ALCY CALUAMBA
ONE OCEAN EXPEDITION





A Xindiro Companhia está a tornar-se uma verdadeira alavanca para a difusão do canto e dança nacionais, resgatando o tradicional sem deixar de lado o contemporâneo.
Desde 1994 que a energia rítmica da dança ganhou maior espaço no bairro da Maxaquene, na cidade de Maputo, quando um grupo de professores da Escola Primária de Maguiguana convidou alunos desta instituição para juntos formarem a companhia de canto e dança Xindiro. Hoje, passadas mais de duas décadas, a Xindiro Companhia está a tornar-se uma verdadeira alavanca para a difusão do canto e dança nacionais, resgatando o tradicional sem, no entanto, deixar de lado o contemporâneo. “A Xindiro é uma companhia de canto e dança do bairro de Maxaquene que actualmente integra crianças, jovens, homens e mulheres não só deste bairro mas também de outros bairros da cidade, e que procura partilhar com o público muita energia, intensidade, harmonia e várias emoções, oferecendo aos espectadores um momento único e marcante para toda a vida”, assim se expressou Arejústel Mulimela, bailarino da casa desde 2005.
O nome da Companhia, Xindiro, provém de “xindire”, da língua local, “pião”, em português, um brinquedo em forma de cone, com uma ponta de metal na parte inferior, geralmente feito de madeira dura e projectado para ser girado verticalmente. “Os nossos movimentos de dança têm muita energia e giros que se assemelham aos do xindire, isto é, ao pião”, acresceu o bailarino.
Inicialmente voltado para a variedade de danças tradicionais moçambicanas, cedo o grupo estendeu o seu repertório, albergando também outras danças. Foi assim que surgiu, dentro da Xindiro Companhia, o Xindiro Dance: “O Xindiro Dance faz uma fusão de danças contemporâneas, modernas e tradicionais, com a particularidade de usar uma cadeira em todas as suas coregrafias”. Procura acompanhar a evolução da(s) dança(s), sem ignorar os aspectos tradicionais que caracterizam a riqueza desta(s) manifestação(-ões) artística(s) muito presente(s) no quotidiano dos moçambicanos.
AHOYAH, UM XIGUBO DIFERENTE, MAS IGUAL Apesar de a Companhia fazer apresentações de uma diversidade de danças, foi graças ao xigubo que ganhou maior notoriedade. Presentemente tem explorado a fusão do tradicional com outros elementos através do espectáculo denominado Ahoyah, título da peça em que exibe um xigubo diferente, mais moderno. “É um xigubo desconstruído. Pegamos no xigubo na sua forma pura e dividimo-lo em partes. Há uma parte em que fazemos os passos originais e outras partes em que fazemos passos mais contemporâneos”, disse-nos Arejústel Mulimela, bailarino.
“Os nossos movimentos de dança têm muita energia e giros que se assemelham aos do xindire, isto é, ao pião.” – Arejústel Mulimela, bailarino.
“Ahoyah”, peça que exibe um Xigubo diferente, mais moderno, é um grito que os bailarinos emitem para lembrar a todo o povo moçambicano, particularmente aos jovens, que Moçambique é um país muito forte e motivado.
Desenhado pelo coreógrafo e membro da Xindiro Companhia Alexandre Chilaúle, o nome Ahoyah vem de um grito de motivação soltado pelos bailarinos para dar força e vivacidade no acto de execução da dança, conforme esclarece Arejústel: “Ahoyah é um grito que os bailarinos emitem para lembrar a todo o povo moçambicano, particularmente aos jovens, que Moçambique é um país muito forte e motivado. Através do Ahoyah queremo-nos tornar o reflexo de Moçambique, uma plataforma de trabalho colectivo de artistas, onde cada um seja uma peça fundamental, contribuindo com o seu saber, o seu tempo e dedicação em prol do colectivo. Conjuntamente, queremos explorar, com poesia, o movimento e ritmo, desconstruir, questionar com inteligência as danças e cantos tradicionais”.
A primeira apresentação do Ahoyah
aconteceu recentemente na galeria do Porto de Maputo. Cheios de energia, os bailarinos apresentaram um xigubo fora do comum. Quer pelas vestes, quer pela melodia rítmica, os espectadores puderam sentir um verdadeiro reavivar da dança, sem, no entanto, perder a sua essência, que podia ser claramente notada pela força e expressividade dos movimentos executados. Em resposta, o público mostrou-se vibrante e entusiasmado com esta vertente da Xindiro Companhia, facto que motiva a Xindiro a querer chegar a outros públicos, dentro e fora do país. “Pretendemos fazer uma próxima apresentação aqui na Escola Primária de Maguiguana, onde a Xindiro nasceu, para que a comunidade sinta esta energia do Ahoyah. Mais tarde, esperamos levar o espectáculo a outros locais, a nível nacional e internacionalmente, pois acreditamos na magia e força do Ahoyah”, concluiu o bailarino.
Written by: Yana de AlmeidaThe rhythmic energy of dance has been gaining ground in the Maxaquene neighbourhood, in the city of Maputo, since 1994, when a group of teachers from the Maguiguana Primary School invited the pupils to join them in establishing the Xindiro song and dance company. Today, more than two decades later, Xindiro Companhia is becoming a true force in the dissemination of national song and dance, rescuing the traditional without neglecting the contemporary. “Xindiro is a song and dance company based in the Maxaquene neighbourhood that currently integrates children, young people, men and women – not only from this neighbourhood but also from other neighbourhoods of the city. It aims to share a lot of energy, intensity, harmony and various emotions with the public, offering spectators a unique and memorable moment that they will remember for life”, declared Arejústel Mulimela, a resident dancer since 2005.
The name of the Company, Xindiro, comes from ‘xindire’ in the local language, or ‘pião’ in Portuguese, a cone-shaped toy with a metal tip at the bottom, usually made of hard wood and designed to be spun vertically. “Our dance movements have a lot of energy and incorporate swirls that resemble those of the xindire, that is, the spinning top toy”, added the dancer.
Initially focused on a variety of traditional Mozambican dance styles, the group soon extended its repertoire to include other forms of dance as well. That’s how Xindiro Dance was created within Xindiro Companhia: “Xindiro Dance fuses contemporary, modern and traditional dance styles, with the peculiarity of using a chair in all of its choreographies”. It seeks to follow the evolution of dance styles, without ignoring the traditional aspects that characterise the richness of these artistic manifestations, which are very present in the daily life of Mozambicans.
Although the company performs a variety of dance styles, it was thanks to the xigubo that it gained greater notoriety. It has explored fusing the traditional style with other elements through a show called Ahoyah, a dance piece that exhibits a different, more modern xigubo. “It’s a deconstructed xigubo. We take the xigubo in its pure form and divide it into parts. There is a part where we do the original dance steps, and other parts where we do more contemporary steps”, dancer Arejústel Mulimela told us.
We want to explore movement and rhythm with poetry, and intelligently deconstruct and question traditional dance and song styles.Fotografia: Mariano Silva
Created by Alexandre Chilaúle, a choreographer and member of the Xindiro Company, the piece is named Ahoyah after a motivational cry let out by the dancers to impart strength and vivacity to the dance during the performance, as Arejústel explains: “Ahoyah is an encouraging cry that the dancers emit to remind all the Mozambican people, particularly the young, that Mozambique is a very strong and motivated country. Through Ahoyah, we want to become a reflection of Mozambique, a platform for the collective work of artists, where each one is a fundamental piece, contributing their knowledge, time and dedication to the collective. Together, we want to explore movement and rhythm with poetry, and intelligently deconstruct and question traditional dance and song styles.”
We intend to do the next performance here at Maguiguana Primary School, where Xindiro was born, so that the community feels this energy of Ahoyah.
Ahoyah’s debut performance took place recently at the Galeria do Porto de Maputo. Full of energy, the dancers presented their unusual xigubo. Whether because of the costumes or the rhythmic melody, the spectators were able to feel a true revival of this dance form, which nevertheless kept its essence – something that could be clearly noted in the strength and expressiveness of the movements performed. In response, the audience was vibrant and enthusiastic about this facet of the Xindiro Companhia, a fact that motivates Xindiro to want to reach other audiences, inside and outside the country. “We intend to do the next performance here at Maguiguana Primary School, where Xindiro was born, so that the community feels this energy of Ahoyah. Later, we hope to take the show to other venues, nationally and internationally, as we believe in the magic and strength of Ahoyah”, concluded the dancer.
Chegou o mês de Dezembro, tão esperado por muitos que, aproveitando feriados e outros dias de folga, querem fazer uma pausa, descansar e visitar familiares ou amigos para juntos passarem o Natal e o Ano Novo. Encontramo-nos na época do calor e dias mais longos, das férias, da boa disposição e das festas. Mas é também tempo das chuvas, que, oxalá, não nos tragam problemas com inundações ou grandes estragos, como tem acontecido nos últimos tempos.
Como tem sido nossa tradição desde que criámos a Xonguila, a presente edição, última do ano, vai cobrir os meses de Dezembro e Janeiro, dispondo de um vasto leque artigos. Conversámos com Hotélio Alberto, desenhador hiper-realista natural da cidade da Beira, que revela interessantes detalhes sobre esse tipo de arte ainda pouco explorada por estes lados do globo, bem como com Alcy Caluamba, aquele que tem sido um autêntico fenómeno nas redes sociais, contando os seus vídeos de paródia com milhares de partilhas por todo o mundo. Saiba como foi a edição mais recente do Mozambique Fashion Week, o evento de referência da moda nacional, e conheça a Xindiro Companhia, uma verdadeira alavanca para a difusão do canto e dança nacionais. Acompanhe ainda a história e estadia do veleiro de pesquisa norueguês que trouxe a Maputo a One Ocean Expedition fazendo-nos reflectir sobre o estado dos oceanos e a necessidade de os protegermos. E sabia que vai ser contruída uma cidade ecológica e inteligente na periferia de Maputo? Não? Veja nesta Xonguila de que se trata esse projecto, entre várias outras propostas de leitura que se encontram nas páginas adiante.
Quando se aproxima o Natal, ou Dia da Família em Moçambique, todos gostariam de ter aquele sentimento bom envolvendo os corações e o seu lar, de passar a data em harmonia, de poder festejar. Infelizmente, para muitos, devido a dificuldades e amarguras da vida, ou a males criados pela natureza ou pelos homens, tal não é possível. Pense nisso e lembre-se de que o melhor de todos os presentes na árvore de Natal pode ser estar com saúde, em paz e na presença de uma família feliz.
Depois de um ano produtivo, é hora de celebração, de recarregarmos baterias e recuperarmos fôlego para começarmos 2023 com entusiasmo e força para conseguirmos realizar os nossos sonhos. É o momento ideal para fazermos um check list final e definirmos a lista de objectivos e desejos para o ano que se avizinha. Caminhe, pois, em direcção ao futuro e receba o novo ano de braços abertos.
Votos de uma excelente leitura, Festas Felizes e um Próspero Ano Novo.
December has arrived, a month eagerly awaited by many who, taking advantage of the holidays and days off, want to take a break, rest and visit family and friends to spend Christmas and New Year’s Eve together. This is the hot season of longer days, holidays, good mood and parties. But it’s also the rainy season, which hopefully won’t bring us problems with flooding or major damages, as has been the case in recent times.
A tradition of ours since the beginning of Xonguila, this last edition of the year is a double number covering December and January, with a wide range of articles. We spoke with Hotélio Alberto, a hyper-realist drawing artist hailing from the city of Beira, who revealed interesting details about this artform that is still little explored in these parts of the globe. We also interviewed Alcy Caluamba, who has been a true phenomenon in social networks, with his comedy videos garnering thousands of shares around the world. Learn about the most recent edition of Mozambique Fashion Week, a reference in the national fashion calendar, and meet Xindiro Companhia, a true force in the dissemination of national song and dance. In addition, we tell the story of the Norwegian research vessel that brought us the One Ocean Expedition, and whose temporary stay in Maputo is making us reflect on the state of the oceans and the need to protect them. And did you know that an ecological and intelligent city is being planned for the outskirts of Maputo? No? In this edition of Xonguila, you will find out what that project is all about, among other reading offerings.
Come Christmas day – or Family Day, as it’s officially celebrated in Mozambique – everyone would like to have their hearts and home enveloped in that good feeling, to spend the day in harmony, and be able to celebrate. Unfortunately for many, this is not possible, either due to life’s difficulties and hardships, or the perils created by nature or men. Think about it and remember that, of all the presents under the Christmas tree, the best may yet be good health, peace and a happy family.
After a productive year, it’s time to celebrate, recharge our batteries and catch our breath, so that we can start 2023 with enthusiasm and strength to achieve our dreams. It’s the ideal moment to make a final checklist and define objectives and wishes for the year ahead. Walk thus towards the future, and welcome the new year with open arms.
Best wishes for an excellent reading, Happy Holidays and a Prosperous New Year.
Somos inspirados pelo Gonçalo Mabunda, que usou os destroços de um passado desafiador para inspirar o futuro através da sua arte.
Ele sabe que as suas obras são a lembrança de um caminho que não devemos tornar a percorrer - por isso, encontra sempre uma maneira de fazer com que todos as vejam.
É a isso que chamamos de Africanicidade!
#AdoramosAfricanicidade
Saiba como podemos ajudá-lo a fazer as coisas acontecerem em absa.co.mz
Absa
Bank Moçambique, SA (registado sob o número 101220982) é regulado pelo Banco de Moçambique.Caiu o pano da 18ª Edição da Semana da Moda em Mo çambique (a Mozambique Fashion Week – MFW). Durante sete dias, o evento organizado pela agência DDB desde 2005 reuniu cerca de 150 estilistas, entre nacionais e es trangeiros, de young designers aos mais conceituados, que mostraram a Moçambique e ao mundo o seu talento e a beleza da moda, naquela que é considerada a maior plataforma de moda nacional.
Acidade de Maputo voltou a ser a capital moçam bicana da moda com a realização da presente edição do Mozambique Fashion Week (MFW), que, este ano sob o tema My World, explorou o metaverso (ambiente de realidade virtual) e as possibi lidades que os avanços tecnológicos podem trazer para o universo da moda. O evento decorreu de 5 a 11 de Dezem bro, em diferentes espaços da cidade de Maputo, e reuniu vários intervenientes da indústria do sector. Uma vez mais, o MFW reforçou o seu compromisso para com a descoberta, incentivo, capacitação e promoção da moda moçambi cana. Os já tradicionais workshops e MFW Talks (espaços de debate), com temas relevantes para o crescimento da in dústria da moda moçambicana, marcaram a Semana, cuja linha de orientação foi tecnologia e sustentabilidade. Cerca de uma centena e maia de estilistas apresentaram as suas novas colecções ao vasto público, que aderiu em massa a todas as sessões deste primeiro evento do perío do pós-pandemia. Aliás, a própria realização do MFW em formato presencial e sem restrições é um sinal de regresso à normalidade, se bem que normalidade seja um substan tivo que, definitivamente, não serve para qualificar todos os que mostraram o seu valor e o porquê de o MFW ser con siderado um dos maiores eventos de moda do continente africano.
Sem desprimor para os muitos desfiles que tiveram lugar nos primeiros dias do evento, gostaríamos de aqui destacar o estilista Doutor dos Tecidos, que desfilou a sua classe ao terceiro dia, apresentando um conjunto de peças pró-am bientais. Tratou-se de roupas formais e informais para ho mens e mulheres, confeccionadas com farrapos e outros materiais descartáveis, como plástico e resíduos de coco, levando o público a reflectir seriamente sobre reaprovei tamento, preservação e sustentabilidade do meio. Doutor dos Tecidos brilhou, tal como os que o antecederam e su cederam compartilhando a passarela, usada igualmente para causas humanas e sociais.
Com a moda também se combatem os males sociais. Esta é a mensagem que a organização do MFW quis (e conseguiu) transmitir à sociedade moçambicana. Há males que devem sair definitivamente de moda, como o preconceito, uniões prematuras e a consequente gravidez precoce. Uma das maiores atracções na 18ª edição do MFW foi o desfile Os Invisíveis, iniciativa da Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC) e da Plataforma Makobo, que teve lugar no quinto dia. As peças foram produzidas por uma costureira profissional, apoiada por talentosas mãos de uma catadora de lixo da lixeira do Hulene, em Maputo, cujo sonho é um dia ser também costureira. Os modelos eram, todos eles, jovens que vivem em situação de exclusão social. Pretendia-se com o desfile, por um lado, chamar a atenção para as pessoas em situação de exclusão social (“os invisíveis” da sociedade) e, por outro lado, conseguir apoios para a Plataforma Kaya, um projecto social que visa reinserir este grupo no mercado de trabalho. No mesmo dia o público aplaudiu, entre outras, as reconhecidas marcas Nivaldo Thierry e Nuno Jota Jota, tendo a noite fechado em grande estilo com actuações musicais de Kamané, Jay Arghh e Stefânia Leonel.
Já no penúltimo dia da Semana da Moda, a Plan Moçambique, uma organização que promove os direitos da criança e a igualdade, levou ao público um desfile performativo envolvendo raparigas com idades entre os 10 e os 16 anos. Nele se viram crianças em várias situações (casadas e mães prematuramente) contrárias aos seus sonhos de se formar e ter uma carreira profissional próspera. Segundo a DDB, com a iniciativa pretendia-se, através da moda, consciencializar a sociedade para a necessidade de se combaterem as uniões prematuras e a gravidez precoce, que aniquilam o sonho de muitas raparigas. Mais de 20 estilistas deram cor e brilho ao sexto dia da celebração da moda moçambicana, que teve na assistência várias personalidades, com destaque para Gianni Bardini, Embaixador da Itália em Moçambique, Paolo Gozzoli, Director da Agência ICE Maputo, Vasco Rocha, Director Geral da DDB, António Franceschini, responsável nacional da CNA Federmoda e Roberto Corbelli, pesquisador e especialista em tendências.
Com toda a justiça, os desfiles, os estilistas e, naturalmente, os modelos, cativaram todas as atenções no maior evento de moda do país. A Semana foi também permeada de debates, denominados MFW Talks, que tinham por objectivo estimular o desenvolvimento da moda moçambicana. Foram
Fotografia: Cortesia MFWrecorrentes temas sobre Educação Financeira, Liderança e Empreendedorismo Feminino. Em paralelo com os desfiles e os debates, teve ainda lugar, ao longo dos sete dias, uma feira relacionando a arte com a moda, que contou com mais de 20 feirantes.
A semana encerrou num domingo, com mais desfiles e mais emoção. A organização mostrou-se feliz com o resultado conseguido na presente edição do MFW, que se espera vir a ser cada vez mais surpreendente, e maior do que já é. O Director Geral da DDB, Vasco Rocha, agradeceu a todos os que tornaram possível a realização do evento, desde a produção, os estilistas, parceiros e patrocinadores, bem como ao público, que acompanhou os desfiles, desde o primeiro dia até ao cair do pano, sempre com emoção, energia e entusiasmo. Vasco Rocha disse que o MFW é uma iniciativa que enaltece as artes nacionais, promovendo a criatividade e o intercâmbio cultural através de encontros entre os principais intervenientes na indústria da moda. “Esta edição do MFW, a 18ª, é mais um passo de uma caminhada que começou há 18 anos, altura em que ninguém esperava que ela fosse chegar tão longe”, afirmou, destacando que “o grande objectivo da Semana da Moda é fazer da moda uma verdadeira indústria ao nível nacional”. O MFM 2022 reuniu cerca de 150 estilistas nacionais e estilistas vindos da África do Sul, Angola, Itália e Japão.
O desfile Os Invisíveis, uma iniciativa da Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC) e da Plataforma Makobo, pretendeu chamar a atenção para as pessoas em situação de exclusão social e conseguir apoios para a Plataforma Kaya.
The curtain has fallen on the 18th edition of Mozambique Fashion Week (MFW). Organized by integrated communications agency DDB since 2005, and spanning seven days, the event brought together around 150 designers, from young designers to the most prestigious, both local and international. They showcased their talents and the beauty of fashion for Mozambique and the world to see, in what is considered the largest fashion platform in Mozambique.
The city of Maputo was once again the Mozambican capital of fashion for the duration of this year's Mozambique Fashion Week (MFW). This year’s theme, My World, explored the metaverse (virtual reality environment) and the possibilities that technological advances can bring to the fashion world. The event took place from December 5th to 11th in different places around the city and brought together various industry players. Once again, MFW reinforced its commitment to the discovery, encouragement,
empowerment and promotion of Mozambican fashion. The Week, whose guiding principles were technology and sustainability, was marked by the already traditional workshops and MFW Talks (debate spaces), with relevant themes for the growth of the Mozambican fashion industry.
Around 150 designers presented their new collections to the vast public, who attended en masse all the sessions of this first event of the post-pandemic period. In fact, the very realization of MFW
in an in-person format and without restrictions is a sign of the return to normalcy, although being normal is the furthest quality of all those who demonstrated their value and why the MFW is considered one of the biggest fashion events on the African continent.
Without prejudice to the many shows that took place on the first days of the event, we would like to highlight the designer Doutor dos Tecidos, who showed his class on the third day, presenting a set of pro-environmental pieces. These were formal and casual clothes for men and women, made with rags and other disposable materials, such as plastic and coconut waste, leading the public to seriously reflect on reuse, preservation and sustainability of the environment. Doutor dos Tecidos shone bright, as did those who preceded and succeeded him in the catwalk, which was also used for human and social causes.
Fashion can also be used to fight social ills. This is the message that the MFW organisation wanted
(and succeeded) to convey to Mozambican society. There are evils that should definitely go out of fashion, such as prejudice, premature unions and the consequent early pregnancies. One of the biggest attractions at the 18th edition of MFW was the show Os Invisíveis (‘The Invisibles’), an initiative of the Maputo Port Development Company (MPDC) and Plataforma Makobo, which took place on the fifth day. The pieces were produced by a professional seamstress, supported by the talented hands of a waste picker from the Hulene waste dump in Maputo, whose dream is to be a seamstress one day. The models were all young people living in situations of social exclusion. The aim of the show was, on the one hand, to draw attention to people in situations of social exclusion (“the invisible” in society) and, on the other hand, to gain support for the Plataforma Kaya, a social project that aims to reinsert this group into the labour market. On that same day, the public applauded, among others, the renowned brands Nivaldo Thierry and Nuno Jota Jota, and the evening closed in style with musical performances by Kamané, Jay Arghh and Stefânia Leonel.
On the penultimate day of Fashion Week, Plan Mozambique, an organisation promoting children’s rights and equality, presented a public performance involving girls aged between 10 and 16. In it, children were seen in various situations (for example, prematurely married mothers) that go against their dreams of graduating and having a prosperous professional career. According to DDB, the initiative was intended to, through fashion, make society aware of the need to combat premature unions and early pregnancy, which annihilate the dreams of many girls. More than 20 designers added colour and sparkle to the sixth day of the celebration of Mozambican fashion, which was attended by several personalities, namely Mr. Gianni Bardini, Italian Ambassador to Mozambique, Paolo Gozzoli, Director of Agência ICE Maputo, Vasco Rocha, Director General of DDB, António Franceschini, country representative of CNA Federmoda and Roberto Corbelli, researcher and trends specialist.
In all fairness, the fashion shows, the designers and, of course, the models, grabbed all the attention at the country’s biggest fashion event. The Week was also permeated with debates, called MFW Talks, aimed at stimulating the development of Mozambican fashion. Recurring themes were Financial Education, Leadership and Female Entrepreneurship. In tandem with the catwalk shows and debates, an arts and fashion fair took place during the event’s seven days, with over 20 stallholders.
The week ended on a Sunday, with more catwalk shows and more excitement. The organisation was happy with the results achieved in this edition of MFW, which is expected to continue to grow and be even more surprising than it already is. The Director General of DDB, Vasco Rocha, thanked everyone that made the event possible, from the production team, the stylists, partners and sponsors, to the public attending the catwalk shows from day one until curtain fall, always with emotion, energy and enthusiasm. Vasco Rocha said that MFW is an initiative that enhances the national arts, promoting creativity and cultural exchange through meetings between the main players in the fashion industry. “This edition of MFW, the 18th, is another step in a journey that began 18 years ago, when no one expected it would get this far”, he said, highlighting that “the great goal of Fashion Week is to make fashion a real industry at the national level”. MFW 2022 brought together around 150 Mozambican designers and designers from South Africa, Angola, Italy and Japan.
Os bons indicadores de gestão, a capacidade de inovação na criação e promoção de novos produtos e serviços e a estratégia centrada no cliente foram os critérios de atribuição do prémio.
OMillennium bim foi distinguido, pela 15ª vez, com o prémio Banco do Ano de Moçambique, pela conceituada revista internacional The Banker, do Grupo Financial Times. Com esta distinção na edição de 2022 o Banco consolida a sua posição como instituição financeira mais premiada do país. O galardão é atribuído com base numa análise, bastante criteriosa, que tem em conta indicadores de gestão, inovação na criação e promoção de novos produtos e serviços e estratégia de negócio.
A solidez do balanço, a qualidade dos resultados, bem como a capacidade de inovar do Banco, com um crescimento muito significativo nos serviços digitais, foram as razões que sustentaram a atribuição do prémio. Os jurados destacaram também o importante contributo do Banco através do seu programa de responsabilidade social. Os prémios da revista The Banker são uma referência comparativa na banca internacional e demostram, mais uma vez, a capacidade do Millennium bim na resposta aos desafios da economia, promovendo a inovação e o desenvolvimento do sistema
financeiro moçambicano.
“Este reconhecimento internacional traduz o trabalho desenvolvido por todos os colaboradores do Banco na implementação de uma estratégia orientada para os clientes particulares e empresas, com um investimento forte na proximidade e desenvolvimento de novas soluções de produtos e serviços que sejam relevantes para os nossos clientes. Por outro lado, reforça o compromisso do Banco com Moçambique, enquanto agente activo no desenvolvimento económico e financeiro do país”, salientou José Reino da Costa, Presidente da Comissão Executiva do Millennium bim.
Com a presente distinção, a posição do Millennium bim como banco mais premiado de Moçambique fica agora reforçada, com destaque para, só em 2022, oito nomeações internacionais atribuídas pela Euromoney, a The Banker e a Global Finance. O objectivo do Banco é continuar a prestar um serviço de qualidade aos seus clientes particulares e empresas e manter a sua estratégia de expansão sólida, inovadora e sustentada.
This international recognition reflects the work undertaken by all the Bank’s employees to implement a strategy oriented towards private and business customers
The criteria for the award included good management indicators, the capacity for innovation evidenced in the creation and promotion of new products and services, and a customer-focused strategy.
Millennium bim was once again distinguished, for the 15th time, as Bank of the Year in Mozambique by the renowned international magazine The Banker, published by the Financial Times Group.
With this distinction in the 2022 edition, the Bank consolidates its position as the country’s most awarded financial institution. The award is attributed on the basis of a very careful analysis that takes into account management indicators, innovation evidenced in the creation and promotion of new products and services, and business strategy.
The robustness of the balance sheet, the quality of the results, and the Bank’s capacity to innovate, with a notable growth in digital services, were the reasons behind this top ranking. The jurors also highlighted the Bank’s important contributions through its social responsibility programme. The awards by The Banker magazine are a benchmark for the international banking sector and demonstrate, once again, the capacity that
Millennium bim has to respond to the challenges of the economy, promoting innovation and the development of the Mozambican financial system.
“This international recognition reflects the work undertaken by all the Bank’s employees to implement a strategy oriented towards private and business customers, with a strong investment in proximity and the development of new product and service solutions that are relevant to our customers. On the other hand, it reinforces the Bank’s commitment to Mozambique, as an active agent in the country’s economic and financial development”, said José Reino da Costa, Chief Executive Officer of Millennium bim.
With this distinction, the position of Millennium bim as the most awarded bank in Mozambique is now solidified. In 2022 alone, the Bank received eight international nominations, namely from Euromoney, The Banker and Global Finance. The Bank’s objective is to continue providing a quality service to its private and business customers and to maintain its strategy of solid, innovative and sustained expansion.
Aminha jornada começou quando ganhei uma bolsa para os EUA. Na época, já sonhava em ser actor, e foi lá que essa paixão se intensificou. Foi aí que acabei conhecendo o universo de produção e direcção de filmes. Comecei por fazer alguns vídeos cómicos, mas nunca postava nas redes sociais, só alguns amigos é que viam, porque o conteúdo era restrito. A determinado momento, regressei a Moçambique, minha terra natal, e concorri para mais uma bolsa de estudos, neste caso para a Índia. Consegui a bolsa e fui para lá fazer o curso de Engenharia Informática, área em que me formei. Nesse momento já fazia alguns vídeos de dança, porém ainda nada de actuações e paródias. Acabei participando em alguns concursos de dança na Índia.
Regressei a Moçambique em 2020, logo após ter eclodido a pandemia, época em que estávamos a cumprir as medidas e normas de prevenção contra o corona vírus e as pessoas passavam mais tempo em casa a cumprir o isolamento social, e também, por consequência, passavam mais tempo na internet. A determinada altura, vi um vídeo de uma entrevista nas redes sociais e tive a ideia de recriar o vídeo à minha maneira. Postei-o no meu perfil e o vídeo viralizou. Tive comentários positivos de muitas pessoas que gostaram do meu trabalho, e essas mesmas pessoas motivaram-me a continuar a fazê-lo, e até aos dias de hoje continuo a criar esse tipo de vídeos. “Ele é um bom actor” ou “as expressões faciais que ele faz, é como se ele fosse o autor do vídeo”, foram al-
guns desses comentários que me motivaram a continuar, fazia-me sentir realizado ver que muitas pessoas estavam a gostar do meu trabalho e que conseguia arrancar sorrisos do público. Há quem diga que os meus vídeos ajudam a sair de depressões e que são como uma terapia, o que me cativa imenso. Considero o meu trabalho divertido e inspirador.
As melhores ideias para fazer comédia surgem no dia-a-dia dos cidadãos moçambicanos e também nas entrevistas engraçadas que vão acontecendo pela televisão. Não existe uma fórmula para roubar gargalhadas às pessoas, no entanto penso que elas se identificam e amam o meu jeito de ser e actuar.
A pandemia impactou bastante o meu dia-a-dia, como também a de outros criadores de conteúdos. Estando sempre em casa, as pessoas partilhavam muito os meus vídeos, que viralizavam bastante, e a situação ajudava na divulgação de outros serviços de multimídia que faço. Hoje estamos numa era digital, é muito fácil divulgar os nossos talentos e as nossas artes, o que impacta bastante este sector, expandindo-o em larga escala.
Na minha área, considero o Txiobullet e o Maxh as grandes referências a nível nacional. A nível internacional, gostaria de fazer uma colaboração com o Will Smith. Para o futuro pretendo tirar o curso de arte em actuação e cinema, nos Estados Unidos, de forma a contribuir para a indústria cinematográfica moçambicana.
“Concorri para mais uma bolsa de estudos, neste caso para a Índia. Consegui a bolsa e fui para lá fazer o curso de Engenharia Informática, área em que me formei.”
My journey began when I won a scholarship to the USA. At the time, I already dreamed of being an actor, and it was whilst there that this passion intensified. It was there that I got to know the world of film production and direction. I started out by making some comedy videos, but I never posted them on social networks. Only some friends would see them, because the content was restricted. At some point, I returned to Mozambique, my homeland, and applied for another scholarship, this time to India. I got the scholarship and went there to study Computer Engineering, later graduating. At that time, I was already doing some dance videos, but no acting or comedy yet. I ended up participating in some dance competitions in India.
I returned to Mozambique in 2020, just after the pandemic broke out. This was a time when compliance with preventive measures against the coronavirus meant that people were spending more time at home and practicing social isolation, and consequently spending more time on the internet. At some point, I saw a video of an interview on social media and had the idea of recreating the video in my own way. I posted it on my profile and the video went viral. I had positive comments from many people who liked my work, and those same people motivated me to keep doing it; I continue to create those kinds of videos to this day. “He’s a good actor” or “the facial expressions he makes, it’s like he’s the author of the video”, were some of the comments that motivated me to continue. It made me feel accomplished to see that many people were enjoying
my work and that I was able to get smiles from the audience. Some people say that my videos have helped them get out of a depression, that they’re like therapy, and that is very appealing to me. I find my work entertaining and inspiring.
The best ideas for comedy come from the daily lives of Mozambicans, and also from funny interviews on television. There is no formula to steal laughs from people, but I think they identify with and love my way of being and acting.
The pandemic significantly impacted my daily life, as it did for other content creators. Being always at home, people shared a lot of my videos, which went viral a lot, and the situation helped spreading the word about other multimedia services I do. We are now in a digital age, and it’s very easy to publicise our talents and our art, something that impacts this sector a lot and helps it grow.
In my field, I consider Txiobullet and Maxh to be the great national references. On an international level, I would like to collaborate with Will Smith. In future, I intend to take an arts course in acting and cinema in the United States, in order to contribute to the Mozambican film industry.
Fotografia: Mariano SilvaThe best ideas for comedy come from the daily lives of Mozambicans, and also from funny interviews on television. There is no formula to steal laughs from people, but I think they identify with and love my way of being and acting.
A monitoria contínua das tendências globais é obrigatória para qualquer instituição que queira estar preparada para lidar com as várias ameaças.
Aneesa Marques, Gestora de Risco de ResiliênciaNesta época poderemos estar mais propensos a baixar a guarda, e é sem dúvida necessário estarmos alerta.
Consideram que a vossa instituição está preparada para lidar com os mais variados tipos de ameaças informáticas?
A nossa área de tecnologias de informação está em constante evolução e capacitação para garantir máxima protecção e antecipação de eventuais ameaças. Sabemos, contudo, que os atacantes também acompanham esta evolução, razão pela qual a monitoria contínua das tendências globais é obrigatória para qualquer instituição que queira estar preparada para lidar com as várias ameaças. Existe uma cultura de colaboração entre diversos actores e as autoridades para a partilha de informações e aprendizado com o intuito de estarmos cada vez mais capacitados no que toca à segurança do nosso ambiente. No entanto, é importante termos em conta que, quando falamos em segurança cibernética, a vantagem competitiva é limitada, uma vez que a colaboração é de extrema importância para se garantir o crescimento e o desenvolvimento. Encontramo-nos num ambiente onde parte da nossa informação é partilhada com partes externas, como, por exemplo, reguladores e operadores de infra-estruturas e serviços financeiros, que também são, todos eles, alvos apetecíveis para ataques cibernéticos.
Que tipo de medidas toma o Banco para combater os ataques cibernéticos?
O Banco tem um modelo proactivo e multidisciplinar de segurança, com capacidade para identificar, proteger, detectar, responder e recuperar ataques, sejam eles em ambientes físicos e/ou digitais. Ou seja, dispomos de mecanismos e controlos preventivos e de detecção, e também planos de recuperação para assegurar a intervenção activa em qualquer um dos momentos.
Quais é que são os problemas mais frequentes de cibersegurança em Moçambique?
Os problemas não são localizados, ou seja, na era actual os problemas são globais. Portanto, existe um mecanismo denominado “engenharia social” onde os cibercriminosos usam a persuasão para conseguir que baixemos a nossa guarda, encorajando-nos a tomar decisões impulsivas e prejudiciais com o intuito de nos fazer cometer erros que coloquem em causa a segurança ou disponibilizar informações sensíveis e confidenciais. Este mecanismo é comumente usado sob a forma de phishing, smishing e vishing, que ocorrem através de e-mails, SMS e cha-
madas telefónicas, respectivamente, e à semelhança do resto do mundo, têm-se tornado relevantes no contexto da cibersegurança em Moçambique. Adicionalmente, a engenharia social pode levar a ataques que exigem resgates, dirigidos principalmente a organizações empresariais, onde ameaçam expor dados de clientes e/ou dados confidenciais em páginas web públicas ou na ‘Dark Web’.
Devido à época festiva, deveremos ter cuidados extraordinários?
Devemos ter cuidado ao longo de todo o ano. Claro que nesta época poderemos estar mais propensos a baixar a guarda, e é sem dúvida necessário estarmos alerta. Tal como expliquei anteriormente, a engenharia social, tem como objectivo fazer-nos cometer erros de segurança e está centrada na componente humana. Portanto, é imperioso estarmos atentos às decisões tomadas no geral, e principalmente em relação aos pedidos para cedência de informações pessoais, prémios fáceis de ganhar, aquisição de riqueza instantânea e depósitos ou reembolsos em numerário.
Enquanto cidadão comum, a que tipo de ataques é que devemos estar atentos? Quais os procedimentos imediatos que um cliente deverá tomar se tiver suspeita de que está a ser vítima de uma fraude?
As pessoas, como indivíduos, são o alvo com maior probabilidade de sucesso para os cibercriminosos, portanto, volto a reiterar a necessidade de reforçar a atenção em relação às decisões que são tomadas. E, nestes casos, as formas de engenharia social que são mais usadas incluem phishing, smishing e vishing, onde o receptor de um email, sms ou chamada telefónica é solicitado a empreender uma acção que pode resultar na divulgação de informações pessoais e confidenciais, como, por exemplo, o número do seu cartão bancário, senhas de acesso ou mesmo as respostas secretas às questões de segurança. E, nestas situações, recomendamos que o cliente informe de imediato o seu banco sobre qualquer e-mail, sms ou chamada suspeita por forma a que as equipas, em conjunto com as entidades competentes, possam responder rapidamente e bloquear a actividade maliciosa antes que o acto danoso ocorra.
Aneesa Marques, Gestora de Risco de ResiliênciaE enquanto empresa? No contexto empresarial, como costumam ocorrer os ataques e onde as empresas deveriam investir?
As empresas têm estado a investir cada vez mais nas suas tecnologias de informação, quer ao nível da robustez das infra-estruturas, quer ao nível de inteligência de sistemas, com vista a melhorar a protecção do ambiente tecnológico, o que torna a intrusão cada vez mais difícil para os cibercriminosos. Porém, está comprovado que 93% dos ataques cibernéticos bem sucedidos às empresas têm uma componente humana, motivo pelo qual é importante que haja uma constante sensibilização em relação às decisões que tomam. As empresas devem investir em paralelo na consciencialização, formação e comunicação sobre os tipos de ataques frequentemente usados, com vista a capacitar as suas pessoas para as mais diversas situações e, deste modo, reduzir o efeito da componente humana em relação à engenharia social. Adicionalmente, é importante que garantam o investimento em actualizações automáticas dos próprios sistemas, como é o caso do patching (Patching é um processo para reparar uma vulnerabilidade ou uma falha que é identificada após o lançamento de uma aplicação ou de um software. Os patches recém-lançados podem corrigir um bug ou uma falha de segurança, podem ajudar a melhorar aplicações com novas funcionalidades e corrigir vulnerabilidades de segurança), que pode representar um enorme retorno em termos de segurança cibernética, tendo em conta que um simples acto como a actualização do patch pode reduzir significativamente as opções para ataques.
Numa era pós-covid, em que o mundo digital ganhou um enorme destaque, notam que este tipo de ataques está mais evoluído e frequente?
Claramente que a pandemia veio acelerar e capitalizar a digitalização, o trabalho remoto e a adequação de tecnologias para assegurar a prestação contínua dos serviços aos clientes. Contudo, esses ataques sempre estiveram presentes, só que
agora há maior exposição, pela dimensão e amplificação da digitalização. E é por isso que temos apostado cada vez mais na consciencialização e compreensão individual em relação a estes riscos, com vista à salvaguarda da informação e do negócio em si.
Se pudesse definir três dicas essenciais para estarmos mais alertas, quais seriam? Há várias dicas sobre este tema e recomendo que possam ler sobre elas, mas muitas vezes é estarmos atentos e usarmos o senso comum, como por exemplo:
• Se algo parecer demasiado bom para ser verdade, provavelmente é uma fraude. Portanto, esteja sempre atento, proteja os seus dados pessoais e não partilhe informação.
• Manter sempre as aplicações e dispositivos electrónicos actualizados e até mesmo colocar as notificações de actualizações automáticas.
• Criar palavras-passe complexas e, principalmente, não as partilhar com ninguém.
Os cibercriminosos usam a persuasão para conseguir que baixemos a nossa guarda, encorajando-nos a tomar decisões impulsivas e prejudiciais.
We recommend that customers immediately inform their bank of any suspicious email, SMS or call so that the teams, together with the competent authorities, can respond quickly and block malicious activity before any harmful action takes place.
Do you consider the Bank to be prepared to deal with the most diverse types of computer threats?
Our information technology unit is continually evolving and training to ensure early detection of and maximum protection against potential threats. We know, however, that the attackers also track this evolution, which is why continuous monitoring of global trends is mandatory for any institution that wants to be prepared to deal with a variety of threats. There is a culture of collaboration between various actors and the authorities, aimed at sharing information and learnings in order to be increasingly capable to handle the security of our environment. It’s important to bear in mind that when it comes to cyber security, the competitive advantage is limited, since collaboration is extremely important to guarantee growth and development. We find ourselves in an environment where some of our information is shared with external parties, such as regulators and operators of financial infrastructures and services, all of which are also attractive targets for cyber-attacks.
What kind of measures does the Bank take to combat cyber-attacks?
The Bank has a proactive and multidisciplinary security model, with the capacity to identify, protect, detect, respond, and recover from attacks, whether in physical and/or digital environments. In other words, we have preventive and detection mechanisms and controls, as well as recovery plans to ensure active intervention at all times.
What are the most common cybersecurity problems in Mozambique?
In the current era, those problems are not just local to us, but rather global. To this point, there is a mechanism called “social engineering” where cyber criminals use persuasion to get us to lower our guard, encouraging us to make impulsive and harmful decisions that will lead us to make mistakes that can jeopardise security or make sensitive and confidential information available. This mechanism is commonly used in the form of phishing, smishing and vishing, which occur
through emails, SMS and phone calls respectively, and like the rest of the world, have become relevant in the context of cybersecurity in Mozambique. In addition, social engineering can lead to ransomware attacks, mainly directed at business organisations, where they threaten to expose customer data and/or confidential data on public web pages or the 'Dark Web'.
Should we be extra careful during the festive season?
We should be careful all year round. Of course that, at this time of year, we may be more inclined to lower our guard, but it is undoubtedly necessary not to do so and to be alert instead. As I explained before, social engineering aims to deceive us into making security mistakes and is centred on human behaviour. Generally speaking, it’s imperative that we be alert to decisions made, and particularly in relation to requests for giving up personal information, easy-to-win prizes, acquiring instant wealth and cash deposits or refunds.
As ordinary citizens, what kind of attacks should we be alert to? What immediate steps should a customer take if he suspects that he is a victim of fraud?
Cybercriminals are much more likely to succeed when they target individual people, so I once again reiterate the need to be extremely vigilant when making decisions as individuals. In these cases, the most frequently used forms of social engineering include phishing, smishing and vishing, where the receiver of an email, SMS or phone call is asked to undertake an action that may result in the disclosure of personal and confidential information such as, for example, your bank card number, access passwords or even the secret answers to security questions. And in these situations, we recommend that customers immediately inform their bank of any suspicious email, SMS or call so that the teams, together with the competent authorities, can respond quickly and block malicious activity before any harmful action takes place.
What about as a company? In the business context, how do attacks usually occur and where should companies invest in?
Companies have been investing more and more in their information technology, both in terms of infrastructure robustness and systems intelligence, in order to improve the protection of the technological environment and make intrusions increasingly difficult for cybercriminals. However, it has been proven that 93% of successful cyber-attacks on companies have had a human component, which is why it is important that there is constant awareness in relation to the decisions they make. In tandem with this, companies should invest in raising awareness, training and communicating about the types of attacks frequently levied against them, in order to train their people for the most diverse situations and thus reduce the impact of the human component in relation to social engineering. Additionally, it is important that they ensure investment in automatic updates of their own systems, such as patching (Patching is a process to repair a vulnerability or flaw that is identified after the release of an application or software. Newly released patches can fix a bug or security flaw, can help improve applications with new features and fix security vulnerabilities), which can represent a huge payback in terms of cyber security, considering that a simple action such as updating the patch can significantly reduce the options for attacks.
In a post-covid era, where the digital world has gained enormous prominence, do you notice that these types of attacks are more evolved and frequent?
The pandemic has significantly accelerated and capitalised on digitalisation, remote working and the adaptation of technologies to ensure continuous service delivery to customers. These attacks have always been present; it’s just that now there is greater exposure, due to the reach and amplification of digitalisation. And that is why we have increasingly focused on individual awareness and understanding of risks, with a view to safeguarding information and the business itself.
If you could define three essential tips to be more alert, what would they be?
There are several tips on this topic, and I recommend that you read up on them. It often comes down to being alert and using common sense – for example:
• If something looks too good to be true, it’s probably a scam. So always be vigilant, protect your personal data and don’t share information.
• Always keep your apps and electronic devices up to date and even set notifications for automatic updates.
• Create complex passwords and, above all, don’t share them with anyone.
A
Até ao dia 3 de Janeiro próximo, estará atracado no Porto de Maputo o veleiro norueguês Statsraad Lehmkuhl, um dos maiores e mais belos veleiros do mundo. Partiu da costa da Noruega em Agosto de 2021, para uma viagem de circum-navegação de 20 meses intitulada One Ocean Expedition, que a levará a percorrer um total de 55 mil milhas náuticas, passando por 37 portos. Trata-se de uma expedição oceânica global que visa sensibilizar e compartilhar conhecimento sobre o papel crucial dos oceanos para um futuro sustentável numa perspectiva global, uma vez que enfrentamos desafios comuns, em particular as mudanças climáticas e a acidificação dos oceanos. Em Maputo, para além de uma recepção a bordo, que teve lugar no dia da chegada – 17 de Dezembro – estão a ser realizados seminários para a academia e o sector privado, bem como visitas ao navio, principalmente de crianças e jovens estudantes. De Maputo, o navio partirá para a cidade do Cabo, na África do Sul.
O Statsraad Lehmkuhl, de 108 anos de idade, foi construído na Alemanha, em 1914, para fins mercantis, mas navega com a bandeira norueguesa há mais de um século. Foi convertido num navio de pesquisa de última geração que permite colectar continuamente, durante todo o percurso, dados de alta qualidade. Equipado com instrumentos modernos, transporta investigadores e estudantes de diferentes partes do mundo, que colhem informações sobre a água (níveis de dióxido de carbono, acidificação e temperatura) e fazem estudos sobre o lixo marinho. É, pois, uma poderosa ferramenta para divulgação, inspiração e conexão com os oceanos, sendo a expedição reconhecida pela Organização das Nações Unidas. Este veleiro, com 98 metros de comprimento e cujo mastro mais alto mede 48 metros acima do convés, comporta 22 velas e tem uma tripulação de 25 membros, podendo transportar mais 140 formandos em viagem. Pode atingir a velocidade máxima de 17 nós, isto é 31,5 km/h.
Veleiro norueguês Statsraad Lehmkuhl em MaputoPor ocasião da passagem da One Ocean Expedition por Moçambique, está patente no Museus do Mar (Museu das Pescas), em Maputo, também até ao próximo dia 3 de Janeiro, a exposição Oceanos que Nos Unem, uma plataforma que, através de várias imagens informativas nos mostra os desafios na conservação dos ecossistemas marinhos. Realizada por iniciativa da Embaixada da Noruega em coordenação com a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) e o Instituto Oceanográfico de Moçambique (InOM), a exposição foi inaugurada por Lídia Cardoso, Ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas de Moçambique, que a considerou “uma verdadeira aula sobre o oceano que evoca a sustentabilidade no uso dos recursos marinhos”.
A mostra tem como objectivo destacar a biodiversidade marinha de Moçambique, sua importância e necessidade conservação, lançando uma reflexão sobre a Década das Nações Unidas da Ciência
Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030).
A cooperação da Noruega com Moçambique na pesquisa oceanográfica tem já alguns anos. Fridtjof Nansen, outra embarcação norueguesa de pesquisa, visitou já Moçambique, em diferentes ocasiões, tendo envolvido pesquisadores locais, o que criou fortes laços entre os dois países. Segundo o Embaixador do Reino da Noruega em Maputo, Haakon Gram-Johannessen, prevê-se que o Fridtjof Nansen regresse a águas moçambicanas em 2023 para prosseguir as suas actividades de pesquisa.
Recorde-se que as instalações em que decorreu a exposição, inauguradas em Novembro de 2014 com a denominação Museu das Pescas, são também fruto da cooperação da Noruega com Moçambique.
Fotografia: Mariano SilvaEm Maputo estão a ser realizados seminários para a academia e o sector privado, bem como visitas ao navio principalmente de crianças e jovens estudantes.
O Statsraad Lehmkuhl foi construído para fins mercantis, mas convertido num navio de pesquisa de última geração que permite colectar, durante todo o percurso, dados de alta qualidade.
Norwegian sailboat Statsraad Lehmkuhl in Maputo
The Norwegian sailboat Statsraad Lehmkuhl, one of the largest and most beautiful sailboats in the world, will be docked at the Port of Maputo until January 3rd, 2023. It left the Norwegian coast in August 2021 for a 20-month circumnavigation trip named One Ocean Expedition, which will take her across 55,000 nautical miles, with stops in 37 ports around the world. This is a global ocean expedition that aims to raise awareness and share knowledge about the ocean’s crucial role in establishing a sustainable future in the face of global challenges such as climate change and ocean acidification. Whilst docking in Maputo, and in addition to an on-board reception that took place upon her arrival (December 17th), the ship will host seminars for the academic and private sectors, as well as visits to the ship mainly by children and young students. From Maputo, the ship will set sail for Cape Town, South Africa.
The 108-year-old Statsraad Lehmkuhl was built in Germany in 1914 for commercial purposes but has been sailing under the Norwegian flag for over a century. She has been converted into a state-of-the-art research vessel that allows her to continuously collect high-quality data throughout her journeys. Equipped with modern instruments, she carries onboard researchers and students from different parts of the world, who collect information on water indicators (such as carbon dioxide levels, acidification and temperature) and carry out studies on marine litter. It is therefore a powerful tool for dissemination, inspiration and connection with the oceans, and the expedition is recognised by the United Nations. This 98-metre-long sailboat, whose tallest mast measures 48 metres above deck, holds 22 sails and has a crew of 25 members, and can carry a further 140 trainees on board. She can reach a maximum speed of 17 knots, i.e., 31.5 Km/h.
On the occasion of the One Ocean Expedition’s passage through Mozambique, the exhibition Oceanos que Nos Unem (‘Oceans that Unite Us’) is on display at Museus do Mar (‘Fisheries Museum’) in Maputo, also held until January 3rd. This is intended as a platform that, through several informative images, shows current challenges in the conservation of marine ecosystems. The exhibition is an initiative of the Norwegian Embassy in coordination with the Foundation for Biodiversity Conservation (BIOFUND) and the Oceanographic Institute of Mozambique (InOM). It was opened by Ms Lídia Cardoso, Minister for the Sea, Inland Waters and Fisheries of Mozambique, who considered it “a real lesson about the ocean that promotes sustainability in the use of marine resources”. The exhibition aims to highlight Mozambique´s marine biodiversity, its importance and need for conservation, inviting a reflection on the United Nations’ proclamation of the Decade of Ocean Science for Sustainable Development (2021-2030).
Norway’s cooperation with Mozambique in oceanographic research goes back some years. Fridtjof Nansen, another Norwegian research vessel, has already visited Mozambique on multiple occasions and engaged local researchers, creating strong ties between the two countries. According to the Ambassador of the Kingdom of Norway in Maputo, His Excellency Mr Haakon Gram-Johannessen, the Fridtjof Nansen is expected to return to Mozambican waters in 2023 to continue its research activities.
It should be noted that the venue hosting the exhibition, Museu das Pescas (‘Fisheries Museum’), is also the result of Norway’s cooperation with Mozambique, and was inaugurated in November 2014.
Como surgiu a tua paixão pela arte? Desde pequeno mostrei sinais de habilidades para me expressar através da arte, no ensino primário já preenchia os meus cadernos com desenhos de quadrinhos e outras imagens sem muito significado. Nunca fui a uma escola de arte, mas cresci numa casa de arte. O meu mentor foi meu irmão mais velho, conhecido naquela altura por professor Roly, que também foi um grande artista e era bastante respeitado nessa área. Ele foi meu professor de desenho no ensino secundário, em casa era meu espelho na arte. Eu copiava os quadros que ele fazia. Lembro-me de que, em 2008, nos sentamos, por duas vezes somente, para falar sobre arte, na varanda da sua casa, e
outra vez foi na sala. Nesta conversa, ele explicou-me como começar um desenho e a pintar. Falámos em abrir uma galeria de arte e formarmos uma dupla, mas infelizmente, no mesmo ano, ele adoeceu e perdeu a vida. Como ele era o único irmão que eu tinha, aquilo foi um choque para mim. Eu tinha 15 anos quando ele perdeu a vida. De lá para cá, a minha jornada artística foi e é motivada pelos ideais dele.
Quando terminei o ensino médio, quis fazer arquitectura. Infelizmente a minha família não tinha condições para sustentar os meus estudos e acabei fazendo a formação de professores durante um ano. Depois fui trabalhar na Zambézia, como professor do ensino primário, e por anos pensei que o meu sonho de me consagrar no mundo da arte tinha fracassado. Em 2014, comecei a trabalhar como professor de Desenho, na Beira, e as coisas começaram a ter brilho. Ingressei na Universidade Pedagógica, no curso de Educação Visual, com habilitação em ensino de desenho de construção. Na cadeira de História da Arte, descobri a arte clássica (antigas Grécia e Roma) e o Renascimento, que tinham como denominador comum o realismo. A partir desse momento, surgiu um desejo muito grande de fazer desenhos com muito realismo, assim como a beleza do mundo. Até que a minha monografia foi sobre desenho e pintura realista.
A minha obsessão pelos detalhes faz-me criar desenhos hiper-realistas, que parecem uma fotografia em alta resolução. E eu gosto disso, gosto ainda mais quando o público duvida do meu trabalho, e fica a pensar se é realmente um desenho ou uma fotografia impressa. Não sei se existe uma receita para fazer esse tipo de desenho, é mesmo uma questão de desejo, de querer representar a realidade. Mas claro que devemos estudar muito as técnicas para tal, a vida criativa não é linear. Não é uma linha recta de A a B.
Na cadeira de História da Arte, descobri a arte clássica (antigas Grécia e Roma) e o Renascimento, que tinham como denominador comum o realismo. A partir desse momento, surgiu-me um desejo muito grande de fazer desenhos com muito realismo.
– Hotélio Ernesto Alberto
Quem são as tuas maiores referências?
Cá em Moçambique destacam-se muitos jovens também com este estilo, mas, como maiores referências, no meu ponto de vista, temos o Dércio (menino arqueiro), Helton Carvalho e Skeitan. Internacionalmente, tenho como grandes referências três artistas nigerianos e um sul-africano, Arinze Stanley, Andrews Aggrey, Kelvin Okafor e Jono Dry. Para ser honesto, roubo algumas ideias dos meus ídolos, pego o que preciso, o resto deixo de lado. Todo artista faz isso, descobri que é a partir disso que nos tornamos mais criativos. O artista que disser que nunca rouba ideias, não estará a ser honesto. Não estou a dizer que faço plágio. Todo trabalho criativo é construído sobre o que veio antes, não há nada novo debaixo do sol. “A única arte que estudarei é aquela que contém o que eu possa roubar” – David Bowie. Gostaria mesmo de um dia ter o privilégio de trabalhar com estes artistas, ou mesmo ter a oportunidade de ver seus trabalhos ao vivo. Tenho colaborado com vários artistas nacionais, não só os que trabalham em estilos semelhantes ao meu. Por exemplo, agora trabalhamos no projecto de arte de rua que designamos por Beira Street Art. A ideia surgiu através do AfroIvan, que é um grafiteiro de Maputo. Já pintei também no atelier de um artista abstracto conhecido por Rabanete.
De que forma a pandemia afectou o teu trabalho?
Com a pandemia, as galerias fecharam, assim como muita coisa ficou parada, e isso permitiu-me ter mais tempo para desenhar em casa. Nesse período de quarentena, coleccionei várias obras e, quando houve o alívio das medidas, conseguimos fazer uma exposição colectiva na galeria da Casa do Artista da Beira. Outras obras estão guardadas para exposições futuras. A expansão do mundo digital e das redes sociais impactou positivamente a arte, isso porque através dessas plataformas podemos ver trabalhos de artistas que estão longe de nós, podemos partilhar o nosso trabalho, etc. Falando de mim, por exemplo, o mundo passou a me conhecer muito mais por causa das redes sociais, é lá onde posto meus trabalhos e todo o processo criativo.
No que toca à cultura nacional, como vês o estado actual e quais são os grandes desafios do sector?
Eu sempre falo que devemos apostar muito na educação artística, isso é a base para a construção de qualquer outro conhecimento que vem depois. Antes de aprender A ou B, ou 1 ou 2, aprendemos a desenhar, a colorir, a cantar, dançar, etc., só depois é que vêm números e letras. Isto só mostra que a arte tem um papel fundamental para desenvolver capacidades psicomotoras e cognitivas. Todo o mundo nasce artista, o problema é como crescer artista. Se eu fosse ministro de educação e cultura, o ensino de arte nas escolas deveria ser uma prioridade, iria ajudar as crianças a pensarem fora da caixa, teriam mais ideias, opiniões próprias, mais criatividade. Talvez a matemática, a física, a química, se tornassem mais fáceis. A sociedade não iria olhar um artista como marginal, pois, para muitos, ser artista em Moçambique e sinónimo de marginalidade e pobreza. Estão errados, nos chamam de loucos por pensarmos diferente.
Para terminar, podes dizer-nos quais são os teus planos para o futuro? Meus planos para o futuro são pintar mais paredes na cidade da Beira, fazer pelo menos uma exposição individual em 2023, tentar ganhar uma bolsa para estudar Belas Artes na Europa e abrir o meu curso de arte na Casa do Artista, na Beira.
A minha obsessão pelos detalhes faz-me criar desenhos que parecem uma fotografia em alta resolução. E eu gosto disso, gosto ainda mais quando o público duvida do meu trabalho e fica a pensar se é realmente um desenho ou uma fotografia impressa.”
I showed signs of artistic expression from a young age. In primary school, I was already filling my notebooks with drawings of comics and other images without much meaning. I never went to art school, but I grew up in an artistic home. My mentor was my older brother, known at that time as teacher Roly, himself a great artist and quite respected in that field. He was my drawing class teacher in secondary school; at home and in art, he was a mirror to me. I used to copy the paintings he made. In 2008, I remember that we sat down, only twice, to talk about art: one time on the balcony of his house, and another time in his living room. During these conversations, he explained to me how to start a drawing and how to paint. We talked about opening an art gallery and working as a team but, unfortunately, he fell ill and lost his life before that year was over. He was the only brother I had, and losing him was a shock to me. I was 15 when he lost his life. From then on, my artistic journey was and continues to be motivated by his ideals.
When I finished high school, I wanted to study architecture. Unfortunately, my family couldn’t afford to support my studies and I ended up doing teacher training for a year. I then went to work in Zambézia province as a primary school teacher, and for years I thought that my dream of becoming established in the art world had failed. In 2014, I started working as a drawing teacher in Beira and things began to take on a new light. I enrolled in the Visual Education course at Universidade Pedagógica (‘Pedagogical University’), with a qualification in teaching technical drawing. In the History of Art course, I discovered classical art (ancient Greece and Rome) and the Renaissance, whose common denominator was realism. From that moment on, a great desire arose to make drawings with a lot of realism, as well as [to express] the beauty of the world. My monograph was about realistic drawing and painting.
My obsession with detail leads me to create hyper-realistic drawings that look like a high-resolution photograph, and I like that. I particularly like it when the public doubts my work and wonders if it really is a drawing or a printed photograph. I don’t know if there is a recipe for doing this kind of drawing. [For me] It’s really a question of desire, of wanting to represent reality. But, of course, we should study hard to learn the techniques for achieving that. The creative life is not linear; it’s not a straight line from A to B.
Who are your biggest artistic references?
Here in Mozambique, there are many young people using this style [of drawing], but I would say that my biggest references are Dércio (archer boy), Helton Carvalho and Skeitan. Internationally, I have as great references three Nigerian artists and one South African: Arinze Stanley, Andrews Aggrey, Kelvin Okafor and Jono Dry. To be honest, I steal some ideas from my idols; I take only what I need, the rest I set aside. Every artist does that – I’ve found that in doing that, we become more creative. The artist who says he never steals ideas is not being honest. I’m not saying I plagiarise. All creative work is built on what has come before, there is nothing new under the sun. “The only art I will study is that which contains what I can steal” – David Bowie. One day, I would really like to have the privilege of working with these artists, or even have the opportunity to see their work in real life. I have collaborated with several national artists, and not only with those working in similar styles to mine. For example, we are now working on a street art project called Beira Street Art. The idea came from AfroIvan, a graffiti artist from Maputo. I have also painted in the studio of an abstract artist known as Rabanete.
How has the pandemic affected your work?
During the pandemic, art galleries closed and many other things came to a stop too, and that allowed me to have more time to draw at home. During the quarantine period, I amassed several works and, when the [Covid-19] restrictions were lifted, we managed to hold a group exhibition in the gallery space of Casa do Artista da Beira. Other works
are reserved for future exhibitions. The growth of the digital world and social networks has positively impacted art. It’s because of these platforms that we can see works by artists from faraway places, share our work, etc. For example, speaking for myself, the world got to know me a lot more because of social networks; that’s where I post my work and the entire creative process.
When it comes to the state of national culture, how do you see it and what are the great challenges in the sector?
I always say that we should invest a lot in arts education, that this is the basis for building any other knowledge that comes after. Before learning A or B, or 1 or 2, we first learn how to draw, colour, sing, dance, etc., and only later we come to numbers and letters. This just goes to show that art plays a fundamental role in developing psychomotor and cognitive skills. Everyone is born an artist; the problem is how to grow up as an artist. If I were minister of education and culture, teaching art in schools would be a priority, to help children think outside the box. They would have more ideas, their own opinions, more creativity. Maybe maths, physics, chemistry, would become easier. Society would not see an artist as destitute, because, for many, being an artist in Mozambique is synonymous with destitution and poverty. They are wrong, they call us crazy for thinking differently.
To end, can you tell us what your plans for the future are?
My plans for the future are to paint more walls in the city of Beira, to have at least one solo exhibition in 2023, to try and win a scholarship to study Fine Arts in Europe and to open my art course at Casa do Artista in Beira.
“ Everyone is born an artist; the problem is how to grow up as an artist. If I were minister of education and culture, teaching art in schools would be a priority, to help children think outside the box. They would have more ideas, their own opinions, more creativity .”
Moçambique acolheu, no passado dia 7 de Dezembro, a apresentação pública do projecto Uxene Smart City, um marco histórico ao qual se fizeram presentes distintos convidados de diversas áreas de relevo na sociedade moçambicana. Uxene nasce como resposta aos crescentes desafios demográficos e económicos de Moçambique, particularmente os relacionados com a densidade populacional de Maputo, Matola e Marracuene, que se traduzem em necessidades cada vez maiores provocando uma enorme pressão sobre a debilitada infra-estrutura urbana existente.
Segundo Henrique Bettencourt, CEO do projecto, a nova centralidade será sustentável, inclusiva e integrada, um lugar de excelência para viver, trabalhar e aprender, conviver e investir. Uxene não é somente um polo de desenvolvimento urbano e económico, é uma aposta numa nova maneira de viver, que seja sustentável e que melhore o estilo de vida das pessoas que vão residir na cidade; que seja acessível e inclusiva para todas camadas sociais. Uxene irá integrar tecnologias inovadoras amigas do ambiente, e ao serviço de todos, para uma vida mais custo-eficiente. Soluções inteligentes para mobilidade, energia, meio-ambiente, será assim a cidade futurista de Moçambique.
O projecto, avaliado em mais de 3 mil milhões de dólares americanos, terá o seu arranque em Maio de 2023, numa área aproximada de 565 hectares, prevendo-se que albergue 100 mil habitantes. Terá 50% de áreas verdes e criará mais de 6.500 postos de trabalho directos e 20.000 indirectos.
“Por ser um projecto de grande dimensão, foram selados acordos com várias empresas nacionais e estrangeiras que, com o seu know how, trarão uma mais-valia que permitirá proporcionar uma grande melhoria na qualidade de vida. A Uxene Smart City será uma cidade segura, prática e conveniente, contribuindo para uma vida mais ecologicamente sustentável, além de possibilitar maior mobilidade e conectividade”, referiu Michel Ussene, PCA da Uxene.
On December 7th, Mozambique hosted the public presentation of the Uxene Smart City project, a watershed moment attended by distinguished guests from various sectors of Mozambican society. Uxene was born as a response to the country’s growing demographic and economic challenges, particularly those related to significant increases in population density in the districts of Maputo, Matola and Marracuene. This has created a higher demand for municipal services, causing enormous pressure on the already weakened existing urban infrastructure.
According to Henrique Bettencourt, CEO of the project, the new site will be sustainable, inclusive and integrated, a favourable place to live, work and learn, socialize and invest. Uxene won’t only be an urban and economic development pole; it proposes a new way of living that is sustainable and improves the lifestyle of residents, whilst being accessible and inclusive for all social classes. Uxene will integrate innovative technologies that are environmentally friendly to deliver a more cost-efficient life to all residents. Smart solutions for mobility, energy and the environment will make up this Mozambican city of the future.
The project is valued at over USD 3 billion and will launch in May 2023, on a site that has approximately 565 hectares. With 50% of the total footprint being allocated to green areas, the project is expected to house 100,000 inhabitants and create more than 6,500 direct jobs and 20,000 indirect jobs.
“Because this is a large-scale project, agreements have been signed with several national and international companies whose knowhow will bring added value to our quest to provide a much-improved quality of life. Uxene Smart City will be a safe, practical and convenient city, supporting ecologically sustainable living in addition to enabling greater mobility and connectivity”, said Michel Ussene, CEO of Uxene.
Esta cidade futurista de Moçambique vai procurar apresentar soluções inteligentes para mobilidade, energia e meio-ambiente.
INGREDIENTES:
Jameson standard – 50 ml
Sumo secrets of the valley – 150 ml Ginger ale – 50 ml
Coloque o Jameson e o sumo num shaker, agite e, de seguida, sirva num copo longo. Para finalizar, faça top up com ginger ale e introduza uma rodela de lima, maçã e/ou cranberry para decorar.
“Um cocktail com Jameson cai sempre bem num final de tarde de verão.” – Hédito Marcelino
Com o apoio de
Jameson Standard – 50 ml Secrets of the Valley (Ceres juice) – 150 ml Ginger Ale – 50 ml
Pour the Jameson and juice into a shaker, shake well and serve in a tall glass. To finish, top up with ginger ale and garnish with a slice of lime, apple and/or cranberry.
Com o apoio de
A Malikarte é uma empresa do ramo da moda e design de interiores que se encontra há 5 anos no mercado moçambicano.
AMalikarte é uma empresa do ramo da moda e design de interiores que se encontra legalmente registada no mercado moçambicano há sensivelmente 5 anos. A sua proprietária, Teresa Viana Timba, é uma jovem gestora cultural, sonhadora e criativa, de 31 anos de idade, natural da província de Nampula. É mãe de 2 meninas, Malika e Malaika, de onde advém o nome da empresa. A sua equipa actual é composta por 3 colaboradores, ela própria, um contabilista e o um gestor de plataformas digitais. Os produtos, exclusivos e produzidos à mão, variam, entre outros, de acessórios decorativos para casa e arranjos de flores a forração de sapatos e carteiras, sendo procurados por nacionais e estrangeiros apreciadores de arte e produtos locais. Obrigada a pensar fora da caixa no desenvolvimento dos trabalhos e formas de os executar efectivamente, a Malikarte viu na pandemia um momento bastante desafiador, que a levou a recriar os processos de trabalho. Neste momento apresenta-se somente em plataformas online, mas para um futuro próximo pretende ter disponível também um espaço físico e assim melhor satisfazer os seus clientes, crescer profissionalmente e difundir de forma mais abrangente a sua marca e os seus serviços.
Os produtos da Malikarte são exclusivos e produzidos à mão, variando de acessórios decorativos para casa e arranjos de flores a forração de sapatos e carteiras.
Malikarte is a legally registered Mozambican fashion and interior design company operating in the local market for approximately five years now. Teresa Viana Timba, the owner, is a 31-year-old cultural manager, dreamer and creative born in Nampula province. She is the mother of two girls, Malika and Malaika, from whom the company derives its name. Her current team consists of three collaborators, herself, an accountant and a digital platform manager. The products on offer, exclusive and handmade, range from decorative accessories for the home to flower arrangements; they also provide services such as lin-
ing shoes and handbags, and are sought after by both domestic and foreign clients who love art and locally made products.
For Malikarte, the pandemic was as a very challenging time. Forced to think outside the box regarding product development and ways to improve job execution and delivery, it had to significantly recreate work processes. Currently, the company operates exclusively via online platforms, but plans to open a physical space in the near future, so as to better service its customers, grow professionally and better publicise the brand and services offered.
O Millennium bim patrocinou, no passado fim-de-semana, o torneio The Golf Cup Millennium bim CFAO, aberto às empresas e outras entidades em Moçambique, com o objectivo de promover a prática desportiva. O evento ficou marcado por uma forte participação, tendo as inscrições esgotado no dia 30 de Novembro. No total foram inscritas 40 equipas – 80 jogadores –, de mais de 30 empresas e instituições de diferentes áreas. Realizado no Campo de Golfe da Polana, o torneio teve os seguintes grandes vencedores: Millennium bim, em 1º lugar, Quiz, em 2º lugar, e Heineken, em 3º lugar. O balanço do The Golf Cup Millennium bim CFAO foi muito positivo, com os participantes a destacar a excelente organização.
Teve lugar, no passado dia 10 de Dezembro, na Quinta Beija-Flor em Maputo, o tão aguardado festival de verão We Love Summer, an Experience by SB Entertainment. A revista Xonguila falou com a organização para perceber como correu esta mais recente edição, aquela que foi a primeira pós-pandemia. É Luana Jane, Directora Geral do We Love Summer quem no-lo conta.
“Desde que trouxemos este festival para Moçambique que o nosso lema tem sido sempre procurar trazer algo inovador ao nosso mercado, seja a nível de artistas, produção, decorações ou outras formas de entretenimento. A fórmula de sucesso do festival alberga três principais ingredientes: persistência, trabalho de equipa e a construção de relações sólidas e duradouras com as marcas patrocinadoras que depositam confiança em nós. O We Love Summer é uma marca que continua a expandir-se e a crescer imenso dentro da África do Sul, e nós temos orgulho em ser os pilares dessa expansão em Moçambique.
A indústria dos eventos e entretenimento foi, sem dúvida, uma das mais abaladas pela pandemia. O nosso caso não foi diferente, pois ficámos quase dois anos sem poder realizar o festival, no entanto, tínhamos em mente que, assim que o país abrisse, produzíramos novamente uma experiência divertida. Assim que foi anunciado o fim das restrições e retomámos as actividades comerciais, começou o planeamento desta edição, já a apontar para o verão de 2022.
Continuamos com o compromisso de abrir e fechar o verão, com duas edições, que geralmente acontecem nos meses de Dezembro e Março. Nesta edição, contámos com a presença de dois DJs internacionais, Bruno Furlan e Volkoder, e novas activações de marca, e também transmitimos os jogos do campeonato do mundo de futebol no nosso ecrã da área de cinema ao ar livre. Tivemos a presença da Corona, do Millennium BIM e de novas marcas, que trouxeram um diferencial na decoração e em toda a experiên-
cia, como foi o caso da Bombay Sapphire, da Jägermeister, da Frozy, e da GoFuel, entre outros parceiros.
A selecção dos artistas é realizada de forma a manter-se o género original musical da We Love Summer internacional, a música electrónica. Claro que há sempre alguns ajustes e adaptações, para ir ao encontro das preferências do público local. Temos tido óptimas relações com DJs da África do Sul e do Brasil, sendo nossa intenção continuar a expandir para novos mercados no que toca à selecção dos artistas convidados. Temos já marcada a próxima edição, para o dia 4 de Março de 2023, onde poderão contar com a presença de novos DJs internacionais, que virão a Moçambique pela primeira vez, tal como novas áreas de lazer, novo design de palco e muita diversão.
Levar o festival para outras províncias sempre foi um sonho. Pretendemos continuar a crescer para que isto se torne numa realidade.
Mais uma Batalha
A colecção As Aventuras de Zua & Mwedzi nasce da vontade de desenvolver algumas temáticas mais sensíveis, com o objectivo de alertar e educar para uma consciência perfeitamente informada e orientada para a igualdade, desmistificando conceitos, crenças e/ou estereótipos. O aprender com a doença, neste caso com a malária, demonstra a importância do combate à mesma, numa história cheia de aventuras que realça a importância do uso da rede mosquiteira.
Mais uma Batalha (“One more Battle”)
As Aventuras de Zua & Mwedzi (‘One more Battle - The Adventures of Zua & Mwedzi’) is part of a storybook collection born out of the desire to elaborate on some more sensitive themes, wishing to raise awareness and educate through demystifying concepts, beliefs and/or stereotypes for a perfectly informed and equality-oriented consciousness. Learning from a disease – malaria, in this case – demonstrates the importance of combating it, in a story full of adventures that highlights the importance of using a mosquito net.
O título da obra alude à voz de um “velho solitário”, uma personagem apática que quis o destino de forma fugaz revelar-se! São retratadas memórias vagas individuais e personagens díspares que têm em comum eventos entrelaçados. O desenrolar da estória remete o leitor a uma melancolia com acontecimentos fascinantes.
The book’s title references the voice of a “lonely old man”, a dispirited character destined to a fleeting life. It portrays vague individual memories and disparate characters who are nevertheless connected through shared events. The story unfolds through a series of fascinating events that evoke a certain melancholy for the reader.
Na sequela de Pantera Negra, o povo de Wakanda encara o luto pela trágica morte do seu líder, o rei T’Challa, no decurso de uma grave doença. Enquanto o reino passa por um dos momentos mais vulneráveis de sempre, novas ameaças surgem, o governo norte-americano deseja explorar vibranium, o metal mais poderoso do mundo e que abunda em Wakanda. Essa parece ser, no entanto, a menor das preocupações, quando um antagonista ainda mais imponente surge: Namor, o líder do reino subaquático, uma temida figura que deseja acabar com toda a humanidade acima da superfície terrestre e espera que Wakanda o ajude, sob ameaça de se tornar o inimigo.
Esta segunda película da saga é mais um filme que compõe o universo cinematográfico da Marvel e, enquanto busca novos rumos para os personagens que já conhecemos, explora também o mistério de quem seria o novo protector de Wakanda, um dos momentos que os fãs mais ansiavam após a morte do actor que antes interpretava o super-herói. Suas duas horas e quarenta minutos de duração são repletas de acção, contando com um elenco de luxo, onde figuram Letitia Wright, Angela Bassett, Tenoch Huerta, Danai Gurira, Lupita Nyongo, Winston Duke, entre vários outros consagrados actores. Deixar marca na poderosa indústria de Hollywood não é fácil. O actor Chadwick Boseman, trabalhou para se destacar e conseguiu fazê-lo. O novo episódio da saga pode não chegar ao nível do filme anterior, no entanto, presta uma bonita e honrosa homenagem ao protagonista do primeiro filme, um promissor actor que partiu cedo de mais e que certamente deixa saudades.
Wakanda para Sempre são duas horas e quarenta minutos repletas de acção, contando com um elenco de luxo.
In this sequel to the Black Panther movie, the people of Wakanda mourn the tragic death of their leader, King T'Challa, from a serious illness. As the kingdom goes through one of its most vulnerable times ever, new threats arise. The US government wishes to exploit vibranium, the world’s most powerful metal and which happens to be abundant in Wakanda. However, that seems to be the least of their worries when an even more imposing antagonist emerges: Namor, the leader of the underwater kingdom, a feared figure who wishes to wipe out all humanity off the face of the earth and expects Wakanda to help him, otherwise threatening to become their enemy.
This second film in the saga is another offering from the Marvel cinematic universe and, while it seeks new directions for the characters we already know, it also explores the mystery of who the new protector of Wakanda will be, a much-awaited moment for fans after the death of the actor who previously played its superhero king. With a running time of two hours and forty minutes, the film is action-packed and features a top-notch cast that includes Letitia Wright, Angela Bassett, Tenoch Huerta, Danai Gurira, Lupita Nyong’o and Winston Duke, among several other renowned actors.
Leaving a mark in the powerful Hollywood industry is not easy. Actor Chadwick Boseman worked hard to stand out and he managed to do it. The new instalment of the saga may not reach the level of the previous film; however, it pays a beautiful and honourable tribute to the protagonist of the first film, a promising actor who left too soon and will certainly be missed.