as regiões do país. Essa ascensão se traduz em indicadores objetivos de desconcentração. O HHI - Índice Herfindahl-Hirschman, que mede a concentração de mercado, está abaixo de 0,07 no segmento de banda larga, o menor entre todos os serviços regulados pela Anatel, e muito distante da meta regulatória estabelecida até 2027, de 0,15. Com isso, a fragmentação do setor, longe de ser um problema, é o que explica sua eficiência competitiva. Existem atualmente mais de 22,5 mil prestadoras de banda larga fixa em operação no país, com 11.951 atuando com autorização formal da Anatel e

Esta seção aborda aspectos técnicos, regulatórios e comerciais do mercado de provedores de Internet. Os artigos são escritos por profissionais do setor e não necessariamente refletem a opinião da RTI

outras 10.523 com a dispensa de outorga. Em contraste com o setor de telefonia móvel, onde três grupos controlam 95% do mercado, a banda larga fixa é composta por milhares de operadores locais. No Nordeste, 69% dos acessos à banda larga fixa são fornecidos por PPPs. No Centro-Oeste, esse percentual chega a 61%; no Norte, 58%. Até mesmo no Sul, com 48%, e Sudeste, com 35%, onde a presença das grandes operadoras é historicamente preferida, as prestadoras de menor porte têm ampliado sua atuação com base em redes ópticas próprias, atendimento personalizado e planos mais acessíveis aos consumidores. É importante ressaltar que a penetração das PPPs em municípios com até 30 mil habitantes, que somam mais de 3900 em todo o país e concentram cerca de 34 milhões de brasileiros, já responde por 91% das conexões de fibra óptica nessas localidades, segundo a agência reguladora.

A cobertura de Internet nos domicílios rurais passou de 78% em 2022 para 81% em 2023, segundo a pesquisa TIC Domicílios. Em regiões como o semiárido, Amazônia Legal e áreas de fronteira, os provedores regionais são frequentemente a única opção para acesso à Internet em banda larga fixa com velocidades superiores a 100 Mbit/s. Com a habitual falta de cobertura móvel, essa é também a única opção de conectividade e inclusão digital nessas regiões.

Apesar disso, um dos principais gargalos relatados pelas PPPs é o acesso à infraestrutura passiva, especialmente postes. O custo elevado, a ausência de critérios uniformes de compartilhamento e os entraves operacionais dificultam a expansão ordenada das redes. A regulação assimétrica do PGMCPlano Geral de Metas de Competição, que hoje confere tratamento diferenciado às PPPs para equilibrar sua disputa com grandes operadoras e sua pressão econômica, está em revisão, o que continua gerando preocupações sobre a possível perda de proteção

regulatória num momento em que o mercado atinge metas cada vez mais ambiciosas no Brasil.

Ainda assim, as PPPs vislumbram novas frentes de expansão. A convergência entre redes fixas e móveis, especialmente com a chegada do 5G, cria oportunidades para que essas empresas regionais atuem como MVNOs - Operadoras

Móveis Virtuais ou firmem parcerias com redes neutras para ampliar sua base de assinantes. No campo e no agronegócio, já são capazes de operar redes dedicadas que viabilizam aplicações de IoT – Internet das Coisas, automação, monitoramento remoto e conectividade para máquinas agrícolas.

Essa presença em regiões rurais e municípios de menor porte não apenas amplia o acesso à Internet, como também gera impacto direto na economia local ao criar empregos diretos, movimentar cadeias produtivas e fortalecer o ecossistema regional de telecomunicações. É nesse contexto que o papel das PPPs é compreendido não como um segmento trivial, mas como o alicerce de um modelo competitivo, distribuído, resiliente e adaptável.

A manutenção de políticas públicas que favoreçam a expansão dessas operadoras, o incentivo ao compartilhamento de infraestrutura e a preservação de mecanismos regulatórios assimétricos são fundamentais para garantir que o setor continue competitivo e alinhado com as metas de inclusão digital do país.

Janyel de Assis Leite é Líder do Conselho de Administração da Abrint, atuando desde 2010 na defesa dos provedores regionais de Internet em pautas regulatórias, políticas públicas e no fortalecimento do ecossistema de conectividade no Brasil. Formado em Análise de Sistemas, com especialização em Gestão Estratégica pela Fundação Dom Cabral, traz uma base sólida em auditoria interna e gestão de riscos, com experiência anterior em grandes organizações.

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