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WILLIAM ROBERTO ENRLICH DE MIRANDA A1 B3 C3 D3 E3 F3 G2
Também não fui para a 2ª...
Então, o Ten. Pinto Homem contou o efetivo na prancheta e contou os que estavam em forma e disse: “O restante... 3ª Cia do Curso Básico... comigo!”
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Pensei curto, claro e conciso: “fud..!”.
Mal tivemos tempo de pegar as nossas malas e, mais em acelerado do que caminhando, entramos no P3M (Pátio Marechal Mascarenhas de Moraes), hoje PTM (Pátio Tenente Moura).
Que impacto daquela grandiosidade! Senti-me pequeno, mas, ao mesmo tempo, abraçado pela Academia que me dizia: “Agora és meu”.
No meio da confusão, não me recordo se no meio do retão ou ao adentrarmos o P3M, nosso colega Rolla proporcionou uns momentos de gozação: a sua mala sanfonada arrebentou os tirantes e espalhou todo o enxoval (camisa branca de manga comprida, sem colarinho, seis cuecas brancas e todos os outros trecos, que a maioria não usaríamos. A relação do enxoval há algum tempo não era atualizada). E lá estava o Rolla, com raquete de tênis, bola de vôlei, aloprando e xingando todo mundo. Só vendo a cara dele...
Na 3ª Cia, fui para o apto 110 e recebi o armário e cama nº 3.
Ao entrar, já estavam o Queiroz e o Ugo. Depois foram chegando: Simões, Rodrigues.
No início da noite, chegaram os oriundos do EsPCEx: Boccia, Saurim, Rigotti, Sanfelice, Tadeu, Mauro. No outro dia, o Dutra.
Assim, entramos no período de adaptação, até o dia de 17 de fevereiro de 1973, quando cruzamos o portão de entrada dos novos cadetes e recebemos o Título de Cadete.
AA Machado

• Milico ou Paisano
A Academia Militar das Agulhas Negras era o ideal de muitos alunos do CMPA. Corria na “imaginação” que haveria vagas para todos aqueles que concluíssem o científico.
Mas não foi bem assim...
Chegara o ano da escolha das profissões, uma das mais importantes decisões da vida.
Eu pensava: “Qual profissão combinará comigo; maior realizarei; compensações financeiras etc”.
O número de vagas ofertadas foi somente 17, completando com o Campello e a distribuição aconteceu pelo critério de graus.
Alguns optaram por repetir o 3º ano na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, ESPCEx, Campinas – eram os “paraquedistas da Prep.”.
O Garcia e o Edson Dutra fizeram isso.
Todos os interessados fizeram o exame de escolaridade para a Academia. Caso passassem, liberariam vagas.
No período de adaptação da AMAN, o ritmo foi alucinante. Oficialidade, cadetes veteranos e o sistema, propriamente dito, “tiraram o couro dos bichos”.
Vários desistiram e vagas foram revertidas para candidatos não contemplados.
Houve uma alteração quase que assustadora, quando nos transformamos em Cadetes e militares de carreira.
Em Porto Alegre, como veteranos do 3º Científico, nos julgávamos autoridades de muita expressão, verdadeiros “Reis da Cocada Preta”. Impactados pela grandiosidade e ambiente da AMAN, caiu a ficha. Encaramos uma realidade, completamente, diferente, os “Bichinhos do Cocô do Cavalo do Bandido”!
Que sina! Uma realidade impactante! Aos que superaram este primeiro susto, prevaleceu o sentimento de conquista e orgulho por ter vencido o obstáculo, a passagem para o oficialato!

Até chegarmos ao destino, a AMAN, aconteceram passagens inesquecíveis.
Chegamos com um sol forte depois de um cansativo dia de viagem.
Descemos do ônibus no Portão Monumental e percorremos um retão interminável, arrastando bagagens com enxoval. O suor corria pelas costas. O sol do verão de Resende arde. É bom para uma praia...
Ao final do retão, estávamos faceiros da vida quando o temido Tenente Pinto, Homem no Estado Maior da Escola, falou, aos brados: – Alunos, vocês estão sujos, mal fardados (calça garança) e barbudos. Vocês têm uma hora fazer a barba, tomar banho e entrar em forma para o almoço no rancho!
Na Ala (alojamentos), começam os trotes dos veteranos que havia, de 2ª época.
Bicho e sem conhecer nada da “Fábrica de Oficiais” surgia o primeiro problema: encontrar a barbearia.
Acabei caindo com o famoso barbeiro “Cara de Cavalo”. Ele passava o “CORTE ZERO”, em vez da desejada “meia cabeleira” (independentemente da gorjeta), moda perseguida na época.
Depoimento do AA Machado: — “Entrei no Pátio Monumental... Impressionante, fascinante e impactante; aquela imensidão, aquela altura, imponência e vibração... Ali, eu senti que a AMAN realmente me devorou, me abraçou; dali eu só sairia Aspirante-a-oficial, mesmo que triturado; não tem outra escapatória”.

AA Aita
• O Vestibular

Talvez pudéssemos classificar os alunos da nossa turma em três categorias, do ponto de vista de pretensões profissionais pós Colégio Militar: os que seguiriam a carreira militar, e que sempre quiseram isso, os que seguiriam a carreira civil, também por convicção, e os indecisos. É bem verdade que conviver com um ambiente militar por sete anos balançava a cabeça daqueles que não tinham uma convicção tão forte de seguirem a carreira militar e muitos acabavam mudando suas pretensões.
O fato é que o Colégio nos preparara para tudo, e muito bem!
Para aqueles que seguiriam a carreira civil, restava ainda um grande desafio a ser transposto: os temidos exames vestibulares, estreita porta de entrada para as universidades. Assim, o último ano no Colégio passou rápido, com as atividades escolares sendo compartilhadas com exaustivos estudos, não raro avançando noites adentro, com muitos ainda achando espaço na agenda diária para frequentarem os disputados, e caros, Cursinhos Pré-Vestibulares.
Chega o fim do ano e, com ele o vestibular da UFRGS, seguido do vestibular da PUC e outras universidades. Duras provas, vagas em cada curso muito limitadas e aquela expectativa de ver o nome listado entre os aprovados, ou de ouvi-lo, com um enorme sabor de vitória, na rádio, no dia de divulgação dos resultados. Nada muito diferente do que tinha acontecido sete anos atrás, quando disputamos uma vaga no concorridíssimo exame de admissão ao Colégio Militar. Apenas que, agora, a responsabilidade aumentava, por tratar-se de uma decisão sobre a vida profissional que cada um teria dali para a frente.
Nossa turma, como era de se esperar, saiu-se muito bem em mais essa batalha e a grande maioria obteve o ingresso no curso que almejava, com aquela respeitável e querida instituição de ensino entregando à sociedade médicos, bacharéis em Farmácia, advogados, administradores, engenheiros e outros.
AA Cylon

O Reencontro e os Encontros

De 1966 a 1972, geramos amigos! Como um todo, construímos uma confraria espiritual, uma propriedade (minha turma, nossa turma) e, acima de tudo, união de sentimentos incomuns!
Desde 1972, sempre tive em mente que o verdadeiro espírito de corpo se forjou dentro do ambiente das salas de aula, compartilhando alegrias e tristezas, sucessos e quedas.
Observei que era comum as reuniões de Antigos Alunos (AA), rememorando saudosos tempos. No entanto, eram, simplesmente, reuniões dos conhecidos baleiros, eventos, extremamente, heterogêneos. A grande maioria dos participantes não se conhecia, porque pouco compartilhava em sala de aula.
Imaginei algo que, posteriormente, fosse individualizado numa turma fechada, que congregava somente aqueles que, em algum tempo, no período entre 1966 e 1972, estudaram na mesma turma de 1972.
O principal fator que tem me incentivado a prosseguir promovendo as diversas atividades da turma é a felicidade que cada um dos colegas manifesta, participando dos eventos de confraternização, me emprestando um reconhecimento de coração e propondo novos encontros. Vários colegas me auxiliaram, a quem presto minha continência.
AA Aita
• O Reencontro Após 30 Anos
Planejamento e preparação aconteceram desde junho de 2002, para realizar o evento dia 14 de dezembro. O Miranda (Adido do Exército no Reino da Espanha) telefonou às duas da madrugada para o Aita, lembrando que o “Glorinha” (AA 266 Nelson Gonçalves Gloria) também fora da turma. O sucesso deste primeiro passo foi fantástico, com descerramento de placa alusiva pelo AA Gozzini (Salvador), palavras alusivas do Fabio, nosso orador, palestra sobre o CMPA século XXI proferida pelo Araujo (sete anos como aluno e 27 como profissional), fotografia oficial dos participantes do evento e buffet dançante no Círculo Militar. Vários alunos fizeram uso da palavra após as palavras do Araujo, depoimentos carregados de emoção, o que levou a várias interrupções. Como manifestações pessoais, ao final do evento do Círculo Militar, foi aberto um espaço para que

