TSESA 2025 discute os rumos do setor elétrico em meio a transição energética
O evento reunirá os principais agentes da transição energética para debater geração solar distribuída e centralizada, gargalos regulatórios, armazenamento de energia e integração com novas demandas, como hidrogênio verde e data centers, a eletromobilidade e o futuro das instalações elétricas.
Evolução das aplicações de termogra fa em sistemas fotovoltaicos
A expansão da base instalada nos últimos anos aportou melhorias tecnológicas nos módulos e uma nova estrutura de custos, deslocando o foco da termografia para outros componentes elétricos. O artigo faz uma retrospectiva dessas aplicações.
Transformadores para instalações fotovoltaicas
Transformadores elétricos são indispensáveis em grande parte dos sistemas solares fotovoltaicos.
O guia traz uma lista de empresas que fornecem esses equipamentos no mercado nacional, bem como as principais características dos seus transformadores e os meios de contato.
Proteção térmica de transformadores a seco
Amplamente utilizados em plantas de geração fotovoltaica, subestações industriais e cabines primárias, transformadores a seco têm como uma das principais causas de falha o superaquecimento decorrente de sobrecargas, tornando necessário um sistema eficiente de monitoramento e proteção térmica com uso de relés específicos.
Recarga sustentável com carregadores integrados a armazenamento em baterias
Carregadores de veículos, especialmente os rápidos de corrente contínua, podem impactar as redes de distribuição particularmente quando múltiplas estações de recarga compartilham um ponto de conexão comum. Aqui, um estudo de caso de sistemas de armazenamento de energia em baterias agregados a essas estações.
Projeto & Instalação
Veículos
A ev o l u ç ão d a t e c n o l o g i a e o m ai o r ev e nt o do s e t o r
Carta ao leitor
Mauro Sérgio Crestani, Editor
Os equipamentos de instalações fotovoltaicas ficaram muito mais potentes e evoluíram tecnicamente nos últimos 10 anos, tempo em que se conta de fato a história do setor de energia solar no Brasil a partir da publicação da resolução normativa da Aneel 687/2015. No que se refere aos módulos, houve substanciais aumentos de eficiência, de cerca de 17% para mais de 23% no período, e ao mesmo tempo os preços caíram para valores de até US$ 0,10 por watt. Isso, como se pode ler no artigo que mereceu capa desta nossa edição, reduziu a participação dos módulos nos orçamentos de sistemas fotovoltaicos: de 64% em 2009 para 39% em 2021, valores dados no mesmo artigo (imagine-se agora, quatro anos depois).
A evolução técnica fez diminuírem também os problemas de manutenção. Já não se detectam tantos defeitos de fabricação, e mesmo os problemas decorrentes de falhas no transporte e instalação não mais aparecem tanto porque os produtos estão mais robustos. Assim, são menores os problemas observados nas inspeções termográficas nos novos módulos, porém a maioria dos que estão em operação pertence ainda a gerações anteriores, mais frágeis. Além disso, os demais componentes do sistema, incluindo o inversor, atraem atualmente grande atenção da manutenção em função de maiores densidades de energia e maior pressão sobre custos.
A mencionada queda do preço de módulos deriva de evolução tecnológica, ganho de escala e excedente da capacidade de produção, resultando em excesso de oferta. Nesse cenário, fabricantes mundiais operam por vezes com margens negativas para manter ou ampliar presença em mercados estratégicos, caso do Brasil. Como efeito, há a inibição quase total de uma cadeia produtiva nacional: parece não ter importância que se eliminem ex-tarifários ou se aumentem alíquotas do IPI dos módulos. Eles continuam sendo importados na grandíssima maioria. A atual guerra tarifária declarada pelo presidente dos EUA contra vários países, sendo a China um dos alvos principais, e a retirada de incentivos à energia solar nos Estados Unidos podem acentuar ainda mais a sobreoferta.
No Brasil, algumas questões se conjugam, a exemplo da inversão de fluxo de potência na geração distribuída e do curtailment na geração de grande porte, além da diminuição de incentivos tarifários para uso das redes, botando certo freio no crescimento do mercado. A taxa de aumento da capacidade instalada, que embora decrescente vinha exuberante (75% em 2002, 50% em 2023, 41% em 2024), este ano deve ser de “apenas” 25% ainda excelente, mas o caso é que vínhamos “mal acostumados”.
Todos esses aspectos e muitos mais estarão no escopo do próximo The smarter E South América, alvo aqui de uma reportagem que esmiúça seu conteúdo para os leitores, potenciais interessados em participar e contribuir para traçar os futuros rumos dos segmentos de energia solar fotovoltaica, armazenamento de energia, eletromobilidade e instalações elétricas.
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ISSN 2447-1615
Quatro feiras e congressos. Uma aliança pelo avanço global das energias renováveis.
GERAÇÃO DE ENERGIA + CALOR
INTE RS OLA R: CON EC TAND O O
SE TOR S OLA R
A Intersolar é a principal feira para o setor solar, com foco em energia fotovoltaica, tecnologias termossolares e usinas de energia solar. Desde sua fundação, mais de 30 anos atrás, a Intersolar tornou-se a mais importante plataforma para fabricantes, fornecedoras, distribuidoras, instaladoras, prestadoras de serviços, desenvolvedoras de projetos, planejadoras, além de novas empresas no setor solar.
ARMAZENAMENTO DE ENERGIA —
EE S: IN OVA ND O O
A RMAZE NAME NTO D E E NERG IA
A ees é a feira internacional de baterias e sistemas de armazenamento de energia. Reúne fabricantes, distribuidoras, desenvolvedoras de projetos, integradoras de sistemas, usuários profissionais e fornecedoras de tecnologias inovadoras de baterias e soluções sustentáveis de armazenamento de energias renováveis, tais como hidrogênio verde e produção eletrolítica de gás.
USO DE ENERGIA
—
P OWE R2DRI VE: E NERGI A PA RA O FUTUR O DA M OBILI DAD E
A Power2Drive é a feira internacional focada em infraestrutura de carregamento e eletromobilidade, reunindo fornecedores, operadoras de postos de recarga, fabricantes, instaladoras e administradoras de frotas e energia. O evento destaca como a geração, o armazenamento, a distribuição e o uso da energia interagem e se articulam inteligentemente.
DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA
Eletrotec+EM-Power : INFRAESTRUTURA E GESTÃO DE ENERGIA
A Eletrotec+EM-Power South America é a feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia, enfocando tanto tecnologias para distribuição de energia elétrica quanto serviços e soluções informáticas para gestão de energia aos níveis de rede, de serviços públicos e de edificações. Destacando geração, armazenamento, distribuição e uso da energia e as maneiras como esses aspectos interagem e podem se articular inteligentemente.
The smarter E South America está com inscrições abertas
Maior aliança de feiras e congressos para o setor energético da América Latina, a The smarter E South America já está com inscrições abertas para visitação gratuita nas feiras e participação nas conferências. O evento, que acontece entre os dias 26 e 28 de agosto no Expo Center Norte, em São Paulo, contará com aproximadamente 700 expositores do Brasil e do exterior, e espera atrair mais de 58 mil visitantes.
A The smarter E South America reúne as últimas inovações em energia solar, armazenamento, eletromobilidade e instalações elétricas em quatro feiras simultâneas:
Intersolar South America – principal feira da América Latina para energia solar fotovoltaica, reunindo toda a cadeia de valor do setor.
ees South America – voltada para sistemas de armazenamento de energia e tecnologias de baterias, essenciais para soluções off-grid e de segurança energética.
Power2Drive South America – focada em infraestrutura de recarga e veículos elétricos, conectando eletromobilidade e inovação urbana.
Eletrotec + EM Power South America –dedicada à infraestrutura elétrica e à gestão inteligente de energia.
Paralelamente, os congressos da The smart E South America reúnem autoridades, especialistas, fabricantes, investidores e demais players para debater as principais questões relacionadas à transformação do sistema elétrico na região. São destaques desta edição:
Energia solar – perspectivas sobre políticas públicas, planejamento, regulação, operação e mercado.
Como o País pode garantir segurança energética, viabilidade econômica e resiliência à expansão de renováveis. Armazenamento – modelos tecnológicos, institucionais e financeiros que possam tornar o armazenamento
uma peça central na transformação sustentável, na redução de emissões, na inclusão energética e no fortalecimento de economias locais.
Instalações elétricas e gestão de energia – novas normas e revisões técnicas sobre arco elétrico, combate a incêndios em instalações fotovoltaicas e para-raios.
Eletromobilidade – perspectivas de expansão, gargalos estruturais e oportunidades de investimento no segmento de recargas; inovações centradas no usuário, da usabilidade dos aplicativos à acessibilidade nas estações de recarga.
As inscrições para as feiras são gratuitas até o dia 25 de agosto e podem ser feitas em www.thesmartere.com.br Também na página estão disponíveis informações sobre os congressos e os links para compra de ingressos.
GD solar atinge marca dos 40 GW
OBrasil atingiu a marca de 40 GW de geração solar distribuída, conforme
mapeamento da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, com base em dados da Aneel. Segundo cálculos da associação, os investimentos acumulados na modalidade superaram os R$ 173,7 bilhões no País e foram responsáveis pela criação de mais de 1,2 milhão de empregos desde 2012.
Essa potência está instalada em mais de 3,6 milhões de sistemas instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos, beneficiando mais de 5,3 milhões de unidades consumidoras. Do total de conexões, as residências lideram com 2,8 milhões (79%), seguidas pelos estabelecimentos comerciais, com 356 mil (10%), e o setor rural, com 306 mil (8,6%).
Ainda de acordo com os dados da agência, compilados pela Absolar, a tecnologia fotovoltaica já está presente em 5.566 municípios e em todos os estados brasileiros. Para a associação, o segmento contribuiu para uma arrecadação aos cofres públicos de mais de R$ 52,3 bilhões. O estado de São Paulo é o primeiro no ranking de potência instalada, com 5,7 GW, seguido por Minas Gerais, com 4,8 GW, Paraná, com 3,6 GW, Rio Grande do Sul, 3,4 GW, e Mato Grosso, 2,6 GW.
ONS publica relatório sobre curtailment
OONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico publicou relatório técnico que analisa o aumento dos cortes de geração de energia no Brasil, fenômeno conhecido como curtailment O estudo faz parte das ações do grupo de trabalho “GT Cortes de Geração” do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, formado para buscar soluções para mitigar os impactos causados pelos cortes de geração de energia renovável. O objetivo é avaliar a situação atual e apresentar projeções para os próximos anos, com foco no período de 2026 a 2029.
Evento reúne Intersolar, ees South America, Power2Drive e Eletrotec + EM Power, devendo atrair mais de 58 mil visitantes
Estudo faz parte das ações solicitadas pelo GT Curtailment, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia
A revisão dos modelos matemáticos dos controladores de usinas eólicas e fotovoltaicas, realizada depois do apagão de agosto de 2023, visou “garantir maior aderência entre a resposta simulada e o comportamento real observado em campo”, segundo comunicado do ONS. No entanto, essa revisão implicou redução da capacidade de escoamento do sistema, provocando aumento dos cortes de geração de usinas eólicas e solares em razão da insuficiência de desempenho dinâmico dessas fontes.
Além disso, segundo o comunicado, o relatório também mostra que a evolução dos cortes está diretamente ligada ao avanço da capacidade instalada da geração em proporção superior ao aumento da demanda, o que tem pressionado a operação do sistema.
O relatório contemplou a análise histórica dos cortes de geração fotovoltaica e eólica e, em breve, essa análise será complementada com os dados de cortes ocorridos em relação à geração hidráulica.
O documento técnico também traz projeções sobre o comportamento dos cortes de geração eólica e fotovoltaica até 2029, considerando a minimização das gerações hidrelétricas e termelétricas. Essa projeção indica que, com a entrada de novas usinas com contrato de uso do sistema de transmissão, a tendência é de aumento na ocorrência de curtailment por razões energéticas, ou seja, quando a geração excede a demanda em determinados momentos, especialmente nos horários diurnos.
“Diante disso, o ONS propõe aprimoramentos no marco regulatório, como o avanço na controlabilidade dos geradores distribuídos, de forma que também seja possível fazer a gestão sobre esse tipo de geração, e a revisão de regulamentos e de políticas públicas, para equilibrar responsabilidades, aprimorar a eficiência alocativa e garantir eficiência operacional”, afirmou Alexandre Zucarato, diretor de Planejamento do ONS.
Disponível no link www.ons.org.br/ AcervoDigitalDocumentosEPublicacoes/ RT%20DGL-ONS%200189-2025%20 -%20GT%20Curtailment%20rev1.pdf, o relatório será “debatido com as principais associações e entidades setoriais, em busca de soluções colaborativas para enfrentar os desafios da transformação energética que ocorre no Brasil”, diz a nota.
Preço de baterias solares cai até 25%
Opreço das baterias empregadas em sistemas de energia solar registrou queda significativa no Brasil entre maio de 2024 e maio de 2025, de acordo com levantamento da Solfácil, empresa que atua em financiamento e distribuição de equipamentos fotovoltaicos. Segundo o acompanhamento, as baterias monofásicas, para uso residencial, ficaram 25% mais baratas no período. No caso das baterias trifásicas, para aplicações comerciais e industriais, a redução foi de 20%. Pela avaliação da Solfácil, a queda nos preços tem a ver principalmente com a diminuição no custo do lítio, matéria-prima principal para a fabricação. Além disso, também influenciam no panorama avanços produtivos impulsionados pela maior procura. De acordo com o diretor de produtos de distribuição da empresa, Jaison Reis, apenas no primeiro semestre de 2025
a redução foi de 18% em relação aos valores praticados no início do ano.
A expectativa é de o uso das baterias crescer em regiões com instabilidade no fornecimento de energia elétrica e em aplicações críticas, como telecomunicações, refrigeração, data centers e hospitais. Com os custos mais baixos, o armazenamento tende a se tornar mais acessível a consumidores residenciais e pequenos negócios.
A Solfácil aponta também que as recentes mudanças na regulamentação da geração distribuída podem impulsionar a adoção de sistemas de armazenamento. As dificuldades enfrentadas por usuários para homologar novas usinas solares e o uso restrito de créditos de energia tornam as baterias uma alternativa viável para quem busca autonomia.
Aeroporto de Roma adota baterias de segunda vida
Oaeroporto “Leonardo da Vinci” em Fiumicino, Roma, inaugurou na semana passada um sistema de ar-
Redução do custo do lítio e maior procura pela tecnologia, que teve avanços produtivos, são as principais causas
Sistema desenvolvido pelo Fraunhofer e a Enel X vai utilizar baterias fornecidas pela Nissan, Stellantis e Mercedes-Benz
mazenamento de energia em baterias (BESS, de battery energy storage system) de 2,5 MW/10 MWh construído com baterias automotivas de segunda vida, ou seja, baterias que alcançaram final de vida útil para aplicações em automóveis elétricos mas permanecem utilizáveis em bancos de armazenamento de energia.
No âmbito do chamado projeto “Pioneer”, coordenado pela administradora do aeroporto ADR (Aeroporti di Roma), o BESS foi desenvolvido em conjunto pelo instituto de pesquisa Fraunhofer Itália, a Enel X e a integradora Loccioni. O sistema fornece armazenamento da energia gerada pela grande planta fotovoltaica de 22 MWp inaugurada no início deste ano pela ADR. A energia armazenada cobrirá o pico de demanda noturno, além de fornecer serviços de flexibilidade à rede.
O BESS é alimentado por 762 módulos de baterias fornecidas pela Nissan, Mercedes-Benz e Stellantis (dona de Alfa Romeo, Chrysler, Citroën, Dodge, Fiat, Peugeot e mais outras nove marcas) à integradora Loccioni, responsável por harmonizá-las no BESS da Enel. A Stellantis forneceu 78 baterias de segunda vida, cada uma com capacidade de 50 kWh de energia armazenada, totalizando 3,9 MWh. A Nissan forneceu 84 baterias de segunda vida do Nissan LEAF, de 30 e 40 kWh, totalizando 2,1 MWh de armazenamento de energia. Em comunicado, a Nissan informou que as baterias fornecidas, provenientes de veículos com alta quilometragem e devoluções em garantia, “foram cuidadosamente requalificadas para atender rigorosos padrões de segurança e desempenho”. A empresa prevê que as baterias de segunda vida permanecerão operacionais por mais de 6 a 7 anos no aeroporto, mesmo com uso diário.
Como outros sistemas de armazenamento estacionário com baterias automotivas de segunda vida, o sistema conforme descrito pelo aeroporto italiano “dá nova vida a baterias que agora são inutilizáveis no setor automotivo, mas permanecem altamente valiosas para aplicações estacionárias”.
VPower hibridiza usinas a diesel
Presente com usinas termoelétricas em seis cidades do Amazonas, a VPower, sediada em Hong Kong, hibridizou uma UTE localizada no município de Autazes com uma usina solar de 3.400 módulos solares e capacidade de 2,1 MW. O projeto híbrido foi desenvolvido em parceria com a Fictor Energia e a Enerwatt, do Grupo WTT. A usina solar garante economia de 2,5 mil litros de diesel por dia, cerca de 1 milhão de litros por ano. O objetivo é replicar o modelo em outras cidades onde a VPower atua, como São Gabriel da Cachoeira, onde o processo de hibridização já está em andamento.
Localizada na Região Metropolitana de Manaus, a cidade de Autazes possui mais de 41 mil habitantes, sendo o 16º município mais populoso do Amazonas. O sistema híbrido atende integralmente à demanda energética da cidade, que possui carga média de 8 MW. A integração oferece maior estabilidade no fornecimento, com ajuste automático de geração conforme a necessidade, e reduz o desgaste dos
Planta fotovoltaica instalada em Autazes diminuiu em 2,5 mil litros por dia o consumo de diesel.
Distrito amazônico ganha sistema híbrido
O distrito de Caiambé, localizado no município de Tefé, no Amazonas, às margens do rio Solimões, passou a contar com um sistema isolado de geração de energia em modelo híbrido, que combina geração térmica, solar e armazenamento de energia por baterias (BESS), implantado pela Aggreko. Trata-se da primeira comunidade do interior do estado a receber usina híbrida instalada pela empresa.
A usina tem termelétrica a diesel de 1,4 MW, usina solar fotovoltaica de 373 kWp e BESS de 1 MW/500 kWh. Com a operação híbrida, a estimativa é de redução de consumo aproximado de 130 mil litros de diesel por ano e de emissão de 405 toneladas de CO2 evitadas. Com cerca de 3 mil habitantes, Caiambé sofria, antes da chegada da solução, com infraestrutura energética precária.
A Aggreko fornece energia para 26 comunidades remotas do Amazonas e emprega diretamente 196 pessoas nestas localidades isoladas da rede. Segundo comunicado da empresa, todo o processo de descarte de resíduos é realizado com monitoramento rigoroso e tratamento adequado em Manaus.
Caiambé, no município de Tefé, passou a contar com 1,4 MW de térmica a diesel, 373 kWp de solar e 1 MW de BESS
Por meio de chamada pública de projetos do CGPAL - Programa de Redução Estrutural de Custos de Geração de Energia na Amazônia Legal e de Navegabilidade do Rio Madeira e do Rio Tocantins - Pró-Amazônia Legal, iniciativa vinculada ao MME, a Aggreko vai implantar em outras 23 comunidades do Amazonas 88 MWp de geração solar e 105 MWh em sistemas de armazenamento de energia com baterias (BESS).
equipamentos movidos a diesel, reduzindo o descarte de resíduos.
“Economicamente, o consumo de diesel foi reduzido em 8%, resultando em uma queda direta nos custos operacionais. Ambientalmente, a iniciativa reduziu as emissões de carbono em mais de 5 mil toneladas anuais, marcando um passo crucial rumo à sustentabilidade. As vantagens econômicas serão redistribuídas por meio da distribuidora, beneficiando, no fim da cadeia, os consumidores finais”, destacou em comunicado Dilon Tai, diretor de novos negócios da VPower Brasil.
O executivo informou que o projeto também incorporou tecnologia de armazenamento de energia em baterias (BESS), permitindo que o excedente de energia gerado durante o dia seja armazenado para atender à demanda noturna. “Essa inovação não apenas otimiza o uso dos recursos disponíveis, mas também contribui para a estabilidade do fornecimento, reduzindo ainda mais a
dependência de combustíveis fósseis e reforçando o compromisso com a eficiência energética e a sustentabilidade.”
Microrrede solar é instalada em comunidade isolada
Aempresa Liberdade Solar concluiu a primeira fase do projeto Paraty Solar, que instalou uma microrrede de energia fotovoltaica com baterias de lítio na comunidade do Saco das Anchovas, localizada na Área de
Proteção Ambiental (APA) Cairuçu, no Parque Estadual da Juatinga, entre Paraty e Trindade, no Rio de Janeiro. Com a nova infraestrutura, as famílias da região passam a contar com energia elétrica 24 horas por dia, substituindo o antigo modelo baseado em geradores a diesel, que forneciam energia por poucas horas.
A microrrede instalada na área isolada tem capacidade de geração de 806,4 kWh por mês, com 5,8 kWp em 10 módulos solares, 8 kW de inversor e 14,4 kWh em baterias de lítio. (A potência do inversor permitirá a ampliação do sistema no futuro, com a adição de até mais 10 módulos.) O sistema ainda inclui sensores, ventilação e câmeras de segurança, além de estrutura elétrica em corrente contínua e alternada.
O sistema conecta todas as casas da comunidade por meio de uma rede subterrânea, beneficiando diretamente três famílias de pescadores, que agora dispõem de geladeiras e freezers alimentados por energia solar para conservação de peixes. A comunidade também passou a ter acesso à internet via satélite. Segundo comunicado da Liberdade Solar, uma das casas foi adaptada para funcionar como hospedaria de ecoturismo, gerando fonte de renda para o período de baixa da pesca. A operação e manutenção do sistema serão feitas por moradores treinados pela Liberdade Solar, com suporte técnico remoto via internet das coisas (IoT).
Microrrede com sistema fotovoltaico e baterias substitui gerador a diesel e garante energia 24 h
A ação foi totalmente financiada pela empresa e segue as normas ambientais do Parque Estadual da Juatinga e da APA Cairuçu, ambos reconhecidos pela Unesco como Patrimônio Mundial Natural.
A Liberdade Solar atua em soluções de microrredes inteligentes com energia solar e sistemas de baterias para implantação de projetos em comunidades em situação de vulnerabilidade, regiões isoladas e condomínios de habitação de interesse social.
Energia solar move poços em MG
Ogoverno de Minas Gerais está dando continuidade a um programa de instalação de kits solares fotovoltaicos para suprir energia a poços artesianos em regiões que vivem estresse hídrico no estado. Em 2025, por meio de ação do Idene – Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais, foram beneficiadas principalmente as cidades de Verdelândia, Gameleiras, Grão Mogol e Várzea da Palma.
A ideia é garantir o fornecimento de água às comunidades com a energia solar abundante da região, substituindo o sistema anterior que precisava de conexão à rede elétrica. Os kits são compostos por módulos solares responsáveis por acionar o bombeamento da água até os reservatórios.
Com o projeto, as prefeituras beneficiadas deixam de arcar com o custo da energia elétrica desses poços, liberando recursos para outras finalidades. Em Gameleiras, a economia mensal estimada é de R$ 2,2 mil.
da Silveira, que atende 85 crianças em período integral. Com a economia na conta de energia, a prefeitura pretende investir em uma horta comunitária no local, que fornecerá parte dos alimentos servidos nas refeições das crianças. Além da creche, o poço também atende a 50 famílias da comunidade.
Em Verdelândia, os kits fotovoltaicos foram instalados em um poço perfurado pelo Idene em 2021, na comunidade de Arapuim, que atende 13 famílias. Segundo o governo mineiro, o município planeja a aquisição de um novo reservatório de 15 mil litros para garantir o abastecimento também durante a noite.
Claro amplia GD de autoconsumo remoto
AInstalações nas regiões norte e nordeste do estado evitam necessidade de conexão à rede, reduzindo custos com energia de prefeituras
Em 2024, segundo o governo do estado, já haviam sido instalados dez kits em quatro municípios, beneficiando 183 famílias. O objetivo agora é ampliar o acesso à água tanto para o consumo doméstico quanto para atividades econômicas como agricultura familiar e criação de animais.
Na comunidade de Brejo dos Mártires, em Gameleiras, por exemplo, o poço alimentado por sete módulos solares abastece a creche Elvira Antunes
Claro, operadora de telecomunicações, já contabiliza 109 usinas de geração distribuída no Brasil para abater a conta de energia, por créditos de compensação, de suas unidades consumidoras, por meio do modelo de autoconsumo remoto. Desse total, 73% são solares fotovoltaicas, aproximadamente 80 usinas. O programa de geração distribuída da empresa teve início em 2017. O número foi alcançado com a inauguração de UFV em Guaíba, a sétima do tipo no Rio Grande do Sul, o que faz 80% dos clientes da operadora no estado gaúcho contarem com conexão de sinal de celular por energia renovável. Além da solar, a empresa tem usinas de outras fontes renováveis no País por meio de parcerias, entre elas térmicas a biogás e PCHs.
No Rio Grande do Sul, a Claro conta com usinas solares conectadas em Uruguaiana, Guaíba, Alegrete, São Sepé, Santa Vitória do Palmar e Itaqui. Mais da metade das estruturas construídas são realizadas com parcerias sediadas no próprio estado.
As usinas solares no resto do País estão espalhadas por diversos estados, incluindo Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Segundo comunicado, a distância entre as usinas mais ao norte e ao sul do País é de 4,4 mil quilômetros, indo de Santa Vitória do Palmar (RS) a Iranduba (AM).
Procel apoia eficiência em prédios públicos
Voltada para financiar projetos de eficiência energética em edificações públicas federais, estaduais, municipais ou distritais, a chamada pública Procel Energia Zero em Prédios Públicos prevê que cada projeto aprovado receberá entre R$ 1 milhão e R$ 6 milhões, a fundo perdido, dentro da destinação prevista total de R$ 100 milhões.
Iniciativa do MME - Ministério de Minas e Energia e da ENBPar - Empresa Brasileira de Participações em
Com R$ 100 milhões disponíveis, projetos envolvem uso de energia solar nas edi fcações
Do total, 73% são solares fotovoltaicas, cerca de 80 usinas espalhadas por todo o Brasil
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Condutores 2,5mm2 a 6mm2
Diâmetro externo condutor 4,7 a 7mm
Faixa de Temperatura Ambiente -40°C a +85°C
Temperatura Máxima Limite 120°C
Grau de Proteção (IP) IP68
Classe de Proteção/Segurança II
Classe de Sobretensão III
Tipo de Conexão Crimpagem
Material de contato Cobre Estanhado
Material de isolamento PA
Tensão nominal (Vdc) 1500V
Corrente Nominal 2,5/4/6mm2 25A/35A/45A
Classe de chamas (flamabilidade) UL94: V-0
O conector KSE K4 é usado para conexão serial segura e simples de módulos solares fotovoltaicos, em uma única solução atende condutores de 2,5 a 6mm2. Por possuir moderna tecnologia de produção, sistema de conexão multicontato, componentes e matéria-prima de alta qualidade, oferta alta estabilidade e segurança nas conexões para todo o sistema.
Energia Nuclear e Binacional, a chamada conta com recursos do ProcelPrograma Nacional de Conservação de Energia Elétrica e também visa inserir o uso de tecnologias de geração de energia renovável integrada à edificação, sobretudo a fontes solar fotovoltaica.
Para concorrer, os prédios devem ter sido construídos há pelo menos um ano, ter área construída mínima de 500 m2 e estarem ocupados ou operacionais. Edifícios voltados para serviços de saúde, educacionais e administrativos escolas, universidades, postos de saúde e prédios de administração serão priorizados pelo caráter estratégico e pelo alto potencial de economia de energia.
Dos R$ 100 milhões, sem necessidade de contrapartida, R$ 25 milhões serão destinados a municípios gaúchos em razão da tragédia ambiental em maio de 2024. Os outros R$ 75 milhões serão distribuídos entre estados das regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul, considerando-se, para a última região, municípios do Paraná, de Santa Catarina e as cidades do Rio Grande do Sul não incluídas no decreto de calamidade pública.
Itaipu Binacional financia solar em universidades
AItaipu Binacional vai lançar edital para instalação de módulos solares fotovoltaicos em todas as universidades públicas do Paraná e Mato
Grosso do Sul. A estimativa é a de que cerca de 240 mil pessoas sejam beneficiadas com as instalações. Poderão ser contemplados 118 campi de 17 instituições de ensino em todo o Paraná e ainda no sul do MS.
Serão atendidas no programa universidades federais e estaduais e ainda unidades da Rede Federal de Ensino. O edital deve ser lançado até o fim do ano para, em 2026, serem iniciados os contratos de serviço que serão geridos pela Caixa Econômica Federal. A medida é do governo federal em parceria com a Binacional, por meio do “Programa Itaipu Mais que Energia”, que visa melhorias no ensino público.
Segundo o diretor-geral do lado brasileiro da Itaipu, Enio Verri, toda instituição pública de ensino superior poderá ter uma usina fotovoltaica, com o projeto custeado pela Itaipu, desde que se inscreva e siga as diretrizes do edital a ser lançado. “Isso vai reduzir o custo dessas universidades, permitindo que elas façam aportes em outras áreas da educação”, afirmou.
Unicamp instala UFV para pesquisa
AUnicamp - Universidade Estadual de Campinas finalizou recentemente a instalação de usina solar fotovoltaica modelo em parceria com as empresas MTR Solar, Sungrow, Risen e VGR Energy. A iniciativa visa apoiar atividades de pesquisa, ensino e capacitação técnica em energia solar, integrando estruturas fixas e com trackers, módulos fotovoltaicos HJT de alta eficiência, inversores e infraestrutura de EPC. A usina foi implementada dentro do campus da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), com equipamentos doados pelas empresas parceiras. A MTR Solar coordenou a iniciativa e forneceu as estruturas mecânicas, a Risen doou
os módulos fotovoltaicos, a Sungrow contribuiu com os inversores, e a VGR Energy atuou como responsável pela implantação da planta.
Com o novo sistema, pesquisadores e estudantes da Unicamp poderão realizar testes experimentais em condições variadas de iluminação e temperatura, além de monitorar em tempo real o desempenho dos painéis e estruturas. Os dados obtidos servirão para validar projetos, analisar durabilidade de componentes e propor melhorias técnicas aplicáveis ao setor.
A usina também será utilizada nos cursos de graduação, pós-graduação e extensão, integrando atividades práticas às disciplinas teóricas. Isso principalmente porque, desde 2015, a Escola de Extensão da Unicamp (Extecamp) já formou mais de 14 mil profissionais no setor solar. A estrutura agora ampliada deve contribuir para qualificar ainda mais essa formação, tanto para pesquisa quanto para treinamento técnico. Os testes previstos incluem avaliação de variáveis operacionais, desempenho em diferentes angulações e impacto de fatores ambientais sobre a eficiência dos sistemas. Os resultados serão compartilhados com as empresas envolvidas e apresentados em publicações científicas e eventos do setor.
Trina Solar inaugura centro de inovação
A Trina Solar, fornecedora chinesa de módulos e sistemas de armazenamento de energia, inaugurou um cen-
Projeto é uma cooperação com as empresas MTR Solar, Sungrow, Risen e VGR Energy
tro de inovação e capacitação no Brasil, em parceria com o IP Facens - Instituto de Pesquisa Facens, em Sorocaba, SP. Instalado no campus do centro universitário, o local tem meta de integrar academia e setor produtivo por meio de pesquisas aplicadas, visitas técnicas e treinamentos para profissionais da cadeia fotovoltaica.
Para embasar as pesquisas, foi implantado um sistema fotovoltaico com três linhas de trackers Vanguard 1P e 30 módulos NEG19RC.20, com geração estimada de 35.655 MWh por ano. O centro atenderá estudantes, clientes e profissionais do setor com foco em formação prática e certificação técnica.
Os cursos no centro, o primeiro da chinesa no País, serão voltados a instaladores, integradores, EPCistas, desenvolvedores e engenheiros. De acordo com a Trina Solar, a proposta é prepa-
rar os participantes para os desafios do campo com acesso a tecnologias em operação, conteúdos atualizados e dados reais de desempenho.
Segundo o presidente da Trina Solar na América Latina e Caribe, Álvaro García-Maltrás, a ação reforça o papel da empresa na transição energética por meio de parcerias locais e, pelo fato de o centro estar localizado próximo à capital paulista, também facilita o acesso aos treinamentos e eventos promovidos no centro.
Robô limpa painéis FV sem água
AEngie Brasil Energia e a startup
Solar Bot desenvolvem em conjunto um robô autônomo para realizar limpeza a seco de painéis solares sem a necessidade de intervenção humana. Serão investidos R$ 3,56 milhões no projeto que teve início neste ano e tem previsão de término em outubro de 2026. A proposta é que o robô opere de forma totalmente remota, com autossuficiência energética, dispensando o uso de água e oferecendo uma plataforma digital para acesso aos seus principais dados.
O acúmulo de sujeira nos painéis solares pode reduzir a geração de
energia em até 15%, segundo estudos realizados pela Engie. Além de aumentar a performance operacional e reduzir custos de manutenção, a solução vai contribuir para a preservação dos recursos hídricos e minimizar o risco de danos estruturais aos módulos fotovoltaicos.
A parceria entre as empresas contempla o desenvolvimento do robô autônomo de limpeza a seco, de uma estação de recarga e repouso para o robô, de trilhos ou outras soluções para transposição de obstáculos entre os painéis, além de um sistema supervisório com dashboard integrado.
“A escassez de água em muitas regiões torna inviáveis métodos tradicio-
Solução envolve o robô, estação de recarga e repouso, soluções para transposição de obstáculos entre os painéis e sistema supervisório com dashboard integrado
Iniciativa foi implementada no IP Facens e combina pesquisa aplicada e treinamentos para o setor solar
nais de limpeza, resultando em operações complexas, alto consumo de água e maiores riscos de danos aos painéis. Embora a adoção de robôs de limpeza seja comum em países como Israel, Inglaterra, Alemanha e Índia, essa prática ainda é incipiente no Brasil, levando a custos elevados e potenciais perdas de garantia dos módulos devido ao uso de água não desmineralizada”, explica em nota o gerente de Performance e Inovação da Engie Brasil Energia, Felipe Rejes de Simoni.
Segundo o comunicado, soluções internacionais semelhantes costumam ser mais limitadas em termos de autonomia e personalização, “enquanto o projeto da Solar Bot propõe um sistema adaptável em escala, capaz de atender às necessidades específicas de diferentes ambientes”. A Solar Bot foi fundada por engenheiros da Universidade de Brasília e tem sede no Distrito Federal. Com a parceria com a Engie Brasil Energia, o desafio é aprimorar
os modelos existentes, evoluindo em autonomia e locomoção, possibilitando a limpeza em escala de diferentes painéis sem intervenção humana presencial.
Solfácil vai distribuir produtos Huawei
ASolfácil, que atua em financiamento e distribuição de equipamentos para o setor solar fotovoltaico, assinou acordo para distribuir equipamentos da chinesa Huawei no País. A cooperação comercial também envolve a HDT, principal representante, distribuidora e parceira de serviços da Huawei Digital Power no Brasil.
Segundo comunicado da Solfácil, o movimento visa fortalecer sua posição como hub de distribuição de equipamentos solares no Brasil. “Já estamos entre as cinco maiores
distribuidoras do setor. Ao lado da Huawei, oferecemos aos integradores soluções tecnológicas, suporte técnico e preços competitivos”, disse o CEO da Solfácil, Fabio Carrara. A parceria com Huawei foi formalizada durante evento na sede da multinacional chinesa, em São Paulo, que contou com a
A nova cooperação comercial envolveu também a HDT, representante exclusiva da chinesa no País
assinatura de um memorando de entendimento entre as empresas.
A Huawei disponibiliza ao mercado fotovoltaico brasileiro linha de inversores solares, desde monofásicos residenciais até string de alta capacidade para grandes usinas e aplicações comerciais e industriais, com recursos como proteção inteligente contra arco (AFCI). Também tem otimizadores de potência (MLPE), utilizados em sistemas comerciais e industriais para melhorar a eficiência energética ao controlar módulos individualmente.
Além disso, há portfólio de baterias e sistemas BESS.
Adias e Nura apoiam crédito para solar
AAdias Sol.Ar, distribuidora de equipamentos fotovoltaicos, e a Nura Soluções, especializada na intermediação de crédito para integradores e distribuidores, firmaram parceria para ampliar o acesso ao financiamento de projetos solares. Com o acordo, integradores parceiros da Adias Sol.Ar passarão a ter acesso aos serviços da Nura.
“O crédito ainda é um dos principais gargalos e queremos tornar a energia solar mais acessível no Brasil. Com essa parceria, permitiremos que pequenos e médios integradores aumentem sua competitividade e eficiência. Essa união pode movimentar centenas de milhões em crédito solar ao longo de 2025”, disse o sócio da Adias, Eduardo Klepacz.
Segundo comunicado, a Nura se diferencia pela curadoria ativa do crédito, identificando o perfil do consumidor e direcionando a proposta para o banco mais compatível. Isso reduz taxas de recusa e evita que clientes acumulem negativas em seus históricos. O sistema também permite pagamentos bipartidos, o que beneficiaria o fluxo de caixa de distribuidores e instaladores.
“Nosso papel é entregar inteligência e tecnologia para que nossos parceiros foquem em vender e instalar, enquanto nós cuidamos da parte burocrática e estratégica do crédito. Com a Adias, já temos operações em andamento. Atualmente, já são 10 mil integradores cadastrados”, afirma o head de operações da Nura, Vitor Castilho.
Integradores atendidos pela Adias vão ter acesso aos serviços de intermediação de crédito da Nura
A Nura conecta diferentes agentes do mercado: bancos, distribuidores e instaladores, atuando desde a análise de crédito até a contratação final, por meio de plataforma digitalizada. O sistema permite financiar desde sistemas residenciais, condomínios e até grandes usinas, com valores acima de R$ 30 milhões.
A plataforma digital, segundo a empresa, consegue dar respostas de propostas para os clientes em até 48 horas, contra a média do mercado que pode levar até 10 dias úteis de retorno. A operação também inclui crédito com garantia imobiliária, consórcio solar e máquina de cartão com parcelamento em até 24 vezes.
FIP mira apoio à transição energética
Ode Investimento em Participações, na modalidade CVC - Corporate Venture Capital. O fundo será dedicado aos negócios da transição energética e da descarbonização.
O FIP terá foco no investimento em participações minoritárias em startups e micro, pequenas e médias empresas de base tecnológica com soluções inovadoras nas áreas de energias renováveis e de baixo carbono no Brasil. Dentre as áreas-alvo dos investimentos estão a geração de energia renovável, armazenamento de energia e eletromobilidade, além de combustíveis sustentáveis, captura de carbono (CCUS) e descarbonização de operações.
A Petrobras prevê investir até R$ 250 milhões, limitado a 49% do fundo, o BNDES até R$ 125 milhões, limitado a 25% do fundo, e a Finep, com recursos do FNDCT - Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), R$ 60 milhões. Além dos cotistas-âncora, o fundo tem potencial para receber aportes de outros investidores, podendo alcançar investimento total de até R$ 500 milhões.
Fundo de investimento visa participação minoritária em startups e PMEs que atuem em geração renovável e armazenamento de energia, entre outras soluções
BNDES - Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, a Petrobras e a Finep - Financiadora de Estudos e Projetos lançaram edital de chamada pública para a seleção de gestor e estruturação de FIP - Fundo
O gestor do fundo selecionado por meio do edital terá independência para as decisões de investimentos, além de autoridade para agir em nome do fundo. A expectativa é que o processo de seleção seja concluído em outubro e as operações sejam iniciadas no primeiro semestre de 2026. O prazo total do FIP será de até 12 anos.
O edital para seleção de gestor e estruturação do FIP está disponível em https://www.bndes.gov.br/wps/ portal/site/home/mercado-de-capitais/fundos-deinvestimentos/chamadas-publicas-para-selecao-de-fundos/ fip-transicao-energetica-2025.
Notas
UFV em operação – Entrou em operação a usina solar fotovoltaica Vale do Aço I, operada pela Multiluz Solar, em Engenheiro Caldas, MG. Com capacidade instalada de 3,725 MWp e geração anual estimada em 5 GWh, segundo informação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (SDE-MG), será a maior UFV instalada na região do Vale do Rio Doce. Voltada para geração distribuída compartilhada, a usina consumiu investimento de R$ 17 milhões, sendo R$ 12 milhões financiados pelo BDMG - Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais e R$ 5 milhões, como contrapartida, aportados por recursos não só da Multiluz, mas também das empresas Quare Organizações e Solar Vale. Os créditos gerados pela usina serão distribuídos na fatura de residências e empresas participantes de um consórcio. A Multiluz será responsável pela operação, manutenção, gestão técnica do consórcio e pela interlocução com a distribuidora local, a Cemig.
Nova unidade de negócios – O Grupo Colibri Capital lançou uma nova unidade de negócios de representação de equipamentos de energia solar para o mercado nacional chamada One. Segundo a empresa, a subsidiária representa a consolidação de parcerias com fornecedores chineses, e oferece segurança jurídica e respaldo comercial, assegurando o cumprimento de acordos e suporte técnico nos projetos.
Telhado solar – Foi instalado recentemente pela GreenYellow um telhado solar em uma unidade da rede Assaí, em São Bernardo do Campo. Com capacidade instalada de 762 kWp, a energia gerada pelo sistema deve gerar economia de 14% na conta de energia. O Assaí também possui mais sete telhados fotovoltaicos localizados nos estados de Londrina (PR), Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ), Cabo Frio (RJ), Duque de Caxias (RJ), Cuiabá (MT) e Rio Verde (GO), todos em parceria com a Green Yellow. Juntas, as oito instalações somam mais de 26800 m2 de painéis solares.
Energia solar e capacitação – A EDP lançou, em parceria com o IFRN - Instituto Federal do Rio Grande do Norte, o projeto Mulheres Mil, que vai beneficiar os municípios de Lajes, Pedro Avelino, Caiçara do Rio do Vento e Pedra
Preta. Com investimento de R$ 273 mil, o projeto deve ser concluído até o final de 2025. Trinta mulheres em situação de vulnerabilidade social no mercado de trabalho serão capacitadas em Instalação e Manutenção de Sistemas Fotovoltaicos até agosto. A iniciativa prevê, ainda, a instalação de sistemas de energia solar em quatro escolas públicas em cada um dos municípios que fazem parte do projeto. Outras escolas dessas cidades também serão beneficiadas por meio da criação de Fundos Educacionais Municipais, que receberão os recursos da economia gerada na conta de luz das escolas a partir do uso da energia solar.
Seguro para sistemas FV – O banco BV, em parceria com a Brasilseg, passou a oferecer seguro para sistemas fotovoltaicos financiados por pessoas físicas ou jurídicas junto à instituição. A proteção pode ser contratada no momento da assinatura do financiamento ou posteriormente, desde que os componentes do projeto tenham, no máximo, 10 anos de uso. O seguro cobre todos os itens relacionados ao módulo, como células e vidros fotovoltaicos, molduras e baterias, além de prever indenizações por sinistros de até R$ 3 milhões. A vigência da apólice varia entre 12 e 36 meses, e os custos podem ser diluídos nas parcelas do financiamento. Estão previstos danos causados por eventos da natureza, como queda de raio, incêndio, vendaval, ciclone e granizo, entre outros fenômenos extremos, além de acidentes elétricos, ocorridos durante a instalação, desmoronamento, roubo ou furto. O seguro também oferece serviços de assistência, como diagnóstico de desempenho na geração de energia, limpeza dos painéis e/ou do local afetado por eventuais acidentes, bem como cobertura provisória de telhados.
Geração distribuída – A imobiliária Gonzaga, por meio da Gonzaga Energy, começou a atuar na geração distribuída de energia. O modelo, oferecido a clientes, colaboradores ou proprietários de imóveis administrados pela empresa, permite que os créditos gerados a partir de usinas renováveis sejam aplicados diretamente na fatura de energia elétrica dos clientes. O modelo não exige nenhuma alteração na estrutura dos imóveis, nem investimentos em equipamentos, o que torna a adesão ao programa mais acessível, afirma a empresa. Os créditos e a economia gerada podem ser visualizados por meio da fatura e de relatórios mensais.
The smarter E South America
ETSESA 2025 discute os rumos do setor elétrico em meio a transição energética
O evento reunirá os principais agentes do setor elétrico para debater temas estratégicos, como geração solar, armazenamento, mobilidade e infraestrutura elétrica. Em um momento de reconfguração do segmento fotovoltaico, a Intersolar assume papel central, trazendo debates sobre geração distribuída e centralizada, gargalos regulatórios, armazenamento e integração com novas demandas, como hidrogênio verde e data centers
m um cenário de desafios estruturais, transformação tecnológica e amadurecimento regulatório, o setor elétrico brasileiro se prepara para um dos encontros mais estratégicos do ano: a TSESA - The smarter E South America 2025, que acontecerá de 26 a 28 de agosto, no Expo Center Norte, em São Paulo, SP. Com cerca de 700 expositores e a expectativa de mais de 58 mil visitantes, o evento se consolida como a principal plataforma de feiras e congressos da América Latina, reunindo temas centrais para a área de energia. Sob o guarda-chuva da TSESA, quatro eventos simultâneos se complementam para cobrir toda a cadeia de valor da transição energética: Intersolar South America, maior feira da América Latina dedicada à energia solar fotovoltaica; ees South America, focada em armazenamento de energia e sistemas de baterias; Power2Drive South America, dedicada à eletromobilidade e infraestrutura de recarga; e Eletrotec + EM-Power South America, voltada à infraestrutura elétrica, automação e gestão inteligente de energia. Mais informações sobre
o evento podem ser obtidas em www.ThesmarterE.com.br.
A Intersolar South America, principal conferência do conjunto, é considerada um espaço de articulação estratégica do mercado solar fotovoltaico. Segundo o presidente executivo da Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica e do comitê da conferência Intersolar South America, Rodrigo Sauaia, composto por feira e congresso, o evento tornou-se ponto de convergência entre fornecedores, investidores, integradores e formuladores de políticas, “promovendo a troca de experiências, conhecimentos e informações e os negócios”. “É nes-
se ambiente dinâmico que diversos agentes encontram terreno fértil para explorar novas ideias, fortalecer redes de contato e ampliar oportunidades comerciais”, completa.
O evento ganha ainda mais destaque levando em conta o contexto atual do setor solar fotovoltaico brasileiro, que atravessa em 2025 uma fase de reconfiguração: após um desempenho recorde em potência instalada em 2024 – que levou o País ao quarto lugar no ranking global de mercados solares –, a expectativa é de um crescimento mais moderado, refletindo os múltiplos
Jucele Reis, da Redação FotoVolt
A Intersolar South America, composta por feira e congresso, destaca-se como vitrine de inovações em energia solar, fórum de debates estratégicos e espaço de negócios
Fotos: Izilda
França
desafios enfrentados tanto pela geração distribuída (GD) quanto pela geração centralizada (GC).
Diante do cenário, o evento terá sessões que abordarão novas estratégias para um setor elétrico em transformação e debates de alto nível sobre modelos de negócio, novas cargas e tecnologias emergentes. No painel sobre o panorama do setor, especialistas compartilharão perspectivas sobre políticas públicas, planejamento, regulação, operação e mercado. O evento terá ainda diversas sessões dedicadas aos principais segmentos de mercado, como geração distribuída e geração centralizada solar fotovoltaica, e também debaterá a transição energética e suas oportunidades para o Brasil.
Atualmente, no campo da GD, um dos pontos críticos – e uma das pautas do evento – tem sido a negativa de distribuidoras à conexão de novos sistemas com base na alegação de inversão de fluxo de potência. O entrave tem gerado apreensão no mercado e a cobrança por uma maior fiscalização da Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica sobre a conduta das concessionárias. “A preocupação é que tais negativas estejam sendo utilizadas de forma recorrente e sem a devida justificativa técnica, o que compromete a expansão descentralizada da fonte”, explica Sauaia.
Já na geração centralizada, os gargalos se concentram nos cortes de geração renovável, que vêm impactando financeiramente os empreendedores e travando novos investimentos. Outro entrave diz respeito à conexão de novas usinas à rede de transmissão. A limitação da infraestrutura elétrica tem criado um obstáculo que afeta não apenas a expansão da geração centralizada, mas também o avanço de setores estratégicos como o hidrogênio verde e os data centers — ambos altamente dependentes de oferta energética robusta e estável.
Apesar dos desafios, a fonte solar segue como protagonista da transição
energética. Segundo a Absolar, a expectativa é de que o setor atraia R$ 39,4 bilhões em investimentos em 2025, com a adição de 13,2 GW à matriz elétrica nacional e a geração de 396,5 mil empregos. O volume representa um crescimento superior a 25% sobre a potência instalada atual, que soma 51,5 GW. A nova capacidade levará o País a atingir mais de 64,7 GWacumulados até o fim do ano. Desse total, 66% virão de sistemas de pequeno e médio porte, instalados em residências, comércios, propriedades rurais e prédios públicos, enquanto 34% corresponderão a usinas de grande porte. De acordo com Sauaia, o desempenho robusto dos últimos anos tem sido impulsionado por fatores estruturais, entre eles a expressiva redução nos custos da energia solar. O barateamento é creditado à evolução tecnológica, ao ganho de escala na produção, à maior eficiência dos equipamentos e também ao atual excedente da capacidade fabril global. “A intensa competição entre fabricantes tem, em alguns casos, forçado a adoção de margens negativas nas vendas, pressionando a rentabilidade de empresas que buscam manter ou ampliar sua presença em mercados estratégicos”, afirma Sauaia. Ainda segundo ele, esse cenário de competição acirrada é agravado por tensões comerciais em várias regiões do mundo, que impuseram novas barreiras tarifárias à circulação de equipamentos e ampliaram os desafios para a indústria solar global.
Um dos principais vetores de oportunidade no horizonte – e também tema central de debate durante o evento – é a chegada de novas cargas ao sistema elétrico. Em pauta, estarão a crescente demanda de data centers, o avanço dos grandes consumidores, a expansão do mercado livre no Brasil e a eletrificação de setores produtivos, entre outros tópicos.
O papel estratégico do hidrogênio verde, que desponta como uma das
grandes oportunidades para o setor solar fotovoltaico no Brasil, também será abordado. Por ser um processo eletrointensivo, cerca de 70% do custo do hidrogênio verde está diretamente ligado ao consumo de energia elétrica — o que torna essencial o uso de fontes renováveis, limpas e competitivas. Nesse cenário, a energia solar fotovoltaica se posiciona como fornecedora estratégica para essa cadeia emergente. Segundo a BloombergNEF, o Brasil está entre os países com menor custo potencial de produção de hidrogênio verde nas próximas décadas. De acordo com Sauaia, para transformar esse potencial em realidade, o País depende agora da regulamentação do marco legal aprovado e do avanço de iniciativas como o P&D estratégico da Aneel voltado à tecnologia.
Outro mercado promissor é o armazenamento de energia elétrica. A introdução de sistemas de baterias é vista como tecnologia estratégica para aumentar a segurança e a flexibilidade da rede, além de impulsionar uma nova onda de expansão do setor fotovoltaico brasileiro. Portanto, o assunto fará parte da pauta da Intersolar, e ainda terá um congresso específico, o ees, que vai discutir temas importantes para esse segmento (veja descrição do evento na página 28).
Serão realizadas ainda sessões dedicadas a modelos de negócio, novas aplicações da energia solar, que tendem a abrir novos mercados para a fonte, como projetos híbridos que utilizam diferentes fontes de geração. Assuntos mais técnicos, como qualidade, segurança e normas aplicadas ao setor solar, também estão incluídos na programação, assim como questões de operação e manutenção dos ativos fotovoltaicos, que já representam um volume expressivo no Brasil com dezenas de gigawatts em operação. “Olhar para essa questão de otimizar a operação e a
The
manutenção utilizando produtos e serviços utilizando inteligência artificial, novas tecnologias, é muito importante”, afirma o presidente da Absolar. Neste aspecto, o congresso Eletrotec também trará sessões específicas sobre engenharia aplicada, normas técnicas e segurança operacional em instalações fotovoltaicas (veja mais informações abaixo).
Outro destaque é a sessão dedicada aos mercados internacionais, que trará informações sobre os mercados emergentes e experiências em outros países, vistas por Sauaia como referência útil e um benchmark para o mercado brasileiro. “Teremos um congresso bastante interessante, com vários assuntos novos, relevantes para os profissionais do mercado e do setor”.
Programa da conferência The smarter E South America 2025
26 de agosto
ISSA
ees Eletrotec + EM-Power
10h-12h Cerimônia de abertura do congresso The smarter E South America
13h-14h30
14h-15h30 Panorama do setor elétrico brasileiro
14h30-15h30
16h-17h30 Novas estratégias para um setor elétrico em transformação
27 de agosto
9h-10h30 Mercado em foco: geração solar FV distribuída
11h12h30
14h-15h30
16h-17h30
Geração de energia solar FV distribuída: marco regulatório e superação dos impactos de inversões de fluxo
Abrindo novos mercados: aplicações inovadoras e versáteis
Mercado solar FV: experiências internacionais
Painel de normalização técnica I
Hidrogênio verde: o elo entre a energia solar e a descarbonização de setores intensivos em emissões
Painel de normalização técnica II
Modelos de negócios e oportunidades para integradores, empreiteiras e desenvolvedores solares
ISSA ees
Geração centralizada solar fotovoltaica: modelos de negócios e panorama de financiamento
Demandas emergentes por energia solar: centros de processamento de dados, grandes consumidores, eletrificação, hidrogênio verde e outros
Operação de redes com alta penetração de renováveis: oportunidades e desafios
Sinergias e sucessos com projetos híbridos com energia solar
Os desafios da próxima década para o sistema elétrico brasileiro: capacidade, confiabilidade e custo
Painel de normalização técnica III
Energia solar fotovoltaica e armazenamento de energia
Por que o Brasil precisa de armazenamento em grande escala no SIN Eficiência energética e gestão de eenergia
A nova fronteira da distribuição: armazenamento para alívio de redes e confiabilidade local
Marco legal, agenda tributária e políticas públicas: onde estamos e para onde vamos?
Projetos e montagens (IA e BIM)
Instalação de estações para recarga de veículos elétricos. 28 de agosto ISSA ees Eletrotec + EM-Power
Haja vista que, de acordo com Sauaia, a consolidação da fonte solar fotovoltaica no Brasil e no mundo depende diretamente de um arcabouço regulatório robusto e de políticas públicas eficazes, o tema também permeará todo o evento. “Em um setor altamente regulado como o elétrico, diferentemente de áreas de livre mercado, a previsibilidade legal e institucional é fundamental para a atração de investimentos e a adoção em larga escala de novas tecnologias”, afirma. “Por se tratar de um segmento técnico, estratégico e estruturante, com projetos de longo prazo e elevado volume de capital, o setor elétrico exige marcos regulatórios sólidos, incentivos adequados e uma visão de futuro que favoreça a inovação tecnológica e a modernização dos modelos de negócios e serviços”. No entanto, segundo
9h-10h30
11h12h30
14h-15h30
16h-17h30
Qualidade, segurança e normas em fotovoltaica
Barreiras comerciais e políticas fiscais e seus impactos na cadeia logística no Brasil
Operação de plantas FV, monitoramento e aplicações de inteligência artificial
Repotencialização e melhoramentos em plantas solares FV
Redes de recarga e soluções digitais - aplicações de ocpp, plug&charge, interoperabilidade, segurança digital
Perspectivas do mercado brasileiro e Latam: crescimento e infraestrutura de recarga
Inovações centradas no usuário
Mercado de energia e mobilidade elétrica: sinergias e potenciais
ele, a velocidade de desenvolvimento do mercado frequentemente supera o ritmo do legislativo e do ambiente regulatório, o que reforça o desafio — e a importância — de construir políticas públicas capazes de acompanhar a transformação do setor.
Tendo em vista a abrangência dos temas, a expectativa é de que a Intersolar continue a desempenhar um papel decisivo não apenas durante os dias de evento, mas também no período pósfeira, com efeitos duradouros sobre o mercado solar, de acordo com Sauaia.
Modelos de negócio em evolução: novas estratégias para operar sistemas de armazenamento
A cadeia tecnológica dos sistemas de armazenamento: quais os próximos passos?
Financiamento para escala: capital para projetos de armazenamento e adensamento da cadeia produtiva
A última etapa da inclusão energética: o papel do armazenamento na transformação da Amazônia
Instalações elétricas de baixa tensão
Aterramento e SPDA
Aterramento e SPDA
Aterramento e SPDA
“Teremos uma iniciativa de sucesso que ajudará no avanço, crescimento e amadurecimento do setor solar fotovoltaico, e também na sua interação e sinergia com outras tecnologias cada vez mais interessantes e relevantes”, conclui.
Eletrotec: prática e segurança nas instalações fotovoltaicas
Realizado em paralelo à Intersolar South America, o Eletrotec+EM Power reforça seu papel como fórum técnico
de referência para profissionais que atuam diretamente nas instalações de sistemas elétricos e fotovoltaicos, destacando aspectos da engenharia prática, regulamentação técnica e segurança nas operações.
Na edição de 2025, o congresso contará com uma sessão exclusiva sobre energia solar fotovoltaica e armazenamento de energia, focando em aplicações reais e modelos inovadores. “A Intersolar fala mais de regulamentação. Já o Eletrotec discute fio, montagem, instalação elétrica — o que acontece na prática”, explica João Gilberto Cunha, coordenador do congresso.
Um dos temas mais aguardados é a apresentação sobre a nova norma ABNT NBR17193 - Segurança contra incêndios em instalações fotovoltaicas — Requisitos e especificações de projetos — Uso em edificações, que tem sido alvo de ampla controvérsia no setor. Após ser publicada e sofrer forte contestação técnica, a norma voltou à revisão. O debate no Eletrotec promete atrair a atenção de instaladores, projetistas e gestores de operação e manutenção.
Além do congresso, o evento contará com minicursos simultâneos, com duas horas de duração cada, também com foco prático, direcionado a engenheiros, técnicos e profissionais de manutenção e projeto, como: Aterramento de equipamentos sujeitos a descargas atmosféricas, com João Cunha (Instituto Mi Omega); Inspeção de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas segundo a NBR 5419, com Luciana Matos (Termotécnica) e Sergio Roberto Silva dos Santos (Lambda/Embrastec); Dimensionamento e especificação de BESS em horário de ponta, com Vinicius Ayrão (Sinergia); Planejamento estratégico de pontos de recarga elétrica, com Rafael Cunha e César Quinteiro (movE); e Segurança em trabalhos com eletricidade segundo a NBR 16384, com Edson Martinho (Abracopel).
ees: desafios e oportunidades do armazenamento de energia
Com uma programação técnica alinhada aos desafios contemporâneos da transição energética, a conferência ees South America será um dos destaques da TSESA, reunindo diversos profissionais do setor elétrico. A agenda reflete o avanço do debate sobre o papel estratégico do armazenamento de energia na modernização da matriz elétrica brasileira. Serão discutidos os desafios da próxima década para o sistema elétrico nacional em termos de capacidade, confiabilidade e custo. Outro tema em destaque é a necessidade de soluções de armazenamento em larga escala no Sistema Interligado Nacional (SIN) diante da crescente penetração das fontes renováveis e da complexidade da operação em tempo real.
Também estão previstos uma discussão sobre o papel do armazenamento no alívio das redes e na melhoria da confiabilidade local e um panorama do marco legal, da agenda tributária e das políticas públicas voltadas ao setor, refletindo sobre os avanços regulatórios e os próximos passos necessários para viabilizar a expansão da tecnologia no Brasil.
A evolução dos modelos de negócio e as novas estratégias para a operação de sistemas de armazenamento também fazem parte da programação, assim como o pipeline tecnológico do setor, discutindo as próximas inovações que devem impactar o mercado. Outros temas em pauta são financiamento e capitalização para projetos de armazenamento e para o fortalecimento da cadeia produtiva e o papel do armazenamento como ferramenta de inclusão energética, especialmente no contexto da transformação da Amazônia.
Power2Drive: do gargalo à oportunidade
A conferência dedicada à eletromobilidade abordará as perspectivas de expansão, gargalos estruturais e
oportunidades de investimento no segmento de recargas; inovações centradas no usuário, da usabilidade dos aplicativos à acessibilidade nas estações de recarga, além de experiência do consumidor.
A primeira sessão vai discutir redes de recarga e soluções digitais com foco nas aplicações do protocolo OCPP, funcionalidades de Plug&Charge, interoperabilidade entre sistemas e segurança digital. Já a conferência sobre o crescimento e os desafios do mercado de recarga no Brasil e na América Latina vai debater a evolução regional frente à crescente demanda por infraestrutura, além de identificar oportunidades de investimento e gargalos logísticos que ainda limitam a escalabilidade das redes de abastecimento. Por fim, também será realizada uma palestra dedicada às inovações centradas no usuário, discutindo como a tecnologia pode ser desenhada
para atender melhor às necessidades dos consumidores de veículos elétricos, seja por meio de aplicativos, interfaces intuitivas ou soluções que agreguem conveniência, personalização e confiabilidade à jornada de recarga.
Feira: soluções e inovações
A exposição Intersolar South America contará com centenas de expositores que apresentarão produtos, inovações e serviços para o mercado brasileiro, abrangendo toda a cadeia produtiva solar fotovoltaica e de tecnologias termossolares, e reunindo desde fabricantes e distribuidores de células e módulos FV até sistemas, componentes, rastreadores, aplicações, distribuidores de equipamentos e materiais FV, prestadores de serviços, integradores de sistemas, institutos de pesquisa, e muito mais.
Serviço
• Evento: The smarter E South America 2025
• Data: 26 a 28 de agosto
• Local: Expo Center Norte, São Paulo (SP)
• Inscrições gratuitas para visitação: até 25 de agosto, em https://www.thesmartere.com.br/ingressos
Na página também estão disponíveis informações sobre os congressos e o link para aquisição dos ingressos para as conferências técnicas.
Nesta edição, o hub TSESA espera receber mais de 58 mil visitantes, incluindo instaladores, integradores, distribuidores, construtores, empreiteiros, arquitetos, fabricantes, fornecedores, investidores, profissionais de serviços públicos, autoridades e legisladores.
A feira funcionará de 12h até 20h. A relação de expositores está disponível em https://www.thesmartere.com.br/ relacao-de-expositoras
Evolução das aplicações de termografia em sistemas fotovoltaicos
A termogra fa é utilizada de longa data para inspeção de sistemas fotovoltaicos. Contudo, a expansão da base instalada nos últimos anos aportou melhorias tecnológicas nos módulos e uma nova estrutura de custos, deslocando o foco da termogra fa para outros componentes elétricos. Aqui, uma retrospectiva destas aplicações, que enseja comparações com o cenário no Brasil.
Para compreensão do estado da arte da termografia de sistemas fotovoltaicos (SFVs), bem como para avaliar as perspectivas futuras, é interessante lançar um olhar sobre a história da termografia aplicada às instalações elétricas industriais (figuras 1 e 2). O uso das primeiras câmeras de imagem térmica civis ocorreu já na década de 1960 em infraestruturas críticas, tais como subestações, demandando alto investimento. Graças às consideráveis reduções de custo das câmeras nos 50 anos seguintes, a penetração no incipiente mercado fotovoltaico na Alemanha foi relativamente rápida. As primeiras publicações científicas importantes sobre termografia fotovoltaica datam de 2007, quando a tecnologia de medição por infravermelho (IR) já estava consagrada nas instalações elétricas. Os já então práticos detectores VGA não resfriados, de 640 x 480 pixels, estabeleceram um padrão que se desenvolveu muito pouco até a atualidade. E o alto preço comparativo dos módulos fotovoltaicos na época favoreceu a transição das imagens térmicas do campo da ciência para as aplicações fotovoltaicas, a fim de poder localizar, por exemplo, as frequentes rupturas das frágeis células solares de dois barramentos, então de
uso comum. Neste contexto, em 2009 este autor examinou como perito, sob as lentes do termógrafo, seu primeiro sistema fotovoltaico do porte de MW.
Base normativa
A interpretação das imagens térmicas de módulos fotovoltaicos em comparação com as dos clássicos painéis de comando representava novos desafios. Entretanto, como o foco da termografia fotovoltaica estava na reclamação de supostos defeitos de fabricação dos módulos, era natural padronizar certos princípios básicos de registro de imagens e interpretação. Daí resultou entre 2011 e 2017 um acervo de normas VATh, VDI, VDE/ DKE e, mais recentemente, DIN IEC TS 62446-3 [1], que contempla tanto a perspectiva científica como a de apli-
cação, e a dos fabricantes dos módulos como destinatários de reclamações baseadas na termografia.
[Nota do Tradutor – A especificação técnica IEC TS 62446-3:2017 trata da inspeção termográfica de módulos fotovoltaicos e SFVs em operação. Visa a manutenção preventiva para prevenção de incêndios, a disponibilidade do sistema para geração de energia, e a inspeção de qualidade dos módulos fotovoltaicos. Estabelece requisitos para os instrumentos de medição, condições ambientais, procedimentos e relatórios de inspeção, capacitação de pessoal, e a matriz de anormalidades térmicas como guia para a inspeção.]
Tecnologia e estrutura de custos
A evolução da indústria fotovoltaica, em rápido crescimento nos últimos
Bernhard Weinreich, da HaWe Engineering GmbH (Alemanha)
Fig. 1 – Antes do advento dos drones IR, as imagens termográ fcas de UFVs eram registradas por um operador a partir de uma plataforma articulada
HaWe Engineering
10–15 anos, foi significativa: de células de seis polegadas com dois a três barramentos, para módulos com meia célula “M12” e mais de mais de dez barramentos. Em lugar de backsheets brancas, com todos os problemas de envelhecimento hoje conhecidos, estruturas de vidro duplo e bifaciais praticamente se tornaram o padrão. Apesar de substanciais aumentos de eficiência, de cerca de 14% para 22%, os preços dos módulos caíram para valores inimagináveis de até 10 centavos de dólar por watt. Este fator reduziu a parcela relativa de custo dos módulos, de 64% em 2009 para apenas 39% em 2021 dados do Instituto Fraunhofer ISE para pequenos SFVs. Em consequência, a parcela no custo dos demais componentes do sistema (BOS, na sigla em inglês), o que inclui o inversor, experimentou aumento significativo (figura 3).
Todas estas mudanças nas condições estruturais dos SFVs têm influência direta sobre o modo econômico como a termografia pode ser utilizada atualmente, em comparação com os anos 2009 a 2014. Um bom exemplo é a provável principal motivação para a termografia de módulos que prevalecia por volta de 2009: a detecção de fraturas de células termicamente ativas, causadas pela fragilidade de dois ou três barramentos e células laminadas sob vidro único, mecanicamente fora da fase neutra. Ainda que os esforços durante o transporte e a instalação sejam presumivelmente semelhantes, as atuais células, com mais de dez barramentos bem conectados na fase neutra entre dois vidros, praticamente já não permitem, desde que os vidros de ambas as faces estejam intactos, a ruptura de contato elétrico de superfícies de células de dimensões relevantes, que no passado causavam aquecimento.
O mesmo conceito vale para defeitos pontuais da produção manual de módulos, que na atualidade também
quase desapareceram. Exatamente como a Degradação Induzida por Potencial (PID, na sigla em inglês), tão discutida até 2012, e que, apesar da elevação da tensão dos módulos para até 1500 Vcc, praticamente só é encontrada em sistemas antigos, até aquela data.
Mudança de foco
Quem chegar à conclusão, a esta altura, de que a termografia de SFVs se tornou obsoleta, está enganado. No mínimo, ela ganhou importância discretamente nos últimos dez anos. O fator decisivo aqui não é o estoque de usinas antigas, com mais de 10 anos em operação, que na Alemanha é de 37 GW, mas também a expansão da base instalada, com a adição de 14 GW de novas instalações em 2023.
[N. do T. – Com a adição de 17 GW em 2024, a Alemanha atingiu a marca de 99 GW de potência solar fotovoltaica instalada. Um total de 4,75 milhões de SFVs responde por 14,5% da energia elétrica gerada no país. Já a capacidade de armazenamento de energia por bateria, após a inserção de 570 mil novos sistemas em 2023, alcançou 17,7 GWh em 2024. Fonte: https://strom-report.com/ photovoltaik.]
Entretanto, houve uma mudança de foco, condicionada tanto pela evolução dos SFVs quanto por novas possibilidades metrológicas. Do lado fotovoltaico, como já foi dito, os componentes BOS migraram para o centro das atenções financeiras. Contudo, outras alterações técnicas também favorecem o uso da termografia pela oportunidade de localizar falhas e evitar defeitos com consequências econômicas. Entre tais fatores técnicos, analogamente aos módulos, contam-se a tendência de maio-
res densidades de energia em função da maior eficiência das células, bem como novos inversores mais potentes ou mais compactos. Enquanto em 2010, por exemplo, um SFV de 400 kW era composto de 20 inversores string de 20 kW ou de uma pequena estação inversora, que demandavam análises termográficas, atualmente basta um único inversor string mais potente.
Ao mesmo tempo, a pressão sobre os custos determina que as seções dos cabos já não sejam primordialmente dimensionadas para economizar perdas, e sim conforme a carga máxima admissível, com seções muito menores. A pressão de custos também pode ser observada em caixas de junção tecnicamente dimensionadas no limite. Cada um desses pontos, e especialmente a combinação deles, implica que a execução da termografia dos componentes
Fig. 2 – A termogra fa permite localizar falhas antes que evoluam para um incêndio neste caso, a falta de pasta de contato numa conexão de alumínio
Fig. 3 – Com a atual pressão sobre os custos, que pode levar a defeitos em série de componentes, a termogra fa de SFVs ganhou novo signi fcado
BOS na atualidade não será menos produtiva do que em 2009, mas sua eficiência se tornou mais relevante em razão do aumento na densidade energética.
Todavia, os módulos absolutamente não estão excluídos do foco. Apenas os defeitos se manifestam de modo diferente. Embora desde 2014, de fato, não se tenha verificado uma incidência significativa de defeitos pontuais de fabricação, a partir de 2019 têm sido constatados diversos casos de defeitos de série nas caixas de conexão dos módulos (figura 4).
Fig. 4 – A termogra fa por meio de drones permite registrar detalhes, como defeitos em série de caixas de conexão, que um simples sobrevoo não pode detectar
Conquanto tais defeitos se encontrem em um número muito menor de SFVs, nos casos em que eles ocorrem são afetados mais da metade de todos os módulos inclusive nos mais novos modelos de meia célula ou em suas caixas de conexão divididas.
A importância da experiência do usuário
No âmbito da metrologia, os preços das câmeras IR comparáveis caíram pela metade nos últimos 15 anos e os drones para transporte de câmeras evoluíram, passando de objetos de hobby caros, complexos e de vida curta, para produtos baratos de prateleira. Além disso, há pelo menos cinco anos os fornecedores oferecem serviços de inspeção de módulos por meio de redes de pilotos de drones e softwares de reconhecimento de padrões (Pattern Recognition).
É fundamental perante essas ofertas, em geral de baixo custo, não aceitar, sem uma visão crítica, a qualidade das medições, avaliações e interpretações produzidas dessa forma.
Se há um tema na termografia de sistemas elétricos e fotovoltaicos que nas últimas décadas permaneceu inalterado é a importância da experiência
adquirida pelo usuário. Este fato não exclui explicitamente o instalador que apenas umas poucas vezes por ano tira do estojo sua câmera simples. De fato, há boas experiências na execução de ensaios predefinidos, por exemplo, nas caixas de junção de geradores fotovoltaicos, utilizando equipamentos simples, com base em cursos de um a dois dias, ou mesmo em instruções de poucas horas. O Grupo de Trabalho da DKE (Comissão Alemã de Eletrotécnica, Eletrônica e Tecnologia da Informação no âmbito da DIN e VDE) tem se esforçado para reunir em torno da IEC TS 624463 [1] todos os usuários em potencial, dos do laboratório aos peritos, passando pelos instaladores.
Cabe esclarecer que uma especificação técnica IEC (TS, na sigla em inglês) é resultado de um trabalho de normalização que, devido a determinadas reservas quanto ao conteúdo, por motivo de divergências no procedimento de elaboração, ou em relação às condições gerais de normalização europeia, não é publicado como norma
Perspectiva futura
Demandam também atenção futuros softwares de reconhecimento de padrão e interpretação de defeitos baseada em inteligência artificial. Após o advento de tais recursos, há cerca de cinco anos, poucos aperfeiçoamentos
Fig. 5 – Consoante dados estatísticos, voltaram a crescer os defeitos nos módulos, tais como os de contato nas conexões — aqui, num módulo bifacial de 700 W de um sistema agrivoltaico
Fig. 6 – Já em 2011 a termogra fa alertava para as folhas traseiras, que só nos últimos 10 anos afetaram cerca de 10 GW de módulos com folhas de poliamida AAA, revelando-se um dos maiores sinistros da fotovoltaica. Na foto, um desses módulos após 12 anos de operação.
nesses modelos foram identificados. Mas têm sido constatados ultimamente relatórios gerados automaticamente, nos quais os defeitos mais simples e mais frequentes dos módulos (falhas de contato nas caixas de conexão) foram em geral interpretados equivocadamente como defeitos nos diodos de by-pass (figura 5). Portanto, um fator decisivo para o uso eficaz da termografia em módulos e demais componentes (BOS) é a combinação com outros métodos de ensaio e inspeções detalhadas (figura 6). Muitas vezes, um olhar crítico é suficiente para reconhecer, por exemplo, a falta de pasta de contato numa conexão de alumínio aquecida, ou um terminal solto numa caixa de junção.
Referência
[1] IEC TS 62446-3:2017 - Photovoltaic (PV) systems - Requirements for testing, documentation and maintenance - Part 3: Photovoltaic modules and plants - Outdoor infrared thermography.
Artigo publicado originalmente na revista alemã de – “das Elektrohandwerk”, edição SoHe PV 2024. Copyright Hüthig GmbH, Heidelberg e München. www.elektro.net. Publicado por FotoVolt sob licença dos editores. Tradução e adaptação de Celso Mendes.
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FotoVolt - Julho - 2025
Proteção térmica de transformadores a seco
Amplamente utilizados em plantas de geração fotovoltaica, subestações industriais e cabines primárias, os transformadores a seco têm como uma das principais causas de falha o superaquecimento decorrente de sobrecargas. Para garantir sua integridade e operação segura, é necessário um sistema e fciente de monitoramento e proteção térmica com uso de relés especí fcos, como apresentado neste artigo.
Nos fundamentos da proteção térmica em transformadores a seco, apresentados aqui, destacam-se as funcionalidades do relé de proteção térmica, que deve ter capacidade de atuar com precisão mesmo quando instalado em ambientes agressivos, por exemplo em subestações. Um relé térmico para transformadores a seco deve incorporar funções como monitoramento via RTD Pt100, controle de refrigeração e providenciar desligamentos em caso de sobretemperatura, além de possibilitar comunicação remota.
É importante destacar que, para a proteção térmica de transformadores a seco em subestações, deve-se priorizar o uso de relés térmicos desenvolvidos especificamente para essa finalidade. Diferentemente de termômetros digitais ou controladores de temperatura digitais que alguns usuários equivocadamente costumam aplicar em transformadores a seco, os relés térmicos devem estar em conformidade com normas NBR e IEC e terem sido submetidos a ensaios de tipo que demonstram sua robustez contra interferências eletromagnéticas e variações climáticas, de modo a prover uma solução confiável para
aumentar a vida útil e a confiabilidade operacional de transformadores a seco. Uma das principais causas de falhas em transformadores a seco é a elevação de sua temperatura de operação devido a sobrecargas, que causam
superaquecimento do equipamento e a consequente queima. A figura 1 mostra um transformador a seco típico.
Caso o transformador venha a queimar por sobrecarga, haverá grandes prejuízos financeiros para a empresa e possível perda do equipamento de forma temporária ou até mesmo definitiva. É, portanto, fundamental garantir uma operação segura do equipamento, sem que haja riscos de perda por queima.
É necessário um adequado meio de proteção, controle e monitoramento da temperatura para que se preservem as características do transformador. Normalmente um relé de proteção térmica de transformadores a seco efetua o monitoramento da temperatura com dois objetivos principais: ativar a refrigeração forçada e desligar o transformador.
A tabela I ilustra as funções e ações principais de um relé de proteção, bem como os motivos para essa atuações.
Uriel Horta e Gustavo Carvalho, da Pextron
Figura 1: Típico transformador a seco
De uma forma
geral, o fabricante do transformador instala alguns sensores de temperatura por resistência (RTD, de resistance temperature detector), tipo Pt100, no topo dos enrolamentos. Tais sensores fazem aquisição das temperaturas, convertendo esses sinais em grandezas elétricas que alimentam o relé de proteção térmica. A figura 2 mostra sensores RTD Pt100 inseridos nas bobinas de um transformador a seco.
Função Ação Motivo
ANSI 23
ANSI 26 OU ANSI 49
Ativar um estágio de refrigeração forçada através de ventiladores
Desligar o secundário do transformador em caso de temperaturas extremamente elevadas
Resfriamento do equipamento e continuidade da operação
Evitar queima do equipamento
O relé térmico deve ser capaz de ler as medições realizadas pelos sensores e enviar sinais para efetuar as ações citadas na tabela I. Ou seja, deve monitorar com precisão as temperaturas internas do transformador e acionar ventiladores para o resfriamento deste e, em casos críticos, desligar o equipamento antes que sofra danos irreversíveis.
O relé de proteção térmica
Características básicas
Diferentemente de controladores e termômetros digitais, um relé de proteção térmica de transformadores
a seco deve ser uma solução robusta e confiável para proteção, monitoramento e controle térmico do equipamento. Deve ser projetado e fabricado para atuar em ambientes agressivos, como as subestações elétricas, geralmente podendo também ser aplicados em outras máquinas elétricas, como motores e geradores, garantindo medição precisa e respostas eficientes para evitar danos por sobrecargas. A figura 3 mostra um transformador a seco com um típico relé de proteção térmica.
• Registro de máximas temperaturas, permitindo análise de tendências e prevenção de falhas;
• Interface de comunicação, por exemplo RS485 com protocolo Modbus RTU, facilitando integração com sistemas de monitoramento remotos.
A combinação de alta precisão na medição térmica e respostas rápidas de atuação faz de um verdadeiro relé de proteção térmica uma solução indispensável para preservar a integridade dos transformadores a seco e evitar falhas prematuras.
Conformidade com normas internacionais e ensaios
Funcionalidades principais
O relé para aplicação em transformadores a seco deve incorporar funções avançadas de proteção térmica, sendo as principais:
• ANSI 26/49: Monitoramento térmico via RTD Pt100, geralmente quatro entradas, permitindo medir a temperatura dos três enrolamentos e a temperatura ambiente;
• ANSI 23: Controle de temperatura, normalmente com duas saídas para atuação em sistemas de refrigeração do transformador;
• Medição de até quatro temperaturas simultaneamente via sensores RTD Pt100;
Ao contrário de controladores e termômetros digitais, um relé térmico é um autêntico relé de proteção, apto a operar em ambientes hostis como as subestações de média tensão que sofrem interferências eletromagnéticas, descargas elétricas, etc., que causam danos aos dispositivos eletrônicos instalados. Os relés de proteção devem possuir certificação de ensaios conforme exigido pelas normas NBR e IEC, no sentido de garantir confiabilidade e segurança. A figura 4 ilustra um certificado de ensaio de tipo para um relé de proteção térmica de equipamentos elétricos.
Diferentemente de outros dispositivos mais simples como os controladores e termômetros digitais comuns, que não possuem os requisitos necessários para ambientes agressivos como as subestações, os relés térmicos (e todos os relés de proteção em geral) são projetados especificamente para operar em condições severas, garan-
Fig. 3 –Típico relé de proteção térmica montado em transformador a seco
Fig. 2 – Sensores RTDs inserido nos enrolamentos de um transformador a seco
Tab. I – Funcionalidades de relés térmicos de transformadores a seco
tindo proteção contínua mesmo em ambientes de alta interferência.
Geralmente um relé de proteção térmica é submetido aos seguintes ensaios de tipo:
• Ensaios de isolação: Testes dielétricos, resistência de isolamento conforme NBR 7116 e tensão de impulso conforme NBR 7116 e IEC 255-5;
• Ensaios de distúrbios: Testes de surtos conforme IEC 255-22 e radiação eletromagnética conforme IEC 255-6, garantindo robustez contra interferências externas;
• Ensaios climáticos: Câmara de ciclo térmico conforme IEC 60068-2-14, assegurando operação confiável em variações extremas de temperatura.
Adicionalmente, tais relés devem ser tropicalizados, ou seja, receberem
durante sua fabricação uma aplicação de resina nas placas internas para proteção contra umidade e atmosferas agressivas, no sentido de garantir uma proteção extra ao hardware e permitir instalação ao tempo ou abrigados.
Conclusão
Um verdadeiro relé de proteção térmica é uma solução eficiente e confiável para o controle térmico de transformadores a seco e outras máquinas elétricas. Com alta precisão na medição de temperatura, comunicação integrada e conformidade com normas nacionais e internacionais, ele se destaca como um dispositivo essencial para a segurança e a eficiência operacional de subestações de energia elétrica.
Fig. 4 – Certi fcado de ensaio de tipo de um verdadeiro relé térmico
Recarga sustentável com carregadores integrados a armazenamento em baterias
Atualmente, o setor de transporte global enfrenta desafios relacionados à redução da emissão de carbono, abordando questões como segurança energética, degradação ambiental e mudanças climáticas. A redução das emissões de gases de efeito estufa e a consequente mitigação dos efeitos das mudanças climáticas são objetivos cruciais para a transição emergencial para uma matriz energética de baixa emissão. Cerca de um quinto das emissões globais de dióxido de carbono (CO2) são provenientes de transportes, os quais respondem por cerca de 35% do consumo de energia [1]. As viagens rodoviárias são responsáveis por três quartos das emissões dos transportes, em que a maior parte vem de veículos de passageiros carros e ônibus contribuindo com 45,1% [2]. Os veículos elétricos (VEs), que promovem um sistema de transporte sustentável, estão sendo amplamente utilizados para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e diminuir o uso de derivados do petróleo, como óleo diesel e gasolina. Para que
Carregadores de veículos, especialmente os rápidos de corrente contínua, podem impactar as redes de distribuição em termos de continuidade do fornecimento e qualidade de energia, particularmente quando múltiplas estações de recarga compartilham um ponto de conexão comum. Sistemas de armazenamento de energia em baterias agregados às estações emergem como solução promissora, como demostra o estudo de caso relatado aqui.
essa redução tenha um impacto mais significativo, estão sendo feitos diversos esforços para diminuir os custos dos veículos e das baterias, além de melhorar seu desempenho. Por exemplo, no estudo da referência [3], foi proposta uma nova tecnologia para prever a vida útil das baterias de íons de lítio, avaliar sua confiabilidade e mitigar seus riscos. No entanto, é crucial que o avanço e a popularização dos VEs sejam acompanhados por um aumento paralelo no uso de fontes de energia renováveis, como a energia solar fotovoltaica e a eólica. Isso se deve ao fato de que o aumento da demanda por eletricidade pode indiretamente impactar a geração
a partir de fontes não renováveis, como carvão e óleo [4].
Vários estudos de pesquisa investigaram e avaliaram os impactos do carregamento descontrolado de VEs nas redes de distribuição, devido às incertezas associadas. No contexto da mobilidade dos VEs, que dependem exclusivamente de eletricidade, a adoção em larga escala apresenta desafios significativos para as redes de distribuição de energia elétrica, especialmente no que diz respeito à infraestrutura de carregamento. A falta de controle adequado nos horários de recarga pode resultar em problemas como picos de carga, queda de tensão e variação de frequên-
Vários autores*
Eletroposto E-Lounge da EDP: armazenamento em baterias evita picos de consumo e sobrecargas na rede elétrica, além de diminuir custos operacionais e as faturas de energia
*Augusto Venerando, Wesley Rhoden e Newmar Spader, da EDP Brasil; Amanda Souza, Nicolau Dantas, Antônio Venâncio e Marcos Malveira, do Itemm - Instituto de Tecnologia Edson Mororó Moura; José Filho Castro, Rafael Neto, Márcio Santos e Fernando Xavier, da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco; Pedro Rosas, da UFPE e do Iati - Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação; Luiz P. Silva, da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas; e Pérolla Rodrigues e Thais Santos, do Iati
cia, entre outros. Esse crescimento massivo inclui recargas realizadas nos horários de pico, como no final da tarde, o que pode agravar ainda mais a situação das redes de distribuição elétrica [5]. Já para o contexto das estações de carregamento rápido, estas têm um grande impacto na rede elétrica devido aos conversores eletrônicos de potência que utilizam. Isso pode causar diversos problemas na rede, como a geração de harmônicos, instabilidade de tensão e, consequentemente, má qualidade de energia [6,7]. Além disso, essas estações podem sobrecarregar os transformadores, impactando tanto no carregamento quanto na vida útil destes, na demanda total de energia das redes de distribuição, em perdas de energia, no perfil de tensão, desequilíbrio de tensão e corrente, além da distorção harmônica de tensão e corrente [8–11].
Foram estudadas algumas soluções mitigadoras para respeitar os limites necessários aos padrões das redes de distribuição. Para exemplificar, o autor de [12] propõe um framework de navegação de carregamento em tempo real para mitigar o impacto das estações de carregamento rápido na estabilidade de tensão. Enquanto isso, o trabalho [13] investiga um método de gestão para que operadores de estações de carregamento rápido possam regular o comportamento de carregamento dos VEs. Para o estudo [14], a implementação de estratégias e ferramentas torna possível uma penetração mais rápida e harmoniosa da mobilidade elétrica, cuja infraestrutura gerencia as recargas dos veículos e otimiza o uso dos recursos energéticos respeitando os limites de demanda de energia da rede de distribuição de energia elétrica da região. Outra abordagem envolve sistemas de armazenamento de energia (ESSs), que podem ser integrados às estações de carregamento rápido para compensar a carga de carregamento pulsante e reduzir a
capacidade necessária de conexão à rede dos carregadores. Diversos estudos abordam o dimensionamento e o controle do fluxo de potência dos ESSs para aplicar a esses casos de estações de carregamento rápido [15–17].
Uma solução adicional para mitigar os impactos negativos dos carregadores de EVs na rede é a integração de sistemas de armazenamento de energia em bateria (BESS, de battery energy storage systems). Ao integrar um BESS, a influência da carga pulsante da estação de carregamento rápido pode ser atenuada. A alta demanda é suprida pelo sistema de armazenamento, enquanto a demanda menor e contínua é atendida pela rede de distribuição de média tensão por meio do transformador, o que pode reduzir o investimento necessário no transformador. Além disso, o fornecimento por meio do BESS pode reduzir as perdas de energia devido à menor distância de fornecimento em comparação com a rede de média tensão [7]. O estudo [14] usa BESS e demonstra que o sistema de gerenciamento de energia (EMS) implementado na solução integrada alivia a carga da rede elétrica, utiliza o BESS como sistema prioritário para o fornecimento de energia para recarregar os VEs, além de gerar economia durante os períodos de tarifa energética mais cara, como os horários de pico. Neste cenário, o projeto intitulado como “E-Lounge – Uma solução para o reabastecimento de veículos de frotas no Brasil” tem como objetivo estudar uma infraestrutura de recarga para players de frotas de transporte de passageiros em centros urbanos de grande movimentação, para abertura de novo modelo de negócio. Dentro desse contexto, é integrado ao eletroposto um BESS de tecnologia de lítio com 100 kW/138 kWh com os carregadores dos VEs CC (60 kW) e CA (22 kW). Com a integração do BESS são realizadas aplicações de arbitragem, controle de demanda e correção do fator de
potência, além de oferecer o suporte de carregamento de veículos elétricos e aumentar a resiliência da rede de distribuição de energia elétrica. Com isso, o presente artigo é organizado da seguinte forma: a seguir é apresentada a metodologia, incluindo uma descrição do projeto com um panorama do eletroposto, seus componentes principais, especificações técnicas e o modelo conceitual. Na sequência, aborda-se a implementação do projeto, detalhando a infraestrutura de recarga, a integração com a rede de distribuição e o algoritmo de controle de potência dos carregadores. Depois disso, discutem-se os resultados, como os dados operacionais, a dinâmica de suprimento de energia e o impacto na rede de distribuição. E finalmente apresentam-se as conclusões relacionadas ao trabalho.
Estrutura de recarga para veículos elétricos com suporte de sistemas de armazenamento
Nesse projeto, nomeado “E-Lounge”, desenvolveram-se soluções para o carregamento de veículos elétricos e também metodologias para avaliar o comportamento da rede de distribuição diante de um eletroposto sustentável, garantindo suporte à rede sem modificações expressivas na infraestrutura existente. Assim, foram combinados carregadores de veículos elétricos, já consolidados no mercado, e BESS, promovendo uma solução integrada que atende aos requisitos de carregamento dos veículos e, ao mesmo tempo, proporciona suporte à rede elétrica local, por meio do uso secundário do BESS. Além da solução técnica, o projeto E-Lounge também incluiu um modelo de negócio para avaliar a viabilidade econômica da proposta. De maneira simplificada, os componentes principais desse E-Lounge estão descritos na figura 1.
O EMS gerencia os componentes conectados, realizando aplicações conforme as necessidades da rede, das estações de recarga e do BESS. Em relação às especificações técnicas, o BESS foi dimensionado com capacidade de 138 kWh e potência de 100 kW, utilizando tecnologia de íons de lítio LFP. Suas aplicações incluem deslocamento de energia, controle de demanda e controle de reativo. Quanto às estações de recarga, foram integradas tanto as de recarga lenta quanto a de recarga rápida. As estações de recarga lenta, em corrente alternada (CA), possuem potência total de 22 kW, enquanto a estação de recarga rápida, em corrente contínua (CC), tem potência de 60 kW. Para a rede, a especificação relevante é a demanda do eletroposto, que tem demanda contratada de 50 kW.
Para exemplificar a conexão entre o BESS e as estações de recarga, tanto lentas quanto rápidas, exibe-se aqui na figura 2 o diagrama unifilar simplificado. A alimentação dos cinco carregadores e das cargas auxiliares (lâmpadas, ar-condicionado, tomadas) pode ser realizada a partir da rede elétrica ou do BESS (PCS), e todas essas conexões estão concentradas no quadro geral de baixa tensão. Para o rack de telecomunicações, tem-se o CLP, responsável por toda a parte de controle e lógica do BESS, e o BAMS (battery array management system), que gerencia as baterias,
monitorando parâmetros como temperatura, estado de carga (SoC - State of Charge), corrente e tensão. Na parte do diagrama denominada PCS, é realizada a conversão de energia de corrente contínua para alternada e um transformador isolador é utilizado para filtrar harmônicos e desempenhar outras funções necessárias para essa finalidade. Além disso, como o PCS pode ser operado de maneira bidirecional, tanto a rede pode alimentar o BESS e as cargas quanto o BESS pode alimentar a rede e as cargas.
De maneira conceitual, a imagem da página 44 mostra o estado atual do eletroposto. Ali se pode notar a quantidade de carros recarregando no modo
CA, ou seja, recarga lenta. Observa-se também que o eletroposto possui um aspecto de lounge, proporcionando um ambiente confortável para se aguardar o fim da recarga, com opções como locais para tirar fotos e recarregar celulares. O projeto foi concebido para avaliar a aprovação da população, a viabilidade técnica e econômica, além de testar um novo modelo de negócio para o Brasil, considerando o crescimento acelerado da frota de veículos elétricos.
Resultados e discussões
Para se avaliar o efeito do BESS no E-Lounge, foram realizados três conjuntos de testes. O primeiro consiste em analisar o BESS operando no controle de demanda. Sempre que a demanda do E-Lounge é ultrapassada, o BESS fornece a energia complementar para os carregadores dos veículos elétricos.
BESS EMS Rede de distribuição
Estações de carregamento de veículos
Quadro de baixa tensão R
Rede de distribuição
Fig. 1 – Componentes principais do E-lounge
Fig. 2 – Diagrama uni flar simpli fcado do E-Lounge
O segundo conjunto de testes consiste em analisar o BESS controlando a potência dos carregadores dos veículos elétricos. Sempre que o BESS não tem capacidade de fornecer energia e a demanda da rede é ultrapassada, o controle do BESS atua reduzindo a potência dos carregadores. O terceiro conjunto de testes consiste em analisar o BESS fornecendo energia no horário de ponta. Para o primeiro teste, inicialmente foi configurado no supervisório do BESS uma demanda máxima da rede elétrica de 4 kW entre 9h43 e 10h30.
Na figura 3 é ilustrada a operação dessa aplicação. É visto que o carregador CV2 (cor marrom) está solicitando uma potência de 7 kW e a rede elétrica (cor amarela) está fornecendo 4 kW.
O restante da potência solicitada pelas cargas do E-Lounge é fornecida pelo BESS (cor azul). Ressalta-se que o BESS fornece os 3 kW de potência para o carregador CV2 e o restante de potência para as cargas auxiliares do próprio sistema, e por isso é que são notados alguns picos na potência fornecida pelo BESS. Aproximadamente às 10h06, o carregador CV2 (cor marrom) para de fornecer potência para o veículo elétrico e o BESS (cor azul) interrompe o fornecimento de potência, uma vez que a demanda não está sendo ultrapassada.
O segundo teste consiste em analisar o BESS operando na redução de potência dos carregadores. Inicialmente foram realizadas as seguintes configurações no supervisório do BESS: (1) Descarga máxima do BESS de 2 kW entre 8h42 e 9h30; (2) Demanda máxima da rede de 10 kW entre 8h42 e 9h00; e (3) Demanda máxima da rede de 8 kW entre 9h00 e 9h:30. Verifica-se da figura 4 que de aproximadamente 8h45 até as 9h00 o BESS (cor azul) fornece potência complementar à rede (cor amarela) para o carregador CV2 e circuitos auxiliares. A rede está fornecendo no máximo 10 kW, o BESS fornecendo no máximo 2 kW e o car-
Início do teste
Limitação da carga por redução do limite de demanda permitida
regador CV2 (cor marrom) solicitando aproximadamente 11 kW. Ressalta-se que as oscilações de potência do BESS são devidas ao aumento do consumo das cargas auxiliares, a exemplo do ar-condicionado que é acionado automaticamente de tempos em tempos. Às 9h00 um novo limite de demanda máxima é estabelecido para a rede (8 kW) e instantaneamente o BESS reduz a potência do carregador CV2 para 9 kW. O BESS fornece potência de 1 kW para a estação de recarga e 1 kW para o consumo do circuito auxiliar. Às 9h24 o carregador CV4 (cor amarelo claro) entra em operação e o supervisório do BESS divide a potência fornecida para os dois carregadores. O BESS fornece 2 kW, a rede elétrica fornece 8 kW, e os carregadores CV2 e CV4 consomem aproximadamente 4,5 kW. Os demais consumos são para os circuitos auxiliares do BESS. Salienta-se que o sistema operou de forma satisfatória no controle de potência dos carregadores de veículos elétricos.
Entrada do carregador CV4 e divisão da potência disponível entre os carregadores CV2 e CV4, realizada pelo controle do BESS
08:44:00 06/01/24 08:48:00 06/01/24 08:52:00 06/01/24 08:56:00 06/01/24 09:00:00 06/01/24 09:04:00 06/01/24 09:08:00 06/01/24 09:12:00 06/01/24 09:16:00 06/01/24 09:20:00 06/01/24 09:24:00 06/01/24 09:28:00 06/01/24 Tempo (um dia de operação) [h]
fornecimento de potência (5 kW).
Próximo das 20h00, o BESS para de fornecer potência e a rede assume toda a carga (CV1 e CV5). O BESS inicia sua recarga às 22h00 e segue até completar 100% do banco de baterias.
Conclusões
O uso do BESS em eletropostos é fundamental para o controle de demanda e a otimização do consumo energético. Os eletropostos enfrentam variações significativas na demanda de energia devido à carga de veículos elétricos, que pode ser imprevisível e concentrada em horários de pico. A integração de BESS permite o armazenamento de energia durante períodos de baixa demanda e a utilização quando a demanda é alta, evitando picos de consumo que resultariam em tarifas mais elevadas e possíveis sobrecargas na rede elétrica.
Além de proporcionar uma gestão mais eficiente do consumo energético, o BESS ajuda a mitigar custos operacio-
nais, melhorando a previsibilidade e estabilidade financeira do eletroposto. Isso também possibilita a implementação de tarifas mais competitivas para os usuários de veículos elétricos, incentivando a adoção dessa tecnologia sustentável. O BESS desempenha um papel essencial na redução das faturas de energia para os clientes, especialmente quando aplicado na ponta. Em horários de pico, a demanda por eletricidade é significativamente maior, resultando em tarifas elevadas. Ao utilizar BESS, os clientes podem armazenar energia durante períodos de baixa demanda e tarifas mais baixas e utilizá-la durante os picos de consumo. Isso não só reduz os custos com energia, ao evitar o pagamento de tarifas mais altas, mas também contribui para a estabilidade da rede elétrica, diminuindo a necessidade de investimentos em infraestrutura adicional para atender à demanda de pico. Essa aplicação foi testada e explorada no E-Lounge.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao grupo EDP pelo apoio técnico e financeiro, por meio do projeto de Pesquisa e Desenvolvimento “E-Lounge – Uma Solução para recarga de frotas de veículos elétricos no Brasil”, com recursos do programa de P&D da Aneel sob a Chamada Estratégica 22 sobre Mobilidade Elétrica.
Por fim, o terceiro teste consiste em avaliar o efeito da aplicação do BESS no atendimento em horário de ponta, que inicia às 17h00 e vai até as 20h00. Observa-se na figura 5 que o BESS assume toda a carga às 17h00 e fornece potência até aproximadamente as 19h10. Quando o carregador CC entra em operação às 19h11, o BESS continua fornecendo potência (65 kW), porém a rede complementa o
Estação de carregamento
Fig. 4 – Operação do BESS em controle de potência dos carregadores de veículos elétricos Fig. 5 – Operação do BESS em atendimento ao horário de ponta
shaving (limitação de potência de pico) BESS recarregando
Referências
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[2] Ritchie, H., 2020: Cars, planes, trains: Where do CO2 Emissions from Transport Come from?, [online] Our World in Data, Available at: https://ourworldindata.org/co2-emissions-from-transport.
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[4] IRENA, 2020: Global Renewables Outlook: Energy transformation 2050, Available at: https://www.irena.org/publications/2020/Apr/ Global-Renewables-Outlook-2020.
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[8] Nour, M.; Said, S.M.; Ali, A.; and Farkas, C., 2019: Smart Charging of Electric Vehicles According to Electricity Price, International Conference on Innovative Trends in Computer Engineering (ITCE), Egypt, 432-437.
[9] Nafisi, H., 2019: Investigation on distribution transformer loss-of-life due to plug-in hybrid electric vehicles charging, “International Journal of Ambient Energy”, vol. 42, 1–7.
[10] Tong, X.; Ma, Q.; Tang, K.; Liu, H.; and Li, C., 2019: Influence of electric vehicle access mode on the static voltage stability margin and accommodated capacity of the distribution network, “Journal of Engineering”, vol. 2019, 2658–2662.
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Usinas MMGD de investimento –É bom negócio? ( parte 3)
Vinícius Ayrão*
“ A estimativa de receita é a parte mais importante e, a priori, a informação que de fnirá a decisão do investimento ”
Após definir quanto custa a construção de nossa usina (ver edição anterior, FotoVolt nº 81, págs. 60 e 61), precisamos saber o quanto obteremos de receita mensal após a conexão à rede da concessionária. A estimativa de receita é a parte mais importante e, a priori, a informação que definirá a decisão do investimento.
A fim de facilitar a compreensão, vou repetir aqui algumas informações de colunas anteriores.
Passo 1 – Qual será
a geração de energia?
Diferentes locais vão gerar quantidades de energia diferentes, em função dos fatores ambientais (irradiância, temperatura, etc.).
A partir do momento em que temos o local definido, é possível realizar layouts preliminares e usar softwares proprietários (Solergo, Pvsyst e Pvsol são alguns exemplos) para estimar a geração de energia para as condições do terreno.
Quando não temos o local definido, podemos realizar estimativas através de valores médios de irradiância daquela localidade. Da mesma forma que no orçamento, visto nesta coluna na edição anterior, quanto menos definições temos, mais variações entre a estimativa e a realidade haverá.
No município do Rio de Janeiro, por exemplo, um valor estimado para essas análises é de 120 kWh/kWp/mês.
Passo 2 – Quais as tarifas?
A receita esperada, que é nosso objetivo final, será dada pela geração de energia versus o custo da energia, abatidas todas as parcelas da tarifa que não são compensadas e os impostos.
Vimos em colunas anteriores que parte dos custos de energia não são mais compensados, dependendo se nossa usina estará em GD II ou GD III.
Para podermos modelar, precisaremos saber quais as parcelas que não são compensadas e seus valores na região que estamos estudando.
No nosso caso, que será uma usina de 75 kWca/100kWp, ela estará enquadrada como GD II. Nessa modalidade, não compensaremos uma parcela da TUSD Fio B na seguinte proporção:
• 15% da TUSD Fio B em 2023;
• 30% da TUSD Fio B em 2024;
• 45% da TUSD Fio B em 2025;
• 60% da TUSD Fio B em 2026;
• 75% da TUSD Fio B em 2027;
• 90% da TUSD Fio B em 2028;
• (a definir) % da TUSD Fio B em 2029*.
Uma observação: Projetos protocolados no primeiro semestre de 2024 teriam os 90% garantidos até dezembro de 2030. As regras após o período de transição já deveriam ter sido apresentadas pela Aneel. Como isso não ocorreu, todas as análises após 2031 têm uma incerteza muito grande. Essa indefinição impacta e muito na modelagem econômica, o que tem levado, em meu ponto de vista, a se vender “gato por lebre” nas usinas de investi-
mentos. Não estou afirmando que não é bom negócio, apenas digo que podemos ter muitas expectativas frustradas.
Posto isso, voltemos ao problema de saber qual o valor da TUSD Fio B na região que eu preciso estudar. A melhor e mais segura forma é consultar o site da Aneel, seguindo este passo a passo:
• Acesse o site oficial da Aneel;
• No menu do site, procure por "Assuntos", depois "Tarifas" e, em seguida, "Relatórios e Indicadores".
• Localize a opção "Base de Dados das Tarifas das Distribuidoras de Energia Elétrica" e acesse.
• No menu do lado esquerdo, procure por "Componentes Tarifários".
• Escolha o período: Selecione o ano e o mês desejado para consultar os valores.
• Consulte os valores: Os valores estarão disponíveis para consulta, divididos por região e outras categorias, como subgrupo tarifário e modalidade de tarifa.
Além do site da Aneel, cujos dados são públicos, existem alguns aplicativos, como Datlaz, que têm esses valores informados de uma forma mais intuitiva.
Como mostrado na tabela da página 52 as tarifas da Light sem impostos são:
• TUSD: R$ 513,30/MWh
• TE: R$ 310,26/MWh
• TUSD Fio B: R$ 210,38/MWh
(Nota: Esses valores já trazem a revisão das tarifas da Light para 2025, recém publicada.)
Como estamos em GD II, não compensaremos parte do fio B e teremos os seguintes valores não compensados:
• 60% de R$ 210,38/MWh em 2026 →
R$ 126,23/MWh;
• 75% da R$ 210,38/MWh em 2027 →
R$ 157,79/MWh;
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• 90% da R$ 210,38/MWh em 2028 → R$ 189,34/MWh;
• 90% da R$ 210,38/MWh em 2029 → R$ 189,34/MWh;
• 90% da R$ 210,38/MWh em 2030 → R$ 189,34/MWh
• ?% da R$ 210,38/MWh de 2031 em diante → ??
Componentes tarifa da Light
Passo 3 – Quais impostos incidem sobre a energia injetada?
Os valores de tarifas determinados pela Aneel são sem impostos. Sobre esses valores incidem PIS, Cofins e ICMS (pelo menos até a reforma tributária, cujos efeitos não abordaremos nesse momento).
O curioso é que, referente à energia injetada que será compensada, pode existir incidência de imposto.
Para uma análise precisa, o ideal é buscar auxílio de um tributarista com expertise em MMGD, para não cometermos erros. Mas, de forma geral, para usinas de investimento de microgeração, não incidirão PIS e Cofins.
Quanto ao ICMS, em alguns estados temos isenção total, em outros isenção apenas do ICMS sobre a TE. Essas isenções não são eternas e não configuram direito adquirido, ou seja, o governo pode alterar essas isenções. Em alguns estados essa isenção tem data para encerrar e nesse caso será necessária uma nova legislação para prorroga-la. Em outros não há data, mas em contrapartida pode ser alterada a qualquer momento.
Para nosso objetivo, irei simplificar e considerar que não haverá mudanças nas regras de impostos.
No Estado do Rio de Janeiro a isenção do ICMS incide apenas sobre a parcela TE da energia injetada.
Passo 4 – Quais as alíquotas dos impostos?
PIS e Cofins variam mês a mês. A sugestão é buscar as últimas doze contas e fazer uma média. Em nosso caso, iremos considerar como 5,5%.
O ICMS no Rio de Janeiro é de 24% (20% de ICMS e 4% de FECP).
Passo 5 – Qual valor da tarifa com impostos?
Com isso, o custo do kWh total pago pelo consumidor, sem uso de energia solar, é de:
Não é só construir a usina e esperar a geração. É necessário que haja acompanhamento, limpezas periódicas, manutenções preventivas e corretivas e segurança. O fluxo de caixa deve prever esses custos que, para o integrador, são uma fonte de receita. Para uma análise rápida, pode-se considerar uma porcentagem sobre a energia ou sobre o investimento, mas não é difícil estimar esses valores.
É preciso realizar o levantamento de custos mensais de:
• internet;
• segurança (normalmente, remoto);
• custo de disponibilidade;
• roçagem do terreno – estimar quantas vezes por ano. Dependendo do terreno, pode necessitar roçagem trimestral;
• limpeza dos módulos – em ambien-
tes urbanos, anual; em ambientes de muita sujilidade, como áreas rurais em locais de tráfego de carros e caminhões ou em áreas industriais com muitos particulados, pode ser necessária uma quantidade maior de limpezas; • equipe de acompanhamento.
A equipe de acompanhamento
Esse item, se bem trabalhado pelo integrador, pode ser uma fonte de receita recorrente, além de garantir para o investidor a performance do seu investimento. Para quantificar isso, o integrador precisará fazer um planejamento de negócios especifico, que faço de forma simplificada aqui.
1) Levantar o potencial de usinas existentes em sua região de atuação dentro do range de potência que quer trabalhar. No “BI” da Aneel é possível obter esses dados.
2) Definir quais tecnologias necessita: Usar apenas o monitoramento dos inversores, tendo cada inversor uma plataforma, é loucura. O ideal é escolher um aplicativo que junte todas as informações em um único acesso, o que facilita a gestão. A plataforma pode ser desenvolvida (o que desaconselho, pelos custos) ou podem serem utilizadas soluções existentes, como Solarview e Pvoperations. Sempre que possível, inclua a opção de instalação de um multimedidor na entrada de energia, principalmente nas usinas junto à carga.
3) Defina quantos % do mercado espera atingir em 6 meses, 1 ano e 2 anos, a partir do potencial levantado no item 1.
4) Estime qual a equipe de campo e de apoio será necessária para atender a quantidade do mercado que você previu no item anterior.
5) Some todos os custos anuais que levantou, aplique seu mark-up e os impostos incidentes e divida pelo número de usinas que objetiva atender.
6) Com isso, você terá o seu índice de R$/UFV de 75 kW de manutenção.
Esses valores você poderá utilizar em seu fluxo de caixa.
Ao determinar esses valores, é importante uma análise crítica. Se você estimou uma equipe muito pesada e poucas usinas, quando diluir os custos eles ficarão altos. Em contrapartida, se você for extremamente arrojado com o % de mercado que irá atingir e não conseguir as vendas, sua operação dará prejuízo.
Como todo negócio, é expectativa. Então, tenha bom senso.
Encerrando por aqui...
Fui um pouco repetitivo, mas achei válido manter alguns conceitos frescos para facilitar o entendimento.
Até a próxima edição.
* Engenheiro eletricista da Sinergia Consultoria, com grande experiência em instalações fotovoltaicas, instalações de MT e BT e entradas de energia, conselheiro da ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída e diretor técnico do Sindistal RJ - Sindicato da Indústria de Instalações Elétricas, Gás, Hidráulicas e Sanitárias do Rio de Janeiro, Vinícius Ayrão apresenta e discute nesta coluna aspectos técnicos de projeto e execução das instalações fotovoltaicas. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões pelo e-mail: fv_projetoinstalacao@arandaeditora.com.br, mencionando em “assunto” “Coluna Projeto e Instalação”.
Do transformador ao balanceamento de carga: projeto elétrico e planejamento operacional para estações de recarga condominiais
Rafael Cunha*
“ Ninguém escapa do controle ativo da demanda, nem edifícios antigos, nem edifícios novos”
Aimplantação da recarga de veículos elétricos em condomínios brasileiros avançou mais rápido que a modernização das redes internas de distribuição. A maioria dos edifícios existentes não foi concebida para suportar recargas longas de 7 kW por vaga, e mesmo os residenciais novos raramente projetam uma margem de demanda compatível com o crescimento previsto da frota de VEs na próxima década. A consequência é direta: se o planejamento partir apenas do carregador para trás, inevitavelmente haverá transformadores saturados, proteções gerais subdimensionadas e contratos de demanda que ficam em risco nas primeiras recargas. O caminho correto começa no transformador que alimenta o condomínio, ou, nas ligações em baixa tensão, na avaliação da capacidade de fornecimento da distribuidora, e só termina no balanceamento de carga que modula a potência entregue a cada veículo. Este artigo aborda o correto dimensionamento e planejamento da operação, detalhando requisitos técnicos e regulatórios desde o ponto de conexão à rede pública até o algoritmo que evita multas por ultrapassagem de demanda.
Demanda disponível
Edifícios construídos antes de 2015, quando a mobilidade elétrica ainda era
uma promessa, costumam ter contratos de 75 kVA ou de 112 kVA. Um conjunto de, por exemplo, dez carregadores de 7,4 kW (algo possível de ocorrer na maioria dos condomínios) tem uma potência conjunta, a plena carga, de 74 kVA adicionais, correspondendo à totalidade ou a mais da metade da potência do alimentador do condomínio. Isso sem contar elevadores, bombas, climatização das áreas comuns e demais cargas possíveis. Projetos atuais estão com potências entre 150 kVA e 225 kVA. Parece uma folga confortável, mas basta considerar que mais de 30% dos automóveis vendidos em 2035 devem ser elétricos, segundo projeções da Associação Brasileira de Veículos Elétricos, para perceber que este sobredimensionamento de demanda desaparece rapidamente. A conclusão imediata é que ninguém escapa do controle ativo da demanda, nem edifícios antigos, nem edifícios novos.
Distribuição
interna e enquadramento regulatório
O segundo obstáculo surge na porta do quadro de medição. Muitos síndicos desejam ligar a estação de recarga diretamente após o medidor privativo de cada morador; parece
simples, mas pode violar normas de concessionária. A Celesc, por exemplo, veda a derivação de um segundo ramal de carga a partir do posto de medição individual. A seção 5.4.3.4 do Manual de Procedimentos I321.0043 é explícita: “No posto de medição, é permitida a instalação de um ramal de carga por unidade consumidora, de tal forma que não é permitido derivar do posto de medição um segundo ramal de carga para a alimentação da estação de recarga veicular.”
A mesma norma oferece, contudo, uma rota segura. A seção 5.4.3.1 autoriza a criação de unidade consumidora (UC) adicional do condomínio exclusivamente para as estações de recarga: “No empreendimento de múltiplas unidades consumidoras, com demanda provável até 300 kVA, atendido em baixa tensão de distribuição, é permitida a instalação de unidade consumidora adicional do condomínio para alimentar estações de recarga de veículo elétrico, com demanda máxima de 75 kVA, sendo recomendada a utilização de sistema de gerenciamento de demanda.”
A Celesc foi uma das primeiras distribuidoras a apresentar regras explícitas sobre as conexões de carregadores e a possibilidade de criação de uma nova unidade consumidora exclusiva para este fim, algo que possivelmente será replicado pelas demais distribui-
doras, dada a segurança e melhor arquitetura desta solução.
Circuitos dedicados e proteções obrigatórias
Cumpridas as exigências da concessionária, o projeto interno passa a seguir a ABNT NBR 17019, norma específica para estações de recarga veicular em baixa tensão. Ela estabelece que todo SAVE – Sistema de Alimentação de Veículos Elétricos, independentemente do modo de carregamento, seja alimentada por circuito exclusivo protegido por dispositivo diferencialresidual, o DR. A norma permite duas configurações equivalentes:
• DR tipo B, sensível a correntes de fuga contínua; ou
• DR tipo A em série com detector de fuga c.c. de 6 mA (RDCDD) geralmente os carregadores já possuem este dispositivo de detecção de fuga de corrente c.c. internamente.
A independência do circuito deve ser prevista tanto na instalação de um carregador de parede, o wallbox, quanto em uma tomada de corrente destinada à recarga de veículos elétricos (modo 1 e 2). Quanto à proteção contra sobretensões, a NBR 17019 não modifica ou adiciona requisitos, portanto aplicam-se as mesmas diretrizes da NBR 5410 (instalações elétricas de baixa tensão) e da NBR 5419 (proteção contra descargas atmosféricas), sendo assim o dimensionamento e localização do DPS seguem os critérios do projeto de MPS – Medidas de Proteção contra Surto da edificação. A seção (nunca “bitola”) dos condutores será calculada pelos mesmos critérios de dimensionamento da NBR 5410, considerando ainda os fatores de correção baseadas no efeito térmico, tipo de encaminhamento, fator de agrupamento e queda de tensão dos circuitos projetados.
Do quadro à tomada: a lógica do balanceamento
Mesmo com transformador corretamente dimensionado, quadro de pro-
teção dedicado e proteções no lugar, o dimensionamento da instalação elétrica para simultaneidade de 100% dos carregadores representa um custo elevado e desnecessário. Considerando que a média dos usuários se desloca por cerca de 30 km por dia, uma recarga de apenas 1 hora por dia é suficiente para repor o consumo diário, de modo que para parte destes usuários, apenas uma recarga por semana é suficiente para seu uso semanal. Em vez de superdimensionar cabos e disjuntores, a solução inteligente aposta em sistemas de gestão de demanda que modulam a potência por carregador.
O protocolo OCPP 1.6 J permite funcionalidade de Smart Charging, enviando perfis de corrente em tempo real para os carregadores. O controle dinâmico das recargas exige a instalação de um sistema local de medição para adquirir parâmetros elétricos em tempo real da instalação e o seu envio ao sistema de gestão, para que este entenda qual a demanda disponível da unidade consumidora naquele instante para ser direcionada aos carregadores, permitindo assim a otimização da infraestrutura elétrica da edificação.
O controle de demanda é uma ferramenta indispensável para a aplicação de carregadores em condomínios, mitigando elevados investimentos em retrofit ou novas instalações, assegurando a operação sem uma possível ultrapassagem de demanda que pode resultar em multas e evitando problemas de sobrecarga nas proteções.
Conclusão
A instalação de um carregador único em um condomínio, fazendo apenas um “puxadinho” a partir de um circuito existente, é tentadora pelo baixo custo e pela velocidade de implantação, e tem sido a solução adotada por diversos edifícios nos seus primeiros passos rumo à eletro-
mobilidade. Contudo, essa aparente praticidade traz riscos reais aos usuários, à instalação elétrica e à própria edificação. Como demonstrado aqui, a abordagem fere diretamente os requisitos da ABNT NBR 17019, o que significa que, mais cedo ou mais tarde, a obra improvisada terá de passar por adequação completa, desperdiçando tempo e recursos.
Mesmo que o condomínio receba hoje poucas solicitações para a instalação de carregadores, é fundamental enxergar o projeto de forma sistêmica, entendendo que a demanda crescerá de forma quase inevitável.
Diante desse cenário, o envolvimento de um profissional capacitado e habilitado torna-se indispensável. Cabe a ele avaliar a capacidade das instalações existentes, definir possíveis reforços, projetar e, sobretudo, desenhar uma estratégia de expansão, seja criando uma unidade consumidora dedicada, seja implementando balanceamento dinâmico de carga via OCPP ou optando por carregadores compartilhados. Dessa forma, cada investimento de hoje se converte em segurança para a infraestrutura de recarga de amanhã, protegendo o patrimônio coletivo e garantindo segurança na operação para todos.
* Rafael Cunha é engenheiro eletricista e COO da startup movE Eletromobilidade. Nesta coluna, discute aspectos da mobilidade elétrica: mercado, estrutura, regulamentos, tecnologias, afinidades entre veículos elétricos e geração solar fotovoltaica. E-mail: veletricos@arandaeditora.com.br, mencionando no assunto “Coluna Veículos Elétricos”.
Características:
• Planta fotovoltaica: 990 KW
• Inversor: WEG SIW750
• Planta de geradores diesel: 5.280 MW
• Quantdade de geradores diesel: 12
• Controlador dos geradores diesel: DSE8610
• Sistema de armazenamento de energia (BESS):
500 KW
Benefícios
• Redução de 18.000 toneladas de CO₂ que deixarão de ser emitdas, equivalente a 126.000 novas arvores plantadas
• Redução de 6,7 milhões de litros de diesel nos próximos 5 anos
• Descarbonização e efciência energétca
• Flexibilidade de operação
Solução Implementada:
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MP 1.300 : avanços e riscos na nova arquitetura do setor elétrico brasileiro
“ O sucesso da MP dependerá da coerência entre seus diversos instrumentos. A abertura do mercado, os incentivos à geração renovável e a expansão da Tarifa Social precisam caminhar juntos”
AMedida Provisória nº 1.300, de 21 de maio de 2025, representa um marco relevante na trajetória de modernização do setor elétrico brasileiro. Ao permitir o acesso de consumidores de baixa tensão ao mercado livre de energia, o texto inaugura uma nova fase de competição, digitalização e liberdade de escolha. Trata-se de um avanço importante, defendido por empresas como a Alma Solar Energia e a Dínamo Energia, que atuam diretamente no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras em geração renovável.
Outro aspecto positivo da MP é a ampliação da Tarifa Social para famílias com consumo mensal de até 80 kWh. Essa medida contribui para maior justiça social e pode reduzir custos operacionais das distribuidoras com inadimplência, cortes e reconexões. A construção de um setor mais eficiente deve ser acompanhada pela inclusão dos segmentos mais vulneráveis da população.
Por outro lado, há motivos para preocupação. A proposta de alteração nas regras de contratos vigentes envolvendo descontos na TUSD/TUST levanta sérias dúvidas quanto à preservação da segurança jurídica no setor. Muitos contratos foram firmados com base em uma estrutura regulatória previamente estabelecida. Mudá-la de forma repentina, sem participação
social nem período de transição, pode desencadear uma série de disputas judiciais e comprometer a confiança dos investidores. Esse tipo de instabilidade é especialmente danoso em um momento em que o setor elétrico precisa atrair capital intensivo para viabilizar a transição energética.
A estrutura institucional proposta pela MP também requer maior clareza. Ainda não estão bem definidos os papéis de cada entidade, os fluxos decisórios ou os mecanismos de compatibilização com a regulação infralegal existente. Sem uma governança bem estabelecida, corremos o risco de sobreposição de atribuições e paralisia regulatória. Um setor em transformação precisa de coordenação, previsibilidade e foco em resultados.
Este debate ganha ainda mais relevância com a Consulta Pública nº 187/2025, promovida pelo Ministério de Minas e Energia. A proposta trata das regras para aplicação dos descontos na TUST e TUSD a projetos de geração renovável, conforme previsto na MP 1.300/25. O texto prevê novos critérios, como o encargo progressivo para empreendimentos que atrasarem a entrada em operação comercial e ajustes proporcionais em caso de postergação ou ampliação. A intenção do MME é preservar o equilíbrio econômico do sistema e evitar distorções tarifárias, mas onerando
adicionalmente os agentes do Ambiente de Contratação Livre com uma proposta controversa para apuração do referido encargo.
Essa consulta é uma oportunidade valiosa para o setor contribuir de forma técnica e propositiva. É fundamental garantir que os benefícios às fontes renováveis, conforme previstos em atos jurídicos perfeitos, sejam mantidos com equilíbrio e transparência, permitindo a viabilidade de projetos diversos em todo o território nacional. O crescimento da energia renovável não pode depender apenas de subsídios, mas tampouco deve ser freado prematuramente por regras imprecisas ou instáveis.
Como profissionais com experiência na formulação de políticas públicas, operação de mercado e regulação técnica, entendemos que o sucesso da MP 1.300/25 dependerá da coerência entre seus diversos instrumentos. A abertura do mercado, os incentivos à geração renovável e a expansão da Tarifa Social precisam caminhar juntos, com governança clara e visão de longo prazo.
O momento é de escuta ativa, debate qualificado e compromisso com um setor elétrico mais limpo, competitivo e inclusivo. A Medida Provisória 1.300/25 pode ser um divisor de águas, mas seu impacto dependerá da forma como for regulamentada e implementada. Que o Brasil saiba transformar essa oportunidade em um capítulo sólido da transição energética.
* Carlos Dornellas é diretor da Alma Solar Energia; João Bortotti e Marcelo Gregol são sócios na Dínamo Energia.
Carlos Dornellas, João Bortotti e Marcelo Gregol*
No Brasil
The smarter E – O The smarter E South America 2025 acontecerá de 26 a 28 de agosto no Expo Center Norte, em São Paulo, congregando os eventos: Intersolar South America - A maior feira & congresso para o setor solar da América do Sul; ees South America - Feira de baterias e sistemas de armazenamento de energia; Eletrotec+EM-Power South America - Feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia; e Power to Drive South AmericaFeira de produtos e serviços para eletromobilidade. Organização de Solar Promotion International GmbH, Freiburg Management and Marketing International e Aranda Eventos & Congressos. Informações: www.thesmartere.com.br .
FIEE – A 32a edição da FIEE - Feira Internacional da Industria Elétrica, Eletrônica, Energia, Automação e Conectividade, organizada pela RX Brasil e a Abinee - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, vai ser realizada de 9 a 12 de setembro, no São Paulo Expo. O evento, que apresenta equipamentos, produtos, soluções e tendências em instalações elétricas e eletrônicas para a indústria de todos os segmentos, pretende abordar a transformação digital da indústria, sustentabilidade, conectividade e tecnologia. Mais informações em https:// www.fiee.com.br.
Intersolar Summit Sul – Em 28 e 29 de outubro será realizado no Centro de Eventos FIERGS, em Porto Alegre, RS, a segunda edição do Intersolar Summit Brasil Sul, em formato congresso & feira, abordando, entre outros temas, solar FV com armazenamento, agrivoltaicos, FV off grid, etc. Realização: Solar Promotion, FMMI e Aranda Eventos. Informações: https://www.intersolar-summit-brasil. com/sul.
SWC – De 4 a 7 de novembro, a ISESInternational Solar Energy Society vai realizar o SWC 2025 - Solar World Congress, em Fortaleza, CE. O congresso será organizado em conjunto com a
Abens - Associação Brasileira de Energia Solar, seção da ISES no Brasil. O programa abordará tecnologias e aplicações inovadoras de células fotovoltaicas; integração de rede; modelagem de sistemas, inteligência artificial, digitalização; teste, certificação e monitoramento; economia circular e reciclagem; eventos climáticos extremos e efeitos das mudanças climáticas; etc. Informações em https://www. abens.org.br/news-abens/ises-solarworld-congress-2025/5.
Cursos
Gestão em energias renováveis –
A AHK Rio oferece o curso de Gestão em Energias Renováveis (GENRE), que tem o objetivo de formar profissionais com visão ampla em geração de energias renováveis no Brasil, com ênfase nas tecnologias solar, eólica, biomassa e outras. O conteúdo é desenvolvido a partir da expertise alemã e adaptado à realidade brasileira por especialistas da Coppe/ UFRJ. Composto de módulos gerenciais e técnicos, o curso é oferecido em formato online e combina conteúdos assíncrono (12 blocos de aulas + 12 quizzes de fixação; 24h de aulas com especialistas e exercícios práticos); e síncrono (2 horas de encontro ao vivo após cada bloco da disciplina; aulas quinzenais, workshops e palestras). Os blocos abordam temas como: Fundamentos da energia; Mercado de energia elétrica; Gestão de projetos e rentabilidade; Gestão energética e ISO 50.001; Mudança de clima e comércio de emissões; Programa de Eficiência Energética da Aneel (PEE); Energia solar; Energia eólica; Biomassa e biogás; Outras energias renováveis; Geração distribuídae smart grid; e Microrredes elétricas. Mais informações: https://brasilien. rio.ahk.de/pt/cursos/genre?utm_ campaign=genre_0205&utm_medium= email&utm_source=RD+Station
Armazenamento de energia – A multinacional SolaX Power vai promover ao longo de 2025 roadshows por diversas regiões brasileiras. O intuito é oferecer
aos integradores solares conhecimento acerca do mercado e das principais inovações tecnológicas de sistemas híbridos de energia solar. As próximas edições do evento serão realizadas nas seguintes datas e locais: Teresina (15/9); Belém (17/9); Manaus (19/9); Cuiabá (20/10); Campo Grande (22/10); São José do Rio Preto (24/10); Vitória (10/11); Rio de Janeiro (12/11); São Paulo (14/11); e Fortaleza (10/12). Informações: https://kb.solaxpower.com.
No exterior
Transição energética – Com expectativa de atrair mais de 12 mil visitantes e 350 expositores, a Enlit Asia vai acontecer de 9 a 11 de setembro, em Bangkok, Tailândia, reunindo representantes de toda a cadeia elétrica da região. O evento é referência no setor de energia do Sudeste Asiático e se destaca por integrar temas como geração, transmissão, distribuição, redes inteligentes e engajamento do consumidor. A programação contempla soluções que vão da energia convencional às fontes renováveis e emergentes, incluindo solar, armazenamento, hidrogênio, nuclear e tecnologias de captura e armazenamento de carbono. Mais informações em www.enlit-asia.com.
Semana da Energia – A Olade - Organização Latino-americana de Energia, em parceria com o Ministério de Energia do Chile, a Universidade Santo Tomás, a Cidere Coquimbo e a ISA Energía, vai realizar o evento acadêmico Conectando mentes, energizando o futuro, em 26 de setembro, em La Serena, Chile, durante a X Semana de la Energía. Voltado à comunidade acadêmica, profissionais e estudantes da América Latina e do Caribe, o encontro busca fomentar a colaboração entre governos, empresas e universidades em temas estratégicos como energias renováveis, transições energéticas, gênero e adaptação climática. Mais informações: enerlac.olade.org.
Produtos
Tecnologia para inversores
A SolaX Power incorporou aos seus mais recentes inversores híbridos uma tecnologia que otimiza a geração diária de energia solar em situações de sombreamento fixo no sistema fotovoltaico. Trata-se da solução de varredura Global MPPT (GMPPT), desenvolvida para
permitir que os inversores realizem, periodicamente, a identificação do ponto de máxima potência (MPP) disponível, contribuindo para a eficiência do sistema. De acordo com a empresa, essa tecnologia pode aumentar em até 15% a produção de energia solar, especialmente em instalações onde há sombreamento parcial causado por edifícios ou outros obstáculos durante determinadas horas do dia — condição que, normalmente, compromete o desempenho dos módulos solares. A funcionalidade é aplicada individualmente em cada inversor e permite o ajuste do intervalo entre as varreduras. https://www.solaxpower.com
Armazenamento
A UCB Power, que oferece soluções de armazenamento de energia, anunciou recentemente o lançamento da linha In Wall, que inclui sistemas off grid voltados para os segmentos residencial, comercial e industrial. As soluções integram baterias de lítio-ferro-fosfato (LFP) com inversores, mas podem ser adquiridas separadamente. Possuem capacidades de 100Ah e 200Ah, e foram desenvolvidas para garantir disponibilidade de energia de até 4 horas para equipamentos essen-
ciais, desde que totalmente carregadas. Segundo a empresa, a bateria In Wall, que compõe a solução, é compacta, indicada para ambientes com espaço limitado. Possui vida útil de até 6000 ciclos completos (cerca de 10 a 15 anos), e não requer conexão à rede elétrica nem autorização de instalação, desde que acompanhado de um projeto técnico adequado. O sistema é compatível com protocolos de comunicação CAN (RS485), a fim de facilitar a integração entre bateria, inversor, controlador de carga e painel solar, com gerenciamento direto no visor da unidade.
www.ucbpower.com.br
Microinversores
2 a 3 horas — e vida útil de até 15 anos, com mais de 6000 ciclos de carga e descarga. Com design compacto e peso reduzido em relação às tradicionais baterias de chumbo-ácido, os modelos da GetPower facilitam a instalação e aumentam a densidade energética do sistema, afirma a empresa.
www.getpower.com.br
Carregador, inversor, painel
A Ecori disponibiliza em estoque microinversores projetados pela APSytems para atender a diferentes especificações de projetos fotovoltaicos. Os modelos DS3-LV, com potência máxima de saída de 1000 W, e DS3-H, com potência máxima de saída de 1050 W, são compatíveis com diversos tipos de módulos fotovoltaicos, oferecendo, segundo a empresa, flexibilidade na configuração de sistemas residenciais e comerciais. Ambos suportam dois módulos de alta potência 670 Wp e oferecem baixa tensão em corrente contínua. Os equipamentos possuem comunicação Zigbee e a companhia oferece garantia de até 25 anos para sistemas monitorados.
www.ecorienergiasolar.com.br
Baterias
A GetPower fornece a linha de baterias de lítio (LiFePO4), projetadas para garantir alto desempenho, durabilidade e segurança em sistemas fotovoltaicos de todos os portes. As novas baterias se destacam pela recarga rápida — atingindo 100% da capacidade em apenas
A Elgin lançou recentemente um novo carregador veicular com sistemas inteligentes de conectividade, eficiência e segurança energética. O equipamento possui tecnologia que permite a integração com diversas plataformas de gestão, facilitando, segundo a empresa, o monitoramento remoto e a personalização do carregamento. Trata-se do sistema OCPP (Open Charge Point Protocol), um protocolo de comunicação aberto e padronizado que se conecta com diversas estações de carregamento de veículos elétricos e plataformas de gestão de recarga. A companhia também fornece a nova linha de inversores com dispositivos de segurança para sistemas de energia solar, composta por equipamentos on-grid com AFCI, que possuem dispositivos de detecção e interrompem arcos elétricos indesejados em circuitos elétricos, tanto em software quanto em hardware, oferecendo uma camada adicional de segurança em sistemas fotovoltaicos, destaca a Elgin. A empresa também possui no portfólio o painel solar de 585 W, com eficiência de 22,65% no nível de geração em telhados, com 12 anos de garantia de fabricação e 30 anos de garantia de potência linear, incluindo certificações internacionais.
www.elgin.com.br
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E X P O C ENTE R NO RT E, SÃO PAU LO, B RASI L
Parte de 26–28
A M A IO R F E I R A & C ONGR E SS O D A A M É RIC A L AT I N A
PA R A O S E T O R SOL A R
L ATA M’ S L AR GE S T EX HIB ITIO N A N D C ONFERENC E
F O R TH E SOL A R I ND U ST RY
IN TE R S O LA R: CO N EC TAND O O SE TO R S O LA R
A Intersolar é a principal feira para o setor solar, com foco em fotovoltaica, tecnologias termossolares e usinas de energia solar. Desde sua fundação mais de 30 anos atrás, a Intersolar tornou-se a mais importante plataforma para fabricantes, fornecedoras, distribuidoras, instaladoras, prestadoras de serviços, desenvolvedoras de projetos, planejadoras, além de novas empresas no setor solar.
Evolução dos data centers
De acordo com relatório divulgado pela Agência EY, a inteligência artificial generativa, aliada à expansão da Internet das Coisas (IoT), à migração de sistemas e informações para a nuvem, ao desenvolvimento da tecnologia autônoma como carros e à proliferação de dispositivos móveis inteligentes, exigirá a construção de mais data centers no mundo: a taxa de ocupação dessa infraestrutura deve aumentar de 85% em 2023 para um pico superior a 95% no fim de 2026. Uma pesquisa do Goldman Sachs aponta que a IA aumentará 165% a demanda por energia dos data centers até 2030. Considerando o período até 2027, a projeção é de 50% de crescimento. Nesse cenário, o Brasil
se destaca, tanto por possuir espaço disponível para construção de data centers como energia renovável em abundância, aponta o estudo. Outra vantagem, segundo a agência, é que a operação de infraestrutura tende a ser mais barata a curto, médio e longo prazo no Brasil, na comparação com outros países. O relatório afirma que o governo federal prepara uma medida provisória para atrair data centers, prevendo a obrigatoriedade do uso de energia limpa por esse negócio. Haverá a concessão de incentivos para o setor, como desoneração de investimentos de longo prazo, isenção do imposto de importação para equipamentos e de tributos sobre serviços exportados a partir desses centros de dados. Entre as contrapartidas estarão a exigência de investir no desenvolvimento regional das empresas de data centers, como oferta ao mercado doméstico, bem
como em pesquisas de desenvolvimento em IA e na cadeia de sustentabilidade do setor. Além do interesse governamental, as empresas também já perceberam que a estrutura de data centers será cada vez mais relevante para o futuro dos negócios.
Um estudo da Solfácil indica que as baterias usadas em sistemas de energia solar ficaram mais baratas no último ano no Brasil. O preço dos modelos monofásicos, voltadas para residências, caiu 25% entre maio de 2024 e maio de 2025. Já as baterias trifásicas, usadas principalmente em sistemas comerciais e indústrias, tiveram redução de 20% no mesmo período, aponta o relatório. A queda foi puxada, principalmente, pela diminuição do preço do lítio — material usado na fabricação das baterias — e por avanços na
produção, que ficou mais eficiente por causa do aumento da procura, afirma a empresa. De acordo com a Solfácil, a tendência é que os preços sigam em queda, e no primeiro semestre de 2025, houve redução de cerca de 18% em relação aos valores praticados no início do ano. Com a redução dos valores, a expectativa é de crescimento de uso das baterias, especialmente em regiões com instabilidade no fornecimento de energia, assim como em aplicações críticas, como refrigeração, data centers, telecomunicações e hospitais. Além disso, espera-se que, diante das dificuldades para homologar usinas junto às concessionárias e das limitações no uso dos créditos de energia gerados, as baterias sejam uma alternativa para autonomia energética. https://solfacil.com.br
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26 –28 AGO 2025
E X P O C ENTE R NO RT E, SÃO PAU LO, B RASI L
O EV EN T O D E INF R AES T R UTU R A ELÉT R IC A
E G ES TÃ O D E E N ER G I A
TH E E VE N T F O R E L E CT R IC A L I NF RA ST R UCTU R E
A N D E N ER G Y M A N A G E M E N T
FORTALECENDO O SETOR DE INSTALAÇÕES E GESTÃO DE ELETRICIDADE
Parte de
ELETROTEC+EM POWER destaca-se como a feira para o segmento de infraestrutura elétrica e gerenciamento de energia. Desenhada para profissionais de projeto, montagem, manutenção & amp; operação de instalações industriais e prediais de média e baixa tensão, abrange materiais, equipamentos e serviços, inclusive para subestações, SPDA e aterramento, além de sistemas para edifícios inteligentes.
Curtailment e uso de baterias nas usinas solares
“ A inserção do armazenamento de energia como solução sistêmica no Brasil requer um arcabouço regulatório bem estruturado, claro, objetivo e moderno”
Afonte solar já representa mais de 22% da capacidade instalada da matriz elétrica brasileira, sendo a segunda maior fonte de geração do País, atrás somente da hidrelétrica. Projeções demonstram um futuro promissor para essa tecnologia no Brasil, que deverá assumir a liderança entre 2024 e 2050, de acordo com analistas de mercado como BloombergNEF, DNV-GL e IHS Markit.
No entanto, regiões com maior concentração de empreendimentos de geração de energia renovável em operação, como o Nordeste e o norte da região Sudeste, estão sofrendo com cortes de geração (curtailment ou constrained-of) impostos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Parte signifcativa deste desafo decorre de restrições e limitações à infraestrutura de transmissão de energia elétrica, seja por danos às linhas (causados por eventos climáticos extremos, por exemplo), por atrasos na entrada em operação de linhas planejadas (devido ao longo processo de licenciamento ambiental), ou pelo descompasso de cronograma entre as obras de transmissão e a entrada em operação de novas usinas de geração.
Com o crescimento expressivo do curtailment, especifcamente nas usinas solares e eólicas, além do desperdício e dos prejuízos aos geradores que acreditaram no Brasil, criou-se um ambiente de insegurança e elevada percepção de risco em relação aos cortes renováveis. No centro do problema está um desequilíbrio regulatório: a Agência Nacio-
nal de Energia Elétrica (Aneel) criou as normativas REN 1.030/2022 para as eólicas e a REN 1.073/2023 para as solares, sobre os cortes renováveis, esvaziando assim o direito de ressarcimento garantido pela Lei nº 10.848/2004 e pelo Decreto nº 5.163/2004, que asseguram esse ressarcimento via Encargos de Serviços ao Sistema (ESS). Esse sinal econômico desincentiva a energia limpa, traz insegurança regulatória e prejudica a credibilidade do Brasil para investimentos verdes, situação preocupante em ano de COP30 no País. Para contribuir com o alívio dos danos causados pelo curtailment, a adoção de sistemas de armazenamento de energia elétrica (BESS – Battery Energy Storage Systems) se mostra como solução efcaz e estratégica. Dentre os serviços e benefícios proporcionados pelos BESS, destacam-se:
1 – Armazenamento: durante o pico de geração de energia elétrica, seria possível armazenar excedentes nas baterias, evitando o corte e desperdício desta energia limpa e competitiva;
2 – Participação no mercado de serviços ancilares: os BESS podem oferecer serviços valiosos ao setor elétrico, como resposta rápida à demanda e regulação de frequência, tensão, ativos e reativos;
3 – Despacho em horários de alta demanda da eletricidade armazenada em momentos de preço mais elevado, aumentando a rentabilidade da usina;
4 – Estabilização da rede elétrica: contribuição para estabilidade de frequência, tensão, ativos e reativos, bem como fornecimento de capacidade (potência); entre outros.
O armazenamento de energia elétrica é tecnologia consolidada e diversas dessas aplicações já são utilizadas em mercados internacionais. Sua inserção como solução sistêmica no Brasil requer um arcabouço regulatório bem estruturado, claro, objetivo e moderno. Diante disso, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), junto com outras associações do setor, tem atuado junto ao regulador pela conclusão da 2ª fase da Consulta Pública Aneel nº 039/2023, que estabelecerá uma Resolução Normativa para a regulação do armazenamento de energia elétrica no Brasil.
Outra grande oportunidade do setor é a realização do Leilão de Reserva de Capacidade para Armazenamento (LRCAP Armazenamento), inicialmente prevista para o primeiro semestre de 2025. Os investidores aguardam a publicação das diretrizes do leilão para se prepararem para este importante certame.
O curtailment continua gerando prejuízos fnanceiros, desperdícios de eletricidade limpa e desafos para as empresas de geração renovável. Soluções já existem para mitigar esses cortes e reduzir os impactos negativos vivenciados por empreendedores e investidores. A transição energética indiscutivelmente passará pela implantação e uso dos sistemas de armazenamento de energia elétrica, cada vez mais relevantes em âmbito internacional. É hora de o Brasil aproveitar esta oportunidade e se posicionar como um mercado sério para as baterias combinadas com usinas solares.
* Frederico Vidigal D. de Figueiredo é Diretor de Novos
Negócios e Regulação do Celeo Group, Rodrigo Sauaia é CEO da Absolar, e Ronaldo Koloszuk é Presidente do Conselho de Administração da Absolar.
Frederico de Figueiredo, Rodrigo Sauaia e Ronaldo Koloszuk*