Revista AGORA #005- Julho a Setembro - 2024

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SOCIAL E ESG

e desafios

20 anos do ESG: conquistas, lições

Assine e receba as próximas edições
1. Rachel Maia 2. Marcel Fukayama
Carolina da Costa 4. Juliana Camargo 5. Orlando Nastri 6. Jéssica Silva
7. Stellinha Moraes

O que você vai conferir:

Novidades, tendências e notícias do setor

ESPAÇO DO LEITOR:

Pontos de vista e dicas de especialistas

Histórias de empreendedores de organizações e negócios de impacto

Cases e conteúdo para desenvolvimento de pessoas e empreendimentos

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Muito a celebrar: 3 anos da Ago, homenagem, doação, filantropia e conexões

QUERIDOS(AS) LEITORES(AS), NESTE TRIMESTRE QUE PASSOU TEMOS MUITO A CELEBRAR E COMPARTILHAR COM VOCÊS

Oacontecimento mais importante para todos nós foi a comemoração dos três anos de existência da Ago Social. Temos muito a agradecer aos nossos mais de sete mil alunos espalhados pelo Brasil. Sempre digo e repito com muita alegria no coração que existimos porque vocês existem e porque acreditam e confiam que juntos podemos fortalecer as suas causas, que são as nossas também.

Por isso, fica aqui o meu muito obrigado a cada um que faz parte da família Ago: empresas, parceiros, professores, nosso timaço de colaboradores e, principalmente, ao meu sócio e xará Alexandre Amorim - CEO, líder e professor que durante esses anos nunca mediu esforços para nos trazer até aqui.

Em julho, estivemos com um lindo e aconchegante estande no Festival ABCR (vejam a cobertura nesta edição). Por lá, recebemos diversos alunos e parceiros. No mesmo mês, recebi uma homenagem muito especial por ter criado, em 2004, a ForMóbile (Feira Internacional de Fornecedores para a Indústria de Móveis e Marcenaria), a segunda maior feira do setor no mundo, celebrando seus 20 anos de existência.

Em setembro, tive a honra de ser convidado para o jantar de aniversário de cinco anos do Movimento Bem Maior, liderado por Carola Matarazzo e seu excelente time, pessoas que fazem um trabalho fundamental para a ampliação da filantropia e do impacto social. Outro grande momento com foco nesse tema foi o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, organizado pelo Idis, no qual muitas palestras serviram de estímulo e ampliaram o fortalecimento do tema.

Destaco também o encontro do System Thinking, liderado por Cristiane Sultani e Celia Cruz, do Instituto Beja. Foi uma tarde de muitas trocas, informações e conexões, com a presença de várias mulheres super atuantes no setor de impacto, entre elas Ticiana Rolim Queiroz, Bia Fiuza e Carla Duprat. Fiz questão de compartilhar tudo isso para mostrar a importância das conexões que fortalecem a Ago e que, de alguma maneira, chegam a todos vocês. Ao mesmo tempo, com a intenção de estimular que cada um possa fazer, no meio em que atua, as conexões necessárias para a expansão do seu impacto social.

Agora vamos desfrutar da leitura desta maravilhosa edição que foi preparada com muito carinho e dedicação.

Fiquem bem e se lembrem sempre: o seu propósito e a sua causa são maiores que qualquer dificuldade ou timidez que vocês possam ter!

Ecoem a sua voz!!!

Publisher

Cofundador Ago Social a.barbosa@agosocial.com.br

Homenagem pela ForMóbile, com Araceli Silveira e Tatiano Segalin
Com Carola Matarazzo e Richard Sippli
Com Cristiane Sultani e Ticiana Rolim Queiroz
Foto: Gus Benke

Um chamado para um planeta mais justo e sustentável

Outro dia estava com meu sobrinho de dez anos assistindo a uma série sobre a jornada na vida na Terra ao longo de bilhões de anos. Foram diversos eventos que submeteram os seres vivos do planeta a algumas extinções ou muitas adaptações para alcançar a sobrevivência. É interessante pensar que esses pontos de virada nunca mais deixaram de existir - logicamente não necessariamente relacionados a eventos naturais, como a era glacial ou o impacto de um asteroide, mas sempre interferindo no modo de vida das pessoas em algum grau.

Provavelmente, neste exato momento, estamos passando por mais um desses marcos de transformação com relação ao clima e a uma consciência global voltada à sobrevivência humana.

As guerras mundiais, as pandemias, a revolução industrial, a internet e a inteligência artificial são exemplos de acontecimentos que alteraram o modo de vida de pessoas ao redor do planeta.

Hoje, chegamos a um ponto crucial, em que mudanças são imprescindíveis, pois como disse Rachel Maia em sua entrevista para a matéria principal desta edição, “não temos um planeta B”, precisamos cuidar deste onde vivemos hoje.

Por esse motivo, é nosso papel cada vez mais dar luz a essa questão e reconhecer as iniciativas que atuam para mitigar os prejuízos de avanços que

Expediente

REVISTA AGORA ED. 5 Jul.- Set. 2024.

Veículo de comunicação produzido e editado pela Ago Social.

Fundadores: Alex Barbosa a.barbosa@agosocial.com.br

Alexandre Amorim a.amorim@agosocial.com.br

acabam sendo irresponsáveis e excludentes. Além de fazermos a nossa parte, é claro! Esse é o propósito desta edição. Aqui falamos do ESG que, vinte anos depois de ter sido citado pela primeira vez por esta sigla, é um dos caminhos para atenuar, evitar e compensar danos socioambientais promovidos por empresas ao redor do mundo. Convidamos especialistas no assunto vindos de diferentes áreas - corporações, mercado de investimentos, organizações sociais - para dizer o que pensam sobre o presente e o futuro da responsabilidade social, ambiental e de governança.

Falamos também de pessoas e instituições que estão atendendo a esse chamado: causas sociais que resgatam vidas e a cidadania; empreendedores que ajudam a transformar realidades e o status quo; articulistas que compartilham seu conhecimento para gerar aprendizado e crescimento. Por fim, falamos sobre os três anos da Ago Social, que desde a sua fundação tem multiplicado exponencialmente a sua missão de transformar propósitos em ação.

Então, reserve um local tranquilo e aconchegante para folhear a AGORA e comece prestigiando, já nas primeiras páginas, uma sessão especial que estreia aqui: a coluna Espaço do Leitor, com fotos de quem recebe a nossa revista!

Boa leitura!

Fabíola Melo

Editora-chefe Ago Social

Coordenação e projeto editorial:

Editora-chefe: Fabíola Melo

Redação e revisão:

Fabíola Melo e Time Ago

Jornalista responsável: Alexandre Barbosa DRT 5121/PR

Projeto gráfico, diagramação e capa: @gianapundek

Marketing/anúncios: Alex Barbosa - a.barbosa@agosocial.com.br

Impressão: Maxi Gráfica

Fale com a Redação: f.melo@agosocial.com.br

As opiniões emitidas nesta publicação são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da Ago Social.

Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização prévia.

14 • Quem se importa, ganha?

O que mantém o ESG vivo

16 • ESG nas empresas

19 • ESG e os investimentos

21 • ESG e empreendedorismo de impacto

23 • Um longo caminho a passos já consistentes

PAPO DE IMPACTO

06 • Entrevista com Fernanda Ribeiro

Empreendedorismo que hackeia o sistema social

NESTA EDIÇÃO

03 • A voz do Publisher 04 • Editorial

08 • Espaço do leitor

Os leitores da AGORA pelo Brasil

10 • Causas e propósitos

O papel dos projetos sociais de esportes para formar campeões e cidadãos

26 • Mapa do impacto

Os números e os alunos da Ago Social

30 • Publieditorial

Citrosuco e a promoção da agricultura sustentável e regenerativa 36 • Especial

Aniversário de três anos da Ago Social

Vozes do empreendedorismo socioambiental

Histórias inspiradoras de quem faz a mudança acontecer 50

Agenda do setor

NOTÍCIAS

25 • Terceiro setor

Estudo inédito mostra oportunidades de desenvolvimento para OSCs

32 • Panorama do impacto

O que aconteceu no ecossistema

34 • Eventos do setor

Festival ABCR: Em 2024, a maior edição da história

40 • Ecossistema em movimento

O 1º Fórum Estadual de Economia de Impacto e a criação de um ecossistema de impacto

42 • Filantropia

Lançamento do Termômetro de Doação

ARTICULISTAS AGOra

12 • Gestão de pessoas

O papel da liderança

Por: Ana Tomazelli

39 • Investimento social

O Capital Empático como abordagem de investimento de impacto

Por: Giulia Costa - SITAWI Finanças do Bem

48 • Fala social

Que tal buscar os pontos de convergência?

Por: Alexandre Amorim

Créditos fotos capa: (Marcel): Ella Pallett, (Orlando): Citrosuco, (Rachel): Rachel Maia, (Jéssica): Jéssica Silva e demais fotos: divulgação

CAPA

Hackeando sistemas sociais pelo propósito

Cofundadora e sócia da Conta Black, Conselheira na AfroBusiness e no Instituto C&A

Por Fabíola Melo

A VISÃO CORAJOSA E DISRUPTIVA DE UMA DAS MULHERES MAIS

RECONHECIDAS NO EMPREENDEDORISMO DE IMPACTO BRASILEIRO

Aconversa com Fernanda Ribeiro poderia render muito mais páginas, afinal, os temas que permeiam a carreira da empreendedora são muitos e de grande importância entre todos os entusiastas de transformações sociais. Ela é forte representante das mulheres no mercado financeiro, é empreendedora de impacto bem-sucedida, ajudou a fundar uma ONG autossustentável e é referência para profissionais e executivos negros. A paulistana da Vila das Belezas, turismóloga por formação, saiu de uma carreira corporativa em função de um burnout e, ao final de um ano sabático, começou a empreender socialmente. Ao lado de Sérgio All, fundou a organização social AfroBusiness e a Conta Black, a primeira fintech protagonizada por negros. Você confere essa história a partir de agora!

Eleita uma das 50 mulheres de impacto na América Latina pela Bloomberg e uma das 10 mulheres do ano de 2023 pela Forbes Brasil, Fernanda vem atuando na promoção do “black money”.

Como nasceu o desejo e a ideia de promover “black money”, ou seja, gerar oportunidades e circulação de dinheiro dentro da comunidade negra?

A ideia da AfroBusiness era criar uma rede de empreendedores, intraempreendedores

e profissionais liberais negros e a geração de dinheiro e oportunidades para a população negra. Porque nós [fundadores] nos víamos muito em universos brancos e não enxergávamos pares. Desde o começo, queríamos que ela fosse autossustentável, sem depender de editais ou de doação, então, tínhamos produtos e serviços. Ali dentro, começamos a ver oportunidades de conectar os empreendedores pretos à cadeia de fornecimento de grandes empresas. Mas embora muitas delas quisessem ter uma cadeia de fornecimento diversa, ainda havia algumas barreiras. A gente entrava na empresa, fazia um estudo e entregava conexão. Nesse processo, começamos a perceber gaps financeiros para os empreendedores, como não ter conta bancária e não conseguir emitir boletos. Na época, em 2015, as fintechs ainda não eram tão fortes e o processo de abertura bancária envolvia ultrapassar a porta giratória, a qual sempre foi uma barreira para as pessoas pretas. Percebemos também que eles não tinham acesso a crédito. A partir dali, enxergamos uma oportunidade de negócio, e em 2017 nasce a Conta Black.

Foto: Larissa

Qual tipo de mensuração vocês adotam para avaliar o impacto positivo gerado pela Conta Black?

Uma das coisas da qual a gente tem muito orgulho em relação à nossa base é que ela reflete o Brasil: a maioria das pessoas são pretas, mulheres, e quando fazemos o recorte entre empreendedores, a maioria é pequeno ou nano empreendedor. Temos uma base de 60 mil clientes espalhados pelo Brasil e somos a primeira conta da maioria dessas pessoas, empreendedoras ou não, o que é muito importante, falando do processo de bancarização e de acesso. Outro ponto é que fomos o primeiro crédito da maioria desses pequenos e nano empreendedores. As metas de impacto vêm muito casadas com a nossa ferramenta de crédito porque começamos a perceber que a maioria das pessoas fazia crédito produtivo (para expandir os seus negócios, fazer aquisição de equipamentos etc.), mas sobretudo, usavam o dinheiro para gerar novos empregos. No caso das mulheres, a maior parte delas também usa para ter o seu primeiro pró-labore. Consequentemente, acabam investindo na educação dos filhos. Vocês são uma startup, uma fintech, então como equilibrar as métricas de impacto com a necessidade de gerar lucro e crescer?

As nossas métricas de impacto e ESG foram desenhadas em parceria com a SAP. Agora, por exemplo, estamos olhando para certificações globais, sistema B. Entre dar lucro e gerar impacto na vida das pessoas, a gente escolhe as duas coisas, e fazemos essa escolha no dia a dia, o que não é fácil. Mesmo antes, quando havia grandes fundos investindo, nos mantivemos muito próximos do nosso propósito. Muitas vezes, com eles, existiam estratégias que a gente olhava e percebia que seriam nocivas para o nosso público, pois se tratava de endividamento: vamos crescer a todo custo? Não. Foram escolhas de negócio muito difíceis, mas nos mantivemos no nosso propósito. Para nós nunca foi uma possibilidade crescer extorquindo nossos clientes ou os colocando em situação de endividamento em curto, médio ou longo prazo. Temos esse olhar de impacto até no que corresponde ao crescimento do negócio e faturamento dele. O que você destacaria como aprendizados, perspectivas futuras e oportunidades para mulheres e pessoas negras no setor de impacto?

Eu sou uma pessoa com vários marcadores sociais, sou mulher, negra, retinta, com aparência jovem. Eu perpasso por ambientes que em sua maioria são protagonizados por pessoas totalmente diferentes a mim. Quando eu falo de mercado financeiro, o estereótipo é exatamente o inverso. Homens, mais velhos e brancos. Quando se fala sobre empreendedorismo social, embora tenhamos uma representatividadeseja ela de mulheres, seja de pessoas pretas - quan-

do olhamos para quem está recebendo os maiores tickets, o universo é muito parecido com o do mercado financeiro. Basta olhar os dados das 100 maiores ONGs. Quem são as pessoas que estão liderando essas cadeiras? O meu grande aprendizado em relação a tudo isso é que não podemos deixar de “hackear” o sistema. Eu entro pelas brechas. Tenho que ser muito proativa e muito estratégica para entender quais são essas brechas do sistema para entrar ali e fazer transformação. Porque se não fazemos isso, mantemos o status quo. Atuar assim, muitas vezes, requer também um pouco de “estômago de aço”.

Algumas mulheres, no caminho de empreender, se sentem inseguras diante de um desafio ou perante o investidor. Em função de cargas culturais e históricas, acabam se limitando. Como essas mulheres podem desenvolver esse aspecto?

A primeira dica é saber que não existe um lugar que não seja para mim, e eu sempre falo isso para as pessoas, sempre estou ocupando um lugar. A outra coisa é sua atitude. Muitas vezes a gente senta a uma mesa pensando “tomara que o outro goste de mim”. Eu sempre penso “tomara que eu goste dele”, inclusive nas mesas de dinheiro. Essa postura, querendo ou não, muda muito a percepção da outra pessoa em relação a você. A terceira dica que eu sempre dou para mulheres negras e empreendedores sociais: ocupe esse lugar e converse como se fosse um cara branco da Faria Lima. Você precisa ter exatamente a mesma autoestima porque está entregando o triplo. A última dica seria: não se exija tanto. Entenda que de situações difíceis às vezes “dá para tirar um limão dessa limonada”. É muito disso, de como a gente vai hackeando esse sistema e mantendo a porta aberta para outras pessoas, para mudar o outro lado das mesas. Quando chegamos nesse lugar, entendemos que devemos mudar tudo ao redor.

"A primeira mentalidade

para o empreendedor social é ter um olhar mais amplo, não o mesmo de todos no mercado. O olhar para o impacto social nos faz ter uma visão diferente."

Conheça a Conta Black

pelo Brasil

ESTE ESPAÇO FOI ESPECIALMENTE CRIADO

PARA OS LEITORES DA REVISTA AGORA.

OBRIGADO POR ESTAREM AO NOSSO LADO!

São Paulo-SP

"A revista toda tem conteúdos interessantes, não dá para escolher uma parte. É um conjunto de estratégias e soluções que nos impulsionam a melhorar nosso projeto."

Mar

Nova Friburgo-RJ

Lúcia Almo de Moraes

Projeto de literatura O dono do Natal

Associação Brasileira de Apoio à Terceira Idade - ABRATI

Porto Alegre-RS

Cleia Maria Santos da Silva, Centro de Umbanda Reino da Mãe Oxum

Duque de Caxias-RJ

"Gosto principalmente das histórias das trajetórias e superações, pois podemos crer que tudo é possível e que temos que persistir, sempre temos o que aprender e, assim, evoluir."

Patricia Alves Sudre, Associação Cultural Rita de Cassia

Guarulhos-SP

Susana B. da Silva Matos - Instituto Social Projetar - Centro de Apoio e Orientação Dra Izumi Watanabe

Montes Claros-MG

Abmael Duarte, A.B.R.EAssociação Beneficente Resgatando Esperança

Pelotas - RS

Marcos Roberto Silveira, Gruppo Gaya

São Bernardo do Campo-SP

"A revista nos apresenta um conteúdo informativo de alto nível, material atualizado, com casos e pessoas reais, que conectam nossos valores e saberes à nossa vida real."

Rosângela E. Marques, Coletivo Redhutos

São Luiz-MA

Belo Horizonte -MG

"Fazendo a leitura no meu cantinho de inspiração. Como consultora e conselheira no Terceiro Setor, recomendo a revista como fonte de atualização e aprendizado contínuo."

Valeska Dilascio

"Uma revista feita para nós do Terceiro Setor, nos inspira a pensar e agir com foco na qualidade das nossas entregas e alcance de resultados com impacto."

Neusa Ribeiro, Instituto Mariana

Colaboração de Entrevistas exclusivas com grandes nomes do ecossistema.

Entregue nos principais eventos presenciais do setor de impacto.

Histórias de empreendedores e cases de filantropia e investimento social privado.

Distribuída gratuitamente para + de 21000 leitores nas versões física e online.

Fale com a gente: (41) 99292-8561

agosocial.com.br @ago.social

As olimpíadas comprovam a importância em investir nos projetos sociais

ENTRE OS ATLETAS E MEDALHISTAS BRASILEIROS EM PARIS, UM VERDADEIRO

TIME É RESULTADO DE PROJETOS VOLTADOS A ESPORTE E EDUCAÇÃO

“Aí vem um filme na cabeça de um garoto que começou em um projeto social lá de Sobradinho, que foi lá por causa de um lanche, e hoje está numa olimpíada.”

A frase, parte da fala emocionada de Max Batista, atleta da marcha atlética, foi dita em uma entrevista à CazéTV em Paris, ao final da prova que rendeu a medalha olímpica de prata a outro brasileiro, Caio Bonfim.

Max treina desde a infância no Caso - Centro de Atletismo de Sobradinho (DF), um clube de treinamento esportivo que realiza projetos sociais para crianças e jovens de comunidades carentes de Brasília e oferece apoio às famílias. Para Gianete Sena, sua treinadora, a missão vai além da prática esportiva, “O nosso trabalho é formar cidadãos e campeões também, campeões na vida e no esporte. (...) Às vezes ele não vai se tornar um atleta olímpico, de nível mundial, mas aprende ali valores para a vida, a ter cidadania", diz. O clube, fundado

em 1983 por seu marido, João Sena Bonfim, levou este ano para Paris, além de Max e Caio, outra atleta, Gabriela Muniz.

Assim como acontece no Caso, muitas outras ações, realizadas por meio de projetos, ONGs e institutos, desenvolvem trabalhos que abrem portas para a recuperação da dignidade humana e cidadania, além de promover saúde e estimular a dedicação a alguma modalidade esportiva.

As olimpíadas deste ano reforçaram a importância dessas iniciativas ao mostrarem um movimento importante: se em edições anteriores dos jogos olímpicos as medalhas conquistadas se concentravam entre o atletismo e esportes com acesso mais restrito às populações vulneráveis, hoje vemos cada vez mais diversidade e a presença de outras modalidades nos pódios da maior competição esportiva do planeta.

Muito disso se deve justamente a ações sociais que

Max Batista, atleta brasileiro da marcha atlética
Foto: Wagner Carmo/Cbat

acolhem crianças e jovens (às vezes com o atrativo de ter acesso a roupas, calçados e alimento) e estimulam a prática de esportes de maneira tão séria e cativante que acabam despertando aptidões e transformando - e até salvando - vidas.

Outro exemplo de oportunidades vem do Instituto Reação. A organização da sociedade civil cofundada por Flávio Canto, judoca e medalhista olímpico, faz um belíssimo trabalho de integração social usando como ferramentas o esporte e a educação. Rafaela Silva, uma das maiores judocas do mundo, iniciou sua trajetória no projeto carioca. Dona de uma história exemplar de superação, conquistou a medalha de ouro nos jogos do Rio de Janeiro em 2016 e em 2024 fez parte da equipe que levou o bronze.

Além dela, outros nomes também passaram por projetos sociais: a maior medalhista olímpica do nosso país, Rebeca Andrade, da ginástica artística; a ganhadora do ouro e do bronze por equipes no judô, Beatriz Souza; outro dos maiores medalhistas da nossa história, Isaquias Queiróz, da canoagem; e Alison dos Santos, o “Piu”, dono de dois bronzes olímpicos no atletismo.

Esses são apenas alguns exemplos do poder das ações sociais para gerar mudanças estruturais na vida das pessoas. Por isso, o pedido de Max Batista na entrevista que o Brasil acompanhou precisa ser repetido em alta voz: “Invistam muito nos projetos sociais, eles salvam vidas!”

Entrevista com o atleta olímpico Max Batista

“Vale a pena, sim, investir em projetos sociais, eles dão bons resultados. Eu sou um bom resultado!”

Max Batista é a prova do papel das ações sociais para a formação para a cidadania. Nesta entrevista à AGORA ele reconhece essa contribuição.

Qual é a sua história com projetos sociais?

O Caso foi o meu primeiro projeto social e onde estou até hoje. O que me levou até lá foi o convite de um amigo que fazia atletismo também. Inicialmente eu recusei: garoto asmático, tinha dificuldade para correr. Mas aí ele me disse que no final dos treinos tinha um lanche. Na época, eu passava por algumas dificuldades na minha casa e foi isso que me atraiu, o lanche no fim do treino.

Quais lições e oportunidades o projeto proporcionou a você?

As lições que eu aprendi foram muitas, muitas mesmo. Principalmente a de ter persistência e de acreditar que é possível chegar, que o trabalho sempre supera o talento. As oportunidades que se

no final da prova de marcha atlética

abriram foram de vivência. Hoje estou cursando Educação Física porque me tornei um atleta. Pude proporcionar para minha família uma qualidade de vida melhor, ajudar, oferecer suporte.

Onde você acredita que estaria se não tivesse sido acolhido pelo projeto?

Eu já cheguei a pensar nessa pergunta várias vezes. Onde cresci era bem “tenso”. Tinha a tendência de ir para o mundo do crime ou das drogas. Mas graças a Deus o esporte entrou na minha vida.

Como você define a importância dos projetos sociais?

Um projeto social é transformador. Se o atleta não chega aos jogos olímpicos, pelo menos ele se torna um cidadão, foi o que eu me tornei e tenho muito orgulho disso. Conheço várias histórias de resgate, lá é um celeiro de jovens que encontraram no esporte uma oportunidade e uma perspectiva melhor de mundo.

Confira o vídeo da entrevista de Max Batista:

Gianete Sena, Max Batista e Dr. André Guerreiro, médico da seleção brasileira de atletismo,
Foto: Wagner Carmo/Cbat
Equipe de judô na conquista do bronze olímpico em Paris 2024
Foto: Miriam Jeske/COB
Foto:divulgaçã

o

O quanto um líder atrapalha?

Por Ana Tomazelli

Fundadora e Diretora-presidente do Ipefem - Instituto de Pesquisas & Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas

A LIDERANÇA PARA O IMPACTO E OS DILEMAS RELACIONAIS DE QUEM DEVERIA ESTAR BEM-RESOLVIDO

Uma liderança dita eficaz não apenas guia a organização na realização de sua missão, mas também influencia diretamente a maneira como opera e se sustenta a longo prazo.

Opapel da liderança é amplamente reconhecido como um fator determinante para o sucesso –ou o insucesso – de uma organização social. Na verdade verdadeira, o papel de alguém que pretende estar à frente de um grupo, formalmente institucionalizado ou não, se visando algum objetivo, é sempre um papel ingrato, posto que sujeito a decisões impopulares, desafetos, discordâncias e com a exigência predominante de uma alta capacidade em suportar não ser amado.

Há muitos anos em cadeiras executivas de RH (dentro e fora do Brasil) eu provoco um questionamento anterior às afirmações categóricas quase-universais de que precisamos ter líderes melhores e essa provocação se volta contra nós, que desenhamos essa estrutura: pode, a liderança, dar conta de tudo o que exigimos dela, com o nível de excelência e a escassez de recursos dos quais dispomos; com a alta demanda por cuidado humano e a precariedade da mão de obra disponível; com a velocidade cada vez mais alucinante e a lentidão de um sistema que nos desafia a, em mais um dia, respirar fundo e seguir em frente por conta de um propósito?

Uma liderança dita eficaz não apenas guia a organização na realização de sua missão, mas também influencia diretamente a maneira como a organização opera e se sustenta a longo prazo. As temáticas relacionadas a impacto, produtividade, governança, sustentabilidade financeira, dentre tantas outras, são as frentes de conhecimento técnico e atuação comportamental às quais esta liderança precisa responder – o que parece, à primeira vista, impossível, certo?

E é, mesmo.

Contudo, ao sentar nesta cadeira, precisamos nos apropriar de uma postura ética que possui duas características fundamentais:

a) A primeira: nós escolhemos nos sentar aqui. E esse movimento, por si só, deveria, compulsoriamente, nos levar ao compromisso máximo de acordar, todos os dias, sabendo que nosso valor está (veja só) em resolver todos os problemas que surgem pelo caminho, e eles são muitos!

b) A segunda: quebrar, de uma vez por todas, o óculos de lentes românticas que fantasiam um delírio utópico de que a comunicação entre o time será ótima, de que os processos estarão desenhados, de que todas as pessoas terão o mesmo ritmo e saberão resolver seus conflitos....

Em não sendo assim, um líder só atrapalha.

O

Quando duas pessoas se encontram para realizar um trabalho, antes de um encontro de talentos, adivinha? Nós temos um encontro de traumas, de medos, anseios, ferramentas em maior ou menor grau de amadurecimento, uma trama complexa de milhares de combinações possíveis, considerando os marcadores sociais, as questões de neurodivergência, condições em saúde mental – deu angústia só de ler?

cidade dessa liderança em conciliar os interesses, articular as competências complementares e saber mandar. Sim, mandar.

cumprimento do planejamento estratégico vai

depender, acima de tudo, da capacidade da liderança em conciliar os interesses, articular as competências complementares e saber mandar.

Pois é. E, se líder também é gente (sempre importante lembrar), vale reforçar que o alcance das tais metas e o cumprimento do planejamento estratégico vai depender, acima de tudo, da capa-

Ocupar a posição de autoridade, responsabilidade e risco para a qual foi escolhida, se valendo de uma ferramenta revolucionária chamada... conversa. E a decisão, irrevogável e inegociável, de assumir, como estandarte, a verdade radical com abordagem afetiva, apontando a Estrela do Norte, sem largar o leme – mas sabendo que outros também podem manejá-lo, ainda que não à sua maneira.

Essa é a mágica máxima de não ser eterno.

Ana Tomazelli é Psicanalista, CHRO e Mentora de carreiras, Conselheira de empresas e faz parte da rede de professores da Ago. Recentemente, lançou uma especialização para lideranças do terceiro setor, o MBA em Liderança e Captação de Recursos no Terceiro Setor. Conheça mais sobre o curso:

Não muito tempo atrás, eram raros os ambientes nos quais se pensava em questões como destinação de resíduos de produção, desenvolvimento de comunidades no entorno de plantas industriais, proporção de mulheres em cargos de liderança, presença de pessoas não brancas em todas as equipes de trabalhos, controle e transparência nas finanças, gestão humanizada e voltada aos direitos humanos. Até que chegamos a um momento em que antes de decisões de compra, surgem certos comportamentos. Um investidor, antes de aportar capital, quer ouvir a respeito de estratégia, indicadores e processos internos. Um cliente pergunta sobre as condições de trabalho de quem presta o serviço oferecido ou a respeito da origem de uma matéria-prima. Um consumidor investiga o rótulo de um produto para atestar que nenhum animal foi usado para testes.

Como essa mudança aconteceu?

Existem algumas explicações. Uma delas foi a introdução do conceito de valor compartilhado, popularizado por Mark Kramer e Michael Porter, a partir do qual se pensa na união entre lucro e propósito e na adoção do famoso modelo “ganha-ganha” nas relações entre empresas e sociedade. Outro fator que estimula esse novo nível de consciência a respeito de como os negócios interferem na vida das pessoas e no meio ambiente é o ESG.

O que é, de onde veio, como se reproduziu

O termo ESG (em português, ASG: Ambiental, Social e Governança) foi usado pela primeira vez em 2004, em um documento do Pacto Global das Nações Unidas em parceria com o Banco Mundial. A publicação chamada Who care wins (Quem se importa, ganha), de acordo com o site do Pacto Global, surgiu de uma provocação do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a 50 CEOs de grandes instituições financeiras, sobre como integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais.

Apesar do teor tão nobre, a proposta se manteve restrita ao setor financeiro até que em 2020 Larry Fink, CEO da Black Rock, a maior gestora de fundos de investimento do mundo, publicou uma carta ao mercado afirmando que as empresas deveriam apresentar, além de performance financeira, contribuições à sociedade. Somado a isso, emergências climáticas tomando proporções cada vez maiores e uma pandemia - da Covid-19 - intensificando crises sociais como fome, desemprego e dificuldade de acesso à saúde. Na prática, ESG representa a adoção de práticas que reduzem os impactos ambientais e sociais das empresas e instituições em geral. Além disso, representa um compromisso com a responsabilidade socioambiental e a transparência a respeito dessas questões e da gestão corporativa.

Estamos migrando para um cenário em que a transparência e as demandas por governança levam o ESG a um estágio ticket to play.”

Orlando Nastri

Especialista em ESG, professor sobre o tema e Head de ESG da Citrosuco no Brasil

O contexto do ESG hoje

Embora muitos anos atrás algumas corporações já criassem às suas práticas e políticas internas olhares para os efeitos dos seus produtos e do seus processos de produção para a sociedade, as comunidades próximas da cadeia produtiva e o meio ambiente, a discussão ainda era muito restrita.

Falar sobre esses temas e agir a partir deles era algo positivo, vinculado à redução de riscos ou ao compromisso de responsabilidade socioambiental. Ao longo do tempo, com o amadurecimento dos mercados financeiro e consumidor, essas demandas passaram a ser requisitos para jogar o jogo dos negócios.

Essa é a opinião de Orlando Nastri, especialista em ESG, professor sobre o tema e Head de ESG da Citrosuco no Brasil, maior produtora mundial de suco concentrado de laranja. “Estamos migrando para um cenário em que a transparência e as demandas por governança levam o ESG a um estágio ticket to play. É quando as empresas deixam de pensar em ações e processos voltados ao social, susten tabilidade e governança apenas como normativas de ESG para integrar como normativas de negócio”

Se quem se importa, ganha, o compro misso com o ESG está consolidado?

Entre especialistas de diferentes áreas do mercado os pontos de vista a respeito dessa resposta não são unâ nimes. Para Nastri, praticar responsabilidade socioam biental e governança transparente se tornou irreversí vel para as empresas, por fatores estruturais:

1. Lógica do mercado

• O crescimento e a maturidade desse tema depen dem da

• lógica da oferta e demanda. Isso significa que algu mas camadas dentro da dinâmica do mercado aca

Foto:Citrosuco

bam impulsionando os diferentes perfis de negócio em direção a compromissos ESG:

• Na primeira camada o consumo é o ponto central. Essa é a lógica seguida por pequenos empreendedores. Esse perfil precisa, cada vez mais, atender à expectativa e ao desejo do consumidor por produtos e serviços sustentáveis, pessoas que querem enxergar soluções para o planeta e para a sociedade nas marcas que consomem.

• A segunda camada é formada por pressões regulatórias e do mercado investidor. Neste espectro estão as médias e grandes corporações. “Esta é uma agenda central porque os negócios deste perfil [médios e grandes] têm uma tração regulatória, financeira e de reputação. Os mercados investidores acreditam que as empresas sustentáveis operam melhor e são mais aptas a performar bem, em detrimento das que não atuam sob uma lógica ESG”, diz Orlando.

ESG nas empresas:

o que já se estabeleceu e até onde ele se manterá nas pautas de decisão

Anão ser que estejamos falando de um negócio de impacto, as empresas sempre direcionarão o seu foco para geração de valor e lucro. O dinheiro, a performance e o crescimento são indissociáveis à razão de existir dos negócios tradicionais. Isso é natural e necessário para movimentar as economias, gerar empregos e garantir renda e desenvolvimento para a sociedade. A questão é como aliar essas premissas a uma atuação mais consciente, que seja responsável e justa socioambientalmente, compartilhando valor e mitigando (e/ou compensando) impactos negativos? E mais, o que já se consolidou até aqui, quais são os movimentos contrários e quais os possíveis riscos para a sobrevivência do ESG dentro das corporações? Para entender parte de como essa engrenagem se move atualmente, a AGORA ouviu duas mulheres que possuem sólidas experiências à frente de conselhos corporativos, setores e projetos de sustentabilidade e impacto social de grandes empresas. E para enriquecer ainda mais esta conversa - considerando o peso da lucratividade nas decisões corporativas - ambas têm atuação no mercado financeiro ou diretoria da área de finanças.

O ESG faz parte do pilar de geração de valor de longo prazo de um negócio. Não é algo separado, não é um checklist. É um motor.”

Carolina da Costa

Diretora de Impacto Positivo na Stone, Líder do Comitê ESG do Grupo Boticário, Membro de Comitê em diversas empresas e instituições, Sócia e Head de Impacto na Mauá Capital

Carolina da Costa entende o ESG como parte do que determina a posição futura de uma empresa no mercado. Em outras palavras, trata-se de um conjunto de decisões tomadas no curto prazo que vão determinar o seu valor no longo prazo. Essas decisões, por sua vez, precisam considerar dois fatores: o ponto de vista financeiro e os efeitos positivos e negativos que são gerados a partir delas.

“No final, eu estou sempre fazendo esta pergunta: quais decisões eu tomo no curto prazo e que determinam a minha geração de valor ao longo do tempo.”

Apesar desse caráter inerente ao valor de um negócio, ela acredita que há, sim, narrativas que jogam contra a introdução ou a permanência de práticas responsáveis do ponto de vista social e ambiental. Em um artigo compartilhado em seu LinkedIn, Carol fala dos movimentos pendulares (a favor e contra) que comprometem atuações mais amplas e sólidas.

“Criou-se até uma percepção de que havia um conjunto de checklists a cumprir e que ele seria diferente do objetivo de gerir bem um negócio. Gerir bem um negócio é justamente fazer uma boa gestão das variáveis associadas ao termo ESG! Quando essa conexão não fica clara, vem a impressão de que se está colocando um pacote adicional na mesa. Aí vem todo o tipo de reação e entendimentos diversos.”

Ainda no contexto das narrativas, Carol lembra que muitas delas nasceram desconectadas da realidade. Por exemplo, a história de que não precisa haver investimento em ESG ou de que não há dilemas nas esco-

lhas por esses compromissos. Existem, e muitos! Não raramente, decisões a serem tomadas hoje, e que no futuro representarão prejuízos sob a ótica socioambiental, são altamente lucrativas em uma avaliação imediatista.

“Nesta hora você precisa ter lideranças comprometidas com o certo a fazer. E eu conheço líderes assim.”

Em certa medida, o contramovimento acaba expondo todos aqueles que se comprometeram “no calor do momento”, se posicionando de forma mais discursiva do que centrada em ações. Ele revela dois perfis de empresas: aquelas que não entenderam (porque o discurso não ajudou) e as que queriam somente “surfar uma onda”, sem uma essência verdadeira.

Contudo, para quem se engaja, o ESG traz benefícios importantes e impossíveis de serem desconsiderados. Carolina acredita que esses ganhos são capazes de tornar irreversível a presença permanente do tema nas decisões das empresas, e eles se concentram em três eixos: financiamento e investimento (pois parte relevante dos investidores está mais disposta a financiar projetos que tenham desdobramentos sociais e ambientais), desenvolvimento de produto e marca (agregando valor ao tornar consciência ecológica e de responsabilidade como atributos) e atração e retenção de colaboradores.

Para Carol, toda e qualquer empresa comprometida com geração de valor para si própria vai fazer escolhas para minimizar a geração de passivos.

“Elas aumentarão a fidelidade dos colaboradores, a admiração dos clientes e, de forma geral, estarão ligadas a ações responsáveis do ponto de vista social e ambiental. Aquelas que investem e tem isso genuinamente conectado à sua essência, acabam capturando valor a mais no longo prazo.”

UFoto:RachelMaia

O ESG é o resultado de uma série de movimentos que colocaram um ponto final na postura 'os grandes não precisam olhar para os pequenos'."

Rachel Maia

Fundadora da RM Cia 360, Presidente do Conselho Administrativo do Pacto Global da ONU no Brasil, Conselheira em grandes empresas e instituições

m dos nomes mais respeitados no ecossistema de impacto positivo, economia e negócios, Rachel Maia defende uma nova fórmula para o ESG, acrescentando um novo elemento, o fator econômico. Afinal, os investidores precisam entender que o fator financeiro é considerado, faz parte do processo e existe o retorno quando se age em favor da responsabilidade social, ambiental e de governança.

“O investidor só investirá no ESG se isso trouxer ganhos financeiros. Elas querem olhar que você mudou o seu modo de operar sem ter feito nenhum tipo de investimento para mudar a operação.”

Esse é um ponto. Outro, segundo Rachel, se refere ao fato de que o mercado ainda não entendeu o quão urgente e gritante é o fato de não termos um planeta B.

“O ambiental está dizendo que se não houver um freio na forma como destruímos o nosso ecossistema, o meio ambiente e o clima não terão outra forma de sobreviver. O social traz a responsabilidade não apenas para as empresas, mas para o indivíduo. E a governança para tudo isso precisa ser desconstruída para, então, construirmos novos modi operandi que incluam cuidados. Com isso, nós teremos ganhos financeiros. O ESG impacta a todos. É isso que eu entendo como ESG.”

Indo além, a Presidente do Pacto Global da ONU no Brasil acredita que as consciências de impacto social têm duas pontas: a primeira se refere ao engajamento da própria sociedade, que precisa se engajar e também agir; a outra requer a consciência das empresas e das pessoas nas empresas, cobrando governança e res-

ponsabilidade socioambiental em ações, não apenas na comunicação.

O ESG impacta a todos. Com isso, nós teremos ganhos financeiros. É isso que eu entendo como ESG.

Não bastassem os desafios intrínsecos a qualquer grande processo de transformação, Rachel considera preocupantes os movimentos anti-ESG, como o posicionamento de grandes empresas minimizando a necessidade e a importância de medidas - e até mesmo de áreas - de responsabilidade social e ambiental. Bem como dissidentes poderosos, que possuem poder midiático como alguns governos locais dos Estados Unidos (como Flórida e Texas). São movimentos declarando que não é preciso mudar nada, que tudo vai ser solucionado.

“É possível que o ESG seja algo passageiro sim. Podemos recordar dos departamentos Qualidade Total nas empresas que não existem mais. Algumas estão eliminando nomenclaturas como Sustentabilidade e Gestão de Diversidade. Por haver um risco, os formadores de opinião, os grandes investidores e afins, para além das resoluções e leis, precisamo nos apoiar.”

Então, como mudar esse cenário de risco?

“Letrar e buscar conhecimento é o início. Mais conscientização. E conscientização só se tem através de capacitação, e capacitação é para desconstruir o antigo para construir o novo.”

Rachel lembra que existe um caminho a trilhar, mas já estamos caminhando.

“Transformar dá trabalho, requer dedicação e uma perspectiva de ação. Antes existia uma grande massa de greewashing e nada de transformação. Hoje existe um filão de pessoas genuínas que querem fazer a transformação. Comparativamente, ainda é pequeno no processo, mas antes nem existia.”

ESG e os investimentos:

como o mercado investidor se relaciona com o impacto positivo

Depois de entender que o ESG nas empresas está diretamente atrelado à geração de valor e lucro, ficam algumas perguntas. Como está a relação das teses de investimento (critérios que embasam a decisão de investir? Qual é o papel do poder público no incentivo às práticas de ESG? O que se pode esperar para o futuro e o que já se estabeleceu até, do ponto de vista de quem avalia as iniciativas de responsabilidade socioambiental das empresas?

Quem falou a respeito disso para esta matéria foram dois grandes atores do ecossistema de investimento de impacto no Brasil.

SImpacto não pode ser um acessório, ele precisa estar no centro do modelo de negócio. Só assim, ao crescer o negócio, cresce também o impacto gerado.”

Jéssica Silva

Diretora executiva do Sistema B Brasil, Cofundadora da BlackWin, Conselheira do Pacto de Promoção da Equidade Racial, ex-sócia da VOX Capital

erá que os investidores estão, realmente, cada vez mais atentos a como as empresas integram o ESG em suas operações? Jéssica Silva acredita que o impacto positivo está incorporado nos fundos de investimento de impacto. Entre os investidores tradicionais, o tema ainda não é amplamente considerado.

Ela explica que alguns fundos priorizam o impacto acima da rentabilidade, enquanto outros buscam equilibrar ambos. No entanto, no universo dos fundos de investimento tradicionais, especialmente os que visam alta rentabilidade, o impacto social e ambiental ainda é uma questão secundária.

Do outro lado da mesa, algumas empresas buscam implementar processos de sustentabilidade ambiental e responsabilidade social, inclusive para alcançarem certificações (como a do Sistema B) que atestem o seu compromisso socioambiental. Neste sentido, ela faz um alerta.

“Se eu olho para essas questões apenas como um checklist, elas ficam soltas e não se sustentam. Por isso, um dos pilares principais da certificação é a governança. Ela costura essa colcha de ações que sustentam uma prática de sustentabilidade ou não, adotadas na relação das empresas com o público interno, com os colaboradores, com a sociedade, com o meio ambiente.”

A respeito das transformações trazidas pelas práticas ESG e os riscos de retrocesso, Jéssica acredita que as discussões ambientais, como a descarbonização e a

transição energética, vieram para ficar. No entanto, ela adverte sobre a necessidade de ampliar a discussão para temas como biodiversidade, manejo de solo e a relação entre questões ambientais e sociais, como o impacto em comunidades vulneráveis. No que diz respeito às discussões sociais dentro do ESG, tais pautas precisam ser mais profundas e amplas, caso contrário, há o risco de as empresas reduzirem essas questões a iniciativas convenientes ou pontuais.

"Precisamos falar sobre raça, gênero, trabalho digno, saúde mental e acesso, relações com comunidades e com fornecedores."

Lançando um olhar mais cuidadoso sobre o ESG, Jéssica destacou que as práticas não devem ser tratadas como uma receita de bolo. Cada setor, empresa e região tem suas particularidades e desafios. Além disso, ela acredita que o futuro dessa abordagem pelo impacto positivo passa pela interdependência entre empresas, terceiro setor e governo.

"Antes, víamos tudo de maneira separada: empresas privadas de um lado, terceiro setor de outro. Hoje, percebemos uma interação necessária para endereçar problemas e alavancar impactos."

Foto:JéssicaSilva

A partir de uma linha histórica que remonta décadas, o ESG vive hoje uma encruzilhada: assegurar que não seja só um movimento incrementalista, mas sim, ações disruptivas e que mudem comportamentos, criando uma nova cultura, um novo jeito de pensar e de fazer nas organizações."

Marcel Fukayama

Membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, cofundador da Din4mo Investimento de Impacto, consultor político do B Lab, co-presidente do Catalyst 2030 Brazil, presidente do Conselho Consultivo da Aliança pelo Impacto, cofundador do Sistema B Brasil

Apartir de uma linha histórica que remonta décadas, o ESG vive hoje uma encruzilhada: assegurar que não seja só um movimento incrementalista, mas sim, ações disruptivas e que mudem comportamentos, criando uma nova cultura, um novo jeito de pensar e de fazer nas organizações. Essa é a perspectiva de Marcel Fukayama.

Para as empresas, ele acredita que o principal desafio é cultural.

“Estamos falando de uma mudança de cultura global e histórica que já está acontecendo. A empresa precisa de um olhar transversal e do engajamento multi-stakeholder, que passa por colaboradores, C-Levels, CEO, conselho de administração e acionistas.”

Neste mesmo sentido, uma das formas de impedir que o ESG não se restrinja a uma onda passageira ou uma preocupação situacional, é a incorporação de uma estrutura de governança inclusiva, que contemple vários stakeholders na tomada de decisão de curto e longo prazo.

Quando questionado a respeito de outras interlocuções sobre o tema, Fukayama fala de duas discussões fundamentais. Com relação a investimentos, ele reforça a importância de incorporar o impacto positivo nas decisões

Foto:AcervoDin4mo

financeiras. Citando Sir Ronald Cohen, um dos criadores do campo de investimentos de impacto, o impacto é uma variável que precisa ser gerenciada assim como o retorno e o risco. No que se refere ao poder público, ali existe um papel fundamental como facilitador de um ambiente regulatório favorável, impulsionando o ESG como uma nova realidade para as empresas nacionais, alinhando-as às melhores práticas globais. Mas até aqui, quais tendências e riscos Marcel considera para o ESG levando em conta os resultados que já foram alcançados?

“Os resultados ainda são preliminares e muito tímidos. Nós tivemos durante a pandemia um grande boom da agenda de diversidade, equidade e inclusão. Vimos também empresas se aproximando e tomando ações concretas com relação à neutralidade de carbono e à agenda climática. A pandemia passou, e o que temos percebido é que essas agendas foram ficando em segundo plano. Além disso, temos visto uma politização da agenda ASG, sobretudo nos Estados Unidos, com movimentos anti-ASG acontecendo e levando a políticas até de desinvestimento nesse tema. A gente vê atores de mercado dizendo que não vão mais usar o termo ASG. Esses são alguns destaques e desafios que nós vivemos recentemente. Para o futuro, eu acredito que vamos seguir com consumidores cada vez mais informados, mais conscientes, mais responsáveis pelo seu poder de consumo. Tudo são alguns elementos que fazem dessa agenda, globalmente, uma tendência a ser olhada e uma realidade já bem presente.”

ESG e empreendimentos socioambientais: como OSCs e negócios de impacto

podem se beneficiar e fortalecer as estratégias das empresas?

OESG, embora tenha em sua essência a responsabilidade social e ambiental, é independente da filantropia e do investimento social privado. Assim como definiu Marcel Fukayama, “São agendas complementares.”

Opinião parecida foi expressada por Jéssica Silva, afirmando que “A filantropia, por essência, está ali para atender demandas que não terão pressão de negócio, demandas de impacto mais profundas, inclusive”, o que é diferente do ESG, que está diretamente ligada a essas pressões.

Apesar disso, será que pode haver espaço para interseções, nas quais OSCs e negócios de impacto tenham espaço de atuação em projetos nascidos das áreas corporativas de sustentabilidade e responsabilidade social?

Para ouvir o ponto de vista de quem está à frente de empreendimentos socioambientais, a AGORA ouviu duas empreendedoras, cujos projetos já tiveram contato com iniciativas de ESG.

Foto:divulgação

SMuitas vezes, as empresas acabam fazendo projetos assistencialistas mesmo que não sejam condizentes com a demanda do território. [Com isso,] a gente pode regredir no social, fazendo social washing."

Stellinha Moraes

Fundadora e CEO do Grupo Anjos da Tia Stellinha

tellinha Moraes também vê o ESG como uma estratégia de colocar no mesmo parâmetro de importância o social, a governança e o ambiental. Só que para além disso, o encara como uma forma das empresas levarem mais transparência ao seu público consumidor. Isso traz uma perspectiva diferente para este debate.

"A sociedade é a grande consumidora. Então, por que não isso tudo estar transparente para a gente escolher de quem queremos consumir e com quem queremos contribuir ou não para o crescimento?"

Partindo dessa premissa, as empresas deveriam olhar para todas as externalidades que vêm do mercado, obser vando nelas as suas responsabilidades. Nesse exercício, pode estar o vínculo com os setores dois e meio (negócios

de impacto) e três (ONGs). Inclusive, a empreendedora identifica grandes oportunidades nessa relação. Isso porque as novas economias e a expectativa sobre os ODS

“Esse papel de um executor, somente buscando resultados, já é um padrão. O mercado [empresas] vai em busca disso, não em busca de entender o problema para traçar uma teoria da mudança e agir de forma estrutural, visando impacto social. Porque isso leva tempo. Quando interage com as ONGs territoriais, a relação é hierárquica: ‘Olha, eu estou contratando o seu serviço, e você me entrega o que tem que ser feito’. Geralmente isso é muito baseado em números e resultados, não é co-construído ouvindo o território.”

A empreendedora defende que para mudar essa dinâmica relacional, seria necessário um processo educativo, uma nova mentalidade de que a transformação social não se faz com números, ela depende de perenidade, sustentabilidade, programas estruturais de alto investimento, influenciando políticas públicas e ouvindo o campo. Afinal, impacto positivo exige conhecimento da ponta e não se realiza apresentando soluções milagrosas. A realidade é que impacto verdadeiro não é resultado, não é número, e demora a acontecer.

Enquanto o ESG for um mero executor para melhoria de indicadores internos, a competição por recursos [com a filantropia] vai acontecer, já que ele é visto como um gasto. Quando o ESG é adotado como critério definidor das estratégias corporativas, ele passa a ser visto como um investimento que gera retorno."

Fundadora e CEO do Instituto Ampara Animal

Juliana percebe no ESG uma nova forma de responsabilidade corporativa, na qual se considera a qualidade de vida das pessoas em geral, e não apenas dos consumidores. O Instituto fundado por ela já teve a experiência de usufruir de oportunidades a partir das práticas voltadas ao pilar E (Environment, ou Ambiental).

“A valorização de normas ESG contribuiu para dar mais visibilidade ao nosso propósito e para evidenciar a importância das ações de impacto socioambiental. Nos tornamos referência nas problemáticas que envolvem a causa que defendemos e passamos a abordar o segundo setor oferecendo as frentes nas quais atuamos como possíveis soluções para seus conflitos e como consistência para suas melhores práticas.”

Juliana lembra de outro fator que se soma a esse cenário: a pressão social. No que se refere à proteção dos animais, causa na qual atua, a conscientização da sociedade acaba levando as empresas a investirem em ações de preservação e conservação da fauna e na proteção dos animais considerados domésticos. Isso levou ao seu empreendimento maior robustez nas parcerias corpo-

rativas e nas contratações de consultorias.

Porém, de acordo com a empreendedora, nesta relação há aspectos que merecem atenção.

“Essas empresas têm como base métricas antigas, que em geral consideram apenas os interesses dos sócios e dos gestores, ignorando os demais stakeholders. A tendência crescente de se adotar métricas ESG para avaliação do valor de mercado das empresas demanda que elas passem a considerá-lo no desenho de suas metas, inclusive de lucros.”

Neste sentido, seriam novos entendimentos, voltados às necessidades dos territórios, considerando as particularidades de cada bioma, respeitando as necessidades próprias de cada ecossistema socioambiental. Por outro lado, Juliana aponta panoramas mais favoráveis que podem ser explorados pelos empreendimentos socioambientais.

“Como as instituições dos setores dois e meio e três têm sido utilizadas pelas empresas para atingirem os objetivos ESG, quanto mais políticas internas desse tipo forem adotadas, mais recursos são aportados nas entidades.”

Foto:divulgaçã o

Um caminho longo, mas com passos sólidos

Ao olhar pela janela ou acompanhar os noticiários com uma visão rea lista, fica claro que temas como preservação ambiental, direitos huma nos, igualdade racial e de gênero são não apenas importantes, mas urgentes. Essas questões são vitais para a sobrevivência do planeta e a dignidade humana.

Levando em conta o quanto o ESG é um meio para evoluir em todos esses temas, ouvir a opinião dos par ticipantes desta matéria foi essencial. A percepção que todos trouxeram ofereceu justamente uma visão a respeito de como os diferentes setores encaram o papel do ESG hoje e mais adiante.

virtuoso que se expande para além da empresa, alcançando famílias, fornecedores e comunidades. As práticas de impacto positivo, assim, se tornam uma responsabilidade compartilhada, indo além da consciência individual, e ganhando força com a observação crítica de colaboradores, clientes e da sociedade.

Os mercados precisam de um futuro viável para atuar

Valorização interior para a expansão externa

Ficou claro como o cuidado com o Ambiental, o Social e a Governança deve ser cada vez mais visto como um gerador de valor. Não apenas de fora para dentro, pensando nos investidores e consumidores, mas também internamente, criando um ambiente onde os colaboradores se sintam valorizados, representados e com oportunidades reais de crescimento. Um cenário assim gera um ciclo

No fim do dia, manter condições climáticas adequadas e um mercado consumidor saudável são fatores cruciais para a sobrevivência de qualquer negócio. Por isso, o ESG deve ser visto como uma ferramenta fundamental para garantir essa sustentabilidade.

Para Orlando Nastri isso deve acontecer. Ele destaca que o ESG continuará sendo uma pauta central, já que as pressões ambientais e as regulamentações terão impacto cada vez maior nas decisões de negócios. Logo, a sobrevivência das empresas estará ligada a como elas se adaptam a esse ecossistema social, econômico e ambiental.

Carolina da Costa aposta nesta permanência também. Mesmo que os termos mudem, ela acredita que nenhu-

@freepik

ma empresa deixará de avaliar seus impactos sociais e ambientais. O respeito da sociedade, a fidelidade de clientes e funcionários, e o valor gerado para os acionistas dependem dessa visão integrada.

Uma nova cultura interna e intersetorial

Apesar das perspectivas de longevidade, Marcel Fukayama lembra que o ESG precisa estar enraizado em todos os níveis da empresa, tem que ser visto como um valor central, uma prioridade para executivos, gestores e acionistas. Ele adverte que, se o assunto for tratado como um custo, será uma das primeiras áreas a ser cortada em momentos de crise.

Uma outra forma de sustentar essas práticas, de acordo com Jéssica Silva, se refere a manter a interdependência entre setores — empresas, governo, terceiro setor e negócios de impacto. Ela sugere que essas diferentes partes trabalhem juntas, criando sinergias para resolver problemas e gerar impactos significativos.

Por fim, Rachel Maia destaca o poder do ESG como cultura vinda desde os pequenos gestos. Em seu entendimento, ações simples, como oferecer locais adequados para reciclagem ou implementar metas de diversidade, podem impulsionar grandes mudanças.

Para o empreendedorismo de impacto, oportunidades

Juliana Camargo e Stellinha Moraes já provaram de benefícios do ESG em seus projetos. As duas empreendedoras, no entanto, concordam que existe uma necessidade de desenvolver alguns aspectos para que a pessoa à frente de uma organização ou negócio de impacto esteja atenta e preparada. O conhecimento é fundamental, mas ele ainda precisa ser ampliado.

Em uma pesquisa com quase 100 empreendedores sociais, a Ago identificou que mais de 60% sabem pouco ou nada sobre ESG, e 82% nunca se beneficiaram de iniciativas de impacto positivo das empresas. Como foi o caso de Stellinha e Juliana, compreender essas dinâmicas

pode abrir portas para parcerias, patrocínios e contratos de prestação de serviços.

Mas a pergunta é: por onde começar?

1. Saber quais são os temas contemplados por cada um dos pilares ESG.

a. Ambiental: preservação da biodiversidade da fauna e da flora, gestão de resíduos, uso e conservação de recursos naturais, emissões de carbono, sistemas agrícolas sustentáveis etc.

b. Social: diversidade, inclusão, condições seguras de trabalho, direitos humanos, saúde mental, educação, programas de voluntariado, responsabilidade social voltada aos territórios, desenvolvimento comunitário etc.

c. Governança: métodos de mensuração de resultados e prestação de contas, diversidade no conselho, comunicação aberta com consumidores, colaboradores e comunidade.

2. Conhecer as estratégias ESG de empresas da sua região. Uma das formas de fazer isso é pesquisar os Relatórios de Sustentabilidade, de Impactou ou de ESG (normalmente são documentos públicos, disponíveis nos sites das empresas).

3. Entender, a partir da sua atuação, de que forma é possível contribuir para os projetos ou compromissos das empresas (por exemplo, fornecendo produtos e serviços, oferecendo consultorias e palestras).

4. Dialogar, propor alternativas e soluções, manter uma escuta atenta.

5. Elaborar propostas e projetos estruturados e com claro valor agregado.

As ONGs e negócios de impacto podem ser aliados oferecendo apoio baseado na vivência diária das realidades. Conhecer de perto o território, os problemas e as pessoas é um produto valioso, indispensável para que as iniciativas corporativas de ESG funcionem e gerem mudanças concretas e duradouras.

oportunidades de desenvolvimento para OSCs no Brasil

Coordenadora-executiva

EXPLORATÓRIO TROUXE UM PANORAMA DETALHADO E QUE REÚNE

A ANÁLISE DE 232 INICIATIVAS MAPEADAS NO PAÍS

Com o objetivo de apoiar a agenda de fortalecimento institucional das Organizações da Sociedade Civil (OSCs), a Plataforma Conjunta lança duas novas sessões no seu site, que são curadoria de jornadas formativas (JF) e ofertas de recursos financeiros (RF), além de um estudo inédito que analisa as oportunidades voltadas ao Desenvolvimento Institucional (DI) das OSCs no Brasil. O estudo recém-lançado resulta de um esforço colaborativo e detalhado, realizado entre agosto e dezembro de 2023. A pesquisa revelou importantes achados sobre o panorama das oportunidades de apoio ao DI no Brasil, destacando lacunas e padrões que podem orientar novas iniciativas.

Achados e sugestões sobre as ofertas de jornadas formativas

Para destrinchar os achados de forma simplificada, o estudo conta com a seção “Panorama Rápido”, em que apresenta os dez principais destaques das jornadas formativas e as oportunidades de acesso a

recursos financeiros identificados na pesquisa. Além do mapeamento, o estudo traz uma análise crítica e propositiva sobre as ofertas disponíveis, buscando influenciar positivamente o campo e fomentar novas formas de apoio ao desenvolvimento das OSCs no Brasil.

“O DI no ecossistema do terceiro setor evoluiu timidamente na última década no Brasil. Ainda carece de dados, conhecimento, apropriação da importância pelo setor e principalmente investimentos. O estudo surgiu quando percebemos que era uma ótima oportunidade de um olhar, ainda que não exaustivo, para entender como estão distribuídas as jornadas formativas e recursos financeiros voltados para o tema. O estudo é um excelente ponto de largada”, explica Michele Rocha, gerente de DI de OSCs do Instituto humanize, cofundadora e membro do comitê gestor da Plataforma Conjunta.

Sobre a Plataforma Conjunta

A Plataforma Conjunta é uma plataforma on-line, nascida de uma iniciativa colaborativa, que mapeia, organiza e promove a produção de conteúdos, experiências de jornadas formativas e oferta de recursos financeiros que tenham como foco o desenvolvimento institucional das organizações da sociedade civil no Brasil.

O estudo traz uma análise sobre as ofertas disponíveis, buscando influenciar positivamente o campo e fomentar novas formas de apoio ao desenvolvimento das OSCs no Brasil.

Para mais informações, acesse a Plataforma Conjunta e explore o estudo completo sobre as oportunidades de Desenvolvimento Institucional para OSCs.

Foto: Plataforma Conjunta

O Mapa do impacto

Agente de mudança:

Liane Almeida Gaby Pinheiro

Empreendimento:

Instituto Cultural Amazônia do Amanhã (ICAA)

Belém (PA)

Programa:

BTG Soma Empreendedorismo

números do impacto 172 professores e facilitadores

Estados + DF 715 Cidades + de 5 países

Agente de mudança: Diogo Caetano da Silva

Empreendimento:

Associação Beneficente Encontro com Deus

Curitiba (PR)

Curso Ago Social: Empreendedorismo Social na Real

pretos e pardos

Foto: divulgação
Foto: divulgação

impacto da ago

Agente de mudança:

Ana Neiry de Moura Alves

Empreendimento: Pisada do Sertão

Poço de José Moura (PB)

Programa: BTG Soma Educação

Agente de mudança: Fernando Lopes Pereira

Empreendimento:

Projeto JCC Cultura e Cidadania

São Paulo (SP)

Curso Ago Social: Empreendedorismo Social na Real

Agente de mudança: Deise Guedes

Empreendimento:

IECAP - Agência de transformação social Brasília (DF)

Programa: BTG Soma Educação

Foto: divulgação
Foto: divulgação
Foto: divulgação
Atibaia
Atairu

Agente de mudança:

Liane Almeida Gaby Pinheiro

Empreendimento: Instituto

Cultural Amazônia do Amanhã (ICAA)

Belém (PA)

Programa: BTG Soma Empreendedorismo

OICAA

atua há mais de 10 anos na Amazônia Legal, no Pará e no Maranhão, desenvolvendo atividades para geração de trabalho e renda por meio dos projetos Gastronomia do Amanhã e Chefs do Amanhã, que impactam comunidades vulneráveis e investem no potencial empreendedor de jovens, sobretudo do público feminino. O Instituto também já realizou 12 festivais de música e gastronomia, envolvendo comunidades periféricas e vulneráveis. As iniciativas já beneficiaram mais de 3 mil pessoas diretamente e 10 mil indiretamente, além de gerar 600 empregos diretos.

Durante o BTG Soma Empreendedorismo, Liana viveu o desafio de conciliar as atividades do dia a dia da instituição com as aulas. “Porém, os resultados positivos mostram que valeu a pena aprimorar o conhecimento”, reconhece a empreendedora. “Podemos destacar a otimização da sustentabilidade da instituição e a reorganização das atividades entre os colaboradores. Durante o período de capacitação no curso, por exemplo, conseguimos captar R$600 mil em recursos do setor privado, superando a meta de R$10 mil”, comemora.

OIECAP busca a criação de um ecossistema social de oportunidades para mudanças. Já são 23 anos de experiência como uma Agência de Transformação Social atuando em todo Brasil por meio de educação, cultura, empreendedorismo e inovação. Até aqui foram 32 projetos em 40 cidades, mais de 55 milhões de reais executados até 2023, 200 mil pessoas alcançadas em mais de 800 mil atendimentos diretos à sociedade. Esse percurso também trouxe reconhecimento, refletido na participação ativa em conselhos e na obtenção de selos que reforçam o impacto social gerado.

Para Deise, a experiência no BTG Soma Educação foi marcada por uma série de descobertas e insights. “Tivemos a oportunidade de explorar novos caminhos, expandir o impacto social das nossas ações e parcerias, além de consolidar uma abordagem inovadora e sustentável para transformar a vida dos beneficiários dos nossos projetos. Também percebemos que, para alcançar mais resultados e voos ainda mais altos, é fundamental nos dedicarmos a soluções que garantam a sustentabilidade e a autonomia financeira da instituição.”

Agente de mudança:

Ana Neiry de Moura Alves

Empreendimento: Pisada do Sertão - Belém (PA)

Programa: BTG Soma Educação

Agente de mudança: Deise Guedes

Empreendimento: IECAPAgência de transformação social Brasília (DF)

Programa: BTG Soma Educação

APisada do Sertão ajuda a promover o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes, jovens e famílias do sertão paraibano. A missão acontece através da valorização da cultura regional, atividades socioeducativas e de qualificação profissional, oferecendo educação integral com oficinas socioeducativas e de inclusão produtiva com cursos de qualificação profissional para jovens e mulheres.

Na aceleração do BTG Soma Educação, Ana pôde ampliar seu foco para o desenvolvimento e a sustentabilidade da organização - foi a partir desse processo que o negócio social da organização foi estruturado. “O exercício de olhar para dentro sob diferentes óticas nos fez enxergar mais sobre o capital humano e social, superar nossas fragilidades, desenvolver o pensamento estratégico e ousar nas metas de captação de recursos, diversificando as fontes de receitas - o que nos fez superar a meta e encontrar novas possibilidades de financiamento.”

Foto: divulgação
Foto: divulgação
Foto: divulgação

Oprojeto JCC atua com ações sociais, culturais e desportivas com a missão de emancipar as comunidades locais. O Fernando está à frente do trabalho que oferece atividades socioculturais, cursos de formação profissional e capacitação, principalmente para mulheres e jovens. Hoje, são mais de 200 beneficiários alcançados: 64 mulheres no curso de Cuidador de Idosos e 182 jovens adolescentes nas oficinas culturais e desportivas (hip-hop, judô, jiu-jitsu, capoeira e futebol).

O empreendedor, que fez parte do curso Empreendedorismo Social na Real da Ago, conta que “O curso me abriu novos horizontes, principalmente na captação de recursos. Isso proporcionou a ampliação de projetos e a instauração de novas ações em nossa região”.

Agente de mudança:

Fernando Lopes Pereira

Empreendimento:

Projeto JCC Cultura e Cidadania - São Paulo (SP)

Curso Ago Social: Empreendedorismo Social na Real

Agente de mudança:

Diogo Caetano da Silva

Empreendimento:

Associação Beneficente Encontro com Deus Curitiba (PR)

Curso Ago Social: Empreendedorismo Social na Real

AECDpromove há mais de 20 anos a valorização da família a partir do apoio a mães e filhos em situação de acolhimento. São realizadas ações para mitigar os impactos sociais causados pelas Casas Lares na comunidade, prevenindo a ruptura dos vínculos familiares e garantindo o direito à convivência familiar e comunitária. Atualmente 11 mulheres e seus 15 filhos, além de 6 meninas adolescentes que estão grávidas ou já são mães, são recebidas nas casas protetivas do projeto. Na sede da instituição, 80 crianças são atendidas diariamente no contraturno escolar.

A respeito da passagem pela formação da Ago, Diogo afirma: “Minha experiência na Ago foi incrível. Pude mergulhar em diversas propostas de conhecimento que me levaram a uma profunda reflexão e transformação na minha atuação como educador”. Sem contar que “Com a Ago, tive a oportunidade de capacitar minha equipe e aplicar princípios de captação de recursos na nossa instituição”, declara.

Agricultura sustentável e regenerativa: um modelo exponencial de impacto

AS ALTERNATIVAS PARA REGENERAR E PROMOVER A LONGEVIDADE

DOS ECOSSISTEMAS AGRÍCOLAS SÃO ALIADAS PARA A PRESERVAÇÃO

DO PLANETA E PARA AS PRÓXIMAS GERAÇÕES

Quando se fala em impacto positivo, alguns temas costumam ser mais populares, enquanto outros, apesar da sua importância e da influência que têm na vida da maioria das pessoas, ainda não recebem tanto destaque. Podemos dizer que a agricultura sustentável e regenerativa é um deles. Este assunto se torna ainda mais relevante no momento atual, em que testemunhamos cada vez mais emergências ambientais e o planeta se vê diante do desafio de equilibrar o aumento da produção agrícola com o combate às mudanças climáticas.

A adoção de formatos sustentáveis de cultivo são uma alternativa para os prejuízos dos impactos negativos dos modelos convencionais.

Enquanto os modelos tradicionais de cultivo forem mantidos, o desgaste do solo, o desmatamento e as ameaças à biodiversidade continuarão contribuindo para a degeneração ambiental que vem causando

danos em escalas cada vez maiores. Por outro lado, a adoção de novos formatos podem reduzir esses efeitos.

Alternativas para a produção consciente de alimentos

Mas como funcionam, exatamente, esses formatos?

A agricultura sustentável foca em minimizar o impacto ambiental com atividades como rotação de culturas e uso eficiente de insumos. Enquanto isso, a agricultura regenerativa recupera ativamente os recursos naturais (como o solo e a água), preserva espécies animais e vegetais e contribui para a captura de carbono.

Esses modelos produzem não apenas melhorias ambientais, mas também ganhos econômicos e sociais a longo prazo, como fortalecimento das comunidades rurais, segurança alimentar e financeira - gerada pela resiliência das propriedades agrícolas frente a pragas, doenças e mudanças climáticas - e pelo maior acesso dos agricultores a mercados.

Clauber Souza, diretor de ESG da Citrosuco, empresa que fomenta a agricultura sustentável e regenerativa

Iniciativas para estimular essas práticas

O Brasil tem grande potencial para expandir essas práticas devido à extensão da área agrícola, ao clima favorável e às demandas interna e externa pela produção de alimentos. Apesar disso, o país ainda enfrenta desafios, como a falta de conhecimento técnico e políticas claras para incentivar a adoção em larga escala. Ainda assim, existem frentes de ação neste sentido: o Plano Safra 2023/2024 oferece incentivos para agricultores que implementam técnicas regenerativas; o trabalho de organizações socioambientais, negócios de impacto e cooperativas como importantes agentes no campo; o investimento de empresas que fomentam essa pauta.

Exemplo disso é o Programa Nutrir+, promovido pela Citrosuco, maior produtora mundial de suco concentrado de laranja, com a parceria da Ago Social. A aceleração, que teve a sua primeira edição em 2024 e expandirá o formato em 2025, pretende fortalecer o setor

agrícola brasileiro potencializando a atuação de organizações sociais que atuam pela integração da agricultura com a preservação ambiental.

"O Programa Nutrir+ é um grande hub da agenda de impacto positivo da Citrosuco, fomentando conexões e soluções sustentáveis próximas das nossas operações”, explica Clauber Andrade Souza, diretor de ESG da companhia. Para ele, oferecer suporte a esses projetos é um compromisso social. “Ao apoiar projetos inovadores que prezam por práticas resilientes e sustentáveis, impulsionamos as capacidades de pequenos empreendedores, cooperativas e associações. A iniciativa fortalece a atuação do compromisso ESG da companhia de Impulsionar a Transformação Social, atuando com pere-

O Programa Nutrir+ da Citrosuco é um exemplo eficiente e socialmente responsável de contribuição para a sustentabilidade agrícola.

Exemplos de iniciativas de fomento à agricultura sustentável e regenerativa apoiadas pelo Programa Nutrir+ da Citrosuco:

• Redução do desperdício de alimentos por meio de soluções inovadoras e eficientes;

• Treinamento, recursos e tecnologias para agricultores, incentivando práticas sustentáveis;

nidade nas comunidades próximas às nossas operações agrícolas e industriais”, completa.

Resultados

No campo, os reflexos da capacitação dos agentes da cadeia produtiva são muitos, mas ainda existe um, particularmente importante por acontecer internamente, que é gerado a partir dessa interação. Trata-se da contribuição para as metas de sustentabilidade e responsabilidade social das empresas que investem nesse desenvolvimento institucional. De acordo com Clauber, “As soluções de inovação do mercado servem para nossa inspiração, investimento e aplicação, visando a escala de negócios inclusivos e sustentáveis”. Como exemplo, ele cita uma das organizações que passaram pelo Nutrir+: “A organização Good Truck aporta solução logística de redução de desperdício e promoção de alimentação saudável. Esse exemplo está completamente conectado ao nosso propósito de Nutrir a Vida, Vivendo Legados”.

• Suporte à biodiversidade e ao uso sustentável de recursos, incluindo agroflorestas, manejo de água, e insumos biológicos;

• Promoção do uso de tecnologias agrícolas inovadoras;

• Facilitação do acesso de agricultores aos mercados;

• Educação do público sobre os benefícios da agricultura sustentável e regenerativa, destacando inovações e melhores práticas.

Conheça as iniciativas de ESG da Citrosuco:

Foto: Citrosuco

Panorama do impacto

ESTE TEM SIDO UM ANO DE MUITOS MOMENTOS ESPECIAIS

NO ECOSSISTEMA DA AGO. CONFIRA ALGUNS DELES!

Eventos

AULA ABERTAFORMAÇÃO PARA EMPREENDEDORES

No dia 26 de junho realizamos uma aula online e gratuita para discutir estratégias de apoio ao público empreendedor. Alexandre Amorim, cofundador da AGO Social, Lina Useche, cofundadora da Aliança Empreendedora e Vinicius Poit, CEO da Estímulo, exploraram caminhos inovadores para o desenvolvimento de formações para empreendedores.

FESTIVAL ABCR

PAINEL ESPECIAL COMEMORAÇÃO 3 ANOS DE AGO SOCIAL

Em agosto, tivemos um painel especial de comemoração do aniversário da Ago, com participação de alguns dos alunos e alunas que marcaram nossos 3 anos de história. Fabrício Cruz (Atairu), Janine Gomes (Klumie), Adriano Rodrigues (Worxbase), Vanessa Lins (Mamãe Empreende) e Matheus Sena (Ong Expandindo Amor) falaram sobre seus propósitos e os desafios da jornada do empreendedorismo social.

Nosso time participou do Festival ABCR em julho, trocando experiências com captadores e gestores de ONGs. Nosso cofundador, Alexandre Amorim, compartilhou insights sobre o que organizações socioambientais devem destacar para patrocinadores. Aproveitamos também para lançar a nova edição da Revista AGORA, com foco em estratégias mais inteligentes de captação de recursos.

FORMAÇÃO INTERNA

- COMPLIANCE EM PROTEÇÃO DE DADOS

Em julho todo o time da Ago Social participou da formação Compliance em proteção de dados com a consultora e advogada Dafini Boldrini. O momento reforçou o nosso compromisso com a privacidade e a proteção dos dados dos nossos alunos e parceiros.

LANÇAMENTO

RELATÓRIO DE IMPACTO 2023

Em julho lançamos nosso Relatório de Impacto 2023! Nele, destacamos conquistas e parcerias que promovem mudanças socioambientais e fortalecem empreendedores sociais pelo Brasil. Convida mos todos a conferir nossos resultados e se inspirarem com as histórias inspiradoras que construímos juntos!

Painel especial em comemoração ao aniversário da Ago Social.
Aula Formação para empreendedores
Formação Compliance em proteção de dados
Parte da equipe Ago Social reunida no Festival ABCR

Projetos e parcerias

Celebramos o início de novas parcerias, além do início e encerramento do ciclo de vários projetos da Ago e realizados com nossos parceiros.

HACKATHON BTG

SOMA MEIO AMBIENTE

No dia 14 de junho, líderes das organizações participantes do BTG Soma Meio Ambiente 2024 se reuniram em São Paulo para discutir desafios e soluções para os próximos meses. O evento contou também com a presença de Alexandre Bossi que faz parte do comitê social do programa. Ana Tomazelli abriu o módulo de Liderança com a aula sobre o papel da liderança no Impacto.

JORNADA IMPACTO

AO CUBO

Em julho, celebramos o encerramento da 1ª etapa da Jornada Impacto ao Cubo, uma parceria entre o Fundo Vale, Ago e Cubo Itaú. O evento promoveu conexões entre startups de impacto, com depoimentos inspiradores sobre o potencial de transformar o planeta. A Jornada continua promovendo impacto positivo no setor! Acompanhe!

INÍCIO DO PROGRAMA ELA EMPREENDE SÃO PAULO

O mês de julho trouxe o programa Ela Empreende São Paulo, realizado pelo BTG Pactual com metodologia da Ago Social, o qual apoia mulheres empreendedoras de favelas e periferias. Nesta edição, foram selecionadas 60 mulheres para participarem das aulas, workshops, workshops e mentorias para a evolução dos negócios das participantes.

APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE DIAGNÓSTICO PARA A FEAC

Em uma reunião na cidade de Campinas (SP), na sede da Fundação FEAC, Alexandre Amorim e equipe da Ago Social compartilharam um dos maiores diagnósticos do Terceiro Setor. O trabalho envolveu muitas horas de análise de dados das OSCs campineiras para identificar as melhores estratégias de fortalecimento do ecossistema de impacto social local.

INÍCIO DO PROJETO ACELERATON COM A STONE

No dia 15 de agosto lançamos o AceleraTon, uma plataforma de formação em negócios, gratuita e online, desenvolvida pela Stone e Ton com execução da Ago Social.

A trilha formativa ajuda novos e experientes empreendedores a gerar renda e aumentar vendas.

A meta é alcançar um grande número de alunos e acelerar a inclusão produtiva no Brasil.

Lançamento da formação AceleraTon, desenvolvida pela Stone e Ton com execução da Ago Social

REALIZAÇÃO DO ENCONTRO COM LÍDERES DO AMBEV

VOA

Em agosto a Ago Social participou de uma reunião com a Ambev e líderes do programa VOA para discutir o fortalecimento das organizações de inclusão produtiva no Brasil. O encontro gerou grandes insights para avançar na pauta estratégica para fortalecer o ecossistema de impacto e as organizações que atuam atuam por esse tema no país.

Realização do hackathon em São Paulo
Sala cheia de mulheres potentes no primeiro dia de conteúdo do Ela Empreende SP
Reunião com a Ambev e líderes do programa VOA
Encerramento da primeira etapa da Jornada Impacto ao Cubo
Apresentação do Projeto de Diagnóstico de maturidade das OSCs

Festival ABCR 2024: evento celebra a maior edição da história

A 16ª EDIÇÃO APRESENTA NOVOS TEMAS E SE CONSOLIDA COMO UM AMBIENTE ESSENCIAL DE CONEXÕES PARA O TERCEIRO SETOR

OFoto: divulgação

Time Ago no festival ABCR

s números e as percepções dos participantes do Festival ABCR em 2024 não apenas reforçam a importância deste evento para o fortalecimento do setor, como comprovam o movimento de busca por conhecimento por parte dos profissionais que atuam na captação de recursos.

Exemplo disso foi a participação de Risia Froes, presidente do Instituto Por Elas, que saiu da Bahia para participar pela primeira vez do Festival. Associada da ABCR (Associação Brasileira de Captadores de Recursos), ela ressaltou a felicidade em fazer parte da oportunidade. “O que me chamou a atenção, além de vários conteúdos, foi essa oportunidade de aprender sobre a captação internacional, fora o networking e as palestras”, disse à AGORA.

A presença de pessoas de diferentes regiões do Brasil, por sinal, foi um dos destaques do encontro deste ano. De acordo com Fernando Nogueira, presidente da ABCR, 25 estados brasileiros estiveram representados entre os mais de 1000 participantes. Essa diversidade regional demonstra o alcance dos conteúdos e ações da instituição, que tem encontrado forte engajamento em nível territorial.

O interesse pelo desenvolvimento na atividade de captação de recursos também foi refletido na renovação do perfil do público inscrito em 2024. Segundo Fernando, 50% dos presentes eram participantes recorrentes do Festival, enquanto a outra metade esta va ali pela primeira vez. Foi o caso de Fabiana Peroni do Grupo Mulheres do Brasil, que recentemen te passou a atuar com captação de recursos. “Sou associada há seis me ses. Desde então, comecei a buscar as melhores referên cias para aprender e estar conectada. primeira vez que estou no Festival ABCR e está sendo interessante porque a gente vai começan do a identificar potenciais parceiros, sem contar o conteúdo!”, compartilhou.

F o t o : d i vulgação

O conteúdo foi outro destaque da edição. A jornada começou com as tradicionais masterclasses, aulas especiais oferecidas nos dias que antecederam a abertura do Festival. As sessões, conduzidas por especialistas do setor,

são oportunidades de aprofundar conhecimento em assuntos espe cíficos. Já na programação oficial, mais de 70 palestras foram distri buídas em 5 eixos temáticos, percorrendo temas que vão ao encontro das necessidades e expectativas das Organizações da Sociedade Civil (OSCs).

Durante o evento, Fernando Nogueira brando que a 16ª edição trouxe temas mais avançados e atualizados sobre captação de recursos - inteligência artificial, tecnologia, dados, neurociência -, mas lembrando também o lado mais social e humano da captação, como saúde mental e ética. equilíbrio de temas. Muito contente pelos patrocinadores e parceiros que ajudam a gente a viabilizar esse evento”

Depois do sucesso da edição de 2024, o próximo Festival ABCR deve promover experiências ainda mais ricas para os participantes, sempre com foco em fortalecer cada vez mais o setor!

Festival ABCR 2024: 1100 participantes 25 estados brasileiros representados

72 palestras 5 plenárias

F o t o : d i vulgação

Pelo terceiro ano consecutivo a Ago foi um dos patrocinadores do Festival ABCR. Neste ano, além da participação com o estande e uma palestra, houve a distribuição de mais de 100 bolsas de estudo gratuitas para o curso Captação de Recursos.

Foto: ABCR
Palestra durante o Festival ABCR
Foto: divulgação
Foto: divulgação

De

em

80 a mais de 7 mil:
seu terceiro aniversário, Ago celebra o número de pessoas impactadas

NO ANO EM QUE LANÇA O SEU PRIMEIRO RELATÓRIO DE IMPACTO, A AGO SOCIAL VÊ SE APROXIMAR O SONHO DE ESTAR PRESENTE EM

TODO O BRASIL POR MEIO DOS SEUS ALUNOS

Em 2021, quando fecharam o ano com 80 alunos inscritos em sua base de dados, os Alexandres, fundadores da Ago Social, já sonhavam em tornar muito grande o propósito do negócio social que acabavam de fundar. A positividade que ambos traziam em seus pensamentos, planos e ações reverberou, e assim aconteceu: depois de apenas três anos se multiplicou a quantidade de pessoas alcançadas pelas formações, aulas, painéis e uma grande variedade de conteúdos.

Os números desse sucesso se estendem para os parceiros em programas de desenvolvimento institucional, nas metodologias e na dimensão de seus canais gratuitos de comunicação, como as trilhas de conteúdo no canal do YouTube, o podcast Por Trás do Impacto e a revista AGORA, que já é distribuída para mais de 20 mil pessoas nos formatos digital e impresso.

Esse crescimento vem ao encontro do desejo inicial de ser um canal de apoio para que empreendedores so-

São três anos de muitas conquistas ao lado de mais de 6200 pessoas que atuam com impacto positivo.

Parte do time Ago de Curitiba (PR)
Foto: divulgação

cioambientais possam colocar em prática e potencializar os projetos de transformar a sociedade e o planeta. Nas palavras de Alex Barbosa, um dos cofundadores, “A Ago foi criada com o grande propósito de estar ao lado do empreendedor social em cada cidade do nosso país, levando conhecimento através dos programas e conexões com nossos professores e outros alunos”. Para ele, a razão de existir da Ago é auxiliar “não somente como escola, mas também mostrando o caminho e oportunidades para construir e fortalecer iniciativas de impacto socioambiental positivo ao lado de todo o ecossistema”.

A palavra de quem ajuda a construir essa história

Como parte das ações para comemorar os três anos de existência, a rede Ago foi convidada a compartilhar o que a escola representa em sua jornada. Algunsdesses depoimentos.

Vanessa Lins, Mamãe Empreende

Andrea Martins, Associação Rio Terra da Benção

“Quero parabenizar toda a equipe por tantos anos nos amparando, nos capacitando, nos fazendo liderar, nos dando todas essas aulas maravilhosas. Obrigada pelo aprendizado, obrigada por tudo!” F

“Existe uma Vanessa antes da Ago Social e uma depois que fiz o curso Negócios de Impacto de Sucesso. Eu passei a ter total consciência do que eu estava fazendo, de como ter um negócio social sustentável, de que era uma forma de empreender que vai além do empreendedorismo, com aquele olhar que a gente vê o outro e a sociedade como um todo. É incrível fazer parte deste time!”

Simone Quadros, Fundação Projeto Pescar

“Conheci a Ago através de cursos dos quais participei. Além de promover network e conhecimento, conhecimento, promove também o desenvolvimento do terceiro setor como um todo. Só tenho a agradecer a todo o time da Ago!”

Parte do time Ago de São Paulo (SP)
Foto: divulgação
lgação

“Um trabalho incrível! Fui aluno do curso Negócios de Impacto de Sucesso em 2023 e isso transformou o meu negócio e me ajudou, me ajudou a ser muito mais profissional com as atividades de impacto social. A Ago, para mim, é um grande hub de conhecimento. Consegue congregar tantos talentos focados em impacto social nas mais diversas áreas, nos mais diversos campos de conhecimento. E mais que isso, esses talentos têm a capacidade de transferir conhecimento numa qualidade e numa intensidade jamais vistas. É uma satisfação fazer parte desta comunidade. Tenho certeza de que assim como eu, muitas pessoas foram transformadas depois da aceleração da Ago. Parabéns, e estamos juntos nesta caminhada!”

O

primeiro Relatório de Impacto da Ago reúne conquistas, parcerias estratégicas, depoimentos e as pessoas que fazem parte desta história.

Matheus Sena, Expandindo Amor

“Eu agradeço muito e sou muito feliz em fazer parte da história da Ago, da construção, desde quando começaram a divulgar o primeiro curso. E que legal ver a potência que se tornou, onde vocês estão, em tantos lugares. Ver que eu pude fazer parte disso para mim é gratificante!”

A coletânea de todo esse impacto

Ainda para celebrar a realização desse sonho e compartilhar com todo o setor resultados que são uma vitória para aqueles que apoiam, investem e trabalham para as transformações sociais, a Ago lançou o seu primeiro relatório de impacto. Como afirmou o “outro Alexandre”, o Amorim, que também é confundador, o relatório mostra “o nosso propósito e a materialização dele através de projetos, números e histórias”, representando uma verdadeira “jornada em prol do empreendedorismo socioambiental no Brasil!”

Você pode baixar gratuitamente o Relatório de Impacto 2023 da Ago e conhecer o time de profissionais que está por trás desse trabalho, conferir depoimentos de alunos e professores e saber mais sobre a maior escola de impacto positivo do Brasil!

Foto: Expandi

O relatório de impacto não apenas retrata os resultados de uma dedicação incansável em fortalecer o ecossistema de impacto, mas também é motivo de orgulho para todos aqueles que fazem parte da rede Ago - equipe, alunos, professores, facilitadores, parceiros - e que vibram pelo desenvolvimento do setor.

Capital Empático: uma abordagem transformadora no Investimento de Impacto

Comunicação e Marketing na Sitawi Finanças do Bem

O MODELO DE INVESTIMENTO É UMA PODEROSA FERRAMENTA

PARA PROMOVER MUDANÇAS POSITIVAS A PARTIR DA INTERDEPENDÊNCIA ENTRE LUCRO E PROPÓSITO

Segundo a ANDE (Aspen Network of Development Entrepreneurs, rede global de organizações que impulsionam o empreendedorismo em economias em desenvolvimento), o mercado de investimento de impacto no Brasil é de aproximadamente R$18,7 bilhões, indicando seu crescimento como meio de promover mudanças socioambientais. E ele pode tomar várias formas.

O estudo “Transformação Socioambiental com retorno real”, da Sitawi Finanças do Bem, destaca o Capital Empático como uma ferramenta importante para um futuro econômico mais sustentável e inclusivo. O conceito segue uma lógica ‘Impact First’, que prioriza o impacto antes do re torno financeiro e acompanha as organizações ao longo do tempo de pagamento.

Leonardo Letelier, CEO da Sitawi, explica que essa abordagem pode ser transformadora. “Manter e criar renda em contextos adversos, gerar oportunidades para grupos marginalizados e promover práticas sustentáveis exigem não apenas investimento financeiro, mas também um compromisso com o bem-estar das comunidades”, afirma.

A própria Sitawi adota o Capital Empático com uma abordagem de apoio não financeiro, oferecendo suporte adaptado às necessidades de cada negócio em quatro dimensões: melhoria na sustentabilidade financeira; maior eficiência operacional; ampliação do impacto; e networking e visibilidade.

Neste caso, os juros são ligeiramente acima da Selic e pré-fixados para alcançar uma taxa justa de empréstimo ao empreendedor e retorno ao investidor. Por exemplo, em novembro de 2023, a taxa de juros foi de 14% ao ano, comparada aos 12,75% da Selic. No sistema bancário tradicional, as taxas chegavam a 35% ao ano para os empreendedores.

Impacto em primeiro lugar

Um exemplo de sucesso com essa prática é a Na’kau. A empresa produz chocolate com cacau amazônico comprado de comunidades locais por um valor justo, contribuindo para a conservação de aproximadamente 150 mil hectares de floresta. Com recursos captados na Plataforma Sitawi, o negócio expandiu a sua capacidade produtiva. Além do financiamento, a assistência foi fundamental para o crescimento da empresa, diversificando pontos de venda, análise financeira e gestão de empréstimos durante a pandemia.

Segundo Artur Coimbra, criador da Na’kau, essa assistência fez com que conseguissem colocar os chocolates nas prateleiras da rede de supermercados Pão de Açúcar, e esse trabalho conjunto marcou o primeiro ano em que a Na’kau conseguiu dar lucro desde a sua fundação.

Quer saber mais sobre essa abordagem? Baixe o estudo completo:

Operação da Na'kau, empresa que recebeu investimento de capital empático
Foto:Sitawi
Foto: divulgação
Foto: Sitawi

Um pacto pelo fortalecimento

do ecossistema de responsabilidade socioambiental

EVENTO NO ESPÍRITO SANTO LANÇA UM COMPROMISSO

COMPARTILHADO PARA DESENVOLVER NEGÓCIOS DE IMPACTO LOCAIS

O mesmo modelo de fórum aconteceu ou vai acontecer em outros estados brasileiros, gerando acordos que serão apresentados em versões regionais do encontro.

ASecretaria de Meio Ambiente do Estado do Espírito Santo e Recursos Hídricos (SEAMA) e o SEBRAE realizaram em Vitória (ES), nos dias 02 e 03 de setembro, o 1º Fórum Estadual de Economia de Impacto ao lado do Impact Hub, Instituto das Pretas, Instituto Federal do ES, Instituto Coria e Semente Negócios. O objetivo foi a construção de um pacto intersetorial a partir da colaboração conjunta dos participantes - população, investidores, empreendedores, representantes do poder público, aceleradoras, incubadoras, empresas e apoiadores em geral.

Uma mobilização que é nacional

O ponto de partida e a interlocução desse movimento vêm da Enimpacto, a Estratégia Nacional de Economia de Impacto, uma articulação de órgãos e entidades da administração pública federal, do setor privado e da sociedade civil com o objetivo de promover um ambiente favorável ao desenvolvimento de investimentos e negócios de impacto.

Os debates e propostas que deram origem ao pacto foram discutidos e orientados, justamente, a partir dos cinco eixos estratégicos da Enimpacto:

• Ampliação da oferta de capital para a economia de impacto;

• Aumento do número de negócios de impacto;

• Fortalecimento das organizações intermediárias;

• Promoção de ambiente institucional e normativo favorável aos investimentos e negócios de impacto;

• Articulação interfederativa com Estados e Municípios no fomento à economia de impacto.

Visões

de

futuro geradas a múltiplas mãos

O Fórum capixaba foi um espaço de con-

Painel realizado durante o Fórum Estadual de Economia de Impacto do ES
Foto: SEAMA

cepção de forma colaborativa, coletiva e ecossistêmica para garantir que as metas estabelecidas e o planejamento elaborado contassem com diferentes stakeholders. A presença de representantes de múltiplos setores e de níveis variados de envolvimento no contexto tornou os debates e as trocas ainda mais ricos. Com isso, as propostas e recomendações acabaram ganhando maior potencial para consolidar o ecossistema pretendido.

Para Rômulo Vieira, gestor de projetos da Ago e convidado para ser o mestre de cerimônia do evento, um ponto que chamou a atenção foi o engajamento do público. “A participação foi gigantesca em todos os momentos e, ao final, foi possível perceber a satisfação das pessoas”, afirmou.

O que vem agora?

Depois da criação do pacto, que representa o “sonho” do ecossistema de impacto capixaba, o documento foi apresentado ao governador do estado antes de ser submetido ao CENISA, Comitê Estadual de Fomento aos Investimentos e Negócios de Impacto Socioambiental, responsá-

O compromisso contém estratégias para fomentar um ecossistema local de incentivo a negócios de impacto e viabilização de impacto positivo social e ambiental.

vel por fortalecer o desenvolvimento de um ambiente normativo favorável à multiplicação dos empreendimentos de impacto e apoiar a solução de problemas sociais e ambientais por meio do empreendedorismo.

O Espírito Santo já é considerado muito promissor no que diz respeito a uma economia saudável e a iniciativas de desenvolvimento de soluções socioambientais. Por esse motivo, existe uma expectativa favorável com relação ao avanço das ações desenhadas neste momento. Para o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Felipe Rigoni, o apoio a quem quer empreender com negócios que causam impacto socioambiental positivo é parte do que foi amadurecido no Fórum e esta é, segundo ele, uma iniciativa fundamental para tornar o ES ainda mais competitivo, sustentável e responsável ambientalmente. “Toda atividade humana e, principalmente, um empreendimento ou uma atividade econômica vai gerar algum impacto ambiental, mínimo que seja. Entender como é possível mitigar ou minimizar esses efeitos é parte do que foi discutido no Encontro. O Governo do Estado está sendo pioneiro nesse sentido", explicou.

Debate de ideias durante o Fórum
Fotos: SEAMA

Levantamento inédito revela que a cultura de doação ainda está em desenvolvimento no Brasil

ESTUDO DESENVOLVIDO PELO MOVIMENTO POR UMA CULTURA DE DOAÇÃO TRAZ DIRETRIZES, INDICADORES E DETECTA A INSUFICIÊNCIA DE DADOS RELACIONADOS À CULTURA DA DOAÇÃO NO PAÍS

OOs profissionais que aspiram a carreiras de impacto têm a oportunidade de se tornarem agentes de mudança e inovação.

s atos de solidariedade e doação fazem, cada vez mais, parte do cotidiano do brasileiro, mas ainda são menores do que o potencial existente. É o que apontou a 1ª edição do Termômetro da Doação, estudo elaborado pelo Movimento por Uma Cultura de Doação (MCD) e que foi lançado dia 05 de setembro deste ano, na Fundação Getúlio Vargas (FGV EAESP), em São Paulo (SP). Os dados coletados mostram que a cultura de doação no Brasil ainda está em desenvolvimento, com a ausência expressiva de indicadores e com linhas estagnadas. Para identificar o cenário das doações no país, foi necessário montar um time de pesquisadores, que fez uma análise das cinco diretrizes do MCD e diversas pesquisas por outras organizações que trabalham pelo fomento da Cultura de Doação no Brasil, além de dados públicos. As diretrizes do MCD são as seguintes:

Educar para a Cultura de Doação - ações de conversar com crianças e adolescentes e fortalecer o espírito cívico e comunitário

desde cedo. As formas de fazer isso são as mais variadas, mas devemos, enquanto sociedade, criar ambientes propícios à educação transformadora de pessoas e empresas.

Promover narrativas engajadoras - levar narrativas sobre o assunto a uma diversidade maior de público, mas sendo engajadoras, positivas, qualificadas e inclusivas. Um exemplo disso é conectar o ato de doar à realidade de cada pessoa, promovendo empatia e confiança no poder transformador de cada doação.

Criar um ambiente favorável à doaçãoo lema “doar precisa ser fácil” norteia essa diretriz. A ideia é superar as barreiras tributárias, simplificar o sistema de uso dos incentivos fiscais e democratizar o acesso aos serviços bancários para doações são maneiras de fazer isso.

Fortalecer as Organizações da Sociedade Civil - precisamos de uma sociedade civil fortalecida, plural e financeiramente estável. As Organizações da Sociedade Civil (OSC) precisam ser impulsionadas, fortalecidas e enxergadas em meio a outros tipos de negócios existentes.

Fortalecer o ecossistema promotor da Cultura de Doação - o terceiro setor e a filantropia precisam se reconhecer como ecossistema e começar a trabalhar de forma articulada, integrada e estratégica, com uma agenda focada na potencialização da área.

Após essa etapa, foram estabelecidos os pontos a serem acompanhados para formar uma visão clara da evolução da cultura de doação no país e foram agrupados de acordo com cada uma das diretrizes do MCD, mais uma categoria global que representa a prática da doação em si, e que funciona como uma síntese e reflexo do resultado final dos esforços.

“O Termômetro é uma pesquisa inovadora e interessante no campo da doação porque ele não produz dados primários. O que ele está fazendo é olhar para todos os dados que foram produzidos sobre doação nos últimos anos e sistematizá-los de maneira que possamos enxergar o ecossistema de uma forma muito mais ampla”, afirma Erika

Sanchez Saez, membro do comitê coordenador do MCD. “Ele é uma ferramenta muito potente para a sociedade como um todo, mas especialmente para quem trabalha com doação, que conseguirá observar a evolução e traçar as estratégias, porque a ideia é utilizá-lo a cada dois anos e poder de fato monitorar o desenvolvimento da doação”, complementa.

Dentre os pontos analisados e que fizeram com que o resultado fosse a classificação “em desenvolvimento”, estão: volume de doações realizadas por pessoas, por empresas/instituições e sua representatividade no PIB; quantidade de pessoas e de empresas/instituições que doam; frequência com que as doações são feitas; ticket médio das doações realizadas por pessoas e empresas/instituições e a quantidade de pessoas e empresas que fazem e promovem o trabalho voluntário.

Termômetro trará impactos ao Terceiro Setor

Embora o Termômetro indique que o setor está em desenvolvimento, para Erika, o resultado é positivo, pois demonstra que o esforço está sendo feito. “Acho que esse resultado de estar em desenvolvimento está contando para a gente que há progressos acontecendo. São projetos, iniciativas, organizações e pessoas que estão trabalhando para promover a cultura de doação”.

Segundo a membro do comitê, os benefícios que o Termômetro trará ao terceiro setor são inúmeros, tanto para quem atua profissionalmente na área quanto para quem é beneficiado por projetos e iniciativas sociais. Apesar da falta de alguns indicadores, a primeira edição da pesquisa possibilita ter números e resultados concretos sobre o assunto, fazendo com que o tema se torne visível aos olhos da sociedade, iniciativas públicas e privadas.

Erika ainda destaca a importância de financiar o trabalho que já está sendo feito no setor, mas também monitorar e apoiar a produção de dados.

Além disso, a mudança de cultura também precisa promover mudanças sistemáticas e resolver problemas complexos. “A fome, a pobreza, a desigualdade, a falta de acesso à educação, à saúde, a direitos, a justiça, ou a proteção do meio ambiente, são problemas muito complexos da nossa sociedade, e para resolvê-los a gente precisa de trabalho colaborativo e de muita doação”.

Sobre o Movimento Por Uma Cultura de Doação

O Movimento por uma Cultura de Doação (MCD) nasceu em 2013 para inspirar e mobilizar pessoas e organizações no propósito de enraizar a doação como parte da cultura. Atualmente, fazem parte do

Movimento 392 pessoas e mais de 230 organizações que se organizaram voluntariamente, de maneira informal e orgânica, para semear e germinar ideias para promover a doação no Brasil.Para mais informações, acesse:

ESTA COLUNA FOI CRIADA PARA CONTAR HISTÓRIAS DE EMPREENDEDORISMO SOCIAL E AMBIENTAL. ELAS REPRESENTAM A DEDICAÇÃO E A SUPERAÇÃO DE PESSOAS QUE SE EMPENHAM EM TRABALHAR POR UMA CAUSA E GERAR TRANSFORMAÇÃO. ACIMA DE TUDO, SÃO HISTÓRIAS PARA ADMIRAR E INSPIRAR!

A missão social que chegou como um chamado

O EMPREENDEDOR QUE TEVE A SUA VIDA TRANSFORMADA PARA IMPACTAR COMUNIDADES

no Haiti devastado pelo furacão. A experiência mudou sua forma de ver a vida, fazendo com que o trabalho formal em uma empresa deixasse de fazer sentido.

Matheus sempre sonhou em ser jogador de futebol. Natural de Mauá, São Paulo, ele teve sua grande chance aos 14 anos, quando, durante uma viagem de férias à casa do tio, em Campinas (SP), foi convidado para uma peneira no time do Fluminense. Para a alegria de toda a família, ele foi aprovado. Porém, antes de realizar seu sonho, sofreu um grave acidente de carro que interrompeu sua trajetória esportiva. Durante um período no hospital, entre cirurgias e até um coma, Matheus fez uma oração: se fosse curado, dedicaria sua vida a ajudar os outros.

sonho interrompido para realizar muitos outros

Cumprindo sua promessa e tomado por um forte desejo de trabalhar com pessoas que se encontravam à margem da sociedade, vindas de comunidades como a que ele viveu, Matheus começou a trabalhar com pessoas em situação de rua e outras ações, como ajudar a população afetada por uma enchente na comunidade Três Pontes em Sumaré (SP). Em 2019, fundou a ONG Expandindo Amor, com foco no desenvolvimento social comunitário daquela mesma localidade. A missão sempre foi clara: ajudar a comunidade a se desen-

volver, superando os desafios sociais e econômicos que enfrentava.

"Acreditamos que o grande capital para o desenvolvimento de qualquer comunidade são as pessoas", afirma Matheus. Com essa visão, ele e sua equipe realizaram diversas ações na Três Pontes, incluindo pesquisas para identificar as principais necessidades da comunidade. Inicialmente focados em assistencialismo, logo perceberam que precisavam ir além para gerar mudanças sustentáveis.

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Fotos: Equipe de Comunicação Expandindo Amor
Família Sena

O empreendedor passou a observar grandes organizações para entender como elas se posicionavam publicamente. Assim, adaptou ideias e teve êxito na comunicação da organização.

O foco no amor pelas pessoas

A ONG desenvolveu cursos profissionalizantes, incentivou o empreendedorismo local e transformou a percepção da própria comunidade sobre seu valor. "Trabalhamos com os próprios moradores, para que eles se tornassem protagonistas de suas histórias", explica. O projeto cresceu e, hoje, conta com uma escolinha de futebol que já foi campeã de uma Copa patrocinada pela Volkswagen.

O impacto da ONG na Três Pontes foi tão significativo que agora Matheus está replicando o modelo em outra comunidade, o Jardim Basilicata. Ele também criou o projeto Expansão Social,

uma empresa de impacto social que busca parcerias com empresas para sustentar e ampliar o alcance das ações da ONG.

Matheus acredita que o futuro da ONG reside na continuidade do investimento em pessoas. "Sonho com um dia em que nossa instituição seja sustentável, expandindo o amor onde quer que haja falta dele. Nosso objetivo é ser alguém na vida de alguém, começando pelas comunidades mais vulneráveis."

A trajetória de Matheus é um exemplo poderoso de como um sonho interrompido pode dar origem a uma missão transformadora, impactando positivamente a vida de muitos.

Conheça a Expandindo Amor:
Time União Três Pontes
Fotos: Divulgação

Uma onda de impacto socioambiental no coração da Ilha Grande

O MODELO DE EMPREENDEDORISMO QUE VALORIZA A CULTURA

LOCAL E PROMOVE SUSTENTABILIDADE, ENVOLVIMENTO

COMUNITÁRIO E INOVAÇÃO

Fotos: Divulgação

Na tranquila Ilha Grande, litoral do Rio de Janeiro, nasceu um negócio social com uma missão clara: combater a pesca fantasma, que polui os oceanos e ameaça a vida marinha, e envolver a comunidade. Assim surgiu a Marulho, fundada por Beatriz Mattiuzzo, a Bia, e Lucas Lopes Gonçalves, que transformaram um problema ambiental em oportunidade de impacto positivo.

De redes descartadas a produtos sustentáveis

A pesca fantasma ocorre quando redes de pesca são abandonadas no mar, continuando a capturar e matar milhões de animais e liberar microplásticos. A Marulho atua diretamente na interceptação dessas redes, em parceria com pescadores locais, evitando que elas continuem prejudicando o ecossistema. O impacto é duplo: preserva a vida marinha e gera renda para a comunidade caiçara.

Bia, oceanógrafa e cofundadora, e Lucas já estavam inseridos na Ilha Grande quando, durante a pandemia da Covid 19, decidiram transformar as redes descartadas em produtos como sacos de hortifruti e cadeiras de praia. Esse trabalho artesanal resgata técnicas tradicionais de costura de redes, mantendo viva a cultura dos pescadores enquanto promove a sustentabilidade. Hoje o negócio não apenas oferece produtos sustentáveis ao consumidor final, vendidos através do site, como também atende empresas que desejam incorporar práticas mais ecológicas em seus negócios. Exemplo disso é a parceria com uma fábrica de tênis que substituiu as caixas de papelão pelos sacos de redes recicladas como embalagens.

Um mergulho no desafio de empreender socialmente

Inicialmente, Bia e Lucas tiveram que entender como o impacto socioambiental poderia se alinhar a um modelo de negócio, equilibrando impacto positivo com a sustentabilidade financeira do empreendimento.

Desde o início, a Marulho buscou atuar em conjunto com a comunidade formada por pescadores nativos da região. Eles se tornaram parceiros fundamentais nesse processo, recolhendo e doando as redes e as transformando em produtos artesanais. Ainda assim, há desafios importantes.

O isolamento geográfico, que gera obstáculos logísticos e operacionais; o fato de nenhum dos membros da equipe ter experiência corporativa, o que exige mais tempo para compreender a linguagem e as demandas do público de empresas até despertar sua confiança; a necessidade de aumento da velocidade de produção, uma vez que todos os produtos são feitos manualmente pelos artesãos locais.

Porém, acima de tudo, o propósito permanece,

ou seja, manter a consistência e a sustentabilidade do negócio é necessário, mas o impacto positivo sempre será a prioridade.

Aprendizados e crescimento

Refletindo sobre a jornada até aqui, Bia compartilha o conselho valioso de que é essencial desenvolver uma mentalidade de negócio desde o início. “Eu brinco com o Lucas que, se dependesse dele, a Marulho seria uma empresa; se dependesse de mim, seria uma ONG. Mas é preciso encontrar um equilíbrio entre resolver o social e manter a sustentabilidade”, diz.

Para finalizar, a empreendedora resume a essência da Marulho com uma conhecida metáfora: “Quando a maré sobe, levanta todos os barcos”. Assim, o trabalho segue com a missão de crescer beneficiando em conjunto a comunidade e o meio ambiente no seu entorno.

O despertar para o impacto veio durante a pandemia. Com o turismo paralisado, surgiu a ideia de gerar renda com a reutilização de redes de pesca descartadas, apoiando a comunidade local.

Conheça a Marulho:
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Foto: Gus Benke

NQUE TAL BUSCAR OS PONTOS DE CONVERGÊNCIA?

REFLEXÕES SOBRE A INCLUSÃO E O DIÁLOGO

NA BUSCA POR TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS

um contexto global da humanidade, vivenciamos há um tempo as consequências da polarização de todos os setores da vida, sobretudo, a política, mesmo entre os atores sociais que estão discutindo a necessidade de um "Brasil Melhor" para todos. Pautas como meio ambiente, inclusão, diversidade, cultura, entre outras, tornaram-se motivo de brigas, divisões e partidarismo –e aqui não me refiro à divisão em partidos políticos apenas, mas ao fracionamento da sociedade em partes que não conversam entre si.

Proponho um desafio para cada um de nós: como podemos interagir melhor para integrar as partes? Com altruísmo, respeito e solidariedade, somos capazes de construir pontes.

Apesar de minhas próximas palavras emergirem do campo do empreendedorismo social, do qual faço parte, o raciocínio se aplica às diferentes facetas das nossas vidas. O convite é para refletirmos juntos sobre a nossa postura perante essas polarizações.

Habitando o ecossistema socioambiental, como nós temos nos portado diante desse cenário? Por vezes escuto pessoas que falam: "ah, com esse tipo de gente eu não converso mais”, “cansei de gastar o meu tempo". Ouço também, em congressos e palestras (lugares onde temos, por princípio, a troca de ideias), uma pessoa dizendo a outra que "suas ideias não são bem vindas aqui".

Vamos refletir juntos?

Será que excluindo a visão de mundo de alguém ou de um grupo conseguiremos contribuir para solucionar os grandes problemas que estão diante de

nós e pedem urgência nas ações?

Será que conseguiremos dar novas respostas para realizarmos as mudanças estruturais sem contemplar as diferentes visões e experiências daqueles que, como nós, querem um mundo melhor, mais justo e inclusivo?

Tenho um grande amigo chamado Bruno Mahfuz. Fundador do Guiaderodas, ele costuma pronunciar uma frase muito bonita e que faz todo o sentido: "Quando uma ideia é boa, é boa para todos".

Trago as perguntas que ressoam dentro de mim. Será que nós, empreendedores socioambientais, devemos dialogar só com partes e não com a Humanidade? Vamos continuar a escutar só aqueles que, no nosso estreito ponto de vista, são semelhantes?

Para mim, e talvez pra você que me acompanhou até aqui, é mais que chegada a hora de todos juntos, mesmo com aquele que hoje você chama de "inimigo", idear e criar um novo modelo de vida que seja bom para todos nós!

Não quero julgar ou lamentar situações que presenciamos no dia a dia de quem está no campo do impacto social, mas reforçar o coro de que é hora de unirmos esforços com base na união das partes para realizarmos as transformações que queremos agora e fortalecer as nossas ações. Será preciso acontecer outras coisas ruins para que a humanidade tenha a capacidade de se unir?

Portanto, proponho aqui um desafio para cada um de nós que atua no ecossistema de impacto: como podemos interagir melhor para integrar as partes?

Aposto que, com altruísmo, respeito e solidariedade, somos capazes de construir pontes que vão além das partes, mas da realização de todos.

Processo seletivo de bolsas gratuitas:

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• • Comunidade de Impacto: Conexões com outros líderes e profissionais do setor.

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Outubro

Congresso Nacional de ESG

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Outubro

Festival SGB - Social Good Brasil

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Outubro

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4º ESG Fórum

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Outubro

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Quando: 22, 23 e 24 de outubro

Onde: Manaus - AM

Fórum Brasil Diverso 10 anos

Quando: 31 de outubro

Onde: São Paulo - SP

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Fórum Internacional de Equida- de Racial Empresarial 2024

Quando: 18 e 19 de novembro

Onde: São Paulo - SP

Novembro

ESG Summit Brasil - São Paulo

Quando: 20 e 21 de novembro

Onde: Manaus - AM

Muito obrigado ANOS 3

aos nossos 7000 alunos, 172 professores e parceiros! Em três anos, a Ago Social se aproxima do sonho de estar presente em todo o Brasil por meio dos seus alunos!

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