Revista AGORA #009 - Outubro a Dezembro - 2025

Page 1


AGORA revista

Assine gratuitamente

Apoie a disseminação deste conteúdo que fortalece o setor de impacto: leia e compartilhe a AGORA.

Confira:

• Conteúdo aprofundado

• Cases e boas práticas

• Entrevistas

• Notícias

• Espaço para mostrar quem trabalha para gerar transformação

Receba no seu endereço gratuitamente.

Fale com a Ago

Patrocínio Revista AGORA:

História de parcerias

Queridos leitores, ao buscar inspiração para escrever esta coluna, veio-me à mente um tema que considero essencial: as parcerias e os laços que nos unem — seja na vida pessoal ou profissional.

Ao longo dos meus 45 anos de trajetória, sempre tive o privilégio de caminhar ao lado de pessoas que contribuíram muito para meu crescimento profissional e, consequentemente, para meu processo de autoconhecimento.

Aqui na Ago não tem sido diferente. A parceria com meu xará, Alexandre Amorim (foto), que muitos de vocês já conhecem bem, segue firme e inspiradora. O que quero destacar, no entanto, é o propósito que nos uniu há quatro anos e como ele foi fundamental para a construção da Ago Social. Essa jornada sempre esteve baseada no respeito ao papel de cada um e em uma admiração mútua — valores que hoje se espalham por toda a equipe que compõe nossa organização.

A partir dessa experiência, deixo uma reflexão: qual a importância de cultivar, dia após dia, as suas próprias parcerias? Quem está ao seu lado na luta diária de ser um empreendedor social? Se, por acaso, você se sente sozinho, deixo um conselho: procure alguém para

construir junto. Afinal, gosto muito do ditado que diz: “Sozinho você vai mais rápido, mas juntos podemos ir mais longe.”

Também não posso deixar de mencionar as parcerias com clientes e fornecedores. Muitas vezes, essas relações se desgastam com o tempo e as demandas, mas é justamente nesses momentos que o histórico construído com respeito e admiração deve prevalecer. Ter a capacidade de sentar, conversar e discutir a relação com transparência pode ser decisivo para a continuidade de qualquer parceria.

Por fim, convido você a refletir sobre o propósito que sustenta suas amizades e vínculos profissionais. O que, de fato, o une a alguém para construir uma história de parceria duradoura e significativa?

Com esse espírito de colaboração e propósito, desejo a você uma excelente leitura desta edição, que está especialmente rica em conteúdos.

Alexandre Barbosa (o Alex)

Publisher Cofundador Ago Social a.barbosa@agosocial.com.br

Foto: Oruê Brasileiro
Foto: Gus Benke

HQuando o mundo olha para nós

á momentos na história em que um país deixa de ser coadjuvante para assumir papel de protagonista. O Brasil tem exatamente a chance de viver esse ponto de inflexão. Em novembro, Belém (PA) será a capital global das discussões sobre o futuro do planeta ao sediar a COP30, a Conferência do Clima da ONU. Não se trata apenas de um evento sobre meio ambiente. É uma oportunidade única de mostrar ao mundo que desenvolvimento e justiça social são indissociáveis da preservação da floresta e da biodiversidade.

A crise climática não é algo distante da maioria de nós. Ela tem nome, rosto e endereço, afeta as populações e os territórios mais vulneráveis. Ela está nas enchentes que desalojam famílias, na seca que ameaça o abastecimento, na insegurança alimentar que se agrava, nas doenças que se espalham e nos deslocamentos forçados de comunidades inteiras. Ela representa, também, a desigualdade social que se intensifica. É por isso que afirmamos: não existe justiça climática sem justiça social.

zemos orientações práticas sobre como acompanhar a conferência e aproveitar os debates que se estenderão muito após Belém.

Mas a edição vai além da COP30. No Papo de Impacto, conversamos com Carola Matarazzo, referência no campo da filantropia, que compartilha reflexões sobre o investimento social no Brasil. No marco do aniversário de quatro anos da Ago, trazemos o Relatório de Impacto 2021 a 2025, compartilhando resultados e conquistas.

O desenvolvimento e a justiça social são indissociáveis da preservação da floresta e da biodiversidade.

Para apoiar o fortalecimento do terceiro setor, analisamos por que a captação precisa estar no centro da gestão das organizações, falamos do uso da inteligência artificial para o preenchimento de editais e apresentamos um olhar estratégico sobre os oceanos como ativo de impacto socioambiental. Como sempre, reunimos vozes que inspiram na coluna Vozes do Empreendedorismo e no Mapa do Impacto da Ago.

Esta edição foi pensada para oferecer um mergulho amplo nessa pauta. Começamos explicando por que os olhos do mundo estão voltados para o Brasil e destrinchamos a anatomia de uma COP, com um guia para que todos entendam como funcionam as negociações. Dedicamos espaço ao ecossistema de impacto que já existe na Amazônia, mas que ainda é pouco conhecido fora do território. E, para quem deseja se preparar, tra-

Expediente

REVISTA AGORA ED. 9, Out - Dez 2025.

Veículo de comunicação produzido e editado pela Ago Social.

Fundadores: Alex Barbosa a.barbosa@agosocial.com.br

Alexandre Amorim a.amorim@agosocial.com.br

Nosso convite é claro: este é um momento de consciência, compromisso e ação. Quando o mundo olha para nós, é hora de mostrar não só a potência da Amazônia, mas também a força de todo um ecossistema comprometido com impacto positivo.

Aproveite a leitura!

Coordenação e projeto editorial:

Editora-chefe: Fabíola Melo

Redação e revisão: Fabíola Melo e Time Ago

Jornalista responsável: Alexandre Barbosa DRT 5121/PR

Projeto gráfico, diagramação e capa: @gianapundek

Marketing/anúncios: Alex Barbosa - a.barbosa@agosocial.com.br

Impressão: Maxi Gráfica

Fale com a Redação: f.melo@agosocial.com.br

As opiniões emitidas nesta publicação são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da Ago Social. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização prévia.

ESPECIAL CAPA

16 • COP30 no Brasil:

o clima e as pessoas no mesmo palco

18 • Anatomia da COP30

23 • O papel do Brasil:

oportunidades (e desafios) para o protagonismo

24 • A floresta não é cenário, é sujeito

26 • Por que tudo isso importa para você?

27 • Na Conferência das Partes, qual parte você vai assumir?

PAPO DE IMPACTO

06 • Entrevista com Carola Matarazzo

Investimento social: um motor para mudanças sistêmicas e estruturais

NESTA EDIÇÃO

03 • A voz do Publisher

04 • Editorial

08 • Espaço do leitor

Os leitores da AGORA pelo Brasil

10 • Parceiros:

Instituto ACP e Instituto Ethos

14 • Desenvolvimento institucional

IA na prática: como criar uma inscrição eficiente

28 • Mapa do impacto

Os alunos da Ago em todas as regiões do Brasil

34 • Captação de recursos

Sem dinheiro, sem causa 36 • Especial

Quatro anos de impacto da Ago Social

38 • Fala Social

Além do Greenwashing: A evolução das cadeias de valor justas e sustentáveis

40 • Causas e propósitos

Oceano em evidência: do protagonismo global à realidade brasileira

42

Vozes do Empreendedorismo socioambiental

Marcela Santos e a IFÈ Beleza

Madalena Ferreira e o Sementes do Paraíso 46 • Redes e ecossistemas

O valor de fomentar ecossistemas

Eventos do setor:

12 • AI for Good Inteligência Artificial usada para o bem 32 • Painel Ago

O panorama do impacto da Ago no último trimestre

• SITS: técnica e vivência social unidas em prol do terceiro setor mineiro

• Conferência Ethos

amplia o diálogo rumo à COP30

50 • Agenda do setor

Os próximos eventos para fortalecer o ecossistema de impacto

CAPA 16 a 27

Investimento social: um motor para mudanças sistêmicas e estruturais

Com Carola Matarazzo

Diretora executiva do Movimento Bem Maior e presidente do Conselho de Governança do GIFE

Por Fabíola Melo

À FRENTE DO CONSELHO DO GIFE, CAROLA MATARAZZO REFLETE SOBRE O PAPEL ESTRATÉGICO DA FILANTROPIA NA REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES

Carola Matarazzo é um dos nomes de maior relevância no campo da filantropia e do investimento social privado no Brasil. Diretora executiva do Movimento Bem Maior há sete anos, ela assume agora um novo desafio: integrar o Conselho de Governança do GIFE, espaço que considera essencial para articular, experimentar e liderar de forma colaborativa. Em sua visão, ainda existem barreiras importantes, como a concentração regional e a baixa diversidade nos espaços de decisão. Por isso, Carola reforça a urgência de ampliar vozes e reconhecer diferentes saberes, sobretudo dos territórios. Para ela, equidade, agenda climática, fortalecimento das organizações da sociedade civil e melhoria do ambiente regulatório seguirão estruturando a pauta do investimento social no país. Nesta edição, ela compartilha suas reflexões e convites para o futuro — acompanhe a entrevista completa.

O Brasil precisa de mais ousadia filantrópica, com intencionalidade e visão sistêmica.

longo prazo. Esse movimento revela que parte importante dos investidores sociais entendeu que não basta atuar apenas nos momentos de crise: é necessário manter o apoio continuado, garantir a sustentabilidade das organizações sociais e contribuir para mudanças sistêmicas no país. Num contexto de instabilidade econômica e incertezas políticas, essa permanência é um sinal de coragem e visão estratégica. É a disposição de seguir investindo porque se compreende que os resultados mais transformadores só acontecem com consistência e tempo. Ao final deste ano, uma nova rodada do Censo trará dados atualizados que nos permitirão avaliar se essa tendência se consolidou.

Como aproximar o ISP da ponta e trazer essa temática para o centro da agenda institucional?

Como você interpreta o cenário dos investimentos sociais hoje, no atual contexto político e econômico do país, considerando a retomada que houve na pós-pandemia?

O dado de que o investimento social privado alcançou R$ 4,8 bilhões em 2022 — mesmo depois de decorrido o período mais agudo da pandemia — sinaliza um amadurecimento relevante do campo, que o setor começa a consolidar uma cultura de compromisso de

A aproximação com a ponta começa pela disposição genuína de escutar e cocriar — reconhecendo que as organizações que atuam nos territórios são detentoras de saberes, repertórios e soluções profundamente conectadas à realidade brasileira.

Para isso, é importante revisitar práticas e estruturas no campo do investimento social, promovendo relações de maior proximidade e confiança. Isso inclui ampliar o apoio institucional, assumir compromissos mais duradouros com os parceiros e simplificar pro-

CAROLA MATARAZZO

cessos, criando caminhos que favoreçam o acesso e a autonomia das organizações da sociedade civil. Essa é uma mudança de postura e cultura — e está no centro da agenda que o GIFE busca fomentar. Não se trata de substituir uma forma de fazer por outra, mas de ampliar repertórios, incluir novas perspectivas e fortalecer vínculos baseados na escuta, no respeito mútuo e na valorização da autonomia de quem está na linha de frente da transformação social.

O GIFE está trabalhando para que seus associados avancem em conselhos mais diversos e práticas mais inclusivas? De que forma?

Nos últimos anos, o GIFE tem se dedicado a criar espaços de aprendizado, diálogo, mentoria e trocas entre pares, sempre respeitando o tempo e o contexto de cada organização. Sabemos da importância das lideranças da filantropia nesses espaços, pois elas podem transmitir as reflexões que são feitas para seus conselhos. Acreditamos que conselhos mais diversos são também mais potentes — porque refletem melhor a complexidade dos desafios que enfrentamos e ampliam nossa capacidade de inovar, escutar e transformar. Em 2025, daremos um passo importante com o lançamento do novo Guia de Governança, que reunirá princípios, ferramentas e experiências práticas para apoiar as organizações que desejam fortalecer sua governança e avançar, de forma concreta, em direção à inclusão.

De que modo é possível estimular uma atuação mais estratégica das áreas sociais nas empresas?

Um dos desafios mais relevantes hoje é tornar mais visível a conexão entre os compromissos ESG e o ISP. Muitas empresas atuam fortemente em temas como diversidade, direitos humanos, clima e comunidades, mas ainda não conectam essas frentes ao seu ISP de forma estruturada. O ponto de encontro existe — e é potente: o pilar “S” da agenda ESG trata, entre outros temas, de equidade, inclusão, impacto comunitário e relações com stakeholders. Quando o investimento social se integra à estratégia ESG, ele deixa de ser uma ação periférica e passa a ser um vetor de geração de valor social e reputacional. O GIFE pode contribuir ampliando essa consciência, promovendo o diálogo entre áreas de sustentabilidade e investimento social, sistematizando boas práticas e apoiando a construção de métricas comuns que permitam avaliar impacto de forma integrada. Essa conexão é o que fortalece a coerência institucional e amplia o impacto positivo no território.

Como o GIFE pode articular coalizões e alianças multissetoriais para lidar com os desafios mais complexos do país — como desigualdade, clima e justiça racial?

Esses desafios são, por definição, complexos e interdependentes. Nenhum setor tem condições de enfrentá-los de forma isolada. É por isso que o papel do GIFE como articulador é tão estratégico. Cabe a nós criar pontes entre empresas, institutos, fundações, organizações da sociedade civil, governos e academia — apoiando o surgimento de alianças que combinem potência financeira, capilaridade territorial, conhecimento técnico e legitimidade social. Essa vocação já é exercida pelo GIFE, que pode se tornar ainda mais uma força de costura, inteligência e mobilização para transformar essa necessidade em realidade.

Agora, na presidência do Conselho de Governança do GIFE, que prioridades você enxerga para este novo ciclo da instituição?

Este momento representa a oportunidade de fortalecer ainda mais o papel do GIFE como articulador de um campo filantrópico que está cada vez mais comprometido com a redução das desigualdades no Brasil. Vejo como prioridade ampliar o espaço para diferentes formas e práticas de filantropia — especialmente aquelas que descentralizam recursos, valorizam a pluralidade e reconhecem as organizações dos territórios como protagonistas das soluções para os nossos desafios sociais. Isso passa, na prática, por fomentar escutas e diálogos mais consistentes entre atores diversos, criando pontes de confiança e colaboração. É essa confiança que permite ao setor ousar mais: apoiando iniciativas locais, mobilizando novas lideranças e construindo uma agenda de investimento social privado mais efetiva e transformadora.

Precisamos de um investimento social que seja não apenas generoso, mas também persistente, estratégico e articulado.

Conheça o trabalho do Gife:

pelo Brasil

CONFIRA QUEM SE ATUALIZA COM ESTE CONTEÚDO PARA GERAR CADA VEZ MAIS TRANSFORMAÇÃO.

Fortaleza (CE)

Fabrini andrade

INSTITUTO POVO DO MAR

Osório (RS)

Luciane Sant Ana Bittencourt

ASSOCIAÇÃO ARTÍSTICA E CULTURAL DE OSÓRIO (AACORS)

Campo Grande (MS)

Maria Rosalina Gomes

INSTITUTO SOCIAL A CAMINHO DA ESCOLA

“Nos meus momentos de pausa, me reconecto com meu propósito lendo entrevistas e artigos que falam sobre a minha praxis social.”

Dracena (SP)

Ana Cláudia Souza

INSTITUIÇÃO NOVO AMANHECER GUIOMAR C. A. DA SILVA

Pé de Serra (BA)

Joelma Bandeira de Jesus

Bela Vista de Goiás (GO)

Claudia Jeanne do Nascimento

COLETIVO NÚCLEO DE ARTE E CULTURA BELAVISTENSE

São João de Meriti - RJ

Jaqueline Lima

DNA DA BELEZA

“Gosto de como os temas sobre sustentabilidade, gestão de pessoas e sucesso consciente se conectam com uma visão de futuro mais humana.”

Unaí (MG)

Delio Oscar Neto CENTRO POLIVALENTE DE ATIVIDADE SOCIAL CULTURAL E AMBIENTAL (CEPASA)

“Adoro cada edição, as ideias de como servir a comunidade, dicas valiosas como ser um agente de mudança melhor. Cada edição tem um aprendizado e oportunidade de acreditar em um mundo melhor.”

Esperantina (PI)

Shirley Machado AMARE

Magé (RJ)

Ricardo Nolasco

Bauru (SP)

Eliana Misokami

ABREC - ASSOCIAÇÃO BAURUENSE DE APOIO E ASSISTÊNCIA AO RENAL CRÔNICO

“Admiro na revista Ago Social a forma como ela dá voz a iniciativas transformadoras, mostrando o impacto positivo que pessoas e projetos geram na sociedade.”

Ubatuba (SP)

Flavio Malta

ARQUITETURA, ACESSIBILIDADE E MOBILIDADE URBANA (ARQCESS)

Porto Alegre (RS)

Carlos Alexandre Ferreira da Costa OBRA SOCIAL DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIAOSICOM

Anacleto Brunoro Júnior ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DE

Rio de Janeiro (RJ)

Claudia Soares AMIGOS PARA SOS

Araras (SP)

Nelo José Scarcella Jr

INSTITUTO ROBERTO CARLOS

Lavras (MG)

Virgínia

Peres Neri HOSPITAL VAZ MONTEIRO

Belo Horizonte - MG

Carlos Vasconcelos (Karlinhos)

PROJETO BOM NA BOLA BOM NA VIDA “Que rica e maravilhosa edição! As matérias Por que atuar em rede? e ESG além do discurso são duas importantes oportunidades para planejamentos. Obrigado por nos ajudar!”

Castelo (ES)
ARACUÍ

Joinville (SC)

Vinicius

Carlos

Siqueira

AMBIENTAL LIMPEZA

E SANEAMENTO URBANO

Barueri (SP)

Irene Araújo

Santana PIPOCAS GOURMET MARTINS

Santa Cruz do Sul (RS)

Carina Bublitz GRUPO FOCO

Florianópolis (SC)

Simone T.

Marques

INSTITUTO PADRE

VILSON GROH

Praia Grande (SP)

Vanessa Venâncio Martins

INSTITUTO ALMAS AZUIS

São Paulo - SP

Elena Senatore

ESTÍMULO - FUNDO DE IMPACTO

Santa Cruz do Sul (RS)

Gilson Kurowski

BECOTEC SOLUÇÕES AMBIENTAIS

Salvador (BA)

David Pina

“Gosto especialmente a forma como a revista valoriza histórias reais de pessoas e comunidades, mostrando exemplos de superação, solidariedade e inovação social.”

Uberaba (MG)

Geise Degraf DEGRAF INSTITUTO ACADEMIA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL

“Adoro a diversidade de conteúdo. A revista amplia minha visão sobre o que está sendo feito, me apresenta instituições que eu ainda não conhecia e me atualiza sobre eventos e iniciativas importantes na área.”

Sousa - PB

Késia Ribeiro

AADAA (ASSOCIAÇÃO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE AGROPECUÁRIA)

“[A revista] nos mostra que não podemos parar, porque muitas vidas ainda precisam ser impactadas, com inovação e responsabilidade.”

Curitiba (PR)

Linda Franco

INSTITUTO BERBIGIER

Itabirinha (MG)

Maura Macedo

MOVIMENTO DE VALORIZAÇÃO DA FAMÍLIA

Montes Claros (MG)

Elwira MoreiraDaphinnGuimarães

COORDENAÇÃO AGRICULTURA FAMILIAR - MONTES CLAROS

São Luís (MA)

Maria dos Anjos GRUPO NEGRO

Rio de Janeiro - RJ

Rio de Janeiro (RJ)

Alcinéa Hermes

CENTRO DE ESTUDOS DE SAÚDE DO PROJETO PAPUCAIA

Claudia de Albuquerque Gomes

EDAC, COLETIVO MARIAMAS E PIERCHARME PEDRA

“O que eu mais gosto é como a revista aborda assuntos relevantes para o momento que estamos vivendo, com clareza e objetividade.”

Salvador (BA)

Paula Cardoso

ILUMINA VIDA CONSULTORIA EMPRESARIAL, CASA CRIOLL’AS, 2E ESCOLA DE EMPREENDEDORISMO, ASSOC. SILVANO A. DE ARAÚJO

Hortolândia (SP)

Suellen Soares

INSTITUTO DONÉ ELEONORA

Paço do Lumiar - MA

Luana Diniz

UNIÃO DE PAIS E AMIGOS DA EDUCAÇÃO - INSTITUTO EDUCAÇÃO

“A Revista da Ago Social nos conecta com inovações, ideias e conhecimentos que impactam diretamente nossa organização e o público que atendemos.”

São Luís (MA)

Raimunda Maria da Silva INSTITUTO SANTA CLARA

Ananindeua (PA)

Rayssa Monique Carvalho Moura OSC AMA

Rio de Janeiro (RJ)

Luciana Simãozinho

INSTITUTO MUNDO NOVO

Uma parceria para fortalecer o setor social

O INSTITUTO ACP APOIA A REVISTA AGORA E REFORÇA SEU

COMPROMISSO COM UMA SOCIEDADE CIVIL MAIS FORTE E CONECTADA

OInstituto ACP é uma organização de investimento social fundada em 2019 pela segunda geração de uma família empreendedora, com o propósito de fortalecer o desenvolvimento institucional das Organizações da Sociedade Civil (OSCs) brasileiras. Seu trabalho parte da premissa que uma sociedade civil organizada autônoma, resiliente e diversa, é vetor de transformação na direção de um país melhor para todas as pessoas.

Esta parceria nasce de uma convergência natural: ambos acreditam na força de quem está na linha de frente da transformação social.

Além de promover doações e apoiar diretamente o fortalecimento institucional de OSCs, o Instituto ACP investe em iniciativas que compartilham do nosso mesmo propósito: campanhas, eventos, cursos, negócios de impacto, pesquisas, publicações e plataformas que contribuem para o fortalecimento da sociedade civil organizada no Brasil seja por meio de iniciativas focadas nas premissas para que elas existam, pela disseminação da agenda do desenvolvimento institucional como um todo, seja com foco em uma das dimensões do desenvolvimento institucional de OSC - Governança, Planejamento estratégico, Monitoramento e avaliação, Gestão e desenvolvimento de pessoas, Comunicação, Captação de recursos e mobilização de parcerias, Gestão jurídica e financeira, Gestão do conhecimento, Tecnologia e inovação e Diversidade e Inclusão. A nossa visão de longo prazo é clara: criar e ampliar a consciência sobre a importância de investir em desenvolvimento institucional - tanto entre quem doa, assim como dentro das próprias organizações. Além disso, fomentar um campo

colaborativo de produção e disseminação de conhecimento sobre desenvolvimento institucional e impulsionar um ecossistema vibrante de profissionais qualificados que apoiem a sociedade civil organizada. Precisamos, enquanto ecossistema, acreditar que investir em desenvolvimento institucional é investir na missão da organização.

A Revista AGORA, publicação da Ago Social, dialoga diretamente com esses objetivos. Além de ser um veículo de comunicação impressa de distribuição gratuita, é um espaço de troca, formação e inspiração. Suas matérias e cases são cuidadosamente elaborados para contribuir com o fortalecimento de organizações sociais, oferecendo conteúdo prático e estratégico. Além disso, a revista dá visibilidade a boas práticas e histórias reais de empreendedores sociais, que inspiram pelo exemplo de resiliência e inovação. A AGORA traduz esse movimento em conhecimento acessível.

Essa parceria nasce de uma convergência natural: ambos acreditam na força de quem está na linha de frente da transformação social. Juntos, reafirmamos o compromisso com a construção de uma sociedade civil mais resiliente, articulada e conectada — um ecossistema em que conhecimento, prática e propósito caminham lado a lado.

Conheça o Instituto ACP:

COP30: Empresas no centro da transformação socioambiental

CONFERÊNCIA EM BELÉM MARCA MOMENTO DECISIVO

PARA O SETOR EMPRESARIAL

Dez anos após o Acordo de Paris, o mundo se depara com um cenário ainda mais complexo em relação à mudança do clima. Em breve, o Brasil sediará a COP30, um marco histórico não apenas pela localização, mas pela responsabilidade de apontar caminhos concretos para a próxima década. O evento coloca o país no centro da diplomacia climática e convoca todos os setores a assumirem compromissos mais ambiciosos. Nesse contexto, o papel das empresas se torna ainda mais determinante.

Tradicionalmente, o debate climático esteve centrado na redução das emissões de gases de efeito estufa. Hoje, as expectativas são mais amplas. Justiça climática, direitos humanos, biodiversidade, combate às desigualdades e justiça racial passam a compor a agenda que conecta meio ambiente e sociedade. Para as empresas, significa repensar estratégias de longo prazo e assumir que sustentabilidade não é apenas mitigar impactos ambientais, mas integrar dimensões sociais, culturais e econômicas em sua governança.

Esse olhar interseccional ficou evidente durante a Conferência Ethos 2025, que reuniu lideranças empresariais, especialistas e representantes da sociedade civil para refletir sobre o papel corporativo em um mundo que exige respostas urgentes.

Empresas que desejam se manter relevantes precisarão adotar uma visão integrada da sustentabilidade.

A integração de perspectivas diversas é uma oportunidade de inovação para as empresas. Ao adotar a justiça climática e os direitos humanos, a transição para uma economia de baixo carbono se torna mais justa, protegendo comunidades vulneráveis e garantindo relações mais transparentes e responsáveis em toda a cadeia de valor.

A COP30 representa, portanto, uma oportunidade histórica para que empresas brasileiras e globais revisitem seus modelos de negócio e ampliem sua atuação além do cumprimento

regulatório. O mundo espera que o setor empresarial vá além das metas ambientais e contribua ativamente para a redução das desigualdades e promoção da integridade socioambiental. Mais do que mitigar riscos, trata-se de assumir um papel transformador.

O Instituto Ethos tem buscado, justamente, fomentar esse diálogo entre empresas, organizações da sociedade civil, academia, populações tradicionais e governos. Às vésperas da COP30, o recado é claro: empresas que desejam se manter relevantes precisarão adotar uma visão integrada da sustentabilidade em que clima, justiça social e governança caminham lado a lado.

O futuro das corporações está diretamente ligado ao futuro do planeta, e a próxima década será decisiva para provar isso.

Saiba mais sobre como sua empresa pode fazer parte dessa transformação em:

Foto: arquivopessoal

Inteligência Artificial usada para o Bem Comum

QUAIS SÃO OS APRENDIZADOS E PROVOCAÇÕES DO AI FOR GOOD GLOBAL SUMMIT 2025

“Nosso trabalho é garantir que a IA não signifique ampliar desigualdades.”

Afrase de Doreen Bogdan-Martin, secretária-geral da União Internacional de Telecomunicações (UIT), marcou a abertura do AI for Good Global Summit 2025, realizado em Genebra, na Suíça. O encontro, promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas) e pela UIT, reuniu governos, empresas e instituições de pesquisa em torno de uma pergunta crucial: em um mundo em que 2,6 bilhões de pessoas ainda não têm acesso à internet, como assegurar que a inteligência artificial sirva, de fato, ao bem comum?

A tecnologia pode ser poderosa, mas só fará sentido se usada para ampliar oportunidades, fortalecer comunidades e reduzir desigualdades.

O Brasil esteve presente com uma delegação plural, convidada pelo Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), e trouxe para casa reflexões importantes. A experiência foi intensa e provocadora: de um lado, a empolgação com as inúmeras possibilidades de transformação que a IA oferece; de outro, a percepção de lacunas e riscos que podem afastar essa tecnologia de seu

maior propósito — ampliar direitos e reduzir desigualdades.

Dados e visibilidade

Um dos pontos mais debatidos foi a centralidade dos dados. Muitos problemas sociais permanecem invisíveis porque não existem registros que os revelem. Sem informação, não há ação. Dados de qualidade são o alicerce de qualquer solução eficaz e, quando fragmentados ou pouco confiáveis, comprometem todo o processo. Em Genebra, ouviu-se uma frase que resume bem essa responsabilidade coletiva: “choosing not to share is choosing not to help” - em tradução livre, “escolher não compartilhar é escolher não ajudar”.

A questão que se impõe é como garantir que populações e territórios historicamente invisibilizados também sejam beneficiados por dados acessíveis, éticos e representativos.

Aplicação com intencionalidade

Outro aprendizado veio da discussão sobre eficiência. A IA tem potencial para otimizar processos e gerar ganhos significativos, mas a história nos lembra do paradoxo de Jevons: quanto mais eficiente se torna um recurso, maior tende a ser o seu consumo. No caso da

IA, se não houver intencionalidade, a eficiência pode apenas acelerar o “mais do mesmo”. Surge, então, uma provocação: estamos sendo mais eficientes para quê e para quem?

Competências humanas neste contexto

Os debates no evento também destacaram a dimensão humana nessa discussão. Em meio a tantas inovações, é fundamental lembrar que a criatividade, a empatia e o julgamento ético permanecem insubstituíveis. Como disse o artista Will.i.am durante o evento: “A minha criatividade eu não delego. A escala das minhas ideias, sim”. Cabe a nós discernir o que pode ser delegado à tecnologia e o que deve permanecer como exercício humano. Sendo assim, é urgente investir em competências como pensamento crítico, raciocínio lógico e inteligência emocional — aquilo que, em última instância, nos torna verdadeiramente humanos.

Desafios a serem superados

Apesar das oportunidades, as lacunas são evidentes. A sociedade civil, com sua longa trajetória na implementação de soluções sociais, esteve praticamente ausente dos principais painéis do Summit. Esse vazio revela o risco de que decisões cruciais sobre o futuro da IA fiquem restritas às big techs e organismos multilaterais. Soma-se a isso a falta de financiamento específico para pesquisa em filantropia e tecnologia, a dificuldade de estabelecer regulações adequadas e a tensão permanente entre a velocidade da inovação e a necessidade de processos colaborativos mais inclusivos.

A inteligência artificial não é neutra. Seu impacto dependerá das escolhas que fizermos.

Ponto de atenção para o Brasil

Entre tantas provocações do Summit, uma ressoou com especial força para o Brasil: o desafio de lidar com nossos dados. Em um país continental como o nosso, marcado por realidades diversas, muitas organizações da sociedade civil ainda registram informações em cadernos ou planilhas dispersas, sem padronização ou digitalização. Essa fragmentação limita a construção de soluções robustas, mas abre espaço para imaginar um Data Commons no campo filantrópico — um repositório coletivo e padronizado que fortaleça o impacto do setor e permita que a inteligência artificial seja usada para responder de forma mais eficaz aos desafios sociais.

Caminhos possíveis

Ainda assim, o evento apontou vias promissoras. Há uma urgência em preparar professores e crianças para a era da IA, desenvolvendo habilidades para lidar criticamente com a tecnologia. Também é essencial valorizar os dados comunitários e territoriais, que carregam a riqueza de contextos locais muitas vezes negligenciados, e avançar em mecanismos de certificação e selos de qualidade que garantam ética e transparência no uso dessa ferramenta.

O AI for Good Global Summit reforçou que a inteligência artificial não é neutra. Seu impacto dependerá das escolhas que fizermos. Para que seja uma força de transformação positiva, será preciso colocar propósito, colaboração e humanidade no centro de cada decisão. A tecnologia pode ser poderosa, mas só fará sentido se usada para ampliar oportunidades, fortalecer comunidades e reduzir desigualdades. O desafio que se abre é coletivo: como garantir que a inteligência artificial esteja verdadeiramente a serviço do bem comum?

Delegação brasileira no IA for Good Summit, em Genebra
Foto:
divulgação

IA na prática: como criar uma inscrição eficiente

Por Andressa Garcia, analista de operações no Isaac e especialista em Gestão de Projetos Camila Dussán, Analista de Projetos na PonteAponte

Vanessa Prata, sócia-diretora da PonteAponte

UTILIZAR FERRAMENTAS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PODE AJUDAR A ELABORAR RESPOSTAS, MAS É IMPORTANTE TER O OLHAR HUMANO

Que a inteligência artificial veio para ficar, você já sabe. Mas como utilizar as ferramentas de IA de uma forma mais eficiente para facilitar a vida de quem preenche formulários de inscrições para editais e prêmios e enviar uma inscrição mais qualificada?

A IA é uma parceira de escrita, não uma substituta.

Para usar a IA de forma estratégica em uma inscrição, não basta digitar qualquer pergunta em uma ferramenta como o ChatGPT. Para começar, é essencial alimentar a IA com informações de qualidade, enviando ao programa (upload) documentos institucionais, teoria da mudança, o link do site da organização, apresentações e regulamentos da chamada, por exemplo, ou ao menos, explicando detalhadamente o contexto e descrevendo as principais informações que servirão de base para a elaboração das respostas.

O segundo passo é criar um bom prompt, isto é, a orientação para a ferramenta de IA gerar o texto para você, que deve ter:

• Um objetivo claro (exemplo: “escreva um resumo institucional em até 1500 caracteres”);

• Contexto estratégico (exemplo: missão, atuação, resultados da organização);

• Referência ao edital (exemplo: critérios e formato da pergunta);

• Pedido de ajuste, se necessário (ex: “reformule com tom mais institucional” ou “torne mais conciso”).

Por fim, é fundamental revisar criticamente e ajustar qualquer texto elaborado pelas ferramentas de IA, porque o conteúdo pode tanto conter erros ou soar genérico, “robótico”, sem o toque humano para cativar quem vai ler. Utilizar a IA para responder a formulários de chamadas não significa apenas pedir uma resposta e colá-la.

Pelo contrário: o processo é interativo, exige ajustes e decisões humanas em cada etapa.

Exemplos práticos: um processo de construção de resposta com IA

Para demonstrar na prática como usar a IA de forma mais eficiente, fizemos uma simulação de uma chamada fictícia tendo como exemplo a ponteAponte, consultoria especializada em qualificar o investimento social privado e a filantropia.

Criamos um regulamento e um formulário utilizando critérios que são comumente utilizados em diversas chamadas: Relevância e impacto, Sustentabilidade e viabilidade, Inovação, Escalabilidade e replicabilidade, Diversidade e inclusão.

Após enviar esses materiais para o ChatGPT, criamos o seguinte prompt:

Resposta da IA (versão inicial):

A IA retornou uma versão estruturada e coerente, mas ainda trazia uma linguagem mais genérica, com pouca praticidade.

Foram solicitados ajustes, com o seguinte prompt:

“Adapte o texto para ficar mais institucional e conci so, com um teor mais prático.”

Nova resposta da IA (após ajuste):

Resposta inicial da IA:

“A ponteAponte gera impacto positivo ao fortalecer o ecossistema socioambiental por meio do apoio téc nico, estratégico e financeiro a iniciativas da socieda de civil. [...]”

No processo de ajuste, comentamos:

“A resposta ficou superficial. Traga exemplos com base no portfólio e destaque resultados concretos.”

]

Resposta final da IA, após pedido de ajustes:

“Por meio da gestão de chamadas como o Prêmio

LED e o Edital Acelere o Relógio da Igualdade, forta lecemos causas urgentes com processos estrutura dos. [...]

Já apoiamos mais de 500 iniciativas em todas as regiões do Brasil, repassamos mais de R$ 80 milhões e avaliamos mais de 13 mil projetos.”

Esse ajuste mostra como a instrução humana direcionou a IA para inserir dados objetivos e exemplos reais, que enriquecem a narrativa e dialogam com os critérios do edital.

“A ponteAponte atua para reduzir a fragmentação entre atores do ecossistema socioambiental, fortale cendo a conexão entre financiadores, sociedade civil, poder público e demais agentes. [...]”

Neste momento, a IA refinou o tom, trazendo uma versão mais direta, com foco nos desafios e soluções práticas — mais adequada ao contexto da chamada. Ainda assim, a ponteAponte não costuma usar “reduzir a fragmentação” em seus textos, então provavelmente mudaríamos para algo com “criar pontes” ou “criar conexões”.

Outro exemplo: tornando a resposta mais concreta e rica em dados

Nesse caso, simplesmente pedimos à IA que respondesse à pergunta do formulário com base no portfólio da empresa: Como a iniciativa gera impacto positivo na sociedade?

É possível ainda contar com o apoio das ferramentas de IA para criar tabelas, planejar o orçamento de um projeto, criar um plano de ação, entre inúmeras outras possibilidades. Sempre lembrando, claro, que a IA é uma parceira de escrita, não uma substituta.

A aproximação entre IA e o olhar humano torna o processo interativo, com ajustes e decisões em cada etapa.

Conheça a ponteAponte:

Este encontro histórico coloca o nosso país no papel de protagonista na construção de soluções para o futuro do planeta.

COP30 no Brasil:

o clima e as pessoas no mesmo palco

POR QUE O SETOR SOCIAL PRECISA PARTICIPAR DOS DEBATES DA CONFERÊNCIA DO CLIMA Por Fabíola Melo e Rodrigo Matana

Em novembro de 2025, os olhos do mundo se voltarão para Belém, no coração da Amazônia brasileira. A cidade será a anfitriã da 30ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Desde 1995, a COP reúne governos, sociedade civil, empresas e especialistas para debater e negociar ações diante da crise climática global. É neste espaço que se definem metas de redução de emissões, mecanismos de financiamento e estratégias de adaptação diante do aumento da temperatura da Terra e seus efeitos sobre o clima. Trata-se de um fórum político e científico que repercute diretamente na vida de comunidades do mundo inteiro.

Por que a COP importa para a sociedade?

Receber esse encontro histórico coloca o nosso país não apenas como anfitrião, mas como protagonista na construção de soluções para o futuro do planeta. Para muitos, essa pauta, à primeira vista, pode parecer distante ou secundária. Mas a verdade é que a crise climática não é um problema distante. Ela atravessa o cotidiano das comunidades, atua como um catalisador e um amplificador das desigualdades sociais e afetando diretamente populações vulneráveis. Por isso, nunca foi tão urgente falar de clima — e de pessoas.

Por isso, as organizações sociais e os negócios de impacto precisam compreender que integrar a agenda da COP30 não é apenas relevante, mas fundamental para a eficácia de seus propósitos. As mudanças climáticas não atingem a todos de forma igual. Povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, agricultores familiares e moradores de periferias urbanas estão entre os primeiros a sentir seus impactos — seja por enchentes, secas, poluição ou perda de territórios. São muitas as consequências: destruição de imóveis; insegurança alimentar que cresce quando colheitas são destruídas; comunidades ribeirinhas e indígenas deslocadas; aumento de doenças respiratórias e vetoriais; pressão sobre sistemas de saúde e assistência social. Para o setor social, isso mostra a necessidade de ampliar o olhar. Mesmo que uma organização atue em educação, saúde, geração de renda ou direitos humanos, o impacto climático já está presente — e tende a aumentar. Uma enchente pode interromper o trabalho de uma ONG de reforço escolar. A seca pode inviabilizar um projeto de agricultura familiar. A poluição pode agravar doenças crônicas atendidas por um serviço comunitário. Integrar a agenda climática às ações sociais não é um “extra”: é uma necessidade estratégica.

Ao integrar a pauta climática em suas estratégias, as organizações sociais não apenas ampliam seu impacto, mas também fortalecem a resiliência das comunidades que servem.

O que acontecerá na Conferência, na prática?

Belém, porta de entrada para a Amazônia, será palco de debates centrais sobre O Brasil carrega a expectativa de liderar pelo exemplo, mostrando

como desenvolvimento e proteção ambiental podem caminhar juntos — e como a pauta climática precisa incluir vozes de comunidades tradicionais, periferias urbanas e povos originários.

A programação oficial da conferência aponta para diálogos que incluem preservação de florestas, transição energética, financiamento climático e participação social. Haverá dias temáticos sobre adaptação, cidades, infraestrutura, resíduos, água, bioeconomia, economia circular, saúde, empregos, educação, cultura, justiça e direitos humanos. Pela primeira vez, o debate sobre desinformação climática entrará na agenda, reconhecendo o impacto das fake news na mobilização global.

Para as OSCs e negócios de impacto, a COP30 é uma oportunidade para:

• Posicionar-se e influenciar políticas: garantir que as vozes das comunidades vulneráveis estejam presentes nas negociações.

• Formar alianças e desenvolver projetos integrados: unir impacto social e resiliência climática, como agricultura sustentável, moradia de baixo carbono ou energia renovável comunitária.

• Mobilizar recursos: acessar fundos climáticos internacionais e garantir que cheguem à ponta.

• Promover educação e conscientização: traduzir a pauta climática para o cotidiano das pessoas, fortalecendo lideranças locais.

• Assumir um novo posicionamento: incorporar a crise climática ao planejamento institucional, buscando parcerias e soluções que unam impacto social e resiliência ambiental.

Para as empresas, a possibilidade de debater sobre soluções e boas práticas tem o potencial de ampliar suas ações de mitigação de impactos negativos e de promoção de impactos positivos.

Conhecer para compreender

A COP30 em Belém é mais do que uma conferência ambiental; é uma oportunidade estratégica para os atores do setor social brasileiro reafirmarem seu papel central na construção colaborativa de um futuro mais justo e sustentável.

Para quem tem essa intenção, esta matéria traz informações para preparar expectadores ativos, capazes de compreender melhor cada movimento e decisão. Acompanhe até o final!

SAnatomia da

O QUE EU PRECISO SABER PARA ENTENDER A CONFERÊNCIA DO CLIMA?

e você nunca participou de uma COP, pode parecer que se trata de um encontro distante, feito só para diplomatas. Mas, na prática, as decisões tomadas ali moldam políticas climáticas, investimentos e até padrões de consumo que chegam ao seu cotidiano.

As COPs (Conferências das Partes) acontecem desde 1995, sob a coordenação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). O objetivo central é um só: manter o aquecimento global dentro de limites que garantam a sobrevivência das pessoas e dos ecossistemas. A COP30, que acontece

primeira foi a COP20, em Lima, no Peru, em 2014. A escolha da Amazônia como sede é carregada de simbolismo. O bioma é um dos mais estratégicos para o equilíbrio climático global e abriga comunidades que vivem diariamente os impactos da crise climática. Realizar a conferência em Belém coloca o Brasil no centro do debate sobre preservação ambiental e desenvolvimento sustentável.

Mas, em torno desse propósito comum, convivem disputas geopolíticas, interesses econômicos e demandas sociais. E é justamente nessa arena complexa que

Informações institucionais

30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC): Principal conferência da ONU sobre mudanças climáticas e principal espaço multilateral para negociação climática.

Presidente: Embaixador André Corrêa do Lago – Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty).

Diretora-Executiva (CEO): Ana Toni – Secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA)

Público esperado: 40 mil pessoas de mais de 190 países (Chefes de Estado, ministros de meio ambiente e de relações exteriores; cientistas e pesquisadores de clima; empresas e investidores em transição energética; ONGs ambientais, movimentos sociais, povos indígenas e quilombolas).

Participação nos eventos: neste momento, com o fim do período de credenciamento, é possível somente participar dos eventos paralelos abertos ao público, além da programação das Zonas Amarelas (saiba mais a seguir).

Metas:

Avançar na implementação do Acordo de Paris e reforçar medidas para limitar o aquecimento global a 1,5°C.

Mobilizar financiamento, tecnologia e cooperação internacional para enfrentar a crise climática.

países. Nada é decidido por votos, apenas por consenso, o que torna o processo lento e o resultado, muitas vezes, mais “suave” do que a ciência recomenda – e o planeta pede. Ministros e chefes de delegação destravam os pontos mais difíceis. Por último, a decisão final acontece em plenária, quando é aprovado o documento chamado Decisão da COP, que orienta a ação climática global como um guia político e de pressão sobre governos.

Uma história feita de avanços e impasses

Cada COP tem sua narrativa própria, marcada por negociações intensas. Algumas se tornaram símbolos de avanço, outras ficaram lembradas como oportunidades perdidas.

1995 – COP1 (Berlim, Alemanha)

Ponto de partida: primeira COP após a criação da ConvençãoQuadro da ONU sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Acordou-se que os compromissos existentes eram insuficientes e seria necessário estabelecer metas mais rigorosas. Esse processo resultaria no Protocolo de Quioto.

1997 – COP3 (Quioto, Japão)

Conquista: adoção do Protocolo de Quioto, o primeiro tratado internacional que estabeleceu metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, porém apenas para países desenvolvidos. Entrou em vigor em 2005, mas enfrentou resistências – como a não adesão dos EUA e a saída posterior do Canadá.

2009 – COP15 (Copenhague, Dinamarca)

Frustração: considerada uma das maiores decepções da diplomacia climática. Havia grande expectativa de um acordo global sucessor de Quioto, mas os países saíram apenas com um documento político frágil, sem metas obrigatórias. Ainda assim, foi a primeira vez que se mencionou a necessidade de limitar o aquecimento global a 2 °C.

2015 – COP21

(Paris, França)

Avanço histórico: nasce o Acordo de Paris, que unificou quase 200 países em torno do objetivo de limitar o aquecimento a 1,5°C. Diferentemente de Quioto, o pacto incluiu todos os países, que passaram a apresentar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Criou também mecanismos de transparência e revisão periódica.

2021 – COP26

(Glasgow, Escócia)

Avanço parcial: os países concordaram em intensificar metas de curto prazo e, pela primeira vez, o documento final mencionou a redução gradual (“phase down”) do uso de carvão e subsídios a combustíveis fósseis – um tabu até então. No entanto, críticas apontaram falta de ambição e ausência de compromissos vinculantes.

2022 – COP27

(Sharm El-Sheikh, Egito)

Marco financeiro: foi aprovada a criação do Fundo de Perdas e Danos, para compensar países mais vulneráveis pelos impactos já irreversíveis da crise climática. Apesar do avanço, não houve decisão sobre quem vai financiar o fundo e em que montante.

2023 – COP28 (Dubai, Emirados Árabes Unidos)

Rompendo barreiras: pela primeira vez, o texto final reconheceu explicitamente a necessidade de uma transição para longe dos combustíveis fósseis – principal causa da crise climática. Também ocorreu o primeiro “Global Stocktake”, um balanço geral do Acordo de Paris, que mostrou a distância entre metas e realidade.

2025 – COP30 (Belém, Brasil)

Expectativa global: a primeira COP sediada na Amazônia. Será o momento de revisão obrigatória das NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) e pode marcar um novo ciclo de compromissos mais ambiciosos. Espera-se forte protagonismo dos povos indígenas, comunidades locais e da agenda socioambiental brasileira.

Uma das Conferências do Clima de maior destaque histórico foi a COP21 (Paris, 2015). Dela, nasceram marcos que moldam decisões e atraem a atenção do mundo até hoje:

• Assinatura do Acordo de Paris, maior marco da diplomacia climática recente.

• Integração com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030 da ONU.

• Definição da meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C, com revisões periódicas das contribuições nacionais (NDCs).

Manual DA COP: o que fazer, para onde ir?

Uma COP é quase uma cidade temporária. São dezenas de milhares de participantes circulando por espaços diferentes, cada um com regras próprias. Para quem nunca participou, a ex-

periência pode parecer um labirinto de negociações, eventos e espaços distintos. Entender a dinâmica é essencial para se situar – seja presencialmente ou acompanhando de longe:

Zona Azul (Blue Zone)

O CORAÇÃO POLÍTICO.

É administrada pela ONU e só acessada por credenciados oficiais (delegados, negociadores, ONGs observadoras). Ali acontecem as reuniões formais, as plenárias, a Cúpula de Líderes (Chefes de Estado) e os anúncios mais importantes, em que os documentos finais são negociados, palavra por palavra. São elas que definem as metas globais de emissões e políticas climáticas — entender esses debates é essencial para acompanhar impactos futuros. Você pode assistir às plenárias da Blue Zone de forma virtual através do sistema de inscrição online da UNFCCC (Organização das Nações Unidas para a Mudança Climática). Em Belém, a Blue Zone será instalada no Parque da Cidade, em uma área de aproximadamente 160 mil m².

Zona Amarela (Yellow Zone) ESPAÇOS COMUNITÁRIOS E CULTURAIS NAS PERIFERIAS DE BELÉM, ORGANIZADOS PELA COP DAS BAIXADAS, UM COLETIVO DE ORGANIZAÇÕES PERIFÉRICAS DA CAPITAL PARAENSE.

A ideia das Zonas Amarelas é descentralizar o debate climático, democratizar o acesso à informação e gerar legado para a população local. O projeto envolve diversas organizações e ativistas e busca dar voz às comunidades que vivem diretamente os efeitos das mudanças climáticas. Nos espaços acontecem eventos culturais, formações, ações de conscientização e manifestações em defesa do clima. Alguns exemplos de Yellow Zones são a Barca Literária e o Gueto Hub. A intenção é manter esses espaços após a COP, transformando-os em referências permanentes de justiça climática comunitária.

Eventos paralelos

ACONTECEM DENTRO E FORA DA COP, MUITAS VEZES ORGANIZADOS POR ONGS, UNIVERSIDADES E COLETIVOS.

Além das zonas oficiais, a cidade-sede se transforma em palco de atividades. Redes e movimentos organizam fóruns, marchas, painéis e encontros para pressionar negociadores e dar visibilidade às agendas urgentes. Participe dos eventos paralelos: fóruns, lives e exposições sobre bioeconomia, juventude e Amazônia permitem interagir, aprender e se inspirar com soluções práticas.

Zona Verde (Green Zone)

ÁREA ABERTA AO PÚBLICO QUE SE CREDENCIOU GRATUITAMENTE, ONDE ACONTECE A MOBILIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL.

Espaço dinâmico, que também deve ser montado no Parque da Cidade, destinado à sociedade civil e setor privado para atividades de workshops, exibição de soluções, advocacy e networking. Cenário de diálogo, inovação e visibilidade global para soluções climáticas e ESG. O ambiente reúne exposições, atividades culturais, estandes de governos e empresas, debates e oficinas. Na Green Zone poderão ser encontradas organizações sociais, startups, universidades, movimentos sociais e empresas com perfil ESG.

Programação

6 e 7 nov Cúpula de Chefes de Estado

10 nov

Cerimônia de abertura e credenciamento oficial

10 a 20 nov Dias temáticos

11 a 15 nov

Zona Azul e Zona Verde

Negociações multilaterais formais + Painéis técnicos e científicos

12 a 16 nov Cúpula dos Povos

16 a 17 nov

18 a 20 nov

Eventos culturais e de mobilização social

UFPA/ Cidade da COP

Cidade da COP/ Zona Verde

Negociações de alto nível Zona Azul

21 nov Encerramento e divulgação do documento final Zona Azul

Discursos políticos e alinhamento prévio para reduzir impactos logísticos na cidade

Recepção de delegações, imprensa e observadores

Debates diários estão alinhados aos seis eixos temáticos da Agenda de Ação da COP30

Discussão de NDCs, financiamento climático, mitigação, transição energética

Debates sociais, justiça climática, territórios indígenas e quilombolas

Exposições, feiras, oficinas, visitas técnicas a comunidades amazônicas

Ministros e líderes globais discutem perdas e danos, financiamento e acordos regionais

Coletiva de imprensa com ONU e governo brasileiro

Durante a COP: Acompanhe de perto

Siga os bastidores: ONGs, delegações e ativistas traduzem o jargão técnico das negociações para exemplos do dia a dia, mostrando o que está realmente sendo discutido.

Engaje-se online: muitas iniciativas disponibilizam votações, quizzes e fóruns virtuais para participação ativa de quem não está presencialmente.

Informe-se: siga fontes diferentes (oficial, ONGs e movimentos sociais) para ter uma visão completa. Acompanhe a cobertura de diferentes veículos jornalísticos e fique de olho também no site oficial da COP30:

Depois da COP: Transforme informação em ação

Leia e compreenda: relatórios finais da UNFCCC e análises de veículos como ClimaInfo ajudam a entender conquistas e lacunas.

Aprenda com resumos e podcasts: lives e podcasts pós-COP traduzem acordos complexos em ações concretas para cidadãos e organizações.

Conecte global ao local: participe de debates e fóruns locais, conectando os resultados globais à realidade do seu bairro, cidade ou comunidade.

Transforme em impacto: use o que aprendeu para engajar sua rede, apoiar iniciativas socioambientais e pressionar por políticas mais justas e sustentáveis.

Zona Azul
Zona Azul
Zona Azul

Dicionário da COP30

Para entender melhor o que acontece antes, durante e depois de uma COP, é essencial estar por dentro dos principais termos usados neste universo da Conferência do Clima:

Agenda 2030

Plano de ação global adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir prosperidade para todos até o ano de 2030. Está diretamente ligada aos ODS.

Engajamento da sociedade civil

Participação ativa de ONGs, movimentos sociais, comunidades indígenas e coletivos nos debates climáticos, especialmente na Green Zone e nos eventos paralelos.

Fundo

de Perdas e Danos (Loss & Damage Fund)

Fundo internacional para perdas e danos climáticos, criado na COP27, que financia países vulneráveis a eventos extremos.

NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas)

Compromissos climáticos apresentados por cada país signatário do Acordo de Paris, indicando como pretende reduzir emissões e se adaptar às mudanças climáticas. Revisões periódicas aumentam a ambição de cada NDC.

Neutralidade de carbono (Carbon Neutral)

Meta de equilibrar as emissões de gases de efeito estufa com ações de remoção ou compensação, reduzindo o impacto líquido sobre o clima.

Justiça

climática

Conceito que conecta mudanças climáticas às desigualdades sociais e históricas. Indica que ações climáticas precisam proteger comunidades mais vulneráveis e não agravar desigualdades.

Mitigação

Ações que reduzem a emissão de gases de efeito estufa ou aumentam a absorção, como reflorestamento, energias renováveis e mudanças na agricultura.

Adaptação climática

Medidas que ajudam comunidades, ecossistemas e setores econômicos a lidar com os impactos já existentes da mudança climática, como sistemas de alerta precoce ou infraestrutura resiliente.

Transição energética

Mudança de sistemas baseados em combustíveis fósseis para fontes renováveis e limpas, como solar, eólica, hidrelétrica e bioenergia.

Bioeconomia

Uso sustentável de recursos naturais (como florestas e biodiversidade) para gerar produtos, serviços e renda, equilibrando desenvolvimento econômico e conservação ambiental.

Créditos de carbono

Mecanismo de compensação que permite empresas ou países “compensarem” emissões investindo em projetos que reduzam ou capturem carbono.

ODS

Plano global da ONU com 17

Objetivos de Desenvolvimento

Sustentável, que incluem clima, saúde, educação, igualdade de gênero e combate à pobreza.

Regenerativo

O conceito se refere a restaurar, renovar e fortalecer os ecossistemas e comunidades, criando impactos positivos, e não apenas minimizando os negativos. Ou seja, não basta “não prejudicar”, é preciso melhorar ativamente o que já está degradado.

Resiliência climática

Capacidade de comunidades, territórios e ecossistemas se recuperarem ou se adaptarem a impactos adversos das mudanças climáticas.

Sustentável

Refere-se à capacidade de manter algo ao longo do tempo sem esgotar os recursos naturais ou causar danos ao meio ambiente e à sociedade. A ideia central é o equilíbrio.

O papel do Brasil: oportunidades (e desafios) para o protagonismo

Arealização da COP30 na Amazônia é carregada de simbolismo. O mundo espera do Brasil compromisso firme com todos os temas, principalmente depois de uma COP29 com resultados abaixo do esperado. Belém, escolhida como sede, carrega um peso estratégico: mostrar ao planeta que o futuro do clima e da justiça social depende da floresta, da biodiversidade e dos povos que ali vivem.

Existem muitas expectativas – e são altas:

• Soluções para conter o desmatamento e preservar a Amazônia e a biodiversidade.

• Avanço nas propostas de energias renováveis, bioeconomia e economia de baixo carbono.

• Apresentação de soluções inovadoras e compromissos robustos de mitigação e adaptação climática.

• Liderança no debate sobre uma transição energética justa e que não deixe para trás quem historicamente já esteve à margem.

• Financiamento climático para países em desenvolvimento.

Apesar das disputas geopolíticas em diversas regiões e da ausência dos Estados Unidos (grande potencial financiador e responsável por boa parte da poluição global), o Brasil possui recursos naturais e de inteligência para liderar soluções necessárias,

falta investir capital e estabelecer políticas públicas nesse sentido. Resta saber o quanto o país está pronto –e disposto a assumir essa condução. Mas em quais áreas o Brasil pode oferecer soluções de mitigação à crise climática? Biocombustíveis, hidrogênio verde, floresta em pé, agricultura regenerativa e mercado de carbono são alguns exemplos.

Em uma das “Cartas da Presidência”, datada de 29 de agosto deste ano e publicada no site oficial da Conferên cia, o presidente da COP30 se dirigiu diretamente a empresas afirmando que “a transição climática em curso é irreversível” e “os líderes empresariais que anteciparem essas mudanças ra dicais serão aqueles que prosperarão, ao construir resiliência e aproveitar as extraordinárias oportunidades que a transição em curso oferece”

A declaração apenas reforça que empresas, negócios de impacto e organizações sociais ou am bientais têm, neste momento da história, a chance de buscar parcerias e investimentos para criar soluções ou expandir ini ciativas já existentes.

Outro trecho da carta resume essas oportunidades: “Para além das salas de negociação (...), a COP30 deve dar um pas so decisivo da promessa para a implementação, alinhando incentivos, fomentando inovação e revitalizando a colaboração público-privada (...).

Acredito que a COP30 pode se tornar a maior plataforma mundial de soluções climáticas transformadoras, onde empresas — em conjunto com outros atores — poderão mol dar a futura economia global”

Empresas, negócios de impacto e organizações sociais ou ambientais

têm, neste momento da história, a chance de criar ou expandir soluções.

A floresta não é cenário, é sujeito

O ECOSSISTEMA SOCIOAMBIENTAL QUE O BRASIL PRECISA CONHECER

Quando se fala em Amazônia, é preciso lembrar que a região abriga muito mais do que riquezas naturais: nela pulsa um ecossistema de impacto social e ambiental que gera renda, preserva saberes ancestrais, fortalece culturas e inspira soluções inovadoras para os maiores desafios do século XXI. Esse universo, no entanto, ainda é pouco conhecido pelo restante do Brasil. Com a COP30 acontecendo em Belém (PA), em novembro, a oportunidade de dar visibilidade a essas iniciativas nunca foi tão urgente. Nesse contexto, surgem redes e organizações que transformam a sociobioeconomia, a educação e o investimento social em motores de desenvolvimento.

Negócios que nascem da floresta

amazônicos comprometidos com a floresta e com as pessoas.

Criada há apenas dois anos com cerca de 30 empreendimentos, a ASSOBIO (Associação dos Negócios de Sociobioeconomia da Amazônia) hoje reúne 130 negócios que transformam insumos da floresta em cosméticos, alimentos, bebidas, artesanato e turismo sustentável. O foco, de acordo com Vivian Yujin Chun, diretora de relacionamento da rede, é claro: dar força e artição a empreendedores

A ASSOBIO atua como uma associação que representa esses empreendedores, promovendo advocacy e criando conexões estratégicas. “Um dos objetivos da associação é representar a nossa categoria. Todos acreditamos que a sociobioeconomia é o futuro de um equilíbrio econômico entre geração de renda e fomento da economia, com preservação e regeneração, pensando em uma economia baseada em soluções da natureza”, explica Vivian, que também é uma empreendedora associada. Entre as ações estão os “Roteiros da Bioeconomia”, visitas guiadas a comunidades e fábricas que revelam como a sociobioeconomia funciona na prática, e iniciativas criativas de comercialização, como máquinas de autoatendimento que expõem produtos sustentáveis em Belém. Além disso, a rede organiza vitrines em eventos nacionais, como o TEDx Amazônia e a Semana do Clima, e articula diálogos sobre exportação e tributação, em parceria com a Apex e outros atores.

Mas os desafios são significativos. Colocar produtos sustentáveis no mercado, competindo com itens mais baratos exige uma mudança de mentalidade no varejo e no consumidor. A ASSOBIO quer justamente ampliar esse alcance, sem abrir mão da diversidade e sem cair na armadilha da monocultura. “A ideia é reverter esse quadro, mostrar o valor da sociodiversidade brasileira e de ingredientes amazônicos”, compartilha a empreendedora. A ASSOBIO, portanto, se posiciona como um elo vital para essa transformação, conectando a riqueza da floresta com o mercado de forma sustentável.

A rede ASSOBIO promove união e representatividade, apoiando uma nova cultura de consumo da regionalidade amazônica, fortalecendo a sociobioeconomia com produtos, turismo e soluções sustentáveis. Criou estratégias inovadoras de comercialização para dar visibilidade nacional a empreendedores da floresta.

Comunidades como protagonistas da conservação

Reconhecida como a melhor ONG do Brasil em 2021 e a melhor da Amazônia em 2022, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) desenvolve projetos em educação, saúde, empoderamento, geração de renda, infraestrutura comunitária e conservação ambiental. Seu foco é apoiar quem mantém a floresta de pé todos os dias: as comunidades tradicionais.

Para Valcléia Lima, superintendente de Desenvolvimento Sustentável de Comunidades da FAS, o Brasil tem muito a aprender com a Amazônia: “As populações tradicionais demonstram consciência ambiental, retirando apenas o necessário e pensando nas futuras gerações”.

A atuação da FAS alia conservação ambiental e inclu-

são social. Isso significa levar água potável, saneamento, energia renovável e comunicação a comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas. Significa também apoiar cadeias produtivas como o manejo de pirarucu e o turismo de base comunitária, que valorizam a sociobiodiversidade e geram renda sem destruir o território.

Os resultados são visíveis: jovens indígenas e quilombolas formados em universidades, comunidades engajadas em conselhos e lideranças locais cada vez mais capacitadas. Para Valcléia, a COP30 é uma chance de mostrar ao mundo a realidade amazônica e atrair investimentos estruturantes para fortalecer a bioeconomia e reduzir desigualdades históricas. “Quando outros organismos e empresas colaboram para diminuir a injustiça social, a gente consegue reparar carências que são resultado da ausência de políticas públicas”, resume.

A FAS busca promover justiça climática e social às populações locais, fortalecendo a conservação ambiental a partir da floresta. Atua diretamente com comunidades tradicionais levando educação e recursos, além de apoiar cadeias produtivas.

Empresas e o compromisso com impacto positivo

O ecossistema amazônico também se fortalece quando grandes empresas assumem compromissos reais. A Hydro, multinacional do setor de alumínio, tem buscado conciliar operações industriais com desenvolvimento local e transição justa.

Segundo Eduardo Figueiredo, vice-presidente sênior de sustentabilidade e diretor executivo do Fundo Hydro, as iniciativas da empresa têm como objetivo “promover transformações socioambientais por meio de capacitação profissional, cultura, geração de renda, combate às desigualdades e preservação do meio ambiente”.

A Hydro aposta em um modelo de escuta permanente das comunidades, transformando demandas locais em projetos participativos. Um exemplo é a Iniciativa Barcarena Sustentável (IBS), espaço de diálogo que reúne

diversos atores sociais para orientar recursos e acelerar mudanças na região.

Desde sua criação, o Fundo Hydro já investiu R$ 60 milhões em mais de 50 projetos, impactando 100 mil pessoas. Entre eles estão o Estilo Barcarena, que capacitou mulheres para o mercado de corte e costura e resultou em uma cooperativa de 25 cooperadas, e o Tipitix, que apoia agricultores familiares com assistência técnica e comercialização de produtos.

Além disso, a empresa anunciou investimentos de R$ 12,6 bilhões em descarbonização, reflorestamento e fontes renováveis. Iniciativas como o Programa Corredor, que atua em sete municípios paraenses, buscam promover impacto líquido positivo, conciliando proteção ambiental, geração de renda e respeito aos direitos humanos.

“Muitos dos nossos colaboradores de hoje foram capacitados em projetos desenvolvidos pela Hydro. Outros criaram seus próprios negócios e hoje sustentam suas famílias e comunidades com autonomia”, destaca Figueiredo.

O Fundo Hydro já investiu milhões em dezenas de projetos que apoiam desde cooperativas de mulheres em Barcarena até agricultores familiares. A empresa também investe em descarbonização e reflorestamento com foco em uma transição justa.

A Amazônia que inspira o mundo

A Amazônia é território de soluções que o Brasil e o mundo precisam conhecer, valorizar e apoiar. A ASSOBIO, a FAS e a Hydro são apenas três faces de um mosaico muito maior. Juntas, essas iniciativas demonstram que é possível fortalecer comunidades, gerar riqueza e construir caminhos de desenvolvimento sustentável sem abrir mão da floresta.

Por que tudo isso importa para você?

A COP pode parecer distante, mas as decisões tomadas lá afetam diretamente o Brasil — e a sua vida também.

Políticas públicas: quando o país assume metas de reduzir emissões ou de acabar com o desmatamento, essas escolhas moldam leis, programas e investimentos.

Trabalho e economia: a transição energética abre espaço para novos empregos em energia limpa, bioeconomia e agricultura sustentável.

Seu dia a dia: o preço da energia, a segurança alimentar e até a qualidade do ar estão ligados às negociações climáticas.

Justiça social: comunidades mais pobres e vulneráveis sofrem primeiro e mais intensamente os impactos da crise climática, embora tenham contribuído menos para ela. É por isso que hoje se fala tanto em justiça climática.

Para a superintendente da FAS (Fundação Amazônia Sustentável), Valcléia Lima, espera-se que o mundo evolua o seu olhar sobre a Amazônia, percebendo a importância do bioma para o planeta. “A gente precisa, cada vez mais, conservar, direcionar investimentos, especialmente para ações estruturantes para as populações. Mas também desenvolver pesquisa e inovação voltada para o fortalecimento da bioeconomia, olhando para a diversidade que a Amazônia tem e é”, declara.

A Hydro (multinacional de alumínio e energia), que estará presente em diferentes fóruns, vê a COP30 como uma vitrine. O vice-presidente de Sustentabilidade, Eduardo Figueiredo, entende que será o momento “para mostrar ao mundo, com a expertise de operar na Amazônia, os avanços rumo a uma transição justa para uma economia de baixo carbono, conectada com as necessidades das comunidades locais”.

A ASSOBIO (Associação dos Negócios de sócio-bioeconomia da Amazônia) procura aproveitar a ocasião da COP para expor e valorizar os negócios da rede. Um exemplo são os roteiros formatados para o período da Conferência: “roteiros turísticos para conhecer a cadeia produtiva de uma empresa, ir até a comunidade, entender o processamento, a realidade, conhecer a produção na fábrica”, explica Vivian Yujin Chun, diretora de relacionamento.

Esses são apenas três depoimentos de quem fará parte desse grande encontro global. Há inúmeros outros atores e movimentos que estão se organizando para aproveitar a oportunidade de fazer história — mesmo à distância — ao conscientizar e mobilizar suas comunidades. A COP no Brasil – mais que isso, dentro da Amazônia! – precisa promover essas ações em todo o território nacional, mas principalmente, despertar entre os próprios brasileiros a valorização de nossos saberes, recursos e pessoas.

Na Conferência das Partes, qual parte você vai assumir?

Depois de acompanhar esta matéria especial, ficou claro que não dá mais para ficar fora dessa conversa. Você ficará na parte que permanece alheia ou na parte engajada — que se informa, busca conhecimento e transforma tudo isso em ação?

A primeira COP em solo amazônico é um chamado para unir causas sociais e ambientais. Não é apenas um evento. É um marco histórico que pode redefinir o papel do Brasil e das organizações sociais na luta global contra a crise climática. É hora de mostrar que o setor social brasileiro não é espectador, mas ator central da construção de soluções.

Novamente trazendo uma fala do presidente Corrêa do Lago, “o momento de agir é agora – quando a crise se encontra com a oportunidade. Agora é a hora de mudarmos de forma decisiva, por escolha, juntos”. Se o clima é um bem comum, sua preservação também é uma responsabilidade compartilhada.

Proteger o clima é proteger pessoas. Mas não significa apenas olhar para o social ou ambiental, não é somente falar sobre desenvolvimento econômico, preservação e conservação do meio ambiente. Precisamos ir além, agir de forma coordenada, atuar sob uma lógica integrativa.

Não é hora de ter partes, temos que trabalhar pelo todo!

Planeje-se para acompanhar a COP30:

• Escolha sua rota: identifique painéis, wor kshops e agendas paralelos que mais se conectam com sua causa, seja bioeconomia, juventude, clima ou Amazônia.

• Fique por dentro: acompanhe a cobertura da imprensa, com diversidade de veículos. Consuma também jornalismo local, como a Sumaúma, Amazônia Vox e InfoAmazonia.

• Conecte-se online: siga hashtags oficiais (#COP30, #ClimateAction) e perfis de de legações, ONGs e movimentos climáticos para acompanhar bastidores e anúncios.

• Prepare seu conhecimento: revisite concei tos-chave como “Blue Zone”, “Green Zone” e termos do dicionário climático — ajuda a entender as negociações e evitar confusão.

• Conheça a Eunice: acesse a plataforma gratuita do Observatório do Clima sobre mudanças climáticas.

A COP do Brasil e da Amazônia precisa promover entre os brasileiros a valorização de nossos saberes, recursos e pessoas.

O Mapa do impacto

+ 21 mil empreendedores e profissionais do setor alcançados!

Agente de mudança: Emanoel Ferreira da Silva

Empreendimento: Cooperativa Raízes dos Vales

Ouro Verde de Minas (MG)

Programa: Nutrir+Negócios

No aniversário da Ago, comemoramos também este marco: alunos de nossas formações e conteúdos em todos os estados do Brasil!

Agente de mudança: Carolina Martins Garcia

Empreendimento: Sauá Consultoria

Ambiental

Corumbá (MS)

Programa: BTG Soma Meio

Ambiente

Fotos: Sauá Consultoria
Bonito
Foto:
Geicy Ferreira Marinho

impacto da ago

Agente de mudança: Murilo Monteiro de Souza

Empreendimento:

Instituto Ambient

Belém (PA)

Curso Ago: Captação Inteligente

Agente de mudança: Danielle Borges Santana

Empreendimento: 7 Fios, Arte em Orí Salvador (BA)

Curso Ago: HUB de Aceleração de Negócios

Agente de mudança:

Júlia Cristina Marian

Empreendimento: APAE

Lages (SC)

Curso Ago: Captação Inteligente

Atairu
Foto: divulgação
Foto: Instituto Ambient
Ouro Verde
Foto: divulgação

Unindo ciência aplicada, tecnologia e participação comunitária, a Sauá atua na conservação da sociobiodiversidade brasileira.

“Nossa causa é construir caminhos onde a fauna, as pessoas e os empreendimentos possam coexistir de forma equilibrada”, conta a fundadora Carolina Garcia. O trabalho consiste em desenhar soluções inovadoras para grandes desafios ambientais, indo desde a conectividade da fauna com passagens aéreas até o uso de telemetria e bioacústica para monitorar espécies em risco. Os projetos já alcançaram diretamente mais de 14 mil pessoas, entre colaboradores de empresas, estudantes de escolas rurais e membros de comunidades locais, e muitas outras de forma indireta, por meio de ações de educação ambiental e conservação. A participação na aceleração BTG Soma Meio Ambiente, do Banco BTG Pactual, gerou aprendizados importantes sobre a valorização das soluções. De acordo com Carolina, “o programa

Agente de mudança: Carolina Martins Garcia

Empreendimento: Sauá Consultoria Ambiental

Corumbá (MS)

Programa: BTG Soma Meio Ambiente

Agente de mudança: Emanoel Ferreira da Silva

Empreendimento: Cooperativa Raízes dos Vales

Ouro Verde de Minas (MG)

Programa: Nutrir+

ACooperativa Raízes dos Vales nasceu com a missão de fortalecer a agricultura familiar e impulsionar o desenvolvimento econômico e social dos Vales do Mucuri e São Mateus, em Minas Gerais. Hoje, atende diretamente 80 famílias agricultoras e beneficia, de forma indireta, mais de 2 mil. “O propósito da cooperativa é o crescimento dos cooperados e cooperadas, visando se tornar referência em cooperativismo solidário e levar mais qualidade de vida para todos”, explica Emanoel Ferreira da Silva Neto. A participação no programa Nutrir+ Semeando Impacto Positivo, da Citrosuco, em parceria com a Ago Social, trouxe aprendizados importantes. “Foi a chance de aprender mais sobre gestão de empresa, com as mentorias e ferramentas”, afirma. Ele destaca também as conexões geradas: “Hoje temos um sistema de gestão integrado em parceria com uma das instituições que

ajudou a transformar a paixão e a técnica que já tínhamos em um modelo mais sólido e sustentável”, fazendo com que o negócio consiga negociar com grandes empresas em pé de igualdade, “sem abrir mão de nossa essência”, completa. A partir de agora, “o futuro da Sauá é ser ponte entre ciência e empresas, entre comunidades e inovação, entre a necessidade de produzir e a urgência de conservar”.

Fotos: GeicyFerreira Mari nh o

participaram do Nutrir+.” Com a experiência, a Raízes dos Vales segue avançando no fortalecimento do cooperativismo e na valorização da agricultura familiar como motor de transformação regional.

Fotos: SauáConsultori a

AAPAE de Lages atua na inclusão e no apoio a pessoas com deficiência intelectual, múltipla e autismo, além de fortalecer famílias e cuidadores. Hoje, atende aproximadamente 450 pessoas diretamente, alcançando também seus familiares de forma indireta. O propósito da organização é ampliar os serviços, promover autonomia, inclusão social e educacional, além de fortalecer vínculos comunitários e familiares. A participação no programa Captação Inteligente trouxe novas perspectivas para a gestão. “Foi uma experiência transformadora. O programa trouxe clareza sobre estratégias de

Agente de mudança: Júlia Cristina Marian

Empreendimento: APAE

Lages (SC) - Curso Ago: Captação Inteligente

Fotos: arquivopessoal

captação de recursos, mostrou a importância do planejamento estruturado e do relacionamento com empresas e parceiros”, afirma Júlia Cristina Marian, coordenadora de projetos. “O maior aprendizado é que captar recursos não é só pedir, mas construir pontes sólidas de confiança, alinhando a causa da APAE com o propósito das empresas e da sociedade”

Agente de mudança: Danielle Borges Santana

Empreendimento: 7 Fios, Arte em Orí Salvador (BA)

Programa: HUB de Aceleração de Negócios

A7 Fios, Arte em Orí atua na formação de Locticians, profissionais especializados em cuidar, modelar e manter dreadlocks e outros penteados naturais, com foco em cabelos crespos e crespo-texturizados. Entre parceiros e clientes, o negócio impacta, em média, 700 pessoas por ano. O propósito da empreendedora Danielle Borges Santana é “dominar o universo de formação de Locticians no Brasil”, fortalecendo a profissionalização e promovendo reconhecimento para essa área de atuação. A par-

Agente de mudança: Murilo Monteiro de Souza

Empreendimento: Instituto Ambient Belém (PA)

Curso Ago: Captação Inteligente

OInstituto Ambient atua no desenvolvimento socioambiental e na inclusão social, com foco em educação de qualidade, cidadania, sustentabilidade e fortalecimento de organizações da sociedade civil. Já beneficiou mais de 12 mil famílias em projetos de educação, cultura, esporte, tecnologia e sustentabilidade. O propósito do Ambient é “consolidar-se como uma referência no fortalecimento comunitário e institucional, ampliando o impacto social por meio da educação, da inovação e da sustentabilidade”, afirma Murilo Monteiro de Souza. Ele acrescenta que o objetivo é “expandir projetos que

ticipação no HUB de Aceleração de Negócios do Instituto Grupo Boticário, que teve a parceria executora da Ago, trouxe importantes aprendizados. “Está sendo uma experiência enriquecedora. Uma ideia brilhante que espero que perdure. O maior impacto de todos foi nas finanças do meu negócio. Faltava organização e o Hub trouxe isso com maestria”, afirma Danielle.

garantam acesso a direitos, promovam o protagonismo juvenil e fortaleçam a cidadania”. A participação no programa Captação Inteligente, da Ago Social, foi fundamental para a organização. “Aprendemos a estruturar melhor nossos projetos e a planejar a captação de forma estratégica”, explica Murilo. Para ele, outro aprendizado marcante foi a importância das conexões: “Criar parcerias sólidas e duradouras garante não apenas recursos, mas também confiança e engajamento de apoiadores”.

Fotos: InstitutoAmbient
Fotos: divulgação

Panorama do impacto

A AGO VEM FORMANDO UM VERDADEIRO ECOSSISTEMA NO SETOR, COMPARTILHANDO CONHECIMENTO, APROXIMANDO ATORES, DESENVOLVENDO PROJETOS E METODOLOGIAS CADA VEZ MAIS ALINHADOS ÀS DEMANDAS DA PONTA. VEJA A SEGUIR DO QUE ESTAMOS FALANDO!

Projetos e parcerias

INSTITUTO ACP: PATROCINADOR DA REVISTA AGORA

Com muito orgulho, a AGORA recebe o patrocínio do Instituto ACP, uma referência no fortalecimento do terceiro setor. Essa parceria reforça o compromisso do Instituto ACP com a disseminação de conhecimento para as organizações sociais e a ampliação das transformações sociais!

NOVA PARCERIA: INSTITUTO SABIN

A Ago e o Instituto Sabin fecharam uma parceria para um projeto muito promissor para o ecossistema de impacto positivo do Centro-oeste! Um mapeamento aprofundado sobre a realidade dos atores que atuam por transformações sociais – ONGs, instituições de ensino, negócios sociais etc. Com esses dados, será possível identificar oportunidades e espaços de colaboração para oferecer o que o setor realmente precisa para impactar mais pessoas e territórios.

NOVA PARCERIA: INSTITUTO ULTRA

O Instituto Ultra também se tornou parceiro da Ago para um projeto de fortalecimento institucional na causa da Educação, com foco na captação de recursos, gestão financeira e liderança. A missão será expandir o impacto social de uma escola que atualmente já é referência e tem um modelo de ensino que será replicado.

JANTAR COM PARCEIROS

A comemoração dos 4 anos da Ago contou com um jantar especial. Os convidados, parceiros da Ago em programas de fortalecimento institucional, tiveram um momento de descontração e network em São Paulo (SP).

Os convidados aproveitaram o momento para realizar conexões trocas produtivas

EVENTOS PRESENCIAIS DO AMBEV VOA

A edição 2025 da aceleração Ambev VOA está promovendo encontros presenciais para receber as organizações participantes e reforçar a conexão entre elas. Os dois primeiros aconteceram em São Paulo (SP) e Fortaleza (CE).

Encontro presencial do Ambev VOA em Fortaleza
Foto: Ago Social

Eventos

ENCERRAMENTO DO IMPULSO I PRIO

A aceleração para organizações socioambientais do estado do Rio de Janeiro encerrou com um encontro presencial na sede da PRIO. Os resultados e as emocionantes apresentações dos participantes comprovaram o sucesso do programa!

AI FOR GOOD GLOBAL SUMMIT

CONGRESSO SUSTENTÁVEL CEBDS

Um dos mais importantes encontros pré-COP30 reuniu empresas, sociedade civil e governo em Belém (PA) para falar de temas essenciais de Sustentabilidade. A Ago participou concedendo acesso a dois cursos e uma mentoria para 10 negócios de impacto da rede Assobio. Paulo Reis, da Assobio no palco do Congresso Sustentável com Fabíola Melo, da Ago

CONFERÊNCIA ETHOS

Em um formato totalmente gratuito, a Conferência Ethos de 2025 aprofundou debates essenciais pensando na preparação para a COP30. O evento sempre se destaca por reforçar o papel das empresas para as grandes transformações socioambientais.

O encontro, que aconteceu em Genebra (Suíça), trouxe como pauta o desafio de direcionar a inteligência artificial aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e ao combate à desigualdade, desinformação e pressão ambiental. A gestora de projetos da Ago, Talita Duprat, integrou a delegação brasileira formada por investidores sociais e dinamizadores do setor. Talita e Carla Duprat (Coalizão pelo Impacto)

DESTAQUES DOS PRINCIPAIS EVENTOS DO SETOR

Com o objetivo de informar e atualizar a sua audiência, a Ago ofereceu uma live trazendo um panorama sobre os principais eventos do setor até o primeiro semestre de 2025, junto com os principais insights e temáticas.

A live reuniu interessados em conhecer os temas debatidos e tendências do ecossistema

Foto: Ago Social
Foto: divulgação
Foto: PRIO

Foto: arquivo pessoa l

Sem dinheiro, sem causa

Por Thiago Massagardi, especialista em captação de recursos, sócio e consultor na Everest Fundraising

SAIBA COMO COLOCAR A CAPTAÇÃO DE RECURSOS NO CENTRO DA GESTÃO

Écomum ver organizações do terceiro setor enfrentando dificuldades — e, na maior parte das vezes, elas são de ordem financeira. Dinheiro é o combustível que viabiliza projetos, mantém equipes e transforma intenção em impacto. Fazer gestão em uma ONG é lidar com pessoas, processos, infraestrutura e, sobretudo, com o tempo escasso. Mas a questão que quase sempre define continuidade ou interrupção é a disponibilidade de recursos.

Para ter perenidade, a organização precisa pensar a captação como gestão, não como emergência.

Muitas instituições vivem o dilema entre executar projetos ou dedicar-se à captação. Financiar um projeto específico ou buscar recursos livres que sustentem a gestão? Esse nó é cotidiano e consome energia da liderança, que muitas vezes precisa escolher entre atender beneficiários agora ou prospectar quem permitirá manter esses atendimentos no futuro. O resultado: a captação vira prioridade apenas quando o caixa ameaça fechar no vermelho. Obviamente, esse não é o cenário ideal. Por isso,

deixo algumas orientações que farão toda a diferença.

Encare a captação como função estratégica

Já ouvi lideranças dizerem que “odeiam captar recursos”. Não é necessário amar esse trabalho, mas é imperativo encará-lo como função estratégica. Se um empreendimento nasce para vender, seu fundador cedo ou tarde tem de vender. Uma organização nasce para mobilizar; mobilizar significa buscar recursos, sensibilizar públicos e construir relações. E isso passa, inevitavelmente, pela atuação direta da liderança, especialmente quando não há equipe dedicada. Reservar tempo na agenda — mesmo que seja um dia por semana — para prospecção, reuniões, follow-ups, fechamento, agradecimento e reconhecimento não é opcional: é disciplina de gestão. Com constância, esses processos transformam oportunidades em compromissos e doações pontuais em parcerias duradouras. Capacitar alguém para concentrar informações e acompanhar resul-

tados é o próximo passo natural, quando os sinais de retorno aparecem.

Considere recursos para o desenvolvimento institucional

A captação não deve servir apenas aos projetos; precisa financiar o desenvolvimento institucional, comunicação eficaz, sistemas, formação de equipe, advocacy e fundos de reserva exigem investimento. Persistir na crença de que uma ONG não deve acumular patrimônio é um erro estratégico: fundos garantem estabilidade em períodos de crise, evitam demissões e permitem planejar intervenções com maior qualidade e impacto. Por outro lado, o doador precisa perceber que doar para fortalecimento institucional é a garantia de que a causa que ele escolheu terá condições de promover impactos reais e as mudanças por meio de políticas públicas, por exemplo.

Mobilize recursos continuamente

Defendo que toda organização nasce para mobilizar. Ela surge para responder a uma lacuna social, ambiental, educativa, entre outras, e tem, como horizonte, influenciar políticas públicas. Políticas mudam quando o tema encontra ressonância social e capacidade de mobilização. Por isso, mobilizar é ação contínua — não apenas campanha pontual — envolvendo voluntariado, eventos, visibilidade e, claro, recursos financeiros. É essencial criar uma cultura interna onde todos sejam observadores e potenciais captadores. Oportunidades surgem em reuniões, em conversas informais, em redes de contato; qualquer colaborador pode abrir portas se estiver alinhado com uma rotina de identificação e encaminhamento. Porém, essa cultura só funciona se houver um profissional de captação que articule internamente e externamente, traduzindo sinais em estratégias e ações.

Reconheça o papel do conselho e das lideranças

O conselho e as diretorias não remuneradas devem também assumir a pauta de captação como prioridade estratégica — não como última instância de socorro quando as contas falham. Conselheiros têm papel ativo: conectam redes, legitimam a causa e podem contribuir com recursos e visibilidade. Quando o conselho só lembra da captação em crise, perde-se oportunidade de construir segurança financeira e de governança.

Planeje, execute, acompanhe e ajuste quando necessário

Nos últimos anos, tenho observado um movimento positivo: organizações que profissionalizam captação,

investem em planejamento e assumem riscos calculados. Há resistência natural, mas planejar, medir e aprender reduz incertezas. Colocar a captação no centro da gestão não é concessão ao imediatismo; é compromisso com a sustentabilidade e com a capacidade de melhorar vidas de forma consistente.

Práticas concretas aceleram essa mudança:

• Desenvolva um plano de captação com metas claras considerando o seu tempo disponível.

• Mapeie o funil de contatos (cada etapa da jornada de engajamento do seu doador) e registre interações em um sistema simples.

• Acompanhe indicadores essenciais, como taxa de conversão, valor médio por doador, custo de aquisição e retenção — porque medir é gestão, não vaidade.

• Use storytelling: relatos de impacto convertem simpatia em compromisso.

• Capacite a equipe e o conselho com materiais e treinamentos curtos para que todos estejam aptos a identificar oportunidades.

• Reconheça doadores com constância — agradecimentos personalizados e visitas fortalecem vínculos.

Se a sua organização quer perenidade, comece hoje a pensar a captação como gestão, não como emergência. Estruture tempo, funções e processos; invista em desenvolvimento institucional; envolva conselho e equipe. Captação é ferramenta de justiça social: usada com estratégia, permite que a missão dure e que o impacto seja ampliado, sem depender de sorte ou urgência.

Dinheiro é o combustível que viabiliza projetos, mantém equipes e transforma intenção em impacto.

Conheça a Everest Fundraising:

Foto: arquivopessoal

Quatro anos de impacto da Ago Social

O TRABALHO QUE LEVA CONHECIMENTO E CONECTA PESSOAS PARA A PROMOÇÃO DE MUDANÇAS SOCIAIS

Faz apenas quatro anos que a Ago Social nasceu com um objetivo claro: transformar propósito em ação. Desde 2021, se consolidou como uma das principais forças do ecossistema de impacto no Brasil, multiplicando aprendizado e aproximando pessoas, empresas e instituições que desejam contribuir para mudanças sociais e ambientais. O que começou como a intenção sincera de dois Alexandres, tornou-se, em pouco tempo, referência em dinamização de impacto positivo.

O ponto de partida foi um desafio universal: milhões de pessoas sonham em mudar realidades — seja a rua onde moram, a comunidade, uma cidade inteira ou uma causa pela qual são apaixonadas —, mas entre o desejo e a realização pode haver um abismo. Foi nesse espaço que a Ago começou a atuar. Combinando conhecimento (programas de formação, aulas gratuitas, blog, podcast e a Revista AGORA), conexões (redes e encontros com atores do setor) e capital (transformação de investimento social em desenvolvimento institucional), se posiciona como ponte, criando condições reais para que boas intenções se transformem em projetos concretos, sustentáveis e de longo alcance. Nesse pouco tempo, os números impressionam: mais de 21 mil pessoas diretamente alcançadas e 1 milhão impactadas indiretamente. Esses e outros resultados foram reunidos no Relatório de Impacto 2021-2024, preparado especialmente para celebrar o aniversário

de 4 anos. São dados que revelam a força das iniciativas e o poder das redes que a Ago ajudou a construir e que fortalecem todo o setor de impacto positivo.

Os 4 anos da Ago mostram que quando propósito encontra inovação e robustez, transformações acontecem.

Para além dos resultados, a inovação está no centro da identidade da Ago. Ela é responsável por impulsionar pessoas que empreendem pelo social e pelo ambiental, e por apoiar empresas e fundações dispostas a tornar suas estratégias de responsabilidade socioambiental mais amplas e consistentes. Em quatro anos, foram criadas diversas metodologias próprias e programas inéditos que abriram novos caminhos para o campo de impacto socioambiental. “Nós, através de conhecimento, conexões e capital, fazemos com que esses agentes de transformação aprendam como fazer, se conectem com as pessoas certas e tenham acesso a capital de diversas formas para consigam materializar os seus propósitos”, afirma Alexandre Amorim, CEO da Ago.

O tom desta celebração vem acompanhado de perspectiva de futuro. Se em apenas quatro anos a Ago já se tornou um dos maiores dinamizadores de impacto do país, o que esperar da próxima década? O próprio Alexandre lança o convite: “Imagine o que vem pela frente!”

Celebrar o aniversário da Ago, portanto, é mais do que revisitar números ou conquistas. É reafirmar que, quando propósito se encontra com inovação e robustez, transformações profundas acontecem. E o futuro, já em construção, promete ser ainda mais potente.

empreendedores e gestores de impacto alunos da Ago

Impacto indireto: 1 milhão de pessoas*

*Estimativa de impacto indireto com base no número de pessoas impactadas pelas organizações, negócios de impacto e empreendedores alunos da Ago.

20 32 metodologias desenvolvidas F P M + 21.000

13 formações autorais

5 + de países

+30 pessoas no time

+40 mil

pessoas recebem a Revista AGORA nos formatos digital e impresso

A AGO tem: +4,8 em NPS (avaliação de 0 a 5)

Estados + DF 26 1099 municípios A AGO está presente em: professores e facilitadores 285 programas em parceria

Foto:GusBen

Além do Greenwashing:

A evolução das cadeias de valor justas e sustentáveis

• Inovação e Autenticidade: Produtos com histórias reais, que conectam emocionalmente com um consumidor cada vez mais consciente e exigente.

• Resiliência e Diversificação: Cadeias mais curtas e diversificadas são menos vulneráveis a crises globais e volatilidade de preços.

• Licença Social para Operar: Fortalecimento da relação com a comunidade

porações a redefinirem suas estratégias de suprimento, mostrando que é perfeitamente possível conciliar eficiência com equidade e lucro com propósito.

Trata-se de uma nova lógica econômica, onde o valor é criado e compartilhado de forma mais democrática. É uma mudança de mentalidade: da maximização do lucro a qualquer custo para a criação de valor compartilhado. O desafio é grande, mas o Brasil, com

Ao inserir cooperativas e negócios de impacto

A Revista AGORA conecta OSCs, negócios de impacto, investidores sociais e empresas em torno de conhecimento capaz de gerar soluções para um futuro mais justo e sustentável.

Ajude a fortalecer o setor socioambiental brasileiro. Seja um patrocinador da AGORA!

Foto: arquivo pessoa l

Oceano em evidência: do protagonismo global à realidade brasileira

Por Amanda Albano Alves, oceanógrafa e cofundadora da Bloom Ocean

COMO A ECONOMIA AZUL PODE IMPULSIONAR INOVAÇÃO, CONSERVAÇÃO AMBIENTAL E ENFRENTAMENTO À CRISE CLIMÁTICA

Quando a pauta é meio ambiente e mudanças climáticas, a gente logo pensa na floresta. Mas existe um outro protagonista silencioso que cobre mais de 70% do planeta, o oceano.

Pela primeira

vez, abriu-se um espaço estruturado para discutir os oceanos dentro das negociações climáticas globais na COP.

Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) o oceano é um grande regulador climático do planeta por ser responsável pela absorção de 25% do CO² emitido pela humanidade, reter 90% do excesso de calor e produzir metade do oxigênio que respiramos. Suas correntes regulam o clima global, enquanto manguezais, recifes e restingas protegem as costas contra tempestade, erosão e aumento do nível do mar.

Em razão disso, nos últimos anos, cresce a atenção para a chamada economia do azul, que segundo Gunter Pauli, é “um modelo de desenvolvimento econômico sustentável que se inspira na natureza, especialmente nos ecossistemas marinhos, para gerar soluções inovadoras e regenerativas. O objetivo é criar um sistema onde o crescimento econômico, a conservação ambiental e o bem-estar social caminhem juntos”.

A força do oceano

Essa abordagem envolve um conjunto de atividades produtivas que dependem direta ou indiretamente do oceano e das zonas costeiras, como pesca, turismo, geração de energia renovável, biotecnologia marinha e restaura-

ção de ecossistemas. Estima-se que essa economia movimenta entre US$ 3 e 6 trilhões a cada ano, segundo dados das ONU.

O Brasil abriga 5,7 milhões de km² de mar territorial (Amazônia Azul) e mais de 8,5 mil km de costa (67% do território terrestre), onde vive mais da metade da população. Falar em economia do oceano no país é reconhecer não apenas as oportunidades econômicas, mas também a responsabilidade de valorizar ecossistemas, culturas, saberes e modos de vida que integram esse território.

Entre os exemplos da economia azul estão a pesca artesanal, essencial para a segurança alimentar; o turismo de natureza, que gera renda comunitária; e negócios que transformam resíduos (como redes de pesca descartadas) em produtos sustentáveis.

Essas iniciativas mostram que a economia azul não se limita apenas em ajustes para as indústrias marítimas tradicionais e que um dos principais desafios é integrar inovação, sustentabilidade e colaboração, criando redes de iniciativas capazes de gerar impactos positivos rápidos e duradouros para o meio ambiente e as comunidades costeiras.

Oceano e clima: uma agenda urgente

Dito isso, fica claro que o oceano é indispensável para a vida humana e decisivo para o equilíbrio climático, mas ainda permanece invisível em grande parte das discussões sobre clima e desenvolvimento sustentável. Ao mesmo tempo, sofre intensamente os impac-

tos da poluição, da sobrepesca e do aquecimento global, com consequências para a biodiversidade e para as populações costeiras.

O oceano e a zona costeira precisam ser protegidos não apenas porque sofrem impactos significativos, mas porque também guardam soluções estratégicas para o futuro da humanidade.

Do local ao global: a Bloom em movimento

Nesse contexto, a Bloom Ocean, consultoria brasileira especializada em impacto socioambiental para o oceano, participou da 3ª Conferência do Oceano das Nações Unidas (UNOC), realizada na França em junho de 2025. A presença integrou uma comitiva brasileira diversa, formada por representantes do terceiro setor, gestores públicos, pesquisadores, empreendedores, jovens e lideranças de povos e comunidades tradicionais. O grupo teve como objetivo dar visibilidade a iniciativas nacionais, fortalecer conexões internacionais e preparar o Brasil para assumir um papel mais ativo na agenda oceânica global.

sociedade e meio ambiente.

E não para por aí. Em 2027, o Brasil receberá o evento global da Década do Oceano da UNESCO, iniciativa que busca ampliar a ciência, a governança e o engajamento social. As expectativas são de que esse encontro marque uma virada no protagonismo brasileiro, trazendo não só compromissos internacionais, mas também oportunidades concretas para o país.

O oceano e a zona costeira guardam soluções estratégicas para o futuro da humanidade.

O encontro serviu como ponte para outro marco: a COP30, que será sediada em Belém do Pará em novembro. Pela primeira vez, abriu-se um espaço estruturado para discutir os oceanos dentro das negociações climáticas globais. Essa conquista fortalece a pauta marinha e coloca o Brasil em posição de liderança na construção de soluções que conciliem economia,

Um oceano de possibilidades

O caminho para fortalecer a agenda do oceano no Brasil ainda é longo. É preciso ampliar investimentos em inovação, fomentar negócios de impacto, garantir a inclusão das comunidades locais e criar políticas públicas que estimulem o equilíbrio entre desenvolvimento e conservação.

Para atender a essa demanda, a Bloom Ocean criou o Impacta Oceano, um hub de inovação que dinamiza o ecossistema de negócios e economia de impacto para o oceano e zona costeira. O desafio é conectar ciência, empreendedorismo e inovação, para desenvolver programas que foquem em transformar ideias em soluções concretas para o oceano e a emergência climática, alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Década do Oceano.

Cuidar do oceano é cuidar do futuro! E cada gesto, cada apoio, cada conexão, conta.

Conheça a Bloom Ocean, consultoria de impacto socioambiental que atua no desenvolvimento de soluções inovadoras para o oceano:

Foto:
Comitiva brasileira na 3ª Conferência do Oceano das Nações Unidas (UNOC), na França

ÌFÉ Beleza: transformar autoestima, fortalecer identidades

Por Rodrigo Matana

COM FOCO EM BELEZA, ARTE E IMPACTO SOCIAL, O ÌFẸ BELEZA EMPODERA

MULHERES NEGRAS, CONECTANDO AUTOESTIMA COM OPORTUNIDADES

Há sete anos, Marcela Cristina Siqueira Santos transformou sua trajetória pessoal em missão profissional. Formada em Serviço Social, ela atuou com mulheres estrangeiras, comunidades periféricas e no acolhimento de pessoas em situação de vulnerabilidade, enfrentando realidades de violência, racismo e exclusão social. Mas foi na maquiagem e na beleza que Marcela encontrou uma ferramenta poderosa de resgate de autoestima, identidade e empoderamento.

Um propósito que vai além da estética: fortalece a voz, a autoconfiança e a presença de mulheres negras em diferentes espaços.

Assim nasceu o ÌFẸ Beleza – nome que significa “amor” e “afeto” na língua iorubá. Como ela mesma explica: “Eu sou uma pessoa muito afetiva, sou uma pessoa muito carinhosa, eu gosto de dar muita atenção para

quem está conversando comigo. Então, eu fui entendendo que esse é o meu diferencial nos meus atendimentos, é a troca, o afeto, o acolhimento, a delicadeza.” Deste modo, o propósito do negócio vai além da estética: trata-se de fortalecer a voz, a autoconfiança e a presença de mulheres negras em diferentes espaços – pessoais e profissionais.

A beleza como resistência

O ÌFẸ Beleza trabalha com a ideia de que a maquiagem é uma forma de empoderamento. Marcela relata: “Quando a gente consegue trabalhar o resgate da autoestima de outras mulheres, elas se sentem mais confortáveis para ir aos eventos que precisam ir ou para estar em uma reunião importante.” Durante os atendimentos e cursos, ela aborda temas delicados de forma leve, como racismo e valorização das características físicas negras: “Eu tento trabalhar uma conversa muito delicada e não invasiva com essas pessoas sobre a importância de olhar para si, do autocuidado, de não se permitir estar em situações que não fazem bem, e outros assuntos também. Por exemplo, questões de racismo, que também são muito fortes: trabalhar a questão do respeito às suas características físicas sem tentar modificar o nariz, o tamanho da boca, valorizar e realçar esses traços, que são traços negróides, que são bonitos e que são nossos.”

Crescimento e aprendizado no Hub Boticário

Participar do HUB Aceleração de Ne-

gócios da Boticário foi um marco para Marcela. A empreendedora conta que as aulas e mentorias mudaram a sua forma de pensar, ajudando-a a se ver não apenas como empreendedora, mas como empresária. “Essa aceleração tem sido uma grande oportunidade não só para o meu negócio, como para a comunidade ao meu redor e para o meu crescimento pessoal”, relata. Além da possibilidade de passar a enxergar e nomear o seu empreendimento como um negócio de impacto social, o programa ajudou na estruturação de finanças, marketing e planejamento estratégico, bem como o fortalecimento de parcerias. Outro ganho valioso foram as mentorias individuais, que apoiaram na expansão do alcance do ÌFẸ Beleza.

Formação com impacto social

Hoje, o ÌFẸ oferece aulas individuais e em pequenos grupos, capacitando novas profissionais de maquiagem, cabelo, moda e audiovisual. Marcela explica: “Queremos preparar essas mulheres para o mercado

de trabalho, com portfólio, orientação profissional e oportunidades reais.”

Mesmo atuando principalmente sozinha, ela mantém uma rede de parcerias com ex-alunas e colaboradores: “O meu foco também é trabalhar com pessoas para quem eu já dei aula. Então, as minhas alunas continuam comigo como assistentes de maquiagem ou me ajudando a pensar e realmente fazer um projeto novo.”

Desafios, aprendizados e futuro

Gerir um projeto de impacto social exige dedicação, resiliência e foco. Sobre o futuro, Marcela afirma que a ideia é expandir essa visão de negócio, usando a beleza como uma ferramenta de resgate da autoestima e da identidade das mulheres. Em suas próprias palavras, o desejo é “consolidar o ÌFẸ Beleza como uma escola e produtora de formação artística, multiprofissional e social, que forma novos talentos em maquiagem, cabelo, moda, audiovisual, gerando impacto cultural e econômico para comunidades marginalizadas.”

O ÌFẸ Beleza entende que autoestima e identidade caminham juntas: a arte é ponte para o empoderamento.

Conheça o ÌFẸ Beleza:

Marcela Cristina Siqueira Santos
Foto: @rabisc4dor

Sementes do Paraíso: plantar água, restaurar vidas

DO CERRADO MINEIRO PARA O BRASIL, MADALENA FERREIRA ALIA TRADIÇÃO, CIÊNCIA E ENGAJAMENTO COMUNITÁRIO PARA TRANSFORMAR SEMENTES EM FUTURO

Desde pequena, Madalena Ferreira se encantava com os frutos do cerrado: caju, mangaba e outras espécies típicas de uma região de transição entre Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. Filha de agricultor familiar e natural de São João do Paraíso (MG), ela sempre se perguntou como poderia permanecer no território sem abrir mão da proteção à natureza. Hoje, sua paixão se transformou na Sementes do Paraíso, uma iniciativa de restauração ecológica que combina conservação ambiental, educação e fortalecimento comunitário.

O projeto começou de forma modesta. Depois de se formar em Ciências Biológicas e atuar como professora, Madalena participou do programa Bem Diverso, na região do Alto Rio Pardo (MG), que a colocou em contato direto com a restauração ecológica através das sementes. Entre 2017 e 2019, trabalhou como voluntária em coletas e plantios, até formalizar um grupo de coletores em 2020.

“Para o primeiro projeto, eu e meu esposo coletamos cerca de 350 quilos de sementes. Usávamos um carro emprestado e muitas vezes levávamos o Vinícius [filho,

ainda pequeno à época] junto. Enquanto um ficava perto do carro com ele, o outro ia para o mato coletar. Processávamos as sementes na propriedade dos meus pais, e mobilizei alguns jovens da comunidade para ajudar. Assim, conseguimos restaurar os primeiros 15 hectares”, lembra Madalena.

Restauração com foco em água e biodiversidade

A Sementes do Paraíso atua especialmente em áreas de recarga hídrica, enfrentando desafios como escassez de água e avanço da monocultura do eucalipto. Antes de cada plantio, a equipe realiza um diagnóstico da área, prepara o solo e seleciona cerca de 38 espécies nativas de gramíneas, arbustos e árvores. O plantio direto de sementes, mais eficiente e barato que o uso de mudas, envolve a comunidade, promovendo pertencimento e cuidado com o território.

“Recebi recentemente o vídeo de um projeto no qual restauramos uma nascente que costumava secar. Após a intervenção, ela não secou mais e aumentou o volume de água”, relata Madalena. Desde 2020, já foram res-

Fotos: Sementes do Paraíso

taurados 85 hectares e comercializadas cerca de três toneladas de sementes, envolvendo as famílias na comunidade de São Felipe – principal região onde a Sementes do Paraíso atua – e arredores.

Engajamento comunitário e impacto social

Mais do que plantar árvores, a Sementes do Paraíso planta conhecimento. A organização já recebeu mais de 350 alunos e visitantes em sua Casa de Sementes, mostrando de perto as etapas do processo de coleta, beneficiamento e plantio. Para a empreendedora, a iniciativa também é uma forma de incentivar os jovens a permanecer no campo, gerando renda e fortalecendo a identidade local.

Desafios e próximos passos

O trabalho com sementes ajuda a restaurar nascentes e gera renda para comunidades locais.

“Sou geraizeira, povo tradicional do norte de Minas e parte da Bahia, fruto da mistura de indígenas, quilombolas e europeus. Mas não é todo mundo que se reconhece. No meu caso, é porque sempre estou próxima a movimentos. As pessoas da comunidade não se reconhecem, mas elas são”, explica. Com esse trabalho de educação, conscientização e empoderamento, a Sementes do Paraíso incentiva a conservação do meio ambiente e das culturas locais, fortalecendo a relação entre pessoas e natureza.

Entre os principais desafios do seu projeto, Madalena destaca o acesso a recursos financeiros. “Muitas vezes, a venda de sementes não cobre as necessidades. Eu participo de articulações que ajudam na comercialização, mas nem sempre as vendas são garantidas. Isso frustra, porque temos coletores mobilizados e uma equipe familiar muito qualificada, com biólogos, agrônomos, advogados e engenheiros”, reflete. O aprendizado em programas como o Nutrir+ Semeando Impacto Positivo – aceleração promovida pela Citrosuco, com parceria executora da Ago – trouxe ferramentas de gestão, marketing e visibilidade, fortalecendo a estrutura do projeto. Para o futuro, Madalena planeja transformar a iniciativa em um instituto, com um centro de convivência e um viveiro-escola. “Quero mostrar que não estamos separados da natureza: nós somos natureza. Quando semeamos, eu digo que estamos 'plantando água'. Meu sonho é semear o máximo possível de sementes e ampliar nossas ações”, afirma. O objetivo é expandir ainda mais a restauração, impactando positivamente o território e as comunidades locais. Tudo isso plantando as sementes do hoje para colher um futuro melhor.

Madalena Ferreira

Conheça a Sementes do Paraíso:

O valor de fomentar ecossistemas

AO PROMOVER ENCONTROS NO SETOR, A AGO REFORÇA O PAPEL DE ARTICULAR CONEXÕES QUE IMPULSIONAM O IMPACTO POSITIVO

Quando a Ago Social reúne parceiros, empresas, institutos e organizações sociais, algo diferente acontece. Experiências são compartilhadas, ideias são fortalecidas e novos vínculos e parcerias se estabelecem.

Os encontros promovidos pela Ago Social contribuem para diálogos se tornarem ação e parcerias.

Depois do encontro que aconteceu em Curitiba, que reuniu representantes de organizações sociais, investidores sociais e especialistas da rede de professores, outros dois eventos fomentaram a criação de uma verdadeira rede de inteligência e cooperação.

Encontros que inspiram

No calendário recente, aconteceu o Café com Propósito, realizado na sede do ICE (Instituto de Cidadania Empresarial), em São Paulo (SP). O encontro reuniu empresas, institutos e fundações para compartilhar tendências, refletir sobre os principais eventos do setor e falar dos desafios na implementação e execução de pro-

Time Ago e convidados participantes do Café com Propósito

Fotos: Ago
Social

jetos de responsabilidade socioambiental. As conversas mostraram o quanto há situações e sensações muito parecidas que são vivenciadas pelos setores responsáveis por executar programas e projetos. Mais do que isso, evidenciou que o fortalecimento das iniciativas depende do coletivo: acolher ideias, pensar em caminhos alternativos e encontrar novos parceiros é o que dá sustentação às transformações que desejamos. Os diálogos no café também mostraram como a aproximação de diferentes vozes pode apoiar na superação de desafios.

Outro evento marcante foi o Jantar com Parceiros, também realizado na capital paulista para celebrar os quatro anos da Ago. A reunião recebeu parceiros de projetos executados pela Ago – como Fundação FEAC, Ambev, Citrosuco, Instituto Localiza, Instituto Ultra, Fundação ArcelorMittal e Stone. Contou, também, com a presença de convidados de outras instituições e foi um momento de troca, de conversas inspiradoras e de novas conexões capazes de dar ainda mais força ao setor de impacto positivo.

A missão de ser ponte

Esse é o papel que a Ago vem desempenhando com cada vez mais força e responsabilidade: ser ponte entre diferentes atores, estimular diálogos intencionais e criar redes que fortalecem as iniciativas coletivas. Nesse movimento, se coloca como articuladora: ao promover encontros, incentiva debates e oferece terreno fértil para que colaborações nasçam e amadureçam.

Mais que articuladora, a Ago Social se firma como referência em unir vozes e multiplicar boas práticas no setor de impacto positivo.

Esse trabalho é também um chamado à reflexão sobre os rumos do setor. Mais do que implementar projetos, a Ago fomenta inovação e conversas que ajudam a repensar práticas, revisitar conceitos e imaginar soluções conjuntas. Provocando esse olhar crítico, contribui para que cada instituição vá além de sua atuação individual e se reconheça como parte de um movimento maior.

Seja em um jantar, em um café ou em encontros de for

Nesses espaços, networking ganha outro sentido. Não se trata apenas de conhecer pessoas, mas de abrir jane las para trocas genuínas, inspirar e aproximar agendas.

Parceiros e convidados se reúnem em jantar para comemorar os 4 anos da Ago
Momento de trocas entre os participantes no Café com Propósito
Thayná Nascimento (Ambev), no Jantar com Parceiros

SITS 2025: técnica e vivência social unidas em prol do Terceiro Setor Mineiro

Por IE3P

SEMINÁRIO GRATUITO FOCOU EM GESTÃO ESTRATÉGICA E IMPACTO SOCIAL EFETIVO

Nos dias 17 e 18 de junho de 2025, o Instituto de Ensino, Pesquisa e Políticas Públicas (IE3P) promoveu o 3º Seminário de Imersão no Terceiro Setor (SITS 2025), em Teófilo Otoni (MG). Sob a liderança do CEO Paulo Cezar Macedo dos Santos, o evento reuniu organizações sociais, gestores e profissionais interessados na transformação social por meio de práticas inovadoras. Foram mais de 350 participantes, compartilhando conhecimento sobre o desenvolvimento do setor.

Gratuito e com foco em conectar teoria e prática, o seminário teve como pilares a gestão estratégica, o fortalecimento institucional e o impacto social efetivo. A programação incluiu painéis, workshops e networking temático.

Destaques da programação:

• Painéis sobre boas práticas de governança no terceiro setor, com cases de sucesso que ilustraram gerenciamento eficaz de recursos e resultados mensuráveis.

• Minicursos e oficinas técnicas, como elaboração de projetos sociais, captação de recursos, prestação de contas, compliance e avaliação de impacto.

• Rodas de conversa e fóruns de debate, fomentando diálogo entre representantes de ONGs, entidades públicas e consultores especializados.

• Espaços de networking estruturado, que permitiram a criação de parcerias, troca de experiências e estabelecimento de novas conexões profissionais.

Contribuição e legado

O evento recebeu participantes de diversas regiões de Minas Gerais e estados vizinhos, com perfis que incluíam gestores de organizações da sociedade ci-

vil, técnicos de prefeituras, contadores, advogados e consultores de políticas públicas. Sob a condução de Paulo Macedo dos Santos, as discussões integraram visão acadêmica e vivência social, com base em frameworks estratégicos adaptados à realidade do terceiro setor mineiro.

O SITS 2025 consolida-se como um dos maiores encontros do setor em Minas Gerais. Ao fomentar novas

Participantes do SITS 2025 com a

O

encontro faz parte de uma estratégia com foco no impacto social e na autonomia institucional das organizações.

conexões e oportunidades entre atores do terceiro setor local, reflete o compromisso institucional com a capacitação e promoção de diálogos transformadores naquele contexto. Com a proposta de convergir conteúdo técnico, experiências reais e troca de saberes, promove maturidade institucional e prepara o setor para ampliar ações e projetos nos próximos ciclos.

Foto:
revista AGORA. O evento consolidase como um dos maiores encontros do Terceiro Setor em Minas Gerais.

Conferência Ethos amplia o diálogo rumo à COP30

ENCONTRO HISTÓRICO DEMOCRATIZA ACESSO E COLOCA NO CENTRO DA AGENDA A INTEGRIDADE,

Aedição 2025 da Conferência Ethos marcou um momento inédito: pela primeira vez, o evento foi aberto ao público em geral, democratizando o acesso aos debates que antecedem a COP30. Nos dias 12 e 13 de agosto, em São Paulo, líderes empresariais, especialistas e representantes de comunidades se reuniram para discutir o futuro da sustentabilidade e da integridade socioambiental, sob o tema “Impacta COP – Além do Clima”.

Na abertura, a diretora-executiva da COP30, Ana Toni, e o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Marques de Carvalho, marcaram presença para discutir os desafios brasileiros “às vésperas da COP30”, numa mesa que conectou clima, governança e direitos humanos.

Ao longo da programação, temas como transição energética justa, inovação climática, governança socioambiental e integridade corporativa permearam os painéis.

Destacou-se a neces-

sidade de integrar ESG ao coração do negócio. Os diálogos foram categóricos em reforçar: empresas que enxergam integridade como ativo estratégico reduzem riscos, protegem sua reputação e constroem valor de longo prazo. Como sintetizou uma das falas: “Não se sacrifica o longo prazo da corporação pelo curto prazo de resultados.”

A defesa dos direitos humanos

A Conferência destacou que não basta tratar de metas climáticas sem considerar as desigualdades estruturais do país.

também esteve em evidência. No painel sobre defensores socioambientais, foram ressaltados os riscos enfrentados por indígenas, quilombolas e trabalhadores rurais. A mensagem foi direta: “A defesa dos direitos humanos passa pelo acolhimento. Não há proteção sem garantir que as pessoas continuem falando sem medo.”

No palco da transição energética, emergiu a urgência de rever a forma como as empresas se relacionam com os territórios. Kamila Camilo, do Instituto Oyá, lembrou que confiança não é escalável sem escuta, e alertou: “Somos o quinto maior poluidor do mundo, precisamos liderar pelo exemplo.”

Todas essas discussões reafirmaram o papel da Conferência Ethos como espaço de articulação ética entre empresas, comunidades e governos. Às vésperas da COP30, o recado foi evidente: só será possível enfrentar a emergência climática se a transição for justa, inclusiva e construída de forma coletiva.

JÁ FEZ SUA PROGRAMAÇÃO DE EVENTOS? SAIBA

O QUE VAI ACONTECER NO SETOR.

OUTUBRO

26º Congresso IBGC Governança em um mundo disruptivo 8 e 9 de outubro

Híbrido (São Paulo - SP)

NOVEMBRO

1° Fórum de Sustentabilidade e Turismo do ES 28 e 29 de novembro

Vila Velha (ES)

OUTUBRO NOVEMBRO NOVEMBRO

3º Congresso Nacional de ESG

ESG e Sustentabilidade 09 de outubro

São Paulo (SP)

Cop30 - Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas Clima, justiça social e sustentabilidade 11 a 21 de novembro

Belém (PA)

Fórum Internacional de Equidade Racial Empresarial 2025

Inclusão e diversidade corporativa 17 de novembro

São Paulo (SP)

Planeje-se para 2026!

Confira um resumo dos principais eventos de 2025 no primeiro semestre e decida onde participar:

Com muita alegria completamos o nosso quarto ano de existência celebrando o impacto alcançado e trazendo projetos inovadores com cadeias sustentáveis e justiça social.

Conheça o impacto da Ago em nosso relatório 2021-2025

Fortalecimento de negócios e organizações socioambientais Soluções Ago

• Diagnósticos organizacionais

• Trilhas de formação

• Gestão de voluntariado por mentoria

• Gestão de redes e comunidades

Parceiros Ago:

Fortalecimento de cadeias de valor sustentáveis

• Pesquisas e diagnósticos

• Capacitação de atores da cadeia

• Apoio à estruturação corporativa

• Programas de valor compartilhado

Patrocínio Revista AGORA:

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.