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Um mundo à parte
Loft com vista para Paulista, do acervo da Bossa Nova; na outra pág., casa em Pinheiros à venda pela Terra Lima
Mesmo com a desaceleração por conta de instabilidades econômicas e políticas, o mercado imobiliário de alto padrão segue resiliente Por André Cordeiro
Casa em rua tranquila no Morumbi,
quatro suítes, piscina, terreno com 2.100 m². Preço: R$ 15 milhões. Cobertura nos Jardins com vista para cidade, duas suítes, área com piscina e spa aquecidos, 363 m². Preço: R$ 20 milhões. Esse é um pedaço do universo do mercado imobiliário de luxo de São Paulo. Por trás de valores milionários e imóveis que parecem ter saído de algum filme hollywoodiano, estão os corretores. Eles são os responsáveis por mediar as relações de compra e venda entre executivos,
empresários, artistas e demais figuras que detêm o poder financeiro do país. Marcello Romero, CEO da Bossa Nova Sotheby’s International Realty, representante da maior grife imobiliária do mundo no Brasil, comenta sobre o segmento: “A crise no alto padrão não é a mesma do mercado tradicional imobiliário. Ela acontece não porque as pessoas estão sem dinheiro, mas sim porque elas adiam a tomada de decisão. Sofremos no ano passado com isso. A nossa média de fechar um negócio é de seis meses. Em 2017,
chegou a nove, doze meses”. Da mesma forma, Maria Amélia Alves de Lima, fundadora da Terra Lima Imóveis, observa alguns fatores que podem contribuir para esse adiamento de decisão, como a instabilidade na política e economia e as crises internacionais. “Na incerteza, o cliente, mesmo com dinheiro, não tem o “animus” para investir. Ele prefere esperar. Esse ano de eleições, por exemplo, gera muitas dúvidas. Não sei se a palavra certa seria ‘crise’, mas certamente há uma desaceleração”.