Folha da Ufersa - Edição 11

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FOLHA DA U FERSA INFORMATIVO INTERNO DA U NIVERSIDADE F EDERAL RURAL DO S EMI-ÁRIDO

J ANEIRO E F EVEREIRO DE 2015 E D. N º11 - M OSSORÓ/RN

Estudante

E s f o rç o q u e va l e a p e n a

A difícil vida dos universitários que apostam na educação superior como o caminho para um futuro melhor e os benefícios oferecidos pela Ufersa para garantir o acesso e a permanência desses estudantes na Universidade. Págs. 04 e 05.

ANIVERSÁRIO Ufersa Pau dos Ferros completa três anos ampliando a oferta de cursos e vagas. Pág.03

TECNOLOGIA

Equipamentos de ponta para a formação de engenheiros mecânicos. Pág. 06

ANIMAIS

Pesquisadores da Ufersa e da Universidade La Laguna, na Espanha, estudam caprinos da raça Canindé. Pág.08

- QUEM FAZ A UFERSA: CHEFE DO DCAN, PROFESSOR RODRIGO SILVA DA COSTA; PÁG. 02 - EDUFERSA IMPULSIONA A PUBLICAÇÃO CIENTÍFICA. PÁG. 07 - NOSSOS VALORES: FRANCISCO EDCARLOS ALVES LEITE: DNA DE EDUCADOR; PÁG. 07 - PÓS-GRADUAÇÃO PARA PESQUISAS INTERDISCIPLINARES; PÁG. 08 P RODUZI DO PELA ASSESSORI A DE C OMUNI CAÇÃO DA U FERSA www.ufersa.edu.br

AV. FRANCI SCO M OTA, 572 B AI RRO C OSTA E S I LVA M OSSORÓ -RN | CEP: 59.625-900

E Mais:


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EDITORIAL

Vamos que vamos para encarar mais um ano com intensa atividade acadêmica. O primeiro semestre letivo já começa no próximo dia 16 de março. O ano de 2015 também promete ser marcante com as comemorações dos 10 anos da Ufersa. Enquanto isso, vamos nos debruçar na leitura da 11ª edição da Folha da Ufersa, que traz com destaque a sofrida vida dos estudantes universitários. Também trazemos o laboratório de engenharia mecânica, a produção da EdUfersa e a pesquisa com caprinos, que mais uma vez coloca a nossa Ufersa no cenário internacional. É isso, uma boa leitura e qualquer sugestão para as próximas edições é só entrar em contato.

Passos Junior

assecom@ufersa.edu.br | Editor

QUEM FAZ A UFERSA Rodrigo Silva da Costa

Chefe do Depto. de Ciências Animais

Minha infância e adolescência foram essenciais para que eu definisse ser biólogo. Durante a graduação, realizei estágios em diversas áreas, mas optei pela ecologia, tendo permanecido como bolsista de iniciação científica, desenvolvendo atividades na área de ecologia de peixes. Fiz mestrado e doutorado em Ecologia pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais da Universidade Estadual de Maringá (PR), desenvolvendo trabalhos ligados à ecologia de peixes e pesca. Durante os anos de pós-graduação, além do aprendizado técnico, tive formação humanística e coletiva, fortemente influenciado pelos meus professores da época. Faço parte da Ufersa desde janeiro de 2008, lotado no Departamento de Ciências Animais – DCAn – ministro aulas no curso de Engenharia de Pesca, contribuindo em outras disciplinas do Departamento sempre que necessário. Iniciei minhas atividades de pesquisa atuando em estudos populacionais e de comunidades de peixes e na exploração pesqueira em rios, açudes e barragens do RN. Sempre acreditei que minha carreira seria pautada essencialmente em atividades de pesquisa e ensino, entretanto, fui levado à administração universitária, por acreditar que poderia contribuir de maneira efetiva com o desenvolvimento do DCAn e da Ufersa. Atuei como vice-coordenador e, em seguida, assumi a coordenação do Curso de Engenharia de Pesca onde, em conjunto com os colegas docentes, tivemos o desafio de reformular o Projeto Pedagógico do Curso. Após este período, fui convidado a participar da administração do Departamento de Ciências Animais como vice-chefe, aprendendo muito sobre administração

EXPEDIENTE

universitária, especialmente devido ao uso SIGAA. Os meses que se seguiram foram muito trabalhosos, considerando a necessidade de adequação de todas as rotinas departamentais ao novo sistema, mas a agilidade e dinamismo conseguidos com o SIGAA compensaram o trabalho inicial. A partir desta época, a universidade aderiu ao programa REUNI e o DCAn acompanhou a tendência geral de crescimento da Ufersa. Após a implantação de dois novos cursos no departamento, assumi a chefia do DCAn e, dentre as responsabilidades assumidas, estava a consolidação dos cursos e toda a gestão da nova carga administrativa gerada com as descentralizações de ações aos departamentos. Atualmente, estou nos primeiros meses do segundo mandato à frente do DCAn e, como principais metas desta gestão, estão a padronização dos procedimentos e o estabelecimento de critérios administrativos, os quais acredito serão contribuições efetivas ao bom funcionamento da nossa unidade. Para isso, hoje possuimos uma equipe técnica formada por servidores comprometidos com uma forma de gestão que tem por objetivo ser eficiente e profissional, pautada em princípios humanos, coletivos e institucionais.

Radamés Dantas Reflexões do passado em um presente do futuro Vivemos em um mundo globalizado. Basta lermos algum jornal ou revista para notarmos que as notícias que nos chegam não tratam apenas das questões do nosso país. Por exemplo, se as bolsas de valores chinesas sofrerem alguma baixa, o Brasil será atingido. Na mesma proporção, se uma moda é lançada na Itália, ela é adotada no Brasil. Na década de 90, o jornalista norteamericano Thomas Friedman avaliou alguns aspectos da globalização e escreveu o livro intitulado “o Lexus e a Oliveira”. Segundo ele, o fenômeno da globalização fez intensificar o conflito entre o Lexus e a Oliveira, o novo e o velho. O Lexus é um carro de luxo fabricado pelos japoneses. Nas fábricas do Lexus, é mais comum notar a presença de robôs do que de seres humanos. O trabalho das pessoas é basicamente verificar o controle de qualidade. Por outro lado, a Oliveira é uma árvore que pode viver por muitos anos. Nasceu gente, morreu gente; entrou geração, passou geração; levantaram-se governos, derrubaram-se governos; e durante dois mil anos aquelas oliveiras não saíram do lugar e não “mudaram o seu estilo de vida”. Em seu livro, Thomas Friedman faz uma observação interessante: “As oliveiras são importantes. Elas representam tudo o que nos enraíza, nos ancora, nos identifica e nos localiza nesse mundo – como o sentimento de pertencer a uma família, a uma comunidade, a uma tribo, a uma nação, sobretudo, a algo chamado 'lar'”. O Lexus retrata o novo, a inovação, a tecnologia, a mudança e o temporário; e a oliveira representa o antigo, as raízes, as tradições, a História e a permanência. Enquanto o Lexus sofre constantes mudanças, fruto das inovações, a oliveira permanece a mesma, simplesmente oliveira. Contudo, na era da globalização, a coexistência entre o novo e o antigo tem se tornado cada vez mais difícil. No mundo corporativo, das organizações públicas ou privadas, às vezes encontramos esse conflito entre os "novos" e os "antigos". Não podemos demonizar as práticas antigas de uma instituição só porque agora estamos vivendo numa nova geração. Você já parou um pouco para ouvir os servidores mais antigos? Eles têm histórias e experiências incríveis que podem te ajudar. Faça isso, com humildade, e aprenderá coisas verdadeiramente novas.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA UFERSA - EDIÇÃO: P ASSOS J ÚNIOR. TEXTOS: P ASSOS J ÚNIOR, H IGO LIMA E C ARLOS ADAMS. PROJETO GRÁFICO: AMANDA F REITAS. DIAGRAMAÇÃO : AMANDA F REITAS . FOTOS : E DUARDO M ENDONÇA, P ASSOS J ÚNIOR, LUANA LAISE E AMANDA F REITAS . REVISÃO : AMANDA F REITAS E D IEGO F ARIAS . ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR DA UFERSA - REITOR: J OSÉ DE ARIMATEA DE M ATOS. VICE- REITOR: F RANCISCO O DOLBERTO DE ARAÚJO. CHEFE DE GABINETE: M ÁRCIA DE J ESUS XAVIER. PRÓ- REITOR DE GRADUAÇÃO: P ROF. AUGUSTO C ARLOS P AVÃO. PRÓ- REITOR DE PLANEJAMENTO: G EORGE B EZERRA RIBEIRO. PRÓ- REITORA DE ADMINISTRAÇÃO: J ORGE LUIZ DE O LIVEIRA C UNHA. PRÓ- REITORA DE GESTÃO DE PESSOAS: KELIANE DE O LIVEIRA C AVALCANTE. PRÓ- REITOR DE PESQUISA E PÓS- GRADUAÇÃO: P ROF. RUI S ALES J ÚNIOR. PRÓ- REITOR DE EXTENSÃO E CULTURA: P ROF . F ELIPE DE AZEVEDO S ILVA RIBEIRO . PRÓ - REITOR DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS : P ROF . RODRIGO S ÉRGIO F ERREIRA DE M OURA.


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comemoração

Pau dos Ferros celebra três anos da Ufersa Embora seja novo, o impacto positivo deixado pelo Câmpus é sentido dentro da universidade e também no desenvolvimento da região

Visão panorâmica do canteiro de obras no Câmpus da Ufersa em Pau dos Ferros

também estão maA importância das opor- da Ufersa estão recebendo patriculados alunos tunidades geradas pela Ufersa cote de investimento para originados dos Es- está na sala de aula, mas obras importantes. O maior tados do Ceará e da também fora dela. O seu José canteiro delas está instalado Paraíba. Nilton tem 42 anos e a há nove em Pau dos Ferros, são sete no A estudante anos trabalha com construção total. Para melhoria estudantil, Alexsandro Lima, diretor da Ufersa Pau dos Ferros Harranna Ávilla é civil. O suor do seu Nilton é tem o Restaurante Universitáum exemplo. Ela testemunha de tudo que já foi rio e a Residência UniversitáAo longo dos 10 anos da trocou o curso de erguido em Pau dos Ferros. Ele ria, com capacidade para acoUfersa, o processo de expansão contabilidade por CeT, que já começou a trabalhar nas obras modar 160 estudantes, dividiuniversitária mudou o cenário está concluindo, e todos os dias da Ufersa no Bloco Adminis- dos igualmente em dois blocos de muitas regiões do interior percorre 13 quilômetros entre trativo – a primeira obra a ser para homens e mulheres. do Rio Grande do Norte por a sua Rafael Fernandes até Pau entregue – como auxiliar de O câmpus também já meio do Ensino Superior. É o dos Ferros. “Venho de moto- pedreiro e, hoje, atua como espera a conclusão dos dois caso da cidade de Pau dos taxi, carona, enfim, o que for mestre de obras na construção pavimentos dotados para o Ferros, que, neste último dia possível para não perder aula”, do bloco de sala de aula. Laboratório das Engenharias; 27 de fevereiro, comemorou o comenta. “Tenho dois filhos e um dois blocos com salas para os terceiro aniversário do câmpus Hoje, Harranna vislum- deles só tem 10 anos. Sonho professores; um complexo de na cidade. bra uma oportunidade em En- em vê-lo um dia sentar na ca- salas com dois pavimentos e a “Hoje o câmpus de Pau genharia Civil e lembra a difi- deira da universidade e ainda Biblioteca Central do câmpus. dos Ferros é responsável pelo culdade que foi essa primeira mais feliz eu fico se essa Uni- Além do acervo de títulos, a fluxo migratório contrário por- etapa. “Não foi fácil e, como versidade for a que eu ajudei a estrutura da biblioteca comque, antes, as pessoas iam das vim de escola pública, senti construir. Aqui é um lugar porta, ainda, sala para estudos pequenas cidades para a capi- muito a diferença de nível, mas cheio de sonhos das famílias”, e estrutura administrativa. tal. Hoje, temos mais da me- redobrei meu esforço e hoje vislumbra seu José Nilton. Assim como nos demais tade dos servidores e uma boa consegui concluir”. Futuro – Todas as unidades câmpus, Pau dos Ferros já parcela de estudantes vinacompanha a finalização dos de outros locais”, pondas obras do seu Centro dera o professor Glaydson de Convivência, com esFrancisco Barros de Olipaço para lojas e restauveira, vice-diretor da rantes, salas e um audiunidade. tório para eventos. “São Atualmente, Pau investimentos que vêm dos Ferros atrai estudansomar no desempenho tes para três cursos oferde Pesquisa, Ensino e tados: Bacharelado em atividades de Extensão Ciência e Tecnologia, Enda nossa Universidade”, genharia Civil e Engenhadefende o professor ria de Computação. Além Alexsandro Lima, diretor dos estudantes originados da Ufersa em Pau dos de cidades circunvizinhas, Ferros. Ilustração da nova estrutura acadêmica dos cursos ofertados em Pau dos Ferros


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Garra

Difícil boa vida de

estudante

Aulas, provas, seminários, listas de exercícios, pesquisas de campo, estágios, IRA. São muitos os motivos que atormentam a vida de qualquer estudante universitário. Só na Universidade Federal Rural do Semi-Árido são mais de nove mil alunos, distribuídos em 38 cursos, nessa batalha diária para a conquista de um futuro melhor, tendo a educação como principal caminho. No primeiro semestre de 2015, mais 1.250 jovens ingressam na Ufersa. Os calouros, bem como os estudantes veteranos, dispõem de um espaço acadêmico bem diferente de uma década atrás. Os investimentos em infraestrutura nos câmpus da Ufersa são visíveis, com novas salas de aula, laboratórios, bibliotecas, centros de convivência e restaurante universitário. Um investimento que tem como próposito facilitar a vida dos jovens que chegam à Universidade. “Nos últimos 10 anos, a Ufersa recebeu investimentos com infraestrutura na ordem de R$ 171 milhões, com volume de recursos progressivos a cada ano”, afirma o reitor, professor José de Arimatea de Matos, explicando que, com manutenção, a

Ufersa saiu de R$ 1,76 milhões em 2005 para R$ 33 milhões em 2014. “Em capital, fomos de R$ 116 mil para R$ 46,5 milhões, e, no que tange à assistência estudantil, o valor subiu R$ 69,6 mil para R$ 5,6 milhões em 2014”, pontuou. O orçamento da Universidade previsto para esse ano é de R$ 6,2 milhões. Há quatro anos e meio na Ufersa, o bacharel em Ciência e Tecnologia e estudante de Engenharia de Energia, Jhonnathas Ferreira Bento, é um dos que pode testemunhar sobre as melhorias na Ufersa. Cearense de Fortaleza, Jhonnathas é morador da Vila Acadêmica. “As dificuldades existem, mas já melhorou muito”, reconhece, apontando a abertura do restaurante, a climatização das salas de aula, os laboratórios e o aumento no acervo da biblioteca com as mudanças mais significativas. “A vida de estudante é difícil e vamos sofrendo até o dia de receber o diploma”, opinou o futuro engenheiro, que se forma em julho desse ano. “Vou sair daqui uma pessoa preparada não apenas no campo profissional, mas também para a vida”.

Para garantir o acesso e a permanência dos estudantes na universidade, a Ufersa investirá, em 2015, por meio da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários, recursos na ordem de R$ 6,2 milhões

Jhonnathas Bento e amigos intensificam estudos no espaço da biblioteca

A vida de estudante é difícil e vamos sofrendo até o dia de receber o diploma. - Jhonnathas Ferreira Bento

(estudante de Engenharia de Energia)

Rodrigo Sérgio: experiência e propriedade Com a experiência de quem vivenciou morar na Vila Acadêmica, o próreitor, professor Rodrigo Sérgio Ferreira de Moura, responde há mais de dois anos pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários. Rodrigo, que foi residente entre os anos de 94 a 96, quando estudante de Agronomia na antiga Esam, considera a realidade atual bem diferente, mas para melhor. Ele recorda que, na época, a Escola oferecia apenas uma modalidade de bolsa, a de atividade, e em quantidade

muito reduzida. Os estudantes não dispunham de restaurante e as residências possuiam apenas um banheiro. “A alimementação era feita na própria casa e os mantimentos custeados pelos familiares dos alunos”, afirmou. O professor ressalta que a realidade do país era diferente: inflação alta, com o poder aquisitivo das famílias bem mais baixo. “Se formos comparar, a melhoria é significativa”, considera o pró-reitor. Hoje, na vila masculina, para cada quarto exis-

tem dois banheiros, as cozinhas possuem geladeiras e novos fogões estão em processo de compra. A Universidade, a partir da sua expansão, criou várias oportunidades de assistência ao estudante, como o restaurante e a ampliação do número de bolsas e auxílios financeiros, de forma a atender os estudantes que mais precisam. Rodrigo garante que o aluno mais carente não fica sem assistência. “Se hoje há dificuldades, há 20 anos era bem mais difícil”, considera.


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Pró-Reitoria voltada para os estudantes

A Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários (Proac) é responsável pelos assuntos mais diretamente ligados à garantia do acesso e a permanência dos estudantes na Universidade. O orçamento não é pequeno, chegando a R$ 6,2 milhões em

Hilgarde Ferreira, MedicinaVeterinária

Ailton Alves, Agronomia

Restaurante Universitário oferece almoço e jantar para os estudantes

Beatriz e Janaína, beneficiadas com moradia

2015. Além de administrar as residências masculina e feminina, a Proac cuida ainda das bolsas, em oito modalidades, e auxilíos financeiros destinados aos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Atualmente, 916 universitários são benefiados na Ufersa. O restaurante universitário fornece diariamente 1.300 refeições (almoço e jantar) a toda comunidade acadêmica, com preços diferenciados para

nos Câmpus de Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros, com 160 vagas em cada residência. Na Ufersa em Mossoró também estão sendo construídos mais dois blocos de apartamentos para moradia feminina. As residências possuem sala de estudo, sala de informática, sala de tevê e sala de jogos. O professor ProfessorRodrigo Sérgio relembraconvívio naVilaAcadêmicadaUfersa ressalta que os estudantes do INVESTIMENTOS - O pró-reitor câmpus central contam com atendimento aponta que novos benefícios estão sendo psicológico, serviço social e apoio viabilados, com novos restaurantes e nutricional. Outro benefício é o transresidências universitárias em construção porte, oferecido gratuitamente na Ufersa

os estudantes de graduação, custando o almoço R$ 2,50 e o jantar R$ 2,00. Outra facilidade é que os 310 moradores da Vila Acadêmica são beneficiados com a gratuidade no RU. “Além da moradia, sem nenhuma despesa, temos aqui uma alimentação de qualidade”, considera Hilgarde Ferreira, acadêmico de Medicina Veterinária. Já o estudante Ailton Alves, de Agronomia, afirma que as melhorias são bem-vindas. “A residência é muito importante. É a base para me manter na Universidade”, conta o estudante de Parnamirim. Para as universitárias Beatriz Lopes, de Engenharia de Pesca, e Janaina Nascimento, do curso de Agronomia, morar na Vila Acadêmica proporciona aos estudantes muito mais comodidade. “Temos o RU gratuíto, não pagamos aluguel, água, luz e também não gastamos com transporte”, opinou Beatriz, que é de Parelhas. Janaína, que mora no sítio Malhada Alta, em Rafael Fernandes, reconhece que se não fosse a moradia proporcionada pela Universidade não estaria concluindo o curso de Agronomia em Mossoró. “Me facilitou em muita coisa. Aprendi ainda que a tolerância e o respeito são fundamentais para o bem conviver”, afirmou.

em Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros, além da oferta da atividade esportiva em 16 modalidades, beneficiando mais de 600 estudantes nos quatro câmpus da Ufersa. Para o professor Rodrigo Sérgio, responder pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários só aumenta o compromisso e a responsabilidade dele com a questão estudantil. “Tenho a plena consciência da importância desses programas, sobretudo, pela minha própria experiência. Sei que a não efetividade desse serviço pode levar a evasão dos estudantes”, confessou.


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Iniciação Científica

Laboratórios para auxiliar na graduação em Engenharia Mecânica Um bloco com cinco laboratórios auxilia professores e estudantes no

desenvolvimento de pesquisa e extensão no curso de Engenharia Mecânica da Ufersa

Um dos equipamentos mais importantes para a formação dos estudantes – seja de graduação ou pós-graduação – é o laboratório. É nesse espaço que a comunidade acadêmica põe em prática todo o conhecimento adquirido nos livros e na sala de aula. É também nos espaços dos laboratórios que a ciência existe por excelência. Prova dessa importância está no bloco de laboratórios do curso de Engenharia Mecânica da Ufersa, localizado no Câmpus Leste, em Mossoró, ao lado do Bosque dos Juazeiros. A unidade é dotada de 5 salas laboratoriais que atendem as necessidades do curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia, programas de Pós-graduação em área correlata, projetos de Pesquisa e Extensão e, também, à Iniciação Científica. Com equipaProfessores Manoel Quirino e Zoroastro Vilar, mentos de alta preciresponsáveis técnicos dos laboratórios são, o corpo docente do curso desenvolve atividades reflexo direto para a comunidaem basicamente três áreas da de, com destaque principalMecânica: Projetos; Material e mente para as iniciativas com Processos de Fabricação; Tér- automobilismo, aerodesign, enmica e Fluidos. Esse último saio de materiais e as ligas com campo ainda se dá de forma memória de forma. Essa última, também deincipiente, sendo as duas prinominada por material intelimeiras mais fortes e consoligente, diz respeito especificadadas nas atividades. mente ao trabalho com mateO professor Manoel Quirino da Silva Júnior, que rial que tem capacidade para divide a função de responsabi- memorizar a sua forma e, com lidade técnica dos laboratórios isso, mesmo depois de formacom o professor Zoroastro do, consegue retornar à sua Torres Vilar, ambos lotados no formatação de origem. São pesDepartamento de Ciências quisas que contribuem diretaAmbientais e Tecnológicas – mente para o avanço em áreas DCAT, ressalta que a estrutura, como a ortodontia. Para exemplificar, esse além de servir aos cursos de Tecnologias da Ufersa em Mos- material pode ser encontrado soró, também fica à disposição no fio usado em tratamentos dos câmpus de Angicos, Caraú- para correção ortodôntica e, na medicina, nos procedimentos bas e Pau dos Ferros. de uso de cateter. As pesquisas e atividades Já por meio do projeto de desenvolvidas na unidade têm

Laboratório de Mecânica dispõe de diversos equipamentos para aulas práticas

Extensão Mini-Baja, em atividade na Universidade desde 2009, o coletivo de professores e estudantes que integra a equipe CactusBaja também se vale dos laboratórios para o desenvolvimento de protótipos de carros que são usados nas competições do gênero. É desses laboratórios que saem soluções que melhoram o desempenho do veículo. Exemplo disso está no último lançamento do Baja: um protótipo de carro montado com equipamentos mais leves. Na aviação civil, a contribuição vem com trabalhos na área do aerodesign. As salas dos laboratórios de Mecânica são ocupadas com equipamentos e instrumentos que auxiliam na área de Soldagem; Ensaios, responsáveis pela medição das propriedades; e Usinagem, para fabricação dos elementos.

Nova estrutura - Logo em breve, toda essa distribuição

dos laboratórios deverá ser alterada com a entrega do Prédio das Engenharias, que está sendo construído no Câmpus Leste. A previsão é que o número de laboratórios seja ampliado para 14, sendo 11 somente na nova estrutura. O professor Zoroastro antecipa que uma das vantagens com a nova estrutura é que poderá se reforçar os trabalhos de pesquisas na área de Térmica e Fluido, que já dispõe de equipamentos, mas nem todos foram usados, esperando o novo espaço físico. O curso de Engenharia Mecânica integra a grade de cursos do segundo ciclo de formação de Ciência e Tecnologia da Ufersa, recebendo 30 estudantes por semestre em Mossoró e Caraúbas. No Câmpus Central, o curso foi criado em 2007 e conta hoje com cerca de 100 estudantes e 14 professores, que também preenchem a grade de aulas do curso de CeT.


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NOSSOS VALORES

Professor Edcarlos: físico com DNA de educador

Aluno exemplar desde as primeiras letras até conquistar a academia, o professor Francisco Edcarlos Alves Leite confessa possuir no seu DNA um gene com predominância para a educação. Ao entrar na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em 2006, no curso Bacharelado em Física, não demorou para ingressar no Programa Especial de Treinamento – PET (hoje Programa de Educação Tutorial). “Essa foi a minha primeira e agradável conquista após a aprovação no vestibular”, confessa, reconhecendo que o PET lhe oportunizou um processo de formação e compreensão abrangente e aprofundada na área de Física e da Matemática. Após formado, ingressou no Mestrado em Física, do Departamento de Física Teórica e Experimental também na UFRN, onde teve a oportunidade de se aperfeiçoar, aprender e a desenvolver pesquisas e técnicas com base em conceitos da Física Estatística e da Matemática, em processamento de sinais e imagens sísmicas para melhorias em Prospecção de Petróleo. “A essa altura já me sentia um pesquisador com um DNA de educador, pois meu pai, Sebastião Leite (em memória) era professor da Educação Básica”, afirma. Em 2007, obteve o título de Doutor em Física pela UFRN. O ano de conclusão do doutorado coincidiu com o período do programa de expansão do ensino superior, surgindo a oportunidade de ingressar na Ufersa, em Angicos. Ele não esconde que a proximidade com Natal pesou na escolha, embora também fosse forte o desejo de atuar em cidades com os índices educacionais menos expressivos. “A academia universitária estava no DNA e meu objetivo primeiro era ser professor Universitário”, revela. Em dezembro de 2009, mais precisamente no dia 08, data do seu aniversário, recebe um grande presente ao assumir a vaga de física na Ufersa em Angicos.

A partir de então, o professor passa a desempenhar as suas atividades de forma atuante, sendo nomeado, quatro meses após a sua posse, em abril de 2010, como Diretor pro tempore da Ufersa em Angicos. Durante dois anos se dedicou à implantação e consolidação da infraestrutura do câmpus, tendo conduzido projetos importantes, como o da incubadora Ineagro Cabugi, Memorial Paulo Freire e o Metrópole Digital. Atualmente, exerce a função de vice-diretor, dividindo o seu tempo com as atividades pedagógicas e administrativas. O professor reconhece o papel importante que a Ufersa exerce ao priorizar a formação de jovens com capacidades intelectuais de buscar, utilizar, aplicar e expandir o conhecimento. Para Edcarlos, a Ufersa tem importância fundamental em sua vida. “Não apenas por ganhar meu pão, mas pelo que aprendo e cresço”. O professor acredita que todo o esforço vivenciado nos últimos seis anos o tem fortalecido para continuar se preparando para os desafios futuros. “Uma dedicação de vivência diária, buscando sempre o equilíbrio, com o conhecimento e a sociedade”, finaliza.

Livros

Valorização do saber científico

Com 30 obras publicadas e mais de 100 obras produzidas em parcerias, em seis anos, a editora da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, a EdUfersa, é um espaço que promove a política editorial da Universidade, proporcionando a todos os alunos, professores e técnicos a oportunidade de publicar suas obras científicas. A EdUfersa dispõe de orçamento próprio, no entanto, ela não independe de parcerias com as pró-reitorias, possuindo vínculos com a Extensão e Cultura, Pesquisa e Pós-Graduação, Graduação, Planejamento, e Assuntos Comunitários. “Seria impossível pensarmos uma proposta de comunicação cien-tífica na Universidade sem estreitar os laços com alguns setores”, afirma Mário Gaudêncio, bibliotecário responsável

pela Editora. As publicações da EdUfersa se dão por meio de editais lançados anualmente, voltados para o público interno da Universidade. As publicações trazem conteúdo acadêmico nas áreas de conhecimento vocacionado à Ufersa. Até o ano passado, a Editora lançava, em média, 10 livros por edital. No entanto, a ideia é ampliar o leque de publicações em 2015. O plano para esse ano é lançar um novo edital para a publicação de ebooks, em comemoração aos 10 anos da Ufersa. A Editora já discute com a Superintendência de Tecnologias da Informação e Comunicação – Sutic a criação de suporte técnico para as publicações eletrônicas. De acordo com Mário Gaudêncio, a iniciativa vai orga-

nizar e preservar a memória da universidade e ampliar as publicações acadêmicas. “O diferencial é que hoje, na região nordeste, apenas uma universidade utiliza a plataforma on-line. Então, a Ufersa vai ser, de certa forma, privilegiada, no sentido de EdUfersa já possui mais de 100 publicações ser uma das primeiras universidades a implantar do produzido e discutido na universidade dentro das suas essa plataforma”, afirma. diversas áreas”, comenta Mário Outra novidade para esse Gaudêncio. ano é a reconfiguração do Café Para Mário, é de extrema Filosófico que, além de divulgar as obras, promove a criação de importância a existência da uma cultura acadêmica do diá- Editora dentro da Ufersa, uma logo científico. “O Café Filosófi- vez que a universidade se torna co tem por objetivo criar um muito mais visível a partir do hábito para com a comunicação momento em que comunica científica daquilo que está sen- sua produção.


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Caprinos

Raça Canindé no cenário internacional Pesquisadores da Ufersa, em Mossoró, e da Universidade de La Lagunda, na Espanha, estudam os caprinos para preservação da biodiversidade da caatinga e o melhoramento genético dos animais

Os caprinos da raça Canindé são objetos de estudo para pesquisadores da Universidade Federal Rural do SemiÁrido, em Mossoró, e da Universidade de La Laguna, na Ilha Tenerife, na Espanha. A pesquisa é voltada para a biodiversidade da caatinga, tendo como foco um esquema de seleção para a conservação e melhoramento genético da raça. Financiada pela Capes, a pesquisa entra no segundo ano e conta com a participação do professor visitante Luis Alberto Bernejo Asencio, da Universidade de La Laguna, sendo coordenada pela professora, Débora Evangelista Façanha, da Ufersa. A professora explica que também estão envolvidos no trabalho três doutorandas do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, além de discentes do curso de ecologia. Essa é a segunda visita do professor Luis Bernejo à Ufersa. Na primeira, ministrou disciplinas no Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal. “Já mapeamos as áreas e, agora, estamos contabizando os rebanhos com a avaliação genética dos animais”, afirma a pro-

Luis Bernejo, professor visitante

Rebanho de caprinos Canindé da Ufersa são alvo de pesquisa para melhoramento genético

fessora Débora Façanha. Os caprinos Canindé envolvidos na pesquisa serão os primeiros dessa raça a receberem identificação com Bolus Ruminal, sistema eletrônico com microchips que permite a identificação dos animais por meio de código de barras. “A identificação eletrônica é o primeiro passo para a instituição do esquema de seleção dos caprinos Canindé”, explica a professora. A pequisa também contempla a avaliação do impacto ambiental do sistema de criação dos caprinos no bioma caatin-

ga. Para isso, serão impleDébora Façanha, coordenadora da pesquisa mentadas gaiolas de exclusão ao meio do pastoreio para a coleta de espécies prinos contribui também para a animais e vegetais. “Vamos internacionalização da Ufersa, analisar a fauna e a flora sem a com o incremento das pesquiinterferência dos caprinos”, a- sas realizadas pelo Núcleo de firma o professor Luis Bernejo. Estudos de Pesquisas em PeAs gaiolas serão montadas na quenos Ruminantes da Univerárea do pasto, mas sem o sidade. No final de fevereiro, acesso do rebanho. A partir daí, três bolsistas do doutorado da serão catalogadas aves, insetos, Ufersa, do Programa de Pósmicromamíferos e todas as es- Graduação em Ciência Animal, pécies de plantas encontradas estão indo passar cinco meses na Espanha, por meio de interna gaiola. câmbio com a Universidade de A professora Débora resLa Laguna. salta que a pesquisa com os ca-

Pós-graduação

Ambiente, Tecnologia e Sociedade: Mestrado interdisciplinar

O quadro de Pós-graduação da Ufersa conta atualmente com 10 Programas, entre eles o curso de Mestrado em Ambiente, Tecnologia e Sociedade, que, com sua natureza interdisciplinar, foca-se na pesquisa de tecnologias alternativas para o aproveitamento e preservação dos recursos naturais do Semiárido e as relações técnico-políticosociais e seus impactos na sustentabilidade. O desenvolvimento é ponto norteador para as duas linhas de pesquisas. Para o Programa, em seu conteúdo descritivo, entende-se que o

desenvolvimento visa à dinamização socioeconômica e a melhoria da qualidade de vida da população. Para tanto, é fundamental que contemple duas dimensões: a tangível (material), que tem nos aspectos econômicos e tecnológicos sua expressão melhor percebida, e a intangível (imaterial), que se refere à capacidade coletiva para realizar ações de interesse social. Na linha de “Tecnologias Sustentáveis e Recursos Naturais do Semiárido”, são abordadas questões como energias alternativas, processos de despoluição, aproveitamento

de produtos naturais do semiárido, tecnologias alternativas de produção, estudos de impacto ambiental, planos diretores, impactos das tecnologias alternativas nas organizações e comunidades. Já no que diz respeito à linha de “Desenvolvimento e Sustentabilidade de Organizações e Comunidades no Semiárido”, enquadram-se pesquisas que estudem o impacto das tecnologias sustentáveis nas organizações e comunidade, desenvolvimento rural, economia regional, movimentos sociais, processos coletivos, educação ambiental,

sustentabilidade socioeconômica, organizações e sustentabilidade, inclusão social e tecnologia, estado e políticas públicas e saúde pública. O programa conta hoje com um corpo docente de 15 professores doutores e, ao longo das cinco turmas matriculadas, incluindo a de 2015, passaram ou estão no programa 92 mestrandos, tendo a Universidade como onjetivo torná-los aptos a analisar, pesquisar e produzir conhecimentos, promovendo a integração das diversas áreas do conhecimento, com enfoque no desenvolvimento regional.


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