revista 29HORAS - ed. 91 - maio 2017

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FranchiSing

O país dOs empreendedOres CinCo histórias para se inspirar no franChising por André Cordeiro

O que significa ser empreendedor? É lutar por um sonho e não abaixar a cabeça. Em um país com tantos entraves burocráticos, com uma legislação tributária excessiva e uma CLT ultrapassada que mais parece dificultar a vida do empregador, ser empreendedor no Brasil não é uma tarefa

fácil. No entanto, somos um dos maiores países do mundo em franchising, o que mostra a alma empreendedora do brasileiro. Vale aquela regra: “se você consegue abrir um negócio no Brasil, você consegue em qualquer lugar”. A seguir, cinco histórias de franquias e de seus criadores.

foto alexandre virgilio

< Saudável obSeSSão

para empreender não tem idade >

Dona Alzira Ramos tinha 60 anos quando sofreu com a perda da mãe e de seu emprego. Durante esse momento difícil, a renda vinha da fábrica de pipocas do marido, localizada no centro do Rio de Janeiro. Para distrair a cabeça, ela começou a fazer bolos em seu apartamento. O cheiro dos seus bolos ganhou fama entre os vizinhos e, aos poucos, ela começou a aumentar a produção, vendendo até fatias para um botequim ao lado. A demanda subiu tanto que Alzira chegou a produzir cem bolos por dia, feitos artesanalmente com uma amiga, sem suporte de batedeiras. Assim, em 2008, decidiu abrir a primeira loja da Fábrica de Bolo Vó Alzira no bairro da Tijuca, zona norte carioca. Cinco anos mais tarde, em 2013, entrou no franchising. Hoje são 194 franquias em todo o Brasil. A proposta é oferecer bolos caseiros, do tipo que nossas avós faziam, a preços acessíveis (em torno de R$ 20). “Eu pensava muito no meu filho, no que eu estava deixando para ele, porque eu não tinha nada”, diz Alzira, 72 anos. “Eu tinha que lutar, achar alguma coisa e eu gostava de cozinhar. Acho que Deus viu o que eu passei e me ajudou. A gente não pode desanimar, nunca desanimar”.

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foto divulgação

Depois de uma carreira de quinze anos no mercado financeiro, Sidney Rabinovitch decidiu se aventurar no empreendedorismo. A inspiração para criar a FOM, marca de almofadas e acessórios, veio de uma visita que sua esposa, Betina, fez a uma feira de Paris, quando ela conheceu marcas que produziam almofadas com o poliestireno expandido (EPS), um tipo de isopor leve e espumado. A partir daí, Sidney e Betina começaram a produzir as primeiras peças em casa, saindo atrás de compradores. Por causa da alta qualidade dos produtos, conseguiram fechar contrato com a Tok Stok, para a qual vendiam pufes. Vislumbrando o potencial do negócio, Sidney decidiu associar os seus produtos a uma marca e, em novembro de 2006, a FOM inaugurou um quiosque no Shopping Market Place, em São Paulo. “Os meus conhecidos me achavam louco por me arriscar em um negócio”, lembra Sidney. “Mas eu acreditava, de uma maneira obcecada, que daria certo. Criei um mecanismo de não escutar ninguém e mantive o foco”. Hoje a FOM conta com mais de 42 pontos de vendas espalhados nas principais cidades e aeroportos do país.


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