Folha da Ufersa - Edição 13

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FOLHA N OVEMBRO E D EZEMBRO DE 2015 E D. N º13 - M OSSORÓ/RN

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UFERSA

INFORMATIVO INTERNO DA U NIVERSIDADE F EDERAL RURAL DO S EMI-ÁRIDO

10 anos

É pa ra c o m e m o ra r!

Em 10 anos, a população acadêmica é quase cinco vezes maior que em 38 anos de Esam. Além de Mossoró, a Ufersa é uma realidade em Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros com mais de 9.700 estudantes matriculados na graduação, na pós-graduação e no ensino à distância, tornando mais viável o sonho da formatura num curso superior. Págs 04 e 05.

ÁGUA Pesquisas analisam qualidade da água e a capacidade para produção de peixes em Santa Cruz e Umari. Pág.03

CAATINGA Ufersa realiza pesquisas voltadas para recuperação da vegetação nativa em áreas degradadas. Pág. 06

CIÊNCIA Astronauta Marcos Pontes abre Feira de Ciência e incentiva produção científica nas escolas públicas. Pág. 08

E Mais:

­ QUEM FAZ A UFERSA: CHEFE DO DACS, PROFESSORA LUDIMILLA OLIVEIRA; PÁG. 02 ­ APROVADA PELO CONSUNI, REITORIA IMPLANTA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA UFERSA; PÁG. 02 ­ NOSSOS VALORES: PROFESSOR MARCELO PEDROZA: PARCERIA DE VIDA COM A UFERSA; PÁG. 07 ­ CONGRESSO DE AGROECOLOGIA PROMOVE TROCA DE SABERES ENTRE UNIVERSITÁRIOS E AGRICULTORES; PÁG. 07 PRODUZIDO PELA ASSESSORIA www.ufersa.edu.br

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AV. FRANCISCO MOTA, 572 BAIRRO COSTA E SILVA MOSSORÓ-RN | CEP: 59.625-900


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EDITORIAL

Uma década. Tempo suficiente para percebermos a força da Universidade Federal Rural do Semi­Árido. Há 10 anos recebíamos a missão de transformar a Esam em Universidade. Percebemos que muita coisa mudou pra melhor. Os números comprovam em nossa matéria de capa comemorativa aos 10 anos da Ufersa, 48 anos de história. Trazemos ainda pesquisas importantes voltadas para a preservação da vegetação da caatinga e dos nossos reservatórios. A Feira de Ciências e o Congresso de Agroecologia também movimentaram a nossa Universidade. É isso, se a batalha não foi ganha, valeu estar na luta por melhores condições de trabalho. Mande a sua sugestão e boa leitura. Passos Junior | Editor | assecom@ufersa.edu.br

QUEM FAZ A UFERSA

Ludimilla Oliveira Chefe do Depto. de Agrotecnologia e Ciências Sociais O ingresso no serviço público é a concretização de um sonho. Tenho uma formação interdisciplinar: sou graduada em Serviço Social (UERN), especialista em Direito Ambiental, mestre em Desenvolvi­ mento e Meio Ambiente e doutora em Arquitetura e Urbanismo, pela UFRN. Entrei na Ufersa em abril de 2010, lotada no Departamento de Agrotecnologia e Ciências Sociais (DACS) para atuar no curso de Administração. Na nossa prática introduzi­ mos aulas de campo, o incentivo a eventos e o alinhamento dos discentes com a realida­ de das cadeias produtivas da região e com o mundo do trabalho. Realizamos pesquisas na área de avaliação de impactos ambien­ tais, gestão urbana, sustentabilidade e em­ preendedorismo. A minha inserção no espaço da gestão pública se deu com o convite para uma assessoria na Pró­Reitoria de Extensão e Cultura, onde tive a oportunidade de ocupar espaço na condição de Pró­Reitora substi­ tuta e, depois, titular. Por quase três anos, a Proec foi um espaço de aprendizagens e contribuições para a Universidade. Institu­ cionalizamos o Programa de Extensão e Cultura, realizamos eventos na área de estágios e coordenamos a programação científica da Expofruit. Como chefe do DACS, temos enfren­ tado inúmeros desafios e conquistas. Construímos um Manual Operacional de Rotinas Administrativas, implementamos o modelo de relatório de gestão e temos pro­ curado trabalhar com a transparência e a participação dos servidores e alunos. Uma inovação para o departamento foi o de fazermos o Seminário Interdisciplinar (SIDACS), que ocorre este ano em sua ter­

EXPEDIENTE

ceira edição, e campanhas de responsabi­ lidade social: uma na páscoa, “Faça uma criança mais feliz”, e outra no natal, intitulada “Natal sem Fome”. Atualmente, possuo assento no Conselho Universitário – CONSUNI. Já no segundo mandato, nosso objetivo tem sido defender e atuar em prol das demandas da Universidade. Além disso, tenho a oportuni­ dade de representar a Ufersa em dois gran­ des Conselhos de Comunidade: o da Penitenciária Agrícola Mário Negócio, onde realizamos campanha para organizar a biblioteca, com mais de 5000 volumes (derivados de doações); e o Conselho da Penitenciária Federal, na condição de vice­ presidente. Atualmente, procuro atuar na gestão universitária com muita responsabilidade. Quero continuar dando o meu melhor, em­ preendendo com amor, dedicação e, sobre­ tudo, pensando no futuro da Instituição, frente aos desafios que compõem uma his­ tória de 48 anos, sendo 10 de transformação em Universidade. Fazer acontecer, trabalhar com compromisso, ética e valorização das pessoas e do lugar é o meu objetivo. Afinal, quando a gente ama o que faz , o nosso melhor naturalmente acontece.

Comunicação de fato e direito Desde janeiro de 2010 funcionando de fato, com a contratação do primeiro jornalista concursado, o setor de comuni­ cação da Universidade Federal Rural do Semi­Árido, passou a existir, de direito, com a aprovação do Regimento de Criação da Assessoria de Comunicação, pelo Conselho Universitário – Consuni. A minuta do Regimento foi encaminhada à Reitoria por reinvindicação da Pauta Interna do Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação do Ensino Superior – SINTEST/RN por ocasião da greve da categoria. A minuta que criou a Assessoria de Comunicação foi resultado de um processo de diálogo iniciado há mais de dois anos. Agora, o setor de Comunicação é um órgão complementar, vinculado à Reitoria, com a finalidade de planejar e executar as políticas e diretrizes de comu­ nicação da Ufersa, tanto para atender a comunidade acadêmica – docentes, téc­ nicos e estudantes – como também as demandas da comunidade externa. A Ufersa já dispunha de uma estrutura com servidores voltados para atividades em Comunicação, mas a institucionalização do setor se dá somente agora. O servidor Carlos Adams foi desig­ nado pelo reitor José de Arimatea de Matos para ocupar a função de primeiro chefe da Assecom/Ufersa. Continuam sendo de atribuição da Assessoria os projetos já em andamento como, por exemplo, os suplementos Folha da Ufersa, Boletim Ufersa, notícias para o Portal e artes institucionais. E, agora, passam a evoluir o andamento de outras inciativas, a citar: a implementação de uma parceria com o Núcleo de Audiovi­ sual da UERN, com um espaço na programação da UERN TV para material audiovisual produzido sobre a Ufersa e, também, programação para rádio.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA UFERSA - CHEFE DE COMUNICAÇÃO: C ARLOS ADAMS. EDIÇÃO: P ASSOS J ÚNIOR. TEXTOS: P ASSOS J ÚNIOR E H IGO LIMA. PROJETO GRÁFICO: AMANDA F REITAS. DIAGRAMAÇÃO: AMANDA F REITAS. FOTOS: E DUARDO M ENDONÇA, P ASSOS J ÚNIOR, AMANDA F REITAS E LUANA LAISE. REVISÃO: AMANDA F REITAS E D IEGO F ARIAS. ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR DA UFERSA - REITOR: J OSÉ DE ARIMATEA DE M ATOS. VICE- REITOR: F RANCISCO O DOLBERTO DE ARAÚJO. CHEFE DE GABINETE: M ÁRCIA DE J ESUS XAVIER. PRÓ- REITOR DE GRADUAÇÃO: P ROF. AUGUSTO C ARLOS P AVÃO. PRÓ- REITOR DE PLANEJAMENTO: G EORGE B EZERRA RIBEIRO. PRÓ- REITOR DE ADMINISTRAÇÃO: J ORGE LUIZ DE O LIVEIRA C UNHA. PRÓ- REITORA DE GESTÃO DE PESSOAS: KELIANE DE O LIVEIRA C AVALCANTE. PRÓ- REITOR DE PESQUISA E PÓS- GRADUAÇÃO: P ROF. VANDER M ENDONÇA. PRÓ- REITOR DE EXTENSÃO E CULTURA: P ROF . F ELIPE DE AZEVEDO S ILVA RIBEIRO . PRÓ - REITOR DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS : P ROF . RODRIGO S ÉRGIO F ERREIRA DE M OURA.


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SUSTENTABILIDADE

Projeto monitora as atividades de piscicultura nos reservatórios do RN

Pesquisadores desenvolvem pesquisa que aplica modelos matemáticos para monitoramento e uso sustentável dos reservatórios de Santa Cruz e Umari para a criação da espécie Tilápias do Nilo O projeto intitulado “Determinação da Capacidade de Suporte e Zoneamento de Áreas Aquícolas como Base para o Desenvolvimento Sus­ tentável da Piscicultura nos Reservatórios de Santa Cruz e Umari – RN”, financiado pelo Programa de Apoio a Núcleos Emergentes – PRONEM teve o seu mérito reconhecido e apro­ vado pela FAPERN em 2012, sendo que os recursos para o desenvolvimento das atividades de pesquisa foram provenientes da Fun­ dação Estadual de Amparo a Pesquisa e do CNPq. O projeto tem como objetivos prin­ cipais três frente. Na primeira fase, analisa a qualidade da água e a composição e estru­ tura das comunida­ des aquáticas (bentos, plâncton, macrófitas, peixes) dos reserva­ tórios de Santa Cruz e Umari, visando compreender o funcio­ namento destes ecossistemas. Em um segundo momento, possibilita subsidiar o desenvol­ vimento de um sistema com­ partilhado e participativo para a gestão da atividade de criação de peixes em tanques rede, bem como avaliar a sustentabilidade das atividades de piscicultura em ambos os reservatórios por meio de indicadores ambien­ tais, sociais e econômicos. Já na sua fase de conclusão, o objeti­ vo é aplicar e validar modelos matemáticos para determinar a capacidade de suporte dos reservatórios do semiárido poti­ guar no que se refere à criação da espécie "Tilápias do Nilo". O projeto envolve as três universidades públicas do Rio Grande do Norte – UFERSA, UFRN e UERN, sob a coorde­ nação geral do Professor Dr. Gustavo Henrique Gonzaga da Silva, Ecólogo e Limnólogo vinculado ao Departamento de

As informações vão melhorar o uso de ambientes aquáticos de forma sustentável

Ciências Animais da Univer­ sidade Federal Rural do Semi­ Árido – UFERSA. Os trabalhos foram iniciados em 2012 e irão se prolongar até o final de 2015. De acordo com o coorde­ nador, além das informações científicas e da aplicação prática dos conhecimentos obtidos pa­ ra o gerenciamento dos recur­ sos hídricos e da aquicultura em tanques rede, o projeto está conta com a participação de dezenas de alunos de Iniciação Científica, Mestrado e Doutora­ do, proporcionando a capacita­ ção de jovens pesquisadores do Estado. Dissertações de mestra­ do já foram defendidas com êxito e outras estão em anda­ mento assim como algumas teses de doutorado. O professor Gustavo Henrique Gonzaga da Silva destaca que “com base nos resultados desta pesquisa, por meio dos modelos matemáticos e de acordo com legislação ambiental vigente, pretende se determinar a quantidade de peixes que poderão ser culti­

vados de forma sustentável nos reservatórios do semiárido poti­ guar, no intuito de minimizar os impactos ambientais e visan­ do otimizar o aproveitamento dos usos múltiplos destes ambi­ entes aquáticos”. Outro aspecto de suma importância trata da modelagem matemática dos reservatórios estudados, que será realizada com o auxílio do software IPH­ECO, desenvolvi­ do e distribuído pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UF do Rio Grande do Sul. O projeto financiado pela FAPERN/CNPq também foi importante para dar maior visibilidade às pesquisas desen­ volvidas no Rio Grande do Norte. Neste contexto, em 2013 o Limnoaqua foi convidado pa­ ra participar da Rede Nacional de Sustentabilidade na Aqui­ cultura que é constituída por 38 pesquisadores de 15 instituições de pesquisa das regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Norte. Esta rede foi formada a partir do Grupo de Trabalho em Susten­ tabilidade, constituído pelo Mi­ nistério da Pesca e Aquicultura e é coordenada pelo Prof. Dr. Wagner Valenti, do Centro de

Aquicultura da UNESP, tendo como objetivos principais de­ senvolver um conjunto de indicadores de sustentabilidade adequados para avaliar a aqui­ cultura brasileira e formar pes­ soal qualificado para atuar nes­ ta avaliação. Iniciativas seme­ lhantes vêm sendo feitas em vários países da Comunidade Europeia. Desta forma, avalia­ ções da sustentabilidade dos sistemas de produção podem se tornar obrigatórios para colocar os produtos aquícolas brasilei­ ros em mercados diferenciados. Ainda segundo o profes­ sor Gustavo Henrique “o incen­ tivo à criação de tilápia é o foco dos governos estadual e federal no Semiárido do Estado. Neste contexto, é extremamente im­ portante a utilização de indica­ dores ambientais, sociais e econômicos, além da aplicação de modelos confiáveis para ava­ liar as atividades de piscicultura nos reservatórios do RN. Além disto, o monitoramento físico, químico e biológico destes am­ bientes aquáticos também é essencial no intuito de compre­ endermos e preservarmos a diversidade biológica local”.


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UFERSA 10 ANOS

Uma universidade parceira no desenvolvimento do

O dia primeiro de agosto de 2015 foi uma data especial para a Ufersa, em decorrência da sua primeira década de fundação. Resultante do pro­ cesso de transformação da anti­ ga Escola Superior de Agrono­ mia de Mossoró – ESAM, já são 48 anos de uma importante his­ tória para o desenvolvimento do Semiárido. Não há como falar em Ufersa sem comemorar o acele­ rado ritmo de crescimento vivi­ do pela instituição nestes últi­ mos 10 anos. É uma expansão presente em Mossoró, Câmpus Sede, e que se ramifica pelos campi de Angicos, Caraúbas, Pau dos Ferros e, logo em bre­ ve, também na cidade de Assú. Para atender a esse cresci­ mento, a paisagem das unida­ des acadêmicas é um constante canteiro de obras. Atualmente, 41 projetos estruturantes estão em andamento, entre novas construções e a reforma/manu­ tenção de antigas instalações. Um investimento superior a R$ 67 milhões. Hoje, já somos cinco vezes maiores do que éramos quando Esam. Saímos de 25.237,92m² para 132.846,53 m² de área construída nos 4 campi. Ofertávamos 4 cursos de graduação, hoje já são 41 e 13 Programas de Pós­graduação. O maior investimento da Ufersa, no entanto, está na formação acadêmica. Durante esses 48 anos de história já são pouco mais de 5 mil diplomas de graduação expedidos para formação de profissionais e pesquisadores que fomentam o progresso do Rio Grande do Norte e de diversos Estados brasileiros por onde estão espa­ lhados nossos ex­alunos. Entre estudantes de gra­ duação, pós­graduação e ensino a distância, temos hoje 9.700 alunos movimentando as ativi­ dades acadêmicas da Ufersa. Um terço desse total está nos campi de Angicos, Caraúbas e

Semiárido

Pau dos Ferros. A responsabilidade da Ufersa não é apenas em receber os estudantes, mas também em assegurar a assis­ tência àqueles mais carentes. Atualmente são mantidas 916 bolsas pelo Programa Institu­ cional Permanência, com orçamento superior a R$ 6,2 milhões, distribuídos para Bolsa Permanência Acadêmi­ ca, Apoio ao Esporte, Auxílio Moradia, Auxílio Alimenta­ ção, Auxílio ao Portador de Necessidade Especial, Auxílio Transporte, Auxílio Didático Pedagógico e Auxílio Creche. Fora esse montante, a assistência estudantil atente ainda 1.500 alunos, diaria­ mente, com almoço e jantar no Restaurante Universitário. Esse número deverá dobrar com a construção de outros 3 RUs nos campi. Já na Mora­ dia Universitária – a Vila Aca­ dêmica – são 310 estudantes contemplados e esse número

Maior investimento está na formação acadêmica com mais de cinco mil diplomas expedidos pela instituição

vai para 840 quando for en­ tregue as unidades dos campi. Se os números impres­ sionam até aí, vale salientar que a comunidade acadêmica da Ufersa é significativamente maior. Somente entre servido­ res técnicos­administrativos e professores somos uma família de 1.139 profissionais: 585 pro­ fessores para atender diversas

áreas do co­ nhecimento e 554 técni­ cos distribuídos em 65 áreas de atuação. Um crescimento in­ conteste. Em 10 anos, a popu­ lação acadêmica é quase cinco vezes maior do que em 38 anos de Esam, quando a instituição contava com a atuação de 266 servidores – 71 Professores e 197 técnicos. Atender a toda essa de­ manda que produz diariamente

Pesquisa, Extensão e Ensino exige uma infraestrutura arro­ jada. São 114 salas de aula, 188 laboratórios, 200 instalações administrativas e 371 salas de professor. Somente a frota da instituição, composta de 78 veículos, fechou o ano de 2014 rodando mais de 1 milhão e 600 mil quilômetros. Já imaginou baixar 1,8 milhão de músicas em mp3 todo dia? Pois o tráfego com internet na Ufersa chega a essa


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proporção, graças a fluxo 9 Terabytes de internet diariamente nos quatro campi. São 2 mil computadores e 30 km de fibra óptica. Somente o Portal Ufersa chega a 8 mil visitas por dia, com picos de 15 mil acessos. Para o professor José de Arimatea de Matos, reitor da Universidade, esse crescimento é uma eficiente estratégia para assegurar o crescimento da região. “Ser Ufersa é ter a oportunidade de pro­ pagar a educação e contribuir diretamente com a constante melhoria da qualidade de vida da nossa sociedade”.

No ensino, na pesquisa e nas atividades de extensão, a Ufersa apresentou grande crescimento na última década

Homenagens Para celebrar os 10 Anos da Instituição, a comis­ são responsável pela elaboração das comemorações se empenhou para entregar à comunidade a institucio­ nalização de comendas de honrarias. Um grupo de trabalho foi montado com o intuito de resgatar a memória da Universidade e elaborar o projeto que embasasse a pauta, já aprovada pelo Conselho Universitário – CONSUNI. A partir de agora, fica instituído a Medalha Jerônimo Vingt­um Rosado Maia e a de Mérito Administrativo. A resolução também elabora critérios para a concessão dos títulos de Doutor Honoris Causa.


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meio ambiente

Pesquisa aponta saída para recuperação de áreas degradadas Ufersa desenvolve projetos "Práticas silviculturais para espécies arbóreas adaptadas ao semiárido" e "Inclusão de milho e feijãocaupi no sistema produtivo visando diversificação da produção"

trabalhos agora em 2015. “Até o momento, foram publicados cinco traba­ lhos e mais três trabalhos foram submetidos. Por­ tanto, o desenvolvimento do projeto contribuiu para a solução de problemas do Estado do Rio Grande do Norte e para o aperfeiçoamento de recursos humanos, indicando seu êxito”, avalia Paulo Sérgio. Professor Paulo Sérgio é um dos pioneiros no trabalho com vegetação nativa Já o projeto "Inclusão de milho e feijão­caupi dos para os efeitos da densi­ ainda está no campo, mas ava­ dade de plantio e da irrigação liações não foram feitas em ra­ no sistema produtivo da no crescimento da sabiá (Mi­ zão da morte de várias plantas”, empresa Hortvida Agrícola diversificação da mosa caesalpiniaefolia benth); justificou. O professor frisa que, visando densidade de plantio e cresci­ em compensação, outros traba­ produção" foi submetido à mento de duas espécies arbó­ lhos adicionais foram feitos nos Fapern no Programa de bolsas reas adaptadas ao semiárido; demais experimentos realiza­ de pós­doutorado em empresas do Rio Grande do Norte. O crescimento de espécies vege­ dos com sucesso. Além desses, dois novos objetivo é avaliar os rendimen­ tais adapatadas ao semiárido em cultivos puros e consorcia­ experimentos: Efeitos do local tos de minimilho e de grãos dos; crescimento de duas de coleta da serapilheira na verdes e secos de milho (cul­ leguminosas e rendimentos do recuperação de áreas degrada­ tivar AG 1051) e de feijão­caupi milho e feijão­caupi em siste­ das da Caatinga, e Efeitos da (cultivar Lisão), em mono­ mas silviagrícola e, crescimento dose de serapilheira na recupe­ cultivo e em consorciação, de dez espécies arbóreas ração de áreas degradadas da visando à identificação do caatinga foram incorporados, sistema de produção mais adaptadas ao semiárido. “Todos esses experimen­ por se tratarem de recuperação eficiente dessas duas culturas. O projeto está sendo tos foram realizados com êxito”, de áreas degradadas, são expe­ avalia o professor, ressaltando rimentos de longa duração, que desenvolvido pelo engenheiro que o último (crescimento de ainda estão no campo e não agrônomo, Dr. Paulo Igor Barbosa e Silva na empresa dez espécies arbóreas adapta­ foram avaliados. A pesquisa propiciou o Hortvida Agrícola LTDA, locali­ das ao semiárido), ficou um pouco prejudicado em decor­ treinamento de dois estudantes zada no município Governador rência dos três últimos anos de de iniciação científica, dois de Dix­sept Rosado. Os dados do seca (2012 a 2014), ocorridos mestrado e um de doutorado. experimento estão, no momen­ no Estado. “Na realidade, o Um terceiro estudante de to, sendo analisados estatisti­ experimento foi implantado e mestrado deverá iniciar os camente.

Os experimentos são desenvolvidos na Fazenda Experimental da Ufersa

Na Fazenda Experimental Rafael Fernandes da Universi­ dade Federal Rural do Semi­ Árido, no Distrito de Lagoinha, Zona Rural de Mossoró, há quase quatro anos o prof. Dr. Paulo Sérgio de Lima e Silva, do Departamento de Ciências Vegetais da Ufersa, desenvolve pesquisa voltada para a recupe­ ração de áreas degradadas. Fi­ nanciados pela Fapern são dois projetos: "Práticas silviculturais para espécies arbóreas adap­ tadas ao semiárido" e "Inclu­ são de milho e feijão­caupi no sistema produtivo da empresa Hortvida Agrícola visando diversificação da produção". O professor ressalta que o primei­ ro foi concluído recentemente. Com um financiamento superior a R$ 162 mil, a pesqui­ sa "Práticas silviculturais para espécies arbóreas adaptadas ao semiárido" teve como objetivo identificar práticas culturais que permitiam o reflorestamen­ to em áreas do Rio Grande do Norte, visando a exploração econômica de espécies arbóreas adaptadas ao semiárido e a redução de áreas degradas. A pesquisa resultou na montagem de cinco experimentos, tendo cada um suas particularidades. Os experimentos do pro­ fessor Paulo Sérgio estão volta­


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NOSSOS VALORES

Professor Marcelo Pedrosa: Parceria de vida com a Ufersa

Aluno da terceira turma da Esam, o professor Marcelo Pedroso, ao concluir um curso de agronomia, em 1973, no ano seguinte, já assumia como professor da instituição para disciplina de Suinocultura, se tornando efetivo em 1975. Mestre em Zootecnia, na área de produção animal, pela Universidade Federal de Santa Maria (RS), Marcelo Pedrosa soube conciliar bem as atividades de docente com a vida administrativa, tendo ocupado por 04 vezes a chefia do Departamento de Zootecnia, membro do Conselho Técni­ co Administrativo, chefe e co­fundador do Centro de Multiplicação de Animais Silvestres, coordenador de planejamento em duas gestões, presidente da Comissão Geral do Concurso Vestibular, culminando com o cargo de diretor da Esam (2000/2003). Tamanha experiência o credenciou para atuar na adminis­ tração do seu sucessor, professor Josivan Barbosa, como assessor especial da direção, e da reitoria, a partir de 2005, com a transfor­ mação da Escola em Ufersa. São 41 anos de muito trabalho dedicado à instituição. Ainda na ativa, o professor Marcelo Pedrosa integra o Departamento de Ciências Animais, onde leciona as disciplinas avicultura, no curso de Agronomia e, suinocultura, nos cursos de Zootecnia e Medicina Veterinária. O trabalho do professor Marcelo Pedrosa foi fundamental para transformar a Esam em Universidade, uma prioridade de sua gestão como diretor, que tinha como lema: "Esam, rumo a Universi­ dade". Segundo o professor Marcelo, foram dois momentos importantes para essa conquista. A aprovação do Projeto de Transformação da Esam em Universidade Federal Rural do Semi­ Árido, pelo Conselho Técnico Administrativo, em agosto de 2003 e, em setembro do mesmo ano, o protocolamento junto ao Ministério da Educação do referido projeto. “Essas duas ações foram fundamentais para iniciarmos o processo do que hoje é a Ufersa”, confessa orgulhoso. O feito rendou ao ex­diretor homenagem com agraciamento de uma comenda pela atual gestão, em 2013. O trabalho administrativo do professor Marcelo Pedrosa ultrapassou os limites da instituição ao assumir a Presidência do

Conselho das Instituições de Ensino Superior Federais Especia­ lizadas – CODESFE e, a 2ª Vice­presidência da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior – ANDIFES. O professor reconhece a importância política desse momento no processo de transformação da Esam em Universidade. “Vejo a Ufersa com potencial para se tornar uma das melhores universidades do nordeste”, afirma. O professor também recorda alguns períodos difíceis vividos na instituição, por exemplo, no ano 2000, quando foi necessária a campanha “A Esam quer Paz”. “Um período de grande turbulência política/administrativa que culminou com dirigentes interventor­pro tempore”, citou. Com relação às conquistas, cita os cursos de Zootecnia e de Engenharia Agrí­ cola criados na gestão dele. “Digo sempre aos meus alunos que não percam o encanto com a necessidade de absorver os conhecimentos transferidos pela academia. O mer­ cado de trabalho é bastante seletivo e não basta o for­ mado ser razo­ ável ou bom, em termos de conheci­ mentos, ele tem que ser ótimo ou especial”, aconselha o mestre.

eVENTO

Agroecologia: uma alternativa sustentável As práticas agroecológicas centralizaram as discussões do I Congresso de Agroecologia do Semiárido realizado no mês de outubro, na Universidade Federal Rural do Semi­Árido. O evento proporcionou a troca de saberes entre universitários e pequenos agricultores familiares. Mais de 70 produtores familiares e quase mil estudantes participaram das atividades. A abertura, no Teatro Dix­Huit Rosado, contou com a participação do poeta cordelista Antônio Francisco e uma mesa redonda com o economista e ativista social, João Pedro Stedile, do Movimento Sem Terra; Ignácio Herman Salcedo, do Instituto Nacional do Semiárido – INSA; e Ricardo Padilha, do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). As oficinas empolgaram os agriculto­ agroecológica. “Cultivo alface, coentro, ceboli­ res que pela primeira vez frequentavam um nha e tomate sem nenhum agrotóxico”, ambiente universitário não apenas apren­ garantiu Francisco da Luz França, do Sítio dendo, mas principalmente repassando os Congresso reúne agricultores na Ufersa Serra Mossoró. Na ocasião, o Grupo Verde de seus conhecimentos da lida diária. “Acho muito importante para trocar experiências”, opinou Marcos Alberto Agricultura Familiar, o GVAA, comemorou os 30 anos de fundação. Batista Fernandes, da Comunidade de Riacho Grande. A ideia dos A ONG, formada por estudantes e professores da Ufersa, encampa a organizadores é despertar uma maior conscientização para a prática defesa pela agroecologia.


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FEIRA DE CIÊNCIAS

Incentivo à pesquisa começa cedo

A V Feira de Ciências do Semiárido Potiguar superou todas as expectativas de par­ ticipantes e públicos. Ao to­ do, foram 226 trabalhos com cinco classificações para a Feira Brasileira de Ciência e Engenharia – Febrace, em São Paulo, concorrendo a edição internacional, a ser realizada em Londres, na Inglaterra. A Feira reúne es­ tudantes de escolas públicas dos mais diversos municípios do Rio Grande do Norte. Esse ano, o tema “Faça uma pergunta e mude a sua vida”, abriu o evento com uma palestra do astronauta brasileiro Marcos Pontes. “É a pesquisa científica sendo realizada desde a educação básica, num espaço que pro­ move a construção de novos saberes”, afirmou a professo­ ra da Ufersa, Cristiane Carva­

Astronauta Marcos Pontes falou de sua trajetória dentro e fora do planeta

lho, coordenadora da Feira. Além do grande número de estudantes envolvidos, a pa­ lestra do astronauta Marcos Pontes deu um brilho espe­ cial à Feira. O astronauta, que foi o primeiro brasileiro a

integrar uma missão espaci­ al, serviu de exemplo para os estudantes de escolas públi­ cas do Rio Grande do Norte ao falar de sua trajetória, de menino humilde, até chegar a uma missão espacial da

NASA, em 2006. Ele falou de sonhos e da disposição em transformá­lo em realidade. “Se você acredita num sonho, ele pode te levar aonde você quiser, inclusive, para fora do planeta”, disse.


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