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PAULO FERNANDO RODRIGUES MACHADO A1
nho e cuidado pela sua esposa. Era simples, mas muito saborosa. Assim, o antigo Bar do Pagé se transformou no que viria a ser o famoso Bar do Beto, frequentado por jornalistas, artistas em geral, advogados, bancários e alunos do Colégio Militar.
Marta recordava com carinho suas primeiras lembranças do Bar do Beto: “É eu correndo lá dentro com apenas três anos. Eu corria pelo bar. O pessoal que frequentava era sempre o mesmo. Contavam histórias e me pegavam no colo. Os fregueses me levavam na pracinha porque o pai e a mãe trabalhavam direto ali no bar e, então, não tinham tempo. O pessoal, principalmente os alunos da Escola Preparatória, que hoje em dia é o Colégio Militar, viviam comigo. Eu era a irmã mais nova. Eles estavam sempre me levando na pracinha e era colinho pra contar histórias, colinho pra comer... São lembranças que eu tenho sentada naquela porta, aquela bem da esquina, sentadinha, comendo laranja”.
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Durante os 20 anos de funcionamento, Beto foi auxiliado no trabalho pela inseparável esposa e verdadeiro “braço direito”, Sra. Theresinha Correa Pinto Cravo (cozinhando com Beto já nos anos 90), falecida em 23 de abril do ano passado aos 81 anos. Sua única filha lhe deu duas netas, Letícia e Priscila, filhas do casamento com o AA Luís Alberto Rodrigues Cabrera. Havia mais duas cozinheiras, a Da. Téia e a Elisa, sempre supervisionadas e auxiliadas por Da. Therezinha.
“Os dois eram um exemplo de respeito e companheirismo”, comentou a amiga Denise Duarte Bruno (mãe do AA Bento Bruno Pereira), que conhecia Therezinha desde quando era jovem. “Quem esteve comigo no meu parto foi ela, e, também, era ela que acompanhava o meu filho em todas as atividades dele”, acrescentou Denise. Beto e Therezinha foram, inclusive, os padrinhos de seu casamento com Klaus Pereira.
A placa com o nome “Bar do Beto” só pôde ser colocada em maio de 1978, no dia do batizado da neta Priscila, pois o proprietário do prédio não autorizara a colocação até aquela data.
O bar foi vendido em 1980 e, posteriormente, revendido para os atuais proprietários, que, hoje, mantendo o tradicional nome, estão estabelecidos em um local próximo, mais amplo e confortável. Pela tradição e pela proximidade do Colégio Militar, o Bar do Beto, ainda nos dias atuais, é palco de happy hours e comemorações diversas por parte de profissionais, alunos e antigos alunos que ali se reúnem. Para quem pergunta, seus proprietários exibem com carinho uma antiga foto do Beto dentro do primitivo bar.
Hoje, passadas mais de quatro décadas após Beto e Theresinha terem vendido o bar, o casal ainda é lembrado com grande saudade por clientes que fizeram parte da história do primeiro Bar do Beto, principalmente os, então, alunos do CMPA. Para estes, o Beto era muito mais que o dono do bar, era um grande amigo, um verdadeiro paizão que, junto com Da. Theresinha, atendia a todos com carinho e, sempre solícito e atencioso, ajudava-os a resolver muitos dos problemas típicos de adolescentes que viviam longe de seus pais. Em 2001, um ano antes de sua morte (faleceu com 70 anos, em Paranaguá-PR, em janeiro de 2002), ele e Theresinha foram homenageados por uma turma de antigos alunos da EsPPA.

Bar do Beto - Grupo de alunos
AA Araujo