Graduados e desempregados são os que mais procuram concursos

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Graduados e desempregados são os que mais procuram concursos sábado, 27 de março de 2010 Disponível em: http://online.unisanta.br/2010/03-27/regional-3.htm Vagner de Lima A segurança, os bons salários, a estabilidade e os benefícios dos empregos públicos atraem milhares de pessoas todos os anos a prestar concursos. Prova disso são as várias instituições da Baixada Santista que preparam candidatos para passar no tão sonhado concurso público. Há empresas especializadas nesse mercado, que montam cursos-relâmpago a cada novo edital publicado. Segundo a gerente comercial do Portal dos Concursos, em Santos, Marcela Fadel Martins, a maioria dos interessados nos cursinhos preparatórios oferecidos pela instituição são desempregados, e curiosamente, a maioria têm formação superior. “Diria que 60% têm nível superior. As pessoas se formam e, quando chegam ao mercado de trabalho, não encontram vagas em sua área, ou se veem trabalhando em empresas privadas, sem segurança ou com salários baixos. Elas acabam buscando algo mais seguro e estável”, explica Marcela. O mercado para esse setor é considerado bom. Marcela revela que, em novembro de 2008, a escola tinha 300 alunos. Hoje, esse número saltou para 730. Ela atribui esse crescimento ao maior número de concursos abertos, e também à qualificação dos professores. A opinião da gerente é compartilhada por Paulo Gomes Francisco, que dá aulas preparatórias há 32 anos. Formado em letras e direito, ele conta que seus alunos são na maioria jovens de 23 a 26 anos, desempregados, ou que tem uma colocação no mercado de trabalho, mas estão insatisfeitos. “A maioria das pessoas que prestam os concursos públicos está interessada em melhorar de vida, por realização pessoal”. É o caso de Érika Duccini. Ela é cabeleireira e decidiu entrar num cursinho preparatório. “Eu já tenho um trabalho, mas tentei o concurso público por ser um trabalho melhor que o meu, e pelo salário ser maior”. Ela disse que preferiu entrar no cursinho porque já estava longe dos bancos escolares há dois anos. A cabelereira pensou em estudar por conta própria. “Apostilas não tiram minhas dúvidas, não respondem minhas perguntas.” Gomes explica que a maior dificuldade dos alunos é com a língua portuguesa. “Até formados em letras que freqüentaram o meu curso apresentam dificuldade de compreender nosso idioma”. O professor dá dicas para quem quer estudar por conta própria. Segundo ele, todos os seus ex-alunos que figuraram nos primeiros lugares de concursos, centraram seus estudos na resolução de exercícios. “Indico estudar a matéria por tópicos, com antecedência, com materiais de apoio, como livros e apostilas, e se possível, em grupo”, recomenda Francisco.


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