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Apresentação Você está tendo o privilégio de receber mais uma edição da Revista LacrE. Usufrua dela da melhor maneira. Leia tudo e mais um pouco e dê a mesma oportunidade a outros tantos. Coloque-a para circular pelas suas redes sociais para amigos, conhecidos, clientes, fornecedores. A mola mestra desse trabalho é oportunizar a divulgação da literatura, da arte, da cultura, da música por fora e para além do controle e do que é senso comum da grande mídia com suas restrições de acesso. Tão importante quanto às informações é a divulgação de produtos, do comércio e serviços diferenciados dos nossos apoiadores; aqueles que, em parte, dão o sustentáculo a manutenção desse trabalho. Queremos com eles estreitar laços, promover correntes de ofertas e procuras dando oportunidade a todos de realizar bons negócios. Sem malabarismo, sem varinhas mágicas, sem coelhos sacados de cartolas lastrearemos a existência e a contribuição da revista na vida do leitor e apoiador com um mecanismo simples que otimize a divulgação com cada um fazendo sua parte; recebendo, prestigiando e enviando em frente para seus contatos e mailings em progressão geométrica onde o benefício é de todos. Enquanto estruturamos melhor nosso funcionamento criticas e sugestões serão bem vindas pelo e-mail paginaleste@hotmail.com. A revista digital LacrE é uma publicação quinzenal com distribuição dirigida da Editora Página Leste. Responsabilidade editorial de J. de Mendonça Neto - Mtb 32792 - contato: paginaleste@hotmail. com ou (11) 99664-5072

A Classe Trabalhadora

A classe trabalhadora: de Marx ao nosso tempo (Mundo do Trabalho) Em A classe trabalhadora: de Marx ao nosso tempo, o historiador Marcelo Badaró contribui de forma decisiva para os estudos do trabalho ao combinar uma síntese da elaboração de Marx e Engels sobre a classe trabalhadora com o debate sobre o perfil atual do proletariado no Brasil e no mundo. Embasado em análises sociológicas e historiográficas sobre a formação, a composição e o papel da classe como sujeito histórico-social, o autor recupera o conceito de classe trabalhadora e mostra suas origens e seus movimentos, apresentando também um panorama de algumas de suas principais tendências hoje. A obra se inicia pela síntese das principais contribuições de Marx e Engels (e, de forma complementar, de autores marxistas do século XX) para o entendimento das categorias de classes sociais, luta de classes e classe trabalhadora, mostrando como elas permanecem pertinentes como caminho de compreensão do mundo em que vivemos. A seguir, são apresentados diferentes exercícios de diálogo entre essas discussões de

Marx e dos marxismos sobre a classe trabalhadora e elementos empíricos da realidade da classe nos dias que correm. A classe trabalhadora: de Marx ao nosso tempo é leitura fundamental para quem deseja compreender os processos de composição

Sem papas na língua, Amanda MacKinnon

Amanda MacKinnon Gaiman Palmer, nascida em

30 de abril de 1976, também conhecida como Amanda Fu-

e luta das trabalhadoras e dos trabalhadores hoje e historicamente. Autor: Marcelo Badaró Mattos Série: Mundo do Trabalho Editora: Boitempo Editorial, Ano: 2019 ISBN: 9788575597156 cking Palmer, é uma artista americana que chegou à fama como vocalista, pianista e compositora da dupla The Dresden Dolls. Ela teve uma carreira solo de sucesso e é a vocalista e compositora do Amanda Palmer and the Grand Theft Orchestra Amanda Palmer é feminista, sem papas na língua, bissexual e casada com o quadrinista e escritor Neil Gaiman. Já fez músicas sobre aborto, sexo, amor livre, depilação, drogas e nudez. Mais foda impossível.


... Dylan em live, uma leitura por quem conhece... Página 3 - 1a Quinz. AGO.21

“A tragédia e a comédia são dois campos que se tocam, o reverso da mesma moeda. Experimentar ambas só enriquece o ser humano e o torna mais sensível, mais compreensivo para com as contradições da própria vida”. A declaração de Buster Keaton (1895-1966) , conhecido como ‘o comediante que nunca ria’, um das maiores estrelas do cinema mudo, se adapta perfeitamente ao protagonista de “Shadow Kingdom”, apresentação virtual gravada por Bob Dylan em maio passado e que foi ao ar no último domingo (18). Lembro de Keaton, pois assim como o ator norte-americano, o tragicômico Dylan escolheu o passado como lar, tempo/espaço onde seu coração vive. Entre ambos, há (e houve) evidentes inadequações em aceitar a ordem das coisas. Filmado em preto e branco, o que vemos emula uma espécie de boteco de beira de estrada situado num universo paralelo de anos atrás. Num contexto pandêmico, há uma minguada plateia acompanhando a apresentação (cerca de 15 pessoas), homens e mulheres aparentemente desinteressados com o que se sucesse do palco. Por outro lado, envoltos em nuvens de fumaça (os não fumantes não poderiam sobreviver cinco minutos nesse boteco), podemos entender o cenário posto como um exercício de beatitude: a música os coloca num estado de reflexão. Aos poucos, enquanto as garconetes repoem as bebidas nas mesas, o clima esquenta e os rostos parecem se iluminar. Adiante, há dança, integração, divertimento, mas nunca sem deixar de lado certa melancolia. E comicidade. “Talvez esta seja a imagem de Dylan do purgatório”, escreveu o jornalista Doug Heselgrave (No Depression). Essa visão crepuscular é embalsamada por uma banda de jovens músicos, impecavelmente trajados em vestes negras. E graças aos céus não há um maldito baterista para infernizar ninguém por ali, pois o contrabaixo de Janie Cowan dá conta do recado. “O conjunto musical usa máscaras, o que que oculta suas emoções e interações. É um efeito assustador que sugere a tragédia grega”, complementa Heselgrave. Ao mesmo tempo, essa composição nos an-

cora no claustrofóbico 2021, tempos de insossos shows virtuais. Contudo, “Shadow Kingdom” está longe de ser uma apresentação insalubre. E assim como nos filmes de Buster Keaton, enquanto a apresentação evolui, o som das falas não apresenta sincronia com os movimentos labiais dos personagens ou aos acordes dos músicos. A farsa burlesca é sumariamente desmascarada quando percebemos que a banda está atuando num videoclipe, como um grupo pop que dubla a si mesmo. Assim, quando o público aplaude não há som de palmas. Entretanto, tudo funciona e nos captura. A la Jack Fate, o protagonista de “Mask and Anonymous” (2003), Dylan, o Rei das pegadinhas, novamente encena e nos mostra como flutuar nesse cortado. E aqui, em “Shadow Kingdom”, a régua sobe na escala de sucesso. Se no longa-metragem de Larry Charles apenas as perfomances musicais obtém um resultado positivo, no filme de Alma Har’el (que assinou clipes dos grupos Beirut e Bajofondo) a ambiência emula o imaginário dos juke-joints do Sul profundo dos Estados Unidos. E o resultado musical é simplesmente exuberante. No repertório, basicamente canções dos anos 1960/70, exceto “What Was It You Wanted”, uma das me-

lhores de “Oh Mercy” (1989). Como um jogador que não economiza o ás escondido debaixo da manga, o show começa com uma cartada de mestre — a impressionante versão de “When I Paint My Masterpice”. Praticamente sem intervalo, “Most Likey Your Go Away” revive numa versão cigana. “Queen Jane Approximately” ganha uma de suas melhores encarnações, para muitos o ponto alto da apresentação. “I’ll Your Baby Tonight” não é mais uma balada, agora temos um boogie woogie, contudo, alguém atirou no pianista! “Just Like Tom Thumb’s Blues” emociona a velha guarda de fãs, e a desacelerada velocidade de “Tombstone Blues” pode ter decepcionado alguns (eu adorei!), pois Dylan não a canta — a declama em seu púlpito, igual um profeta do fim dos tempos, como de fato ele é. 53 anos depois, “To Be Alone With You” ganha uma nova letra, assim como a sempre necessária “Forever Young” é invocada como sermão da montanha. Em “Pledging My Time”, os casais se juntam e o salão celebra encontros românticos. “Wicked Messenger” tem na sua reinvenção outro ponto dramático desse repertório, mas quando ouvimos “Watching the River Flow”, em vestes caipiras e puxada pelo acordeom, percebemos uma espécie de alegria contagiante no ar. E aí chegamos em “Baby Blue”, canção de despedida novamente reinventada pelo mesmo artista que dobra a palavra reinvenção como se ela fosse um origami. A melancolia é deliciosamente restaurada nos créditos finais, onde os ouvintes são capturados por um belíssimo tema instrumental. Tudo isso, bem empacotado, daria um excelente DVD ou CD, quem sabe um dia... Márcio Grings, site Memorabilia, autor de “Quando o Som Bate no Peito “. Para saber mais acesse

www.quandoosombatenopeito.com.br www.gringsmemorabilia.com.br

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Migalhas do Bispo

Encontro de Baco e Morfeu O casal, Evandro Colasso e Lilia Oliveira sempre cheio de boas intenções, gosta de reunir amigos para bater papo, ouvir boa música e, não raro, tudo isso acompanhado de excelentes cervejas e suculentos churrascos. Agora que os dois acabaram de contruir a casa própria, além de já termos tomado a vacina, a comunhão entre amigos tende a se intensificar. Mas o que vou narrar aqui, ocorreu há muito tempo, quando eramos bem mais jovens e fomos passar um final de semana prolongado em Itanhaém, aliás, a segunda cidade mais antiga do Brasil, onde nasceram os pintores Benedito Calixto, Alfredo Volp e Emídio de Souza. Também muito querida do jesuíta José de Anchieta, que lá viveu alguns anos, onde recebeu algumas homenagens, a exemplo do "Caminhos de Anchieta". Pois bem. Todos os preparativos arrumados, muita mortadela para comer com pãezinhos forneados em Itanhaém (à época, já éramos do grupo da mortadela), rumamos em cantoria para o nosso destino. Depois dos contumeiros perrengues de viagem à baixada em final de semana prolongado, chegamos ao local, inclusive com um saco de milho verde comprado no caminho,

para fazer pamonha e outras iguarias afins. Em lá chegando, vimos que se ratava de uma casa simples, mas aparentemente confortável. Como ainda era dia claro, entramos sem necessidade de ascender luzes e fomos nos acomodando. Todos em seus lugares, tentamos ligar a tv e os ventiladores e nada, mas a coroação da nossa decepção foi à boca da noite, quando tentamos ascender as luzes e nada. Já desconfiados, entramos em contato com a proprietária em São Paulo, que ficou de mandar um eletricista para solucionar o problema. Passadas duas horas, o eletricista chegou (já chapado) e quando abriu o porta-malas do carro para pegar as ferramentas de trabalho, soubemos o porquê da embriaguez, pois em meio uma parafernalia: fios, alicates, fita isolante, enfim, tinha inúmeras garrafas de cachaça. Sem que perguntássemos a origem, ele disse ser de Minas, de onde chegara há pouco. Como todo cachaceiro é solidário, já nos ofereceu dois litros da marvada. De plano, notamos que, como distribuidor e bebedor de cachaça, o homem era generoso e eficiente, mas como eletricista, era um desastre, e só fez uma gambiarra para que ficassemos com um bico de luz na sala até o dia seguinte. Talvez -se é que isso seria possível-, já sóbrio, pudesse efetuar os reparos, sobretudo porque nem notou que malfeitores haviam furtado toda a instalação elétrica da casa. Não havendo nada a fazer naquela penumbra, fomos tomar banho gelado para dormir. Neste interim, descobrimos que, para usar o único banheiro da casa, tinhamos que organizar um protoco-

lo de agendamento com senha, tal o INSS faz para cirurgia sem urgência: a chamada eletiva, o que não era o caso de muitos dos hóspedes da casa, que durante toda a viagem consumiram inúmeros croquetes de botequim de beira de estrada. Não obstante a demora, tomamos banho e fomos dormir, deixando dois amigos proseando na sala e bebendo a cachaça doada pelo arremedo de eletricista. No quarto, notamos que os colchões estavam úmidos, e teríamos que dormir no chão. Eu, apesar dos percalços, sentia que nem tudo estava perdido, já que iria dormir coletivamente, mas ao lado de uma amiga linda, de voz rouca e sensual, a lembrar Marilyn Monroe contando "parabéns a você" para o Presidente Kennedy. Embalado por este deleite, peguei no sono, e lá pelas tantas caiu um toró. Foi quando descobrimos que ladrões de fios, tinham destelhado a casa quase inteira, e tome-lhe goteiras por todos os lados, motivo dos colchões úmidos. Pois bem, mudamos de lugares, colocavamos baldes, panelas e bacias por todos os lados para não sermos encharcados. Como quem tá na chuva tem que se molhar, mesmo que não queira, peguei no sono novamente e, pensando estar sonhando, senti um líquido quente nos meus pés. Até sonhei que era a nossa musa Marilyn Monroe que, além da vos macia, ainda fazia um escalda-pés neste mortal que voz fala, mas quando acordei, vi que era um dos amigos de viagem, dono de um sanabolisomo terrível, que, embriagado com aquela "bendita" cachaça deixada pelo eletricista,

mijava tranquilamente nos meus pés. Todavia, a esposa do deus Morfeu -que eliminava a cachaça já processada nos meus pés sem qualquer cerimônia-, já sabia do sonambolimo do marido, e veio desesperada em meu socorro, temendo que seu amado ficasse disputando mijo à distância, já que antes, até alguns uivos teria dado no quintal, como se fosse um lobo, chefe da alcatéia, em noite de lua cheia. Como miséria pouca é bobagem, depois de uma noite turbulenta, na manhã segunte, fomos cozinhar o milho para tomar café -e o problema, como vocês já devem imaginar, não foi a falta de gás, o que certamente ocorreria hoje, dado o preço vergonhoso-, foi quando ficamos sabendo que o outro discípulo inveterado de Baco, tinha se mijado todo, e o pior, enquanto dormia em cima do saco de milho. Em suma, de boas intenções o inferno está cheio. Não sei se lá entra cachaceiros, porque esse que vos fala só dormia embriagado apenas (e isso já era o bastante) pelo doce e suave perfume da musa de Hollywood ao lado, sonhando com um escalda-pés, que, infelizmente, veio como pesadelo. 20/07/2021. Arnaldo Bispo do Rosário é autor de Sampamor – Garimpeiro de Causos na Selva da Cidade, pela Editora Lavra, que pode ser adquirido pelo endereço http://lavra.lavraeditora.com.br/ produto/sampamor-garimeiro-de-causos-na-selva-da-cidade/


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Todas as mulheres são bruxas “’Tudo sai do meu fogão, do meu tacho, do micro-ondas. O caldeirão. Converso com as flores, com os animais, com as pedras. A natureza me entende. Dou poções, conselhos, feitiços,” diz a autora. Reflexões entremeadas com deliciosas histórias de mulheres bruxas esbanjam seu conhecimento da natureza humana. E sua verve criativa. Isabel prefere as bruxas capazes de desafiar e provocar mudanças, às fadas submissas e translúcidas. Traz a evolução do feminismo, que não vê o homem como inimigo da mulher, nem antagonismo entre os gêneros, masculino-feminino. Na realidade, existe antagonismo entre homens desprovidos do gênero feminino dentro de si e mulheres desprovidas de seu próprio feminino, já que, ao longo da história, ser mulher foi considerado um problema e tudo aquilo associado ao gênero feminino foi objeto de todo tipo de repressão. Mulheres e homens estão no mesmo barco, para compartilhar responsabilidades e prazeres. (do prefácio de Dr. Wimer Bottura Jr.) Isabel Vasconcellos - Todas as mulheres são bruxas - Barany Editora, 2011

Ciência ou política de controle sobre vidas? Este livro é uma polifonia de vozes que se juntam para refletir acerca do controle sobre vidas na contemporaneidade. Como uma séria e jocosa brincadeira nos moldes bataileanos o título, melhor dizendo, o enigma aqui lançado “Ciência ou política de controle sobre vidas?”, visa não esclarecer; não sistematizar; não propor caminhos de ação ideológica ou de política pública, mas denunciar, desnudar, desferir golpes nas vestes-armaduras da guerra da ação contra a contemplação vivenciadas desde o século 17, prolongada pelos corolário da objetividade e neutralidade do século 18, problematizada pela perspectiva de múltiplas causalidades no século 19, ressignificada no pânico social e sexual do início do século e 20 e, retomada num revival de discursos catárticos pós-seculares. Autores: Luziana Ramalho Ribeiro, Regina Coelli Gomes Nascimento, Maria do Socorro de Souza Vieira e Fabio Gomes de França UFPB

Temporariamente gratuito para baixar http://www.editora.ufpb.br/sistema/press5/index. php/UFPB/catalog/view/148/473/2583-1

Augusto dos Anjos e Sua Época O livro aborda conceitos até agora vigentes em torno da personalidade de Augusto dos Anjos. Ele aqui aparece bem diferente de como tem sido mostrado nos quadros da crítica literária e nas pesquisas científicas que a sua figura de homem e de poeta tem provocado. O autor alcançou informações pertinentes acerca da vida e obra do poeta, até a última fase de sua existência. O estudo constitui uma homenagem à memória de um dos maiores poetas paraibanos, um dos maiores poetas do século. Autor: Humberto Carneiro da Cunha Nobrega

Temporariamente gratuito para baixar http://www.editora.ufpb.br/sistema/press5/index. php/UFPB/catalog/view/460/451/2156-1


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Racismo Recreativo Em Racismo Recreativo, pela primeira vez, a relação entre racismo e humor é aprofundada. Por um ponto de vista jurídico, o advogado, doutor em Direito, Adilson Moreira esmiúça os conceitos de racismo e injúria racial, explicitando o viés racista da Justiça brasileira quando sentencia que produções culturais, como programas humorísticos, que reproduzem estereótipos raciais não são discriminatórias por promoverem a descontração das pessoas. Os casos narrados em Racismo Recreativo nos permitem identificar elementos comuns a inúmeras representações culturais construídas por pessoas brancas, ao comportamento público de pessoas brancas e também

a decisões judiciais elaboradas por pessoas brancas. Eles estão presentes em atos que muitos pensam ser racistas, mas essa interpretação é rejeitada por algum ator que faz parte da situação em questão, seja pelos autores desses atos, seja por aqueles responsáveis por julgar a legalidade ou pelos que analisam a moralidade deles. Os argumentos mencionados anteriormente estão baseados na noção de que as mensagens em questão expressam uma intenção cômica e que o humor não pode ser interpretado como racismo, porque tem um caráter recreativo. Eles alegam que o incidente não deve ser classificado como racista porque o agente teve apenas

a intenção de dizer algo engraçado ou produzir um efeito cômico, o que não revela hostilidade em relação a membros de minorias raciais. Racismo Recreativo tem alguns objetivos importantes. Ele mostra que o racismo não pode ser identificado exclusivamente com concepções tradicionais de discriminação fundamentadas na pressuposição de que a exclusão decorre apenas de atos intencionais e arbitrários. O fenômeno social sob análise demonstra que ele possui uma natureza dinâmica e múltipla. O racismo pode assumir diversas formas em diferentes lugares e em diferentes momentos históricos. Suas várias manifestações têm o mesmo objetivo: preservar e legitimar um sistema de privilégios raciais, o que

depende da circulação contínua de estereótipos que representam minorias raciais como pessoas incapazes de atuar de forma competente na esfera pública. É também nossa intenção demonstrar que o conceito de racismo recreativo implica a necessidade de estabelecermos novos parâmetros para considerarmos a honra como um bem a ser juridicamente protegido. (*)

Racismo Religioso Em Escolas Da Bahia O racismo religioso sofrido pelas crianças e jovens iniciados nas religiões de matriz africana, particularmente nos espaços de educação formal, é a motivação para este autor, que tem sua história de vida vinculada, por um lado, a crianças e jovens no espaço de educação formal, como professor, e, por outro lado, a crianças e jovens de Terreiro, espaço que frequenta1 por sua opção religiosa, ocupando a posição de Ogã. Portanto, em primeiro lugar, pede-se licença aos iniciados mais velhos e apresenta-se gratidão aos que contribuíram diretamente para essa obra, especialmente aos Babalorixás Babá Pecê, do Terreiro Ilê Axé Oxumarê, localizado no município de Salvador/Bahia, e Pai Gildo, do Terreiro Ilê Axé Odara, em Itabuna/Bahia, que cederam os espaços sagrados para realização da pesquisa. Gratidão às crianças e jovens

destas casa sagradas, principais protagonistas da pesquisa e, portanto, desta obra. O racismo religioso se constitui em violação dos direitos do cidadão e merece análise pois, embora o Estado brasileiro seja laico desde 1891, conforme estabelece a primeira constituição republicana do país, reafirmado na constituição cidadã, atualmente em vigor, a liberdade religiosa não é uma realidade. Na verdade, as religiões de matriz africana e seus membros continuam a ser injustamente discriminados, afrontando o princípio da igualdade, que se constitui em um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. Atualmente, no Brasil, as ações de racismo religioso, principalmente direcionadas aos povos tradicionais de matriz africana, têm se ampliado consideravelmente, ocorrendo invasões e destruição de muitos terreiros

de Candomblé e centros de umbanda; expulsão de religiosos de matriz africana das suas casas e dos seus espaços sagrados e perseguição de religiosos nas ruas quando são identificados como praticantes dos cultos de matriz africana, com seus trajes, suas guias e seus ojás na cabeça. Essas ações ocorrem também, com frequência, nos espaços escolares, atingindo especialmente crianças e jovens de matriz africana, gerando um desconforto a estes que, na maioria das vezes, se veem obrigados a esconderem sua identidade religiosa para continuarem frequentando a escola, ou mesmo abandonam os estudos por não suportarem a ação racista e intolerante sobre eles. Diante da constatação de que, de modo geral, não ocorreram mudanças no currículo das escolas após a implantação da Lei

10.639/2003, esta temática foi objeto de pesquisa pelo autor, objetivando analisar a diversidade da sociedade, procurando, por meio de um modelo de educação fundamentado nos princípios do multiculturalismo crítico, contribuir para a construção de uma sociedade cada vez mais justa e igualitária, onde os espaços de educação formal não mais tratem as crianças de religiões de matriz africana de forma preconceituosa e racista.

(*)ambos da Editora Jandaíra, Rua Itapeva, 378 cj. 24, São Paulo (2021)


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A novela que a Globo não pôs no ar Vigiar e Punir, último livro de Hersch W Basbaum, na verdade, seu 19º trabalho, entre biografias, ensaios, contos e romances e traduções, se caracteriza, além da emoção que provoca, por se constituir em uma obra aberta. Isto é, dentro da situação criada, envolvendo relacionamento de pessoas, empresas e marketing de produtos, num contexto que envolve carnaval. A intricada trama, que se forma, permite várias leituras e alternativas. O autor escolheu uma, mas poderia ter sido outra saída, a critério do leitor. A visão de Basbaum é um tanto amarga, cinicamente amarga. Vale a pena ler o livro. O fato é que se vigie tudo, pune-se tudo, invocando a ideia do todo poderoso e sempre presente, Grande Irmão. SERVIÇO Vigiar e punir – A novela que a Globo não pôs no ar Autor: Hersch Basbaum Editora: RG Editores Formato: 14x21 - Pags 200 ISBN: 978-6587604305 - R$ 44,90 Disponível pelo endereço

https://amz.run/4kp9W

“Sei que eu vivo me repetindo”, disse-me, um dia, o autor. “Tento fazer a obra-prima, irretocável, e de eterna durabilidade, que possa ser apreciada a qualquer tempo – qual um Deus”. E prosseguiu: “Nós, escritores, agimos como se Deus fôssemos, na medida em que criamos o ambiente, inventamos as pessoas, as envolvemos em um enredo a nosso prazer, dando-lhes falsa impressão de livre arbítrio. Exatamente como aquela figura admirada, respeitada e adorada (que ninguém quer conhecer de perto embora o achem a expressão da bondade absoluta)”. Há pessoas que o amam, assim mesmo. “Por isso, penso naquele que, dizem, fez sua obra em sete dias, usando todo o seu poder criativo para fazer o melhor, o mais perfeito e que fosse eterno. Ao imaginá-lo esfregando as mãos, admirando (arrependido?) sua mais perfeita, e complexa, criação: o planeta terra com tudo o que contém”. Ele prosseguiu: “A pergunta que sedeve fazer ou deveria ser feita

é a seguinte: muito bem, mas para quê? E sobre esta obra – feita em sete meses – que agora entrego ao leitor mais voraz: Para quê?”. Trato de outros valores além do amor, tais como: lealdade, honestidade, amizade, coragem, ousadia... Deixando de lado a coisa da crítica do atual, do contemporâneo, como o governo horrível que assola o país, e criticandoo que é eterno. Sob este critério, nada sobra, tudo é ruim, todos devem ser condenados. De certa forma, VIGIAR E PUNIR fala disso”. Sem entender essa longa resposta, apenas falei: “mas, o que você quis dizer com isso? “Olha só”, ele me disse: “numa importante sala de concertos em Berlin, Beethoven tocou, pela primeira vez, a 5ª. Sinfonia. Sucesso estrondoso! Um importante crítico local, entusiasmadíssimo, verdadeiramente encantado, dele se aproximou e perguntou: ‘o que você quis dizer com isso?’. Ao que Beethoven respondeu: “eu queria dizer o seguinte”. E tocou de novo.


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Lou Andreas-Salomé Lou Andreas-Salomé, nascida Louise von Salomé ou Louise Gustavovna Salomé em São Petersburgo, 12 de fevereiro de 1861 — Göttingen, 5 de fevereiro de 1937), foi uma ensaísta, filósofa, poeta, romancista e psicanalista nascida na Rússia Imperial e desde a juventude, sua intensa curiosidade intelectual, brilho e carisma pessoal aproximaram Lou Salomé de alguns dos mais importantes pensadores e artistas de sua época, incluindo Friedrich Nietzsche, Sigmund Freud, Paul Rée e Rainer Maria Rilke.

O FILME A escritora e psicanalista Lou Andreas-Salomé decide reescrever suas memórias aos 72 anos. Ela relembra sua juventude em meio a comunidade alemã de São Petersburgo. Desde criança, sonhava em ser intelectual e estava determinada a nunca se casar ou ter filhos. Além de trabalhar com nomes famosos, ela escreve sobre os relacionamentos conturbados com Nietzsche e Freud, além da paixão com Rilke. Conflitos entre autonomia e intimidade, junto com o desejo de viver sua liberdade. 2016 (Alemanha) Diretora: Cordula Kablitz-Post Elenco: Katharina Lorenz, Liv Lisa Fries, Nicole Heesters

Essas relações inspiraram ensaios fundamentais da escritora, como A humanidade da mulher e Reflexões sobre o problema do amor. De outra parte, sua filosofia e sua vida também foram fonte de inspiração para esses mesmos pensadores. Em Ecce Homo, Nietzsche reconhece a influência dela em Assim falou Zaratustra. Ademais, a correspondência trocada entre ela e esses autores - Rilke, Freud e Anna Freud, filha de Freud - mostra que houve influência recíproca. Para chegar a isso, aos 17 anos, ela iniciou o aprendizado em teologia, filosofia, religiões mundiais além de literatura francesa e alemão até mudar-de para Zurique com sua mãe onde pôde freqüentar a universidade. Mais tarde, aos 21 anos, em um salão literário Salomé conheceu Paul Rée, com quem, após dois meses, formou uma parceria acadêmica. Em 13 de maio de 1882, o amigo de Rée, Friedrich Nietzsche, juntou-se à dupla, formando uma trindade. Os três viajaram pela Itália e consideraram onde eles criariam sua comunidade “Winterplan”, mas o plano foi abandonado. Ao chegarem a Leipzig, em outubro, após pequenas desavenças, Salomé e Rée se separaram de Nietzsche. Lou conheceu um estudioso de linguística, Friedrich Carl Andreas, com quem se casou. Apesar de sua oposição ao casamento e das suas relações abertas com outros homens, Salomé e Andreas permaneceram casados de 1887 até sua morte em 1930. Ao longo de sua vida de casada, ela se envolveu com o jornalista e político alemão Georg Ledebour, o poeta alemão Rainer Maria Rilke (sobre

quem escreveu um memorial analítico), os psicanalistas Sigmund Freud e Viktor Tausk, entre outros. Aos 74 anos, Lou Andreas-Salomé deixou de trabalhar como psicanalista. Ela desenvolveu sérios problemas cardíacos e passou por diversos tratamentos e internações hospitalares. Seu marido a visitava diariamente. Após um casamento de quarenta anos marcado por doenças e longos períodos de não comunicação mútua, os dois se aproximaram. Poucos dias antes de sua morte, sua biblioteca foi confiscada pela Gestapo (segundo outras fontes, a biblioteca teria sido destruída por um grupo da SA, pouco depois da sua morte). Motivos alegados para o confisco: ter sido colega de Sigmund Freud, ter praticado “ciência judaica” e ter muitos livros de autores judeus em sua biblioteca. Na noite de 5 de fevereiro de 1937, Lou Andreas-Salomé morreu de uremia, em Göttingen, enquanto

dormia. Sua urna foi posta no túmulo de seu marido, no Cemitério Municipal de Göttingen. Em suas Memórias, Lou Andreas-Salomé sintetizou sua concepção sobre a vida nas seguintes palavras: “A vida humana – na verdade, toda a vida – é poesia. Nós a vivemos inconscientemente, dia a dia, fragmento a fragmento, mas, na sua totalidade inviolável, ela nos vive.” Fonte: Wikipedia Lou Andreas-Salomé “(…) para quem ama, o amor, por muito tempo e pela vida afora, é solidão, isolamento, cada vez mais intenso e profundo. O amor, antes de tudo, não é o que se chama entregar-se, confundir-se, unir-se a outra pessoa. […] O amor é uma ocasião sublime para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo por si mesmo, tornar-se um mundo para si, por causa de um outro ser: é uma grande e ilimitada exigência que se lhe faz, uma escolha e um chamamento para longe.” Excerto do livro “Os Sentidos da Paixão” – Ed.Cia das Letras, 1987.

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Uma assexual poliamorista nascida há mais de 150 anos

Katarzyna Kozyra - Lou Salomé Palais (palácio) Schwarzenberg: Lou Salomé with Nietzsche and (com) Rilke (2005) O que dizer dessa moça que eu acabo de conhecer e já considero pacas? O que eu sabia sobre Lou Andreas-Salomé até assistir ao filme mais recente sobre sua história? Confesso, apenas tinha conhecimento de que ela havia sido uma filósofa e uma das primeiras psicanalistas, a qual “enlouqueceu” e inspirou as obras dos filósofos Friedrich Niestzsche e Paul Rée, com quem formou uma tríade fraternal de discussões filosóficas, baseada única e exclusivamente no que que ela chamava de “camaradagem”. E o que sei agora? Não muito mais,

mas quero me aprofundar na biografia e obra dessa mulher independente e autônoma, muito a frente do seu tempo, que no final do século 19, negou o casamento e a constituição de uma família tradicional, marcada pelo machismo e patriarcado. E que, em um único filme (de certa forma bastante romantizado), me passou uma sensação fortíssima de ser eu sua reencarnação na terra, pois nunca me senti tão bem representada por alguém. Mesmo sem ter tido conhecimento de sua obra antes, o que é lamentável, não consigo entender como eu posso ter os mesmos pensamentos e sentimentos em relação a praticamente tudo. Eu que estudo e lido na prática, diariamente, as questões da sexualidade e gênero (além de transtornos de personalidade e comportamento humano), percebo nitidamente os traços marcantes de #assexualidade em Lou. E sua incrível capacidade de amar fraternalmente, inclusive a mais de uma pessoa #poliamor #nãoMonogamia. Lou, que formou uma “trindade” (nome dado a essa relação por ela mesma) com os filósofos Nietszche e Rée, casou-se aos 26 anos, por aparências, com Carl Andreas e teve sua primeira relação sexual (e também romântica), depois de 10 anos de casada, com seu primeiro amor, o poeta Rainer Maria Rilke, por quem

9 - 1 Quinz. AGO.21 sem interessouPágina justamente pelo seu lado feminino mais aflorado, sendo ele um homem mais sensível do que aqueles que normalmente a cercavam. Confesso, mais uma vez, que o filme me pegou desprevenida, pois imaginava uma história muito mais focada em sua obra filosófica e psicanalítica, não em sua intimidade com grandes filósofos, poetas, escritores e pensadores. Mas qual não foi a minha feliz surpresa ao perceber que toda sua obra e filosofia, são baseadas em sua inconformidade com o mundo, além de seus sentimentos e relacionamentos com os outros seres humanos? É justamente nisso que precisamos aprender a nos aprofundar, nos conhecer e entender melhor. E parece que damos tão pouco valor a nossa intimidade e individualidade, sempre desrespeitando nossa essência em função de regras pré-estabelecidas por uma sociedade e cultura extremamente conservadora, machista e patriarcal. Normalmente não fazemos o que queremos e o que temos vontade, mas o que esperam que façamos. Naturalizamos o fato de sempre termos de agir para agradar aos outros, nunca a nós mesmos. Lou é muito clara quando diz a sua mãe: “Não sou o que você gostaria que eu fosse”. E ela sim, foi o que queria ser! E, por fim, orientou. “Se você quer uma vida, aprenda… a roubá-la”. Ou seja, corra atrás da sua felicidade, sem se importar com o que os outros vão pensar. A tragédia da vida não é a morte, mas sim, deixar de viver antes da chegada da única certeza absoluta dessa vida. Lou é sim um marco da resistência feminina e pode (por quê, não?) também ser considerada hoje um símbolo da luta pela visibilidade poliafetiva e assexual, por relações mais fraternais e respeitosas, menos abusivas e violentas. a

Taline Schneider é jornalista, feminista, ativista de Direitos Humanos, especialista em Marketing, especializanda em Direito Homoafetivo; empreendedora social, idealizadora da Coparentalidade Responsável e Planejada no Brasil, diretora executiva de Pais Amigos Cortesia: https://redesina.com.br/lou-andreas-salome-por-talineschneider/


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A Concretização da Constituição Tecnocientífica: o regime jurídico fundamental da ciência, tecnologia e inovação Direito, de um lado, e ciência, tecnologia e inovação, de outro, são sistemas sociais interligados e dependentes. Nos tempos atuais, ciência, tecnologia e inovação passam por transformações mais intensas, profundas e velozes, em patamares nunca antes vivenciados na história humana. O Direito reconhece o relevo do tema ao incorporá-lo no texto constitucional, acarretando duas consequências imediatas. Em primeiro lugar, permite o reconhecimento de um direito fundamental específico, o direito à ciência, tecnologia e inovação, material e historicamente determinado, positivado no texto constitucional (formal), por meio de uma dinâmica dual, de ambivalência aparente, em que contempla uma feição negativa, decorrente da

liberdade científica e acadêmica e outra positiva, como imposição ao Estado para promoção e direcionamento do seu desenvolvimento. Em segundo lugar, está na base de uma constituição parcial, a Constituição Tecnocientífica, cujo objeto é a estrutura tecnocientífica da nação. Esta dogmática é o ponto de partida para a compatibilização entre um sistema tradicionalmente refratário a mudanças (o Direito) e outro no qual a mudança é peça central (ciência, tecnologia e inovação), a partir da compreensão de que ambos são sistemas não neutros, voltados à consecução de finalidades constitucionais. No livro se reconhece a emergência de instrumentos jurídicos-conceituais que servem como ferramenta para a compreensão de um tema tão relevante modernamente. Lucas de Faria Rodrigues, Editora Fundação Fenix, Ano: 2021 ISBN: 9786587424835

O beijo, Auguste Rodin (1840 -1917)

O Beijo representou originalmente Paolo e Francesca, personagens da Divina Comédia, um poema de Dante Alighieri. Mortos pelo marido de Francesca que os pegou se beijando, os dois amantes foram condenados a vagar pelo Mundo Inferior. Os lábios dos amantes não se tocam de fato na escultura, sugerindo que eles foram interrompidos e encontraram sua morte sem que seus

lábios jamais tivessem se tocado. #curiosidades #escultura

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“A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos. O quadro é único, a moldura é que é diferente.”

EU... | FLORBELA ESPANCA

RÚSTICA | FLORBELA ESPANCA Eu q’ria ser camponesa; Ir esperar-te à tardinha Quando é doce a Natureza No silêncio da devesa, E só voltar à noitinha... Levar o cântaro à fonte Deixá-lo devagarinho, E correndo pela ponte Que fica detrás do monte Ir encontrar-te sozinho... E depois quando o luar Andasse pelas estradas, D’olhos cheios do teu olhar Eu voltaria a sonhar, P’los caminhos de mãos dadas. E depois se toda a gente Perguntasse: “Que encarnada,Rapariga! Estás doente?” Eu diria: “É do poente, Que assim me fez encarnada!” E fitando ao longe a ponte, Com meu olhar cheio do teu, Diria a sorrir pro monte:“O cant’ro ficou na fonte Mas os beijos trouxe-os eu...” “Livro D’ Ele (1915-1917)” de Florbela Espanca.

Art: In the forest Artist: Harry Maas #poema #florbelaespanca

Eu sou a que no mundo anda perdida, Eu sou a que na vida não tem norte, Sou a irmã do Sonho, e desta sorte Sou a crucificada... a dolorida... Sombra de névoa tênue e esvaecida, E que o destino amargo, triste e forte, Impele brutalmente para a morte! Alma de luto sempre incompreendida!... Sou aquela que passa e ninguém vê... Sou a que chamam triste sem o ser... Sou a que chora sem saber por quê... Sou talvez a visão que Alguém sonhou, Alguém que veio ao mundo pra me ver, E que nunca na vida me encontrou! Livro de Magoas, de Florbela Espanca. Art: An elegant lady with a hat Artist: Willem Vaarzon Morel #poema #florbelaespanca

Livros da autora em domínio público 1. A Mensageira das Violetas 2. Charneca em flor 3 .Livro de Mágoas 4 .Livro de Sóror Saudade 5 .O livro D’ele 6 .Poemas Selecionados 7 .Reliquiae

Florbela Espanca, batizada como Flor Bela Lobo, e que opta por se autonomear Florbela d’Alma da Conceição Espanca, foi uma poetisa portuguesa. Nascida em 8/12/1894, Vila Viçosa, Portugal, faleceu em 8/12/1930, Matosinhos, Portugal.

Cônjuge: Mário Lage (de 1925 a 1930), António Guimarães (de 1921 a 1925), Alberto de Jesus Silva Moutinho (de 1913 a 1921) Irmãos: Apeles Espanca Pais: João Maria Espanca, Antónia da Conceição Lobo.


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Duo SouKast - Sons de Sobrevivência A união da experimentação percussiva do Duo SOUKAST, com Simone Sou e Guilherme Kastrup, somada à criatividade e competência reconhecida do pianista Benjamim Taubkin, resultou na incrível sonoridade do repertório que compõe os Sons de Sobrevivência. Aqui os instrumentos tradicionais, como os tambores, efeitos percussivos e piano, mais as interversões do aparato eletrônico, misturam-se harmoniosamente, como acontece com os registros de vozes dos Bororo e do Mestre Felipe, do Tambor de Crioula, integrados aos climas criados. Do início ao fim a experiência auditiva é de encantamento, surpresa e prazer, elementos essenciais para a sobrevivência, ou seja, o titulo do CD está de acordo com o que colhemos a cada faixa. Destaco a faixa a “Choro Bororo”, é impactante a sensação causada com os sons, simplesmente nos transmutamos à presença da dor dos povos originários, sobretudo nesse momento em que as instituições e autoridades nacionais subordinam a vida aos interesses de madereiras, garimpeiros e ao agronegócio, porta-vozes de multinacionais e do mercado de capitais.

nConsulte por e-mail paginaleste@hotmail.com se está disponível e receba orientações.n RONNIE ALDRICH PLAYS THE BEATLES (2019)

diamond; 11. Imagine; 12. Let it be.

Para essa edição, apresentamos uma compilação realizada pelo extinto blog “Instrumental World”, contendo as interpretações das canções dos Beatles realizadas e lançadas pelo maestro e pianista Ronnie Aldrich, em sua extensa discografia, na gravadora Decca, pelo selo London. A seguir as canções dos Beatles contidas nesta compilação, com material gráfico adicionado pelo blog LaPlayaMusic:

nConsulte por e-mail paginaleste@hotmail.com se está disponível e receba orientações.n

01. What is life; 02. Because; 03. Michelle; 04. Something; 05. My sweet lord; 06. The fool on the hill; 07. Yesterday; 08. The long and winding; 09. Hey Jude; 10. Lucy in the sky with

01 - Pifaiada Simone Sou - Guilherme Kastrup 02 - Gota D’água Simone Sou 03 - Choro Bororo Simone Sou - Guilherme Kastrup - Benjamim Taubkin 04 - Improviso Simone Sou - Guilherme Kas-

trup - Benjamim Taubkin 05 - O Tocador Simone Sou - Oleg Fateev 06 - Mozambike Simone Sou - Guilherme Kastrup 07 - Fabrica de Sapos Simone Sou - Guilherme Kastrup

RAY CONNIFF - BESAME MUCHO (1989)

06. Amor; 07. Detalhes; 08. Aquellos ojos verdes; 09. Aquarela do Brasil; 10. Perfidia; 11. J’ai oublie de vivre; 12. A media luz; 13. Cuando vuelva a tu lado; 14. El dia que me queiras; Bônus: 15. Borbujas de amor; 16. Entre tapas e beijos; 17. Tico tico no fubá.

Apresentamos o álbum “Besame Mucho”, da Ray Conniff Orchestra e Côro, lançado exclusivamente no Brasil, em 1989, pela gravadora Som Livre. A proposta do disco é compilar várias canções latinas gravadas pela orquestra, ao longo da carreira. Em minha opinião, ficou uma ótima coletânea. Para complementar, no material da postagem inclui mais três canções bônus, no mesmo formato. A seguir a lista das canções que compõem a seleção do álbum “Besame Mucho”. Espero que apreciem mais essa postagem: 01. Besame mucho; 02. Vereda tropical; 03. Ansiedad de besarte; 04. Caminito; 05. Cuando calienta el sol;

nConsulte por e-mail paginaleste@hotmail.com se está disponível e receba orientações.n


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On The Road 100 km de Música

Romance in Flashback

VARIOUS ARTISTS (1992

Rock Hits (1989)

Em 1989, foi lançado no Brasil, pela gravadora Polygram, a coleção denominada “On The Road - 100 Quilômetros de Música”, que era composta por vários álbuns, retratando estilos diversos, tais como: Rock, Samba, Anos 80, MPB, Romântico, Bossa Nova, Jazz, Instrumental, Pop, Surf, entre outros. A concepção da coleção era ouvi-los enquanto se viajava. Na época, os discos eram vendidos tanto separadamente, quanto em formato box. Infelizmente, não dispomos de toda a coleção, ficando restrito a alguns exemplares. Neste álbum, o tema escolhido era “Rock”. A seleção era composta das seguintes músicas e respectivos intér-

Emma Goldman (1869– 1940) é uma figura importante na história do radicalismo e feminismo americanos. Uma anarquista influente e conhecida de sua época, Goldman foi

pretes: Still loving you (Scorpions); Lost and found (The Kinks); Dear prudence (Siouxsie & The Bashees); Stone cold (Rainbow); Stay with me (The Mission); I shot sheriff (Eric Clapton); I’ll keep you satisfied (Bas Muys); Wild things (Jimmy Hendrix); Layla (judy Schomper); Hold back the water (Bachman Turner Overdrive - BTO); Smoking gun (Robert Cray); Unnaproved rod (Hot Lips); Chantilly lace (Jerry Lee Lewis); Shakin’ shakin’ shakes (Los Lobos).

nConsulte por e-mail paginaleste@hotmail.com se está disponível e receba orientações.n

uma das primeiras defensoras da liberdade de expressão, controle de natalidade, igualdade e independência das mulheres e organização sindical. Suas críticas ao recrutamento obrigatório de jovens para o serviço militar durante a Primeira Guerra Mundial a levaram a uma prisão de dois anos, seguida por sua deportação em 1919. Pelo resto de sua vida até sua morte em 1940, ela continuou a participar da vida social e movimentos políticos de sua época, da Revolução Russa à Guerra Civil Espanhola.

Nesta edição publicamos uma postagem em blog, de março de 2015. Trata-se da compilação intitulada “Romance in FlashBack”, que resgata músicas dos anos 1970, que foi lançada no Brasil, em 1992, pela gravadora CID - Companhia Industrial de Discos. A seleção contém canções e intérpretes bem interessantes, a seguir listadas: Alone again (Gilbert O’Sullivan); Smoke gets in your eyes (The Platters); There’s no more corn on the Brasos (The Walkers); Blue Velvet (Ronnie Mcdowell and Bobby Vinton); Raindrops keep falling on

my head (B.J. Thomas); Just when I needed you most (Peter Griffin); Unchained melody (Ronnie Mcdowell); Twilight time (The Platters); Goodnight my love (Mike Pinera - ex Iron Butterfly); Clair (Gilbert O’Sullivan); I just can’t help believing (B.J. Thomas); I’m coming home (Peter Woods); He (Today’s People); More than sympathy (Ignace); (You’ve got) The magic touch (The Platters); Burning bridges (Ronnie Mcdowell and Jack Scott). nConsulte por e-mail paginaleste@hotmail.com se está disponível e receba orientações.n

...#arte#escultura...

Split Man - O Ícone da Indecisão

Se não posso dançar, não é minha revolução. Emma Goldman

“An Anarchist Looks at Life” (Uma Anarquista Olha para a Vida) Leitura do texto: Cibele Troyano Texto em inglês: http://www.lib.berkeley.edu/goldman

W

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...o olhar fotográfico é preciso, mas o motivo da observação é único...

Kotaro Chibab

Self-repair of cars, 1920s Fazendo reparo no carro nos anos 1920

Garota da publicidade de lingerie “Diana slip”, França, anos 1930

Brigitte Bardot, anos 1950

Competition of the Paris Conservatory, 1948 Competição no Conservatório de Paris, 1948

Miss New Zealand faints, Long Beach, Miss Universe pageant, July 15, 1954. Miss New Zealand desmaia, Long Beach, concurso de Miss Universo, 15 de julho de 1954.

Bianca Passarge, 17, from Hamburg, dances in wine bottles in cat costume, 1958 Bianca Passarge, 17, de Hamburgo, dança em garrafas de vinho fantasiada de gato, 1958


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...Na próxima quinzena tem mais... Acompanhe, leia, divulgue, critique, aplauda, sugira, anuncie e seja visto...

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