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5.3 O que sabemos sobre intervenções baseadas em informação?

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Referências

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Quadro 5.3 O que sabemos sobre intervenções baseadas em informação?

A maioria das intervenções informativas descritas na literatura tiveram o objetivo de informar possíveis alunos sobre o acesso à universidade. Estudiosos parecem discordar sobre até que ponto intervenções baseadas em informação são capazes de afetar o comportamento dos alunos, mas parte dessa discordância pode vir da falta de concordância sobre o que constitui uma intervenção informativa. As intervenções podem variar em termos das informações que fornecem (como disponibilidade e características dos cursos), quando as fornecem (quanto tempo antes da formatura do ensino médio) e de que jeito: com menos contato ou mais contato. Intervenções light touch mandam informações para os alunos por e-mail (Hoxby e Turner, 2013; Guarantz et al., 2021; Bergman, Denning, e Manoli, 2019; Hyman, 2020) ou mensagens de texto (Castleman, Deutschlander, e Lohner, 2020; Oreopoulos e Petronijevic, 2019), ou postam informações em um site (como ocorre com a informação pública (Hurwitz e Smith, 2018; e Baker, 2020). No outro extremo, intervenções high touch envolvem um contato direto e intensivo com os alunos, por exemplo por sessões frequentes de orientação educacional (Bettinger e Baker, 2014; Oreopolous e Ford, 2019; Bettinger e Evans, 2019; Mulhern, 2020).

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Em geral, as evidências mostram que intervenções de pouco contato não afetam o comportamento (Page e Scott-Clayton, 2016), mas intervenções de muito contato sim. Contudo, algumas nuances merecem ser consideradas.

Embora a simples publicação de informações em um site não seja eficaz, sites interativos que adaptam as informações ao aluno e fazem o papel de orientador são eficazes (como o Naviance nos Estados Unidos, estudado em Mulhern, 2021). Além disso, enviar informações por e-mail funciona quando a mensagem é personalizada e direcionada a alunos específicos que a consideram confiável e relevante, e quando também é enviada a “influenciadores” próximos do aluno (como no experimento HAIL na Universidade de Michigan, estudado por Dynarski et al., 2020).

Alguns estudos examinaram o impacto da oferta de informações específicas sobre cursos universitários e cursos superiores de curta duração. Pesquisadores usando um projeto experimental descobriram que as informações levaram os alunos a mudar para opções de retorno mais elevado no Chile (Hastings, Neilson e Zimmerman, 2015) e nos Estados Unidos (veja Conlon, 2019, para cursos universitários de quatro anos, e Baker et al., 2018, para instituições comunitárias de ensino superior). No Chile, o acesso à informação também levou os alunos a persistir mais no ensino superior (Hastings, Neilson e Zimmerman, 2015).

Algumas intervenções recentes na República Dominicana e no Peru disponibilizaram vídeos ensinando o valor e os retornos da educação para alunos do ensino fundamental e médio (veja J-PAL 2017 para o Peru). As intervenções reduziram as taxas de abandono entre alunos de baixo desempenho e afetaram a área de estudo de alunos de alto desempenho. Tais intervenções foram ampliadas no Peru e na República Dominicana, e recentemente foram implementadas também no Chile.

De fundamental importância é a qualidade das informações prestadas. Conforme discutimos no corpo do texto, um sistema de informação ideal manteria um registro atualizado sobre os cursos de ensino superior disponíveis no país e as suas características básicas, como custo e duração. Também faria um acompanhamento de todos os alunos do ensino

(quadro continua próxima página)

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