
JUNHO/2025 distribuição gratuita no aeroporto santos dumont
JUNHO/2025 distribuição gratuita no aeroporto santos dumont
Após estrondoso sucesso em São Paulo, atriz traz para o Rio o musical que celebra a vida e a obra de Rita Lee, a eterna Rainha do Rock Brasileiro
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Publisher Pedro Barbastefano Júnior
Conselho editorial Chantal Brissac, Clóvis Cordeiro, Didú Russo, Georges Henri Foz, Kike Martins da Costa, Leonardo Chebly, Luiz Toledo, Paula Calçade, Pedro Barbastefano Júnior e Ricardo F. Marques
redação Paula Calçade (editora executiva); Kike Martins da Costa (editor contribuinte); Rose Oseki (editora de arte), Vivian Monicci (repórter)
Colaboradores André Hellmeister, Chantal Brissac, Didú Russo, Fernanda Meneguetti, Georges Henri Foz, Karen Kohatsu, Luiz Toledo, Rachel Louise e Rodrigo de Aquino
tratamento de imagens Karen Kohatsu, Rose Oseki
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Jornalista resPonsável Paula Calçade MTB 88.231/SP
29HORAS é uma publicação da MPC11 Publicidade Ltda.
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Hora Rio
Estádio do Maracanã completa 75 anos de história sem jogos do Flamengo e do Fluminense neste mês por causa da Copa do Mundo dos Clubes nos EUA
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Capa Mel Lisboa traz ao Rio a peça "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical", que levou quase 90 mil espectadores ao teatro em São Paulo
Foto da capa: Fotógrafo: Mauricio Nahas; Beleza: Grasiela Paz; Styling: Kaka Lobo
Rio de Janeiro recebe agenda de grandes espetáculos e shows intimistas nos próximos meses
17 Economia criativa
Empresas que seguem os pilares ESG aumentam a produtividade
DE 1 A 22 DE JUNHO
QUINTA A SÁBADO 20H
DOMINGO 18H
Musical sobre Djavan, Bienal do Livro, brunch junino e exposição sobre a vida e a obra de Cazuza
BARRA A padaria gourmet, bistrô e delicatessen Le Dépanneur, com unidades em Botafogo, Niterói, Leblon, Catete e Cachambi, agora está presente também no BarraShopping. A nova loja é a mais moderna e a maior da “rede”. É perfeita para um brunch, um almoço leve ou um coffee break recheado de delicinhas. Entre elas, irresistíveis doces (como os mil-folhas, as tartes au citron, os macarons e as éclairs) e salgados incríveis, como os waffles com presunto e queijo, as coxinhas, os sandubas de pernil com abacaxi e os miniempadões de camarão. O empório é perfeito para quem busca vinhos, queijos, bolos e pães artesanais de qualidade. Por fim, o bistrô é o lugar para apreciar com calma uma salada, uma quiche ou uma boa massa.
LE DÉPANNEUR: Avenida das Américas, 4.666, Barra, tel. 21 2245-6547.
Em cartaz no Teatro Copacabana Palace até julho, “Antes do Ano que Vem” é um monólogo cômico em que a atriz Mariana Xavier mostra sua versatilidade
"Cardápio” do Antiquário do Breganha oferece não só comida feita com afeto, mas também chope geladinho, móveis, objetos para a sua casa e muito aconchego
Inaugurado no final de fevereiro, o Antiquário do Breganha é um mix de bar, restaurante e antiquário em um só endereço. O espaço é adornado com peças únicas de mobiliário e decoração — e tudo está à venda.
O cardápio assinado pela chef Helena Murucci, que só vale para o jantar, inclui receitas clássicas como a barriga de porco assada lentamente e finalizada na grelha, o Canarinho (versão do frango a passarinho com asinhas marinadas no suco de laranja e na mostarda, grelhadas na brasa e finalizadas com molho de melaço), o bobó de camarão, a rabada com agrião e a picanha na lenha com aquela gostosa nota defumada.
Durante o dia, o Breganha funciona como uma “pensão”, com pratos generosos feitos com técnica, ingredientes frescos e aquele toque afetivo. Tem arroz com feijão, macarrão com
Durante um plantão de Réveillon no CAD (Centro de Apoio aos Desesperados), a psicóloga responsável não aparece e Dizuite, funcionária do local, resolve atender as ligações e auxiliar os pedidos de ajuda que surgem na Noite de Ano Novo. Esse é o ponto de partida de “Antes do Ano que Vem”, monólogo cômico escrito por Gustavo Pinheiro especialmente para a atriz Mariana Xavier emprestar toda a sua versatilidade para várias personagens e situações. A peça fica em cartaz até o dia 13 de julho no Teatro do Copacabana Palace.
O espetáculo tem direção de Ana Paula Bouzas e Lázaro Ramos e retorna ao Rio de Janeiro para uma temporada especial em que celebra seus três anos de sucesso. Após passar por 23 cidades e alcançar 50 mil espectadores desde março de 2022, a montagem se utiliza do humor para falar de saúde mental, autocuidado e acolhimento.
Teatro Copacabana Palace
Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 261, Copacabana, tel. 21 2257-0881. Ingressos de R$ 21 a R$ 160.
almôndegas, peixe frito, bife a cavalo e muito mais... O cardápio muda a cada quinzena.
Antiquário do Breganha
Avenida Gen. San Martín, 509, Leblon.
Entre os dias 13 e 22 de junho, a Bienal do Livro traz várias atrações lúdicas para os fãs das letras — incluindo roda gigante, labirinto, enigmas e desafios interativos
A edição 2025 da Bienal do Livro assume o inovador conceito de Book Park — um parque de diversões literário onde narrativas ganham vida em experiências imersivas e o livro segue como grande protagonista. O evento acontece entre os dias 13 e 22 de junho no Riocentro. Dentre as experiências imersivas que prometem encantar o público no Book Park, a Roda Gigante Leitura nas Alturas Light é um dos destaques: com cabines personalizadas com personagens e áudios relacionados aos livros, a atração reúne diversas editoras em ativações criativas. Já o Labirinto de Histórias Paper Excellence convida o visitante a mergulhar em um espaço interativo onde os
Instalado no Shopping Leblon, o Bar Cortés tem ótimos drinques e petiscos para quem busca algo mais leve do que os suculentos e saborosos cortes de carne servidos no vizinho
O Bar Cortés, que acaba de ser inaugurado no 4º piso do Shopping Leblon, é o mais novo empreendimento do Grupo Ráscal, instalado em anexo à steakhouse Cortés. Além do balcão e das mesas, tem aconchegantes booths com sofás de couro que acomodam até seis pessoas.
A carta de drinques foi criada pelo bartender Gabriel Szklo e tem como destaques o borbulhante Melancia Spritz (de vodca com suco de melancia, licor de flor de sabugueiro e espumante), Negronis em cinco versões e caipirinhas de caju com limão cravo.
O cardápio de comidinhas é assinado pela chef Daniela França Pinto e inclui delicinhas como o rosbife artesanal com picles de cebola roxa e uvas assadas na brasa, servido com torradas de ciabatta, o Copetin (mini empanadas de carne picada na ponta da faca e assadas no carvão) e o sanduíche de carpaccio com molho de alcaparras, limão siciliano e parmesão.
Bar Cortés
Avenida Afrânio de Melo Franco, 290, 4º piso, Leblon, tel. 21 3576-9707.
livros ganham vida de forma lúdica e sensorial. Para os fãs de mistério, o Escape Bienal Estácio é uma atração imperdível. Com quatro cenários literários desenvolvidos em conjunto com editoras, o espaço traz enigmas e desafios inspirados em thrillers de sucesso.
Bienal do Livro
Avenida Salvador Allende, 6.555, Barra da Tijuca.
Ingressos a partir de R$ 21.
Exposição apresenta figurinos, manuscritos e outros itens que ajudam a “explicar” a genialidade deste que foi um dos principais nomes da música brasileira nos anos 80
Em cartaz no topo do Shopping Leblon a partir do dia 12 de junho, “Cazuza Exagerado” é uma exposição que homenageia a trajetória e a contribuição para a música e cultura brasileiras de Agenor de Miranda Araújo Neto. A mostra contempla todas as fases da trajetória do cantor, compositor, poeta e cronista da geração 80, cuja vida foi interrompida precocemente, aos 32 anos, em julho de 1990, em decorrência da Aids.
A exposição ocupa uma área de 1.200 m2 e marca os 40 anos de “Exagerado”, seu primeiro álbum solo. Serão exibidos nesse espaço figurinos, objetos pessoais, cartas, manuscritos originais de letras e poemas, desenhos, documentos e um extenso material em áudio e vídeo. Nove salas ilustram a trajetória do artista, antes e depois da fama. Toda a memorabília foi reunida por Lucinha Araújo no Centro Cultural Cazuza.
A curadoria da exposição é de Ramon Nunes Mello, organizador dos livros “Cazuza - Meu Lance é Poesia” e “Cazuza – Eu Protegi teu Nome por Amor”.
Shopping Leblon
Avenida Afrânio de Melo Franco, 290, Leblon. Ingressos a partir de R$ 80.
Restaurante Spicy Fish — famoso por suas receitas japonesas e coreanas — expande seu repertório e introduz em seu cardápio pratos tailandeses, indianos e chineses
A cozinha do restaurante Spicy Fish tem um novo chef em seu comando: Guilherme Gerard é quem assume os trabalhos na casa famosa por sua culinária asiática. Guilherme já trabalhou em vários restaurantes paulistanos (como o Maní, o Tuju, o Tan Tan, Geiko San e o Kotori) e nova-iorquinos (como Berimbau) e no premiado hotel Uxua, de Trancoso, na Bahia.
Agora no Spicy Fish, transcende as suas referências japonesas e coreanas e explora novos territórios, como a Tailândia, a Índia e a China. As novidades do cardápio incluem, entre outras, os dumplings chineses de camarão e as samossas indianas recheadas com couve-flor ao curry (servidas com molho de amendoim) e o Sakana Set — peixe do dia grelhado na brasa sobre curry verde com legumes e servido com salada de vegetais crocantes com molho de umê e arroz.
Spicy Fish
Rua Maria Quitéria, 99, Ipanema, tel. 21 3490-4335.
SÃO CRISTÓVÃO
Maracanã celebra seu aniversário sem jogos de seus dois “inquilinos”, que participam este mês da disputa da Copa do Mundo de Clubes, nos Estados Unidos
Espetáculo musical leva ao palco do Teatro Multiplan a trajetória de Djavan, desde sua infância humilde em Maceió até os hits que levaram sua riqueza rítmica ao mundo todo
No dia 16 de junho de 1950, foi inaugurado o estádio mais famoso do país – o Maracanã. Este mês, o “monumento” conhecido como “Templo do Futebol” completa 75 anos de glórias. Foi palco de momentos históricos, como a final da Copa do Mundo de 1950 (logo em seu ano de “estreia”), do milésimo gol de Pelé, da abertura dos Jogos Olímpicos de 2016 e até de shows como o de Frank Sinatra (em 1980) e o de Prince e Guns N' Roses na edição de 1991 do festival Rock in Rio. Em 1980, foi palco de uma megamissa celebrada pelo papa João Paulo 2º para mais de 100 mil fiéis.
Inicialmente com capacidade para 155 mil espectadores, ele foi totalmente reformado para receber com conforto dos padrões internacionais a Copa do Mundo de 2014 e teve reduzido seu total de assentos para 78 mil.
O estádio é o campo onde Fluminense e Flamengo atuam como mandantes, mas excepcionalmente este mês nenhum dos dois times vai atuar neste gramado sagrado, porque ambas as equipes estarão nos Estados Unidos disputando a Copa do Mundo de Clubes da Fifa, que acontece entre os dias 14 de junho e 13 de julho.
Estádio Jornalista Mário Filho (Maracanã) Rua Prof. Eurico Rabelo, s/ nº, São Cristóvão.
Em cartaz no Teatro Multiplan a partir do dia 5 de junho, “Djavan, o Musical: Vidas pra Contar” é um espetáculo que celebra a vida e a obra de um dos artistas mais aclamados da música brasileira, o alagoano Djavan Caetano Viana. Idealizado por Gustavo Nunes, com direção artística de João Fonseca e texto de Patrícia Andrade e Rodrigo França, o musical tem uma trilha sonora vibrante e fiel à diversidade rítmica do artista.
A montagem mergulha na trajetória de Djavan, desde suas origens humildes em Maceió até sua consagração como um dos grandes nomes da MPB. O ator mineiro Raphael Elias, de 30 anos, foi o escolhido entre mais de duas centenas de candidatos para encarnar o músico no palco.
A dramaturgia do musical explora a riqueza de estilos presentes na obra do artista, que passeia pelo jazz, samba, ritmos afro-brasileiros e pop. A produção é uma celebração da beleza, da poesia, da brasilidade e da musicalidade presente nas composições de Djavan.
Paula Prandini, do Empório Jardim, recebe Lisiane Arouca, de Salvador (BA), em brunch com comidinhas típicas das festas nordestinas dessa época do ano
Dia 15 de junho acontece mais uma edição do projeto Brunch no Jardim, criado pela chef e sócia do Empório Jardim, Paula Prandini. A convidada da vez é a confeiteira Lisiane Arouca, do premiado restaurante Origem, de Salvador (Bahia). O evento acontece no Empório Jardim da Casa Firjan, no Rio de Janeiro.
Restaurante Suibi aposta em receitas que fazem uma harmoniosa mistura das tradições japonesas com o jeitão moderno e cosmopolita Made in USA
O Suibi, restaurante japonês comandado pelo chef novaiorquino Sei Shiroma no Leblon, apresenta novidades no menu. Entre elas, destaque para o Octopus Crudo (lâminas de polvo temperadas com molho ponzu e maionese de ostra), para o Suibi Ebiten (roll com tempura de camarão, cream cheese, salmão maçaricado e molho teriyaki), para o Spicy Tuna (uramaki de tartare de atum com pepino e pimenta gochujang da casa) e o Spicy Honey Skin (roll com pele crocante de salmão, pepino, cebolinha e salmão grelhado com mel picante).
Para essas noites de outono que pedem algo mais quentinho, a dica é apostar no Shoyu Ramen, preparado com caldo de peixe temperado com shoyu, chashu (corte suíno), ovo marinado, daikon (rabanete branco) e massa fresca feita na casa.
Com apenas oito mesas no salão interno e outras poucas na calçada, esse é um lugar onde os alto-falantes não tocam músicas executadas por kotos (cítaras japonesas), kugos (harpas) ou shinobues (flautas), — aqui é o hip hop que domina a trilha sonora!
Paula e Lisiane criaram para a data um Brunch Junino, com comidinhas típicas das festas dos santos, muito celebrados no Nordeste do país. O menu inclui delícias como mugunzá caramelado com farofa crocante de paçoca levemente salgada; bolo de fubá cremoso com queijo do reino, creme de goiabada e farofa crocante de canela; bolo Toalha Felpuda de laranja, tapioca e coco, com brigadeiro de queijo brûlée e calda de laranja; quiche de queijo coalho, alho poró e crocante de milho; pão de mandioca com pernil na rapadura e vinagrete de
abacaxi com pimenta de cheiro; croissant de salsichão, requeijão de corte e chutney de goiabada e pastel de pamonha com milho verde, creme de queijo e castanha de caju.
Nas próximas edições do Brunch no Jardim, no segundo semestre, Paula Prandini recebe Claudia Krauspenhar (do Kasa, de Curitiba) e Ariani Malouf (do Mahalo, de Cuiabá).
Empório Jardim na Casa Firjan
Rua Guilhermina Guinle, 211, Botafogo.
POR RAFAELLO RAMUNDO*
De pequenas apresentações a grandes espetáculos, o Rio de Janeiro conta com uma agenda recheada de boa música nos meses de junho e julho
Casa Light
“Com apenas 150 lugares, o festival Casa Light aposta em uma atmosfera única de conexão entre artistas e público. No palco do Centro Cultural Laura Alvim, a música acontece valorizando a proximidade, a troca e a escuta. Em junho e julho, a programação traz Luã Ivys, Juliana Linhares Duo, Yamandu Costa e Gisele de Santi!”
Avenida Vieira Souto, 176, Ipanema
Fim de Tarde no Teatro João Caetano
“O projeto ‘Fim de Tarde’ é o happy hour cultural mais charmoso do Centro! Com ingressos a R$ 5, o evento apresenta grandes nomes da música brasileira para shows acessíveis. Em junho, sobem ao palco Dudu Nobre, Chico César, Sandra de Sá e Rita Benneditto.”
Praça Tiradentes, s/ nº, Centro
Tim Music Festival
“Depois do sucesso em 2024, quando reuniu mais de 250 mil pessoas nas areias de Copacabana, o TIM Music está de volta em 2025. Marcado para o final de junho, o festival promete repetir o feito, com uma nova seleção de atrações de peso que devem agitar o público e transformar a orla carioca novamente em palco de grandes encontros.”
Praia de Copacabana
Paralamas na Farmasi Arena
“No dia 7 deste mês, Os Paralamas do Sucesso comemoram 40 anos de estrada com um show especial na Farmasi Arena. Hinos que atravessaram gerações, como ‘Lourinha Bombril’, ‘Alagados’ e ‘Romance Ideal’, vão agitar a plateia.”
Avenida Embaixador Abelardo Bueno, 3.401, Barra da Tijuca
*RAFAELLO RAMUNDO é produtor cultural e sócio da agência Novo Traço, especializada em live marketing cultural
As dicas de quem adora o Rio
COM SUA CARREIRA ATÉ ALGUNS ANOS AINDA MARCADA PELO SEU PRIMEIRO PAPEL NA TV, A MINISSÉRIE “PRESENÇA DE ANITA”, EXIBIDA EM 2001, MEL LISBOA ESTREIA ESTE MÊS NO TEATRO CASA GRANDE O ESPETÁCULO “RITA LEE – UMA AUTOBIOGRAFIA MUSICAL”, INCORPORANDO COM IMPRESSIONANTE FIDEDIGNIDADE ESSA EXTRAORDINÁRIA PERSONAGEM, FAZENDO O PÚBLICO ACREDITAR PIAMENTE QUE A ROQUEIRA PAULISTANA AINDA ESTÁ ENTRE NÓS
DEPOIS DE SER ASSISTIDO POR quase 90 mil espectadores em São Paulo, o espetáculo musical “Rita Lee – Uma Autobiografia Musical” chega ao Rio, com estreia no dia 26 de junho no Teatro Casa Grande. Nessa montagem, a atriz gaúcha Mel Lisboa interpreta com espantosa verossimilhança a inesquecível roqueira paulistana, numa encenação que mistura história e hits como “Menino Bonito”, “Ovelha Negra”, “Todas as Mulheres do Mundo” e “Mania de Você”. No palco, Mel impressiona a plateia com sua personificação de Rita — personagem que ela já havia encarnado na TV (na minissérie “Elis: Viver É Melhor que Sonhar”, de 2019) e em outra peça teatral – “Rita Lee Mora ao Lado” – que foi assistida pela própria cantora em 2014. Sua atuação no musical que agora estreia no Rio lhe rendeu o Prêmio Shell de melhor atriz em 2025. Com 43 anos e dois filhos adolescentes, a
atriz tem uma carreira muito profícua e eclética no cinema (com filmes como “Cães Famintos”, “Atena” e “Conspiração Condor”, que deve estrear só em 2026), no teatro (com interpretações marcantes em peças como “Misery”, “Peer Gynt” e “Dogville”) e no streaming (com participações em produções como “Maníaco do Parque”, da Amazon Prime Video, “Coisa Mais Linda”, da Netflix, e “A Vida Secreta dos Casais”, da HBO Max).
Em conversa com a reportagem da 29HORAS realizada bem no dia em que fãs lembravam os dois anos da morte de Rita, a emocionada Mel Lisboa falou sobre sua afinidade com Rita, seus projetos como produtora e outros trabalhos no teatro, como “Madame Blavatsky – Amores Ocultos” –, monólogo que ela também vai encenar durante esse seu breve retorno ao Rio, onde viveu entre os anos de 2000 e 2004. Confira nas páginas a seguir os principais trechos da entrevista.
Qual a sua explicação para esse sucesso todo de “Rita Lee – Uma Autobiografia Musical”?
Não existe uma explicação. Um sucesso dessa magnitude se dá por causa de muitos acertos simultâneos. Não é só em razão do texto afiado, da direção precisa, da trilha sonora fantástica, do elenco entrosado. O sucesso se deve ao inexplicável. Não existe uma fórmula para agradar crianças, adultos, idosos, fãs da Rita e gente que nunca se ligou muito no trabalho dela.
A montagem carioca vai ser idêntica à paulistana? Absolutamente idêntica. Tudo igualzinho.
E o que mudou desde a estreia, em abril do ano passado em São Paulo, até hoje? Dá para dizer que é um espetáculo mutante?
Todo espetáculo é mutante e evolui com o tempo. O teatro é vivo, é orgânico. Quando a gente estreia, o espetáculo está ensaiado, mas não está pronto.
Ele só fica pronto mesmo quando entra em cartaz e conta com a energia dos espectadores. A plateia é um agente ativo na evolução da montagem. Com
os feedbacks que recebemos, fazemos pequenas mudanças e adaptações na luz, no figurino, na movimentação e até no texto. E, com o tempo, os atores também vão ficando mais à vontade. Hoje, por exemplo, eu brinco muito mais com a plateia do que nas primeiras apresentações. E eu sei muito bem o que funciona e o que não funciona nessa interação.
A própria Rita não teve a oportunidade de ver o espetáculo, mas o que o Roberto de Carvalho achou da montagem?
Ele ficou muito feliz. Se emocionou muito. Ele já havia acompanhado um dos nossos últimos ensaios e, na nossa estreia, ele foi com a família inteira. Gostei muito quando ele me disse que a nossa montagem estava do jeitinho que a Rita gostaria que sua autobiografia fosse encenada.
O que você e a Rita têm em comum? E o que você absorveu da Rita e incorporou ao seu jeito de ser, ao longo desse último ano de “convívio” tão intenso com ela?
Nós duas somos capricornianas e temos em comum
várias características típicas das pessoas desse signo. A Rita me ensinou e me ensina um monte de coisas todo dia. Eu queria ser mais como a Rita, mas não é fácil ser parecida com uma pessoa tão ‘fora da curva’. Ele era uma mulher muito inteligente, rápida, irreverente e debochada. Eu tento ser como ela, é uma grande inspiração para mim, mas eu tenho meus limites…
O que foi mais difícil na hora de criar a sua Rita?
Cantar foi um desafio ou você ficou à vontade, já que atuou em outros musicais?
Nunca fico à vontade cantando! O ideal seria se eu cantasse igual à Rita, mas nossas vozes são diferentes. Então eu tento reproduzir a música da voz dela, o jeito dela falar, o sotaque diferente do meu. Uma vez, recebemos na plateia um grupo de pessoas com
deficiências visuais que são fãs da Rita. Eu fiquei preocupada, pois muito da minha composição vem do figurino, da caracterização, mas isso eles não enxergam. Aí, no final, uma garota desse grupo me disse uma coisa linda, que me deixou comovida. “Eu não via a Rita, mas eu ouvi a Rita”, disse ela. Voltei para casa com aquela sensação de missão cumprida.
Depois de interpretar a Rita Lee no palco e no cinema, não tem receio de ficar estigmatizada como “aquela atriz que é cover da Rita Lee”? Minha trajetória foi marcada por duas personagens muito fortes – a Anita de “Presença de Anita” e a
A atriz Mel Lisboa na pele da eterna Rita Lee, no espetáculo “Rita Lee – Uma Autobiografia Musical”, que chega ao Rio este mês
Rita Lee. Eu tive algo que muitos passam uma vida inteira sem ter. Me sinto uma privilegiada! E, a propósito, para mim não é problema nenhum ter a minha imagem associada à da Rita. Muito pelo contrário. Me sinto muito honrada!
Por falar nessa outra personagem forte da sua trajetória, durante anos você foi conhecida como a moça de “Presença de Anita”, mesmo depois de vários outros trabalhos. Isso te incomodava? Quando eu te digo que me sinto privilegiada e honrada de ver a minha imagem e o meu nome associados à Rita e à Anita, essa é uma visão que tenho hoje. Até alguns anos, isso era de fato um problema, eu me questionava muito se isso era bom ou ruim, se eu havia cometido algum erro ao aceitar esses papeis. Não foi um processo fácil e suave essa mudança de pensamento, mas o fato é que hoje isso não é mais uma questão na minha cabeça. Estou muito bem resolvida com minhas escolhas.
Quando foi que você deixou de priorizar a TV e veio para São Paulo fazer teatro e se tornar uma musa da cena alternativa, com peças de baixo orçamento, mas muito bem recebidas pela crítica, como “Após a Chuva”, “A Boca do Lixo”, “Luz Negra” e “Cenas de uma Execução”? Morei no Rio até 2004, onde fiz várias
Ao lado, Mel Lisboa com sua musa Rita Lee; à direita, a atriz em cena do monólogo “Madame Blavatsky – Amores Ocultos”
novelas. Em 2003 fui fazer uma peça em São Paulo e logo me identifiquei com a cidade e me encantei pelas pessoas e pelo jeito que as coisas funcionavam por lá. Aí me mudei definitivamente em 2004 e, aos poucos, fui tendo a oportunidade de trabalhar e aprender com grandes diretores e atores. Um dia, percebi que não era mais uma forasteira, eu já me sentia perfeitamente inserida na cena teatral paulistana. Hoje, de fato, sinto que pertenço a esse lugar.
Ultimamente você vem assumindo a função de produtora. Como é produzir cultura em um país que não a valoriza. É sempre difícil, né? Precisa ter muito amor pelo teatro para entrar nessa atividade. Para mim esse foi um caminho natural. Assim como outros tantos atores e atrizes, também quero ser dona dos meus projetos. Mas isso não significa que eu não quero mais trabalhar para outros produtores, realizadores. Eu só quero que essa seja mais uma alternativa para mim, sem impedir ou anular a minha participação em projetos capitaneados ou produzidos por outras pessoas. A ideia é ampliar o leque de possibilidades, não restringi-lo.
Me fale de “Madame Blavatsky – Amores Ocultos”, peça que você produziu e vai encenar no Rio paralelamente ao musical sobre a Rita Lee?
No Rio, “Madame Blavatsky” terá apenas quatro apresentações, em noites de quarta-feira, no Teatro Prio, no Jockey Club. Se der certo, depois a gente pode voltar à cidade para uma temporada de verdade. É uma peça que brinca com os limites da ficção, investigando convenções da representação teatral e simulando, através do texto, uma incorporação mediúnica. Em cena, o espírito de Helena Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica, exige retornar a um teatro, utilizando-se do corpo de uma atriz, para colocar a sua controversa história em pratos limpos.
Helena Petrovna Blavatsky foi uma mulher bem menos solar e bem mais introspectiva que a Rita Lee. Tem sido difícil incorporá-la no palco? E, neste caso, o termo “incorporar” está em seu sentido bem literal, já que você encarna o espírito dela na peça, não?
A Rita e a Blavatsky são diferentes, mas conectadas em muitos aspectos. Ambas são meio bruxas, e as duas, por serem capricornianas, têm em comum muitas das características típicas das pessoas desse signo. E as duas morreram no mesmo dia, 8 de maio, olha só! A peça tem muito metateatro, o tempo todo a gente fala do ato de fazer teatro. E, ao contrário do que acontece com o musical da Rita Lee, eu não preciso tentar falar ou me mexer como a Blavatsky.
Ninguém sabe como era a voz dela, como se movia, qual era o seu gestual. Ela morreu em 1891, tudo o que temos dela são seus escritos e algumas fotos. Eu me sinto muito livre para interpretá-la. Aliás, eu não a interpreto, no palco eu sou a Mel encarnando o espírito dela.
Trazer uma mulher ucraniana aos palcos nesse momento foi uma escolha intencional por causa da situação do país, invadido pela Rússia desde 2022? Não. A primeira vez que encenei essa peça foi como solo on-line, na pandemia, quando os teatros estavam fechados. Foi antes do início dessa guerra.
Quais outras mulheres poderosas você gostaria de viver no palco?
Várias outras, felizmente! É difícil enumerá-las. Mas digo que Medéia [de Eurípedes] é um personagem que me cativa.
Para encerrar, a Rita Lee fechou sua autobiografia dizendo se orgulhar de ter feito muita gente feliz. E você? Se orgulha de quê? De ter feito muita gente refletir? Recordar? Se divertir? A arte tem o poder de tocar e transformar as pessoas. Eu me orgulho de, ao longo desses vinte e tantos anos de trabalho na TV e no teatro, ter auxiliado de alguma maneira na transformação de muita gente. A vida presta. É um trabalho árduo, mas que vale a pena.
A cultura organizacional alinhada aos pilares ESG pode impulsionar a felicidade de colaboradores e promover maior produtividade nas empresas
No compasso acelerado do mundo corporativo, três forças se destacam: a Economia Criativa, a prosperidade no trabalho e a sustentabilidade ambiental, social e de governança (ESG em inglês). A primeira transforma ideias e talentos em produtos e serviços, gerando valor econômico, cultural e emocional, enquanto os pilares ESG garantem que esse processo ocorra de forma ética e inclusiva. Assim, ambas se conectam ao promover o bem-estar de colaboradores, clientes, fornecedores e da comunidade.
Em um cenário digital e colaborativo, habilidades criativas e cognitivas são essenciais para o sucesso organizacional, conforme aponta o relatório State of the Global Workplace 2025, do
GALLUP. Para florescer, a criatividade precisa de liberdade, segurança e diversidade — um solo fértil em que a inventividade humana prospera, unindo cultura, arte e tecnologia com práticas sustentáveis que respeitem o meio ambiente e os direitos humanos. Empresas que integram princípios ESG promovem ambientes acolhedores e colaborativos – e o erro faz parte do processo criativo. Apesar de sua relevância, a Economia Criativa ainda enfrenta preconceitos e é, por vezes, subestimada. No entanto, gera milhões de empregos, enorme arrecadação tributária e impulsiona a prosperidade, enquanto práticas sustentáveis garantem sua longevidade e aceitação social. Em um cenário em que a
sustentabilidade é essencial, a felicidade no trabalho também se torna decisiva para o progresso de empresas e pessoas.
Estimular emoções positivas, engajamento, relações significativas, propósito e conquistas impulsiona um ambiente saudável e produtivo — empresas que aplicam esses princípios aumentam até 17% sua produtividade, além de observar menor absenteísmo e maior retenção de talentos. Dessa forma, o trabalho deixa de ser apenas obrigação e se transforma em criação contínua — uma expressão de identidade, propósito e responsabilidade com o planeta.
Organizações que equilibram inovação, sustentabilidade e bem-estar não apenas prosperam, mas também fortalecem o tecido social, construindo um futuro em que produtividade e felicidade caminham juntas, com responsabilidade e compromisso com as gerações futuras.
RODRIGO DE AQUINO é comunicólogo e executivo na área do bem-estar, felicidade e entretenimento com impacto social.
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