

O que você vai conferir:
Novidades, tendências e notícias do setor
Pontos de vista e dicas de especialistas
Histórias de empreendedores de organizações e negócios de impacto
Cases e conteúdo para o desenvolvimento de pessoas e empreendimentos
OQueridos(as) leitores(as), que alegria começar o ano com esta edição superespecial que está em suas mãos. Sempre gosto de compartilhar com vocês mensagens otimistas, pois sou assim por natureza, sempre muito confiante de que tudo vai dar certo, bastando, para isso, vibrar positivamente e atrair boas energias.
A primeira grande e maravilhosa notícia que tenho para compartilhar é que chegamos aos 20 mil alunos, espalhados pelo Brasil e por mais 5 países. Costumo dizer e repetir, com muita alegria no coração: nós só existimos porque vocês existem, porque acreditamos que, juntos, podemos cada vez mais fortalecer as suas causas, que são as nossas também.
Na nossa matéria de capa, que está imperdível, ouvimos mais de 300 pessoas em uma pesquisa qualitativa. Esse mapeamento nos trouxe uma excelente base para mostrar as tendências para este ano que está começando. Quero destacar aqui a inteligência artificial (também chamada de IA ou AI). Confesso que tenho certo receio desse tema tão polêmico e importante, que está fazendo parte de nossas vidas, e que alguns estão chamando de "a próxima onda". Talvez o medo venha pelo fato de eu vir de uma geração mais antiga, assim como a grande maioria de nossos leitores e empreendedores socioambientais. Mas, enfim, a IA chegou para mudar e revolucionar.
O que precisamos é ter inteligência para usá-la no trabalho árduo, permitindo-nos mais tempo de qualidade para acolher, com muita criatividade e sensibilidade, as nossas causas. Essas qualidades certamente nenhuma máquina exercerá em nosso lugar. Assim esperamos.
A outra maravilhosa notícia é que nosso próximo grande encontro presencial será no FIFE 2025, maior evento de filantropia e gestão, que acontecerá de 8 a 11 de abril aqui em Curitiba (PR), cidade-sede da Ago. Estamos preparando grandes novidades e festividades para receber a todos com muito carinho e acolhimento. Então corra e garanta a sua participação, porque os ingressos estão acabando!
Agora, aproveitem bastante esta edição e tenham uma excelente leitura. Fiquem bem e lembrem-se sempre: o seu propósito e a sua causa são maiores do que qualquer dificuldade ou timidez que possam ter.
Forte abraço e ecoem as suas vozes!!!
Alexandre Barbosa (o Alex) Publisher Cofundador Ago Social a.barbosa@agosocial.com.br
Embora o futuro seja incerto, cruzar os braços e apenas reagir às circunstâncias é uma postura pouco inteligente. A sobrevivência humana foi garantida porque, em algum momento, percebemos os perigos da noite e buscamos abrigo antes da escuridão chegar. Assim, seguimos observando e agindo com base no que aprendíamos. A evolução acontece porque homens e mulheres se conscientizam, se preparam, se antecipam, e assim, agem para se proteger e progredir.
Então, por que no ecossistema de impacto positivo seria diferente?
Por isso, nesta edição exploramos tendências que continuarão moldando o futuro: o ESG racial fortalecendo diálogos sobre inclusão e diversidade; o ativismo social resistindo e defendendo causas fundamentais; grandes eventos sobre ESG unindo setores para debater sustentabilidade e responsabilidade socioambiental; investimentos sociais impulsionando negócios de impacto; novos olhares humanizando o empreendedorismo e, por fim, pesquisas e projetos contribuindo para o desenvolvimento do Terceiro Setor.
Nossa matéria especial foi elaborada para oferecer informações e apontar caminhos que ajudem organizações da sociedade civil e negócios socioambientais a planejar, aproveitar oportunidades e ampliar seu impac-
Expediente
REVISTA AGORA ED. 6 Jan-Mar 2025.
Veículo de comunicação produzido e editado pela Ago Social.
Fundadores: Alex Barbosa a.barbosa@agosocial.com.br
Alexandre Amorim a.amorim@agosocial.com.br
to. As cinco tendências apresentadas são resultado de pesquisas e conversas com alunos da Ago, parceiros e especialistas que vivenciam a realidade do campo e participam dos principais espaços de debate e decisão.
Um destaque especial que você também vai encontrar é a entrevista com a diretora-executiva da ONG curitibana Hospital Pequeno Príncipe. Ety Cristina compartilhou seu amor e engajamento no cuidado com as crianças e suas famílias, além de apresentar uma visão moderna e ousada de gestão. São dois fatores que, certamente, contribuem para que o hospital seja uma referência na captação de recursos no nosso país.
Para completar esta edição e inspirar empreendedores e empreendedoras do social e do ambiental, trazemos (como sempre traremos) o rosto e histórias de pessoas que lideram projetos transformadores, nos enchendo de orgulho e mudando tantas vidas.
E o seu futuro, como será? Uma coisa é certa: ele dependerá das ações e escolhas que você fizer agora. Então, que esta leitura inspire e guie esses próximos passos!
Boa leitura!
Fabíola Melo Editora-chefe Ago Social
Coordenação e projeto editorial:
Editora-chefe: Fabíola Melo
Redação e revisão: Fabíola Melo e Time Ago
Jornalista responsável: Alexandre Barbosa DRT 5121/PR
Projeto gráfico, diagramação e capa: @gianapundek
Marketing/anúncios: Alex Barbosa - a.barbosa@agosocial.com.br
Impressão: Maxi Gráfica
Fale com a Redação: f.melo@agosocial.com.br
As opiniões emitidas nesta publicação são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da Ago Social. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização prévia.
16 • As tendências que guiarão o setor de impacto em 2025
17 • Meio ambiente e clima
19 • ESG
20 • Desenvolvimento institucional
21 • Inteligência artificial 23 • Presencial e conexões
24 • De tendências a ações
06 • Entrevista com
Ety Cristina Forte Carneiro
Como uma ONG se tornou um dos melhores hospitais do mundo
03 • A voz do Publisher
Editorial
08 • Espaço do leitor
Os leitores da AGORA pelo Brasil
26 • Mapa do impacto
Os números e os alunos da Ago Social
38 • Investimento social
O blended finance aplicado ao Programa Zune
48 • Congresso Nacional de ESG
36 • Panorama do impacto
O que aconteceu no ecossistema
50 • Agenda do setor
Os próximos eventos para fortalecer o ecossistema de impacto
Opinião
Reflexão sobre o ativismo social
Por: Rachel Anon
Causas e propósitos
ESG racial
Por: Chris Figueiredo
40 • Metodologias para desenvolvimento institucional
A pesquisa que fundamentou um dos maiores projetos de inclusão produtiva do Brasil
42 • Vozes do empreendedorismo
Histórias de empreendedorismo social e ambiental
49 • Gestão de projetos
O modelo de sucesso da Ago para gerir projetos de aceleração
Oportunidades
Dicas para participar de editais
Por: Vanessa Prata
Fala social
Por: Alexandre Amorim
Ecossistema em movimento
O empreendedorismo regenerativo do Desnegócio
Por: Karina Imoto
Gestão de pessoas
Um olhar para a humanocracia
Por: Fernanda Andreazza
Com Ety Cristina Forte Carneiro
Diretora-executiva do Hospital Pequeno Príncipe
Por Fabíola Melo
AOS 105 ANOS, A ONG PARANAENSE SE TORNOU REFERÊNCIA PARA O TERCEIRO SETOR SONHANDO ALTO E VALORIZANDO O SER
Ter boas práticas, disseminá-las e buscar inovação é o que todo investidor quer ver.
O maior e mais completo hospital pediátrico do Brasil é uma ONG (Organização Não Governamental) que atende, majoritariamente, pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A instituição já recebeu diversos prêmios pela excelência do atendimento, tornou-se um complexo de referência em medicina que reúne faculdades e um centro de pesquisa, e é uma das maiores captadoras de recursos do Brasil. Quem nos conta a história de mais de 100 anos que trouxe a esse lugar de reconhecimento é
Nosso desafio é contar essa história de modo que toque o coração e demonstre a nossa eficiência.
Ety Cristina Forte Carneiro, diretora-executiva do Hospital Pequeno Príncipe (HPP), que fica em Curitiba (PR). Vamos entender um pouco das ações, mentalidades e, principalmente, sentimentos que estão por trás de um dos melhores hospitais pediátricos do mundo, reconhecido internacionalmente.
O que tornou possível o HPP se tornar essa referência que é hoje?
Essa é uma história de mulheres que, em 1917, se reuniram para formar o Grêmio das Violetas, motivadas pela guerra e por ações humanitárias ao redor do mundo. Em 1919, decidiram abrir um hospital vol-
tado para crianças pobres que não tinham acesso a atendimento médico. Desde o início, nossa trajetória esteve profundamente conectada ao voluntariado e ao empoderamento feminino. As voluntárias, majoritariamente mulheres, sempre tiveram papel central, assim como as líderes da mantenedora, que também foram e continuam sendo mulheres. O hospital sempre teve um olhar pioneiro, focado no cuidado integral, na formação de pessoas e em sua ligação com o ensino e a inovação. Mas a verdadeira força da nossa história reside na paixão e dedicação de todos: voluntários, voluntárias, médicos e médicas. Ao longo dos anos, a história foi se ampliando, com mais pessoas se juntando à causa, todas comprometidas com a excelência técnico-científica e a busca por inovações em áreas como cirurgia e UTI. Eu diria que os nossos diferenciais são a paixão e as pessoas muito humanas e corajosas. Nossa história foi se desenvolvendo assim, querendo mais. Na maioria das vezes, sem recursos, porém mobilizando a comunidade, o governo e, principalmente, pessoas e empresas.
Quais foram (e são) as mentalidades da gestão do hospital para quebrar barreiras e ir mais longe?
Eu não tenho dúvida de que as organizações têm o espírito da sua liderança. Isso é muito importante porque o caminho entre pessoas se faz pelo coração, mas também pela clareza de objetivos e capacidade de mobilização. As nossas lideranças sempre tiveram esse desejo de oferecer cuidado para as crianças, para muito além de tratar doenças. Eu diria que esse olhar para
além se reflete em todas as gerações de profissionais do hospital. Então, acredito que temos, sim, a capacidade de sonhar, mas também de planejar e aprender a modular para transformar esses sonhos em realidade. Uma das coisas que aprendi e passei a praticar foi isso: querer muito, mas saber estruturar projetos com indicadores claros de acompanhamento e comunicação, além de comunicar aquilo que precisamos e o que estamos fazendo com o recurso. Essa mentalidade se dissemina, ela capilariza na organização. As ONGs precisam perceber o quão especiais elas são, o quão especiais as pessoas que ela traz precisam ser e que tipo de valores essas pessoas devem ter.
Como você vê a adoção de processos internos que são considerados burocráticos e corporativos nas organizações? Muitos veem o HPP como uma referência na captação, mas não imaginam o tamanho da profissionalização que existe aqui.
Ainda existe no Brasil uma espécie de preconceito com relação a ONGs de sucesso e a processos organizados dentro das organizações sociais. Só que isso é extremamente importante. É preciso saber o que quer, em quanto tempo, e por qual caminho optar. Caso contrário, as coisas vão acontecendo de maneira confusa, sem o resultado prático necessário. Há outro preconceito, o de que ONG não pode ter resultado positivo. ONGs precisam ter resultado positivo para reinvestir na causa! A gente tem que usar as melhores práticas que o mercado apresenta, com ética, transparência e respeito, mas planejamento é essencial. As pessoas também precisam compreender que para algumas questões e atividades existem especialistas. Esta é a primeira coisa, expandir as equipes conforme o recurso vai entrando. Por que nós somos tão estruturados na assistência quanto, por exemplo, na captação de recursos? Porque o nosso planejamento, desde os anos 2000, sempre foi olhar para o resultado e pensar o quanto dele seria investido no crescimento da equipe. As pessoas acham que ter um olhar analítico para os números é coisa de empresa. Mas precisamos dele para sobreviver e precisamos valorizar as pessoas.
Conheça mais sobre a história do HPP:
para mim, é um caminho incrível porque não tira um dinheiro novo do bolso, a pessoa e a empresa já pagam pelo imposto de renda. No caso de pessoas físicas, existem R$6 bilhões disponíveis para serem usados pelo FIA (Fundo da Infância e Adolescência). Porém, nem 2% desse valor é usado. O ideal são doações continuadas ou grandes doações, mas essas talvez sejam a exceção. Outro desafio que temos é fazer a comunidade brasileira entender que as ONGs têm custeio, e que não necessariamente doar para um custeio significa casar com a ONG, pode ser feito um planejamento. Precisamos criar em conjunto, conversar e saber que não vai ser rápido.
Por que as pessoas e empresas doam para o Hospital Pequeno Príncipe?
A gente precisa lidar com as adversidades de maneira muito firme e corajosa, sem nos deixar abater.
Porque a filantropia no Brasil ainda precisa ser bastante incrementada.
Primeiro porque os resultados na nossa área de foco são excelentes, inclusive a nível internacional. Nós organizamos projetos e desenvolvemos esse olhar de inovação e de multiplicação de conhecimento pelo ensino. Levamos informação de saúde para a sociedade e realizamos campanhas muito fortes. A partir do momento que você tem bons resultados, precisa mostrar. O processo de comunicação tem que ser muito claro, porque para as pessoas doarem, o pedido precisa ser acompanhado dos resultados que a ONG faz. Na comunicação, para muito além de mostrar a nossa eficiência, os resultados e o que a gente precisa, nos preocupamos em prestar contas. Não batemos na porta das pessoas e das empresas apenas para pedir, fazemos questão de contar como estamos e o que fazemos com o recurso. Você mostra que tem transparência, ética e bons indicadores. A captação faz parte de um conjunto que começa com comunicação, marketing, bons projetos e saber prestar conta.
NÚMEROS DO HPP:
47 especialidades e áreas de atuação
Na sua opinião, como é possível fortalecer uma cultura de doação?
A primeira coisa é que as ONGs precisam entender esse cenário, acompanhar as pesquisas. Eu sinto que temos uma espécie de papel civilizatório, no sentido de conversar com as pessoas sobre esses números e mostrar os caminhos existentes. A renúncia fiscal,
+3mil pediatras e especialistas no programa de residência médica
80% das doações vêm de empresas, 20% de pessoas físicas
OS LEITORES DA AGORA ESTÃO EM TODO O BRASIL. ESTE ESPAÇO É PARA ELES!
Lençóis Maranhenses-MA
Luis Roberto Cutrim ONG NAPAZ
Imperatriz-MA
Tiago Silva Carmo - Pactual Assessoria e Consultoria do Terceiro Setor
"Nesta edição gostei especialmente do desafio do Alexandre Amorim sobre pontos de convergência e o diálogo com todo mundo."
Isabel Silva Barbosa Cooperada da Cooperbassoli Campinas-SP
Belém-PA
Natália Pantoja Fundação Acolher
Capivari de Baixo-SC
“Foi inspirador perceber que investir em ESG não é apenas uma tendência, mas um caminho para capturar valor genuíno e construir um futuro melhor para todos.”
Vanessa Lins
HUB Mamãe Empreende
Belo Horizonte-MG
Helvio Matzner Produtora Casa Branca
Salvador-BA
Rosângela L. dos Santos APOEMAS
Feira de Santana-BA
Talitha Maria Trilha de Turismo Maria Quitéria
“Entre tantos meios de comunicação que divulgam guerras, catástrofes e notícias trágicas, a AGORA vem na contramão e divulga as ações realizadas pelo terceiro setor. E o mais importante é termos esse material de forma acessível, gratuita e com conteúdos magníficos. Isso nos fortalece e nos faz crescer cada vez mais.”
Rosa Machado Silveira
CEACA -Centro de Apoio à Criança e ao Adolescente
"Gostei muito da matéria 'A importância das ONGs na mitigação de grandes crises', super apropriada e agregadora."
Rosane Martins Bastos Casa de NegóciosPlanejamento & Captações
Piraquara-PR
Neuci Hopka - ACRICA - Assoc. de Apoio a Crianças e Adolescentes
Araruama-RJ
Sandra Maria Albuquerque
Projeto Amazônia Rio
Tubarão-SC
Porto Alegre-RS
Cachoeira-BA
Campinas-SP
Lúcia Decot Sdoia Instituto Padre Haroldo em Campinas
“Me chamou a atenção a diversidade de temas relevantes para o desenvolvimento pessoal e profissional dos leitores. A leitura foi uma experiência inspiradora e transformadora.”
Soraia Bittencourt da Rosa Martins Hospital Nossa Senhora da Conceição
“Eu adorei a matéria sobre Liderança! A liderança deve se manter resiliente, influente e firme no propósito!”
Viviane Lemos Instituto do Tamanho do RS
Osasco-SP
Karina Santana - Projeto Produtos Orgânicos e Biodegradáveis
“A Ago Social realmente acrescenta valores estruturantes, um trabalho importante que me faz crer que não estou sozinha na minha luta e que existem outras pessoas com mesmo propósito.”
Lindinalva de Oliveira Santos Instituto Intermunicipal de Cultura, Ciências e Educação da BA - Projeto Florestas Frutíferas, Planejadas e Sustentáveis
“Adorei a matéria sobre ESG nas empresas, ajudará os gestores tornarem seus negócios mais sustentáveis.”
Porto Alegre-RS
Curitiba-PR
Adriane Laste Projeto Nossa Biblioteca
“O que mais curti foi o Mapa do Impacto da AGO. Dá para perceber o quanto o nosso País é grande e o quanto precisa de iniciativas como essas da AGO, que estimulam ações e multiplicam corações quentinhos.”
Priscila Gonzalez Tenfen Curso Parto Amoroso CEMUC
“Assim que a revista Ago chega, priorizo a leitura. São muitas informações e histórias inspiradoras.”
Salvador-BA
Ana Paula Pacheco Instituto Atma
“A entrevista com Max Batista reforça o valor de investir no esporte e na cidadania, transformando vidas e criando oportunidades.”
Paulo Carneiro
Projeto Estudar na Bahia com Tênis de Mesa
"O quanto um líder atrapalha? O artigo discute a influência da liderança nas organizações, destacando que uma liderança ineficaz pode prejudicar tanto a eficiência quanto a sustentabilidade a longo prazo. Líderes que não se preocupam com o desenvolvimento de suas equipes, não oferecem feedbacks construtivos ou não sabem delegar tarefas corretamente podem ser mais prejudiciais do que úteis. O artigo sugere que líderes devem ouvir suas equipes e confiar nelas ao delegar tarefas importantes para evitar esses problemas."
Beatriz Procopio
Trupe dos Paspalhões
Por Rachel Añón Sócia-fundadora da ponteAponte
O TRABALHO DE MUDAR O MUNDO NÃO VAI ACABAR NUNCA. NÃO HÁ RECOMPENSA, PRÊMIO OU PODIUM AO FINAL, PORQUE NÃO
TEM FINAL. A RECOMPENSA ESTÁ NO PRÓPRIO FAZER
Empreender é um verbo que carrega em si uma jornada. Ele não está apenas relacionado a uma forma de trabalho, mas a uma atitude frente à vida e aos outros. Ao empreender com visão para o social ou socioambiental, ampliamos a capacidade de transformação positiva não apenas do mundo, mas para dentro de nós mesmos. Parto dessa premissa para tentar responder a pergunta que abre a nossa conversa aqui nesse espaço privilegiado e compartilhar um pouco das minhas descobertas nesta jornada de empreendedora e, acima de tudo, ativista.
“Sustentar ativismos” como gestão é criar uma retaguarda para aqueles que sabem o que precisa ser feito e querem aportar experiências potencializadoras.
O ativismo, em sua essência, é a prática de defender uma causa ou promover mudanças socioambientais por meio de ações concretas. Uma pessoa ativista é aquela que se dedica a fazer a diferença, seja em sua comunidade, país ou para o planeta em uma ou mais causas que tocam a sua alma, seja meio ambiente, educação, saúde, justiça social, direitos humanos ou dos animais. Trago o ativismo aqui como o passo seguinte ao do propósito do empreendedor socioambiental. Para Mark Zuckerberg, presidente da Meta, propósito é o “senso de pertencimento a algo superior a nós mesmos, pelo qual devemos trabalhar para um futuro melhor”, criando a “verdadeira felicidade”.
Uma grande questão para o empreendedor socioambiental, por exemplo, é:
como criar negócios e organizações com as melhores intenções e práticas, tendo de enfrentar desafios cada vez mais complexos, tentando equilibrar as contas para pagar e se manter ativo em um cenário de incertezas que se multiplicam e ameaçam em todas as dimensões da vida?
Levanta a mão aqui quem não anda se sentindo angustiado e, muitas vezes, perplexo com as incoerências que permeiam o nosso fazer? Corremos atrás o tempo todo, entregamos o máximo de vida às causas multiplicando ideias e intenções, e depois de cada etapa da jornada regada a suor, insônia, lágrimas, sonhos, ao final, nos deparamos com a sensação de que a nossa contribuição parece não ter movimentado os ponteiros - enquanto surgem demandas e mais demandas. Ainda há
um desafio extra de se manter financeiramente sustentável, porém sem comprometer os valores e objetivos mais elevados.
Por isso trago a provocação do ativismo como ativo do core business das nossas iniciativas.
Habitando o ecossistema de impacto há 13 anos, a ponteAponte é considerada uma organização desenvolvedora que qualifica o investimento social e a filantropia. No entanto, considero que o meu fazer consiste em “sustentar os ativismos” daqueles que escolhem abraçar suas causas de forma tão inteira. São pessoas e grupos que “fazem o que fazem” por estarem comprometidos em dar o seu melhor todos os dias e se desenvolverem profissionalmente e como ser humano, de mente e coração.
No entanto, talvez a palavra ativismo possa ter causado algum incômodo por estar associada a uma abordagem combativa e de confronto, que não corresponde à intencionalidade de um negócio ou empreendimento de impacto social. Então, quero aproveitar para apresentar duas pessoas que estão ampliando a minha visão do campo socioambiental.
Há dois anos, tenho a felicidade de estudar Allan Kaplan e Sue Davidoff, fundadores da Proteus Initiative, na África do Sul. Kaplan foi um renomado consultor de desenvolvimento organizacional nos anos 80, e junto com sua esposa tornaram-se pioneiros da Prática Social Reflexiva como uma tentativa de perceber as consequências da verdadeira participação, da complexidade social e ecológica e de uma nova forma de pensar e agir no campo social. No começo do ano, lançaram no Brasil a revisão do livro Ativismo Delicado (Bambual Editora), que propõe uma postura mais sutil,
atenta e consciente, buscando transformar a realidade a partir de dentro.
Ao invés de gerar resistências e conflitos, a promoção de um ativismo delicado tende a ser mais eficaz e eficiente para mudanças sociais genuínas, mais sustentáveis e duradouras por serem construídas de forma colaborativa e participativa. Ele propõe o bem-estar tanto dos empreendedores socioambientais quanto das pessoas com quem eles trabalham e, o mais importante ao meu ver, a transformação pessoal e o nosso desenvolvimento enquanto indivíduos em ação no mundo.
De
alguma forma, consciente ou inconscientemente, as ações ativistas estão presentes em tempo integral, permeando as nossas tomadas de decisões que podem influenciar políticas públicas e esferas governamentais.
Quando comecei a compreender que o trabalho da minha consultoria estava em mutação tanto quanto as organizações (ou organismos) ao meu redor, pude fazer a pergunta: por que fazemos o que fazemos? É daqui que volto sobre o empreender como uma atitude de vida e uma jornada de autoconhecimento.
Fazemos o que fazemos porque temos algum grau de consciência que nos permite identificar as dinâmicas de poder, as desigualdades e as injustiças de forma mais profunda e abrangente, que nos coloca como agentes das transformações aptos para contribuir com a sociedade como um todo.
No entanto, o convite que recebemos agora é o da delicadeza: ao invés de impor ideias e soluções, podemos estabelecer um diálogo mais verdadeiro com as pessoas, ouvindo suas perspectivas e buscando construir pontes, com mais empatia e colocando-se no lugar do outro para compreender suas necessidades e construir relações de confiança.
Acredito que dessa forma estaremos preparados para que os nossos empreendimentos estejam mais aptos a atuarem de forma interconectada na travessia dos próximos tempos e na construção do mundo mais justo, inclusivo e sustentável que sonhamos coletivamente.
Por Beatriz Carneiro Articulista time Ago
A NOVA TECNOLOGIA SOCIAL PERMITE DIRECIONAR ESTRATEGICAMENTE
ESFORÇOS E RECURSOS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS OSCS CAMPINEIRAS
CComo o capital filantrópico pode apoiar as organizações sociais de maneira mais assertiva? Entre as respostas possíveis, uma delas certamente envolve um diagnóstico aprofundado.
Com essa verdade, a Fundação FEAC, referência em filantropia no Brasil, lançou, no início de 2024, o Diagnóstico de Maturidade das OSCs de Campinas (município em que atua).
O mapeamento, um dos maiores já realizados no país e concluído em setembro, foi executado pela Ago e representa uma importante tecnologia social, destacando-se pela sua abrangência e minuciosidade.
O fortalecimento da gestão se confirmou como uma ação determinante, pois ela precisa ser um apoiador do impacto social, e não um limitador.
A iniciativa surgiu de um dos eixos de atuação da FEAC, voltada para o fortalecimento das organizações da sociedade civil (OSCs), visando identificar com maior precisão os principais desafios das organizações conectadas à sua rede. "É um projeto pioneiro e de grande relevância no município de Campinas, uma vez que contribui tanto para que as OSCs conheçam como elas estão nas dimensões e categorias analisadas, como também para orientar nossas tomadas de decisões e investimentos no fortalecimento do ecossistema social de modo a melhorar seus processos de governança, gestão, sustentabilidade e impacto", afirma José Roberto Dalbem, superintendente executivo da Fundação
FEAC. Segundo ele, a ferramenta também tem potencial para ser utilizada em outros contextos e não somente em Campinas.
Dados para planejamentos mais personalizados
Na primeira edição da pesquisa, participaram 88 organizações, que responderam a questões relacionadas à sustentabilidade, gestão administrativa-financeira, governança, comunicação institucional, captação de recursos e gestão técnica e de projetos. O Diagnóstico lançou uma lupa sobre a realidade dessas instituições - todas elas conectadas à rede da Fundação FEAC - revelando como formular iniciativas de investimento mais assertivas a médio e longo prazo, considerando o estágio de atuação das organizações, seus desafios e suas potencialidades.
Entre as informações identificadas no Diag nóstico, algumas se destacam para orientar esse apoio mais preciso:
Forte dependência de poucas fontes de recursos
A maioria das organizações trabalha com poucos parceiros institucionais e fontes de receita, ou se tornam dependentes de uma única fonte mais representativa. A consequência disso é que a busca constante por apoio financeiro muitas vezes consome parte da dedicação que deveria ser voltada para a promoção do impacto social.
Déficit anual elevado
O Diagnóstico revelou que, muitas vezes, “a conta não fecha” ao avaliar a relação entre planejamento e resultado. Esse é um ponto de alerta que reflete a dificuldade – ou até a impossibilidade – de expansão ou até mesmo a sobrevivência de projetos essenciais para o desenvolvimento das comunidades locais.
Interesse em crescer
Entre as organizações pesquisadas, 40 delas expressaram interesse em crescer, porém possuem pouco planejamento ou não o colocaram em prática. Esse grupo corresponde a um perfil com maior maturidade de gestão, entretanto, lhes falta estrutura para alicerçar ou motivar esse crescimento: recursos financeiros e humanos e uma comunicação eficiente
Atuações reais para gerar referência
O Diagnóstico de Maturidade também teve como objetivo identificar desempenhos bem-sucedidos que poderiam formar uma base de melhores práticas. Dessa forma, exemplos de atuação poderão ser adaptados para servir como modelo, com as devidas adaptações, para apoiar o desenvolvimento de outras instituições. Estes são exemplos dos pontos positivos identificados pelo mapeamento:
selhos estabelecidos, práticas de transparência institucional e procedimentos internos bem organizados. Além desses, outros aspectos essenciais já fazem parte da rotina de boa parte das instituições. Embora alguns não estejam totalmente adaptados ao seu máximo potencial, foi possível notar que necessitam apenas de aprimoramento ou ajustes específicos.
Metodologia de análise que valoriza detalhes e particularidades
Todas as visões trazidas pelo mapeamento foram possíveis graças a uma metodologia exclusiva, composta por três dimensões de análise (porte, ambição de impacto e maturidade), subdivididas em dez categorias. A abrangência desses fatores avaliados permite diferentes índices, que traduzem vários aspectos da realidade das instituições.
As dez categorias apresentadas são: Planejamento estratégico, Foco no beneficiário, Resultado e impacto, Recursos humanos, Captação de recursos e comunicação, Gestão do conhecimento e da informação, Gestão de processos, Liderança, Governança e Tomada de decisão estratégica.
O Diagnóstico mostra pontos específicos a serem desenvolvidos e identifica boas práticas que podem ser replicadas.
Tomada de decisão estratégica: De acordo com a definição aplicada a essa categoria, mais da metade das OSCs possuem processos claros, com tarefas diárias e estrutura organizacional bem definida.
Governança : A maioria das organizações possui rotinas de governança estruturadas, como diretoria e con-
Além do extenso relatório elaborado pela Ago Social com análises do Diagnóstico de Maturidade, foram produzidos dois materiais adicionais de suporte para a FEAC. O primeiro é um dashboard para gerar pesquisa e ajudar nas avaliações, comparações e definições de projetos por região, porte, ambição e maturidade. O outro produto foram relatórios individuais por organização, entregues a cada uma delas, com orientações sobre como usar as informações e recomendações personalizadas de caminhos de desenvolvimento. Com esse conjunto de conteúdo e ferramentas, o Diagnóstico de Maturidade das OSCs certamente se torna uma importante estratégia para apoiar a missão da Fundação FEAC e promover o bem-estar social de forma equânime em Campinas, além de inspirar outros contextos e locais, potencializando, assim, seu papel de agente de transformação social.
Criada em 1964, a Fundação FEAC atua na missão de reduzir as vulnerabilidades sociais, por meio da promoção humana, da assistência, da educação, e do bem-estar social, com prioridade à criança e ao adolescente na cidade de Campinas (SP). Ao longo da sua atuação, a Fundação FEAC teve parceria com mais de 100 organizações e somente nos últimos vinte anos investiu cerca de R$300 milhões em projetos sociais.
Foto: arquivopessoal
Por Chris Figueiredo Coordenadora de Relações Institucionais do Pacto de Promoção da Equidade Racial
ESSE ENFOQUE NÃO APENAS CONTRIBUI PARA CUMPRIR METAS SOCIAIS, MAS TAMBÉM PROMOVE JUSTIÇA E INCLUSÃO NO
AMBIENTE EMPRESARIAL E IMPACTA POSITIVAMENTE A SOCIEDADE
Aadoção de métricas de responsabilidade social, ambiental e de governança, amplamente conhecidas como ESG (Environmental, Social, and Governance), vem ganhando espaço entre as empresas que buscam alinhar seus propósitos e práticas às demandas da sociedade. Dentro desse contexto, o ESG Racial desponta como uma abordagem essencial ao tratar da importância de se incluir a equidade racial como um pilar fundamental.
O ESG Racial foca especificamente na promoção da equidade racial dentro das práticas sociais de uma empresa, ajudando a combater desigualdades históricas e estruturais.
Ele é baseado na criação de condições mais equitativas para pessoas de todas as raças, com um enfoque especial na superação do racismo e na promoção da inclusão. Isso envolve políticas que garantam maior representatividade, acesso e oportunidades a profissionais negros, especialmente em posições de liderança.
A importância do ESG Racial e sua integração ao pilar social do ESG
No ESG, a responsabilidade social é um dos pilares centrais, e a inclusão do ESG Racial fortalece o componente “S” ao tratar diretamente das desigualdades raciais. Em um país como o Brasil, onde a população negra compõe uma grande parte da força de trabalho,
mas encontra-se historicamente sub-representada em cargos de liderança, essa abordagem é urgente e necessária. Ao adotar o ESG Racial, a justiça social é vista como parte integrante de uma estratégia empresarial saudável e sustentável.
Segundo dados de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as pessoas negras representam 56% da população brasileira. No entanto, essa proporção não é refletida nas empresas, principalmente em cargos executivos. Estudos mostram que apenas 4,7% dos cargos de alta liderança nas 500 maiores empresas do país são ocupados por pessoas negras, o que aponta para a disparidade na representatividade e destaca a importância de promover a equidade racial.
Benefícios do ESG Racial para as Empresas
Adotar o ESG Racial traz benefícios diretos e indiretos para as empresas, impactando desde a atração de talentos até a sua reputação e competitividade:
Aspectos internos:
• Atração e retenção de talentos: Uma cultura inclusiva e diversificada é capaz de atrair uma gama mais ampla de talen-
tos, o que se traduz em melhores ideias, inovação e criatividade. Profissionais, especialmente os mais jovens, buscam ambientes de trabalho alinhados a seus valores e priorizam empresas comprometidas com a diversidade e a inclusão.
• Engajamento e produtividade: Quando os colaboradores sentem-se representados, respeitados e apoiados, há um aumento no engajamento e na produtividade. Um ambiente que promove a inclusão e o respeito contribui para que cada funcionário se sinta valorizado e mais motivado a dar o seu melhor.
Aspectos externos:
• Reputação e posicionamento no mercado: Empresas comprometidas com a equidade racial fortalecem sua imagem perante clientes, parceiros e a sociedade. Isso não só melhora a reputação, mas também atrai consumidores que priorizam marcas com práticas éticas e inclusivas.
• Contribuição para a sociedade: O compromisso com a equidade racial vai além dos muros corporativos e gera impactos positivos em toda a sociedade, reduzindo a desigualdade social e econômica e reforçando o papel das empresas como agentes de transformação.
Como colocar o ESG Racial em prática
Para as empresas que desejam implementar o ESG Racial, seguem algumas estratégias práticas que podem nortear essa transformação:
• Medição e monitoramento:
Utilizar índices como o Índice ESG de Equidade Racial Setorial e o Índice IEER (saiba mais pelo QR code desta matéria) permite que a empresa compreenda seu posicionamento em relação
à equidade racial e estabeleça metas específicas para melhorar a diversidade racial em todos os níveis hierárquicos. Esses dados fornecem uma base para ajustar as práticas de contratação, remuneração e desenvolvimento de carreira, além de mensurar os avanços.
1. Desenvolvimento de políticas e práticas inclusivas: É fundamental criar programas específicos de recrutamento,
O terceiro setor, que possui experiência em causas sociais, constrói um caminho de maior eficácia e gera resultados de longo prazo ao apoiar o ESG Racial nas empresas.
desenvolvimento e promoção voltados para profissionais negros. Esses programas precisam garantir que todos os colaboradores, especialmente aqueles de grupos historicamente marginalizados, tenham as mesmas oportunidades de crescimento e acesso a posições de liderança.
2. Treinamentos e sensibilização: Investir em treinamentos sobre conscientização racial e educação antirracista e antidiscriminatória é primordial para promover uma cultura de respeito e inclusão. Esses treinamentos ajudam a sensibilizar todos os funcionários e colaboradores, criando um ambiente acolhedor e consciente.
3. Apoio à ascensão de mulheres negras: O índice que analisa a posição das mulheres negras no mercado de trabalho brasileiro mostra a desproporcionalidade enfrentada por esse grupo em comparação com homens brancos, mulheres brancas e homens negros. Empresas que promovem programas de mentoria, qualificação e apoio ao
desenvolvimento de carreira de mulheres negras contribuem significativamente para corrigir essa desigualdade.
O papel das organizações sociais e negócios de impacto
Organizações sociais e negócios de impacto têm uma função fundamental em apoiar as empresas na implementação do ESG Racial. Essas instituições oferecem consultoria especializada, ajudando empresas a desenvolverem políticas de inclusão e diversidade que são alinhadas às melhores práticas do mercado. Além disso, ONGs e negócios de impacto que trabalham com educação, qualificação profissional e promoção de lideranças podem fornecer uma rede de talentos qualificados, auxiliando empresas a identificarem profissionais negros capacitados e prontos para assumirem posições de liderança, por exemplo. Essas parcerias não apenas enriquecem o ambiente corporativo, mas também oferecem uma nova fonte de recursos para as organizações sociais, que podem expandir suas ações e impactar mais vidas.
Uma transformação necessária
O ESG Racial é uma prática para que o mercado de trabalho brasileiro seja mais justo, representativo e inclusivo. Empresas que se dedicam a promover a equidade racial não fortalecem apenas seu quadro de colaboradores, mas criam um impacto positivo e duradouro na sociedade como um todo, contribuindo para a correção de desigualdades.
Saiba mais sobre o Pacto de Promoção da Equidade Racial, o Índice ESG de Equidade Racial Setorial e o Índice IEER:
Por Fabíola Melo Editora-chefe
QUAIS TEMAS VÃO PAUTAR AS DECISÕES E A EVOLUÇÃO DO SETOR?
EM QUE ASSUNTOS PRECISAMOS FICAR ATENTOS NO PRÓXIMO ANO?
ESSAS RESPOSTAS PODEM FAZER A DIFERENÇA PARA UM FUTURO MAIS
CONSOLIDADO DO EMPREENDEDORISMO SOCIOAMBIENTAL
Existe uma frase bastante popular, de autoria desconhecida, que define “sorte”: é quando a preparação encontra a oportunidade.
Embora a palavra "sorte" não traduza nem a intenção nem os bons resultados do setor de impacto positivo, não podemos negar que o conjunto “preparação + oportunidade” pode fazer toda a diferença. Quando a AGORA se propõe a trazer tendências, a ideia é justamente mostrar possibilidades e caminhos para que empreendedores socioambientais planejem estratégias favoráveis aos seus projetos. Do mesmo modo, as tendências podem indicar qual é a preparação necessária para que importantes oportunidades não sejam perdidas.
Para chegar a essas tendências, uma pesquisa ouviu mais de 300 pessoas, entre gestores de OSCs e negócios de impacto, captadores de recursos, profissionais das áreas de sustentabilidade de empresas, dinamizadores do setor e representantes da filantropia e do investimento social. Além disso, contamos com a visão do time da Ago, que atua diariamente nesse meio de campo entre quem investe e quem atua no campo. Um ponto interessante dentro dessa pesquisa mostrou que 36% dos empreendimentos não fariam um planejamento para 2025 ou que até gostariam de ter um plano de ação, mas não sabiam por onde começar.
Essa realidade é preocupante e reforça a importância de conhecer tendências e atuar a partir delas. Afinal, podem ser um ótimo ponto de partida para que OSCs e negócios socioambientais alcancem bons resultados no próximo ano.
Quer um exemplo? A Inteligência Artificial foi o segundo tema mais citado como tendência, mostrando que o nosso setor estará voltado a aplicar cada vez mais esse recurso. Isso significa que quem não se atualizar e aprender a tirar o máximo proveito da IA ficará em desvantagem e, potencialmente, perderá muitas chances de agilizar processos, atrair recursos e alavancar os seus projetos.
Saber para onde o setor está olhando é a base para acompanhar o mesmo movimento e avançar em aspectos internos que sejam necessários. Os grandes temas de 2025 apresentados aqui estarão em discussão, serão foco de debates, eventos e cursos, e você precisa se manter atualizado para dialogar a respeito disso e ter mais chances de se conectar com a sua comunidade, apoiadores, parceiros e patrocinadores.
Talvez alguns desses temas já sejam bastante familiares, mas a pergunta que fica é: ainda assim, você está preparado para falar sobre eles e aproveitar as oportunidades que podem trazer? Desafie-se a ler a matéria até o final antes de responder!
Não é surpresa que o tema mais esperado para 2025 seja o meio ambiente. Em tempos recentes, estamos testemunhando eventos climáticos extremos ao redor do planeta – enchentes, furacões, incêndios, nevascas…
Esse cenário se reflete na atenção que esse tema recebe globalmente e no quanto está no centro dos debates dos órgãos internacionais e entre grandes
lideranças mundiais. Mesmo em eventos do setor de impacto positivo, nacionais e internacionais, as questões ambientais ocupam um espaço importante nas discussões.
Toda essa relevância também pode ser medida pelos desdobramentos e subcategorias que têm origem no foco ambiental. Trata-se de um grande guarda-chuva sob o qual muitas outras questões estão relacionadas.
A próxima Cúpula do Clima da ONU acontecerá em solo brasileiro. Belém (PA) receberá lideranças de todo o mundo, representantes de governos, ONGs, academia, corporações e sociedade para dialogar sobre soluções. A COP 29, realizada recentemente no Azerbaijão, foi marcada por polêmicas e deixou clara a necessidade de mobilizações regionais, setorizadas e conjuntas para a preservação da biodiversidade e a mitigação dos efeitos da emergência climática. A dificuldade em alcançar consenso resultou em compromissos abaixo do esperado e do necessário – para reduzir a temperatura global e garantir apoio financeiro dos países ricos às nações mais pobres e vulneráveis. Isso coloca uma grande expectativa sobre a COP no Brasil: qual será a dimensão dos acordos firmados em território brasileiro?
Os impactos negativos da degradação ambiental afetam diretamente as pessoas em vários níveis: saúde, moradia, sobrevivência de comunidades locais, desemprego em regiões afetadas, prejuízos para produtores rurais, encarecimento dos alimentos e sobrecarga no sistema de saúde pública.
“Considerando que dois terços da população brasileira vive no bioma Mata Atlântica, é também sobre a qualidade de vida, bem-estar e segurança das pessoas”, lembra Márcia Hirota, presidente da Fundação SOS Mata Atlântica. Ela reforça que a degradação ambiental tem consequências diretas na vida das pessoas e, por isso, “a proteção da biodiversidade e a restauração das florestas são pontos de partida”, afirma.
Respostas eficientes para esses desafios precisam ser sistêmicas. Soluções paliativas ou isoladas não serão suficientes.
O interesse global na preservação da Amazônia coloca o Brasil no centro das atenções para investimentos de diferentes portes, tanto internos quanto externos. Além disso, a economia regenerativa deve ganhar ainda mais relevância. Essa abordagem econômica busca substituir a lógica tradicional de exploração dos recursos naturais por sistemas regenerativos de consumo e produção, utilizando recursos de forma renovável.
Um exemplo dessa tendência é a regulação do mercado de carbono. O Brasil já aprovou leis que permitem a compra e venda de créditos de carbono por empresas, incentivando a redução de emissões de gases. Negócios de impacto e organizações socioambientais já estão atuando nesse mercado.
Gustavo Luz, head do Fundo Vale, amplia essa perspectiva ao prever que “uma tendência forte é o aprofundamento das discussões sobre como financiar soluções de impacto positivo; como fazer com que o dinheiro chegue aos beneficiários finais, com blended finance, mecanismos financeiros e parcerias público-privadas”
Especialmente para negócios de impacto, 2025 promete ser um ano de avanços na chamada “economia de impacto”. Iniciativas como a Enimpacto (Estratégia Nacional de Economia de Impacto) e o Simpacto (Sistema Nacional de Economia de Impacto), promovidas pelo governo federal, oferecem capital, conhecimento e conexões entre diversos atores envolvidos. Essas iniciativas já demonstram resultados promissores em estados como Espírito Santo e Rio Grande do Norte. Esse contexto, somado à busca por soluções regenerativas e sustentáveis, abre espaço significativo para fortalecer negócios de impacto dedicados a temas ambientais.
O ano de 2025 desponta como um momento no qual o meio ambiente ganha protagonismo não apenas como uma pauta de urgência, mas também como um campo fértil para inovação, investimentos e fortalecimento de negócios de impacto. Cabe ao setor de impacto aproveitar essa oportunidade para liderar soluções regenerativas em que preservação ambiental e justiça social caminham juntas.
Ocenário pode gerar tensão: o contramovimento vindo de grandes empresas que estão abandonando políticas de ESG (Ambiental, Social e Governança); a geopolítica mundial em alerta pelas guerras; e a ascensão de lideranças mundiais que fazem aberta oposição a medidas relacionadas à proteção ambiental. Por outro lado, também pode ser um momento de inflexão importante: a hora de separar o que é compromisso social e ambiental verdadeiro do que é washing (ações com o objetivo exclusivo de construir uma boa imagem).
A partir de agora, as empresas serão testadas de verdade, e o fato de este tema ter sido amplamente lembrado na nossa pesquisa mostra que ele estará sob holofotes no próximo ano.
Vamos pensar juntos. No Brasil, temos uma economia fóssil (baseada em energia de origem fóssil, como o petróleo, e que é altamente poluente) perdendo espaço para alternativas mais sustentáveis. A regulamentação do mercado de carbono tem avançado. Existe um crescimento na demanda por energias limpas e renováveis. A força de trabalho mais jovem vem com um desejo cada vez maior de conciliar trabalho e qualidade de vida. Existe uma consciência maior entre grupos minorizados na busca por respeito e dignidade.
posicionamento.
Ainda falando do contexto nacional, temos condições regulatórias favoráveis, como o próprio mercado de carbono e o apoio aos negócios de impacto. No que se refere ao ESG, também há expectativas nesse sentido. Para Marcel Fukayama, membro do CDESS (Conselhão da Presidência da República), haverá uma evolução no processo de padronização das métricas sociais e ambientais. “Veremos novas jurisdições ao redor do mundo adotarem padrões, bem como o lançamento de novas referências que oferecerão uma harmonização nos padrões”, acredita.
Para as empresas que se comprometerem com o ESG não bastará ter um discurso bonito, elas terão que integrá-lo profundamente em suas operações e decisões.
Esses são apenas alguns fatores favoráveis às políticas e ações de ESG. Se, por um lado, algumas marcas e empresas optam por abrir mão da responsabilidade socioambiental, por outro, as que se mantiverem verdadeiramente firmes em seu papel social terão um público consumidor fiel e vertentes investidoras apoiando esse
Cristiano Lagôas, presidente da Associação Brasileira de ESG, também entende que as empresas terão que dedicar maior atenção à integridade de suas práticas. Em sua visão, “a maior tendência do setor de ESG para 2025 será o aumento da pressão regulatória e a necessidade de maior transparência e responsabilidade”. Isso porque as empresas estarão sob o olhar permanente do mercado, que buscará divulgações detalhadas e rigorosas. Com isso, a confiança dos investidores deve crescer em relação aos negócios comprometidos (comprovadamente) com práticas sustentáveis.
O cenário para ESG em 2025 será desafiador, mas cheio de oportunidades para quem realmente abraçar a responsabilidade socioambiental.
ORGANIZAÇÕES MAIS FORTES, IMPACTO MAIS CONSISTENTE
Falar de desenvolvimento institucional é considerar um grande guarda-chuva que contém uma variedade de áreas. Por essa razão, reunimos em um só todos os aspectos citados na pesquisa e que interferem diretamente na sustentabilidade organizacional.
A opção por agrupar esses temas considerou que eles fazem parte do conjunto de ações e definições pelas quais a gestão de uma organização ou negócio de impacto é responsável. Consequentemente, esses fatores podem interferir nos resultados e na manutenção do impacto gerado. Em outras palavras, sem fortalecimento interno, o impacto entra em risco.
mente em São Paulo chegou a três mil!
A sustentabilidade das OSCs começa de dentro, com gestão eficiente e processos estruturados.
Se levarmos em conta que, na pesquisa da Ago, mais de um terço do público afirmou que seu empreendimento cresceu menos que o planejado ou enfrentou mais dificuldades em 2024 do que no ano anterior, olhar para questões internas é crucial. Outro dado reforça a importância da saúde institucional: em 2024, o número de OSCs que fecharam as portas so-
A estruturação interna e dos diferentes processos organizacionais precisa ser prioridade para gestores de organizações sociais. Investir nesse desenvolvimento representa ganhos decisivos: processos mais eficientes e ágeis, melhores resultados, maior confiança dos apoiadores e um ambiente de trabalho mais saudável e estimulante para funcionários e voluntários. A tendência se confirma pelo fato de que as empresas estão cada vez mais parcerias com organizações sociais e negócios de impacto para realizar suas práticas de impacto positivo - pelas quais são cobradas. Por esse motivo, essas organizações precisam estar mais preparadas e estruturadas por exemplo, com políticas de LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), processos estabelecidos de captação de recursos, governança etc. Ou seja, o fortalecimento interno é o princípio de boas mudanças que só tendem a refletir no impacto externo!
No contexto do desenvolvimento institucional, a Inteligência
Artificial (IA) é, sem dúvida, uma das ferramentas mais promissoras para apoiar organizações socioambientais e negócios de impacto em diversos aspectos. Ela foi, inclusive, a segunda tendência mais citada entre os participantes da nossa pesquisa, mostrando que há uma grande expectativa de que as novas tecnologias estejam no centro das atenções e, entre elas, a IA se destaca como protagonista.
Apesar de envolver dilemas éticos e questões regulatórias, os potenciais e benefícios da IA são inegáveis. No Terceiro Setor, grandes instituições e eventos importantes têm incluído palestras, painéis e cursos sobre o tema em suas programações. O presidente da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), Fernando Nogueira, acredita que a adoção da IA será cada vez mais expressiva. Para ele, a ferramenta pode ajudar as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) a aprofundar o conhecimento sobre suas causas, beneficiários, parceiros e doadores, contribuindo para uma captação de recursos mais eficiente.
Vanessa Prata, diretora-executiva da ponteAponte, consultoria em investimento social e filantropia, reforça que as organizações precisam saber utilizar as ferramentas de IA de maneira es-
tratégica. Contudo, ela alerta: “Não dá para pensar que elas substituirão uma pessoa. A ideia é aprender como tirar um proveito cada vez melhor dessas tecnologias”, destaca.
Talvez todos concordem que a Inteligência Artificial seja um recurso capaz de facilitar a rotina das OSCs e negócios de impacto. Entretanto, muitas dúvidas persistem sobre como começar e onde aplicá-la. Pensando nisso, o Canal SabIAr estruturou um guia com dicas para apoiar as instituições na adoção estratégica da IA. Estas são algumas das 20 aplicações sugeridas:
Captação de recursos: análises e previsões; pesquisa de potenciais doadores; segmentação de públicos; planejamento de estratégias de captação; criação de scripts; elaboração de projetos para parcerias e patrocínios; auxílio no preenchimento de editais.
Comunicação e marketing: criação de textos para redes sociais, e-mails e pitches; roteiros de vídeos; estruturação de apresentações institucionais; planejamento de comunicação; geração de novas ideias de conteúdo.
Gestão financeira: análise de planilhas de despesas e re-
Cabe a cada organização decidir como usar essa ferramenta de forma sábia e estratégica, garantindo que a tecnologia esteja sempre a serviço do impacto positivo.
ceitas; identificação de gargalos financeiros; criação de relatórios de prestação de contas; comparação de períodos para detectar tendências (de gastos e de arrecadação, por exemplo).
A revolução trazida pela Inteligência Artificial é uma aliada poderosa para a inovação e eficiência das OSCs e negócios de impacto. No entanto, esse avanço deve ser acompanhado de planejamento, capacitação e alinhamento aos valores institucionais, sem negligenciar os impactos sobre o bem-estar das equipes. Que a IA seja o foguete que nos leve mais longe, mas sempre com os pés firmes em nossa missão, lembrando que o elemento humano continua sendo insubstituível.
A verdade é que com a IA é possível ter ganhos na captação de recursos, na comunicação, na eficiência, na gestão, mas é preciso ter cuidado na aplicação. É o que observa Cássio Aoqui, cofundador do Canal SabIAr, plataforma criada
para discutir o uso da IA no campo social. Ele levanta pontos importantes:
Muitas pessoas utilizam as ferramentas de forma individual, optando por versões gratuitas ou investindo em assinaturas próprias para aumentar sua produtividade em atividades realizadas na OSC;
Um fator de atenção crucial para as organizações é a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e as políticas internas de uso de dados, já que qualquer informação inserida nas ferramentas pode alimentar a IA, disponibilizando esses dados para as empresas desenvolvedoras.
Outro aspecto relevante levantado por Cássio (e que por si só poderia ser encarado como tendência para todos os setores de trabalho) é a saúde mental. Ele reflete sobre como o sistema atual utiliza a IA para intensificar o ritmo de trabalho, o que pode gerar altas taxas de ansiedade e outras questões psicológicas. “No SabIAr, defendemos que a IA deve ser usada de maneira sábia: priorizando tarefas que podem ser realizadas com mais eficiência pela máquina, enquanto reservamos tempo para trazer criatividade e sentimentos – elementos que fazem toda a diferença na atuação no campo social e socioambiental”, conclui.
O e-book Uso prático da IA no campo social: um guia para iniciantes é gratuito e traz formas de aplicação da IA no cotidiano das organizações sociais, além da recomendação de 30 ferramentas!
Apandemia deixou alguns legados indiscutíveis na comunicação humana: encurtou distâncias com as conversas online e agilizou a vida profissional com reuniões e eventos por videochamadas. Mas a necessidade natural de convívio social prevaleceu, e o desejo de ampliar conexões no contato presencial voltou com toda a força. Para se ter uma ideia, a expectativa da União Brasileira dos Promotores de Feiras (UBRAFE) era alcançar, em 2024, a plena recuperação, retomando os resultados do período pré-pandemia.
O setor de impacto positivo reflete essa realidade. Um termômetro desse fato é o crescimento do número de congressos, feiras e outros eventos, apoiado pela expansão das temáticas e pela regionalização de encontros, que levam oportunidades a públicos específicos ou que não têm a chance de se deslocar. Além disso, os eventos mais tradicionais do ecossistema têm comemorado um aumento crescente de participantes. Outro cenário relevante é o investimento que empresas, institutos e fundações situados em grandes centros (principalmente no Sudeste) fazem na geração de impacto positivo em outras regiões. A distância geográfica trouxe, como solução, as formações e contatos no formato on-line, por uma questão de logísticas e custos. No entanto, com o tempo, muitas dessas iniciativas passaram a sentir falta de uma aproximação presencial para intensificar o impacto, levando ao modelo híbrido, com parte das atividades acontecendo presencialmente.
A tendência do retorno ao presencial também se confirma na educação voltada ao desenvolvimento de OSCs e
negócios de impacto. Um exemplo vem do investimento que empresas, institutos e fundações situados em grandes centros (principalmente no Sudeste) fazem na geração de impacto positivo em outras regiões. A distância geográfica trouxe, como solução, as formações e contatos no formato on-line, por uma questão de logísticas e custos. No entanto, com o tempo, muitas dessas iniciativas passaram a sentir falta de uma aproximação presencial para intensificar o impacto e garantir uma transformação, levando ao modelo híbrido, no qual parte das atividades acontecendo presencialmente.
Estudos mostram diversos benefícios das interações presenciais: liberam ocitocina, o “hormônio do bem-estar”, reforçando o senso de pertencimento e a confiança; ajudam a construir conexões mais profundas; potencializam o foco e o aprendizado; e proporcionam interações mais autênticas e imersivas. O presencial traz vantagens tanto para organizadores quanto para participantes. A proximidade física, o olho no olho e o aperto de mãos geram engajamento e oferecem experiências que o virtual não consegue replicar. Desde a espontaneidade das conversas até o impacto sensorial dos ambientes, esses encontros representam mais do que networking – são possibilidades de inspiração, crescimento e inovação. Mas, principalmente, essa retomada significa um reencontro com a essência da interação humana.
Dicas para aproveitar um encontro presencial:
• Prepare-se para garantir o foco!
• Defina objetivos, pesquise previamente os assuntos e as pessoas. Atualize sua apresentação pessoal e a de sua organização. Separe cartões de visita ou outros materiais.
• Seja ativo e intencional para não deixar oportunidades escaparem!
• Ouça atentamente, dialogue com curiosidade e interesse. Se for possível, aborde pessoas estratégicas.
• Registre tudo e planeje para fazer valer a pena!
• Organize as informações e os insights. Depois, faça um planejamento para gerar ações efetivas.
CONHECIMENTO QUE NÃO VAI PARA A PRÁTICA NÃO GERA RESULTADO
Esta matéria não se encerra aqui. Ela é um convite para que você, leitor, se posicione como protagonista das transformações que 2025 exige. Independentemente de seu papel – gestor, empreendedor ou apoiador –, você pode impactar positivamente seu entorno e fortalecer o ecossistema como um todo.
Como sua organização ou negócio está alinhado a essas tendências? Quais práticas você pode aprimorar ou adotar para estar à frente neste ano? O impacto positivo não é apenas uma meta; é uma jornada contínua. Comece a traçar o caminho.
Estamos em um momento em que o setor de impacto positivo assume um papel crucial na sociedade. As cinco grandes tendências apresentadas – meio ambiente, ESG, desenvolvimento institucional, conexões presenciais e inteligência artificial – estão interligadas, apontando para soluções integradas, colaborativas e estrategicamente alinhadas. Juntas, elas trazem desafios, mas também revelam oportunidades concretas para quem está preparado para agir. O meio ambiente emerge como um tema transversal que afeta governo, empresas e sociedade, por isso, OSCs e negócios de impacto têm uma chance única de desenvolver estratégias alinhadas a essa pauta prioritária e suas vertentes. Como ressalta Lina Useche, cofundadora da Aliança Empreendedora, “o que tenho visto é um realinhamento de narrativas mais conectadas com o clima, a resiliência climática e a justiça climática. Tem ficado cada vez mais forte a integração entre o social e o ambiental”
Por que agir com base nas tendências?
Mapear tendências futuras abre espaço para que atores do setor se antecipem às mudanças e se preparem para transformar suas realidades. Entre os principais benefícios estão:
Inovação: Atender às novas demandas de forma criativa e diferenciada.
Planejamento Estratégico: Direcionar recursos e ações com mais eficiência.
Resiliência e Gestão de Riscos: Minimizar impactos negativos e aumentar a capacidade de adaptação.
Conexão com o Público e Parceiros: Fortalecer o engajamento e a fidelização.
Tudo começa com autoconhecimento organizacional. Avalie sua estrutura interna e, em seguida, considere as externalidades.
Agora, veja como cada tendência pode ser transformada em ação prática:
Pesquise a respeito dos temas de justiça climática, biodiversidade, biomas locais, economia regenerativa, entre outros, e veja se a atuação do seu projeto ou negócio tem pontos de sinergia com algum deles. Informe-se a respeito de investimento filantrópico e projetos de ESG de empresas para identificar se a sua atuação pode contribuir na geração de algum impacto social ou ambiental a partir dessas te -
máticas. Por fim, pense em desenvolver projetos que dialoguem com essas oportunidades.
ESG
Identifique sinergias com as políticas de sustentabilidade das empresas. Estruture projetos com causas alinhadas a esses objetivos, como empreendedorismo, biodiversidade, inclusão produtiva, circularidade, educação ambiental, agricultura sustentável.
Desenvolvimento institucional
Crie ou atualize seu plano anual, fortaleça a gestão e a governança e invista na capacitação da equipe. Melhore a transparência e defina estratégias para arrecadar recursos financeiros livres. Busque acelerações e outras formações. Fortaleça a captação de recursos como pilares do impacto.
Inteligência artificial
Explore ferramentas gratuitas de IA. Use para estruturar de captação, para construir apresentações, fazer designs de posts, elaborar textos, fazer pesquisas etc. Procure aprender como utilizar esses recursos de forma a otimizar o seu tempo.
Participe de eventos relevantes, defina metas claras para networking e aproveite as oportunidades para estabelecer parcerias.
O futuro do setor de impacto positivo será moldado pelas ações que tomamos hoje. Seja como líder de uma OSC, empreendedor socioambiental ou apoiador de causas transformadoras, use o conhecimento para transformar tendências em práticas concretas e ampliar seu impacto no mundo.
2025 chegou. O que você fará para tornar este ano um marco na história do impacto positivo?
Adaptação Proativa
OSCs e negócios de impacto podem adaptar seus modelos de atuação, operações e posicionamentos de forma proativa, aproveitando oportunidades.
Comunicação e Visibilidade
Liderar mudanças ou se posicionar perante assuntos de interesse do setor tende a gerar maior visibilidade e credibilidade.
Avaliação
Interna
Qual é a causa e como ela conversa com cada tendência? Quais soluções podem ser aplicadas ou quais podem ser desenvolvidas? Quais são os possíveis parceiros para os novos planos?
Parcerias Estratégicas
Com base nas tendências é possível identificar possíveis parceiros estratégicos que já estejam alinhados às novas demandas ou com recursos complementares para inovação.
Treinamento e Capacitação
Organizações podem investir na formação de suas equipes para enfrentar os desafios que as tendências apontam, garantindo que seus profissionais e voluntários estejam prontos para lidar com as novas exigências do setor.
Foto: divulgação
Agentes
Empreendimento:
Trilha do Aprendiz
Manaus (AM)
Programa: Ambev VOA + 20 mil empreendedores e profissionais do setor alcançados!
os números do NOSSO impacto
240 professores e facilitadores
26 Estados + DF 824 Cidades + de 5 países
39 mil pessoas recebem a Revista AGORA nos formatos digital e impresso
Foto: divulgação
Agente
Empreendimentos:
Gruppo Gaya e Projeto Vita Maker
Pelotas (RS)
Curso Ago Social: Captação Inteligente
Agente de mudança: Mayris Nascimento
Empreendimento: Nosso Mangue
Maceió (AL)
Programa: BTG Soma Meio Ambiente
Agente de mudança: Alexandre César Pinheiro Júnior
Empreendimento:
Instituto Ecoo Mairiporã (SP)
Programa: Nutrir+ Citrosuco
Agente de mudança: Maria Aline Correia de Souza Schimidt
Empreendimento: Federação Habitacional do Sol NascenteFEHSOLNA
Sol Nascente (DF)
Programa: Ambev VOA
ATrilha do Aprendiz se dedica à causa da inclusão e capacitação de jovens para o mercado de trabalho. “A missão é preparar os jovens para que se tornem protagonistas de suas jornadas profissionais ao mesmo tempo que promovemos a inclusão e o impacto socioambiental”, con-
Agente de mudança: Helen Luciane Silva de Araújo e Erick de Araújo Mattos
Empreendimento: Trilha do Aprendiz - Manaus (AM)
Programa: Ambev VOA
Ecoo faz um belíssimo trabalho de reconstrução de florestas e recuperação de áreas degradadas, utilizando a tecnologia sintrópica (prática agrícola regenerativa). As atividades envolvem atualmente quase duzentas famílias em vulnerabilidade econômica e social das cidades de Mairiporã e São Bernardo do Campo (SP). As pessoas trabalham no cultivo das áreas e, assim, conquistam uma renda. O objetivo do Instituto é ampliar
esse modelo para outras localidades. “A gente tem [no Brasil] muita área que está abandonada e totalmente degradada. A ideia é consorciar nelas a construção da floresta junto com produção de alimento”, explica Alexandre Júnior. No caminho para essa meta, ele participou do programa Nutrir+, que o empreendedor encara como um divisor de águas. “Embora o instituto já exista há 30 anos, e regularizado, nunca havíamos usado nenhum processo de gestão. A gente fazia de forma mais sensitiva, dentro da nossa expertise pessoal. Então, participar do programa nos deu ferramentas para poder desenvolver melhor a nossa gestão”, ele compartilha.
Agente de mudança: Alexandre César Pinheiro Júnior
Empreendimento: Instituto Ecco - Mairiporã (SP)
Programa: Nutrir+ Citrosuco
ta Helen, cofundadora do projeto. “Buscamos solucionar as dificuldades das empresas em encontrar, contratar e reter jovens motivados, oferecendo ferramentas e soluções inovadoras que alinham os perfis dos aprendizes às necessidades das empresas”, completa.
O Brasil enfrenta o desafio de ter 11 milhões de jovens fora da escola e do mercado de trabalho. Diante disso, “Nosso objetivo até 2030 é capturar 10% das vagas ociosas no mercado nacional”, ela conta.
Com um ano e meio de atuação, a Trilha do Aprendiz já impactou diretamente mais de 1.200 jovens. Den-
tre esses, 560 foram mentorados diretamente e cerca de 30% deles conseguiram se inserir no mercado de trabalho. Para Helen, a experiência de ser aluna do Programa Ambev VOA é transformadora, pois oferece uma oportunidade única de crescimento e desenvolvimento organizacional em diversos aspectos.
Foto: arquivopessoal
Oprojeto de profissionalização e empreendedorismo realizado pela FEHSOLNA é de profissionalização e empreendedorismo que já alcançou até aqui cerca de 3.500 pessoas. O objetivo do trabalho é se tornar uma potência com polos de empreendedorismo e costura.
Maria Aline conta que a experiência de ser aluna do programa Ambev VOA está sendo muito importante. Ela destaca a experiência de poder aumentar o conhecimento e desenvolver uma visão que auxilia para a expansão do projeto. “Desde o início, estamos aprendendo a organizar nossa instituição e determinar metas, e isso tem sido fundamental para o nosso desenvolvimento e visão de crescimento!”, conta a empreendedora.
Agente de mudança: Maria Aline Correia de Souza Schimidt
Empreendimento: Federação Habitacional do Sol Nascente - FEHSOLNA - Sol Nascente (DF)
Programa: Ambev VOA
Foto: NossoMangue
Agente de mudança:
Mayris Nascimento
Empreendimento: Nosso Mangue - Maceió (AL)
Programa: BTG Soma Meio
Ambiente
Mangue atua em favor de uma causa emergencial da atualidade: a mitigação das mudanças climáticas. O projeto faz isso por meio da recuperação, preservação e conservação dos manguezais. Com a meta de reflorestar 20 hectares de mangue até o final de 2025, 80 famílias que vivem da pesca serão beneficiadas diretamente, sem contar outras 5 mil pessoas na
Foto: arquivopessoal
OGruppo Gaya
é um escritório socioambiental de apoio administrativo, contábil, ambiental e de captação de recursos. A missão é amparar outras ONGs com o objetivo de ampliar o impacto socioambiental positivo de todas elas, que
comunidade local.
Com a aceleração BTG Soma Meio Ambiente, Mayris teve a oportunidade de fortalecer o modelo de negócio. Ela conta que dentro do programa o foco foi estruturar o setor financeiro e descentralizar a origem do capital de uma única atividade. “Realizamos a revisão dos nossos processos, o que resultou em um aumen-
formam a rede Gaya. Hoje são 4 instituições atendidas, com mais de mil beneficiários.
Já o projeto VITA MAKER oferece para a comunidade uma bonificação para toda pessoa que destinar seus resíduos de forma consciente: para cada quilo de resíduo entregue seco e limpo é gerado um VITA CASH. “Os resíduos arrecadados ao fim do dia podem ser recolhidos por catadores ca-
Agente de mudança: Marcos Roberto Silveira da Silveira
Empreendimento: Gruppo Gaya e Projeto Vita Maker - Pelotas (RS)
Curso Ago Social: Captação Inteligente
to exponencial do capital financeiro”, diz. Como principais aprendizados, destaca a importância de alinhar sustentabilidade ambiental com viabilidade econômica e a necessidade de engajar a comunidade local nas ações de preservação. Além disso, o fato de terem passado a atuar em rede, somando forças em defesa da natureza.
dastrados no sistema”, explica Marcos Roberto. "Não queremos os resíduos, e sim os dados gerados."
Dentro da formação Captação Inteligente, o empreendedor reconhece grandes aprendizados. “Através desses ensinamentos foi possível ampliar nossas atividades de amparar outras organizações parceiras”, conclui Marcos.
Por Vanessa Prata
Sócia-fundadora e diretora de comunicação da ponteAponte
Você já inscreveu sua iniciativa em vários editais ou premiações e fica se perguntando por que ela nunca é aprovada? Mesmo que seu projeto seja muito bom, talvez a forma como você está fazendo as inscrições não seja a mais adequada. Como sócia da ponteAponte, consultoria que já realizou mais de uma centena de premiações e editais socioambientais, vou compartilhar alguns aprendizados que podem ser úteis para sua próxima inscrição, com o olhar de quem está avaliando as iniciativas inscritas.
Inscrever projetos em editais faz parte do dia a dia das OSCs, mas a atenção a algumas etapas pode aumentar as chances de aprovação
• Muitos prêmios/editais são anuais. Mapeie-os com antecedência e crie um calendário com os mais relevantes para sua iniciativa. Por outro lado, há sempre novos editais sendo lançados, pesquise regularmente em diversas fontes.
• Planeje sua inscrição como um projeto, com objetivo, cronograma, plano de ação, responsáveis etc. Inscrever-se com pressa e de última hora é a certeza de que não sairá uma boa inscrição.
• Não deixe para o último dia! Inscrever-se com antecedência permite revisar com calma, fazer eventuais correções, buscar documentos necessários e, principalmente, evita perder o prazo por problemas tecnológicos. Se o edital se encerra às 23h59, não dá para reclamar que sua inscrição não foi aceita se você mandou à meia-noite.
• Conheça bem o edital/prêmio antes de se inscrever. Leia o regulamento e demais documentos na íntegra para saber de todos os detalhes: quem pode se inscrever, como as iniciativas serão avaliadas, quais os prazos etc. Não adianta “forçar” a inscrição de uma iniciativa que não é elegível, pois ela será desclassificada.
• Se disponível, confira quais iniciativas já foram selecionadas em edições anteriores e avalie como o seu projeto está em relação a elas.
• Pesquise as organizações realizadoras e parceiras (missão, visão, objetivos etc.). Procure usar termos em comum para criar empatia, mencione parceiros em comum e ressalte objetivos similares.
• Caso seja divulgado, procure saber quem são os jurados/avaliadores e qual o perfil deles (mas jamais entre em contato diretamente!).
Leia todas as perguntas antes e responda o que foi perguntado em cada uma adequadamente. Não “copie e cole” a mesma resposta em duas perguntas diferentes. Avalie o que cada questão está pedindo exatamente.
Não escreva demais e nem de menos! Seja objetivo e respeite os limites de tamanho do formulário, mas aproveite bem o espaço disponível. Dificilmente você conseguirá transmitir toda a potência do seu projeto escrevendo apenas uma ou duas linhas se você tem espaço para escrever dez ou mais linhas. Deixe claro o contexto de atuação da sua iniciativa e qual o problema que você está tentando resolver. Evite respostas genéricas como “a fome é um grande problema” (ou a educação ou a saúde pública etc.); em vez disso, forneça dados sobre esses problemas no seu território de atuação.
Explique como a sua solução está resolvendo (ou pretende resolver) esse problema e por que ela é melhor do que outras iniciativas. Qual é a sua proposta única de valor, ou seja, o que diferencia a sua solução de outras?
Quem é seu público de atuação?
Lembre-se de descrevê-lo também utilizando dados demográficos (raça/cor, faixa etária, gênero, classe social etc.).
Apresente resultados já alcançados ou previstos com dados e indicadores. Evite responder somente “a qualidade de vida das pessoas melhorou” (melhorou em que medida? Como seu projeto avalia isso?) ou “vejo o brilho nos olhos das crianças”.
No entanto, não deixe de lado o aspecto “humano” (narrativas/depoimentos de pessoas atendidas).
Balanceie objetividade com paixão/emoção no texto.
4. Revise e atualize tudo antes de enviar
Evite erros de digitação, ortografia, gramática, coerência e coesão, que podem dificultar o entendimento dos avaliadores. Cuidado com diferenças de idioma também. Apresente números e datas corretos e atualizados. Se errados, podem ser eliminatórios (por exemplo, se for exigido um período mínimo de atuação da iniciativa, idade mínima ou máxima etc.).
Os dados de contato estão certos? Colocou o DDD no telefone? O e-mail está digitado corretamente? O CPF e CNPJ estão com todos os números? A organização avaliadora precisa conseguir entrar em contato com você! Sempre que possível, peça para alguém revisar antes de enviar a inscrição.
Dica extra: Você pode também contar com os recursos de Inteligência Artificial, como o Chat GPT. Aprenda a usar essas ferramentas para que elas auxiliem a criar e revisar sua inscrição, mas não delegue 100% o trabalho de escrever para um robô, afinal, uma máquina não conseguirá transmitir todas as nuances da sua iniciativa que só você sabe!
5. Fique de olho nas próximas fases
Muitos prêmios/editais têm várias fases de seleção. Esteja atento(a) e prepare-se para cada uma!
Responda prontamente às demandas solicitadas. Cheque e-mails no spam, mensagens no Whatsapp e fique de olho nos prazos e documentos necessários.
Tenha uma pessoa responsável por acompanhar todos os passos da inscrição. Evite usar e-mails como “contato”, “adm” ou similares caso sejam acessados por mais de uma pessoa da equipe.
Caso haja entrevista de avaliação, seja natural e honesto(a), respondendo calmamente às perguntas. Reinscreva-se quantas vezes for necessário se acredita que o prêmio/edital é para você. Mas saiba avaliar quando parar também. Espero que com essas dicas você consiga aperfeiçoar ainda mais as inscrições de seu projeto e, assim, aumentar suas chances de ser selecionado(a). Mas lembre-se de que todo processo seletivo envolve dezenas, centenas ou até milhares de outras iniciativas participando. Então, caso não seja aprovado de primeira, não desanime! Siga aprimorando seu projeto e a inscrição para promover ainda mais impacto social.
Conheça a ponteAponte, consultoria especializada em qualificar o investimento social privado e a filantropia:
Por Fabíola Melo
SAIBA COMO FOI A EDIÇÃO 2024 DO MAIOR EVENTO DA AMÉRICA LATINA PARA A TRANSFORMAÇÃO DE NEGÓCIOS E REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES
Em 25 anos, as Conferências Ethos se tornaram um grande palco de diálogos a respeito de práticas para o combate às desigualdades no Brasil. De lá para cá, têm se estabelecido como uma referência na discussão de temas decisivos para a pauta de gestão empresarial sustentável.
Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos, instituição realizadora da Conferência, reconhece essa missão: “Ao longo dessas 25 edições, contribuímos com a formação e capacitação de profissionais para as empresas na agenda de responsabilidade social e empresarial. Trouxemos todos os temas possíveis, desde questões mais críticas, até a comemoração de avanços e realizações no campo da responsabilidade social empresarial”.
Os encontros, que acontecem em diferentes cidades e nos formatos on-line e presencial, têm promovido trocas essenciais entre líderes cor-
porativos, acadêmicos, representantes do governo e organizações da sociedade civil. Os temas abordados são sempre urgentes para um futuro mais justo e sustentável, como ASG (Ambiental, Social e Governança), diversidade, integridade empresarial, combate às desigualdades, enfrentamento das mudanças climáticas, sustentabilidade, direitos humanos, comunicação, inovação e cultura.
Foto: França, Magnus Torquato e Igor Souza
A Conferência Ethos São Paulo, a maior entre todas as edições, reuniu este ano, no pavilhão Bienal do Ibirapuera, mais de 1.100 participantes e quase 200 palestrantes em 6 palcos simultâneos.
O primeiro dia de painéis teve como destaque a fala em vídeo da Ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, abrindo o encontro. Outro ponto alto foi a apresentação da nova edição do Perfil Social Racial e de Gênero das 1.100 Maiores Empresas do Brasil e suas Ações
“A Conferência é um espaço para diálogo, avaliando as sinergias de atuações com organizações do terceiro setor, empresas, academia, e para debater e encontrar soluções no avanço dos desafios para o desenvolvimento da nossa sociedade.”
Julia Jung ,
Líder de Responsabilidade Social na Gerdau e expositora
Afirmativas. O lançamento da pesquisa, que é referência no país a respeito de diversidade nas empresas, contou com a presença da Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que comentou os principais dados do estudo. Para Caio Magri, a pesquisa “reflete o cenário e os desafios que as empresas brasileiras possuem. Ela aponta o que é preciso fazer para mudar esse cenário”, afirmou.
O segundo dia da Conferência na capital paulista ini-
ciou com Vinícius Marques de Carvalho, Ministro da CGU (Controladoria-geral da União), expondo o papel da instituição na promoção da integridade e reforçando a responsabilidade das empresas na implementação de práticas éticas.
Para 2025, a prioridade da Conferência será a COP 30, que acontecerá no mês de novembro em Belém (PA). O Instituto Ethos estará presente, contribuindo para o maior evento de sustentabilidade do mundo.
“O Ethos sempre foi pioneiro nessa junção entre as empresas e os grandes desafios da sociedade civil. A grande importância das Conferências é colocar pessoas em conexão, trazer novas possibilidades e mostrar que elas são possíveis no mundo e nas empresas.”
Claudia Buzzette Calais
Diretora-executiva da Fundação Bunge, painelista
“Participar da Conferência Ethos é trazer um olhar mais prático para os negócios da periferia, porque o ASG também é competência nossa. Eu quero pegar tudo o que estou agregando aqui e traduzir para o português da periferia, para que a gente entenda a nossa importância como ponta.”
Gabriela Valente
Empreendedora da Escola da Diarista, participante
Saiba mais sobre a Conferência Ethos 360º:
Por Fabíola Melo
O FIFE TRARÁ CONTEÚDOS INDISPENSÁVEIS EM UM ANO EM QUE
O DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL SERÁ ESSENCIAL PARA A SUSTENTABILIDADE DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
Foto: Ago Social
OFórum Interamericano de Filantropia Estratégica (FIFE) vai desembarcar no Sul do país no mês de abril. Curitiba, capital paranaense e sede da Ago Social, vai reunir um público de fundadores, gestores e profissionais de organizações da sociedade civil, além de captadores de recursos e representantes de empresas, institutos e fundações. Os quatro dias do encontro contarão com mais de 90 palestrantes e devem trazer o que há de mais atual a respeito dos assuntos que impulsionam o desenvolvimento do Terceiro Setor. Haverá, também, momentos de networking para gerar trocas e parcerias. Para a Diretora-executiva da Rede Filantropia, Thaís Iannarelli, projeta que esta será a maior edição do Fórum, com um volume de inscritos superando o do ano anterior.
Uma novidade é que a Ago, presença fiel em todos os anos e patrocinadora Ouro do FIFE 2025, vai oferecer um espaço especial para receber os visitantes do evento, proporcionando uma experiência de acolhimento, relaxamento e conexões. O cofundador da Ago, Alexandre Amorim, apresentará duas palestras, levando conhecimento prático e relevante para os participantes.
Para se inscrever em um dos eventos mais importantes da América Latina para o Terceiro Setor e conhecer o espaço exclusivo da Ago, acesse o QR code a seguir e ganhe um desconto de 30% na compra do ingresso, bastando usar o código promocional FIFE30OFF.
Garanta o seu ingresso agora mesmo!
8 a 11 de abril • Curitiba
Maior evento sobre gestão para o Terceiro Setor!
Quatro dias de palestras e debates sobre os principais temas que norteiam a gestão das OSCs, com palestrantes nacionais e internacionais e participantes de todo o país!
Legislação
Comunicação
Voluntariado
Assistência Social
Idealização e Coordenação Pedagógica
de Comunicação
Tecnologia
Saiba mais em: fife.org.br
Patrocínio Ouro
Captação de Recursos
Contabilidade
de Negócios Parceira Cia Aérea Oficial
de Turismo Parceira
COMEÇAMOS ESTE NOVO ANO COM A INSPIRAÇÃO DE MUITOS
EVENTOS E MOMENTOS MARCANTES DE 2024. CONFIRA!
360º 2024
Nos dias 18 e 19/09, a Ago Social participou da Conferência Ethos 360º 2024, que debateu sustentabilidade, ASG, diversidade e impacto positivo. Um momento de conexão e troca para transformar realidades.
Por Alana Franco Articulista Time Ago
Congressos, festivais e aulas ao vivo: um período de muito conhecimento!
COP 30: AMPLIANDO O IMPACTO POSITIVO DE SUAS
Ago Social na Conferênciao Ethos 360º
No dia 25/09, realizamos a live "Amplie o impacto positivo da sua organização: conecte-se com a COP 30", com Gisele Batista. Um encontro inspirador sobre como alinhar iniciativas à agenda global por um futuro mais sustentável e justo.
Aula Conectando organizações à COP 30: fortalecimento e oportunidades
HOMENAGEM AOS EDUCADORES: RECONHECENDO O PODER DO ENSINO
No dia 17/10, realizamos um evento presencial especial em celebração ao Dia do Professor. Um momento dedicado a reconhecer e valorizar o papel transformador dos educadores na construção de uma sociedade mais justa e com oportunidades para todos.
LENTE B: UNINDO IMPACTO E COMPROMISSO COM O PLANETA
No dia 10/10, estivemos no encontro Lente B, promovido pelo Sistema B, que reuniu empresas e indivíduos com verdadeiro compromisso com o futuro do planeta. Foi um espaço para estimular o ecossistema brasileiro de negócios de impacto, trocar experiências e inspirar ações.
Social no Lente B:
forças pelo futuro do planeta
FESTIVAL SGB: CONECTANDO INOVAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
O Festival SGB, promovido pelo Social Good Brasil, há 13 anos conecta tecnologia, dados e impacto social. A Ago marcou presença no evento que reforçou a importância de soluções inovadoras para construir um futuro mais justo e humano, alinhado às demandas do mundo atual.
Fotos: divulgação
É com entusiasmo que celebramos novas parcerias e o encerramento de vários ciclos de projetos em colaboração com nossos parceiros.
ACELERATON: SUCESSO NA PRIMEIRA AULA AO VIVO SOBRE PROPOSTA DE VALOR!
A primeira aula ao vivo do AceleraTon, projeto da Stone em parceria com a Ago, foi um sucesso, com mais de 300 participantes conectados e 1.220 visualizações no YouTube. Ministrada pela professora Taís Baptista, a aula abordou a importância da clareza sobre a Proposta de Valor para se destacar no mercado.
ACELERATON NA CIDADE DE DEUS
O projeto AceleraTon realizou uma formação presencial na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, em parceria com a organização social INPAR. O evento começou com um café da manhã especial e seguiu com um dia de atividades práticas em grupo, focadas na jornada de capacitação empreendedora entre os participantes.
BTG SOMA EMPREENDEDORISMO
O primeiro encontro oficial do BTG Soma Empreendedorismo deu início a uma jornada de aprendizado e conexões. O evento proporcionou mentorias, trocas de experiências e o fortalecimento de uma rede colaborativa, com foco no impacto positivo e no empreendedorismo como motor de transformação.
IMPACTO AO CUBO SUMMIT: PREPARANDO STARTUPS
E PROFISSIONAIS DA VALE PARA PROMOVER UM ECOSSISTEMA DE IMPACTO POSITIVO
O Impacto ao Cubo Summit foi um evento marcante para celebrar as conquistas da Rede de Impacto Vale, uma iniciativa do Fundo Vale em parceria com a Ago Social. O encontro destacou o fortalecimento do ecossistema de impacto socioambiental positivo e as importantes parcerias realizadas ao longo do ano.
BTG SOMA MEIO AMBIENTE: GIVE BACK DAY COM PITCHES E COMPROMISSO COM O IMPACTO POSITIVO
O encerramento da aceleração
BTG Soma Meio Ambiente teve um encontro especial, onde as organizações participantes apresentaram seus pitches, destacando os avanços e soluções desenvolvidas na trajetória do programa. Foi um momento de celebração, aprendizado e reconhecimento, reafirmando o compromisso com a preservação dos biomas brasileiros.
Encerramento do BTG Soma Meio Ambiente: celebração e reconhecimento de soluções para um futuro sustentável
CELEBRANDO RESULTADOS DO IMPACTO EXPONENCIAL
O projeto Impacto Exponencial tem o objetivo de consolidar a atuação das OSCs que integram a rede da Fundação FEAC em Campinas (SP). O encontro de encerramento apresentou os principais resultados alcançados e promoveu trocas enriquecedoras.
Por Somos Um
COMO ESTA MODALIDADE DE INVESTIMENTO PODE ACELERAR AÇÕES
CLIMÁTICAS POSITIVAS E AJUDAR A REDUZIR DESIGUALDADES SOCIAIS
Tragédias ambientais como as enchentes no Rio Grande do Sul e as queimadas que atingiram diversas regiões do Brasil deixaram clara a urgência de ações efetivas para frear o aquecimento global e acelerar o desenvolvimento de uma economia verde. A adaptação às mudanças climáticas exige que o setor financeiro também esteja envolvido na transição para um modelo econômico de baixo carbono, mais próspero e inclusivo.
Um instrumento financeiro que tem se destacado em impulsionar investimentos em negócios que desenvolvem soluções socioambientais é o Blended Finance (do inglês, “finanças mistas”). A modalidade, que vem ganhando força no mercado internacional, mescla filantropia com recursos de investidores e tem sido usada para emprestar dinheiro a projetos de impacto socioambiental ou a pessoas e grupos com pouco acesso ao crédito e ao sistema financeiro.
Um exemplo de blended finance bem-sucedido no Brasil é o Zunne, programa de investimentos de impacto, criado em conjunto pela Somos Um, Yunus Negócios Sociais e TRÊ Investindo com Causa, em parceria com o Instituto Beja e apoio da Fundação Tide Setubal e da Be The
Earth. Criado em 2023, o Zunne mobilizou uma extensa cadeia de grandes e pequenos investidores, filantropos e empreendedores sociais. Na 2ª edição, o programa vai disponibilizar até R$10 milhões para apoiar negócios de impacto socioambiental no Norte e Nordeste do Brasil, priorizando os que possuem lideranças femininas, negras e indígenas.
O Blended Finance mescla filantropia com recursos de investidores e tem sido usada para emprestar dinheiro a projetos de impacto socioambiental ou a pessoas e grupos com pouco acesso ao crédito e ao sistema financeiro.
Do montante de R$4,7 mi mobilizado pelo Zunne em 2023, R$1,5 milhão foi fruto de filantropia e R$3,2 milhões de investimentos para negócios de impacto nas regiões Norte e Nordeste, sendo 77% deles liderados por mulheres, 15% por pessoas pretas e 7% por pessoas indígenas. Um dos negócios apoiados na primeira etapa foi a umgrauemeio, uma climatech brasileira que está fazendo avanços significativos na prevenção de incêndios florestais e na proteção ambiental. No Brasil, o principal emissor de CO2 é a destruição de florestas e áreas de proteção. A devastação dos biomas brasileiros emitiu 1,19 bilhão de toneladas brutas de CO2 equivalente (GtCO2 e) no ano retrasado, de acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), uma iniciativa do Observatório do Clima que
compreende estimativas anuais das emissões de gases de efeito estufa no Brasil.
A startup utilizou o recurso do Zunne como capital de giro e para implantação de novos projetos. Com isso, conseguiu aumentar a disponibilidade do sistema, contribuindo para uma redução ainda mais significativa dos incêndios florestais no Brasil.
“O investimento do Zunne foi muito importante para possibilitar que a umgrauemeio investisse em crescimento, estendendo o impacto da empresa em todo o Brasil. Esse capital ajuda negócios de impacto nas regiões Norte e Nordeste a "irem além" do sufoco do dia-a-dia, oferecendo um caminho para que eles não apenas sobrevivam, mas prosperem e expandam”, afirma André Ruas, CFO da startup.
Trilhas de investimento
trilhas de investimento: a Trilha Flora e a Trilha Pólen. A primeira se destina a investimentos filantrópicos de até R$100 mil em empreendimentos que tenham faturamento anual entre R$200 e R$600 mil e é exclusiva para negócios liderados por mulheres, negras e indígenas.
Já na Trilha Pólen, os negócios de impacto que ultrapassam o faturamento de R$600 mil anuais podem buscar empréstimos de até R$500 mil, com uma taxa de juros de 14,8% ao ano (equivalente a 1,2% ao mês), taxa menor que as praticadas por bancos de desenvolvimento. A trilha tem como prioridade negócios com liderança feminina e/ou liderados por pessoas pretas e indígenas. “Não é um programa de investimentos como os convencionais, que buscam a lucratividade. É uma ação que visa prioritariamente o impacto social, um instrumento criado pelas três organizações para viabilizar que o dinheiro chegue no Norte e Nordeste, justamente para democratizar o acesso aos recursos de investimento e trazer oportunidades para as empreendedoras nortistas e nordestinas”, explica Ticiana Rolim, presidente da Somos Um.
A segunda edição do Programa Zune vai apoiar empreendimentos
liderados por mulheres negras e indígenas.
Além do apoio financeiro, o Zunne oferece capacitação com especialistas nas áreas jurídica, financeira, de marketing digital e vendas, gestão de negócios e outras; auxílio e orientação na obtenção de acesso a capital em diferentes formatos, conexões com redes de potenciais clientes e parceiros e coleta de dados financeiros para mensuração do impacto.
Para a 2ª edição do Zunne, é possível fazer investimentos a partir de R$1.000, sendo que o programa conta com duas
Para ambas as trilhas de investimento, os empreendimentos interessados em receber apoio devem realizar inscrição prévia com informações sobre o negócio. Após essa etapa inicial, passarão por um processo de seleção, com até 10 sendo selecionados para a Trilha Flora e 20 para a Trilha Pólen.
Interessados em participar do Zunne como doador, investidor, mentor ou empreendedor, podem acessar o site do programa:
Foto: arquivo
Por Adriana Custódio Articulista Time Ago
“Em uma manhã de segunda-feira, Paula, diretora executiva de uma ONG focada na capacitação de jovens e mulheres, começa sua semana de trabalho. Como tantas líderes no setor de impacto social, ela equilibra recursos escassos e necessidades sempre crescentes. Quando o Programa Ambev VOA surgiu como uma oportunidade de aceleração, Paula viu uma chance concreta de fortalecer sua organização.”
Com o propósito de levar o modelo de gestão da Ambev para organizações de impacto social, o Programa VOA, desde 2018, busca capacitar líderes e fortalecer a atuação de ONGs e negócios sociais. Até 2023, para se ter ideia, mais de 500 organizações foram impactadas pelo programa. Em 2024, a Ago Social se tornou parceira do programa com o objetivo de conectá-lo a organizações de inclusão produtiva no Brasil, alinhando o programa ao propósito da Ambev. Para garantir que essa capacitação fosse realmente relevante e alinhada às necessidades das organizações que atuam com o tema no Brasil, a metodologia de diagnóstico, conduzida pela Ago, tornou-se um ponto de partida essencial. O mapeamento, que teve como objetivo mapear a atuação de OSCs e negócios de impacto no setor de inclusão produtiva, incluiu:
• Conversas diretas com OSCs e negócios sociais de referência no setor de inclusão produtiva;
• Pesquisa quantitativa com empreendedores sociais da base da Ago Social;
• Consultas com organizações acadêmicas especializadas, como a Fundação Arymax.
A partir das 87 respostas obtidas na pesquisa quantitativa, a pesquisa revelou que 58,6% delas ainda
O que começou com uma pesquisa e um diagnóstico tornou-se um movimento de transformação real para organizações de inclusão produtiva em todo o Brasil.
não passaram por programas de aceleração e permitiu capturar uma visão completa das necessidades, desafios e características das organizações participantes.
Com as descobertas, o Programa Ambev VOA conseguiu definir um perfil claro de sua persona ideal. Representada por Paula, essa per-
sona reflete líderes com mais de uma década de experiência, à frente de organizações enxutas, com poucos funcionários e muitos desafios. Deste modo, as estratégias e conteúdos foram adaptadas para serem úteis a esse perfil específico. Além disso, o diagnóstico permitiu que o programa se alinhasse a uma definição de inclusão produtiva baseada nas diretrizes da Fundação Arymax, geração de trabalho e renda de forma sustentável para populações vulneráveis, superando processos crônicos de exclusão social. Essa definição fundamentou-se em dois pilares:
• Empreendedorismo: Foco no empoderamento financeiro e na criação de redes e oportunidades para pequenos empreendedores.
• Empregabilidade: Promoção de capacitação técnica e qualificação para conectar indivíduos com o mercado de trabalho. Outro fator importante foi identificar as atuações mais relevantes para as organizações de inclusão produtiva no Brasil, incluindo:
• Cursos Pro ssionalizantes
• Acesso à tecnologia e a informação
• Desenvolvimento Humano e Organizacional
Público: Mulheres | Idosos | Periferias
Intervenções:
• Acesso a crédito, nanças e ativos
• Serviços de cadeia de valor
Problemas:
• Pobreza
• Empoderamento Feminino
Esses insights ajudaram o VOA a estruturar uma jornada de aprendizado que aborda as necessidades das organizações de impacto social, agregando e fortalecendo as frentes já existentes no programa, e direcionando-as ao tema de inclusão produtiva de maneira prática e aplicável. Na prática, as capacitações foram ajustadas para atender com mais precisão a demandas como:
Compartilhamento de experiências: Conteúdos que incluem casos reais de organizações que já passaram pelo programa, abordando temas como gestão e captação de recursos, garantindo que o aprendizado seja aplicável e relevante.
Conteúdos customizados: Mentorias e aulas com especialistas, abordando temas como mobilização, medição de impacto e estratégias de crescimento.
Fortalecimento da rede de apoio: Construção de uma rede de apoio, onde as organizações compartilham experiências e encontram oportunidades de colaboração e parcerias estratégicas.
Dois exemplos de organizações que encaixaram-se perfeitamente na persona identificada são a Olho no Olho e o Projeto Swell. Ambas têm mulheres na liderança e representam bem a “persona Paula”, atuando com inclusão produtiva em contextos específicos:
Olho no Olho: Negócio de impacto social que oferece capacitação para empreendedores de baixa renda em Minas Gerais, com foco em desenvolvimento humano e organizacional.
“O programa foi uma ótima oportunidade de expandirmos nossa rede de relacionamentos - nos conectarmos com pessoas que promovem transformação social em
Público: Mulheres | Jovens | Periferias
Intervenções:
• Capacidade Pro ssional
• Assistência na busca por trabalho
Problemas:
• Geração Nem Nem
• Falta de mão de obra quali cada
• Ações a rmativas
todo o Brasil - e de conhecer como outras empresas desenham suas estratégias de impacto. Para o Olho no Olho, ter o apoio de mentores especialistas da Ambev nos orientando em processos de prototipação de novos produtos e trazendo novas visões de negócio, foi super valioso”. Isabela Viana de Freitas, cofundadora
Projeto Swell: ONG que promove esporte e educação empreendedora para jovens em Baía Formosa, no Rio Grande do Norte.
“A trajetória do Projeto Swell se beneficia enormemente dessa experiência, aprendendo e evoluindo constantemente. Com o apoio do VOA, que se configura como um verdadeiro capital semente de conhecimento e fortalecimento institucional, estamos animados com as oportunidades de crescimento que surgem. Essa parceria promete não apenas acelerar nossos avanços, mas também potencializar o impacto social que buscamos alcançar”. Barbara Coelho, CEO Esses casos mostram como, ao entender as demandas e características das organizações, foi possível adaptar os conteúdos de capacitação para serem verdadeiramente úteis e alinhados ao que elas precisam para crescer e ampliar seu impacto.
O Programa Ambev VOA, por meio de uma metodologia de diagnóstico robusta, criou um espaço de desenvolvimento que atende aos desafios das organizações, proporcionando uma jornada de capacitação personalizada, colaborativa e impactante.
A jornada de Paula é a de milhares de líderes que, com o apoio certo, têm agora a oportunidade de gerar impacto duradouro e sustentável em suas comunidades.
Por Fabíola Melo
ABANDONA A MISSÃO DE IMPACTAR VIDAS
Fotos: divulgação
T“Quero produzir em escala para vender na quebrada, porque eles também querem ter saúde, também querem comer bem.”
hais Taniguchi Souza cresceu com um espírito inquieto e um desejo latente de fazer a diferença. Desde muito jovem, o empreendedorismo e a vontade de impactar o mundo caminharam lado a lado em sua trajetória. Aos 15 anos, uniu-se ao grupo Médicos da Alegria, levando conforto e momentos de felicidade a pacientes em hospitais. Mesmo sem compreender toda a profundidade daquela experiência, ela sentia que ajudar o próximo era parte de quem ela era. Depois de um período atuando no mercado corporativo, em ambientes que priorizavam metas e resultados, Thais sentiu-se desgastada e optou por uma importante mudança. Aos 27 anos, foi viver em Ubatuba (SP). Nesse cenário de Mata Atlântica, deu início a aulas de fotografia gratuitas para jovens de comunidades caiçaras. O projeto, que começou como uma atividade voluntária, rapidamente cresceu, e o incentivo de uma amiga a aproximou do universo do empreendedorismo social. Inspirada, fundou, um projeto social que começou com o ensino de fotografia e expandiu para outras atividades como jiu-jitsu, sonorização de palco e artesanato. Contudo, o rápido crescimento e a falta de uma gestão que pudesse substituí-la em momentos cruciais levaram a dificuldades, e o término do projeto foi inevitável. Encerrar essa etapa foi doloroso, mas também um ponto de virada.
Incentivada por seu companheiro, que tem origem cai-
çara, ela mergulhou no estudo e na prática da agroecologia, focando em plantas alimentícias não convencionais e ervas medicinais. “O meu marido trouxe a agricultura, o cultivo, o hábito de plantar, como uma ferramenta para eu não ficar muito mal com o luto pelo projeto Caiçara Criativo ter sido fechado. Mas conforme fui estudando, isso foi me deixando impactada: entender como funciona a agricultura no nosso país, os processos de desertificação do solo, a fome, ver como pode funcionar uma agricultura verdadeira, abundante”
Quando a pandemia atingiu a renda da família, a empreendedora se viu obrigada a buscar sustento na terra. Aos poucos, a pequena horta se transformou em um negócio promissor com a venda de cestas orgânicas e produtos beneficiados. O sucesso do Chão de Floresta impulsionou Thais a continuar explorando o potencial transformador da agroecologia.
Contando com metodologias como Effectuation e Design Thinking, adquiridas no curso Empreendedorismo
Social na Real, da Ago, ela aprendeu a transformar desafios em oportunidades. Ainda assim, os obstáculos não desapareceram. Sua filha, com problemas respiratórios graves, exigia cuidados constantes. Em busca de uma vida mais saudável para a criança, a família se mudou para o Rio Grande do Norte. Lá, Thais encontrou apoio de um ambientalista local, o que possibilitou a continuidade do mesmo projeto em um novo espaço de agrofloresta. “Eu repaginei o projeto porque não dava tempo para montar uma marca nova. O trabalho foi se consolidando como um modelo que alia a regeneração de solos com educação e empoderamento”, compartilha.
Atualmente, Thais lidera iniciativas que não apenas recuperam terras degradadas, mas também ensinam outras pessoas sobre práticas sustentáveis. Seu foco está
em promover segurança alimentar, regenerar o meio ambiente e impactar comunidades de maneira positiva e duradoura.
Para o futuro, o maior objetivo é a aquisição de um sítio para produzir em escala e vender alimentos orgânicos para pessoas de menor poder aquisitivo. Afinal, embora as agroflorestas sejam algo maravilhoso, alimentos livres de agrotóxicos não estão disponíveis para a maioria, por serem muito caros.
A trajetória de Thais, marcada por superação e inovação, prova que é possível transformar desafios em sementes de mudança, cultivando um futuro mais justo e sustentável para todos.
Por Fabíola Melo
Oprimeiro contato de Adriano Souza com a tecnologia aconteceu cedo, por meio de cursos básicos de informática durante sua adolescência na Zona Leste de São Paulo (SP). Esse início abriu portas, e Adriano seguiu empreendendo com marketing e tecnologia, transformando sua vida de forma significativa e gerando o desejo de retribuir o que havia conquistado. “Chegou um determinado momento em que decidi que queria devolver um pouco dessa oportunidade. Quem está na periferia, assim como eu, não tem referências. A gente não tem ninguém na família que é formado, a informação não chega, você não consegue se conectar. Então nasceu a ideia de criar um curso simples de programação”, conta o empreendedor.
A Worxbase oferece serviços tecnológicos para outras empresas (como a própria Ago Social) e emprega jovens que passaram pela Base Social, criando um ciclo que une aprendizado e prática.
O desejo de transformar realidades se concretizou quando Adriano iniciou o projetopiloto chamado Categoria de Base. A inspiração veio de seu amor pelo futebol e da ideia de criar uma “categoria de base” na tecnologia, em que jovens pudessem aprender habilidades técnicas capazes de abrir portas no mercado de trabalho. O propósito se materializou com dois alunos, Caio e Rodolfo, vindos de comunidades da capital paulista. A experiência consistia em permitir que os alunos imergissem no dia a dia da empresa de Adriano, onde ele e sua equipe trabalhavam remotamente. Os jovens acompanhavam de perto a rotina, aprendendo de forma prática. Em um ano, já estavam programando! Com o sucesso do piloto, Adriano decidiu expandir o projeto, formando uma turma de dez alunos em uma ONG local em Campinas (SP), cidade onde ele passou a residir. Contratou
um estudante de Ciência da Computação da Unicamp como professor e estruturou uma trilha de conteúdo para ser aplicada de forma presencial. Com o tempo, a iniciativa chamou a atenção da Fundação FEAC, que propôs apoio. Com esse incentivo, Adriano e seus amigos formalizaram a Base Social em 2020, oficializando, no bairro campineiro do Jardim São Marcos, a missão de capacitar jovens de baixa renda para o mercado de tecnologia. Os participantes devem morar em bairros periféricos, estudar em escola pública e fazer parte de uma família de baixa renda.
A pandemia, entretanto, trouxe novos desafios. Com a impossibilidade de manter as aulas presenciais, o projeto foi adaptado para o formato online, permitindo o alcance de jovens de várias partes de Campinas. Contudo, a falta de acesso a equipamentos e internet se tornou um obstáculo. “Esse foi talvez um dos maiores desafios que enfrentamos e que não estava previsto. Começamos a captar equipamentos com empresas que substituíam os computadores dos funcionários. Para o jovem que não tem computador, nós doamos. Se ele não tem internet, conseguimos financiar o acesso com o recurso cedido pela FEAC”, explica Adriano.
em um ciclo completo: o jovem aprende, trabalha e constrói uma carreira digna. Adriano segue determinado a expandir esse modelo, inspirado pela jornada que começou na periferia de São Paulo e que hoje muda a vida de centenas de jovens. Para ele, “não basta ensinar; é preciso mostrar que o talento desses jovens tem valor, que suas histórias importam e que, com apoio, eles podem ir além”
Com o tempo, o empreendedor percebeu que faltava algo fundamental: a ponte entre a capacitação e o mercado de trabalho. Os jovens aprendiam, mas o mercado exigia experiência, algo que eles ainda não possuíam.
A Base Social e a Worxbase são o reflexo de uma visão que transforma vidas e mostra para centenas de jovens a possibilidade de sonhar e realizar.
Cansado de depender de doações e parcerias, Adriano fundou em 2023 a Worxbase, um negócio de impacto focado na empregabilidade de jovens formados pela Base Social. Hoje são 25 jovens que já trabalharam em algum projeto, com cerca 80 empresas clientes.
Adriano cita o exemplo de Richard, aluno do projeto, um exemplo dessa transformação: “Se em janeiro deste ano [2024] ele fosse para um entrevista, não ia ter nada para apresentar. Hoje ele tem 18 projetos no portfólio: sites, programação, front e back end”
O novo negócio transformou o sonho de capacitação
Conheça a Base Social:
Por Karina Imoto
Fundadora da CORA consultoria de marcas, cofundadora da Escola de desNegócio, professora da rede Ago
Oempreendedorismo, frequentemente aclamado como passaporte para a liberdade e ascensão econômica, esconde detrás do slogan "Seja seu próprio patrão” uma realidade de custos físicos e emocionais altíssimos.
Segundo a Endeavor Brasil, 85% dos empreendedores de alto impacto do país sofrem de ansiedade aguda. Se é assim nas camadas mais abastadas, nas periferias a situação é ainda pior. Afinal, lá existem desafios adicionais que vão da escassez de recursos à falta de infraestrutura básica, passando por redes de apoio quase inexistentes.
de valor compartilhado, fortalecendo laços comunitários e vocações locais. A dignidade humana e a sustentabilidade emocional e econômica são pilares dessa abordagem a qual propõe que empreender pode ser prazeroso, mas, para isso, o crescimento individual e coletivo devem avançar juntos.
A iniciativa
desNegócio é uma articulação sistêmica que reposiciona o empreendedorismo como ferramenta real de desenvolvimento econômico e social
Pregando “resiliência” como virtude suprema, a ética empreendedora convencional ignora (ou até glorifica) o sofrimento de quem empreende, com impactos profundos. Fora isso, a promessa de enriquecimento através do empreender não é universalmente cumprida: apesar de 76% dos moradores de favelas se identificarem como empreendedores, 27% dos brasileiros vivem ainda abaixo da linha da pobreza [Data Favela], mostrando que, para muitos empreendedores periféricos - cujo faturamento é, em média, 21 vezes menor que o de não periféricos - empreender é menos um ticket para o sucesso do que uma estratégia de sobrevivência.
Para reverter esse cenário nasce o Empreendedorismo Regenerativo. Inspirado em sistemas naturais, propõe um novo paradigma que transcende o lucro individual, sem desprezá-lo, enquanto trabalha para criar redes
A partir desses princípios, unindo à tecnologia da favela e um vasto repertório de vivências empreendedoras, foi que eu, Hermes de Souza e Aziz Camali criamos a Escola de desNegócio - um espaço que carrega no nome a provocação que nos move: desconstruir o paradigma tradicional de desenvolvimento de negócios. Incentivamos uma atuação pautada pelas vivências e necessidades reais da quebrada, combinando aprendizagem com investimento financeiro – "capital adubo" - e o empoderamento de organizações sociais (OSCs) atuantes nos territórios.
A primeira turma já está plantando as sementes dessa mudança em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo. Por isso, com resultados já visíveis, buscamos aliados e investidores para levar essa transformação a 5 novos territórios em 2025.
Regenerar é mais do que corrigir o sistema, é resgatar o que temos de mais humano: a capacidade de construirmos juntos, cuidando para que cada negócio seja uma semente de dignidade, cada comunidade um campo fértil de colaboração, e cada jornada empreendedora um passo rumo a um mundo mais justo, vibrante e profundamente humano. Essa é a verdadeira abundância.
Gestão de pessoas
Por Fernanda Andreazza
O CONCEITO PENSADO PARA EMPRESAS PODE APOIAR EMPREENDEDORES SOCIOAMBIENTAIS A OFERECEREM UM AMBIENTE DE APRENDIZADO, CONTRIBUIÇÃO E CRESCIMENTO PARA AS PESSOAS
As organizações da sociedade civil enfrentam desafios significativos, como captar recursos, comunicar efetivamente suas causas, crescer de forma sustentável e atrair e reter talentos. Embora esses obstáculos sejam diversos, há um fator essencial que os conecta: nenhuma organização prospera sem pessoas. Neste sentido, a perspectiva de dois autores pode apoiar a gestão das equipes.
Após mais de uma década de pesquisas, Gary Hamel e Michele Zanini, autores do livro Humanocracia, apresentam uma abordagem inovadora para transformar organizações.
Segundo eles, muitos problemas enfrentados por empresas têm origem em modelos de gestão ultrapassados, que sufocam a criatividade, inovação, produtividade e o engajamento dos colaboradores.
Os autores destacam aspectos prejudiciais comuns, como: concentração de poder, limitando a colaboração; ausência de autonomia; impedindo soluções rápidas e eficazes; falta de espaço seguro para críticas construtivas; sobrecarga burocrática, que consome tempo e energia.
Foto: divulgação
Para isso, os autores propõem sete princípios fundamentais:
O Poder da Propriedade – Dar mais autonomia e participação nos ganhos financeiros, reforçando o senso de pertencimento.
O Poder dos Mercados – Estruturar a organização como um mercado interno, equilibrando liberdade e responsabilidade.
O Poder da Meritocracia – Valorizar competência e impacto, em vez de títulos ou tempo de serviço.
O Poder da Comunidade – Promover um ambiente onde todos se sintam ouvidos e aceitos.
Para prosperar no mundo atual, as organizações precisam transformar seus modelos de gestão. Priorizar o potencial humano é essencial.
Essas práticas muitas vezes reduzem os colaboradores à condição de "recursos", ignorando seu potencial humano.
Embora o foco de Humanocracia esteja nas grandes empresas e nos desafios da burocracia, o tema central – colocar o humano no centro das organizações – é essencial para qualquer instituição.
O Poder da Abertura – Incentivar opiniões diversas e criar espaço seguro para questionamentos.
O Poder da Experimentação –Estimular inovação, permitindo erros sem medo de punição.
O Poder do Paradoxo – Adaptar-se com flexibilidade às incertezas e equilibrar prioridades concorrentes.
Para prosperar no mundo atual, as organizações precisam transformar seus modelos de gestão. Priorizar o potencial humano é essencial para criar ambientes que promovam liberdade, inovação e realização pessoal, aliados ao crescimento organizacional.
Adotar os princípios da Humanocracia não é apenas uma estratégia, mas um compromisso com a construção de instituições mais humanas e preparadas para o futuro.
Por Fabíola Melo
AAssociação Brasileira de ESG tem como missão contribuir para que o Brasil seja protagonista mundial em práticas de responsabilidade social, ambiental e de governança. Um de seus canais para implementar esse propósito e reunir em torno dele representantes de todos os setores da sociedade e da economia é o Congresso Nacional de ESG.
O encontro deste ano teve como tema “A era da jornada ESG” e contou com a presença de empresas, negócios de impacto, organizações da sociedade civil e governo para falar de temas que estão na base da construção de uma sociedade mais justa socialmente e sustentável ambientalmente.
O ESG (sigla para Ambiental, Social e Governança) precisa passar por um olhar mais humano. Essa foi a mensagem trazida por Cristiano Lagôas, presidente da Associação Brasileira de ESG, em seu discurso na abertura do evento. A lembrança de que não temos a alternativa de um planeta B foi reforçada por ele, alertando que cada cidadão também precisa fazer a sua parte neste proces-
Conheça a Associação Brasileira de ESG:
so de construção de um futuro mais ético.
O objetivo principal do evento foi promover a conscientização, a colaboração e o avanço das práticas de ESG, visando a construção de um futuro mais sustentável e ético.
De acordo com Lagôas, “o objetivo principal do evento foi promover a conscientização, a colaboração e o avanço das práticas de ESG entre empresas, investidores, governos e sociedade, visando a construção de um futuro mais sustentável e ético”. Assim, o Congresso promoveu discussões essenciais, como o papel das corporações na transição para uma economia de baixo carbono, a conservação da biodiversidade, os novos marcos regulatórios, inclusão e diversidade, saúde mental e bem-estar, combate ao racismo, equidade de gênero, inclusão de pessoas com deficiência, cultura organizacional voltada ao ESG, entre outras.
Em meio a tantos recados, exemplos e inspirações, o evento reafirmou: a sustentabilidade do desenvolvimento humano e do respeito aos recursos naturais e à biodiversidade precisam ser um compromisso inquestionável para todos os negócios.
Por Renato Mathias, Articulista Time Ago
QUAL É O MODELO DE SUCESSO NA GESTÃO DE PROJETOS DE ACELERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL PARA OSCS E NEGÓCIOS DE IMPACTO
Desde quando assumi a direção da área e do portfólio de projetos da Ago, sempre fui muito provocado internamente sobre qual o jeito Ago de desenvolver e gerir seus projetos. E mais, sobre como poderíamos sistematizar e transmitir isso de maneira clara às nossas partes interessadas. Neste artigo vou tentar responder um pouco dessas questões e compartilhá-las a partir de três perspectivas que, para mim, são inegociáveis para se ter bons resultados.
O primeiro olhar, tentando não ser óbvio, é atuar de acordo com a necessidade do cliente e do público beneficiário de nossos Programas. Internamente, temos discussões periódicas sobre metodologias, novas linhas de produtos e serviços inovadores que queremos implementar, entre outras tentativas de dar mais robustez ao nosso portfólio. Na prática, em três anos de existência, todas nossas iniciativas são desenhadas, executadas e avaliadas de maneira extremamente customizada e exclusiva para cada contexto e desafios apresentados. Nossa área educacional está mais robusta, atendendo a uma demanda de pesquisa prévia ao desenho dos projetos, além de realizar estudos de persona cada vez mais consistentes para a intervenção ser a mais assertiva possível (cada uma delas é praticamente uma arte). Não acreditamos em soluções de prateleira. Quem trabalha com desafios complexos como os nossos deve aprofundar e adaptar seu modelo de intervenção sempre que necessário...e esse é nosso grande diferencial. O segundo prisma que trago é sobre pessoas. Não há ferramenta, sistema, processo ou metodologia que suporte um time desalinhado com os nossos valores, com a proposta dos projetos, ou mesmo com as de nossos clientes. Começo destacando
um time de gestores que atuam com propósito e que querem ver os Programas darem certo para além do indicador pactuado (vestem a camisa do cliente e, especialmente, do beneficiário). Também atuamos com gestores alocados de maneira 100% exclusiva nos projetos, na perspectiva de criar vínculo e cada vez mais pertencer à cultura do cliente (em diversos momentos somos confundidos como parte de seu time, e isso é um ótimo indicador). Promovemos trocas de experiências e debates riquíssimos em nossas reuniões de análise crítica mensais, onde todos podem aprofundar um pouco mais nas entregas e desafios de cada iniciativa de maneira coletiva. Para além do resultado esperado, meu foco central deve ser a pessoa que vai fazer aquilo acontecer.
Os projetos da Ago partem de premissas que consideram as pessoas envolvidas (público beneficiário, parceiro, gestor do projeto) para garantir resultados e impacto.
Para fechar os três blocos de análise, trago aqui uma palavra que para mim é fundamental na condução de qualquer portfólio de projetos: leveza! Você sendo um profissional clássico, adepto ao PMBok (guia que traz um conjunto de conhecimentos sobre a Gestão de Projetos) e todas as suas etapas e processos necessários para uma boa gestão, ou um “agilista” realizando suas “dailys” em seus sprints semanais de maneira objetiva, tenha disciplina para ser leve! O jeito Ago de gerir é, e deve ser, leve!
PROGRAME-SE PARA PARTICIPAR DOS PRINCIPAIS EVENTOS DO SETOR.
MARÇO
Impacta Mais
19 e 20 de março
São Paulo - SP
FIFE - Fórum
Interamericano de Filantropia Estratégica
08 a 11 de abril
Curitiba - PR
Líderes Sustentáveis
ESG e Sustentabilidade - integração entre comunidades e negócios 22 e 23 de abril
Gramado - RS
ABRIL
Change Now 24 a 26 de abril
Paris - França
Congresso Nacional de ESG, ESG e Sustentabilidade
13 e 14 de maio
São Paulo - SP
Congresso Gife
03 a 05 de maio
Fortaleza – CE
Festival ABCR, Captação de recursos e gestão para o Terceiro
Setor
16 e 17 de junho
São Paulo - SP
Fórum de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Amazônia
11 e 12 de setembro
Manaus - AM
extraordinário fortalecimento do setor de impacto.
a.amorim@agosocial.com.br
Parceiros Ago: agosocial.com.br