ABIMO em revista edição 20

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ODONTOLOGIA

Em um ambiente hospitalar pode ocorrer também o caminho inverso: doentes graves chegam a ter gengivas e dentes comprometidos. Diabetes não controlada e doenças renais levam à periodontite, por exemplo. Pacientes com câncer podem sofrer de amolecimento dental. “Há doenças que inflamam e infeccionam a gengiva. Por sua vez, a gengiva infeccionada carrega bactérias para outros órgãos via corrente sanguínea, como coração e fígado. Claro, há condição de higiene que pode ser feita pelo enfermeiro. Mas a função do dentista vai além. Ele pode, além de orientar os profissionais do hospital, notar se há focos infecciosos na boca dos pacientes”, detalha Regiane. Chediek complementa que o controle das doenças bucais, a descoberta de focos infecciosos, o acompanhamento e o tratamento são medidas relevantes que apresentam urgência para prevenção e controle, “bem como para restabelecer condições clínicas em prol da saúde geral do paciente, com eficiência e

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eficácia, inclusive no pré e pós-operatório de cirurgias médicas”, diz. Contar com dentistas em hospitais gera uma conta a ser paga, mas por quem? Para Francisco Balestrin, presidente da IHF (Federação Mundial de Hospitais) e do CBEXs (Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde), que levanta essa questão, é preciso analisar o custo na assistência à saúde. “O paciente de UTI em um hospital privado é pago pela operadora, em um custo que inclui visita médica, assistência da equipe de enfermagem, exames e medicamentos. Quem iria pagar esse dentista no dia a dia? Não foram definidos, do ponto de vista dos hospitais privados, quem iria remunerar, de que forma seria feito isso. E, no SUS, iria criar despesa sem gerar receita”, diz. Segundo Balestrin, em hospitais privados, quando um paciente precisa


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