AMI Notícias Nº 80

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© UNICEF/UN061799/Brown

A VERDADE MAIS ATERRADORA São várias as formas de trabalho e exploração infantil que se praticam em distantes geografias, da Ásia Pacífico, passando pela África Subsariana até à América Latina. As causas são muitas vezes transversais, as consequências são sempre nefastas e dificilmente reversíveis. Estima-se que no mundo, 152 milhões de crianças entre os 5 e os 17 anos trabalham o que as distancia da realidade escolar. Assumindo que uma semana de trabalho tem em média 35 a 40 horas semanais durante 52 semanas por ano, é seguro afirmar que, há crianças a trabalhar, forçadamente ou não, 316 milhões de horas por ano. É trágico pensar nesta proporção temporal e que, neste momento, 1.2 mil milhões de crianças vivam num estado de pobreza multidimensional, inegavelmente agravada pelo impacto da Covid-19. Para além das causas associadas à escassez económica, agravam-se as suas consequências no que toca à nutrição, alojamento/habitação/ abrigo, saúde, educação e acesso a água e saneamento. Beatriz Imperatori, Diretora Executiva da Unicef Portugal 08 |

alerta que a tendência positiva de diminuição deste fenómeno (trabalho infantil) entre os anos 2000 e 2016 “está comprometida”, apontando ainda que “nestes 16 anos registámos um decréscimo do número de crianças envolvidas em trabalho infantil na ordem dos 38%, ou seja, cerca de 100 milhões de crianças foram retiradas destas atividades, continuando a ser uma realidade para cerca de 152 milhões de crianças em que metade não só tem de trabalhar, mas tem de o fazer em condições de risco para a sua saúde e segurança”. Nas diversas categorias de trabalho infantil praticadas atualmente no mundo, podemos destacar algumas, porque há certamente muitas e aterradoras realidades que se encontram sob o véu da pobreza e da miséria.


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