Folha da Ufersa - Edição 12

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FOLHA M ARÇO E ABRIL DE 2015 E D. N º12 - M OSSORÓ/RN

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UFERSA

INFORMATIVO INTERNO DA U NIVERSIDADE F EDERAL RURAL DO S EMI-ÁRIDO

Mel

I n c e n t i vo à a p i c u lt u ra

Ufersa ganha centro tecnológico de R$ 1,5 milhão, recursos do Ministério de Ciência e Tecnologia, voltado para a capacitação e aprimoramento do trabalho dos apicultores da Região Oeste do Estado. O CCTA se propõe prestar assistência técnica e o ensino de novas metodologias que atendam o mercado interno e externo na produção do mel. Págs. 04 e 05.

FRUTICULTURA

DIREITO

SEMENTES

Cultura da uva tem produtividade e desperta interesse de pequenos agricultores do RN. Pág.03

Primeiros alunos da Ufersa passam no exame da OAB ainda concluindo o curso. Pág.06

Laboratório que germina conhecimento e novas pesquisas nas ciências vegetais.. Pág. 08

­ QUEM FAZ A UFERSA: CHEFE DO DCAT, PROFESSOR RODRIGO NOGUEIRA DE CODES; PÁG. 02 ­ UFERSA PREPARA COMEMORAÇÃO DOS 10 ANOS. PÁG. 02 ­ NOSSOS VALORES: DONA MARIQUINHA: UMA VIDA DE PEQUENOS DETALHES; PÁG. 07 ­ UFERSA E UERN JUNTAS FORMANDO MESTRES EM COMPUTAÇÃO; PÁG. 07 PRODUZIDO PELA ASSESSORIA www.ufersa.edu.br

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COMUNICAÇÃO

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AV. FRANCISCO MOTA, 572 BAIRRO COSTA E SILVA MOSSORÓ-RN | CEP: 59.625-900

E Mais:


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EDITORIAL

Estamos chegando à 12ª edição da nossa Folha da Ufersa, mantendo a proposta de levar para comunidade interna matérias sobre o dia a dia da nossa Universidade. São ações de ensino, pesquisa, extensão e também de pessoas que contribuem para o crescimento da nossa Universidade. Por nossas páginas muita coisa já foi mostrada, e esperamos contar com a sua colaboração para mostrar muito mais. Nessa edição, temos como destaque a apicultura com a aprovação de quase R$ 1,5 milhão para instalação de um novo centro de pesquisa. A uva também aparece com a expansão da cultura pelo RN, fruto das pesquisas realizadas na Ufersa. Temos ainda destaque para o curso de Direito com aprovação de 80% dos concluintes no exame da OAB, além do Laboratório de Sementes e a Pós­Graduação em Computação. É muita coisa boa que engrandece a nossa Ufersa e nos dá orgulho de fazer parte dessa Universidade. É isso aí, boa leitura. Passos Junior assecom@ufersa.edu.br | Editor

QUEM FAZ A UFERSA Rodrigo Nogueira de Codes Chefe do Depto. de Ciências Ambientais e Tecnológicas Tenho dupla graduação em Engenha­ ria Civil (Universidade Federal do Ceará) e Engenharia Generalista (Ecole Centrale de Lyon, França), através do programa de duplo diploma. Tenho mestrado em Enge­ nharia e Ciência de Materiais pela UFC e doutorado em Engenharia Mecânica e de Materiais na Ecole Normale Supérieure de Cachan, na França. Ao longo de meus estudos, sempre participei ativamente de atividades acadê­ micas que foram importantes para minha formação. Durante minha graduação, fui bolsista do PET Engenharia Civil da UFC, fiz dois estágios nos dois anos de graduação na França e ao retornar fui bolsista de Iniciação Científica. No doutorado, fiz parte de um grande projeto internacional que me fez amadurecer o trabalho em uma equipe multidisciplinar e multicultural e tive a oportunidade de fazer um estágio doutoral de um mês na Norwegian University of Science and Technology (NTNU) em Trondheim na Noruega. Entrei na Ufersa em agosto de 2010 para ministrar as disciplinas de Resistência dos Materiais e correlatas. Desde o princí­ pio, tenho trabalhado também tentando envolver o máximo de alunos com pesqui­ sas através dos programas de Iniciação Científica da Instituição, tendo também um projeto universal do CNPq . Em junho de 2013, iniciei meu pri­ meiro mandato à frente do DCAT como

chefe do departamento e comecei a me envolver com a administração da Univer­ sidade. Estou no segundo mandato e tenho tentado contribuir para a consolidação das engenharias e das ciências ambientais em nossa Universidade. O Departamento busca isso por meio da qualificação de nossos professores, da melhora da estrutura física e, consequentemente, do aprimoramento do corpo discente. Além desse primeiro passo, tenho o objetivo de contribuir para fazer com que nossa Ufersa continue crescendo e se firmando como uma grande universidade na área da pesquisa através da criação de novos programas de pós­graduação relacionados às engenharias. Com a minha experiência de seis anos em instituições de excelência no exterior, vislumbro também a consolidação da internacionalização da Ufersa, onde ainda temos muito a explorar do potencial de nossos alunos, professores e técnicos.

Ufersa prepara comemoração A primeira década da Univer­ sidade Federal Rural do Semi­Árido será comemorada em grande estilo. A instituição completará 10 anos de transformação em Universidade no dia primeiro de agosto e 48 anos de história, a partir da criação da Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM). O reitor da Ufersa, professor José de Arimatea de Matos, nomeou por meio de Portaria (Nº 0188/ 2015) uma comissão para tratar dos prepa­ rativos do décimo aniversário da Uni­ versidade, com o objetivo de planejar e coordenar toda a programação. A comissão é composta por nove servi­ dores, sendo presidida pela professo­ ra Ludimilla Carvalho Serafim de Oliveira, do Departamento de Agro­ tecnologia e Ciências Sociais. Nas próximas semanas, será lançado um Edital para a criação de arte para painel comemorativa e uma música, que será um novo símbolo para a Ufersa. Também estão progra­ madas: a edição de um catálogo e de um documentário para mostrar o po­ tencial da Ufersa na região do semi­ árido potiguar, além de exposições de documentos e fotografias que retra­ tam a memória da ESAM/Ufersa.

EXPEDIENTE ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA UFERSA - EDIÇÃO: P ASSOS J ÚNIOR. TEXTOS: P ASSOS J ÚNIOR, H IGO LIMA, LUANA LAISE E AMANDA F REITAS. PROJETO GRÁFICO: AMANDA F REITAS. DIAGRAMAÇÃO: AMANDA F REITAS. FOTOS: E DUARDO M ENDONÇA, P ASSOS J ÚNIOR E LUANA LAISE. REVISÃO: AMANDA F REITAS E D IEGO F ARIAS. ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR DA UFERSA - REITOR: J OSÉ DE ARIMATEA DE M ATOS. VICE- REITOR: F RANCISCO O DOLBERTO DE ARAÚJO. CHEFE DE GABINETE: M ÁRCIA DE J ESUS XAVIER. PRÓ- REITOR DE GRADUAÇÃO: P ROF. AUGUSTO C ARLOS P AVÃO. PRÓ- REITOR DE PLANEJAMENTO: G EORGE B EZERRA RIBEIRO. PRÓ- REITORA DE ADMINISTRAÇÃO: J ORGE LUIZ DE O LIVEIRA C UNHA. PRÓ- REITORA DE GESTÃO DE PESSOAS: KELIANE DE O LIVEIRA C AVALCANTE. PRÓ- REITOR DE PESQUISA E PÓS- GRADUAÇÃO: P ROF. RUI S ALES J ÚNIOR. PRÓ- REITOR DE EXTENSÃO E CULTURA: P ROF . F ELIPE DE AZEVEDO S ILVA RIBEIRO . PRÓ - REITOR DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS : P ROF . RODRIGO S ÉRGIO F ERREIRA DE M OURA.


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FRUTICULTURA

O que seria uma possibilidade torna-se realidade

As pesquisas com uva têm ampliado os estudos na Ufersa, resultando TCC's, dissertações de mestrado e teses de doutorado

Qualidade e alta produti­ sibilita duas colheitas por ano. miliar esse custo pode ser sub­ vidade. Esses requisitos moti­ Outra vantagem consta­ traído”, observa o pesquisador. vam os produtores a investi­ tada na pesquisa quando com­ A primeira colheita acontece a rem na cultura da uva no Rio parada a produção de uvas em partir do segundo ano. Um Grande do Norte. A viabilidade outras regiões diz respeito ao parreiral tem vida útil de 30 para a produção foi constatada clima. “A baixa umidade relati­ anos com duas colheitas por na pesquisa "Produção de uva va do ar e a baixa precipitação ano. Django garante que o de mesa com baixo impacto de chuvas na região do semiá­ investimento pode ser tirado a ambiental no Vale do Mosso­ rido contribuem para uma partir da segunda colheita. ró/Açú", realizada pela Univer­ redução considerável no uso de O pesquisador acredita sidade Federal Rural do Semi­ defensivos”, afirma Django. que a uva é uma cultura pro­ Árido, com financiamento da O investimento para missora para a agricultura fa­ CAPES. Foram realizados ex­ montar um parreiral de um miliar, sendo uma alternativa perimentos na Fazenda Rafael hectare fica em torno de R$ 40 para segurar o homem no Fernandes, da Ufersa, com a mil, nisso incluído o custo com campo. “Numa área pequena, uva nas variedades: Isabel pessoal (três pessoas), para o os rendimentos na produção Precoce, Itália Melhorada e trabalho de manejo e poda. da fruta podem chegar a R$ 10 Niagara Rosada, sob a coorde­ “No sistema da agricultura fa­ mil por colheita”, afirma. nação do professor Dr. Celso Pommer e do Dr. Django de Jesus. “Além do brix (teor de açúcar em torno de 22º), constatamos uma produtividade de mais de 20 toneladas por hecta­ res”, afirma o pesquisa­ dor Django de Jesus, Doutor em Fitotecnia pe­ la Ufersa. Segundo Djan­ go, a produção é seme­ lhante a da Região de Petrolina, no Vale do São Francisco. A ideia é in­ centivar a produção junto aos pequenos agriculto­ res. A cultura da uva pos­ Pesquisador Django de Jesus comemora produção e expansão da cultura da uva no RN

Produtores de olho na uva Os resultados das pes­ quisas realizadas com a cultura da uva na Ufersa começam a despertar o interesse de peque­ nos produtores de diversas regiões do Estado. Atualmente, 18 produtores do Rio Grande do Norte há seis meses testam a produtividade em suas ter­ ras. São 13 da região do Apodi e 05 de Mossoró (Maisa). A variedade "Isabel Precoce" que é mais tolerante às pragas e possui tripla aptidão (mesa, suco e vinho) vem tendo maior aceitação por parte dos peque­ nos produtores. Os experimen­ tos foram montados numa parceria entre a Ufersa, res­ ponsável pelas mudas e con­ sultoria técnica; o IFRN Câm­ pus Apodi, estrutura dos vivei­ ros e o SEBRAE, consultoria. O objetivo é ampliar a produção. As pesquisas com a cultura da uva não param por aí. Um novo projeto de pós­ doutorado vai estudar o cultivo de mais quatro variedades, desta vez, da uva sem semen­ tes (apirênicas). São as varie­ dades Vitória, Crimson, Festi­ val e Thompson sobre três portas­enxertos (IAC­572, IAC ­766 e IAC­313). “É mais um trabalho importante para a Ufersa que iniciou de forma pioneira o cultivo da uva no Estado, demostrando o poten­ cial para a produtividade da cultura na região”, afirma Django de Jesus. As mudas são da Embrapa. O experimento terá duração de quatro anos, dando continuidade às pesquisas com viticultura no Rio Grande do Norte. Django adianta que outros projetos desenvol­ vidos pelo SEBRAE estão em andamento nos muni­ cípios de Serra de Mar­ tins, no Alto Oeste; em Parazinho, no Mato Grande; e em Brejinho, Vera Cruz e Nísia Floresta (Lagoa do Bonfim), Regi­ ão Agreste do Estado.


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Investimento

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Mais incentivos para a produção de

A Ufersa tem assegurado do Ministério de Ciência e Tecnologia recursos de quase R$ 1,5 milhão para implantação do Centro de Capacitação Tecnológica de Apicultura - CCTA Os apicultores do Rio Grande do Norte vão ser bene­ ficiados com projeto aprovado pela Universidade Federal Rural do Semi­Árido junto ao Ministério de Ciência e Tecno­ logia – MCT. É quase R$ 1,5 milhão para capacitação de apicultores. Os recursos são provenientes do Projeto Centro de Capacitação Tecnológica de Apicultura. O CCTA será um centro avançado de pesquisa e difusão de tecnologia na área da apicultura, a ser construído nas dependências da Fazenda Ex­ perimental Rafael Fernandes, em Mossoró, e pertencente à Ufersa. O CTTA também irá operar com uma estrutura pro­ dutiva na cidade de Apodi, município que recentemente se destacou no cenário nacional como um dos maiores produ­ tores de mel da região nordeste. A nova estrutura representa um incremento na atividade apícola do Estado quando nasce com a proposta de aprimorar, por meio de capacitações, o trabalho dos apicultores da Região Oeste. “A ideia é trazer novas metodolo­ gias e tecnologias que permi­ tam uma melhor competição para os produtores de mel do Rio Grande do Norte”, afirma o professor da Ufersa, Lionel Segui Gonçalves, coordenador do projeto. O Centro também vai fornecer assistência técnica e aprendizado de metodologias que atendam às exigências do mercado interno e externo. Quando estiver em pleno funcionamento o CCTA vai ofe­ recer cursos intensivos de capa­ citação em Fundamentos da Apicultura e o curso de Marce­ naria Aplicada à Apicultura, com estágios de acompanha­ mento na Cooperativa Potiguar de Apicultura e Desenvolvi­ mento Rural e Sustentável ­ Coopapi – com sede em

Apodi/RN. O novo Centro de Pesquisa contará com toda a infraestrutura do Cetapis, insta­ lado na Fazenda Rafael Fernan­ des, da Ufersa, como laborató­ rios, estação meteorológica informatizada, apiários experi­ mentais, sala de seminários, casa do pesquisador e casa de estagiários. A liberação dos recursos para a instalação do CCTA possibilitará a aquisição de equipamentos científicos, im­ plementos apícolas, instalação de uma marce­ naria, constru­ ção de uma biblioteca e um anfiteatro, isso na Fazenda da Ufersa, além da compra de equi­ O novo pamentos para a Coopapi. O profes­ sor Lionel Gon­ çalves assegura que a instalação do CCTA trará grandes benefí­ cios para os pro­ dutores rurais, O Cetapis conta com três apiários e equipamentos para o estudo das abelhas apicultores e es­ tudantes de zootecnia, agrono­ lizando diversas pesquisas com de equipamentos multimídia e mia e ecologia. Além de capa­ abelhas e também presta asses­ internet. técnico­científico Ao todo, são três apiários citar novos alunos na área da soramento para apicultores e meliponicul­ experimentais com mais de 100 apicultura, o Centro contribuirá tores do Rio Grande do Norte. colmeias de abelhas africaniza­ também na reciclagem e no São pesquisas sobre das, sendo um "coberto" para aperfeiçoamento dos apiculto­ res, colaborando, assim, para o manejo de abelhas, biologia, estudos de termorregulação. aumento da produção e genética, fisiologia e comporta­ “Atualmente cerca de 30 pes­ mento em geral, além de nutri­ quisas estão em andamento, exportação de mel no Estado. ção, palinologia, enxameação, sendo a maioria delas relacio­ seleção, melhoramento genéti­ nadas ao manejo e sobre Tudo começou co e patologias apícolas, entre proteção da sombra”, afirma o com o Cetapis outros assuntos ligados às abe­ professor Lionel Gonçalves. Há sete anos, a Ufersa lhas. No Cetapis, os pesquisa­ Cada colmeia possui de 50 a 60 dispõe do Centro Tecnológico dores e apicultores encontram mil abelhas. O Cetapis também ofere­ de Apicultura e Meliponicultura as condições necessárias para o – Cetapis­RN, instalado na estudo das abelhas. O Centro ce para apicultores o processa­ Fazenda Experimental Rafael dispõe de laboratórios e de es­ mento da cera moldada. No Fernandes, em Alagoinha, na trutura física para acomodação caso, o apicultor entrega a cera zona rural de Mossoró. Desde de até 20 pessoas. Além de bruta e recebe de volta 80% do então, a Universidade vem rea­ espaço para seminários dotados material entregue em cera


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Assine o manifesto em defesa das abelhas no site: semabelhasem alimento.com.br

Alerta para desaparecimento das abelhas

o centro vai capacitar apicultores na produção e beneficiamento do mel

moldada. “Esse processo poupa o tempo das abelhas na cons­ trução do favo, restando mais tempo disponível para as abe­ lhas coletarem o néctar e, consequentemente, aumentar a produção do mel”, explica o professor Lionel Gonçalves. CENÁRIO – O Rio Grande do Norte conta atualmente com cerca de 9 mil apicultores, to­ talizando algo em torno de 100 mil colmeias. A produção anual de mel chega a 2 mil quilos, sendo o município de Apodi o maior produtor da região. Para professor Lionel Gonçalves a produção ainda é baixa, mas ele acredita que com o aprimora­ mento das técnicas pelos pe­ quenos produtores, em pouco tempo, essa realidade mude. “Temos um excelente potencial apícola e o CCTA tem a sua importância a se propor traba­ lhar para o desenvolvimento da apicultura e do agronegócio a­ pícola do Rio Grande do Norte”, considera o professor.

Pesquisa realizada pela Ufersa sobre o desaparecimen­ to das abelhas já ganhou o mundo. O reconhecimento internacional veio com o desen­ volvimento do aplicativo Bee Alert, voltado para a notificação de massacres contra as abelhas, lançado no ano passado pelas Federações Apícolas da Améri­ ca Latina. Em apenas 11 meses, a ferramenta já registrou 100 mil ocorrências, numa estima­ tiva de mais de 700 milhões de abelhas mortas, com o uso de pesticidas sendo responsável por 90% das mortes. Os dados, apresentados pelo professor Lionel Gonçal­ ves, apresentam ocorrências em 13 estados do Brasil – RS, SC, PR, SP, MS, MT, GO, MG, BA, SE, PB, CE e RR, sendo São Paulo o estado com o maior número de registros. Além do Brasil, outros países como Colômbia, Peru, Chile, Argentina, Uruguai e Espanha também registram ocorrências no Bee Alert. O aplicativo Bee Alert, para a notificação de massacres contras as abelhas, surgiu a partir da campanha “Bee or not be?”, idealizada pelo professor Lionel Gonçalves, coordenador do Centro Tecnológico de Api­ cultura e Meliponicultura do RN. A campanha objetiva aler­ tar a população mundial para a morte de abelhas, ocasionada, principalmente, pelo uso indis­ criminado de agrotóxicos. Também recolhe assinaturas para uma petição online que visa à proteção das abelhas.

Equipe do Cetapis/Ufersa tem a coordenação do professor Lionel Gonçalves

O professor Lionel Gon­ çalves convida a população a conhecer a campanha e assinar o manifesto em defesa das abe­ lhas através do site: semabelha semalimento.com.br. Mais de 22 mil pessoas já assinaram o manifesto. O pesquisador ex­ plica que o aplicativo Bee Alert

vem complementar a campa­ nha. Através do site semabelha semalimento.com.br/beealert, apicultores, meliponicultores e pesquisadores de qualquer par­ te do mundo poderão notificar ou consultar o local exato onde estão ocorrendo o desapareci­ mento e a morte das abelhas.


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Direito da Ufersa com aval da OAB Grande maioria dos concluintes da primeira turma de Direito da Ufersa tem aprovação da Ordem ainda cursando o último semestre do curso

Acadêmicos de Direito comemoram aprovação no Exame da Ordem

A primeira turma de estu­ dantes do curso de Direito da Ufersa está prestes a concluir a graduação e a maior parte deles já tem muito a comemorar. Dos 15 graduandos que prestaram o exame nacional da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, 11 deles já estão certificados da aprovação após concluir satisfa­ toriamente as duas fases da prova. O certame é composto de uma prova objetiva que explora conteúdo de 17 disciplinas do curso de Direito, realizada em meados de novembro de 2014. Os que alcançarem o percentual mínimo de aprovação seguem para a segunda fase, dotada de quatro questões discursivas e a realização de uma peça judicial. Depois de vencida essa maratona, a turma retomou os bancos da Universidade, já matriculados para o último semestre do curso. Agora as preocupações são outras, sobre­ tudo, concluir os créditos exigi­ dos na grade curricular, além da dor de cabeça final com a

apresentação do Tra­ balho de Conclusão de Curso – TCC. “É um peso a menos nas nossas costas”, define um dos graduandos ao explicar a maratona de estudos ao longo do curso, tendo que se reversar entre cumprir as atividades da gra­ duação e manter o ritmo para a OAB. Esforço que Maria Isabel Gomes comemora em dobro depois de ver sua nota final. Ela obteve o melhor desempenho da turma com nota 9,7. “Eu esperava passar, mas não imaginava um resultado tão bom”, confessa Isabel. Na­ tural da cidade de Jaguaruana, no Ceará, ela antecipa que a maratona de estudos deverá continuar mesmo após a con­ clusão da graduação, já que a meta agora é a aprovação em um bom concurso público (também na advocacia). Por sinal, esse deverá ser o caminho trilhado pela maioria. Exceto por Adolpho Lu­

máxima para o que o MEC considera um “Perfil Muito Bom de Qualidade”. A direção do curso lembra que, ao Maria Isabel obteve o maior desempenho: 9,7 longo de toda a gra­ duação, os estudantes sempre se destacaram cas. Ele obteve o melhor resul­ tado na primeira fase, com 66 nas seleções. No ano passado, pontos e, de ímpeto, demonstra na seleção realizada pela interesse mesmo pela advoca­ Defensoria Pública da União cia. “A gente teve uma boa base, em Mossoró, dos dez aprova­ principalmente em Direito Pú­ dos, 6 eram da Ufersa. O blico, além de atividades especí­ Centro Acadêmico lembra ain­ ficas para o Exame, com simu­ da que houve caso de 52 lados e reforço de aulas”, apon­ inscritos de diversas institui­ ta ele, como sendo um dos fato­ ções e, dos sete únicos apro­ res para o bom desempenho da vados, todos foram da Federal do Semiárido. turma. E pelo ritmo que segue o Bons Indicadores desempenho, o sucesso do cur­ Os estudantes da primei­ so está garantido. Na edição da ra turma de Direito da Ufersa prova da OAB que está em saem para o mercado de andamento, professor José trabalho com o certificado de Albenes Bezerra Júnior estima uma boa graduação. Além do que o percentual de aprovação desempenho no Exame da chegará aos 100%, o que, muito Ordem, o curso já foi autori­ provavelmente, leve o curso de zado pelo Ministério da Educa­ Direito da Ufersa aos primeiros ção com o Conceito 5, nota lugares nacionais.


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NOSSOS VALORES

Dona Mariquinha: uma vida de pequenos detalhes

Maria do Carmo dos Santos Galdino de Andrade é mais co­ nhecida na Ufersa como dona Mariquinha, do cerimonial. Mariqui­ nha iniciou seu trabalho na área de eventos da Universidade logo após o seu ingresso, concomitantemente com as suas atividades administrativas na Reitoria e, posteriormente, no Protocolo. Técnica em Assuntos Educacionais, ela conta que desde cedo, em suas atividades profissionais, percebeu a importância de ser uma pessoa resolutiva e o quanto isso era fundamental para se trabalhar com eventos. Formada em Ciências Sociais, ela acredita que, para trabalhar com cerimonial, o mais importante não é possuir uma formação científica na área, mas ter o “dom” para isso. “A pessoa tem que gostar do que faz, tem que ter ‘jogo de cintura’ mesmo. Já é muito difícil trabalhar com o aluno, imagina em uma colação de grau dessas de hoje em dia, com mais de 300 formandos, seus padrinhos e uma plateia de duas mil pessoas”, explica. Ao lado dos professores Isaura Amélia e Larry Barbosa, a servidora ajudou a construir a cultura do cerimonial na Ufersa, sendo a primeira (e única, até agora) a ocupar o cargo de Chefe de Cerimonial na Universidade. “Como eu trabalhava na Reitoria e a colação de grau é um evento da Reitoria, foi muito rápido até eu começar a trabalhar com eles. Com o tempo, eles se aposentaram e eu fiquei ”, conta Mariquinha, que está sozinha na equipe de cerimonial há quase duas décadas. A história de vida de Mariquinha se mistura, muitas vezes, com a da ESAM. Na Escola Superior de Agricultura de Mossoró, conheceu seu marido, e então aluno da instituição, o engenheiro agrônomo Wilson Galdino. Falecido no ano de 2011, Wilson tam­ bém teve uma participação ativa dentro da instituição, construindo, juntamente com sua esposa, a WG Fruticultura, empresa parceira da ESAM e Ufersa nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. Quem não conhece a famosa salada de dona Mariquinha? A servidora completa, em setembro desse ano, 40 anos no quadro efetivo da Ufersa e garante que tem muitas histórias pra

contar das quase 100 solenidades de colação de grau de que esteve à frente – ou por trás – na organização caprichosa dos maiores aos menores detalhes. “O que sempre me marcou em colações de grau era aquele aluno pobre, que queria colar grau, mas que não tinha dinheiro nem pra alugar a beca. Aí eu alugava pra ele. Isso acontecia muitas vezes mas, hoje em dia, não mais. Existem bem mais facilidades e essas coisas deixaram de acontecer. Mas, antes, os alunos contavam a Wilson que suas mães esta­ vam engordando uma galinha ou um porco para que, no dia da colação, ela e a família pu­ dessem participar da solenidade. O orgulho desses pais quando o filho colava grau, aque­ la alegria, isso é o que realmente marca”. Sobre a aposentadoria que, segundo ela, está se aproximando, dona Mariqui­ nha conta que é sempre difícil pensar a respeito, mas que já está na hora. Para ela, o que mais fará falta são as amizades aqui construídas. “Nessas horas, você trabalha o corpo e a men­ te. Às vezes, as pessoas dizem que, se pudessem, não trabalhavam. Eu sou o contrário. Eu acho que a melhor coisa que se pode fazer é trabalhar, sentir­se feliz no ambiente em que você trabalha. Eu tenho 40 anos de Ufersa e nunca disse ‘se eu pudes­ se, não iria trabalhar’. A Ufersa é como se fosse um membro da minha família. É como doutor Vingt­Un dizia, a Ufersa é um filho mais novo. Eu devo tudo o que eu sou à Ufersa”, finaliza.

Mestrado

Parceria entre Ufersa e UERN para formar mestres em computação

Com mais de 70 inscritos a pesquisas multidisciplinares. “A cada edital, a Pós­graduação em ciência da computação envolve Computação da Universidade Fe­ diversas subáreas dentro dessa deral Rural do Semi­Árido conta área maior que é a ciência da hoje com 60 alunos matriculados computação. Existem pesquisas e possui percentual de aprovação voltadas para área médica, essas acima de 80%. Com apenas 7 ganham nome na mídia. E outras anos, o curso funciona em parce­ de extrema importância na área ria com a Universidade Estadual de inteligência artificial.” comen­ do Rio Grande do Norte (UERN), ta o coordenador da pós­gradua­ oferecendo o curso de mestrado. ção, o professor Silvio Fernandes. O programa tem conceito 3 da Desde 2013 o curso vem se CAPES e recebe 25 alunos por adequando às normas da ano. Para o ingresso não é exigida CAPES, incentivando o aluno a Com conceito 3, o mestrado recebe 25 alunos por ano prova específica. A entrada é feita pesquisar e publicar em veículos mediante a análise do currículo e a nota da graduação (I.R.A.) tam­ renomados para melhorar seu conceito na próxima avaliação da bém pesa no processo de avaliação. Apesar de não ter uma prova, é CAPES. O Programa que formou 180 alunos, sendo alguns destes aconselhável ao aluno fazer a PosComp, uma avaliação usada em professores atuantes na Ufersa Caraúbas e Angicos, no Instituto todo Brasil da área de computação. O mestrado tem como proposta Federal do Rio Grande do Norte e Instituto Federal da Paraíba, oferecer pesquisa em infraestrutura em computação de modo que consegue atender todas as demandas de bolsas. “O programa é bem os alunos possam aprofundar seus conhecimentos e consigam abastecido de bolsas, a maior parte vindas da CAPES, mas também aplicá­los, seja na área acadêmica ou no mercado de trabalho. contamos com bolsas do CNPQ e FAPEC” diz o professor. Para o Dispondo de 15 professores permanentes, inclui professores coordenador da pós­graduação, possuir um mestrado na universi­ da Uern e da Ufersa Angicos. Na Pós em Computação são realizadas dade é de extrema importância, visto que se concretiza em oportu­ pesquisas nas áreas de biométrica, redes de computadores e nidades a mais, além do próprio mercado de trabalho.


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Tradição

Laboratório de Sementes brota pesquisa e ensino para Agronomia

As instalações laboratoriais do Departamento de Ciências Vegetais é uma das mais antigas da instituição, remota ao tempo de Esam. Somente o dedicado a Análises de Semente tem mais de três décadas

Estudantes realizam pesquisas com sementes de plantas nativas do semiárido

Ao longo das últimas edições da Folha Ufersa, esta­ mos mostrando a importância dos laboratórios espalhados pela Universidade Federal Rural do Semi­Árido. Desta vez, vamos contar um pouco do trabalho desenvolvido em um dos polos de pesquisas mais antigos da instituição, o Laboratório de Análise de Se­ mentes, vinculado ao Depar­ tamento de Ciências Vegetais, que já ultrapassa a terceira década de criação.

Localizado no Câmpus Leste da Ufersa em Mossoró, o prédio é dotado de oito es­ paços para atividades labora­ toriais que servem tanto às pesquisas dos cursos de gra­ duação em Agronomia e En­ genharia Florestal quanto às atividades do Programa de Pós­graduação em Fitotecnia. Na Pós, o foco das pes­ quisas dentro dessa estrutura está em análises de sementes. Somente sob a orientação do professor Salvador Barros

Torres, são oito pro­ jetos entre Mestrado (3) e Doutorado (5), todos envolvendo qualidade, tratamen­ to, germinação, ca­ racterização e tecno­ logia de sementes. Já na gra­ duação, a professora Clarisse Pereira, também responsável pelo laboratório, está à frente de 4 pesqui­ sas que estudam o estresse hídrico e salino, o envelheci­ mento acelerado e a condutividade elétrica das sementes. Ao todo, são 16 bolsistas de graduação e pós em atividade no Laboratório e quase 40 estudantes que usam o espaço. Entre as principais pes­ quisas, os professores desta­ cam os estudos com a semen­ te de Moringa, uma espécie nativa da Índia, e ainda os testes rápidos para avaliar o vigor das sementes, também chamado de Tetrazólio. Tem

também o estudo com a semente de chia, uma espécie nativa da Caatinga. Além das iniciativas do próprio Departamento, o La­ boratório de Sementes tam­ bém atua em parceria com outros organismos, como, por exemplo, a pesquisa em andamento para estudar o desenvolvimento e validação da Tecnologia de Plasma Atmosférico para conservação e superação de dormência de sementes, financiado pelo CNPq e coordenado pelo professor Clodomiro Alves Junior. Os laboratórios são mantidos com orçamento próprio da Universidade e ainda com o recurso de finan­ ciamento de pesquisas, como a citada acima. Recentemen­ te, toda a estrutura passou por uma ampla reforma e, em 2013, foi entregue à comu­ nidade acadêmica bem mais moderna, com novos equipa­ mentos e instalações para o desenvolvimento de pesquisa e ensino.

Eventos

Uma agenda de eventos na Ufersa Todas as propostas sele­ cionadas pelo Edital de Apoio a Realização de Eventos da Pró­ reitoria de Extensão e Cultura da Ufersa já começam a ser promovidas a partir do mês de março. Foram aprovadas 14 propostas em duas modalida­ des que, juntas, irão movimen­ tar as atividades da Ufersa até o começo de junho. Esta é a primeira vez que a Instituição realiza uma ação destinada a apoiar eventos da comunidade acadêmica com recursos finan­ ceiros. Outra novidade advinda com a abertura do edital está na funcionalidade de submis­

são e cadastro de propostas através do módulo de Extensão do Sistema Integrado de Ges­ tão de Atividades Acadêmicas – SIGAA. Seis eventos já foram promovidos em março e, agora no mês de abril, está previsto para o próximo dia 25 a realização do Festival Latino­ americano de Instalação de Software Livre – FLISOL. Professor Felipe Ribeiro, pró­reitor de Extensão e Cultu­ ra, ressalta que a iniciativa é mais um estímulo a toda co­ munidade acadêmica em parti­ cipar submetendo propostas de eventos de caráter técnico, social, científico, artístico e

Proec financia eventos de Extensão e Cultura na Ufersa Felipe Ribeiro, Pró­reitor de Extensão

esportivo. Dentre as propostas aprovadas estão eventos já consolidados com a realização de edições anteriores; ativida­ des que serão promovidas nos

quatro câmpus da Ufersa (Mossoró, Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros) e formação, promoção à saúde, oficinas e atividades culturais e desporto.


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