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PAULO ROBERTO GOMES A3 B4 C2 D2 E2 F2 G1
JACINTHO, A MARCA TEMPORÁRIA QUE NOS DEIXOU ETERNA LEMBRANÇA
O corte de cabelo fazia parte da nossa vida como aluno. Constituindo rígida e tradicional norma de apresentação, o corte do cabelo também era, constantemente, observado e, muitas vezes, motivo de transgressão disciplinar em caso da não observância do corte “padrão”, que era zero.
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A barbearia, sem dúvidas, era das salas mais frequentadas no CMPA! Ali se encontravam os veteranos, os novatos, os mais alterados e aqueles mais “caxias”. E a “reunião” era sempre breve, nada muito demorado e simples. Ali rolavam as notícias, as novidades, as mais novas piadas, as gafes e as fofocas!
Jacintho, in memoriam, chefe da barbearia, era um cara muito legal. Camarada no relacionamento, cordial no tratamento e rápido no corte com a máquina e no arremate com a tesoura!
As mãos do Jacintho delineavam o que sobraria dos nossos cabelos! Fora dos seus dedos, o corte zero formatava característica marcante do nosso perfil fisionômico como aluno do CMPA!
Evidentemente, não era obrigatório cortar o cabelo na barbearia do CMPA, mas quem de nós nunca ali esteve e não foi atendido pelo, ainda hoje, sempre lembrado Jacintho?!
Corte de cabelo, certamente, nos deixou indelével marca, impossível de apagar!
Interessante observar que parecíamos estar sempre na contramão dos costumes. Enquanto a juventude da nossa época usava longas e rebeldes cabeleiras, tempos da Jovem Guarda e do movimento Hippie, tínhamos que usar o cabelo a “zero”, contando, apenas, com os poucos dois meses e meio de férias de verão para entrarmos na moda. Passados cinquenta anos, a moda é usar corte “a militar”, com jogadores de futebol e cantores de Sertanejo fazendo sucesso entre as mulheres...
Ao sempre lembrado Jacintho, nossa memória e gratidão!
AA Zanotta
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FILANDRO, O PIPOQUEIRO
Olha a pipoca quentinha!
Quem passou pelo portão principal do corpo da guarda do CMPA e teve o prazer de fazer parte do corpo de alunos, não deixou de conhecer uma figura marcante e muito especial, tanto para os alunos como, também, para instrutores e funcionários da instituição.
Estamos nos referindo não apenas a um vendedor de pipocas, mas, sim, a uma pessoa fantástica e amiga, “Seu Filandro”, como era chamado aquele vendedor, no qual muitos de nós viam, em suas expressões, uma amizade paterna.
Tenho grandes recordações da pessoa do “Seu Filandro”, pois, já com seus cabelos grisalhos, muitas vezes, ouvia com atenção as lamentações, principalmente, dos alunos internos, da saudade que nós sentíamos da família e, várias vezes, nos conformava com suas palavras.
“Seu Filandro” era uma pessoa carismática, gentil e bondosa. Acredito eu que nenhum aluno deixou de saborear uma pipoca quentinha e gostosa, por não ter como pagar, pois, com seu caderno dos “fiados”, era por ele apontado número, nome e Cia do comprador e liberada a pipoca. Ah, como sinto saudade daquela pipoca quentinha! Tenho lembrança e muita gratidão, pois foi ele quem me ensinou a fazer pipoca salgada e doce e, com o passar do tempo e experiência, eu saía do refeitório, onde tinha jantado,

Sr. Filandro (camisa xadrez) com seu carrinho de pipocas
e corria para frente do colégio para atender os consumidores e fazer mais pipocas.
Hoje, quando faço uma panela de pipoca, me vem a lembrança dessa pessoa que foi, pra mim, e muitos outros alunos, um grande amigo e conselheiro: Seu Filandro.
AA Natal