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"Expressão do ego na liderança: uma necessidade ou uma ameaça?"

Mundo da liderança, encontramos pessoas que cativam com seu magnetismo, levando-nos a perseguir metas coletivas e pessoais com determinação e força. Entretanto, há também aquelas, embora admiravelmente persistentes e concentradas em seus objetivos, não conseguem nos mobilizar totalmente. Talvez percebamos em alguns de seus comportamentos traços que associamos a valores negativos, como uma tendência ao personalismo, à arrogância e à falta de empatia.

O ego, essa construção subjetiva que define a percepção de si mesmo e o relacionamento com o ambiente, desempenha um papel crucial na gestão da liderança e pode determinar a diferença entre facilitar ou estagnar o crescimento de uma pessoa, equipe ou comunidade.

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Por um lado, James Kouzes e Barry Posner, em "The Challenge of Leadership" (O desafio da liderança), destacam como a autoestima e a autoconfiança de um líder inspiram os outros e os levam a tomar decisões difíceis. Na mesma linha, Rasmus Hougaard e Jacqueline Carter, em "The Mind of the Leader" (A mente do líder), destacam que um ego forte permite que o líder comunique com confiança sua visão e estratégia e persevere na conquista de metas desafiadoras.

Do outro lado da cerca, Ryan Holiday, em "Ego is the Enemy" (O ego é o inimigo), destaca que o ego pode ser um obstáculo para a liderança eficaz, pois impede a capacidade de aprender e crescer. Simon Sinek, em "Start with Why" (Comece com o porquê), adverte sobre os perigos do ego excessivo que desvia a atenção do propósito e do envolvimento com os outros. Brené Brown, em "The Power of Vulnerability" (O poder da vulnerabilidade), destaca como a falta de autenticidade e o mascaramento das fraquezas de um líder dificultam a construção de relacionamentos duradouros e significativos.

Onde está o equilíbrio?

Estudos publicados em revistas como "Leadership Quarterly", "Personality and Social Psychology Bulletin" e "Journal of Organizational Behavior" descobriram que líderes com ego e autoestima elevados podem ser mais eficazes em situações de crise, mas esse efeito positivo desaparece em situações cotidianas. Além disso, eles geralmente são vistos como menos éticos e menos confiáveis, o que dificulta a construção de relacionamentos de qualidade.

Em contrapartida, os líderes que conseguem manter o equilíbrio certo entre ego e humildade são mais eficazes na resolução de conflitos e na tomada de decisões. Jim Collins, em "Companies that Excel", ressalta que um ego excessivamente grande pode gerar arrogância, enquanto um ego baixo dificulta a confiança necessária para tomar decisões difíceis. Um líder eficaz deve ter um equilíbrio entre "ambição extrema e um ego moderado". Combinar sua autoconfiança para liderar com o reconhecimento de suas limitações e a disposição de aprender com os outros.

Em última análise, fornecer apoio e orientação a outras pessoas envolve a necessidade de gerenciar conscientemente nosso ego. É essencial encontrar o equilíbrio certo entre segurança pessoal e uma receptividade ativa aos outros.

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