Revista Xonguila Nº7

770261 666826 9

ISSN

0261-6661

Publicação mensal • Outubro 2018 • Edição nº7 • Ano 01 • 200 MZN • www.xonguila.co.mz

LICÍNIO

AZEVEDO

O distinto cineasta moçambicano The distinguished Mozambican filmmaker 1 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

SELMA UAMUSSE

A voz que chegou para nos conquistar The voice that came to conquer us

SHAAZIA ADAM

Uma referência da moda nacional A national fashion reference

JORGE COSTA

Rubrica - Relaxe

2 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Fotografia: Diamonds Mequfi Beach Resort

Rubrica - Relaxe

3 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Relaxe

Diamonds Mequfi Beach Resort

S

ituado perto do Parque Nacional das Quirimbas, no sul da península de Pemba, o Diamonds Mequf i Beach Resort é um luxuoso resort de 5 estrelas que se ergue sobre uma praia deserta de areia cor de âmbar, na deslumbrante Baía de Mequf i. Localiza-se a aproximadamente uma hora de carro do aeroporto de Pemba.

Dispõe de 10 suítes e 40 quartos deluxe, equipados com todo o conforto e com decora-

4 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

ção personalizada, apresentando detalhes em materiais locais que lhes dão um toque mais autêntico. Têm terraços privativos com chuveiros ao ar livre e proporcionando deslumbrantes vistas para o oceano.

A cozinha do Mequf i Beach Resort é capaz de satisfazer até os paladares mais exigentes. O restaurante "Assinatura" serve um maravilhoso buffet de pequeno-almoço, pratos internacionais e iguarias tradicionais à la carte. Já no "Sea You", que

Fotografia: Diamonds Mequfi Beach Resort

Rubrica - Relaxe

abre somente para o jantar, poderá apreciar um peixe de f rescura única.

Se preferir uma pizza ou um snack, o restaurante "Brisa do Mar" está aberto todos os dias até às 18 horas. No centro do hotel há uma piscina de água salgada, com espreguiçadeiras para relaxar, e um bar que permanece aberto até tarde, para que possa apreciar a magia das noites af ricanas e degustar deliciosos cocktails.

E há mais para desf rutar.

O hotel tem um magníf i5 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

co SPA com tratamentos à base de produtos naturais, e oferece diversas actividades, tais como kitesurf, paddle board, mergulho, excursões de catamarã, observação de baleias e visitas às aldeias vizinhas de Mequf i e vila de Pemba.

Com uma atmosfera única, o Diamonds Mequf i Beach Resort é um refúgio perfeito para relaxar em grande estilo e descobrir uma beleza quase intocada do magníf ico país que é Moçambique.

Rubrica - Relaxe

6 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Fotografia: Diamonds Mequfi Beach Resort

Rubrica - Relaxe

7 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Relaxe

Diamonds Mequfi Beach Resort

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ituated near the Quirimbas National Park in the south of the Pemba peninsula, the Diamonds Mequf i Beach Resort is a luxurious 5 - star resort that towers over a deserted, golden sandy beach on the beautiful Bay of Mecúf i. It is approximately an hour's drive f rom Pemba Airport.

It has 10 suits and 40 deluxe rooms, equipped with every comfort and with personal8 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

ized decoration, presenting details in local materials giving that authentic touch.

Each equipped with private terraces with outdoor showers and incredible views of the ocean.

The kitchen at Mequf i Beach Resort can satisfy even the most demanding palates.

The restaurant "Assinatura" serves a scrumptious breakfast buffet, international dishes and traditional à la

Fotografia: Diamonds Mequfi Beach Resort

Rubrica - Relaxe

carte delicacies. Alternatively “Sea You ", only opens for dinner, where you can enjoy a f ish of unique f reshness. If you prefer a pizza or a snack, the restaurant "Brisa do Mar" is open every day until 6pm. In the center of the hotel there is a saltwater pool with sun loungers for relaxing, and a bar that stays open until late so you can enjoy the magic of Af rican nights and sip delicious cocktails.

And there's more to enjoy.

The hotel has a magnif i-

9 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

cent spa with treatments based on natural products, and offers various activities such as kitesurf ing, paddle board, diving, catamaran excursions, whale watching and visits to nearby Mequf i and Pemba villages.

With a unique atmosphere, the Diamonds Mequf i Beach Resort is a perfect getaway to relax in style and discover an almost untouched beauty of the magnif icent country that is Mozambique.

SUMÁRIO

14

MOMENTOS FASHION / FASHION MOMENTS

56

PALADARES À SOLTA / PALATES ON THE LOOSE

66

Shaazia Adam e o seu futuro promissor no mundo da moda Shaazia Adam and her promising future in the fashion world

SONS DA ALMA / SOUNDS OF THE SOUL Saiba o que levou a cantora Selma Uamusse a lançar o seu primeiro álbum a solo, "MATI" Learn what led singer Selma Uamusse to release her first solo album, "MATI"

Silk, um bar premium exclusivo Silk, an exclusive premium bar

À CONVERSA COM/ TALKING WITH O presidente do Grupo Visabeira revela alguns dos projectos para Moçambique The president of Grupo Visabeira reveals some of the projects for Mozambique

48

72

VIGIAS DO TEMPO / TIME WATCHERS A Igreja da Polana, um marco arquitectónico Polana Church, an architectural landmark

FICHA TÉCNICA Propriedade: Veludo & Mentol, Sociedade Unipessoal Lda • Administração: Nuno Soares, Omar Diogo, Mariano Silva • Director: Nuno Soares • Colunistas: Malaika Ribeiro, Ana Gomes Pinto, Tininha, Hussein Hassan • Capa: Mariano Silva (Fotografia), Nuno Azevedo (Ilustração) • Fotografia: Mariano Silva, Bruno Santos, Mário Cumbana, João Costa (Funcho), White Pearl, Diamonds Mequfi Beach Resort • Revisão linguística (Português): Fátima Ribeiro • Tradução (Inglês): Filipa Carreira, José Francisco Semedo • Paginação: Omar Diogo • Ilustração: Ana Gomes Pinto • Marketing: Omar Diogo, Nuno Soares, Ana Piedade, Nuno Lopes • Digital - Jorge Oliveira • Departamento Comercial: +258 849 286 627, geral@xonguila.co.mz • Registo de Propriedade Industrial: 35065/2017 - 35066/2017 (15/01/2018) • ISSN - 0261 - 661 • Registo:02/Gabinfo-dec/2018 Os artigos com assinatura reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista.

Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, requer a autorização expressa da empresa titular da revista.

10 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Sumário

YOUR'RE INVITED

Está em negócios ou férias na capital?

Apresentamos-lhe o Montebelo Girassol Hotel Are you in the capital on business or vacation?

We present to you the Montebelo Girassol Hotel

90

26

DRINKS AND SHOTS Fique a conhecer a sugestão do bartender Ivan Costa Lopes Get to know bartender Ivan Costa Lopes suggestion

34

2

RELAXE / RELAX Diamonds Mequfi Beach Resort, uma estância capaz de satisfazer até os clientes mais exigentes Diamonds Mequfi Beach Resort, a resort that can satisfy even the most demanding customers

ARTE DAQUI / ART FROM HERE Conheça a opinião do prestigiado cineasta Licínio Azevedo sobre o actual panorâma do cinema nacional Know the opinion of the prestigious filmmaker Licínio Azevedo on the current panorama of national cinema

BIOS Property: Veludo & Mentol, Sociedade Unipessoal Lda • Administration: Nuno Soares, Omar Diogo, Mariano Silva • Director: Nuno Soares • Columnists: Malaika Ribeiro, Ana Gomes Pinto, Tininha, Hussein Hassan • Cover: Mariano Silva (Photography), Nuno Azevedo (Illustration) • Photography: Mariano Silva, Bruno Santos, Mário Cumbana, João Costa (Funcho), White Pearl, Diamonds Mequfi Beach Resort • Copy Editing (Portuguese): Fátima Ribeiro • Translation (English): Filipa Carreira, José Francisco Semedo • Page make-up: Omar Diogo • Illustration: Ana Gomes Pinto • Marketing: Omar Diogo, Nuno Soares, Ana Piedade, Nuno Lopes • Digital - Jorge Oliveira • Commercial: Department: +258 849 286 627, geral@xonguila.co.mz • Property Registration Industry: 35065/2017 - 35066/2017 (15/01/2018) • ISSN - 0261 - 661 • Registo: 02/Gabinfo-dec/2018 The articles reflect the authors opinion, and not necessarily the magazine opinion.

All transcript or reproduction, partial or total, requires the authorization of the company that owns the magazine 11 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Editorial

Do Director / From the Director As mais cordiais saudações.

Dear readers

E

stamos aqui, mais uma vez, para proporcionar aos nossos leitores o prazer de conhecer produtos nacionais de qualidade, sabores da gastronomia moçambicana a apreciar, roteiros de sonho a descobrir e eventos a frequentar, e fazer com que se deixem levar por tudo o mais que seduz os nossos sentidos.

W

e are here, once again, to delight you in the pleasure of quality national products and flavors of Mozambican gastronomy to appreciate , dream scripts to discover and events to attend , and to let you be seduced by all your senses.

A edição número 7 da nossa revista vem recheada de histórias inspiradoras de pessoas que trilham o caminho do sucesso. Prestigiamos aqui as personalidades que se destacam no país e que fazem de Moçambique uma referência internacional no que diz respeito ao turismo e à cultura. Desta vez, o cineasta Licínio Azevedo dá a sua opinião sobre o panorama do cinema nacional para a rubrica “Arte Daqui”, e a cantora Selma Uamusse fala-nos de si e do seu novo álbum, “Mati”.

Já Jorge Costa, Presidente do grupo Visabeira Moçambique, revela alguns dos projectos da cadeia de hotéis Montebelo para o nosso país.

The 7th edition of our magazine is f illed with inspiring stories of people who walk the path of success. Prestigious personalities who stand out in the country and who make Mozambique an international of tourism and culture. In this issue the f ilmmaker Licínio Azevedo talks about the national cinema panorama on our "Arte Daqui" segment, and the singer Selma Uamusse gives us a sneak peak into her life and new album, " Mati". In addition, Jorge Costa, the group Visabeira Mozambique’ president, reveals some of the Montebelo hotels chain projects for our country.

Esta publicação foi cuidadosamente preparada para ficar marcada na sua memória. Explore-a, leia-a e viaje por todas as suas matérias, deliciosas, feitas totalmente a pensar em si.

This publication has been carefully prepared to be marked in your memory. Explore it, savour it and travel through all the stories, made solely with you in mind.

Sinta o prazer de ser Xonguila.

Feel the pleasure of being Xonguila.

Nuno Soares Com o apoio:

Director

12 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

REGISTE-SE

E HABILITE-SE A PRÉMIOS* FÁCIL, RÁPIDO E MAHALA

13 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

www.wenadata.co.mz

SELMA UAMUSSE

Fotografia: Bruno Santos

Rubrica - Sons da Alma

16 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Sons da Alma

SELMA UAMUSSE Nasceste em Moçambique, cresceste em Portugal, mas sempre que podes regressas ao país que te viu nascer. Quais são as maiores recordações da tua infância?

O que mais recordo são as reuniões familiares. A minha família é muito grande, e o meu avô fazia questão de nos juntar todos. Eram ocasiões muito especiais. Comíamos, dançávamos e cantávamos.

Lembro-me também de comer areia vermelha com os meus primos nas barreiras de Maputo, assim como de ver os vídeos do Michael Jackson, principalmente o Thriller.

Dedicas-te à música há quase 20 anos. Como avalias a tua trajectória? É uma trajectória sinuosa, como muitas outras, não muito fácil. Comecei a cantar aos 17 anos, mas só decidi que iria ser cantora aos 28. Fiz muita coisa durante esses 11 anos, como, por exemplo, estudar engenharia. Essa é a minha formação.

Comecei por cantar gospel, depois fui convidada a fazer parte de uma banda de rock que estava a fazer muito sucesso em França, o que me fez andar em digressão por vários países. Fui convidada para fazer algumas coisas dentro do género indie.

Estudei jazz, estive numa banda deste género e noutras de soul, funk, afro beat. Como não tinha nenhum compromisso e gostava de cantar, dançar e divertir-me, fui participando em inúmeros projectos. Até que cheguei a um ponto em que constatei que este seria o caminho a seguir, e passei a ser um pouco mais criteriosa. De uma maneira mais sucinta, o meu percurso é essencialmente pontuado por uma grande diversidade musical. Sou flexível, não tenho barreiras. Tenho trabalhado para ter várias vozes, e gosto bastante deste artifício de quebrar barreiras identitárias.

A componente rítmica da música africana é uma das tuas referências. É este o ritmo que comanda as tuas composições quando escreves?

Como descreves o teu estilo musical?

O meu estilo musical é Selma Uamusse. Penso que não existe uma descrição. Não inventei a pólvora, mas também sei que trago toda esta bagagem e tento compilar aqui uma maneira mais ou menos verdadeira de como é a minha moçambicanidade. Tento trazer na minha música os instrumentos tradicionais moçambicanos, a timbila, o xitende e outros, mas, para além disso, procuro representar tudo aquilo que acho ser rico na música tradicional moçambicana, a polifonia e polirritmia. Tento entender a linda fonética das nossas línguas, como, por exemplo, o chagana e 17 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

o chope, e passá-la para música, sem qualquer medo de a explorar. Muitas vezes as pessoas não percebem o que canto, mas sentem, o que é a parte bela da música, uma linguagem universal.

Tento, no entanto, fazer um trabalho de comunicação activa para que as pessoas possam perceber as mensagens da minha música.

Tens feito shows por Moçambique? Qual a tua opinião sobre o público no nosso país?

Só dei um concerto em nome individual em Moçambique, embora já tenha participado noutros de outros artistas. Confesso que inicialmente tive um pouco de receio, mas fiquei muito surpreendida pela maneira superpositiva como fui recebida, sem quaisquer preconceitos. Caminhamos para uma sociedade aberta, em que as pessoas querem ouvir sem julgar. As pessoas ouviram com muita atenção, o que foi algo que me deixou muito satisfeita. O público moçambicano é muito exigente, mas penso que a experiência foi extremamente positiva.

Fazes parte dos Wraygunn e estiveste envolvida com outras bandas musicais de renome. Qual destas foi a experiência que mais te marcou?

Os Wraygunn foram fundamentais para a minha experiência em palco. Ensinaram-me muito. Eram uma banda de rock superfrenética, que passou por um momento de muito sucesso e muita exposição, numa fase em que eu era muito menina.

Acredito que moldaram bastante a maneira como enfrento o palco e o público. A atitude do rock and roll é fearless! Fiz mais colaborações recentemente, e uma das mais desafiantes tem sido cantar com o Rodrigo Leão, porque, ao contrário de outras participações em que estou totalmente à vontade para saltar e dançar, a música dele é muito delicada, e a voz acaba por funcionar como qualquer instrumento. Tem um espaço, uma contenção e uma abertura muito própria. Apesar de me sentir bastante honrada em fazer concertos com ele, é simultaneamente uma grande responsabilidade. No início, sentia-me como um elefante numa loja de porcelanas, tinha que ter muito cuidado para me poder mover. Não é uma música feita para o cantor; o cantor é um instrumento que materializa uma história. É uma maneira diferente de ver a música. Tem sido uma experiência incrível, cantei com ele temas em inglês, depois temas em português que ainda vinham do grupo Madredeus. Gravámos um disco em latim com a orquestra da Gulbenkian, cantamos também em russo... Tem sido desafio atrás de desafio.

Rubrica - Sons da Alma

Lançaste recentemente o teu primeiro álbum a solo, o “Mati” (Água). O que podemos esperar deste trabalho?

O “Mati” é um trabalho que tem muito pouco de romantismo. Eu não canto sobre o amor romântico, mas sim sobre o amor universal. É um disco que começa com uma mensagem muito espiritual de gratidão e contemplação, mas que depois fala de questões como a união e a alegria, o contestar as coisas à volta que não estão bem. É dedicado a Deus, num sentido muito lato de sermos gratos uns aos outros e de termos o dom da vida, pelo facto de sermos agentes transformadores da sociedade, pela nossa maneira de ser, pela nossa postura, por não baixarmos os braços, como não termos medo de amar e de nos desiludirmos. E um disco contemplativo, por um lado, e, por outro, muito ‘celebratório’.

Tem temas muito calmos e outros muito dançáveis, uma mistura de dois universos que para mim são muito importantes, o estar recolhido numa pose de meditação e celebrar ao mesmo tempo. Tem também os tons

18 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

de Moçambique, os polirritmos, a electrónica e alguma frescura que é um pouco a música moderna, sempre também com uma pontinha de gospel que sempre me acompanha.

Tens músicas em português, inglês, changana e outras línguas. Existe um desejo de que a tua música extravase o maior número de fronteiras possíveis? Podemos considerá-lo uma procura de internacionalização do teu trabalho?

Claro. No caso de Selma Uamusse, a música foi sempre feita com o sentido “spread the word to the world”. Trabalho com uma agência que sempre me ajudou a fazer este rasgar de f ronteiras. Tenho gosto em ser uma das pessoas que faz música e é moçambicana, e que divulga e mostra o que é feito por todos os moçambicanos. Temos trabalhado sempre no sentido de internacionalizar a minha música, não por vaidade, mas por teimosia em divulgar os produtos, os costumes, as línguas, os instrumentos e a cultura de Moçambique.

Rubrica - Sons da Alma

Tens em mente parcerias futuras com cantores moçambicanos?

Sempre fiz coisas com cantores moçambicanos. Neste disco, tenho duas músicas que não são meus originais: “Baila Maria”, do Chico António, e, da Mingas, a “Ngono Utana Vuna”, que já referi anteriormente. Compus temas com o Milton Gulli e a Isabel Novella, de quem sou muito amiga. Tenho convidado sempre o Xénio para tocar comigo e compor para mim. Fiz também uma parceria com o Miguel Chabindza. Para o próximo disco tenho uma parceria feita com o Deltino Guerreiro. Ele escreveu-me uma letra e música.

Estão sempre na mesa as parcerias com músicos moçambicanos.

Qual o maior amor da tua vida?

Tenho duas filhas. Elas são o grande amor da minha vida, a minha fonte de inspiração, a principal razão por me ter tornado cantora. A Alice fez com que eu decidisse ser cantora, e a tempo inteiro, e a Ema é a razão por eu ter avançado com o meu projecto a solo.

(...) procuro representar tudo aquilo que acho ser rico na música tradicional moçambicana.

19 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Fotografia: Bruno Santos

Existe alguma música em particular que reflicta a forma de como vês o mundo?

Sim. O primeiro single deste disco não é uma música original minha, “Ngono Utana Vuna”, do Eduardo Durão, um compositor e timbileiro moçambicano. Eu aprendi a tocá-la com timbila, e o seu significado é muito interessante. Diz que está a chover, vamos semear, e, depois da chuva, vamos todos juntos colher o f ruto daquilo que plantámos.

Eu vejo a vida assim, não estamos isolados, não somos seres independentes uns dos outros. É na nossa interdependência que está o ganho. Tudo aquilo que tenho feito no meu percurso tem sido realizado em parceria com outras pessoas. Vejo o mundo como um lugar melhor assim, em união. Cada um de nós tem a sua machamba, mas se formos todos juntos semear e depois colher, colhemos muito mais. Penso que simbolicamente é a canção que reflecte melhor a mensagem que eu desejo transmitir. Há outras, como, por exemplo, “Mati”, uma música de contemplação.

Rubrica - Sons da Alma

You were born in Mozambique, you grew up in Portugal, but whenever you can return to the country that saw you born. What are the greatest memories of your childhood?

What I remember most are family gatherings. My family is very big, and my grandfather made sure to bring us all together. These were very special occasions. We ate, danced and sang. I also remember eating red sand with my cousins in the Maputo “barreiras”, as well as watching Michael Jackson videoclips, especially “Thriller”.

You've devoted yourself to music for almost 20 years. How do you evaluate your trajectory?

It is a sinuous trajectory, like many others, not very easy. I started singing at 17, but only at 28 did I decide to be a singer. I did a lot during these 11 years, for example, I studied engineering. I started singing gospel, then I was invited to be part of in a rock band that was successful in France, which made me go on tour to several countries. I was invited to do some things in the indie genre. I studied jazz and was in a band, in others in varied genres like soul, funk and afro beat. Since I had no commitment and liked to sing, dance and enjoy myself, so I participated in numerous projects. Until I got to the point where I realized that this would be the way forward, and I became a little more critical. In a more succinct way, my course is essentially punctuated by a great musical diversity. I am flexible and have no barriers. I have worked to have multiple voices, and quite like this artifice of breaking identity barriers.

The rhythmic component of African music is one of your references. Is this the rhythm that drives your compositions when you write? How do you describe your musical style?

My musical style is Selma Uamusse. I don’t think there is a description for it. I did not invent the wheel, but I also know that I carry all this baggage and try to create my unique identity, my “Mozambicanity”. I try to bring to my music the traditional Mozambican instruments, timbila, xitende and others and in addition, I try to represent everything I think is rich in traditional Mozambican music, polyphony and polyrhythms. I try to understand the beautiful phonetics of our languages, for example, chagana and chope, without any fear of exploring. Often people do not understand what I sing, but feel it, which is the beautiful universal language of music. I try, however, to do a work of active communication so that people can understand the messages of my music.

Have you been doing shows in Mozambique? What is your opinion about the public in our country?

I only gave an individual concert in Mozambique, although I have already participated in other artists’ shows. I confess that initially I had a bit of fear, but I was very surprised by the support I received, without any prejudice. We are moving towards an open society, where people want to hear something without judgment. People listened attentively, which was something that made me very happy. The Mozambican public is very demanding, but I think the experience was extremely positive.

20 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Fotografia: Bruno Santos

Rubrica - Sons da Alma

21 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

22 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Sons da Alma

Fotografia: Bruno Santos

You are part of Wraygunn and you have been part of other musical bands of renown. Which of these experiences marked you the most?

The Wraygunn were fundamental to my experience on stage. They taught me a lot. They were a super f renetic rock band that went through a time of great success and a lot of exposure, at a time when I was very young.

I think they shaped the way I deal with the stage and the audience. The attitude of rock and roll is fearless! I've done more collaborations recently, but the most challenging thing has been singing with Rodrigo Leão because, unlike other appearances where I'm totally free to jump and dance, his music is very delicate, and the voice works as any instrument. It has a space, a containment and a unique openness. Although I feel quite honoured to give concerts with him, it is also a great responsibility. At first, I felt like a bull in a china shop, I had to be very conscientious. It is not a song made for the singer; the singer is an instrument that materializes a story. It's a different way of experience music.

It has been an incredible experience, I sang with him in English, then some songs in Portuguese that still came from the Madredeus group. We recorded a record in Latin with the Gulbenkian orchestra, we also sand in in Russian ... It has been a challenge after the other.

You recently released your first solo album, "Mati" (Água). What can we expect f rom this work?

"Mati" is a work with very little romanticism.

I do not sing about romantic love, but about universal love. It is an album that begins with a very spiritual message of gratitude and contemplation, but then it talks about issues such as unity and joy, the challenge of things around that are not well. It is dedicated to God in a very broad sense of being grateful to each other and to have the gift of life, the fact that we are a society transforming agents, by our way of being, by our posture, not to give up, as we should not be afraid to love and be disappointed. It is a contemplative work, on the one hand, and on the other it is very 'celebratory'. It has very calm and very danceable themes, a mixture of two universes that are very important to me, being gathered in a pose of meditation and celebrating at the same time. It also has shades of Mozambique, the poly-rhythms, electronics and some f reshness of modern music, always with a tinge of gospel that always accompanies me.

You have songs in Portuguese, English, Changana and other languages. Is there a 23 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

desire for your music to go as far as possible? Can we consider it a search for internationalization of your work?

Of course. In the case of Selma Uamusse, the song was always done with the intention to "spread the word to the world". I work with an agency that has always helped me make this internationalization. I'm happy to be one of the people who makes music and is Mozambican, who showcases what is done by all Mozambicans. We have always worked to internationalize my music, not for vanity, but for stubbornness in divulging the products, customs, languages, instruments and culture of Mozambique.

Is there any particular song that reflicts how you see the world?

Yes, the first single f rom this album is not my original song, " Ngono Utana Vuna", is Eduardo Durão’s, a composer and Mozambican timbileiro. I learned to play it with timbila , and its meaning is very interesting. It says it is raining, lets sow, and after the rain, we all get together reap the f ruit of what we planted. I see life like this, we are not isolated, we are not independent of each other. It is in our interdependence that is the gain. Everything I have done in my journey has been done in partnership with other people. I see the world as a better place, in union. Each one of us has his field, but if we all go together to sow and then reap, we reap much more. I think that symbolically is the song that best reflects the message I want to convey. There are others, such as, for example, "Mati" a song of contemplation.

Do you have any future partnerships with singers Mozambicans in mind?

I have always done collaborations with Mozambican singers. On this record, I have two songs that are not originally mine, "Baila Maria" by Chico Antonio, and Mingas’ the "Ngono Utana Vuna " that I mentioned earlier. I composed themes with Milton Gulli and Isabel la l Nine, who I am very fond of. I have always invited Xénio to play with me and compose for me. I also made a partnership with Miguel Chabindza. For the next album I have a partnership with Deltino Guerreiro.

And he wrote me a song and the lyrics. Partnerships with Mozambican musicians are always on the table.

What is the greatest love of your life?

I have two daughters. And they are the great love of my life, my source of inspiration, the main reason why I have become a singer.

Alice made me decide to become a full-time singer and Ema is the reason I went ahead with my solo project.

Rubrica - You’re Invited

O

Montebelo Girassol Maputo é um simpático hotel vanguardista, localizado no centro da cidade de Maputo. Aloja as suas facilidades um emblemático edif ício de forma circular, com uma espectacular varanda panorâmica sobre a baía da capital.

As graciosas suítes e óptimos quartos garantem o máximo conforto e comodidade, es-

tando totalmente equipados e decorados com um requintado design europeu. O hotel foi recentemente alvo de uma remodelação profunda, com forte aposta no luxo e design que veio reforçar ainda mais a excelência do seu serviço, bem-estar e enquadramento paisagístico.

O restaurante tem um menu

Fotografia: Mariano Silva

MONTEBELO GIRASSOL MAPUTO HOTEL

26 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7 Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - You’re Invited

Fotografia: Mariano Silva

variado, com deliciosos pratos da gastronomia típica moçambicana e internacional, assim como um excelente serviço de bar. A propriedade dispõe ainda de uma piscina, ginásio e um centro de negócios, f icando somente a 6 km do aeroporto internacional de Mavalane.

Recomendado pela excelente relação qualidade-preço, o Montebelo Girassol Maputo é um hotel ideal para viagens de negócios ou férias, sendo hoje uma incontornável referência da hotelaria moçambicana.

27 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Mais moderno e com novas áreas de lazer

Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - You’re Invited

28 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - You’re Invited

MONTEBELO GIRASSOL MAPUTO HOTEL 29 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - You’re Invited

MONTEBELO GIRASSOL MAPUTO HOTEL

M

Fotografia: Mariano Silva

ontebelo Girassol Maputo Hotel is a nice contemporary hotel, located in the center of Maputo. Its facilities located in an emblematic building of circular shape, with a spec-

30 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

tacular panoramic balcony over the Maputo bay.

The graceful suits and great rooms guarantee maximum comfort and convenience, fully equipped and decorated with an exquisite European

Rubrica - You’re Invited

design. The hotel has recently undergone major refurbishment, with strong focus on luxury and design that further reinforces the excellence of its service, ambiance and landscaping.

The restaurant has a varied menu, with delicious dishes of the typical Mozambican and international cuisines, as

31 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

well as an excellent bar service. The property also has a pool, gym and a business center, only 6 km f rom the Maputo International Airport.

Recommended for its excellent value for money proposition, the Montebelo Girassol Maputo Hotel, an indispensable reference of the Mozambican hotels, is ideal for business trips or vacations.

Rubrica - You’re Invited

O Chef sugere Bolo de mandioca

INGREDIENTES: • ½ kg de mandioca ralada • 7 gemas • ½ kg de açúcar • 120 g de manteiga • 200 ml de leite de coco • 200 ml água • 1 pitada de sal

Faça uma calda com a água e o açúcar e deixe ferver. Desligue o lume e adicione a manteiga. À parte, misture a mandioca ralada, o leite de coco, as gemas, o sal, e adicione a mistura à calda de açúcar.

Unte uma forma com manteiga, polvilhe-a com açúcar e deite nela a mistura.

Pré-aqueça o forno a 200° C e coloque nele a forma por 50 minutos, retirando-a quando o bolo apresentar com uma cor bem dourada. Deixe arrefecer ligeiramente e desenforme.

Chef’s suggestion Cassava Cake Make a syrup with water and sugar and bring to a boil. Turn off the heat and add the butter. Mix the grated cassava, coconut milk, egg yolks, the salt, and add the mixture to the sugar syrup. Grease a pan with butter, sprinkle with sugar and pour the mixture into it.

Preheat oven to 200 ° C, place the mixture in the baking tray and bake for 50 minutes, removing it when it is golden brown colour. Let it cool slightly and remove it from baking tray.

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INGREDIENTS: • • • • • • •

½ kg grated cassava 7 yolks ½ kg of sugar 120 g butter 200 ml of coconut milk 200 ml water 1 pinch of salt

Rubrica - Arte Daqui

33 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Arte Daqui

LICÍNIO AZEVEDO 9:00 horas, Café Estoril, Avenida Mao Tse Tung, Maputo. Primeiras impressões com o distinto realizador moçambicano Licínio Azevedo, quando já se encontra instalada a rotina do quotidiano da cidade. Em jeito de brincadeira, Licínio mostra-se disponível para um futuro encontro, e lança um possível horário: “Três ou quatro horas da manhã, serve p’ra você?” Apesar de viver há mais de quatro décadas em Moçambique, ainda não perdeu o sotaque que tanto caracteriza os originários do seu 34 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

país natal. Revela-nos que acorda sempre muito cedo para se debruçar sobre os textos e argumentos para os seus filmes e demais projectos, aproveitando a fresquidão do pensamento. Foi então uma conversa amena, mas muito breve, pois os afazeres e compromissos de Licínio mais não nos permitiram. Haveríamos de nos voltar a encontrar para a entrevista que tínhamos programado.

Licínio Azevedo, nascido no Brasil, con-

cluiu a sua formação universitária em jornalismo. Trabalhou nessa área naquele país durante a ditadura militar, que exercia uma censura bastante cerrada sobre os jornais e restantes meios de comunicação social. O grande público brasileiro não tinha informação sobre o desenvolvimento das guerras pela independência das então colónias portuguesas em África porque era expressamente proibido publicar sobre a matéria. Os jornalistas eram a classe privilegiada no que toca a informações externas, pois recebiam-nas das agências internacionais. Licínio era um profundo conhecedor da América Latina, pois já havia viajado por quase todos os países da zona, fazendo reportagens. Quando se deram as independências das colónias portuguesas, havia chegado a hora de conhecer o outro lado do Atlântico, aquele de que só tinha informações que lhe chegavam por telex.

O plano inicial era ir para Angola, porque ocorrera a invasão sul-africana e pretendia fazer reportagens sobre a crise emergente. Desconhecia o quão difícil era viajar para África naquela época.

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“Na América Latina era muito fácil, viajava-se apenas com o BI, não era necessário visto nem passaporte!” Viajou para Portugal, procurando concretizar o plano de seguir para Angola. No entanto, não o deixaram partir, e nem sequer existia embaixada do jovem país para tentar contornar a situação. Acabou por ir para a Guiné-Bissau, para dar formação a jornalistas nacionais, e por lá ficou durante um ano com essa função. Paralelamente, realizou entrevistas a personalidades que haviam participado na luta pela independência daquele país, e escreveu um livro de ficção baseado em histórias reais, que, posteriormente, foi publicado no Brasil. Foi esse livro que o trouxe até Moçambique. O cineasta moçambicano-brasileiro Rui Guerra, convidado a vir a Maputo para trabalhar no Instituto Nacional de Cinema e ajudar na implantação desta instituição, então recém-criada, conhecendo o livro, entendeu ser Licínio a pessoa indicada para o acompanhar no novo desafio. Na condição de jornalista e escritor, Licínio iria escrever histórias sobre a luta de libertação nacional para serem adaptadas ao cinema.

Fotografia: João Costa (Funcho)

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Chegou então o dia pelo qual tanto esperámos, o da desejada entrevista a um dos grandes nomes do cinema moçambicano. Quinze minutos antes da hora combinada, já estávamos em casa de Licínio, que logo nos surgiu por entre as árvores do jardim. Apressava-se a prender os seus cães, que andavam soltos por ali. “Bom dia, Licínio. Estávamos aqui a fazer tempo para ir ao seu encontro.” Recebemos do outro lado um bem animado “Bom dia!”, ao que acrescentou: “Então venham daí! Eu estou a fazer tempo desde as três da manhã, esperando por vocês!”

Decidimos ficar nos bancos do jardim nas traseiras de sua casa, que confessou ser um álbum de memórias vivas. Tem por hábito trazer uma planta dos locais onde realiza os seus filmes e documentários. Com especial orgulho mostrou-nos um embondeiro vindo de Tete, que já se apresenta como árvore majestosa, embora ainda muito jovem.

Iniciámos a conversa procurando saber como surgiu a paixão pela produção e realização. Foi um processo lento, no qual carregou consigo as opções e experiências que trazia do jornalismo e trabalho de repórter.

Acompanhava as equipas para fazer textos e guiões para os documentários mais elaborados ou projectos de ficção, como o “Tempo dos Leopardos”, a primeira longa-metragem de ficção realizada em Moçambique, numa co-produção com a Jugoslávia, país europeu extinto em 2003. Trabalhou no guião, baseado num livro seu produzido com Rui Guerra. Mais tarde, ingressou no recém-criado Instituto da Comunicação Social, instituição com muito peso na época que produzia informação para o meio rural: “Tínhamos cinema móvel e um programa diário de rádio, e surgiu também na altura a televisão experimental, onde era preciso criar um programa educativo, o Canal Zero, focado na educação nos meios rurais. Acabei por ficar responsável por esse programa, pois eu era o único que tinha experiência em cinema. Foi nesse processo que comecei também a fazer realização, porque era necessário que se produzisse um programa semanal para televisão. Fazíamos documentários e procurávamos, já na altura, uma abordagem diferente.

Chegámos a fazer filmes educativos mudos devido à diversidade de línguas faladas no país. Num processo que ligava a produção com o ensino, eu ensinava e aprendia, e foi assim que comecei a fazer filmes e me envolvi, e acabei passando para a produção independente.”

Ao longo dos mais de trinta anos decorridos desde a estreia do seu primeiro filme, Licínio assistiu à evolução da tecnologia ao serviço na cinematografia.

O que era impensável décadas atrás hoje já não o é, e actualmente pouca coisa há que seja impensável e não atingível por meio da tecnologia num breve período de tempo. Nos anos oitenta, tudo era diferente do que se vive presentemente: “Eu iniciei-me como realizador já na época do vídeo, só que na altura não era como com as câmaras actuais, em que o som é captado e registado na câmara. Tínhamos um gravador à parte, que pesava mais de vinte quilos.

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A câmara pesava quase o mesmo, e encontravam-se ligados por um cabo. Por vezes, o assistente que fazia o som seguia em direcção contrária ao da câmara, e o cabo partia-se. Recordo-me de uma situação dessas durante uma filmagem no interior da província de Tete, junto à fronteira com Malawi, em que ficámos uma semana parados até que chegasse um cabo novo de Maputo.”

No que respeita a logística, o cenário não era diferente. Vejam-se as dificuldades enfrentadas aquando da realização de um dos primeiros documentários independentes de Moçambique, co-realizado por João Costa (Funcho) e Camilo de Sousa, onde participou como guionista, decorriam os primeiros anos da década de oitenta: “Estávamos em Angola, durante a segunda invasão sul-africana. Dormíamos e protegíamo-nos em trincheiras com meio metro de profundidade, no deserto. Tínhamos de caminhar quilómetros para ir fazer as filmagens, com equipamento pesadíssimo às costas e sem água disponível. Enfim, hoje tudo é mais fácil.”

Fizemos então a pergunta inevitável: “De todos os filmes que realizou, qual considera o melhor, e porquê essa distinção?” A resposta foi pronta e decidida: “O melhor tem de ser sempre o último, senão não haverá o próximo!”, afirmou. Confessa que há obviamente uma relação afectiva com alguns filmes, seja pelo local onde foram filmados, seja pelas pessoas envolvidas, a situação em causa no momento da filmagem, enfim… Hierarquiza o conjunto da sua obra sequenciando os últimos trabalhos: “O melhor é o Comboio de Sal e Açúcar, depois o Virgem Margarida, e, antes deste, foi o Desobediência. Mas há filmes que me fazem lembrar coisas boas e com as quais tenho uma grande relação afectiva, como, por exemplo, A Árvore dos Antepassados, um dos primeiros filmes que fiz, com difusão internacional através da BBC, em mais de 80 canais de televisão.

Foi bonito porque era sobre a jornada, de quase dois meses, de uma família inteira vinda de um campo de refugiados do Malawi, no seu percurso de regresso à terra natal. É, portanto, o tipo de filmagens de que eu gosto para documentários.” Outro filme pelo qual nutre grande afecto é o que foi a sua primeira grande co-produção internacional, Marraquene, que retrata esta vila à noite, abandonada pelos moradores por causa dos ataques durante o período da guerra. Virgem Margarida, sua primeira ficção de co-produção internacional, é-lhe muito querido porque grande parte das filmagens foram realizadas no mato, em paisagens que já conhecia por ali ter feito documentários anteriormente.

No que toca aos actores intervenientes nos seus trabalhos, a escolha começa muito antes da realização: “Quando estou a escrever os guiões dos meus filmes, que são histórias minhas, já estou pensando nos actores.” O que escreve baseia-se em experiências e vivências que teve ou conheceu, ou, no caso dos documentários, está ligado à realidade exterior, sobretudo tratando aspectos sociais.

Fotografia: Mariano Silva

Fotografia: Mariano Silva

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LICÍNIO AZEVEDO 37 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

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Licínio, que traz regularmente os seus trabalhos a público, conta com mais de 30 filmes e documentários. Tem sempre vários projectos em andamento: “Neste momento tenho três roteiros de longas-metragens, em fases diversas: dois já finalizados, um por terminar, e vários projectos de documentários, para que um deles sirva para ganhar vida. Esse é o processo a seguir devido às dificuldades que temos, tanto a nível interno, onde não existe fundo algum para o cinema, como a nível internacional, onde se tem de participar em concursos e reunir produtores de diversos países. É sempre um processo complexo e demorado.”

Para além das muitas obras realizadas, o currículo de Licínio conta com mais de cem prémios internacionais. Nas suas palavras, a premiação em festivais de renome internacional tem especial relevância para a cinematografia nacional: “Os nossos filmes, os filmes africanos em geral, ficam muito restritos a festivais de cinema. Então os prémios são muito importantes, porque dão reconhecimento ao trabalho individual e fazem com que a cinematografia de um país fique conhecida. É importante que os prémios sejam de todos, e que todos façam bons filmes. Os poucos cineastas que temos devem participar em festivais e devem conquistar prémios porque isso traz reconhecimento ao país na área do cinema. Esse sucesso colectivo facilita os projectos individuais. O grande desafio é nunca fazer um filme pior do que os outros.”

O papel da Ébano Multimédia, a mais antiga produtora nacional, por onde passaram os grandes cineastas moçambicanos, tem sido preponderante na angariação de fundos para o cinema moçambicano, contando com mais de cem documentários de vários realizadores, e estando envolvida em várias produções internacionais: “É um nome que hoje continua a ser mantido pois, graças ao seu currículo, é fundamental para qualquer co-produção internacional. Sem a Ébano fica muito difícil participar em concursos internacionais”, diz.

Seria de esperar que Licínio, ao longo de tão extensa carreira, tropeçasse em algum episódio mais caricato ou incomum. Compartilhou connosco uma situação vivida após a realização da longa-metragem Desobediência.

Rodado em Manica, o filme versa sobre a história de uma mulher cujo marido se suicidou, segundo a família, por ela ser desobediente.

Tem uma particularidade muito especial, pois as pessoas que viveram os factos reais 38 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

foram quem representou as suas próprias histórias. O suicida tinha um irmão gémeo, e este protagonizou o papel dos dois. “São pessoas que nunca tinham visto um filme.

Que vivem numa zona isolada, no interior de Manica. Não sabiam o que era cinema e não tinham sequer acesso a televisão, apenas à rádio, quando havia pilhas. Aconteceu 15 anos atrás. Para a viúva, e para os seus cinco filhos, o dinheiro não valia nada, então a produção pagou-lhe o que ela pediu – um carro de bois, uma charrua e uma junta de bois –, e construiu-lhe uma casa longe da casa do marido, cujos familiares ela considerava inimigos. E o filme aconteceu. Meses depois, indo eu, em trabalho, a caminho do Zimbabwe, passei por lá para visitar a família e, de repente, dei-me conta de um grande alvoroço, porque ela estava reunindo os filhos, obrigando-os a tomar banho, vestindo-os com uma roupa bonita, vendendo tudo o que tinha para vir para Maputo comigo, pois achava que o pagamento que tinha recebido era o lobolo. Foi uma situação muito constrangedora. Acontecem destas coisas quando a realidade se confunde com a ficção.”

Relativamente ao contexto actual do panorama do cinema moçambicano, Licínio está convicto de que é necessário criar-se um fundo para a produção de filmes, e que grande parte desse fundo se deve destinar à realização de primeiras obras. Há muitos jovens cineastas que se estão formando nas escolas e em início de carreira, e que não têm acesso a quaisquer financiamentos para poderem mostrar o seu trabalho. Afirma que o caminho passa por os jovens criarem filmes curtos, de 7 a 8 minutos. Não será necessário terem a ambição de fazer uma longa-metragem: “Depois de mostrarem que têm as capacidades certas, fica mais fácil participarem em concursos no estrangeiro e conseguirem fundos para fazer os seus filmes. É necessário um fundo do Ministério da Cultura para esse efeito. Muitos países o fazem, senão as suas produções cinematográficas não existiriam.” Fruto da sua experiência de longos anos nesta área, aconselha os jovens cineastas a verem muitos e bons filmes, e também filmes maus, para que aprendam com os erros.

E foi com uma frase inspiradora de Licínio que concluímos a nossa entrevista: “Às vezes parece não haver saída. Deve-se então trabalhar com mais afinco para ultrapassar as barreiras e avançar até se conseguir o que se pretende alcançar.”

Fotografia: Mariano Silva

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39 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

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LICÍNIO AZEVEDO 9 am, Café Estoril, Mao Tse Tung Avenue, Maputo the city has already begun its daily routine. He playfully tells me he is available to meet and suggests a time: Is 3 or 4 am ok for you? Despite living in Mozambique for more than four decades, he has not lost his accent. Reveling that he always wakes up very early to look into the texts and scripts for his films and other projects, taking advantage of his fresh mind. It was then a pleasant conversation, but very brief , since Licínio's affairs and commitments did not allow us to continue. We would have to meet again for the interview we had scheduled.

Licínio Azevedo, born in Brazil, com40 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

pleted his university education in journalism. He worked in that sector in that country during the military dictatorship, that censored the newspapers and other media. The greater Brazilian public had no knowledge of the wars for independence of the then Portuguese colonies in Af rica because it was expressly forbidden to publish on the subject. Journalists were the privileged class when it comes to outside information, as they received it f rom international agencies. Licínio was an expert in Latin America, as had already been traveling through almost all the countries in the region, reporting on them.

When the independence of the Portuguese coloniescame about, the time

had come to know the other side of the Atlantic, of which he only had information that arrived by telex.

The initial plan was to go to the Angola because there was a South African invasion and he wanted to report on the emerging crisis. He did not know how difficult it was to travel to Africa at that time. Latin America was very easy travel you only needed an ID, a visa or passport were not necessary! He traveled to Portugal, to put his plan to go to Angola in motion. However, he was not allowed to leave, and there was not even the embassy for the young country to get around the situation. He ended up going to Guinea Bissau to train local journalists, and he stayed there 41 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

for a year in that job. At the same time, he conducted interviews with personalities who had participated in the struggle for the independence of that country, and wrote a book of fiction based on real stories, which was later published in Brazil. It was this book that brought him to Mozambique. The Mozambican-Brazilian filmmaker - Rui Guerra invited him to come to the Maputo to work at the National Institute of Cinema and help in the implementation of this institution, then newly created, knowing the book, he deemed Licínio to be the person indicated to take on the new challenge. As a journalist and writer, Licínio would write stories about the national liberation struggle to be adapted to the cinema.

Fotografia: João Costa (Funcho)

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We decided to stay in the garden benches in the back of the house, where Licínio confessed it to be an album of live memories. He usually brings a plant from the places where he makes his films and documentaries. With special pride he showed us a baobab from Tete, which already presents itself as majestic tree, while still very young.

We started the conversation trying to find out how the passion for film directing and production came about. It was a slow process, in which he carried with him the options and experiences he brought from journalism and the work as a reporter. He accompanied the teams to produce copy and scripts for more elaborate documentaries or fiction projects, such as " Time of the Leopards", the first fiction film made in Mozambique, co-produced with Yugoslavia, a European country extinct in 2003. He worked on the script, based on a book he wrote with Rui Guerra. Later, he joined the newly created Institute of Social Communication, an institution with great prestige at the time that produced information for the rural areas: “We had mobile cinema and a daily radio program, and there was also experimental television at the time, where it was necessary to create an educational program, the Zero Channel, focused on education in rural areas. I ended up being responsible for this program since I was the only one who had experience in cinema. It was in this process that I also began to produce, because it was necessary to produce a weekly television program. We made documentaries and 42 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

tried, at the time, a different approach.

We even did mute educational films due to the diversity of languages spoken in the country. In a process that linked production with teaching, I taught and learned, and that's how I started making films and got involved, and I ended up going into independent production.

During the more than thirty years that have elapsed since the debut of his first film, Licínio witnessed the evolution of cinematographic technology. What was unthinkable decades ago today no longer is, and currently there is little that is unthinkable and not attainable through technology in a short period of time. In the eighties, everything was different from now: I initiated myself as a director since the time of the video, just that the time was not as with the current cameras, where sound is picked up and recorded in the camera. We had a separate recorder that weighed more than twenty pounds. The camera weighed almost the same, and they were connected by a cable. Sometimes the assistant who had followed the sound in the direction opposite to the camera and the cable broke of. I remember such a situation during a shoot in the interior of the province of Tete, near the border with Malawi, where we stayed for a week until a new cable arrived f rom Maputo. Logistics was no different. If we look at the difficulties encountered when carrying out one of the first independent documentary Mozambique, co-performed by John Coast (Funcho) and Camilo de Sousa, as screenwriter, in the early eighties: We were in Angola during the second South African invasion. We slept and protected ourselves in the half a meter deep trenches in the wilderness. We had to walk kilometres to film, with very heavy equipment on our backs and with no wate. Anyway, today everything is easier.

So we made the inevitable question: Of all the films you have created, which do you consider the best, and why this distinction? The answer was ready and decided: The best has to always be the last, otherwise there will not be a next one! He said, confessing that there is obviously an emotional relationship

Fotografia: Mariano Silva

The day we had been waiting for so long had finally arrived, the day we would interview one of the great names of Mozambican cinema. Fifteen minutes before the appointed time, we had already we had already arrived at house of Licínio, who soon appeared from the garden the trees while trying to put his dogs away. We greated him “Good morning, Licínio. We were here to make time to meet you.” We received on the other side a very lively “Good day! He added: Then come on in! And I've been making time since three in the morning, waiting for you!”

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43 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

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with a few movies, the place where they were shot, by the people involved, the situation in question at the time of filming, so ... ranking his work sequentially from the latest: The best is " Salt and Sugar Train" , then the " Virgin Margarida" and before this was the "Disobedience". There are also movies that remind me of good things and with which I have a great affective relationship, such as, for example, "The Tree of Ancestors," which was one of the first movies I made with international diffusion through the BBC, in more than 80 TV channels. It was beautiful

44 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

because it was about the journey, of nearly two months, of an entire family coming f rom a Malawian refugee camp and their return journey to their homeland. It is the kind of footage I like for documentaries. Another film for which he has great affection is his first major international co-production, "Marraquene", which portrays this village at night, abandoned by residents because of the attacks during the war period.

"Virgin Margarida", his first fiction international co-production, it is also very dear, for much of the film was shot in the bush, in landscapes that knew from

Rubrica - Arte Daqui

previous documentaries he had done years before.

With regard to actors in his work, the casting starts at a very early stage: When I'm writing the scripts of my films, which are my stories, I'm thinking of the actors. The writing is based on experiences he lived of knows of, or in the case of documentaries, are you connected to external reality, especially dealing with social aspects.

Fotografia: João Costa (Funcho)

Licínio, who regularly brings his works to the public, has more than 30 films

and documentaries. He will always several projects in progress: At this moment I have three feature film scripts in various stages: two have been finalized, one is still in progress, and several projects for documentaries, so that one serves to come to life. This is the process to follow because of the difficulties we have, both internally, where there is no funding for cinema, and internationally, where we have to participate in competitions and bring together producers f rom different countries. It is always a complex and slow the process.

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Rubrica - Arte Daqui

In addition to the many works carried out, Licínio's curriculum has more than 100 international awards. In his words, the awards in internationally renowned festivals are especially relevant for national cinematography: our f ilms, Af rican f ilms in general, are very restricted to f ilm festivals. Then the awards are very important because they give recognition to individual work and make the cinematography of a country become known. It is important that the prizes are everyone's and that everyone makes good f ilms. The few f ilmmakers we have should attend festivals and win prizes because this brings recognition to the country in the f ilm industry. This collective success facilitates individual projects.

The big challenge is never to make a movie worse than the others. The role of Ébano Multimédia, the oldest national producer, where great Mozambican f ilmmakers passed through, has been instrumental in raising funds for the Mozambican cinema, with over a hundred documentaries f rom various makers, and being involved in several international productions: It is a name that today continues to be maintained because, thanks to its curriculum , is fundamental to any international co-production. Without Ébano it is very diff icult to participate in international competitions.

It would be expected that Licínio, during his long career, would stumble into some more caricature or unusual episode. He shared with us a situation he had experienced after completing his feature f ilm "Disobedience".

The f ilm, shot in Manica, deals with the story of a woman whose husband committed suicide, according to the family, because she was disobedient.

It has a very peculiar, because the people who lived the real facts represented their own stories. The suicide bomber had a twin brother, and this turned out to be his role. These are people who have never seen a movie before. They live in a secluded area, in the interior of Manica. They did not know what cinema was, and they did not even have access to television, 46 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

only to the radio, when there were batteries. It happened 15 years ago. To the widow, and their f ive children, the money was worthless, so the production paid her what she asked - a car of oxen, a plow and a pair of oxen -, and built her a house away f rom her husband's house, whose family she considered the enemy. And the movie happened. Months later, when I passed through on my way to work in Zimbabwe, to visit the family and suddenly realized a big commotion because she was bringing the children, forcing them to take a bath, wear a nice outf it, selling all she had to come to Maputo to me, because she thought the payment she had received was the dowry. It was a very embarrassing situation. These things happen when reality merges with f iction.

Regarding the current context of the Mozambican cinema panorama, Licínio believes that it is necessary to create a fund for f ilm production, and that much of that fund must be applied in to the realization of f irst works. There are many young f ilmmakers who are being trained in schools and early in their career, and who have no access to any funding to be able to show their work. He says the way forward is for young people to create short movies, 7-8 minutes.

It is not necessary to have ambition to make a feature f ilm: After showing they have the right skills, it becomes easier to take part in competitions abroad and get funds to make their f ilms. A fund of the Ministry of Culture is required for this purpose. Many countries do this otherwise their f ilm productions would not exist. Fruit of his long years of experience in this area, advises young f ilmmakers to watch many good f ilms and bad f ilms also, to learn f rom other’s mistakes.

And it was with an inspiring phrase f rom Licínio that we concluded our interview : Sometimes there seems to be no way out. Then we must work harder to overcome the barriers and advance to achieve what you want to achieve.

Rubrica - Arte Daqui

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Para mais informações: geral@xonguila.co.mz

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Rubrica - Fresh Air

VIGIAS DO TEMPO

IGREJA DE STO. ANTÓNIO DA POLANA

48 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - Fresh Air

49 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Fresh Air

Fotografia: Mariano Silva

50 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Fresh Air

VIGIAS DO TEMPO IGREJA DE STO. ANTÓNIO DA POLANA

A

Igreja de Santo António da Polana foi projectada pelo arquitecto Nuno Craveiro Lopes e construída em 1962. É um arrojado edif ício de arquitectura modernista, com a forma de flor invertida, ou, como vulgarmente se diz, de um espremedor de limão. O tecto suporta-se sem colunas, e a cúpula, envidraçada e de várias tonalidades, projecta, com a incidência da luz, magníf icos desenhos na estrutura de betão.

No enf iamento do portal f ica o altar-mor, que deixa visualizar um vitral com Santo António no sermão aos peixes. Lateralmente funcionam seis capelas, uma das quais de Santo António e as outras de São Salvador, Nossa Senhora de Fátima, São Francisco Xavier, e ainda da Sagrada Família e do Presépio, cada uma com o seu vitral. Há também uma pia baptismal. O espaço central tem capacidade para 600 pessoas sentadas, ou 900 em pé.

Pela excelente acústica que possui, a igreja já serviu de palco a espectáculos musicais onde actuaram, entre outros, as cantoras líricas moçambicanas Stella Mendonça e Sónia Mocumbi, o grupo coral Vocalis, do conservatório Musiarte, e o tenor português Carlos Guilherme.

Um edifício emblemático do estilo de arquitectura modernista

51 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Fotografia: Mário Cumbana

Rubrica - Fresh Air

52 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Fresh Air

53 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Fresh Air

VIGIAS DO TEMPO TIME WATCHERS

SAINT ANTÓNIO DA POLANA CHURCH

T

he Church of Santo António da Polana was designed by the architect Nuno Craveiro Lopes and built in 1962. It is a

bold modernist building with the shape of an inverted flower, or, as it is commonly known, a lemon squeezer. The ceiling is supported without columns, and the dome, boasting a kaleidoscope of various shades, penetrated by sunlight, give life to the magnif icent designs in the concrete structure.

The stained-glass window with Saint Anthony in the f ish sermon overlooks the main alter across f rom the main entrance. Laterally there are six stained glass chapels, one of which is Santo António and the other of São Salvador, Nossa Senhora de Fátima, São Francisco Xavier, the Sagrada Família and the Manger Scene.

There is also a baptismal font. The central space has capacity for 600 people sitting, or 900 standing.

Due to its excellent acoustics, the church has served as a stage for musical performances where, among others, the Mozambican lyric singers Stella Mendonça and Sónia Mocumbi , the Vocalis choral group , Musiarte Conservatory , and the Portuguese tenor Carlos Guilherme

54 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - Fresh Air

55 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Momentos Fashion

SHAAZIA ADAM 56 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - Momentos Fashion

57 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Momentos Fashion

S

haazia Adam é ainda jovem, mas a idade contradiz em muito a sua experiência acumulada no mundo da moda. Na verdade, o interesse pelo fashion world iniciou-se quando tinha apenas 12 anos. Passados quatro, lançava a sua própria marca, estreando-se pouco depois como debutante no Maputo Fashion Week (MFW), o evento de moda de maior destaque em Moçambique.

As suas colecções têm sido influenciadas por grandes referências que muito admira. A Alessander McQueen, por exemplo – onde teve a oportunidade de estagiar durante uma estada em Londres para estudos no mundo da moda –, inspira-a pelo detalhe que a marca imprime às suas peças. Também a influenciam as linhas elegantes e femininas de Elie Saab, assim como as da Chanel.

Assume abertamente que a sua carreira é como muitas outras, constituída por altos e baixos, encontrando-se presentemente numa fase recheada de bons momentos. De um modo geral, o percurso tem sido bom, pois tem atingido os objectivos a que se propõe. Entre eles, destaca a referida formação em moda em Londres, e a oportunidade de reactivar a sua marca após o regresso a Moçambique, associando-a a uma linha de pronto-a-vestir de alta-costura. As suas colecções seguem um ideal: criar peças para mulheres sofisticadas e elegantes que lhes permitam adaptar-se, quer à vida laboral, quer à social e familiar, revelando personalidades com bom gosto e confiança.

A colecção de 2009, Black on White, deixou-lhe especiais recordações por ter sido a primeira que apresentou no MFW como estilista estabelecida, ainda antes da sua formação. Nela se destacaram os apliques ornamentais executados por um artífice moçambicano. Recen-

58 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

SHAAZIA ADAM temente, no passado mês de Agosto, promoveu o lançamento da sua última colecção, Liberation, onde consolidou, com maturidade, o seu trabalho, f ruto de uma dedicação incansável de toda a sua equipa, lidando com tecidos excepcionais e magníficos detalhes. O que pretendeu traduzir foi a libertação da Mulher sujeita às convenções sociais do dia-a-dia, conceito plenamente absorvido pelo público presente na apresentação. A colecção foi ovacionada de pé, reconhecimento pelo qual Shaazia se sente profundamente honrada e agradecida. A próxima linha prosseguirá nesta via de libertação, procurando a plenitude através da fé.

Se gostaria de vestir alguma personalidade internacional, e qual seria, é assunto sobre o qual Shaazia ainda não se debruçou afincadamente. Talvez, como primeira hipótese, Beyoncé, por ser alguém que apela muito à arte em tudo o que a rodeia, o que lhe poderia proporcionar um alargar de horizontes sem precedentes. Pela presença, elegância e sofisticação, lança também o nome de Rania, rainha da Jordânia, que considera uma mulher que transmite confiança com tudo quanto veste.

Para Shaazia, a moda em Moçambique tem progredido com o passar dos anos, embora haja ainda muito por fazer. É preciso que se aposte em formações para jovens estilistas, para que esta indústria em expansão, que ainda não obteve o devido reconhecimento junto do público moçambicano, se possa desenvolver ainda mais.

O maior desejo que Shaazia quer ver concretizado é poder ver as suas roupas distribuídas a nível internacional. Esse tem sido sempre, mais do que um sonho, o objectivo que determina o caminho que tem vindo a trilhar.

Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - Momentos Fashion

59 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - Momentos Fashion

60 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Momentos Fashion

S

haazia Adam is still young, but the age contradicts her accumulated experience in the world of fashion.

In fact, her interest in the fashion world began when she was only 12 years old.

Four years later, she launched her own brand, premiering shortly after as a new comer in Maputo Fashion Week (MFW), the most prominent fashion event in Mozambique.

Her collections have been influenced by great references she admires. Alessander McQueen, for example - where she had the opportunity to train during a stay in London while studying fashion- , inspires her by the detail that the brand prints in its pieces. Elie Saab and Chanel’s elegant and feminine lines also inspire her.

She openly acknowledges that her career is like many others, consisting of ups and downs, and is now in a phase filled with good times. In general, the journey has been a good one, she has achieved the objectives she is pursuing. Among them, the aforementioned fashion training in London stands out, and the opportunity to reactivate her brand upon returning to Mozambique, associating it with a high-fashion ready-to-wear line.

Her collections follow a dream: to create pieces for sophisticated and elegant women, to enable them to adapt both to working, social, family life revealing personalities with taste and confidence.

The 2009 collection, Black on White, left her special memories being her first ever presented at MFW as an established stylist, even before her training. In it out the ornamental details produced by a Mozambican craftsman stood out. Recently,

61 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

last August, she promoted the launch of her latest collection, Liberation, where she consolidated her work with maturity, the result of her team’s tireless dedication, working with exceptional fabrics and wonderful details. What she intended to translate was the liberation of the Woman subject from the social conventions of the day to day, the concept fully absorbed by the public present in the shoe. The collection was complemented a recognition that has left her feeling deeply honoured and grateful. The next line goes on this path of freedom, seeking fulfilment through faith.

Would you like to dress some international personality, and who would it be, is a subject on which Shaaziaha is not a subject that she has given much thought. Perhaps, Beyonce, as she appeals to art in everything that surrounds her, which could also provide an unprecedented widening of her horizons.

Another option would be Rania, Queen of Jordan, her presence, elegance and sophistication also conveys confidence with everything she wears.

Shaazia believes fashion in Mozambique has progressed over the years, although much remains to be done. It is necessary to invest on training for young designers, so this booming industry, which has not yet received due recognition with the Mozambican public, can develop further.

Shaazia’s biggest wish is to see her clothes distributed internationally. That has always been more than a dream, the goal that determines the path that she has been treading.

Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - Momentos Fashion

62 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Momentos Fashion

SHAAZIA ADAM 63 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

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Posteriormente, a informação é disponibilizada na aplicação ou no website biscate.co.mz. Paralelamente, o Biscate permite às pessoas que procuram por determinados serviços, pesquisar, obter contactos, solicitar profissionais e depois avaliar os serviços prestados.

Actualmente, o Biscate tem mais de 60 mil trabalhadores registados, a nível nacional, e já foi usado por mais de 40 mil clientes.

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65 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Paladares à solta

66 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Fotografias: Mariano Silva

Rubrica - Paladares à solta

67 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - Paladares à solta

68 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Paladares à solta

O

Silk é um bar premium exclusivo, um espaço que foi criado para dar resposta às necessidades de um público mais sof isticado que procura ofertas selectivas fora do convencional.

Assim, sua atmosfera foi pensada ao detalhe, desde a apresentação dos pratos, ao mobiliário, moderno e elegante, passando por uma garrafeira de fazer inveja, tudo com o objectivo de superar as expectativas dos clientes mais exigentes.

No Silk poderá desf rutar não só de excelentes cocktails, como também de uma boa sintonia entre requinte e glamour, com música ao vivo e um atendimento de excelência. O sushi é um must try obrigatório.

Este bar em forma de VIP Club é uma forte proposta da Produções Conga para alargar o leque de ofertas de espaços de entretenimento na capital do país.

69 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Paladares à solta

T

he Silk is an exclusive premium bar, a space that has been created to meet the needs of a m o r e s o p h i s t i c a t e d a u d i e n c e s e e king unconventional experiences.

Thus, its atmosphere was thought to the detail, f rom the presentation of the dishes, to the furniture, modern and elegant, passing through a wine c e l l a r o f e n v y, e v e r y t h i n g w i t h t h e objective of surpassing the expectations of the most demanding clients.

In Silk you can enjoy not only excellent cocktail, but also the harmony between elegance and glamor, with live music and an excellent ser vice.

T h e s u s h i i s a m u s t t r y.

This bar in the form of a VIP Club is a s t r o n g p r o p o s a l o f Co n g a P r o d u c tions to widen the range of offers of enter tainment spaces in the country's capital.

70 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7 Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - Paladares à solta

71 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

DESTAQUE - À conversa com

72 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

DESTAQUE - À conversa com

Fotografia: Mariano Silva

JORGE COSTA

73 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

DESTAQUE - À conversa com

JORGE COSTA Como está posicionada a vossa marca a nível global? Quantas unidades hoteleiras têm no país?

A marca Montebelo posiciona-se em 4-5 estrelas, consoante as unidades. Em Moçambique temos unidades em Maputo (Indy e Girassol), Gorongosa, Songo, Nampula e Lichinga.

Em que segmento se inserem os hotéis da cadeia Montebelo? Quem são os clientes de hoje?

Os hotéis da cadeia Montebelo inserem-se num segmento médio-alto. Os clientes do Montebelo são executivos ou famílias, conforme se trate de clientes profissionais ou de lazer.

Nos últimos tempos, notou-se um considerável aumento da oferta e da qualidade no mercado nacional. O que vos distingue em relação aos outros grupos hoteleiros?

A restauração é claramente um forte factor distintivo dos nossos hotéis. Mas também a capaci-

74 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

dade de nos ajustarmos a necessidades específicas dos clientes é um elemento diferenciador.

Muita gente diz que há hotéis a mais na cidade de Maputo. Concorda?

Prefiro dizer que há turistas a menos. É indispensável que se criem condições para que mais turistas nos venham visitar e conhecer as belezas naturais do país. Temos que fazer pelo Turismo.

Sabemos que é grande a carência de mão-de-obra especializada. Como é que o Grupo Montebelo consegue assegurar a qualidade do seu staff em Moçambique? Tem algum centro de formação?

Fazemos acções de formação específicas e desenvolvemos treino on-the-job. Também deslocamos periodicamente pessoal para formação nos nossos hotéis em Portugal, em especial em Viseu.

DESTAQUE - À conversa com

Trabalham bastante em regime de outsourcing?

Não utilizamos o outsourging. O Grupo é polivalente e, do projecto à construção e gestão e manutenção, utilizamos as competências internas.

Fotografia: Grupo Motebelo

Apesar de todo o potencial turístico que temos em Moçambique, o sector ainda representa uma percentagem reduzida do PIB. Como poderá ela crescer?

Afirma-se que o Turismo é um objectivo nacional desde a nossa independência. Apesar dessa repetida afirmação, o turismo nunca foi assumido como um desígnio em prol do qual múltiplos sectores nacionais se tenham empenhado. Seria bom estudarmos o que fizeram, aqui perto, por exemplo, as Maurícias.

As dificuldades económicas e o cenário de crise que o país ainda atravessa assustam?

O que assusta é não se trabalhar afincadamente para o desenvolvimento nacional. A educação é o factor-chave para superar as dificuldades.

No que diz respeito a plataformas como o Tripadvisor e o E-booking, sente que ajudam a dinamizar a vossa actividade? Qual o papel real deste 75 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

tipo de ferramentas?

As plataformas são hoje instrumentos fundamentais para colocar as unidades no mercado internacional. Elas permitem apresentar, de modo eficaz, o produto aos clientes. As plataformas são um importante meio de interagir com os clientes.

Em sua opinião, que medidas deveriam ser tomadas por parte do governo para dinamizar o sector do turismo? O que falta para conseguirmos atrair mais turistas estrangeiros?

Desenvolver um programa integrado – Ministério do Interior, Ministério das Finanças, Ministério do Turismo, Ministério da Indústria e Comércio, Ministério das Obras Públicas e Ministério dos Transportes – que torne o produto Turismo em algo de absolutamente atractivo. Eventualmente, iniciar por pólos-piloto onde os turistas consigam ver superadas as suas expectativas e passem a palavra.

Que planos de expansão têm para Moçambique e quais são as expectativas do Grupo com a abertura de novas unidades?

Estamos a trabalhar em alguns projectos – a breve prazo abriremos um resort em Milibangala, na Reserva de Maputo.

DESTAQUE - À conversa com

JORGE COSTA How is your brand positioned globally? How many hotel units do you have in the country?

The Montebelo brand positions itself in 4-5 stars, depending on the units. In Mozambique we have units in Maputo (Indy and Girassol), Gorongosa, Songo, Nampula and Lichinga.

Which segment do Montebelo chain hotels fit into? Who are your customers currently?

Hotels in the Montebelo chain are located in a medium-high segment. Montebelo's clients are executives or families, in the form of professional or leisure clients.

In recent times, there has been a considerable increase in supply and quality in the domestic market. What distinguishes you from other hotel groups?

76 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

The restoration is clearly a strong distinguishing factor of our hotels. But also, the ability to adjust to the specific needs of customers is a differentiating element.

Many people say that there are more hotels in Maputo City. Do you agree?

I'd rather say we have fewer tourists. It is imperative that conditions are created for more tourists to come and visit the natural beauties of the country. We must create Tourism.

We know that there is a great shortage of skilled labour. How does the Montebelo Group ensure the quality of its staff in Mozambique? Do you have a training centre?

We do specif ic training and develop on-theJob training. We also periodically send staff

DESTAQUE - À conversa com

for training in our hotels in Portugal, especially in Viseu.

Do they work hard in outsourcing?

We did not use the outsourging. The Group is multipurpose and from design to construction, management, and maintenance, we use internal skills.

Despite all the tourism potential we have in Mozambique, the sector still represents a small percentage of GDP. How can it grow?

It is said that tourism is a national goal since our independence. Despite this repeated assertion, tourism has never been assumed as a design for which multiple national sectors have engaged. It would be good to study what has been done near here, for example, in the Mauritius.

Do the economic difficulties and the crisis scenario that the country still faces frighten you?

What is scary is not working hard for national development. Education is the key factor in overcoming difficulties.

In your opinion, what measures should be taken by the government to boost the tourism sector? What is missing so we can attract more foreign tourists?

Develop an integrated program - Ministry of the Interior, Ministry of Finance, Ministry of Tourism, Ministry of Industry and Trade, Ministry of Public Works and Ministry of Transport - to make tourism an attractive product.

Eventually, start by pilot poles where tourists can see their expectations exceeded and sread the word.

What expansion plans do you have for Mozambique and what are the Group's expectations with the opening of new units?

We are working on some projects - in the near future we will open a resort in Milibangala in the Maputo Reserve

Fotografia: Grupo Motebelo

With respect to platforms such as Tripadvisor

and E-booking, do you feel that they help to boost your activity? What is the real role of this type of tool?

The platforms are now fundamental instruments to place the units in the international market. They enable you to present, effectively, the product to customers. Platforms are an important means of interacting with customers.

77 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Fotografia: White Pearl

Rubrica - Areias de Sonho

PONTA MAMOLI

A

aproximadamente 170 km de Maputo e a 25 km da Áf rica do Sul, a Ponta Mamoli f ica localizada no extremo sul de Moçambique. Tem uma lindíssima linha costeira com águas cristalinas, areia dourada e uma f rondosa vegetação.

80 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

De clima tropical, rica vida marinha e espectaculares recifes de corais fazem com que este local ofereça inúmeras actividades, como a pesca, scuba diving, ocean safaris, observação de tartarugas a desovar, ou até mesmo passeios a cavalo

Rubrica - Areias de Sonho

por quilómetros de areia virgem.

Ao visitar a Ponta Mamoli, sugerimos que f ique acomodado no White Pearl Resort, garantindo que irá disf rutar de uma experiência única e inesquecível. Existem, no entanto, outras alternativas bastante interessantes nas vizinhas Ponta Malongane e Ponta Mamoli. Fique onde 81 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

f icar, não se esqueça de experimentar a saborosa gastronomia local feita à base de peixe e marisco f rescos.

Com a nova ponte para a Catembe e a recente estrada asfaltada, este paraíso f ica a menos de 2 horas de distância da capital moçambicana.

Aproveite e, quando estiver a caminho, visite também a Reserva Especial de Maputo.

Rubrica - Areias de Sonho

PONTA MAMOLI

Um paraíso somente a um passinho da capital 82 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Fotografia: White Pearl

Rubrica - Areias de Sonho

A

t approximately 170 km from Maputo and 25 km from South Africa, Ponta Mamoli is located in the far south of Mozambique. It has a beautiful coastline with crystal clear waters, golden sand and lush vegetation.

Tropical climate, rich marine life and spectacular coral reefs make it the perfect location for numerous leisure activities, such as fishing, scuba diving, ocean safaris, watching turtles laying eggs, or even horseback riding for miles of virgin sand.

When visiting Ponta Mamoli, we 83 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

suggest you stay at the White Pearl Resort, ensuring that you will enjoy a unique and unforgettable experience. However, there are other very interesting alternatives in the neighboring Ponts Malongane and Ponta Mamoli. Wherever you choose to stay, be sure to try the delicious local cuisine where the freshest fish and seafood is a staple.

With the new bridge to Catembe and recently paved road, this paradise is less than two hours away from the capital. Enjoy and don’t forget to visit the Maputo Special Reserve on your way there.

Fotografia: Mariano Silva

Rubrica - Investir no Turismo

84 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Investir no Turismo

Investir no turismo em Moçambique POR MALAIKA RIBEIRO, MXR - SERVIÇOS JURÍDICO-FISCAIS

O Regulamento das Agências de Viagem e Turismo

O

Regulamento das Agências de Viagem e Turismo, aprovado pelo Decreto nº 53/2015, de 31 de Dezembro, tem por objecto reger o licenciamento e funcionamento das agências de viagem e turismo e das actividades de profissionais de informação turística.

guro durante os 15 dias posteriores ao seu limite de validade.

Conteúdo Local

O exercício das actividades das AVT depende da prestação de caução, a favor da entidade licenciadora, no valor de 250.000,00 Mt, mediante depósito em dinheiro, título, seguro ou garantia bancária.

As Agências de Viagem e Turismo (doravante designadas por “AVT”) devem ser exploradas por cidadãos nacionais ou empresas de capitais maioritariamente detidos por cidadãos nacionais.

Com a entrada em vigor do Decreto 53/2015 foi dado o prazo de 6 meses para a regularização das AVT que não cumpriam com a norma supra, sob pena de proibição do exercício de actividade e encerramento do estabelecimento.

Actividades das AVT

Constituem actividades próprias das AVT, entre outras: (i) Organização e execução de viagens turísticas, (ii) Representação de AVT nacionais ou estrangeiras, (iii) Obtenção de passaportes e vistos, (iv) Aquisição e venda de bilhetes de passagem, reservas de lugar, expedição e transferência de bagagem que se relacione com esses bilhetes, (v) Reservas nos empreendimentos turísticos e de restauração e bebidas (vi) Reservar e vender bilhetes para quaisquer eventos públicos, (vii) Intermediação na celebração de contratos com empresas de rent-a-car, (viii) Prestar informações turísticas, difundir material de propaganda, fornecer ou distribuir guias turísticos.

Licenciamento

O licenciamento das AVT, incluindo qualquer autorização a elas inerente (e.g. ampliação, mudança de localização, encerramento), é aprovado pelo Ministro do Turismo.

A licença é válida por cinco anos, caducando nas seguintes circunstâncias: (i) Se não for iniciada a actividade por período igual ou superior a 90 dias, (ii) Se for interrompida a actividade por período igual ou superior a 90 dias, (iii) Se não for renovada a licença, caução ou se85 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Em todas as AVT é obrigatória a fixação, em local bem visível, do livro de reclamações.

Caução e Seguro de Responsabilidade Civil

O seguro destina-se a garantir a responsabilidade civil profissional e deve ser igual ou superior a 100.000,00 Mt. O seguro deve cobrir os danos patrimoniais e não patrimoniais causados a clientes e terceiros, bem como os gastos suplementares suportados pelos clientes em consequência da não prestação dos serviços acordados ou de prestação insuficiente ou defeituosa, e ser válido para todos os países visitados, nos casos de viagem turística ao estrangeiro.

Infracções e Penalidades

a) Multa de 150.000,00 Mt a 500.000,00 Mt, sem prejuízo de responsabilidade civil e criminal, a quem exerça a actividade de AVT sem estar devidamente licenciado; b) Suspensão da actividade das AVT quando (i) sejam praticados actos ofensivos à moral ou ordem pública ou (ii) seja cometida qualquer infracção prevista no Regulamento em análise, antes de decorridos 12 meses a contar da última reincidência; c) Encerramento e revogação da autorização para o exercício da actividade, quando haja prática de turismo sexual; d) Multa de 3.500,00 Mt a 10.000,00 Mt quando haja violação das demais normas do Regulamento das AVT *****Disclaimer A informação contida neste artigo não consubstancia um parecer jurídico-fiscal, tem um carácter meramente informativo e a sua aplicação prática não dispensa o aconselhamento jurídico-fiscal de advogado ou outro profissional devidamente qualificado. A MXR Serviços Jurídico-Fiscais, seus sócios e trabalhadores não poderão ser responsabilizados por qualquer procedimento adoptado com base na informação aqui exposta.

Rubrica - Investir no Turismo

Invest in tourist activity in Mozambique

BY MALAIKA RIBEIRO, MXR - TAX & LEGAL SERVICES

Regulation of Travel and Tourism Agencies

T

he Regulation of Travel and Tourism Agencies, as approved by Decree 53/2015, dated 31 December, has the objective to rule the licensing and functioning of the travel and tourism agencies and the activities of professionals of tourism information.

(iii) If the license, security deposit or insurance are not renewed within the 15 days following respective validity.

Local Content

Security Deposit and Civil Liability Insurance

Travel and Tourism Agencies (hereinafter referred as “TTA”) must be explored by national citizens or companies with majority of share capital held by national citizens.

For the rendering of its activities, TTA must provide for a security deposit, in the name of the licensing entity, amounting to MZN 250,000, through cash deposit, tittle, insurance or bank guarantee.

Decree 53/2015 provides for a six month deadline for the regularization of any TTA non complaint with the above rule, under penalty of prohibition to carry on its activities and closure of the business premises.

TTA’s Activities The following (amongst others) are specific activities of a TTA: (i) Organize and execute touristic travels, (ii) Represent national or foreign TTA, (iii) Obtain passports and visas, (iv) Purchase and sale of travel tickets, bookings, consignment and transfer of luggage related to the tickets, (v) Bookings at tourism resorts, including catering and drinking establishments, (vi) Book and sale of tickets for public events, (vii) Intermediation of celebration of agreement with rent-a-cars, (viii) Provide tourism information, circulate propaganda material, supply or distribute tour guides.

Licensing The licensing of TTA, including any inherent approval (e.g. expansion, change of place, closing), is approved by the Ministry of Tourism.

License is valid for five years and can expire in any of the below situations – (i) If the activity is not started within a period of 90 days or higher, (ii) If the activity is interrupted for a period of 90 days or higher, 86 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

All TTA must have, in a visible place, the complaint book.

Insurance is aimed to guarantee the civil and professional liability and must be equivalent to at least MZN 100,000. Insurance shall cover all damages to property or personal injuries caused to clients and third parties, as well as any additional expenses incurred by clients as a result of failure to provide the agreed services or insufficient or defective service and must be valid for all visited countries, in case of travelling overseas.

Infringements and Penalties a) Fine from MZN 150,000 to MZN 500,000, without prejudice of the civil and criminal liability, to any person or entity that renders the TTA activities without the required licenses; b) Suspension of the TTA’s activities whenever (i) they practice any acts against the moral or public order or (ii) they commit any infraction foreseen in this Regulation in the 12 months following the last reoccurrence; c) Closure of Business and revoke of operating license, in case of practice of sexual tourism; d) Fine from MZN 3,500 to MZN 10,000 in case of violation of any other rules of the TTA Regulation. ***** Disclaimer The information contained in this article does not constitute a legal or tax opinion, as is merely informative and its practical application does not exempt the legal and tax advice from a lawyer or other suitably qualified professional.

MXR Serviços Jurídico-Fiscais, its partners and employees cannot be held liable for any procedure adopted based on the information set forth herein.*****

Rubrica - Investir no Turismo

87 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Relaxe

Clube de golfe da Polana Segundo dados que recolhemos, joga-se golfe no que é hoje a cidade de Maputo pelo menos desde 1895, altura em que foi fundado o seu primeiro Clube de Golfe. Ficava nos terrenos depois ocupados pelas instalações da empresa Paulino dos Santos Gil e depósitos da Caltex. Aí parece ter funcionado até 1914, ano em que passou para a zona onde presentemente se encontram a Igreja da Polana e o chamado Bairro dos Cronistas.

que passou a contar com 18 buracos, terminou em 1956, mas a antiga sede continuou a ser usada por alguns anos. A 9 de Abril de 1961 foi inaugurada a nova sede.

O desenvolvimento da cidade trouxe consigo um plano de urbanização que empurrou o clube para uma zona mais distante do centro da cidade. A construção do novo campo,

O edifício do actual clube, que continua a designar-se Clube de Golfe da Polana, é atribuído ao reputado arquitecto Pancho Guedes, que muitas obras deixou na cidade de Maputo.

88 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Em 1963 o clube passou a contar com um parque infantil, com piscina para os filhos dos sócios, e, no ano seguinte, também com um court de squash, na altura a única instalação para a prática desta modalidade em Moçambique.

Rubrica - Relaxe

Polana Golf Club According to the information we collected, golf has been played in what is today Maputo City at least since 1895, when its first Golf Club was founded. It was in the lands then occupied by the facilities of the company Paulino dos Santos Gil and deposits of Caltex. It seems to have worked until 1914, the year in which it passed to the area where the Church of Polana and the socalled Quarter of the Chroniclers are presently located.

The development of the city brought with it a plan of urbanization that pushed the club to a zone more distant from the city centre. The construction of

the new field, which now has 18 holes, ended in 1956, but the old headquarters continued to be used for some years. The new headquarters was inaugurated on April 9, 1961.

In 1963 the club integrated a children's playground and a pool the following year, it included a squash court, at the time the only facility for practicing this modality in Mozambique.

The building of the current club, with its original name, the Polana Golf Club, is attributed to the reputed architect Pancho Guedes, whose works adorn the city of Maputo.

89 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Ivan Lopes Costa Profile:

Ivan Lopes Costa nasceu em Maputo em 1976, filho de pais Goeses. Cresceu em Portugal, onde descobriu a sua paixão pela coquetelaria. A sua formação académica passou pela ARCA e pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, mas a paixão pela mixologia levou-o ao curso superior de Gestão Hoteleira da Escola de Hotelaria e Turismo da mesma cidade.

Fez várias formações em coquetelaria, Food & Beverage. Conta com mais de 12 anos de experiência como barman, partilhando, com quem o encontra, cocktails de autor e a arte de bem-fazer e servir bebidas. Toda a sua experiência e capacidade inovadora fizeram com que fosse, em 2018, finalista de um dos mais conceituados concursos da área, o World Class Competition. Hoje é um dos mais conceituados bartenders em Portugal e na Europa. Ivan volta agora às suas origens, e regressa a Moçambique com uma vasta experiência e know how, cocktails criativos inspirados em memórias e vontade de partilhar as suas incríveis experiências.

Percurso:

Feito Conceito; Fangas – Restaurante Mercearia; A Tasca de Santana; Wine & Cocktail Bar; vários Guest Bartending para marcas prestigiadas; 2016 - Finalista Barman do ano; 2017 – Finalista Mistura Beirão; 2018 – Finalista WorId Class Competition.

“Não acredito que mudei de rumo, acredito que toda a minha formação, variada, me levou até ao caminho de melhor profissionalismo. A estética e a comunicação são fundamentais para um barman.”

“Um barman deve reflectir a sua personalidade no seu trabalho, no que cria, na forma como serve, executa e recebe.“

Serviços disponíveis entre 10 e 25 de Novembro: • Formação Food & Beverage para Profissionais • Guest Bartender • Activações de Marca • Workshops de Vinho e Espirituosas Email: jemanuelcosta13@gmail.com Cel: +258 847699081

Fotografia: Bruno Santos

Ivan Lopes Costa Profile: Ivan Lopes Costa was born in Maputo in 1976, whose parents were from Goa, India. Brought up in Portugal, where he discovered his passion for the art of cocktail making. His academic background includes studying at the Faculty of Letters at the University of Coimbra, but his passion for mixology led him to complete a degree in Hospitality Management at the Hotel and Tourism School of the same city.

He completed several trainings in Cocktail, Food &ZZ Beverage. He has more than 12 years of experience as a bartender, sharing, with those who meet him, author cocktails and the art of serving drinks.

All his experience and innovative capacity culminated in 2018, when he was a finalist of one of the most prestigious competitions in the sector, the World Class Competition. Today, he is one of the most renowned bartenders in Portugal and Europe. Ivan now returns to his origins, bringing to Mozambique an extensive experience and knowhow, creative cocktails inspired by memories and a willingness to share his incredible experiences.

Life trajectory: Feito Conceito; Fangas-Restaurant Grocery; The Tasca de Santana; Wine & Cocktail Bar; several Guest Bartending for prestigious brands; 2016 - Barman of the Year Finalist; 2017 - Mistura Beirão Finalist; 2018 WorId Class Competition Finalist.

"I do not believe that I have changed course, I believe that all my training, varied as it may be, led me to the path of greater professionalism. Aesthetics and communication are fundamental for a bartender. " A bartender should reflect his personality in his work, what he creates, how he serves, performs, and receives."

Services available from 10 to 25 November: • Food & Beverage Training for Professionals • Guest Bartender • Brand Activations • Wine and Spirits Workshops Email: jemanuelcosta13@gmail.com Cel: +258 847699081

Fotografia: Bruno Santos

BROTHERHOOD

By Ivan Lopes Costa

RECEITA 50 ml de vodka infusionada com camarão

20 ml solução cítrica de coentros Perfume de canela

94 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Seja responsável, se conduzir não beba.

30 ml de shrub sweet and spicy

Rubrica - Acontece

ACONTECE SEMANA INTERNACIONAL DA DANÇA CONTEMPORÂNEA

N

o início da segunda quinzena do passad Setembro, Maputo presenciou um conj reunidos sob a designação Semana Inte Dança Contemporânea.

Em conversa com Quito Tembe, director do KI internacional de dança contemporânea de Ma saber que os projectos apresentados nos princ turais da cidade foram propostas e experiência mostraram em que pé se encontram no seu p vo. Mais do que tudo, a Semana da Dança serv laboratorial onde foram experimentadas fórm sobre os mais variados temas, numa plataform formal e informal entre os diversos protagonis em geral.

A edição deste ano teve a curadoria de Ídio Ch ele coreógrafo participante, cujo objectivo pas portas a jovens criadores com variados níveis d artística, permitindo-lhes levantar um pouco o conceitos e experiências de caris interventivo e público no último dia da Semana da Dança Co realizada no Centro Cultural Franco-Moçambic

A Semana da Dança teve como objectivo princ linhas de orientação para o KINANI 2019, que se Novembro do próximo ano. Até lá decorrerão ai pontuais, assim como uma residência artística, preparação para aquele festival bienal. O KINAN Semana da Dança, servindo-lhe esta de rampa

96 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Acontece

O

n the second fortnight of September, Maputo was witness to a set of events united under the name of the International Week of Contemporary Dance.

Through the conversation with Quito Tembe, director of KINANI, an international platform for the contemporary dance of Maputo, we learned that the projects presented at the main cultural stages of the city were proposals and experiences in which their authors showcased on what stage of their creative process they are on.

The Dance Week served the purpose of an experimental and laboratory basis where formulas and concepts of a plethora of themes were carried out, on a platform of formal and informal discussion where the different protagonists and the general public

took part.

This year’s edition was curated by Ídio Chichava, also one of the participating choreographers, whose objective was to open the doors to young creators with several levels of artistic maturity, allowing them to peek under the veil of their concepts and experiences of interventionist nature and offer them to the public on the last day of the Contemporary Dance Week, which happened on the Franco-Moçambicano Cultural Centre.

The Dance Week had creating solid guidelines for KINANI 2019 which will happen in November of next year as main goal.

Until then more punctual events will take place, as well as an artistic residence, which will serve as preparation for that biyearly festival.

KINANI intercalates with the Dance Week, serving and a launching event.

do mês de junto de eventos ternacional da

hichava, também ssou por abrir de maturidade o véu dos seus e oferecê-los ao ontemporânea, cano.

cipal criar sólidas e realizará em ainda eventos que servirá de NI intercala com a a de lançamento.

97 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Fotografias: Mariano Silva

INANI, plataforma aputo, ficámos a cipais palcos culas cujos autores processo criativiu como base mulas e conceitos, ma de discussão stas e o público

Rubrica - Acontece

ACONTECE KINANI ATRAVÉS DA LENTE

Fotografia: Mariano Silva

CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS

98 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Acontece

TAKE AWAY

DAVID AGUACHEIRO

99 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Rubrica - Acontece

ACONTECE FEIRA DO LIVRO JA R D I M TU N D U R U

100 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

UNGU

CONDECORADO PO EMBAIXADOR DO BRASIL, CO CENTRO CULT

Rubrica - Acontece

ULANI BA KA KHOSA

OR RODRIGO BAENA SOARES, OM A ORDEM DO RIO BRANCO. TURAL BRASIL MOÇAMBIQUE

101 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

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A província de Sofala fica localizada na região centro do país, numa reentrância do Canal de Moçambique.

Partilha a norte e a nordeste o rio Zambeze com as províncias de Tete e da Zambézia. A leste, encontra-se com o Oceano Índico. Já a sul é separada da província de Inhambane pelo rio Save, enquanto a oeste está ligada à província de Manica.

A sua capital é a cidade costeira da Beira, a segunda maior cidade do país, localizada cerca de 1.190 km a norte da cidade de Maputo.

Com uma área de 68.018 km² e uma população de 2.221.803 habitantes em 2017, esta província está dividida em 13 distritos e possui, desde 2013, 5 municípios: Beira, Dondo, Gorongosa, Marromeu e Nhamatanda. 51,8% da população é do sexo feminino e 48,2% do sexo masculino.

As etnias Sena e Ndau são as mais representativas.

Tem um clima tropical húmido de savana, com temperaturas elevadas no verão, especialmente durante a estação das monções de Outubro a Fevereiro.

Possui um dos maiores parques industriais nacionais, bem como um dos maiores portos do país, que se integra num importante corredor de transporte, o chamado Corredor da Beira. Este inclui também um oleoduto ligando o porto da Beira ao Zimbabué.

Os principais produtos de exportação que passam pelo porto são carvão, açúcar, tabaco, milho, algodão, fibra de pita agave, cromo, minério de ferro, cobre e chumbo. É em Sofala que se situa o Parque Nacional da Gorongosa, que o reputado Sunday Times considerou “a maior maravilha de Moçambique, uma África em miniatura com um ecossistema que se parece com o protótipo divino".

Algumas das grandes referências culturais da província são as danças Mandhique, Maphandza, Golomondo e Djagadja.

A Catedral da Beira, a Estação Ferroviária, a praia de Savane, as misteriosas grutas de Kodzué, as fantásticas cascatas de Morumbodzi, a Reserva de Búfalos de Marromeu e o Parque Nacional da Gorongosa são alguns dos locais que deverá conhecer caso visite esta província.

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The province of Sofala is located in the central region of the country, by the Mozambique Chanel.

It shares the Zambezi River with the provinces of Tete and Zambézia to the north and northeast. To the east it is bathed by the Indian Ocean. The south of the province is separated from the province of Inhambane by the Save river, and to the west it is linked to the province of Manica.

Its capital is the coastal city of Beira, the second largest city in the country, located about 1.190 km north of Maputo City.

With an area of 68,018 km² and a population of 2,221,803 inhabitants in 2017, this province is divided into 13 districts and has, since 2013, 5 municipalities: Beira, Dondo, Gorongosa, Marromeu and Nhamatanda. 51.8% of the population is female and 48.2% are male.

The Sena and Ndau ethnic groups are the most predominant.

It has a humid tropical savannah climate, with high summer temperatures, especially during the monsoon season from October to February.

It has one of the largest national industrial parks, as well as one of the largest ports in the country, which integrates into an important transportation corridor, the so-called Beira Corridor. Including an oil pipeline linking the port of Beira to Zimbabwe.

The main export products that go through the port are coal, sugar, tobacco, corn, cotton, agave pita fibre, chrome, iron ore, copper and lead.

The Gorongosa National Park is in Sofala, rated by Sunday Times "the greatest wonder of Mozambique a miniature Africa with an ecosystem that looks like the divine prototype."

Some of the great cultural references of the province are the Mandhique, Maphandza, Golomondo, and Djagadja dances.

Beira Cathedral, Railway Station, Savane Beach, Kodzué's mysterious caves, the fantastic Morumbodzi waterfalls, the Marromeu Buffalo Reserve, and the Gorongosa National Park are must see places in this province.

Inhambane No Olhar Profundo...

Da Tela do meu Interior.....

Existe !!!

Um Coqueiro ...

Folhas Verdes...

Dançando...

Existe !!!

Uma Areia Branca...

Pontinhos Ocre...

Voando...

Existe!!!

Um Mar Azul...

Espuma Turquesa…

Saltitando...

Existe!!!

Um Sol Dourado…

Luz Multicolor…

Esquentando...

Existe!!!

Um Céu Azul...

Raios Cobalto...

Colorindo O Céu Azul Cobalto de Inhambane Ceu!!!

Albertina Santos - Tininha

81 - Maio/May 2018• REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 2

CINEMA COMBOIO DE SAL E AÇUCAR Sugestão Xonguila

C

omboio de Sal e Açúcar é um drama realizado pelo escritor e cineasta Licínio Azevedo, cuja estreia mundial ocorreu no Festival Internacional de Cinema de Locarno, em Agosto de 2016. Resulta de uma parceria entre a produtora moçambicana Ébano Multimédia e a portuguesa Ukbar Filmes. Exibido em diversos festivais internacionais, conquistou vários prémios em diversas categorias, entre os quais os de Melhor Realizador e Melhor Guião (Khourigban, Marrocos), Melhor Direcção de Ficção (Los Angeles, Estados Unidos), Melhor Realizador (Cairo, Egipto), Melhor Longa Metragem de Ficção e Melhor Imagem (Cartago, Tunísia), Melhor Filme (Joanesburgo, África do Sul). Logo na estreia internacional, em Locarno (Itália), venceu o prémio da crítica independente italiana na categoria de Melhor Produção, “por ser um filme que assinala a capacidade que o cinema africano tem de enamorar o grande público”. Foi o primeiro filme de Moçambique a candidatar-se aos Óscares de Hollywood, na categoria de melhor filme estrageiro, na edição de 2018.

Em plena guerra civil moçambicana, em 1988, o comboio que liga Nampula ao Malawi é a única salvação para centenas de pessoas dispostas a arriscar a própria vida em busca de alguma esperança, trocando sal por açúcar para garantir o sustento das suas famílias. As histórias dos protagonistas vão-se misturando à medida que o comboio pros-

segue o seu lento caminho, 700 quilómetros de linha férrea, a uma velocidade que não ultrapassa os cinco quilómetros por hora. O grande desafio é superar as sabotagens e ataques de um grupo paramilitar liderado por um homem de quem se diz ter poderes sobrenaturais. Diversos são os destinos das personagens: Ribaué, Iapala, Malema ou Cuamba, para alguns, o Malawi, para outros. O filme alterna ficção e realidade.

A música foi composta por João Carlos Schwalbach, e a edição de som é de Kiko Ferraz. Os actores Melanie de Vales Rafael (Rosa, enfermeira), Matamba Joaquim (Tair, jovem militar que se apaixona por Rosa), Thiago Justino (alferes Salomão), Mário Mabjaia (Adriano Gil, maquinista), Vítor Raposo (Caravela), Abdil Juma (Omar Imani, chefe do comboio), Hermelinda Simela (Amélia), Horácio Guiamba (Josefino) e António Nipita (comandante Sete Maneiras) encarnam as personagens deste western africano.

Licínio Azevedo faz parte da geração formada no Instituto Nacional de Cinema de Moçambique logo após a independência do país, com a intervenção de reputados cineastas como Jean Luc Godard, Ruy Guerra e Jean Rouch. Licínio tem no currículo diversos outros filmes e documentários, sendo aqui de destacar “Virgem Margarida” (2012), também uma longa-metragem de ficção baseada em factos reais ocorridos em Moçambique e distinguida com vários prémios.

CINEMA COMBOIO DE SAL E AÇUCAR Xonguila suggestion

T

rain of Salt and Sugar is a drama written and directed

by Licínio Azevedo, whose world premiere took place at the Locarno International Film Festival in August 2016. It is the result of a partnership between the Mozambican producer Ébano Multimédia and the Portuguese Ukbar Filmes. Azevedo has participated in several international festivals, won various prizes into different categories, including Best Director and Best Screenplay (Khourigban, Morocco), Best Direction Fiction (Los Angeles, United States), Best Director (Cairo, Egypt), Best Fiction Feature Film and Best Picture (Carthage, Tunisia), and Best Picture (Johannesburg, South Africa). During its international debut in Locarno (Italy) he won the Italian Independent Critics Award in the category of Best Production, "because it is a film that signals the capacity of African cinemamaking the public fall in love". It was the first film in Mozambique to apply for the Hollywood Oscars, in the category of best foreign film, in the 2018 edition.

Set amidst the Mozambican civil war in 1988, the train linking Nampula to Malawi is the only salvation for hundreds of people willing to risk their own lives in search of some hope, exchanging salt for sugar to guarantee the sustenance of their families.

The stories of the protagonists will – become intertwined as the train makes its slow journey over 700 kilometers of railway line, at

a speed of no more than five kilometers per hour. The challenge is to survive sabotage and attacks by a paramilitary group led by a man that is said to have supernatural powers. The charecters have different destinations including: Ribaué, Iapala, Malema Cuamba, and Malawi. The film alternates between fiction and reality.

The music composed by John Carlos Schwalbach, and the sound editing is by Kiko Ferraz.

The actors Melanie de Vales Rafael (Rosa, nurse ) , Matamba Joaquim ( Tair , young military man who falls in love with Rosa ), Thiago Justino (ensign Solomon), Mário Mabjaia ( Adriano Gil, machinist) , Vítor Raposo (Caravela) Abdil Juma ( Omar Imani , head of the train) , Hermelinda Simela (Amelia), Horacio Guiamba (Josefino) and Antonio Nipita (commander Seven Ways) embody the characters of this African “western”.

Licínio Azevedo is part of the generation trained at the National Film Institute of Mozambique shortly after the country’s independence, with the intervention of renowned filmmakers such as Jean Luc Godard, Ruy Guerra and Jean Rouch. Licíniohas several other films and documentaries in his curriculum, including "Lady Margaret" (2012), also a feature-length fiction based on real events that took place in Mozambique and awarded several prizes.

centro cultural

franco-moçambicano

Rubrica - Saúde e Bem-Estar

110 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

112 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

Moztoon

114 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

115 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

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Polícia - Police

Hospitais - Hospitals

Rent-a-Car

Polícia Fixo 119

Hospital Central de Maputo Av Eduardo Mondlane, Maputo +258 21 320 828

Hertz Rent-a-car Av. Julius Nyerere, Hotel Polana +258 21 494 473 www.hertz.co.mz

Instituto do Coração Av. Kenneth Kaunda, Nº: 1111 +258 21 411 000

Imperial Car Rental Aeroporto Internacional de Maputo +258 21 465 250 www.imperialcarrental.co.mz

Hospital Privado de Maputo Rua do Rio Inhamiara, nº 1100 +258 21 488 600 | +258 843 012 711

Avis Maputo Av. Mao Tse Tung, nº 1 +258 21 321 243 www.avis.com/

Polícia Celular 112 Polícia Machava +258 21 751 412 Polícia Sala de Operações Maputo +258 21 325 031 PRM +258 21 311 195 Bombeiros - Fire Depart-

ment

Bombeiros - Chamadas de socorros 197 Bombeiros +258 21 322 222 | +258 21 322 334 Transportes - Transport Taxi Novo 843 275 000/863 275 000/823 275 000 Taxi Marcelo 847 575 758 Picket Águas/Water Águas da Região de Maputo +258 21 308 855

Clínica Sommershield Rua Pereira do Lago, nº 52 ,Sommerschield, Maputo +258 21 493 924/5/6 Hospital Psiquiátrico de Infulene +258 21 470 623 Hospital Geral da Machava +258 21 758 147 Hospital Geral de Chamanculo +258 21 400 094 | +258 21 400 086 Hospital Geral José Macamo +258 21 400 045/6 Centro de Saúde Shifaa Av. Maguiguane, nº 1949 +258 21 407 903 | +258 829 632 330

116 - Outubro/October 2018 • REVISTA XONGUILA © ™ Ed. 7

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Av. Mahomed Siad Barre, 365

+258 84 77 46

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(+258) 21492479 (+258) 823170470 contacto@tvcabo.co.mz Rua de Tchamba, nº 49, 1º dto Maputo - Moçambique