INTERNACIONAL 36
ENCUENTRO ENCONTRO
LATINO de_ São Paulo
No Oeste da América do Sul, um paredão rochoso de 7,2 mil quilômetros de extensão marca uma separação física entre o continente e o “outro lado”, o Pacífico. No panorama musical latino-americano, parece que os Andes estão é ao redor do Brasil. Frequentemente apartados, de costas uns aos outros, brasileiros e outros latino-americanos vêm escalando essa montanha imaginária e se encontrando no topo. Parcerias, feats, projetos unificadores aproximam os gêneros variadíssimos do nosso país aos de Colômbia (reggaeton, cúmbia), Argentina/Uruguai/Chile (rock), Porto Rico (pop latino), Cuba (salsa-pop). Um evento simboliza, como poucos, o namoro cultural entre nossos
povos: o Grammy Latino. Desenhada para contemplar as múltiplas manifestações musicais de Norte a Sul do continente, a festa anual é uma das raras ocasiões em que se pode ver Anitta e a mexicana Sofía Reyes, Rosalía (Espanha) e Carminho (Portugal), Paula Fernandes e Luis Fonsi confraternizando, fazendo contatos… quem sabe combinando parcerias? “É um barato, um grande prazer poder estar com tanta gente com a qual tenho afinidade, e foi uma honra poder fazer o show de abertura”, disse Anitta, referindo-se a “La Vida Es Un Carnaval”, hit de Victor Daniel imortalizado pela diva cubana Celia Cruz que ela cantou em perfeito espanhol ao lado de Olga Tañón (Porto Rico) e Milly Quezada (República Dominicana). Para Pedro Dash, um dos produtores de “Kisses”, de Anitta, indicado a melhor álbum de música urbana, analisar os finalistas da premiação é se dar conta de que o que se produz no Brasil e lá fora já não é assim tão diferente. “Nossos sons e culturas estão se misturando. Posso dizer por experiência própria, pois nós
foto_ Rich Fury / Getty Images
Artistas do Brasil e de outros países do continente se aproximam cada vez mais, e festa do Grammy Latino vira símbolo desse namoro cultural