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JOSÉ EUGÊNIO KOPP JANTSCH A3 B3 C3 D1

CFR na Serraria O Fantasma

Transcorria o ano de 1971 e o Curso de Formação de Reservistas (CFR) de Infantaria prosseguia a pleno vapor. Aita, o 312, e Delfim, o 17, eram disciplinados e valentes integrantes do 1º Pelotão. Conversavam muito sobre o desconhecido, o incerto, o duvidoso, a natureza e a aventura, desafios norteadores de suas personalidades.

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Na Serraria, acampamento bem montado. O dia foi de muita instrução. Patrulhas são demoradas. Exigem silêncio no deslocamento. Que não dizer da camuflagem individual, bastão com cera nas cores verde, preto e vermelho, transformando rostos dos jovens alunos em “terríveis” silhuetas combatentes.

A ambientação do Chicão, guerreiro de selva e instrutor do CFR, respeitavelmente, conhecido como Capitão da Silva ou da Selva, foi muito motivadora.

O Chicão contou a respeito de uma lenda, sobre combates entre maragatos e pica-paus, ocorridos na Região de Serraria, onde coisas estranhas aconteciam. Foram vistos vultos, ouvidos gritos, uivos e lamentos, principalmente, nas madrugadas.

Noite de lua cheia, uma densa neblina pairava sobre a vegetação. Ótimo ambiente para a instrução noturna de patrulhas. Seria uma patrulha de reconhecimento.

Durante a missão, as ordens eram transmitidas por sinais e aos sussurros. Aita e Delfim formavam a dupla de patrulheiros “esclarecedores” que ia à frente.

De repente, ruídos de folhagem e galhos se batendo! Aita fez sinal, Delfim repassou para trás: “congelar”, “deitar”, “quietos”, ordens retransmitidas e rapidamente obedecidas. Silêncio total, tensão no ar. “Seria figuração?” – pensou o Aita. “Aí tem algo que se mexe!” – imaginou o Delfim. Foi, então, que apareceu o vulto esbranquiçado, irregular e esquisito. Caminhava de 5 a 10 metros à nossa frente. Tinha a forma aproximada de uma pessoa, como se estivesse com um lençol na cabeça. Não se viam os pés. “A lenda da Serraria seria verdade?”. Os dois esclarecedores, absolutamente paralisados, olhos esbugalhados, tentando identificar o que se aproximava. Aita pensava num zumbi ou lobisomem. Delfim, na mula sem cabeça ou no boitatá. Momentos de ansiedade (medo?) infindáveis! Cada vez mais, os dois patrulheiros se Acampamento de final de ano CFR - Infantaria - Instrução esforçavam para mando Capitão Da Silva, especialista em guerra na selva ter o controle e tirar da imaginação o que, com certeza, seria imaginação. “Claro, fantasmas não existem!”. Passado algum tempo, uma surpresa! Eis que a COISA veio na direção dos dois e parou ao lado. Deu para observar, então, que tinha a “fisionomia de gente”. Aquilo foi ficando muito estranho, muito real... A voz rouca e trêmula balbuciava algo como “Cumprir a missão” – disse Aita. Delfim escutou algo como: “Tornar-se bom soldado e cidadão!”. Os batimentos cardíacos bem elevados, suor escorrendo pelos rostos, trêmulos em posição. “Evidente, claro que tudo fruto da imagina-

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