Folha da Ufersa - Edição 09

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FOLHA S ETEMBRO E O UTUBRO DE 2014 E D. N º09 - M OSSORÓ/RN

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UFERSA

INFORMATIVO INTERNO DA U NIVERSIDADE F EDERAL RURAL DO S EMI-ÁRIDO

Inclusão

L e t ra s L i b ra s e m ca ra ú ba s

Voltada para a inclusão educacional de surdos-mudos, a licenciatura é a primeira a ser implantanda numa cidade do interior. A Universidade já conta também com intérpretes da Lingua Brasileira de Sinais em todos os quatro câmpus da ufersa.. Págs. 04 e 05.

COMUNICAÇÃO

PESQUISA

DESTAQUE

Novo Portal dinamiza comunicação e incrementa redes sociais da Ufersa. Pág.03

Com mestrado e doutorado, pós­graduação em Ciência Animal fortalece pesquisa. Pág. 06

Futebol americano projeta Ufersa no cenário esportivo. Pág.08

­ QUEM FAZ A UFERSA: PRÓ­REITOR DE PESQUISA E PÓS­GRADUAÇÃO, RUI SALES JUNIOR; PÁG. 02 ­ SERTÃO CENTRAL FORMA PRIMEIRA TURMA DE ENGENHEIROS CIVIS. PÁG. 06 ­ NOSSOS VALORES: NAGIB AMARAL: EXEMPLO DE SUPERAÇÃO DO ANALFABETISMO; PÁG. 07 ­ NOVO DCE COM METAS VOLTADAS PARA A MINORIA E ATIVIDADES CULTURAIS; PÁG. 07 PRODUZIDO PELA ASSESSORIA www.ufersa.edu.br

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AV. FRANCISCO MOTA, 572 BAIRRO COSTA E SILVA MOSSORÓ-RN | CEP: 59.625-900

E Mais:


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EDITORIAL

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Estamos chegando com mais uma edição do Folha da Ufersa. Nesse mês de outubro com um destaque especial para a Comunicação. Na capa, o curso de Letras Libras, oferecido pelo Câmpus de Caraúbas, propiciando uma universidade mais inclusiva, com novas formas de trocar ideias e de se comunicar. Também iniciamos outubro inaugurando o novo portal da Ufersa. Um espaço moderno, dinâmico, interativo e bem mais comunicativo. Nessa nona edição trazemos ainda a prática do futebol americano em pleno semiárido e a pós­graduação em Ciência Animal com os cursos de Mestrado e Doutorado. Continuamos abertos para críticas e sugestões. No mais uma boa leitura e até a próxima edição. Passos Junior assecom@ufersa.edu.br | Editor

QUEM FAZ A UFERSA Rui Sales Junior Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Como ex­aluno da Escola Superior de Agricultura de Mossoró ­ ESAM ingressei no curso de Agronomia em 1987, me formando em Engenheiro Agrônomo em 1992. Entre os anos de 1995 e 2000, concluí um máster Internacional em Riego y Drenaje em Torrejón de Ardóz (Espanha), e já em seguida iniciei meus estudos de dou­ torado em Producción Vegetal – Fitopato­ logia, na Universidad Politecnica de Valen­ cia, em Valencia – Espanha. Em 2004, fui aprovado em concurso público na ESAM, na vaga de Fitopatologia II – Controle de doenças de plantas, onde até então ministro aulas na graduação e pós­graduação. Em 2012, recebi, com imensa satisfação, o con­ vite do magnífico Reitor José de Arimatea de Matos para fazer parte de sua adminis­ tração a frente da pasta da Pró­Reitoria de Pesquisa e Pós­Graduação ­ PROPPG. Esse foi um dos grandes desafios assumidos, haja vista o grande crescimento que este seg­ mento vem tomando na Ufersa. O primeiro programa de Pós­Graduação na ESAM foi criado em 1989, sendo este em Fitotecnia, em nível de mestrado acadêmico. Passados 16 anos, o programa de Fitotecnia criou o primeiro curso de doutorado na ESAM. Atualmente, a Ufersa oferta 10 programas de pós­graduação, oferecendo 13 cursos, sendo três em nível de doutorado: Fitotecni­ a, Ciência Animal e Manejo de Solo e Água e 10 cursos em nível de mestrado, sendo oito acadêmicos: Ambiente, Tecnologia e Socie­ dade, Fitotecnia, Manejo de Solo e Água, Ciência Animal, Produção Animal, Sistema de Comunicação e Automação, Ciência da Computação e Ecologia e Conservação, e dois profissionais: Matemática (PROFMAT) e Ensino de Física (PROFIS). Atualmente estes cursos abrigam estudantes de todas as regiões do Brasil, sendo mais de 530 discen­ tes matriculados.

EXPEDIENTE

A produção do conhecimento por meio do desenvolvimento da pesquisa e da pós­graduação é uma atividade importante que visa à ampliação dos limites do conhe­ cimento científico e a formação de futuros pesquisadores e docentes de nível superior. Neste sentido, e visando a inserção de docentes e discentes em ações de pesquisa e cursos de pós­graduação, são viabilizados programas de iniciação científica com cotas de bolsas concedidas pela própria Institui­ ção, pelo Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico – CNPq, pela Petrobras, ANP, e outras fontes externas, o que vem a totalizar mais de 260 cotas em toda a Ufersa. A Universidade, através da PROPPG, também estimula seus pesquisa­ dores e docentes a fazerem gestão junto a órgãos de fomento públicos e privados, nacionais e internacionais visando à capta­ ção de recursos para o desenvolvimento ou implantação de novas ações de pesquisa e de pós­graduação. Aproveito esse momento para expres­ sar meus agradecimentos ao magnífico Reitor da Ufersa por acreditar no nosso trabalho, nos convidando para fazer parte da construção de uma Ufersa forte e presen­ te na pesquisa e pós­graduação no Brasil. E em especial a minha equipe de trabalho, que sem dúvida, sem ela não seria possível desenvolver todas as atribuições que nos são delegadas, são estes: Arianne Paula, Danielli Trigueiro, Katiane Dantas e Naeldson Alves.

R ad am és D an t as Felicidade na visão de Cristo Se as organizações não descobrirem como tornar os funcionários alegres e satis­ feitos com suas atividades, o desejo platônico estabelecerá a ordem e então, os profissionais serão frenéticos perseguidores de cenouras sem sentidos. O lugar de trabalho precisa ser um ambiente de felicidade. É papel das organizações, a iniciar de seus gestores, desen­ volver uma atmosfera aprazível no ambiente de trabalho. A terceira pessoa a tratar da felicidade é Cristo, e a palavra grega usada por ele foi ÁGAPE, ou seja, amor ao próximo. Amor por qualquer um. Esse nível de felicidade está acima do desejo platônico, pois o desejo não é por qualquer um. Também está acima da alegria de Aristóteles, pois nem sempre as pessoas, coisas e fatos nos alegram. Na verda­ de, na maioria das vezes, as pessoas nos entristecem. Perceba as diferenças. Em EROS o desejo é individual. É EU desejo. Quanto ao amado, se meu desejo mudar eu mudo o amado e não o desejo. Portanto está carregado de EGOÍSMO. Na psicologia isso é chamado de Sublimação. Em FILIA, EU me alegro por tudo aquilo que ME alegra. Portanto, nas duas abordagens o centro está no EU. Em ÁGAPE, o que importa é o próximo, o amado, a outra pessoa. O que Cristo fez na cruz representa justamente ÁGAPE. Ele deu a vida dele por causa dos outros, sem esperar nenhuma espécie de reconhecimento. Ele es­ tava 100% focado nos amor ao próximo. Não precisa dizer que este amor está muito acima dos demais, pois no mundo em que vivemos é “cobra engolindo cobra”, “faca nos dentes e partindo pra cima da concorrência”, “cada um por si e o resto que se exploda”. Parece­me que a função pública deveria estar em total sintonia com a definição de Cristo, já que somos, inclusive, chamados de servidores. Ele foi o maior exemplo de servo que a humanidade já viu. O ÁGAPE de Cristo é tão forte que após a Sua morte, foram gerados mais discípulos do que enquanto ele estava ainda vivo entre nós. Que possamos refletir sobre que tipo de felicidade estamos nos identificando, se com a de Platão, Aristóteles ou a de Cristo. Pelo dese­ jo ao que não temos, pela alegria com o que já temos ou pela felicidade daqueles a quem devemos servir. Pense nisso e seja feliz!

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA UFERSA - EDIÇÃO: P ASSOS J ÚNIOR. TEXTOS: P ASSOS J ÚNIOR, H IGO LIMA E C ARLOS ADAMS. DIAGRAMAÇÃO : AMANDA F REITAS . FOTOS : E DUARDO M ENDONÇA E C ARLOS ADAMS . REVISÃO : D IEGO F ARIAS E AMANDA F REITAS .

PROJETO GRÁFICO :

AMANDA F REITAS.

ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR DA UFERSA - REITOR: J OSÉ DE ARIMATEA DE M ATOS. VICE- REITOR: F RANCISCO O DOLBERTO DE ARAÚJO. CHEFE DE GABINETE: M ÁRCIA DE J ESUS XAVIER. PRÓ- REITOR DE GRADUAÇÃO: P ROF. AUGUSTO C ARLOS P AVÃO. PRÓ- REITOR DE PLANEJAMENTO: G EORGE B EZERRA RIBEIRO. PRÓ- REITORA DE ADMINISTRAÇÃO: ANAKLÉA M ÉLO S ILVEIRA DA C RUZ C OSTA. PRÓ- REITORA DE GESTÃO DE PESSOAS: KELIANE DE O LIVEIRA C AVALCANTE. PRÓ- REITOR DE PESQUISA E PÓS- GRADUAÇÃO: P ROF. RUI S ALES J ÚNIOR. PRÓREITOR DE EXTENSÃO E CULTURA: P ROF . F ELIPE DE AZEVEDO S ILVA RIBEIRO . PRÓ - REITOR DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS : P ROF . RODRIGO S ÉRGIO F ERREIRA DE M OURA.


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Internet

Novo Portal dá cara nova à Ufersa O novo portal da Ufersa foi elaborado pelos servidores da casa e terá mais dinamismo e autonomia de todos os setores que compõem a universidade

O novo portal possibilita integração com as redes sociais

O Portal da Ufersa é o principal mecanismo de comu­ nicação e disseminação de in­ formação produzida pela Uni­ versidade, através de conteúdo noticioso, serviços e atividades desenvolvidas pelos setores em Ensino, Pesquisa e Extensão, além das atividades administra­ tivas e institucionais. A grande novidade é que o Portal Ufersa está completamente reformu­ lado. Foram oito meses de tra­ balho envolvendo uma equipe de 7 servidores da própria Ufersa, entre a Superintendên­ cia de Tecnologia da Informa­ ção e Comunicação – Sutic, Assessoria de Comunicação – Assecom, Pró­reitoria de Gra­ duação e Gabinete da Reitoria. Para que o Portal estivesse pronto, toda a comunidade aca­ dêmica participou do processo. Primeiro, com o curso de capa­ citação para o gerenciamento das páginas e, em seguida, alimentando o conteúdo que preenche as páginas. A partir de agora, cada setor (Administração Superior, Departamentos, Cursos, servi­ ços etc.), terá uma página ali­

mentada pelos servidores com Ferramentas de acessibilidade garantem inclusão as atividades e ações de cada se­ tor. O Superintendente da Su­ no Federal, que preconiza a tic, Nichollas Rennah, destaca existência de páginas mais le­ ainda novidades como a flexibi­ ves, com disposição harmônica lidade da página ao se adaptar dos conteúdos, ferramentas de tanto à tela do computador acessibilidade e fácil navegabili­ quanto a smartphones, tablets e dade entre as páginas. “Agora, a equipamentos afins. “O novo Ufersa passa a dispor de um Portal da Ufersa foi desenvolvi­ Portal, isso significa que os se­ do com uma tecnologia que dá tores terão mais autonomia no à Universidade mais dinamis­ gerenciamento de seus conteú­ mo no seu gerenciamento”, res­ dos rotineiros e a página princi­ pal da instituição passa a ser salta Rennah. uma espécie de ‘cartão de visita’ A nova página atende às da Ufersa voltada para comuni­ orientações da Secretaria de cação e disseminação dos con­ Comunicação Social do Gover­

Estudantes podem acessar informações com mais rapidez e praticidade

teúdos desenvolvidos para o público interno e externo”, de­ talha o jornalista Higo Lima, da Assecom. Os eventos acadêmicos ganharam o espaço “Calendá­ rio” para compilar a agenda da Universidade; as atividades ins­ titucionais poderão ser destaca­ das no banner rotativo. Já as notícias terão cara nova com a inserção de elementos multimí­ dia. Ou seja, os acontecimentos noticiosos da Ufersa serão ar­ quitetados em texto, galeria de foto, áudio, vídeo e ilustração. Redes Sociais – A in­ tenção é criar um ecossistema de informação. O conteúdo produzido pela Comunicação irá para o site em diversas lin­ guagens multimídia, mas tam­ bém ganhará vazão pelos de­ mais produtos da Comunicação como a Folha Ufersa, Ufersa em Foco (e os que forem cria­ dos conforme a necessidade). A maior novidade dentro desse ecossistema ­ junto com o site ­ é o reforço das Redes Sociais enquanto elemento de dissemi­ nação de conteúdo. “As redes sociais são ins­ trumentos de forte engajamen­ to e interação que podem estar a serviço da Ufersa à medida que diminuem a distância entre a Universidade e seu público interno e também com a comu­ nidade externa para disseminar o conhecimento produzido pela Instituição”, destaca Higo. Para que as novidades sejam exequíveis, a Sutic e a Assecom estabeleceram uma normatização de rotinas e pro­ cedimentos que darão mais flu­ idez às solicitações e equidade na produção e divulgação da Ufersa. “Na página da Assecom há um Manual, que também foi enviado aos setores, para facili­ tar a produção do conteúdo. É um novo momento e que chega para fortalecer a Universidade, de modo que todos são contri­ buintes na construção do Portal da Ufersa”, destaca o jornalista Passos Júnior.


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Letras-Libras

Por uma educação muito mais

inclusiva

Dedos em movimento, mãos balançando e todo um festival de expressões faciais como forma de substituir as palavras que não podem ser faladas nem ouvidas. Foi dessa maneira que a professora Már­ cia Fernandes, 36, obteve o conhecimento que hoje traz para a Universidade do Semi­ árido, em Caraúbas. Esta cea­ rense de Fortaleza, formada em Letras com habilitação em Li­ bras pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ficou surda com apenas 2 meses de idade, mas ela nunca se entre­ gou a esta limitação. Antes de chegar à Ufersa, em julho, Már­ cia já tinha ensinado no IFRN, na UERN e por último na UFRN, tudo via contratos. A aprovação no concurso para le­ cionar no câmpus de Caraúbas trouxe uma realização profissio­ nal sem tamanho para ela. “Eu tinha esse anseio pelo concurso público. Sofri bastante como

contratada. Fazia provas e per­ dia, mas depois que passei, veio a satisfação”, comemora a pro­ fessora. Exemplo de superação se­ melhante, Niáscara Valesca, 40, também enfrentou vários obs­ táculos até conseguir entrar no quadro docente da Ufersa. A professora mossoroense ficou surda depois de contrair uma meningite aos 2 anos. Com o esforço da família, ela foi apren­ dendo a ler os lábios como forma de se inserir no meio so­ cial. Mas as dificuldades eram muitas, principalmente pra ingressar na faculdade. “Eu cheguei a fazer 10 vestibulares e sempre era reprovada por conta da redação”, relata. O esforço deu resultado e ela conseguiu concluir o curso de Letras­Li­ bras também pela UFSC. Hoje, efetivada na Ufersa, Niáscara ensina e é aluna do mestrado da universidade. A meta é um dia ser doutora pela Universi­ dade de Gallaudet, em Wa­ shington D.C., nos Estados Uni­ dos. Uma instituição que é referência mundial para os surdos. Márcia e Niáscara são as

O curso, que já tem duas turmas, é o primeiro instalado numa cidade do interior. O corpo docente já conta com duas professoras surdas.

Primeira turma tem aulas teóricas e práticas sobre a Lingua Brasileira de Sinais

primeiras professoras surdas efetivadas pela Ufersa. Ambas foram convocadas para fazer parte do corpo docente do cur­ so de Letras­Libras, o primeiro a ser implantado no interior do

país por uma universidade fe­ deral. A licenciatura começou a funcionar no semestre passado com uma turma de 20 alunos. Hoje já são 35 universitários aprendendo a língua dos sinais.

Curso básico de libras para servidores

A professora Márcia Fernandes faz o sinal universal para "eu te amo".

Na Ufersa Mossoró, 37 servidores, entre técnicos e professores, estão tendo a oportunidade de participar do curso básico de capacitação em libras. Com 180 horas, o curso está dividido em três módulos de 60 horas. Inicia­ do no último mês de setem­ bro, irá prosseguir até dezem­ bro de 2015. Com aulas diárias de 50 minutos, o curso de libras é 100% sinalizado com toda a metodologia praticada em sa­ la de aula. “É uma iniciativa pioneira que preza pela quali­

dade do aprendizado”, afirma o instrutor Ronald Shyu, tra­ dutor e intérprete de libras da Ufersa em Mossoró. Ele lem­ bra que não se aprendem lín­ guas em cursos de curta dura­ ção. A proposta é habilitar o servidor para a prestação de atendimento básico em lín­ gua brasileira de sinais, bem como possibilitar aos servido­ res conhecerem as principais diferenças das línguas orais­ auditivas e visuo­espaciais, a­ lém de compreender diálogos cotidianos em libras e de re­ conhecer a “cultura surda”.


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Curso trouxe estudante de Minas Gerais para Caraúbas

Timótheo optou pelo curso de Libras, em Caraúbas, para se tornar professor

O projeto pedagógico da licenciatura ainda prevê a efetivação de mais 6 professores da área e pelo menos 8 tradutores e intérpretes de língua brasileira de sinais vão fortalecer o trabalho dos 4 que já estão em atividade nos câmpus de Mossoró, Angicos e Caraúbas.

Quando soube que a Universidade do Semi­Árido estava disponibilizando o curso de Letras­Libras, Timótheo, de 26 anos, arriscou uma vaga pelo SISU e se deu bem. O jovem, que já tem licenciatura em história, saiu de Caratinga, no leste de Minas Gerais, direto pra Caraúbas. Veio se especializar numa área que só cresce. “Desde os 9 anos que tenho curiosidade pela língua de sinais, mas só aprendi com 18 quando frequentava uma igreja. Com o curso, a pessoa pode escolher onde quer trabalhar, isso graças a uma legislação já em vigor que está favorecendo o profissional e os surdos. O mundo das letras­ libras é um mercado novo e em plena expansão”, avalia o mineiro que já tem alguns cursos de extensão na área e que pretende lecionar quando terminar o ensino superior. A

previsão é que a Ufersa forme sua primeira turma de Letras­ Libras no segundo semestre de 2018. Segundo a coordenadora do curso em Caraúbas, a professora Monaliza Rios, os alunos começaram a estudar a teoria, mas em breve vão contar com aulas práticas. Ao todo, serão 4 laboratórios, sendo 2 específicos direcionados a educação assistida e a parte multimídia. Todos com obras já em andamento. Um estúdio também deve ser instalado para o desenvolvimento das atividades. O projeto pedagógi­ co da licenciatura ainda prevê a efetivação de mais 6 professores da área em breve e de pelo menos 8 tradu­ tores e intérpretes de língua brasileira de sinais para fortalecer o trabalho dos outros

Eu cheguei a fazer 10 vestibulares e sempre era reprovada por causa da redação. ­ Niáscara Valesca

(professora de Libras)

4 que já estão em atividade nos câmpus de Mossoró, Angicos e Caraúbas. A expectativa é de que o câmpus de Pau dos Fer­ ros também receba 2 traduto­ res e intérpretes. Para Monaliza, a univer­ sidade deu um salto significati­ vo na inclusão dos surdos. “Ca­ da vez mais as universidades federais estão cumprindo o seu papel social. Elas não são mais uma elite no país e a Ufersa não foge a essa regra. Uma univer­ sidade que só tem 9 anos e um câmpus com apenas 4 e a gente já ter essas políticas de inclu­ são, eu acho isso maravilhoso.” A coordenadora também fala da experiência em conviver com as professoras surdas. “As professoras têm me ajudado muito. Hoje em dia, eu me ar­ risco a falar com elas em libras e vou aprendendo cada vez mais. São pessoas que têm muito a contribuir. Pela experi­ ência delas, o câmpus tem mui­ to a ganhar nesse trabalho em conjunto”, destaca Monaliza.


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Engenheiros Civis do Sertão Central

O dia 30 agosto de 2014 ficará marcado na história do município de Angicos. É que nessa data a Universidade Fe­ deral Rural do Semi­Árido for­ mou os primeiros profissionais de engenharia civil da Região do Sertão Central. Na ocasião, os primeiros 10 engenheiros da Ufersa Angicos, receberam, a­ lém do diploma, a Carteira Pro­ fissional do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – CREA. Entre os concluintes, duas engenheiras são da cidade de Angicos: Rosane Rayanne Jota e Paula Frassinette Caval­ cante. Para as angicanas pionei­ ras na engenheria civil, a insta­ lação do Câmpus da Ufersa em Angicos fez muita diferença na vida delas, pois não tiveram que deixar a cidade para se qualifi­ carem profissionalmente. Rosa­ ne Rayanne e Paula Frassinetti são primas e entram para histó­

Professor José de Arimatea, reitor da Ufersa, posa para foto com a primeira turma de engenheiros civis formada em Angicos

ria da cidade. Rosane diz que aguarda proposta de trabalho e tem como foco um curso de mestrado. Já Paula foi contra­ tada como engenheira civil pela ATP Engenharia, empresa onde atuou como estagiária. “A história da Ufersa An­ gicos não foi simples, acredito que tal qual a de cada um dos concluintes. Vocês venceram,

seus pais venceram. Todos nós que fazemos a Ufersa Angicos somos vencedores”, discursou o paraninfo das turmas, o profes­ sor Joselito Cavalcante. Segun­ do o reitor, professor José de Arimatea de Matos, a qualidade do ensino oferecido pela Ufersa é a maior prova que a expansão territorial da Universidade foi uma decisão acertada. “Fico fe­

liz ao saber que a maior parte dos engenheiros civis aqui pre­ sentes têm garantido a vaga no mercado de trabalho”, regis­ trou. Além dos formandos em engenharia civil, nesse mesmo dia colaram grau concluintes do curso Bacharelado em Ciência e Tecnologia (integral e noturno) e do curso Bacharelado em Sis­ tema de Informação.

Conceito 4

Pós em Ciência Animal fomenta pesquisas para o Semiárido

O Programa de Pós­ Graduação em Ciência Animal (PPCA) iniciou suas atividades em 2006 oferecendo, inicial­ mente, o mestrado acadêmico em Ciência Animal, em caráter multidisciplinar e, em 2010, foi aprovado pela Capes o curso de Doutorado. Nesse mesmo ano, o Programa atingiu Conceito 4. Já foram formados 110 mestres pelo Programa, com atuação prioritária no Semiárido poti­ guar. Profissionais das áreas de agronomia, biologia, engenha­ ria agrícola e ambiental, enge­ nharia de pesca e recursos pes­ queiros, veterinária, zootecnia e áreas afins desenvolvem pes­ quisas para a resolução de pro­ blemas do Semiárido, com atu­ ação forte na interiorização da pesquisa e no desenvolvimento de pessoas. O professor Jean Berg Alves da Silva, coordenador do

Programa, explica que um dos diferenciais dessa Pós é que o colegiado busca um equilíbrio entre as três linhas de atuação. Na prática, isso significa que os recursos e números de pesqui­ sadores e discentes é, basica­ mente, equitativo. “Já tivemos 4 Linhas, mas dissolvemos uma delas e, hoje, está incorporada entre as outras três”, frisa ele. A formação de recursos humanos com perfil inovador tem sido o forte do programa, sendo que a maior parte dos egressos fixa­se no interior do Estado contribuindo para o desenvolvimento sustentável do setor pecuário e para a difusão do conhecimento na área. As pesquisas científicas geradas a partir dos projetos de disser­ tação e doutorado do programa têm permitido a resolução de problemas vivenciados pelo setor produtivo pecuário, o que

tem levado a importantes á­ reas, tais como caprinocul­ tura, ovinocultura, aquicul­ tura, apicultura, avicultura e bovinocultura. De acordo com o Re­ latório de atividades do Pro­ grama, a pecuária assume especial importância no se­ miárido do RN, daí a cria­ ção da Pós­graduação em Ciência Animal da Ufersa, com objetivo de fortaleci­ mento de pesquisas, preo­ cupando­se com aspectos sanitários, morfofisiológi­ cos, produtivos e de diversi­ dade biológica dos reba­ Laboratórios bem equipados elevam as nhos e dos animais silves­ pesquisas na área de reprodução animal tres. O Programa é o único mica de docentes daquela insti­ no Estado com três linhas de pesquisa bem definidas para tuição. Atualmente, seis profes­ sores do IFRN cursam douto­ o atendimento deste setor. Parceria ­ O programa rado no Programa da Univer­ conta com uma parceria com o sidade e um professor cursa IFRN para a formação acadê­ mestrado.


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NOSSOS VALORES

Nagib Amaral: vida transformada pela educação Persistência. Essa é a palavra que melhor define a vida do servidor técnico­administrativo da Ufersa Nagib Pereira do Amaral. Lotado na Pró­Reitoria de Planeja­ mento desde que assumiu o cargo de secretário execu­ tivo na Universidade, há 15 meses, Nagib traz em sua trajetória uma mudança radical. Aos 49 anos, o servidor não esconde seu passado de analfabeto até os 20 anos de idade. “Quando criança, ia à escola esporadicamente apenas para receber a merenda”, conta. Ele recorda que precisava trabalhar na agricultura com o pai e outros cin­ co irmãos. “Meus irmãos até hoje continuam semianal­ fabetos”, afirma. Ele recorda que nesse tempo de escola nunca con­ cluiu um só ano e que também nada aprendeu. “Nem as letras eu conhecia”. Na adolescência o trabalho na agri­ cultura, com hortaliças, tomava o seu tempo. Sem saber ler ou escrever o próprio nome, Nagib vivia sem perspectiva de uma vida melhor. Mas o destino desse servidor da Ufersa não estava carimbado na escu­ ridão do analfabetismo. Aos 18 anos, um namoro de adolescente mudaria seu destino. Ao conhecer Shirley Maclain, hoje sua esposa e mãe das suas duas filhas, Nagib começou a conhecer as letras. Em 1983, aos 20 anos, por influência da namorada, co­ meçou a ser alfabetizado. Dois anos depois, ingressava no suple­ tivo, tendo concluído o curso em 1988, aos 25 anos. “Nessa época me interessei pela língua espa­

nhola e fui estudar como autodidata”. O ingresso no curso superior aconteceu em 1996, aos 33 anos, quando foi aprovado no curso de licen­ ciatura em matemática, da Uern. Nagib cursou até o quinto período, tendo abandonado matemática para cursar Letras na mesma Universidade. O contato com a academia o levou a lecionar espanhol, como professor contratado da UERN. Como dominava o espanhol, no curso de Letras, Nagib optou pela habilitação em Inglês, graduando­se em 2004. Ainda como universitário, em 2001, é aprovado para o cargo de auxiliar de serviços gerais, em concurso público realizado pelo Governo do Estado, tendo desem­ penhado a função de vigia. Em 2011, assume o cargo de Fiscal de Controle Ambiental, também por meio de concurso público, realizado pela Prefeitura de Mossoró e, em julho de 2013, assume na Ufersa o cargo de secretário executivo. “Todas as minhas aprovações foram em pri­ meiro lugar nas vagas destinadas a portadores de neces­ sidades especiais”, frisa Nagib, que possui deficiência visual no olho esquerdo. “Praticamente não enxergo, vejo apenas um clarão”, explica. Nagib confessa que a persistência é a sua maior qualidade. “Não sou inteligente, mas me esforço muito”, argumenta. Hoje, como servidor público de uma univer­ sidade federal, Nagib reconhece o quanto a educação foi importante em sua vida. “Proporcionou uma vida digna para mim e minha família, condições para educar mi­ nhas filhas, que também estão na Universidade. Uma estuda enfermagem e a outra serviço social”, relata com orgulho. O servidor da Ufersa reconhece o apoio recebido dos colegas de trabalho, classificando como maravilhosa a equipe da Proplan.

ESTUDANTES

DCE com nova diretoria

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufersa tem nova diretoria desde o últi­ mo mês de maio. Trata­se da chapa “O movimento não pa­ ra”, que assumiu com a respon­ sabilidade de fazer valer o cum­ primento dos direitos e deveres dos estudantes da Ufersa. A no­ va gestão é presidida por Ronal­ do Maia, do curso de Direito, seu vice, Mateus Mendes, de Engenharia Florestal, contando com o apoio de uma equipe for­ mada por 32 universitários, dos quais seis estão presentes como conselheiros no Conselho Supe­ rior Universitário (Consuni); 24 no Conselho Superior em Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) e dois no Conselho dos Curadores (Concur). O presidente Ronaldo Maia adianta que as ações do novo DCE estão embasadas em

eixos que visam o acesso democrático a universida­ de, na realização de políti­ cas que proporcionem ca­ da vez mais a abertura de espaço para minorias, co­ mo negros, índios, mulhe­ res e homossexuais. Outra proposta é fortalecer o aspecto cultural da Ufersa, promovendo oficinas per­ manentes de culturas no âmbito de teatro, dança e música. O representante dos estu­ dantes explica ainda que o DCE é importante para tornar a ins­ tituição cada vez mais acessível e demonstra os propósitos des­ sa nova gestão. “Entendemos que a Universidade deve estar sobre o tripé ensino, pesquisa e extensão como também incen­ tivar a cultura e esportes. Que a Universidade se torne cada vez

Novo DCE da Ufersa tem como bandeira principal a luta pelos direitos estudantis

mais pública, democrática, gra­ tuita, laica e de qualidade”, afir­ ma o presidente do DCE. Em apenas três meses de gestão, o DCE já conta com algumas conquistas. Mudanças positivas no jantar do Restau­ rante Universitário foram al­ cançadas. O valor da xérox que de R$0,10 caiu para R$0,07. Três visitas realizadas a Vila

Acadêmica com abertura de 17 ordens de serviços das quais 14 já foram atendidas. O presiden­ te reforça que a gestão adota o modelo descentralizado pau­ tando­se pela horizontalidade e pela pluralidade, com a criação de coordenações nos câmpus e coordenações temáticas, res­ ponsáveis pela luta das mino­ rias dentro da Universidade.


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ESPORTE

Futebol Americano da Ufersa na primeira divisão

Das 15 modalidades es­ portivas ofertas pela Ufersa por meio da Pró­reitoria de Assun­ tos Comunitários (Proac), o Futebol Americano é uma das mais inusitadas e tem ganhado espaço entre os esportistas. A modalidade foi incluída entre as opções em 2012 depois que o professor Armando Gomes de Melo Júnior chegou à institui­ ção e cadastrou a modalidade como projeto de extensão. “Eu já praticava o Futebol Americano e trouxe para a Ufersa, que tem tido boa pro­ cura”, relembra ele. Atualmente a equipe é composta por 36 atletas, sendo 12 da Ufersa e 24 da comunidade externa, com treinos aos fins de semana, sempre às 14, no Parque Espor­ tivo da Ufersa. Embora com apenas aproximadamente dois anos de atuação, a equipe já mostra bons resultados. Pelo segundo ano consecutivo disputa o Cam­

peonato Brasileiro de Futebol Americano, e na edição deste ano se mantém em sexto lugar no ranking entre os 18 times do campeonato. O professor Arman­ do explica que, para se manter na primeira divi­ são, é preciso segurar um lugar entre os 10 primei­ ros. “Estamos bem. O cam­ peonato é disputado, pri­ meiramente, por regiões e até meados de novembro teremos o resultado da região Nordeste, onde es­ tamos, para daqui saírem a disputa nacional com as outras regiões”, detalha. O time da Ufersa já viajou para disputar parti­ das em Natal, Recife, João Capacete garate segurança dos atletas Pessoa e Fortaleza. A Uni­ versidade disponibiliza por ção e contempla aquele com semestre uma Bolsa Esportiva mais assiduidade e resultado. É para os alunos matriculados na uma forma de incentivo”, pon­ modalidade. “A gente faz a sele­ dera o esportista.

pROGRAME-SE

Novembro com muitas atividades na Ufersa Muitos eventos estão pro­ gramados para acontecer no mês de novembro na Ufersa em Mossoró. As atividades começam com o XX Seminá­ rio de Iniciação Científica ­ Pibic, que vai acontecer nos dias 5 e 6 de novembro. O PIBIC é um programa voltado para o desenvolvimento do pensamen­ to científico e iniciação à pesqui­ sa de estudantes de graduação do ensino superior. Nos dias 10 e 11, estará acontecendo, no Auditório do CTARN, a II Jornada de Estudos do Programa Ofi­ cinando em Redes, com a proposta de proporcionar um ambiente sensível de reflexões transdisciplinares sobre os pro­ cessos de aprendizagem, de cui­ dado e de invenção de modos de vida com integração de tecnolo­ gias nas atividades em educação

e saúde. Já de 19 a 21, estará acon­ tecendo o II Seminário de Ação Afirmativa, Diversi­ dade e Inclusão Social (SEADIS) e o II Fórum de Acessibilidade, que traz o tema: Práticas Discursivas, Di­ versidade e Inclusão Social: ca­ minhos para uma universidade acessível. O SEADIS e o Fórum vão possibilitar a ampliação de conhecimentos, promoção de diálogos, debates, reflexões e socialização de experiências no campo da inclusão social. A Semana de Ambi­ ente, Tecnologia e Socie­ dade será realizada nos dias 27 e 28, trazendo como tema: “Desafios em pesquisa interdis­ ciplinar”. O evento é promovi­ do pelo Programa de Pós­Gra­ duação em Ambiente, Tecno­ logia e Sociedade.

Os treinos acontecem no campo de futebol da Ufersa Mossoró

Os interessados em inte­ grar a equipe de treinamento de Futebol Americano da Ufersa podem se inscrever pro­ curando o esportista na Piscina da Ufersa, de segunda à sexta, depois das 16h; ou ainda nos fins de semanas na Piscina e no Ginásio, sempre depois das 16h, no Câmpus Leste, ao lado da Reitoria.


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