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LUIZ CARLOS VELHO SEVERO A3 B3 C3 D3 E3 F3

A Torcida

Lembro de outro fato da Olimpíada, em que o Colégio Militar de Porto Alegre ganhou o prêmio de melhor torcida. Era um prêmio que não estava previsto, mas a gente era tão ativo e se fazia presente em todas as competições, que fizemos uma grande diferença. Encarávamos o pessoal do Rio e de Belo Horizonte, cantávamos a nossa própria música, e foi bem legal essa parte. Tanto que, no final da Olimpíada, eles deram um troféu de melhor torcida para nós.

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Lembro, também, da maneira como a gente marchava, não era com a mão espalmada, era com o punho cerrado e com o braço estendido do lado do corpo, bem diferente de todos os outros CMS. Enfim, são coisas mínimas que me lembro.

AA Martini

A Prova de Natação

A gente teve uma preparação que não foi muito boa, pois os treinamentos foram na época de inverno. O deslocamento era realizado de caminhão até o Glória Tênis Clube e lá nós fazíamos, ou tentávamos fazer, um treino de natação. Era tão frio que a gente entrava na água e, não dava cinco minutos, tinha que sair para tomar um chocolate quente. Tremíamos tanto de frio que o chocolate quente mais caía fora do copo. A nossa preparação foi muito deficiente, até justificável, porque não tínhamos uma piscina térmica e, consequentemente, não tínhamos muito treinamento. Mas era grande a nossa vontade de querer fazer uma prova que desse resultado. Minha prova de natação foi 50m de costas.

Eu me lembro de ter saído bem. O nado de costas possibilita nadar olhando para cima, e eu, jogando água para cima. A impressão que eu tinha era de estar na frente. Quando bati os primeiros 25m, e fui voltar, tinha dado tanta energia na minha ida, que na volta eu, simplesmente, cheguei no meio da piscina, acumulados uns 35m, e não tinha mais força. Não sou da área de educação física, mas acho que meus músculos começaram a endurecer e, por pouco, eu não cheguei afogado no final da prova.

Não tinha mais energia nem para levantar os braços, tanto que, quando cheguei na beira da piscina, o pessoal teve que me puxar de dentro da água, pois eu não tinha mais força alguma. Lembro que o Capitão Chicão me conduziu até uma cadeira e eu fiquei lá por uns cinco a dez minutos. Com frequência, ele aparecia pra saber como é que eu estava e, aos poucos, fui me restabelecendo. É um fato, logicamente, que não é muito prazeroso, em função da dor e da falta de ter conseguido um resultado melhor, mas, enfim, está dentro daquelas situações que, dificilmente, a gente esquece.

AA Martini

Muçum nas Águas Mineiras

Natação Colégios Militares / 1970

A piscina do Minas Tênis estremecia com a euforia das entusiasmadas manifestações das torcidas, em especial a aguerrida gaúcha. Instrumentos da banda Furiosa, sirenes, cornetas de jogos de futebol, faixas, cartazes e muita garganta empurravam os atletas em direção à vitória. Na ala do CMPA, destacavam-se alguns inflamados gritos-de-guerra esportivos:

Grito oficial do Colégio – O CM chegou / e chegou pra ganhar

Fiquem todos sabendo / que é o CMPA

Ele joga basquete / joga!

Futebol de salão / joga!

Ele joga com raça / e com empolgação

É o CM amado / que eu trago guardado / no meu coração

É o bom, é o bom, é o bom – O CM chegou / e chegou pra ganhar!

Infantaria do CFR “A turma avança

Enquanto o bicho berra;

É Deus no céu, Infante aqui na terra!

A equipe de natação do CMRJ era a mais temida e o time a ser batido. Possuía vários atletas dos clubes de maior expressão no Rio de Janeiro, como Fluminense, Botafogo e Clube Regatas Guanabara.

Desde 1969, na Olimpíada no Rio, um atleta despontava como o maior pontuador, que

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